O que é permitido e o que é proibido
A doença celíaca é uma doença que danifica o aparelho digestivo, intestino delgado, interferindo co
Prato com massa sem glúten

Quando as pessoas com doença celíaca ingerem alimentos ou usam produtos com glúten, o sistema imunológico, responde danificando as vilosidades do intestino delgado, que são responsáveis pela absorção dos nutrientes dos alimentos para a corrente sanguínea.

A doença celíaca é genética e não tem cura. Por isso, os doentes com esta doença devem ter cuidados redobrados com a alimentação. Fique a saber quais os alimentos proibidos, os permitidos e aqueles com os quais deve ter cuidado.

Alimentos proibidos

  • Farinhas e amidos de: trigo e variantes (Triticale, espelta, kamut, etc.), de aveia, centeio, cevada e malte e extracto de malte;
  • Pão;
  • Bolos e bolachas;
  • Massas;
  • Iogurtes com cereais;
  • Farinheira e alheira;
  • Sopas de pacote;
  • Panados;
  • Delícias do mar;
  • Pizza;
  • Lasanha e canelones.

Alimentos que podem conter glúten

  • Broa de milho;
  • Queijos industriais;
  • Iogurtes de aromas/pedaços;
  • Leites achocolatados, maltados e aromatizados;
  • Produtos pré-congelados e ultra-congelados;
  • Salsichas em lata;
  • Enlatados;
  • Fiambre, presunto e chouriço;
  • Patês;
  • Polpa de tomate;
  • Caldos de carne e de peixe;
  • Outros temperos industriais (ketchup, maionese, mostarda, etc.);
  • Sobremesas instantâneas;
  • Gelados comerciais;
  • Compotas de fruta;
  • Chocolates em tablete ou pó;
  • Frutas em calda /cristalizada;
  • Gelatinas;
  • Produtos de soja;
  • Natas;
  • Manteigas e margarinas;
  • Banhas industriais;
  • Batatas fritas de pacote;
  • Refrigerantes;
  • Sumos concentrados;
  • Whisky;
  • Açúcar glacê.

Apesar destas restrições, as pessoas com doença celíaca podem comer uma dieta bem equilibrada com uma grande variedade de alimentos.

Alimentos permitidos

  • Batata;
  • Arroz;
  • Amaranto;
  • Quinoa;
  • Milho;
  • Mandioca;
  • Tapioca;
  • Carne;
  • Peixe;
  • Ovos;
  • Marisco
  • Fruta;
  • Vegetais;
  • Leguminosas (grão, feijão, ervilhas, favas, etc.);
  • Leite natural gordo, meio gordo e magro;
  • Queijo fresco e requeijão;
  • Iogurtes naturais;
  • Azeite e óleos vegetais;
  • Água;
  • Vinho;
  • Chá;
  • Café puro;
  • Especiarias (noz moscada, pimenta em grão, cravinho, etc.);
  • Ervas aromáticas (salsa, coentros, orégãos, etc.).

Conselhos úteis

  • Pessoas com doença celíaca devem ser cautelosas quando fazem alguma refeição fora de casa, quando compram alimentos no supermercado, nas festas, …
  • Comer fora pode ser um desafio. Quando uma pessoa com doença celíaca estiver com dúvidas sobre um algum item de um menu, deve perguntar sempre ao empregado qual os ingredientes no prato.
  • O glúten além dos alimentos pode ser encontrado em produtos de uso doméstico e em alguns medicamentos, pelo que a leitura de rótulos dos produtos é de extrema importância. Se os ingredientes não estão explícitos no rótulo, o fabricante deve fornecer uma lista, mediante solicitação;
  • O doente celíaco nunca deve abdicar da dieta em situação alguma, pode sentir-se melhor mas não está curado;
  • Em caso de dúvida não deve ingerir o alimento.

Artigos relacionados

Assintomática ou atípica: doença celíaca apresenta uma variedade de sintomas

85% dos doentes celíacos não sabe que tem a doença

Fonte: 
Foto: 
Nota: 
As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico e/ou Farmacêutico.
Longa mas interessante
A doença celíaca é uma doença que danifica o aparelho digestivo, intestino delgado, interferindo com

Há cerca de 10 000 anos, os povos verificaram que era possível semear a terra e obter colheitas de cereais como o trigo, por exemplo. A partir de então o seu rendimento era tal que lhes permitiu viverem no mesmo sítio sem necessidade de andarem constantemente à procura de alimentos. Uma consequência desta descoberta foi a civilização, outra foi o risco de ter a doença celíaca.

No séc. II um grego, Aretaeus da Capadócia, descreveu doentes com um determinado tipo de diarreia usando a palavra ‘Koiliakos’ (aqueles que sofrem do intestino). Tudo leva a crer que já nessa altura ele se referia àquilo que em 1888 Samuel Gee, um médico de Londres, observou em crianças e adultos e que designou por "afecção celíaca", aproveitando também o termo grego. No seu escrito, Gee previa com grande intuição que “controlar a alimentação é a parte principal do tratamento...a ingestão de farináceos deve ser reduzida...e se o doente pode ser curado, há-de sê-lo através da dieta”.

Nos anos que se seguiram, vários médicos, particularmente pediatras, dedicaram-se a observar e a tentar compreender as causas desta doença, embora poucos avanços  tenham sido obtidos.

Durante a 2ª Guerra Mundial o racionamento de alimentos imposto pela ocupação alemã reduziu drasticamente o fornecimento de pão à população holandesa. O Prof. Dicke, de Utrech, verificou então que as crianças com “afecção celíaca” melhoravam da sua doença apesar da grave carência de alimentos. Associou este facto com o baixo conteúdo da dieta em cereais. Esta associação seria confirmada mais tarde em Birmingham por Charlotte Anderson e, trabalhos de laboratório viriam a demonstrar finalmente que o trigo e o centeio continham a substância que provoca a doença: o glúten!

J. W. Paulley, um médico inglês, observara entretanto num celíaco operado que a sua mucosa intestinal não tinha o aspecto habitual; este facto, confirmado por outros investigadores, foi extremamente importante pois essas alterações passariam a permitir um diagnóstico com bases seguras. A importância desta descoberta aumentou quando nos anos 50 um oficial americano, Crosby e um engenheiro, Kugler, desenvolveram um pequeno aparelho com o qual se podiam efectuar biópsias do intestino sem necessidade de operar o doente. Este aparelho, a cápsula de Crosby, ainda hoje, com pequenas modificações, é usado para fazer o diagnóstico da doença celíaca.

Ao longo do tempo esta doença tem sido chamada de muitas maneiras, como celiaquia, enteropatia sensível ao glúten, sprue celíaco, sprue não tropical, etc. Todos estes nomes se referem à mesma situação mas alguns deles foram utilizados por investigadores que estavam convencidos de que se tratava de um problema diferente.

Para terminar com este estado de coisas, a Sociedade Europeia de Gastroenterologia e Nutrição Pediátrica (ESPGAN) propôs em 1969 um certo número de critérios que permitissem um diagnóstico e tratamento correctos. Assim, quando se fala em doença celíaca, referimo-nos a uma situação de intolerância permanente ao glúten que se acompanha de lesões do intestino mais ou menos características, lesões estas que melhoram quando o glúten é retirado da alimentação e voltam a agravar-se quando ele é reintroduzido.

Foto: 
Nota: 
As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico e/ou Farmacêutico.
Dicionário de A a Z
O glúten é uma proteína composta pela mistura das proteínas gliadina e glutenina, que se encontram n

Para algumas pessoas, como os doentes celíacos, a ingestão de glúten provoca danos na parede do intestino delgado, acarretando prejuízos para a saúde.

O glúten encontra-se no endosperma dos grãos de amido. A sua capacidade de absorção de água e a sua viscosidade conferem à massa de farinha as propriedades que a tornam apta para a panificação. Como subproduto na obtenção do amido, é usado no fabrico de rações e alimentos ricos em proteínas e para a produção da glutamina.

Quando ingerido em excesso, o glúten pode provocar a diminuição da produção da serotonina, o que leva a um quadro de depressão mesmo nos indivíduos que não possuem nenhum problema de hipersensibilidade a essa proteína.

É muito frequente surgir em determinadas embalagens de produtos alimentícios a frase: "Contém glúten". É um alerta para os doentes intolerantes ao glúten não consumirem aquele produto.

 

Foto: 
Nota: 
As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico e/ou Farmacêutico.
Estudo revela:
Pessoas que consomem uma porção diária de oleaginosas, como castanhas e nozes, têm uma redução de 20% no risco de morrer de...

Resultados de um estudo conduzido por cientistas do Instituto de Cancro Dana-Farber, do Brigham and Women's Hospital, e da Escola de Saúde Pública de Harvard, nos EUA revelam que as pessoas que consomem uma porção diária de oleaginosas, como castanhas e nozes, têm uma redução de 20% no risco de morrer de qualquer doença e ainda tendem a ser mais magras.

Trata-se do maior trabalho desse tipo já publicado: os investigadores analisaram dados de 76.464 mulheres no período de 1980 a 2010 e de 42.498 homens entre 1986 to 2010.

“O benefício mais óbvio foi a redução em 29% de mortes decorrentes de doenças do coração”, afirmou o médico Charles Fuchs, do Dana-Farber, um dos autores do trabalho. “Mas também observamos uma redução significativa - de 11% - nas mortes por cancro”. Os cientistas não conseguiram determinar quais os tipos de oleaginosas mais benéficas para a saúde - a redução na mortalidade foi similar entre consumidores de amendoim, castanha de caju, castanha do Pará, macadâmia, pistáchio, noz comum e noz pecan.

Estudos anteriores já tinham associado o elevado consumo de oleaginosas à diminuição do risco de doenças como diabetes tipo 2, cancro do cólon, cálculo biliar e doenças do coração. O facto também foi vinculado à redução do colesterol, do stresse oxidativo e dos níveis de inflamação, adiposidade e resistência à insulina. Mas nenhum deles envolveu tanto tempo e um número tão grande de pessoas.

Os cientistas usaram duas grandes bases de dados em que os participantes respondiam a questionários sobre hábitos alimentares e saúde em intervalos de dois a quatro anos. A porção de oleaginosas declarada era de mais ou menos 29 gramas, quantidade que geralmente é oferecida em saquinhos vendidos em máquinas nos EUA. Quanto mais frequente era o consumo, maiores os benefícios notados.

Uma análise mais detalhada permitiu concluir que os consumidores de oleaginosas têm características que também contribuem para a redução de doenças: são mais magros, menos propensos a fumar e a beber, fazem mais exercício, consomem mais frutas e legumes e usam suplementos. Mas os resultados foram confirmados mesmo com esses factores isolados na análise.

Os autores avisam que o estudo não tem como comprovar a causa e efeito. Mas lembram que a conclusão é compatível com outros estudos que mostram os benefícios do consumo de oleaginosas. Os resultados foram publicados no New England Journal of Medicine.

Equipa no Instituto de Medicina Molecular
Uma vacina contra a malária está a ser concebida por portugueses desde 2010.

Miguel Prudêncio, investigador e líder de uma equipa no Instituto de Medicina Molecular (IMM), em Lisboa, recebeu 100 mil dólares da Fundação Bill & Melinda Gates depois de concorrer a um financiamento de Fase I do programa Grand Challenges Explorations. Agora, passados três anos, o investigador volta a ser premiado pela fundação, desta vez com 902 mil euros, para continuar o projecto. Se tudo correr bem, daqui a dois anos começarão os primeiros ensaios clínicos em humanos para testar uma candidata a vacina, cuja ideia nasceu em Portugal, avança o jornal Público.

O conceito de Miguel Prudêncio é simples. É preciso um parasita da malária de roedores, que não causa a doença em humanos, mas interage o suficiente com o sistema imunitário para provocar a imunização. Depois, é preciso inserir um gene do parasita humano no parasita de roedores, para criar uma imunização dirigida à malária humana. A ideia funcionou. O novo financiamento da fase II vai servir agora para fazer as últimas experiências preliminares, desenvolver um método de produção in vitro do parasita de roedores e vai ajudar a fazer a aplicação do pedido para a realização de ensaios em humanos na Holanda. Miguel Prudêncio está esperançoso, mas o investigador sabe que ainda há muitos desafios para ultrapassar, ou não fosse esta uma doença muito complexa.

O parasita da malária começa por se multiplicar no fígado e vai depois para o sangue, onde causa os sintomas. A única vacina que funcionou até hoje, testada na década de 1970, utilizou parasitas atenuados por radiação, que entravam nas células do fígado, mas não conseguiam multiplicar-se. Esta técnica foi aplicada a militares norte-americanos, que tinham de ser picados pelos mosquitos, um método impossível de ser massificado, mas que resultava. Os soldados quando eram depois infectados pelo Plasmodium falciparum – a espécie de parasita que causa a malária mais violenta – não ficavam doentes.

Sabe-se hoje que a fase no fígado provoca a activação do sistema imunitário do hospedeiro humano. A proteína circunsporozoito, que durante este estádio do parasita preenche a sua membrana externa, é a principal responsável pela imunização. Infelizmente, durante a infecção natural da doença, há algo que impede o desenvolvimento da imunidade observada nos militares americanos. “Pensa-se que durante a fase da doença no sangue haja algo que destrua o processo de imunidade, que foi desenvolvido durante a fase do fígado”, diz Miguel Prudêncio ao PÚBLICO. É mais um dos mistérios da malária.

Dicionário de A a Z
O álcool é a substância química mais utilizada pela humanidade.

Quase todos os países do mundo, onde o consumo é aceite, possuem uma bebida típica da qual se orgulham.

O álcool é uma substância lícita que possui uma variedade incontável de bebidas em todo o mundo, obtidas por fermentação ou destilação da glicose presente em cereais, raízes e frutas. É consumido exclusivamente por via oral. O consumo de álcool é medido por doses. Uma dose equivale a 14 gramas de álcool. Para obter as doses-equivalentes de uma determinada bebida, é preciso multiplicar a quantidade da mesma pela sua concentração alcoólica. Tem-se, assim, a quantidade absoluta de álcool da bebida. Em seguida, é feita a conversão: 1 dose para cada 14g de álcool da bebida.

Foto: 
Nota: 
As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico e/ou Farmacêutico.
Crianças
A pneumonia pediátrica adquirida na comunidade continua a ser uma das principais causas de morbilida
Pneumonia pediátrica adquirida na comunidade

A pneumonia é uma infecção nos pulmões e caracteriza-se pela presença de febre e/ou sintomas e sinais agudos do tracto respiratório inferior. Chama-se pneumonia adquirida na comunidade (PAC) quando a infecção é adquirida fora do ambiente hospitalar, isto é, se a criança não esteve internada nos sete dias que precedem o diagnóstico, ou este é feito nas primeiras 48 horas de internamento.
A PAC tem elevada prevalência nas crianças e pode transmitir-se vários modos, dependendo da causa. No caso de se tratar de um microrganismo, a transmissão pode ocorrer por inalação de gotículas respiratórias contaminadas ou micro aspiração de secreções contaminadas da faringe. Continua a ser uma das principais causas de morbilidade/mortalidade em idade pediátrica. Em Portugal, a incidência anual de internamentos em Pediatria, por PAC é de cerca de 30/1000.

A PAC pode ocorrer em todas as idades no entanto, existem microrganismos diferentes dependendo da idade e também da sua condição geral de saúde. Por exemplo, os recém-nascidos, as crianças imunodeprimidas, com doenças crónicas ou internadas, constituem um grupo à parte, podendo ser infectadas por microrganismos diferentes. Além disso, em idades mais precoces (até aos 3 meses) a gravidade da pneumonia é habitualmente superior à de uma criança mais velha.

Factores de risco
A idade da criança, a frequência no infantário, o ambiente familiar e a apresentação clínica da doença são factores a ter sempre em consideração. Se os vírus respiratórios são os principais agentes infecciosos mais vezes implicados, as bactérias como o Mycoplasma pneumoniae, o Staphylococcus aureus, o Haemophilus influenzae tipo b e o Pneumococcus, (actualmente menos frequentes, devido às vacinações instituídas) são outras causas de pneumonia na criança.

Sinais e sintomas
Habitualmente a criança apresenta mal-estar, febre elevada e tosse, podendo também apresentar dificuldade respiratória, dor no tórax, perda de apetite, vómitos ou dor abdominal.

Os especialistas costumam alertar para o facto de, nem toda a criança com pneumonia tem tosse e nem toda a criança que tosse tem pneumonia.

Nas pneumonias víricas, existem muitas vezes familiares com sintomas respiratórios em casa e a criança apresenta, durante alguns dias, pingo no nariz e tosse; entretanto, surge febre, que não costuma ser muito elevada e sinais de dificuldade respiratória, mais ou menos intensos.

O quadro de pneumonia bacteriana é habitualmente mais súbito e exuberante, com febre elevada, tosse e dificuldade respiratória.

Diagnóstico
O diagnóstico etiológico (conhecer a causa) não é essencial na maioria dos casos de PAC. A decisão do tratamento impõe-se no momento do diagnóstico e baseia-se sobretudo em critérios epidemiológicos (contexto familiar de infecção, frequência de Infantário, agentes mais frequentes no grupo etário a que a criança pertence) e apresentação clínica.

O especialista pode basear-se apenas na observação da criança para concluir que se trata de uma pneumonia, sem requisitar qualquer exame. Pode inclusive acontecer que nas crianças que não têm uma pneumonia complicada e que cumprem o tratamento em casa, não necessitem de fazer outros exames de diagnóstico. No caso, de pneumonias mais graves que obrigam ao internamento, é habitual realizarem-se radiografias pulmonares e outros exames no sentido de avaliar o seu estado clínico e determinar a causa da pneumonia. Contudo, o diagnóstico da PAC pode incluir a clínica, com particular importância para a auscultação pulmonar, radiografia pulmonar e resultados laboratoriais.

Causas
A PAC é normalmente causada por microrganismos (bactérias, vírus, ...) que atingem os pulmões e que aí se instalam desenvolvendo uma infecção. Pode também ser causada por gases nocivos, aspiração do conteúdo do estômago, etc.

Os vírus respiratórios são os agentes mais frequentemente responsáveis por PAC nas crianças mais novas (até aos 5 anos), sendo cada vez menos prevalentes à medida que cresce.

São relativamente frequentes as infecções por mais que um agente (coinfecção em 8 a 40 por cento dos doentes hospitalizados). Em qualquer idade, o Streptococcus pneumoniaeé o agente mais vezes responsável por pneumonia bacteriana grave.

As infecções por Haemophilus Influenza tipo b foram virtualmente eliminadas nos países em que a vacinação é obrigatória e universal. No entanto, podem ter de ser consideradas nas crianças muito pequenas, não completamente imunizadas.

Actualmente, o Staphilococcus aureus é um agente muito raro de pneumonia, não podendo, no entanto, ser esquecido, particularmente no primeiro ano de vida.

O Streptococcus pyogenes, embora seja uma bactéria poucas vezes responsável por PAC, pode causar pneumonias graves.

Tratamento
A decisão sobre o tratamento empírico deve basear-se nos critérios de diagnóstico e que incluem a idade da criança e consideram factores epidemiológicos, quadro clínico e dados da radiografia de tórax.

O tratamento deverá incluir medidas gerais de controlo da febre, hidratação e oxigenação adequadas. De uma forma geral os medicamentos utilizados no tratamento da PAC são os antibióticos e os antipiréticos (medicamentos que baixam a temperatura) Contudo, um grande número de pneumonias em crianças são causadas por vírus e estas não são tratadas com antibióticos, portanto o tratamento é individualizado.

A maioria das crianças pode ser tratada em casa, mas cabe ao médico avaliar clinicamente o doente e decidir o local onde deve ser feito o tratamento. Habitualmente, os recém-nascidos são internados.

O prognóstico da PAC nas crianças é bom, com recuperação completa sem sequelas na maioria dos casos. Existem raras situações em que a doença é mais grave, prolongada e pode deixar sequelas.

Actualmente, existem no mercado duas vacinas que são dirigidas contra duas bactérias que frequentemente causam pneumonia ( Haemophilus influenza e Streptococcus pneumoniae). Uma delas (contra o Haemophilus influenza) encontra-se incluída no actual plano de vacinação e desde a sua introdução este agente raramente é responsável por pneumonias. A administração da outra vacina deve ser discutida com o médico assistente da criança.

Foto: 
Nota: 
As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico e/ou Farmacêutico.
Malo Clinic
Saúde é definida pela OMS como " o estado de completo bem-estar físico, mental e social e não s

O edentulismo (ausência de dentes) é um problema que afeta a população a nível mundial e não está somente relacionado com a falta de cuidados de saúde oral, traumatismos, doenças como a cárie e a doença periodontal, mas também com a idade. O edentulismo varia entre as raças, entre os povos de diferentes países, idades e condições socioeconómicas. Nova Zelândia, Reino Unido e até mesmo a Suécia, países considerados altamente desenvolvidos onde as pessoas têm uma boa assistência de saúde, apresentam elevados índices de edentulismo entre os idosos. Em termos estatísticos, segundo a Ordem dos Médicos Dentistas, em Portugal a população com mais de 65 anos tem uma taxa de edentulismo total ou parcial de cerca de 60%.

As perdas dentárias acarretam sérios problemas. Afetam a mastigação e a digestão de alimentos (dificultando cortá-los, triturá-los e moê-los) acabando por sobrecarregar o estômago e o intestino, podendo causar problemas mais graves, tais como o aparecimento de úlceras gástricas. Afetam a fonética, levando a uma dificuldade em pronunciar determinadas letras e sílabas das palavras e comprometem a imagem do indivíduo. Uma pessoa que não tem dentes tem comprometida a sua aparência o que acaba por afetar a autoestima. É bastante comum que os portadores de próteses removíveis tenham vergonha de serem vistos sem as mesmas e de mencionar que as usam. A maioria destas pessoas tem problemas em utilizá-las, quer pelo desconforto de ter um elemento instável na boca e que muitas vezes cai com a fala ou balança durante a mastigação, quer pela contínua reabsorção do osso e perda de suporte que conduzem com o tempo a uma desadaptação cada vez maior e ao aparecimento de feridas. Este processo leva a que alguns pacientes deixem de suportar por completo este tipo de próteses.

Felizmente os maiores avanços técnicos em saúde oral têm-se registado na reabilitação destes pacientes. A utilização de implantes dentários que funcionam com “raízes falsas” veio revolucionar a Medicina Dentária na medida em que permite atualmente evitar em todas as situações a utilização de próteses removíveis e as inúmeras desvantagens associadas ao uso das mesmas.

A técnica All-on-4™ que começou a ser desenvolvida em 1993 pela MALO CLINIC é uma técnica simples mas completamente revolucionária, reconhecida pela Comunidade Científica Internacional como uma das maiores inovações dos últimos 40 anos no campo da Medicina Dentária. Antes desta técnica, para muitos pacientes o transplante ósseo era uma etapa obrigatória e limitativa do processo de reabilitação oral. Sem necessidade de enxerto ósseo, o All-on-4™ permite que o paciente tenha a “terceira dentição” colocada após uma única cirurgia com duração entre 30 minutos a 1 hora (dependendo da complexidade de cada caso) e 3 a 4 horas depois do início do processo. Rapidez e conforto são as vantagens face às técnicas tradicionais, tendo reduzido para metade os custos desta reabilitação. Esta inovadora técnica tornou realidade o sonho de muitos pacientes desdentados totais de terem dentes fixos e assim melhorarem a sua imagem, evitando demorados, desconfortáveis e dolorosos procedimentos cirúrgicos de reconstrução óssea.

Para o planeamento deste tipo de cirurgia, é necessário fazer uma avaliação da quantidade óssea disponível recorrendo a uma TAC. Nos casos mais “simples” os quatro implantes são colocados no osso do maxilar em questão. Se contudo a TAC revelar “pouco osso” recorre-se a implantes mais longos ancorados no osso zigomático aplicando o All-on-4 Híbrido™ ou All-on-4 Extra-Maxila™ permitindo de igual modo a colocação da prótese e consequentemente o restabelecimento funcional e estético no próprio dia. Estes procedimentos poderão ser realizados recorrendo a anestesia geral ou não, conforme os casos.

Com as novas tecnologias, nomeadamente as inovações de software para reconstrução tridimensional dos maxilares dos pacientes a partir da TAC (como a tecnologia NobelGuide™), consegue-se hoje, em grande parte dos casos o planeamento no computador destas cirurgias permitindo a sua a realização através de uma cirurgia minimamente invasiva reduzindo em muito o tempo cirúrgico e anulando qualquer desconforto durante e após a cirurgia.

Para além da evolução neste campo da medicina em termos de técnicas cirúrgicas, temos vindo a assistir paralelamente a grandes evoluções no processo de reabilitação protética com o aparecimento de materiais cerâmicos e acrílicos que mimetizam fielmente os dentes naturais o que nos permite reabilitar um desdentado total com dentes fixos o mais idênticos possível aos dentes naturais. Isto permite-nos afirmar que há soluções para qualquer pessoa poder voltar a falar com confiança, comer todo tipo de alimentos e voltar a sorrir.

Fonte: 
Nota: 
As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico e/ou Farmacêutico.
Mais frequente em crianças
A vacina é o método mais eficaz para evitar contrair pneumonia por Hemophilus influenzae, mais frequ
Pneumonia causada por Hemophilus influenzae

A pneumonia é uma inflamação do tecido pulmonar de origem infecciosa, constituindo uma importante causa de mortalidade entre as crianças, idosos e pessoas com defesas orgânicas reduzidas. A infecção inicia-se nos brônquios e bronquíolos para originar vários focos em vários segmentos de um ou ambos os pulmões sucessivamente.

São diversos os agentes que podem provocar pneumonia, embora os mais frequentes sejam as bactérias. A pneumonia por Hemophilus influenzae é responsável por significativa morbilidade e mortalidade em todo o mundo, especialmente em crianças com menos de 5 anos.
O Hemophilus influenzae vive na orofaringe das pessoas mas nem sempre causa doença. Ou seja, uma pessoa pode ser portadora assintomática e não apresentar sintomas. A transmissão da doença ocorre por gotículas respiratórias.

De referir que apesar do seu nome, este tipo de pneumonia causada pela bactéria Hemophilus influenzae, nada tem a ver com o vírus da influenza que causa a gripe. As estirpes de Hemophilus influenzae tipo b são o grupo mais virulento e provocam graves doenças, como a meningite, a epiglotite e a pneumonia, embora com o uso amplamente difundido da vacina com o Hemophilus influenzae tipo b, a doença grave causada por este microrganismo está a tornar-se menos frequente.

Infelizmente a vacina não está disponível para aproximadamente 75 por cento das crianças, sobretudo aquelas que vivem nos países mais pobres, onde ocorrem anualmente 3 milhões de casos de doença invasiva e pelo menos 400 mil mortes.

Por esta razão a Organização Mundial de Saúde (OMS) recomendou, recentemente, a implementação global desta vacina nos Programas Nacionais de Vacinação, excepto nos casos em que o impacto da doença fosse baixo, sem benefícios ou com fortes impedimentos à sua implementação.

Os sintomas da infecção podem ser acessos de espirros e corrimento nasal, seguidos pelos sintomas mais característicos da pneumonia, como febre, tosse que produz expectoração e dispneia.
É frequente o aparecimento de líquido na cavidade pleural (o espaço compreendido entre as duas camadas da membrana que reveste o pulmão e a parede torácica); esta afecção denomina-se derrame pleural. O tratamento deste tipo de pneumonia inclui a administração de antibióticos.

Foto: 
Nota: 
As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico e/ou Farmacêutico.
Malo Clinic
Atualmente a Medicina Estética deixou de ser uma área reservada exclusivamente a uma pequena franja

Uma das áreas que reflete melhor a democratização da Estética é a Medicina Dentária, que ao longo dos anos passou de uma área exclusivamente médica, onde o objetivo era o tratamento de uma doença, para um conceito multidisciplinar em que o resultado estético é determinante.

As pessoas em geral têm hoje maiores exigências e sabem concretamente o que querem mudar ou melhorar quando nos procuram. Por outro lado, com a evolução dos materiais dentários e tecnologia, as expectativas em relação aos resultados em Medicina Dentária são cada vez mais elevadas. Daí que a articulação entre a Medicina Dentária e a área da Medicina Estética, seja uma realidade cada vez mais frequente.

Um sorriso agradável é aquele em que o tamanho, a forma, a posição e a cor dos dentes, estão em harmonia com os tecidos circundantes e a simetria é mantida. Para a perceção da estética de um sorriso, a dentição é apenas parte de um todo onde, o tecido gengival, o espaço intermaxilar, os lábios e finalmente a face, assumem um papel relevante. Com o envelhecimento, a derme perde espessura devido à redução das fibras elásticas e do colagénio. Essas alterações são também responsáveis pelo enrugamento, apesar dos grandes sulcos poderem decorrer também da resposta do organismo ao meio envolvente como o frio, o calor e a exposição solar.

A reabilitação oral é muitas vezes o momento de viragem no que diz respeito à preocupação do indivíduo face à sua aparência, sendo impulsionadora de mudanças de hábitos e geradora de autoestima. Com o intuito de atenuar as marcas do tempo, cada vez mais pessoas recorrem a novas soluções no âmbito da Medicina Estética, sendo a região perioral (em redor da boca), um dos principais alvos destes tratamentos.

Com o aparecimento dos materiais de preenchimento usados na Cirurgia Estética é possível alterar a aparência das zonas periorais sem recorrer à cirurgia dita convencional. Tratamentos com injetáveis têm sido vastamente utilizados em tratamentos de preenchimento labial, uma vez que permitem a obtenção de resultados praticamente imediatos (de trinta minutos a duas horas), sem as complicações subjacentes a uma intervenção cirúrgica. Os tipos de injetáveis mais utilizados são o ácido hialurónico, a hidroxiapatite e o colagénio que são infiltrados diretamente nas rugas para preenchimentos peri-labiais, peri-oculares, nos lábios e contorno mandibular que teima em ser o primeiro a descair depois dos 40 anos. Estes procedimentos podem não recorrer à anestesia e os materiais utilizados são absorvidos pelo organismo, variando a sua duração de semanas a meses. Esta característica é vantajosa, uma vez que para o paciente é sempre uma possibilidade reversível.

Em alguns casos, nomeadamente no combate ao envelhecimento facial, pode ser necessário recorrer a cirurgia plástica propriamente dita como os liftings faciais, temporais, cervicais, as blefaroplastias (redução das pálpebras) e mentoplastias (redução do queixo).

Tratamentos com infravermelhos, radiofrequência, luz pulsada e laser podem também ser utilizados com a finalidade de melhorar o contorno, a flacidez, as manchas, as rugas superficiais e as cicatrizes de acne. Por fim, o tratamento com injeção de Toxina Botulinica (Botox) é amplamente utilizado com a finalidade de paralisar os músculos que provocam as rugas da testa e os pés de galinha, enquanto injeções de ácido poli-L-láctico em pontos estratégicos da face, visam estimular o colagénio e a elastina a formar uma rede de sustentação de toda a pele da face, contrariando a flacidez e evitando que as convexidades se transformem em concavidades.

Para que um plano de tratamento resulte plenamente terá de ser elaborado por uma equipa multidisciplinar que articule as várias áreas do conhecimento para atingir um resultado de excelência.

Fonte: 
Nota: 
As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico e/ou Farmacêutico.
Fique a conhecer
As crianças, entendidas, de acordo com a Convenção sobre os Direitos da Criança, como "todo o s
Criança com óculos de aviador a brincar aos aviões

 

1. Deve ser avaliado o crescimento e desenvolvimento e registar, nos suportes próprios, nomeadamente no Boletim de Saúde Infantil e Juvenil, os dados do desenvolvimento físico, bem como parâmetros do desenvolvimento psicomotor, escolaridade e desenvolvimento psicossocial.

 

2. Estimular a opção por comportamentos saudáveis, entre os quais os relacionados com:
- A nutrição, adequada às diferentes idades e às necessidades individuais, prevenindo práticas alimentares desequilibradas;
- A prática regular de exercício físico, a vida ao ar livre e em ambientes despoluídos e a gestão do stress;
- A prevenção de consumos nocivos e a adopção de medidas de segurança, reduzindo assim o risco de acidentes.

3. Promover:
- O cumprimento do Programa Nacional de Vacinação;
- A suplementação vitamínica e mineral, nas idades e situações indicadas;
- A saúde oral;
- A prevenção de acidentes e intoxicações;
- A prevenção dos riscos decorrentes da exposição solar;
- A prevenção das perturbações da esfera psicoafectiva.
 
4. Os pais, educadores e profissionais de saúde devem estar atentos para a detecção precoce de situações que possam afectar negativamente a vida ou a qualidade de vida da criança e do adolescente, como:
- Malformações congénitas (doença luxante da anca, cardiopatias congénitas, testículo não descido);
- Perturbações da visão, audição e linguagem;
- Perturbações do desenvolvimento estaturoponderal e psicomotor;
- Alterações neurológicas, alterações de comportamento e do foro psicoafectivo.
 
Aos profissionais de saúde cabe:
 
a) Prevenir, identificar e saber como abordar as doenças comuns nas várias idades, nomeadamente reforçando o papel dos pais e alertando para os sinais e sintomas que justificam o recurso aos diversos serviços de saúde;
b) Sinalizar e proporcionar apoio continuado às crianças com doença crónica/deficiência e às suas famílias, bem como promover a eficaz articulação com os vários intervenientes nos cuidados a estas crianças;
c) Assegurar a realização do aconselhamento genético, sempre que tal esteja indicado;
d) Identificar, apoiar e orientar as crianças e famílias vítimas de violência ou negligência, qualquer que seja o seu tipo;
e) Promover a auto-estima do adolescente e a sua progressiva responsabilização pelas escolhas relativas à saúde;
f) Prevenir situações disruptivas ou de risco acrescido;
g) Apoiar e estimular a função parental e promover o bem-estar familiar.

Artigos relacionados

 

Foto: 
Nota: 
As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico e/ou Farmacêutico.
Estudo demonstra:
Um grupo de cientistas suíços demonstrou que o consumo de cobre, metal presente na água potável, acelera o crescimento de...

Um estudo realizado por especialistas da Escola Politécnica Federal de Lausanne (EPFL) na Suíça testou os níveis máximos de cobre permitidos na rede de provisão pública da água. “A nossa maior surpresa foi constatar que acrescentando uma pequena quantidade de cobre à água potável, acelerávamos o desenvolvimento de tumores nos ratos, o que demonstra que este metal é um nutriente essencial para as células cancerígenas”, explicou a autora principal do estudo, Seiko Ishida.

Os cientistas da EPFL descartaram que o cobre possa produzir cancro, já que os ratos com boa saúde expostos aos mesmos níveis de cobre na água potável que os ratos com cancro não desenvolveram a doença. “Os tumores, ao contrário dos tecidos, são particularmente sensíveis aos níveis de cobre”, afirmou Ishida, que descreveu este facto como uma “observação desconcertante” que incitou a equipa científica a investigar o problema.

Neste sentido, o estudo sugere que níveis inferiores de cobre nos pacientes com cancro poderiam ajudar no tratamento desta doença. O estudo conclui que se for possível limitar as duas maneiras nas quais as células produzem energia em forma de ATP (respiração e glucólisis), seria possível fazer as células cancerígenas “morrerem de fome”. Para se multiplicarem, tanto as células sãs com as cancerígenas necessitam de energia, que pode ser produzida por “respiração”, para a qual necessitam de oxigénio, ou por “glicólise”, para o qual necessitam de glicose.

A forma mais eficaz de conseguir energia para uma célula é por respiração, processo com o qual a célula armazena a energia numa molécula chamada ATP e que necessita de uma enzima que é activada com o cobre. Os cientistas comprovaram que um menor fornecimento de cobre obstaculiza a actividade da célula de cima implicada no processo de respiração, e que as células cancerígenas compensavam esta apatia com o processo da glucólise, o que mantinha os níveis de ATP mais baixos e parava o crescimento dos tumores. No estudo, dirigido pelo investigador da EPFL Douglas Hanahan, foram utilizados ratos geneticamente modificados portadores de cancro do pâncreas.

Esclareça-se
Conheça as respostas às perguntas mais frequentes sobre as alergias nas crianças.
Alergias nas crianças

O que é a alergia?

A alergia é uma resposta inadequada e exagerada do mecanismo de defesa do nosso organismo, o sistema imunológico, a substâncias que normalmente são inofensivas. Estas substâncias, que normalmente não provocam qualquer reacção mas que podem desencadear respostas alérgicas em pessoas mais susceptíveis, são chamadas alergénios.

O que é que acontece no nosso corpo quando ocorre uma reacção alérgica?

Quando um alergénio entra em contacto com o organismo de uma pessoa predisposta a alergias, ocorre uma série de reacções que levam à produção de anticorpos específicos para esse alergénio - as imunoglobulinas E (IgE). Estes anticorpos colam-se a células chamadas mastócitos, que se encontram em maior quantidade no nariz, olhos, pele, pulmões e intestino. Da próxima vez que a pessoa entrar em contacto com essa substância, o alergénio é reconhecido e capturado pela IgE, o que leva à libertação súbita de mediadores, como a histamina, a partir dos mastócitos. São estes mediadores os responsáveis pelos sintomas da reacção alérgica.

Quais são os alergénios mais frequentes?

Os alergénios mais frequentes são os que existem no ar e que podem ser inalados (pólen das árvores ou gramíneas, ácaros do pó, pelo e dejectos dos animais domésticos, esporos de bolores) ou os que podem ser ingeridos nos alimentos (leite de vaca, ovo, peixe, marisco, amendoim) ou em certos medicamentos (antibióticos). O veneno da picada de insectos (abelha, vespa e mosquito) também pode provocar reacções alérgicas.

Quais são as doenças alérgicas mais frequentes e os seus sintomas?

Nas crianças as principais doenças alérgicas são a dermatite/eczema atópico (pele muito seca, vermelha e a descamar, comichão, pequenas borbulhas em certas regiões), a alergia alimentar (vómitos, diarreia, inchaço da língua, lábios e olhos, manchas na pele, falta de ar, chiadeira), a asma (tosse, falta de ar, chiadeira) e a rinite e conjuntivite alérgicas (obstrução nasal com corrimento, comichão nasal, espirros, olhos vermelhos, inchados e com lágrimas, comichão ocular). No primeiro ano de vida predominam a dermatite/eczema atópico e a alergia alimentar. A asma e a rinite/conjuntivite surgem mais tarde.

Todas as crianças com sintomas precisam de fazer testes para as alergias?

Não. Devem fazer testes para as alergias aquelas crianças com sintomas persistentes ou recorrentes que perturbem a sua vida diária, ou seja, que as incomodem no sono, na escola, e aquelas que necessitem de tratamento. 

O que posso fazer para controlar a doença?

O primeiro passo é a evicção dos alergénios, ou seja, evitar a exposição aos alergénios que foram identificados nos testes. Por vezes isso é impossível, como evitar por completo o pólen das árvores ou ácaros do pó, no entanto, devem ser tomadas medidas para reduzir ao máximo o contacto com esses alergénios.
Se necessário, devem ser utilizados medicamentos que controlam os sintomas, embora não curem a doença. Os anti-histamínicos bloqueiam a acção da histamina, um dos principais mediadores libertado durante a reacção alérgica e assim diminuem os sintomas. Os corticosteroides são usados para tratar a inflamação em situações crónicas. Outros medicamentos são receitados dependendo da doença alérgica em causa, emolientes para a dermatite/eczema atópico, descongestionantes nasais para a rinite alérgica e broncodilatadores para a asma. O tratamento das doenças alérgicas deve ser individualizado para cada doente e orientado por um médico experiente. 

O que são as vacinas para a alergia?

A imunoterapia alérgica é uma forma de tratamento que tem como objectivo diminuir a sensibilidade aos alergénios alterando a resposta imunológica do organismo. Consiste na injecção subcutanêa de quantidades crescentes de alergénios de modo a criar tolerância. O tratamento tem uma longa duração, geralmente 3 a 5 anos. Devido ao risco de reacções adversas deve ser efectuado sob vigilância médica. A imunoterapia é eficaz na asma, rinite e conjuntivite alérgicas e na alergia à picada de insectos. Não é útil no tratamento da dermatite/eczema atópico ou alergias alimentares. Só é recomendada para crianças a partir dos 5 anos de idade.

Artigos relacionados

Alergia alimentar afeta mais crianças que adultos

As crianças e as alergias

Bronquiolite na criança

Fonte: 
Foto: 
Nota: 
As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde de A-Z não substituem o parecer/opinião do seu Médico e/ou Farmacêutico.
Saiba quais:
Antes de viajar certifique-se das precauções a ter durante a viagem, que lhe podem poupar alguns dis
Cuidados viagem

Calor e humidade
Em caso de exaustão ou sudação excessiva, o consumo de alimentos ou bebidas ricos em sais minerais ajuda a repor os electrólitos. Os viajantes mais idosos devem ter particular cuidado em ambientes quentes, ingerindo mais líquidos do que o habitual, uma vez que o reflexo da sede diminui com a idade. Também as crianças mais jovens merecem um cuidado especial para não sofrerem desidratação, devendo, para o efeito, beber líquidos em quantidade suficiente.

A adição de um pouco de sal de mesa à comida ou à bebida (excepto se contra-indicado por qualquer razão médica) pode ajudar a prevenir a fraqueza ou a exaustão, principalmente durante o período inicial de adaptação.

Radiação Ultravioleta
Evitar a exposição ao sol no período da 12 às 16 horas, quando a intensidade da radiação UV é maior, é de extrema importância, bem como, a aplicação de um protector solar nas áreas do corpo não protegidas por vestuário, renovando a aplicação com frequência. O protector deve ser de largo espectro e com um factor de protecção (SPF) adequado ao tipo de pele.

Deve igualmente, utilizar óculos de sol protectores dos raios ultravioleta, um chapéu de aba larga e vestuário que proteja os braços e as pernas, tendo sempre particular atenção com as crianças, verificando se estão bem protegidas.

Para os viajantes que tomam medicação, é recomendado verificar se os medicamentos não afectam a sensibilidade à radiação UV. Por outro lado, se anteriormente já tiverem ocorrido reacções dermatológicas adversas, evitar qualquer exposição ao sol e a produtos que tenham estado na origem dessas mesmas reacções.

Água e Alimentos
- Evitar alimentos cozinhados que tenham sido mantidos à temperatura ambiente durante várias horas;
- Ingerir apenas alimentos que tenham sido completamente cozinhados e, se possível, que ainda estejam quentes;
- Evitar alimentos crus, excepto frutos e vegetais que podem ser descascados ou desinfectados; evitar igualmente frutos cujo exterior não esteja intacto;
- Evitar pratos que contenham ovos crus ou mal cozidos;
- Evitar alimentos adquiridos junto de vendedores ambulantes;
- Evitar gelados cuja proveniência não é de confiança, incluindo os dos vendedores ambulantes;
- Informar-se, antecipadamente ou junto das autoridades locais de saúde, sobre peixe e marisco que possam conter biotoxinas venenosas;
- Ferver sempre o leite não pasteurizado antes de o consumir;
- Ferver a água de beber sempre que a sua salubridade for duvidosa; quando não for possível, utilizar um filtro certificado, com manutenção adequada, e/ou um agente desinfectante;
- Evitar o gelo, excepto se produzido com água devidamente desinfectada;
- Evitar lavar os dentes com água não potável;
- As bebidas frias engarrafadas ou empacotadas são em geral de confiança, desde que seladas; também as bebidas quentes são geralmente seguras.

Águas de recreio ou lazer
- Adoptar comportamentos seguros em todas as águas medicinais ou de recreio;
- Evitar o consumo de álcool antes de quaisquer actividades em águas recreativas ou nas proximidades;
- Evitar temperaturas extremas. Isto é particularmente importante para os utentes com patologia médica pré-existente, grávidas e crianças pequenas;
- Evitar o contacto com águas contaminadas;
- Aplicar anti-séptico nas feridas e abrasões cutâneos provocados por corais;
- Evitar engolir qualquer água contaminada;
- Utilizar calçado aquando de caminhadas em zonas costeiras, margens de rios e terreno lamacento.

Animais
Evitar o contacto directo com animais domésticos em zonas onde exista raiva e com todos os animais selvagens ou em cativeiro e garantir que as crianças não se aproximam, tocam ou provocam qualquer animal. Em caso de mordedura animal, e a existir risco significativo de exposição à raiva, deve lavar imediatamente com desinfectante ou sabão e consultar um médico.

Dependendo do local para onde viaja, deve aconselhar-se junto das autoridades locais sobre a existência, na área, de cobras, aranhas e escorpiões venenosos. É aconselhável evitar andar descalço ou com sandálias abertas em terreno onde possam existir esse tipo de animais. Usar calçado fechado e calças compridas e examinar a roupa e o calçado antes de os utilizar, são medidas aconselhadas.

Deve usar repelente de insectos e reaplicar o repelente a cada 3-4h, especialmente em climas quentes e húmidos. O repelente de insectos quando aplicado na roupa tem um efeito mais duradouro do que se for aplicado na pele.

Se for caso disso, deve usar redes mosquiteiras para protecção pessoal durante o sono. O ar condicionado é um meio muito eficaz para manter os mosquitos e outros insectos fora do quarto. Pode, em alguns casos, ser necessário tratar a divisão com um spray insecticida uma vez que ajuda a evitar o contacto com insectos.

Altitude
Se planear uma escalada ou deslocação para grandes altitudes, é necessário um período de adaptação progressivo, bem como especial cuidado de o viajante tem doença pré-existente do foro pulmonar ou cardiovascular. Se assim for, deve procurar aconselhamento médico antes de decidir viajar para estas zonas e, em altitude, se desenvolver dificuldade respiratória de agravamento progressivo com tosse e cansaço e/ou ataxia (falta de coordenação dos movimentos) e alteração do estado de consciência.

Independentemente de ter doença pré-existente qualquer viajante deve evitar grandes esforços físicos, tomar bebidas alcoólicas nas primeiras 24 horas a altitude elevada e reforçar o consumo de água.

Foto: 
Nota: 
As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico e/ou Farmacêutico.
Nas crianças
A desordem por défice de atenção e hiperactividade é uma perturbação do desenvolvimento que afecta o
Hiperactividade

É diversificada a terminologia pela qual é conhecida a Desordem por Défice de Atenção e Hiperactividade (DDAH), sendo que a mais comum é simplesmente hiperactividade. No entanto, DDAH parece ser a expressão generalizada, por tradução directa da expressão Attention Déficit Disorder with Hiperactivity, utilizada pela Associação Americana de Psiquiatria, no seu Manual de Diagnóstico Estatístico de Desordens Mentais, para referir indivíduos que apresentam comportamentos hiperactivos, que têm dificuldade em prestar atenção às tarefas e que têm a tendência para ser impulsivos.

Assim, de acordo com a Associação Americana de Psiquiatria, a DDAH caracteriza-se por um "padrão persistente de falta de atenção e/ou impulsividade-hiperactividade, com uma intensidade que é mais frequente e grave que o observado habitualmente nos sujeitos com um nível semelhante de desenvolvimento".

Em termos práticos, diríamos que uma criança com DDAH manifesta na sua actividade diária padrões comportamentais em que a actividade motora é muito acentuada e inadequada ou excessiva. São crianças que têm muita dificuldade em permanecer no seu lugar, que se mexem ou baloiçam continuamente, que mantêm um relacionamento difícil com os colegas (intrometem-se nas suas brincadeiras), não prestam atenção e precipitam as respostas, etc.. Nenhuma destas manifestações deve ser confundida com má educação ou faltas de comportamento ocasionais.
A verdade é que a DDAH é uma problemática que começa por criar dificuldades na aprendizagem e na adaptação do indivíduo ao meio nos seus primeiros anos de vida e que, na maioria dos casos, se prolonga pela sua vida adulta, não podendo, pois, ser considerada apenas uma condição do ser criança que se ultrapassa com o amadurecimento.

Trata-se, portanto, de uma perturbação do desenvolvimento que afecta o comportamento, a atenção e o autocontrolo. Tem uma base essencialmente neuropsicológica e os factores genéticos conjugam-se com as experiências do indivíduo no seu meio ambiente, para moldar o seu comportamento e a forma como enfrenta e se integra na vida em sociedade.

Estima-se que de 3 a 5 por cento das crianças em idade escolar sofrem de DDAH e que outros 5 a 10 por cento apresentem sintomas em menor número mas que continuam, mesmo assim, a perturbar o curso normal da aprendizagem e o sucesso educativo.

Esta desordem é muito mais comum nos rapazes do que nas raparigas, uma vez que cerca dos 80 a 90 por cento dos casos são diagnosticados no sexo masculino.

Classificação da DDAH
A American Psychiatric Association distingue três subtipos de DDAH de acordo com o predomínio dos sintomas da falta de atenção e da hiperactividade-impulsividade:

  • DDAH do Tipo Predominantemente Desatento;
  • DDAH do Tipo Predominantemente Hiperactivo-Impulsivo;
  • DDAH do Tipo Misto.

Este último é o que é mais frequentemente diagnosticado e combina a hiperactividade com a impulsividade e a falta de atenção.

Sintomas
Para um correcto diagnóstico desta perturbação a American Psychiatric Association descreve nove sintomas de falta de atenção e nove sintomas de hiperactividade-impulsividade.

A falta de atenção
A atenção é um requisito fundamental para o processo de aprendizagem, devendo ser selectiva e contínua, isto é, orientada para um estímulo relevante de entre outros e manter-se nele por um período de tempo alargado.

A atenção de uma criança com esta problemática dispersa-se facilmente com estímulos irrelevantes para a tarefa que está a realizar. A criança tem problemas em orientar a sua atenção de acordo com um processo organizado de prioridades a conceder aos estímulos que o meio lhe vai fornecendo.

Os sintomas que são indicadoras de falta de atenção, a qual adquirirá características patológicas se, com frequência, forem verificados pelo menos seis deles, são os seguintes:

  • Não prestar atenção suficiente aos pormenores ou cometer erros por descuido nas tarefas escolares, no trabalho ou noutras actividades lúdicas;
  • Ter dificuldade em manter a atenção em tarefas ou actividades;
  • Parecer não ouvir quando se lhe dirigem directamente;
  • Não seguir as instruções e não terminar os trabalhos escolares ou outras tarefas;
  • Ter dificuldade em organizar-se;
  • Evitar as tarefas que requerem esforço mental persistente;
  • Perder objectos necessários a tarefas ou actividades que terá de realizar;
  • Distrair-se facilmente com estímulos irrelevantes;
  • Esquecer-se com frequência de actividades quotidianas ou de algumas rotinas.

A hiperactividade
Problemas no controlo dos movimentos do corpo, uma excessiva actividade motora e uma necessidade de estar em constante movimento, são as manifestações essenciais da criança hiperactiva.

Assim, uma criança hiperactiva deverá apresentar persistentemente os seguintes sintomas:

  • Movimentar excessivamente as mãos e os pés e mover-se quando está sentado;
  • Levantar-se na sala ou noutras situações em que se espera que esteja sentado;
  • Correr ou saltar excessivamente em situações em que é inadequado fazê-lo;
  • Ter dificuldade para se dedicar tranquilamente a um jogo;
  • Agir como se estivesse ligado a um motor;
  • Falar em excesso.

A impulsividade
A impulsividade tem manifestações a nível emocional e cognitivo. A falta de controlo emocional leva a criança a agir sem reflectir e sem avaliar as consequências dos seus actos, numa busca imediata de satisfação do desejo sentido. Por outro lado, a baixa tolerância à frustração conduz a manifestações de irritabilidade, em consequência das tensões criadas pelos comportamentos imprevisíveis, e à labilidade afectiva com reflexos na auto-estima.

A nível cognitivo, as manifestações de impulsividade afectam sobretudo o desempenho escolar. Um comportamento cognitivo impulsivo leva a criança a responder aos estímulos sem um processo adequado de análise da informação percebida. Assim, pode apresentar dificuldades nas tarefas como a leitura, a escrita e a matemática.

Uma criança impulsiva deverá apresentar persistentemente os seguintes sintomas:

  • Precipitar as respostas antes que as perguntas tenham acabado;
  • Ter dificuldade em esperar pela sua vez;
  • Interromper ou interferir nas actividades dos outros (intrometer-se nas conversas ou nos jogos).

Diagnóstico
O diagnóstico deve ser feito por um profissional de saúde capacitado, geralmente neurologista, pediatra ou psiquiatra. O diagnóstico pode ser auxiliado por alguns testes psicológicos ou neuropsicológicos, principalmente em casos duvidosos, como em adultos, mas mesmo em crianças, para o acompanhamento adequado do tratamento.

No entanto, o diagnóstico baseia-se na avaliação dos sintomas, sendo que muitos dos sintomas descritos podem, em algum momento, ser observados em qualquer criança, fruto da sua natural irrequietude, o que não quer dizer que ela sofre de qualquer perturbação.

Um correcto diagnóstico deve, por isso, seguir os seguintes critérios:

Quantidade - Devem estar presentes pelo menos seis dos sintomas de falta de atenção ou de hiperactividade-impulsividade;
Duração - Tiverem persistido por um período mínimo de seis meses com uma intensidade que é simultaneamente desadaptada e inconsistente com o nível de desenvolvimento do indivíduo;
Início - Tiverem início antes dos sete anos de idade (antes da idade escolar)
Contexto - Acontecerem em dois ambientes ou contextos diferentes (escola e casa, por exemplo);
Provas - Existirem provas claras de um défice claramente significativo do funcionamento social e académico ou laboral;Exclusão - Ter a certeza que os sintomas não são devidos a outra perturbação mental.

Causas
As causas exactas que conduzem à DDAH não são conhecidas, apesar de existirem evidências claras da existência de alterações neurológicas e neuroquímicas (ao nível dos neurotransmissores - dopamina) do cérebro, nomeadamente alterações nas áreas frontais do cérebro, responsáveis pelas funções executivas.

Vários são os estudos sobre esta matéria que apontam diferentes hipóteses de causas, como sendo um provável peso da hereditariedade e de características bioquímicas, bem como de factores pré-natais, como o uso de álcool e drogas durante a gravidez ou complicações intra-uterinas, e peri-natais.

Outros estudos ainda debruçaram-se sobre a influência da dieta alimentar na DDAH e que permitiram descobrir correlações, embora não tenham sido capazes de explicar com clareza o seu mecanismo de funcionamento. Na verdade, parece que alguns açúcares, corantes e conservantes têm alguma relação com as DDAH.

Embora o conhecimento das causas que conduzem à DDAH permita o diagnóstico mais rigoroso desta problemática e possibilite a adopção de medidas preventivas, os pais e educadores devem preocupar-se menos com a busca das causas (já que é tão imprecisa a sua determinação) e mais com as medidas que reduzam o impacto desta desordem na vida das crianças.

Tratamento
O processo de intervenção da DDAH deve englobar várias metodologias e estratégias de intervenção, como sejam a farmacológica e a comportamental.

Se por um lado, a intervenção farmacológica pode ser essencial, sobretudo nos casos de maior gravidade em termos de frequência e intensidade dos comportamentos disruptivos, por outro lado, se não for complementada com uma intervenção comportamental, os seus benefícios poderão ser apenas residuais.

O tratamento comportamental deve basear a sua linha de actuação em três vertentes: o treino dos pais, o tratamento centrado na criança e a intervenção centrada na escola, com o objectivo de reduzir a frequência de comportamentos inadequados e aumentar a frequência de comportamentos desejados.

Adultos informados e conhecedores dos sintomas da DDAH, serão capazes de estruturar os ambientes de tal forma que o comportamento da criança se torne adequado e sinta sucesso. Desta forma, em vez de se esperar que seja apenas a criança a modificar-se, é o ambiente onde ela interage que se deve modificar e ajustar por mediação do adulto. Ao adulto compete, ainda, providenciar encorajamento para que os comportamentos adequados se repitam.

Foto: 
Nota: 
As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico e/ou Farmacêutico.
Princípios de saúde
Uma boca saudável na idade adulta depende dos cuidados que forem mantidos desde criança.

Ter dentes sãos é fundamental para desfrutar de uma infância saudável. Na criança os dentes são essenciais não só para a alimentação, mas também para uma aprendizagem correcta da fala e o desenvolvimento da sua autoconfiança. Por isso é importante motivar e incentivar a criança no que diz respeito ao cuidado dos dentes.

Está nas mãos dos pais dar um bom exemplo, tanto na hora de ensinar a lavar os dentes como em os levar com regularidade ao dentista. Faça a sua criança ver que uma visita ao profissional de saúde oral é uma experiência positiva. Explique que ajuda a manter uma boa saúde. Ao incentivar uma atitude positiva, aumenta as hipóteses da sua criança visitar regularmente o profissional de saúde oral ao longo da vida e reduz a necessidade de tratamentos mais invasivos e potencialmente geradores de medo e ansiedade.

Dentição de leite
Os primeiros dentes a romper são os quatro incisivos (dois inferiores e dois superiores), entre os seis meses e o primeiro ano. Frequentemente a aparição destes dentes implica dor e sensibilidade nas gengivas que ficam com um aspecto avermelhado ou inflamado. Pode ajudar a diminuir a dor esfregando as gengivas com o dedo, uma dedeira especial para esse efeito ou um anel de borracha refrigerado. Também existem géis e produtos farmacêuticos para aliviar o desconforto provocado pela erupção dos dentes do bebé.

Se a sua criança tiver febre quando os dentes estiverem a erupcionar, pode ser um processo natural de reacção do organismo. Contudo, se a febre persistir, será melhor contactar o seu médico para ajudar a prevenir qualquer outro problema, pois é um período particularmente sensível na interacção do corpo do seu bebé com o meio ambiente.

Aos três anos de idade, a maioria das crianças já tem 20 dentes, ou seja a dentição de leite completa. Estes dentes vão ser substituídos pelos dentes definitivos, mas mesmo assim há que cuidar deles tão bem como dos dentes definitivos. Se não forem tomados cuidados, eles terão de ser removidos, o que implica que os outros dentes ocupem espaços indevidos e a dentição definitiva aparecerá mal posicionada.

Os dentes de leite têm tanta importância para o correcto desenvolvimento das crianças como qualquer outro órgão ou sistema. A principal função será permitir à criança a correcta mastigação dos alimentos. Mas outras funções estão-lhe associadas, nomeadamente o estímulo para o correcto crescimento da face e a manutenção do espaço necessário para o nascimento dos dentes definitivos ou permanentes.

Dentição definitiva
Aproximadamente aos seis anos, a criança começa a perder os dentes de leite. O processo de substituição dos dentes de leite pelos definitivos dura até aos 12-13 anos de idade.

A dentição definitiva está completa aos 18 anos quando nascem os dentes do siso, ficando com 32 dentes definitivos.

Placa bacteriana
A placa bacteriana é uma capa aderente de bactérias nocivas, que se forma continuamente sobre os dentes e que ao acumular-se pode dar origem a cáries ou a gengivite.

Como a substituição dos dentes de leite pelos definitivos é gradual, manter todos os dentes limpos é difícil, a criança terá dentes grandes (dentes definitivos) e ao lado dentes mais pequenos (dentes de leite). Estas irregularidades deixam espaços nos quais se vai acumulando comida e placa bacteriana.

De todos os grupos etários as crianças são as que têm mais tendência a cáries, não só pela alimentação mas também pela falta de destreza manual para lavar a boca. Assim, ensine o seu filho a não comer alimentos doces ou bebidas açucaradas, oferecendo-lhe lanches saudáveis, tais como pão e fruta.

Como lavar os dentes
A limpeza dos dentes deve iniciar-se logo após a erupção do primeiro dente do bebé. Quanto mais cedo se iniciar o hábito diário de higiene oral, melhores perspectivas há de evitar as doenças orais. Por isso, crie junto da sua criança o hábito de higiene oral desde a erupção do primeiro dente. No início, quando há poucos dentes erupcionados, pode utilizar-se uma gaze, dedeira específica para o efeito ou escova de dentes.

Aos três/quatro anos a criança deverá ser capaz de limpar os dentes, sozinha ainda que sob o controlo de um adulto. No entanto, enquanto isso não acontece, tenha em atenção os seguintes conselhos:   

- Quando escovar os dentes do seu filho, faça-o da mesma maneira como escova os seus dentes. Geralmente é mais fácil situando-se atrás da criança e inclinando-lhe a cabeça ligeiramente para trás;
- Utilize uma escova suave especial para crianças e uma pasta com flúor (entre 1000 a 1500 ppm de flúor);
- Comece por limpar as superfícies dos molares, realizando um movimento de trás para a frente;
- Para limpar a superfície exterior dos dentes, coloque a escova de dentes num ângulo de 45º em relação à linha das gengivas;
- Faça movimentos suaves e curtos levando a escova de trás para a frente;
- Para limpar as zonas interiores, coloque a escova para baixo e faça movimentos suaves de cima para baixo com a ponta da escova;
- Não se esqueça de escovar a linha das gengivas e os dentes posteriores;
- Mude de escova a cada três meses, ou antes se os filamentos começarem a ficar gastos;
- Cada criança deve ter a sua própria escova de dentes e não a deixe partilhar ou fazer trocas;
- É importante dedicar especial atenção aos dentes posteriores (molares) onde mais facilmente se desenvolvem cáries;
 
Quando ir ao dentista
É importante que a primeira ida ao dentista seja quando a criança tenha completado a dentição de leite (20 dentes). Isto sucede entre os dois anos e meio e os três anos. O dentista examinará os dentes, as gengivas e os maxilares da criança para verificar a existência de eventuais problemas e ensinar o modo correcto de cuidar e limpar os dentes.
 
Há casos excepcionais de crianças mais novas que desenvolvem cáries precoces e que devem ser vista e tratadas.
A primeira consulta de uma criança deve ser uma experiência agradável, para criar uma atitude favorável ao tratamento dentário durante toda a sua vida.
 
Nota: 
As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico e/ou Farmacêutico.
Dicionário de A a Z
Resumidamente, referem-se alguns aspectos particulares de cada vacina.

Vacina contra a tuberculose (BCG)
Administra-se sob a pele do braço (intra-dérmica) e, embora não seja muito eficaz na prevenção da tuberculose pulmonar, é muito eficaz na prevenção de tuberculoses disseminadas por outros órgãos (que são as mais graves), tendo também efeito na prevenção da lepra, de alguns cancros e leucemias.

Vacina contra a hepatite B (VAHB)
Administra-se no ombro (intra-muscular) e é muito eficaz na prevenção desta doença, que tem vindo a aumentar em todo o Mundo, sobretudo após a adolescência, devido à promiscuidade sexual, à toxicomania, etc.

Vacinas contra a difteria, o tétano e a tosse convulsa (DTP/DT/Td/VAT)
Para estas doenças existem vacinas trivalentes (com os 3 componentes - DTP), bivalentes (com dois componentes, por exemplo difteria e tétano - DT ou Td) e monovalentes (com um componente, por exemplo tétano - VAT). Estas vacinas são administradas no braço ou na coxa (intra-muscular) e permitem evitar aquelas doenças ou, pelo menos, diminuir a gravidade dos seus sintomas e complicações.

A difteria é uma doença muito contagiosa e grave, por vezes mortal; é mais frequente em crianças e afecta primeiro a garganta e o nariz, depois o coração e o sistema nervoso.

A tosse convulsa (coqueluche ou pertussis) é uma doença essencialmente infantil que se manifesta através de acessos de tosse constantes e muito intensos; embora seja menos grave que a anterior também pode ser mortal, sobretudo quando contraída por crianças debilitadas, por exemplo, crianças com má nutrição.

O tétano é outra doença muito grave, frequentemente mortal, que pode atingir qualquer pessoa em qualquer idade. Como os recém-nascidos também podem ser infectados, todas as mulheres grávidas devem estar correctamente vacinadas contra esta doença.

Vacina contra as doenças provocadas pelo Haemophilus influenzae serotipo b (Hib)
Deve ser administrada na coxa (intra-muscular), e permite evitar algumas meningites, pneumonias, otites e doenças graves da garganta, especialmente nas crianças.

Vacina contra as doenças provocadas pela Neisseria meningitidis serotipo C (MenC)
Permite evitar infecções pelo meningococo C. Deve ser administrada na coxa, por via intra-muscular.

Vacina contra a poliomielite (VAP/VIP)
É uma vacina muito eficaz e pode contribuir para a erradicação/desaparecimento da doença. A poliomielite, ou "paralisia infantil", era muito frequente e provocava, principalmente nas crianças, paralisia dos membros inferiores, podendo, nos casos mais graves originar a morte por paralisia dos músculos respiratórios.

Vacina contra o sarampo, a papeira e a rubéola (VASPR/VAR/VAS)
Para estas doenças existem vacinas trivalentes (contra os 3 vírus - VASPR), bivalentes (por exemplo, contra o sarampo e a rubéola - VASR) e monovalentes (por exemplo, contra o sarampo - VAS). No PNV administra-se a vacina trivalente, ou tríplice (VASPR - vacina conjunta contra as 3 doenças), que é aplicada no braço, numa só injecção subcutânea. É uma vacina muito eficaz e importante para o controlo e erradicação das doenças alvo, permitindo também reduzir a gravidade dos seus sintomas e complicações.

O sarampo pode originar pneumonias graves, por vezes mortais, nas crianças mais pequenas, bem como doenças neurológicas graves e mortais em adolescentes e adultos.

A papeira ou parotidite epidémica pode originar meningites, causar doenças dos testículos nos rapazes, e doenças dos ovários nas raparigas.

A rubéola pode causar defeitos congénitos graves nos recém-nascidos de mães não vacinadas (infectadas durante a gravidez).

Em Janeiro de 2006 foi incluída no PNV uma vacina contra a doença invasiva por Neisseria meningitidis do serogrupo C − Meningite C (MenC). A vacina oral contra a poliomielite (vírus vivo atenuado) foi substituída pela vacina injectável (vírus inactivado). A vacina de "célula completa" contra a tosse convulsa (DTP) foi substituída pela vacina "acelular" (DTPa), que origina menos efeitos colaterais.

O novo PNV inclui ainda duas vacinas tetravalentes (DTPaHib e DTPaVIP) e uma vacina pentavalente (DTPaHibVIP), que permitem reduzir o número total de inoculações ("injecções"). Além de protegerem contra doenças como a difteria, o tétano e a tosse convulsa, a vacina DTPaHib confere imunidade contra o Haemophilus influenzae b, e a vacina DTPaVIP previne a poliomielite; a vacina DTPaHibVIP confere imunidade contra as cinco doenças acabadas de referir.

Em Setembro de 2008 foi incluída no PNV uma vacina contra infecções pelo Vírus do Papiloma Humano (VPH). Esta vacina é dada a raparigas a partir dos 13 anos de idade.

Fora do âmbito da gratuitidade do PNV existem outras vacinas disponíveis em Portugal. Recomenda-se a administração da vacina contra a gripe − virus Influenzae − a determinados grupos de risco (por exemplo, idosos e crianças com problemas respiratórios crónicos); a aplicação desta vacina deve ser anual, nos meses de Setembro ou Outubro (início do Outono).

Todas as vacinas mencionadas têm muito poucas contra-indicações, podendo ser administradas durante tratamentos com antibióticos ou durante períodos de doença ligeira, como por exemplo constipações, más disposições, diarreia ou febre inferior a 38,5ºC.

Foto: 
Nota: 
As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde de A-Z não substituem o parecer/opinião do seu Médico e/ou Farmacêutico.
Na criança
A febre - aumento da temperatura corporal - é um sintoma que pode ser causado por uma grande varieda

A febre é uma elevação da temperatura do corpo para a defesa do organismo. É normalmente uma resposta a uma situação infecciosa benigna de curta duração.

É habitual a temperatura subir ao final da tarde e que no pico febril a criança fique prostrada (com actividade diminuída) e sem apetite.
 
 
 
Como medir a temperatura
Os locais de medição de temperatura podem ser vários, no entanto, considera-se febre acima dos 38˚C de temperatura rectal.
 
Temperatura axilar
O termómetro deve ser colocado na axila, mantendo o braço firmemente apertado junto ao tórax durante quatro minutos ou até o termómetro dar sinal sonoro. Corresponde a 1˚C abaixo do valor rectal.
 
Temperatura rectal
Introduzir o termómetro no recto da criança durante dois minutos
 
Temperatura timpânica
Tem a vantagem da comodidade e da rapidez. Requer um termómetro próprio. O valor corresponde a 0,5˚C abaixo do valor rectal.
 
Medidas gerais
 
  • Avaliar a temperatura regularmente;
  • Manter temperatura do ambiente entre os 18˚C e os 20˚C com local arejado sem correntes de ar;
  • Dar antipirético prescrito – medicamento para baixar a temperatura, como por exemplo, o paracetamol – se a temperatura acima dos 38,5˚ C rectal ou conforme recomendação do seu médico;
  • Avaliar temperatura 30 minutos depois de dar antipirético;
  • Se após os 30 minutos a temperatura não baixar: arrefecer a criança com uma toalha molhada em água morna, friccionando com suavidade a pele (após 30 minutos voltar a avaliar a temperatura);
  • Oferecer líquidos à temperatura ambiente para evitar a desidratação; Bebés com amamentação exclusiva mantêm a amamentação.

Agasalhar ou despir
Na subida de temperatura quando a criança está com calafrios e extremidades frias deve-se aquece-la após a administração do antipirético.

Já no arrefecimento há que permitir a libertação de calor despindo gradualmente a criança.

Quando consultar o médico

  • Criança com menos de três meses de idade;
  • Quando a febre se mantém após três dias, apesar da medicação e das medidas gerais;
  • Febre acompanhada de vómitos repetidos, dificuldade respiratória e manchas na pele;
  • Se surgir algum dos sinais de alerta.

Sinais de alerta

  • Convulsão;
  • Manter prostração após a toma do antipirético;
  • Sinais de desidratação;
  • Dificuldade respiratória;
  • Manchas na pele.
Fonte: 
Foto: 
Nota: 
As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico e/ou Farmacêutico.
Saiba tudo sobre:
A incontinência urinária tem um impacto directo negativo na qualidade de vida do idoso e está associ
Incontinência urinária

A incontinência urinária caracteriza-se pela perda incontrolável da urina, e pode manifestar-se em qualquer idade, embora as causas sejam diferentes dependendo desta. A verdade é que a incidência global da incontinência urinária aumenta progressivamente com a idade. É, por isso, um problema muito frequente na população idosa, uma vez que os dados apontam para que mais de 50 por cento dos idosos com mais de 80 anos são incontinentes.

O problema agrava-se quando os doentes por embaraço, medo ou por vergonha, ou mesmo por achar que se trata de uma inevitabilidade do avançar da idade, não procuram ajuda médica, e muitas vezes da família, e preferem isolar-se acabando em complicados estados depressivos e pode até constituir um motivo para a institucionalização. Segundo os dados disponíveis entre 35 a 50 por cento da população internada sofre de incontinência urinária.

Para além do impacto directo na qualidade de vida, a incontinência urinária, predispõe a dermatoses genitais, úlceras de pressão, infecções do tracto urinário, quedas e fracturas ocorridas, frequentemente, no caminho para a casa de banho.

É certo que com a idade surgem naturalmente alterações que por si só não provocam incontinência mas podem predispor para ela. Podem ser tão simples como a diminuição da mobilidade, a qual, associada a uma dificuldade em retardar a micção - urgência miccional - relativamente frequente no idoso, impede que a pessoa se desloque até à casa de banho a tempo. Com a idade perde-se também a destreza manual e o simples acto de desapertar os botões das calças pode tornar-se numa complicada e morosa tarefa. A bexiga do idoso perde algumas propriedades tornando-se frequentemente hiperactiva, isto é, obriga a micções mais frequentes, de pequeno volume e acompanhadas de urgência miccional.

Com o avançar da idade são também muito frequentes, quer no homem como na mulher, as micções nocturnas. São várias as causas desta situação que designamos por noctúria. Em condições normais os rins não produzem urina durante o sono graças à secreção de uma hormona (hormona anti-diurética), mas com a idade ou por interacção de algumas doenças como a obstrução causada pelo aumento da próstata, infecções urinárias, a insuficiência cardíaca, a diabetes, entre outras, esta situação altera-se e as pessoas idosas têm que se levantar 2 ou 3 vezes durante a noite. Se tiverem tomado comprimidos para dormir têm mais dificuldade em despertar para urinar.

Um outro factor importante, e que pode ser contornado, é a acção de alguns medicamentos, que podem tornar o idoso menos reactivo ao ponto de não se aperceber da vontade de urinar.

Existem ainda factores mais complicados como as alterações do estado mental, em que o grau de consciência se vai deteriorando, começando por poder causar uma falta de motivação até chegar à completa perda do controlo voluntário da micção.

Os tipos de incontinência urinária

Incontinência urinária transitória

Os tipos de incontinência que afecta a população idosa classificam-se essencialmente em dois tipos: transitória ou crónica. No primeiro caso, normalmente, é reversível mas tudo depende das causas que estão na sua origem, de um modo geral, fora do aparelho urinário. Contudo, embora chamada transitória, esta forma de incontinência pode tornar-se definitiva, se não for tratada.

Existe, na língua anglo-saxónica, uma mnemónica, "DIAPPERS", para descrever as causas da incontinência transitória e cujo significado, em português, é fraldas. Cada letra é a inicial de uma possível causa:

D - Delirium (Delírio);
 I - Infection (Infecção);
A - Atrophic urethritis/vaginitis (Vaginite ou uretrite atrófica);
P - Pharmacologic (Farmacológica);
P - Psychologic (Psicológica);
E - Excess urine output (Excesso de produção de urina);
R - Restricted mobility (Mobilidade restringida);
S - Stool impactation (Fecalomas);

Incontinência urinária crónica

A incontinência crónica subdivide-se em quatro tipos de incontinência: causada por hiperactividade do detrusor, por esforço, por regurgitação e funcional.

Hiperactividade do detrusor

A prevalência da hiperactividade do detrusor situa-se, nos idosos que se queixam de incontinência, entre os 40 e 70 por cento. As principais queixas são a imperiosidade miccional, que se descreve como uma vontade de urinar súbita e irreprimível que os impele a dirigirem-se rapidamente ao quarto de banho, e a perda involuntária que se segue se não chegam a tempo.

A imperiosidade é causada por um contracção forte ou muito forte do detrusor e que ocorre sem que a bexiga ainda esteja cheia; esta contracção leva a um aumento da pressão intra vesical e, se esta for superior à pressão de encerramento uretral, dará origem a incontinência. Pode ser parte de doenças que afectam o sistema nervoso central em que este não consegue inibir sinais sensoriais aferentes provenientes da bexiga dando-se, por isso uma contracção involuntária. Nos casos, em que a hiperactividade do detrusor está associada a uma doença neurológica, dá-se o nome de hiperreflexia do detrusor.

Há ainda outras situações, em que, embora não exista qualquer deficiência do sistema nervoso central, o mesmo não é capaz de inibir, de maneira eficaz, os sinais aferentes sensoriais vesicais por estes serem em número muito superior ao normal como, por exemplo, nos casos de cistites, uretrites atróficas ou prolapsos uterinos, na mulher, e hipertrofia benigna da próstata, no homem.

A hiperactividade do detrusor existe fisiologicamente, nos idosos, em dois subtipos. Num deles a função contráctil da bexiga está mantida e no outro está comprometida; este último subtipo é o mais comum e representa a coexistência de duas situações, hiperactividade do detrusor e flacidez vesical e não duas entidades separadas. Desta situação pode resultar, por um lado, retenção urinária por causa da flacidez vesical e por outro, incontinência, nos casos em que as contracções involuntárias do detrusor são despoletadas ou ocorrem ao mesmo tempo que aumentos da pressão intra-abdominal e são muito fracas para serem detectadas.

Incontinência urinária por esforço

A incontinência de esforço é a causa mais comum de perda de urina nas senhoras menopáusicas e ocorre por relaxamento do pavimento pélvico causado geralmente por partos múltiplos e pelo envelhecimento. É rara nos homens e, nestes casos, é geralmente iatrogénica, sendo consequência de lesões do esfíncter uretral feitas no decorrer de manobras ou intervenções cirúrgicas urológicas.

A sua sintomatologia é muito típica e consiste na perda involuntária de urina resultante do aumento da pressão intra-abdominal; este aumento de pressão, que é fisiológico e se desencadeia quando um indivíduo tosse, ri, espirra, se dobra ou se levanta, transmite-se à urina que está no interior da bexiga e, se for superior à pressão de encerramento da uretra, permite uma passagem involuntária de urina. Pode ser causada por hipermobilidade da uretra, deficiência intrínseca do esfíncter uretral ou mista.

A incontinência por hipermobilidade da uretra, a mais vulgar, manifesta-se quando existe enfraquecimento do pavimento pélvico, o qual permite que, com o aumento da pressão intra-abdominal, exista abaixamento e deslocamento do colo vesical para fora da cavidade abdominal; deste facto resulta um aumento desproporcionado da pressão intra-vesical em relação à pressão uretral e consequente perda de urina.

A incontinência por deficiência intrínseca do esfíncter manifesta-se quando existe fraqueza do esfíncter interno que, por se encontrar entreaberto (hipotónico e/ou rígido), permite a saída de urina quando aumenta a pressão intra-abdominal. Tanto a hipermobilidade da uretra como a deficiência intrínseca do esfíncter têm manifestações clínicas idênticas.

Incontinência urinária por regurgitação

A incontinência por regurgitação é sobretudo nocturna e é a causa de cerca de 10 por cento das incontinências dos idosos. Desenvolve-se quando há retenção urinária crónica completa, na qual a pressão de encerramento da uretra é superior à pressão intra-vesical. Pode, portanto, aparecer nas situações em que existe uma obstrução por barragem infra-vesical ou, em alternativa, quando há uma bexiga hipocontráctil.

Este fenómeno pode ser causado por obstrução uretral com origem numa hipertrofia benigna da próstata, em neoplasias da próstata ou da uretra, estenoses da uretra, grandes prolapsos uterinos, fecalomas, ou então por hipocontratilidade do detrusor resultante de neuropatias diabéticas ou alcoólicas, lesões da medula, ou uso de medicamentos com efeito anticolinérgicos como alguns neurolépticos, narcóticos, antidepressivos e relaxantes musculares.

Incontinência urinária funcional

A incontinência funcional é a que tem por causa dificuldades crónicas das funções cognitivas e/ou da mobilização e que interferem nos hábitos normais de higiene. Ou seja, estes doentes, em princípio, são continentes mas, devido a essas dificuldades, não conseguem alcançar o quarto de banho a tempo. A dificuldade de mobilização pode ser devida a artrites graves, a contracturas musculares, ou mesmo a debilidade generalizada. As perturbações cognitivas podem ser devidas a medicação tomada pelos doentes ou resultante de estados de delírio ou demência. Normalmente estes doentes não têm qualquer tipo de alteração no seu aparelho urinário e a incontinência é resultante de factores externos.

Tratamento da incontinência urinária

O tratamento da incontinência urinária implica uma cuidada avaliação de todos os factores que possam estar directa ou indirectamente relacionados com a doença. Nos casos em que exista indicação, é instituída terapêutica medicamentosa e/ou intervenção cirúrgica.

Contudo, é possível começar por medidas práticas que facilitem a acessibilidade do idoso. Tentar motivá-lo para se mobilizar proporcionando facilidades em se levantar para ir à casa de banho ou colocando um urinol a seu lado. Tentar melhorar estados confusionais que podem estar ligados a medicação. Alguns sedativos têm acção muito prolongada e por um efeito de acumulação deprimem demais o estado de consciência do idoso, deixando-o demasiado sonolento ou mesmo confuso.

Por vezes tenta-se "aligeirar" a última refeição do dia só à custa de líquidos e/ou fruta o que irá aumentar a necessidade de urinar durante a noite o que não é prático nem para o idoso nem para quem o assiste.Por fim pode haver necessidade de recorrer às fraldas e à algaliação (sempre o último recurso).

São alguns exemplos que podem ajudar mas na maioria das situações é necessária apurar as causas com uma cuidada observação médica.

Artigos relacionados

“Incontinência urinária é também um problema cultural”

O homem e a incontinência urinária

Incontinência urinária: menopausa e parto entre fatores desencadeantes

Foto: 
Nota: 
As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico e/ou Farmacêutico.
Para cancro do colo do útero
Depois de ser conhecida a relação directa entre os hábitos tabágicos e o cancro do pulmão, vários estudos recentes vieram...

Em Portugal, foi estimada uma incidência de cancro do colo do útero de 12,2/100.000 mulheres em 2008 e uma mortalidade no mesmo ano de 3,6/100.000 mulheres, correspondendo a cerca de 950 casos novos e a cerca de 345 mortes, ou seja, todos os dias morre uma mulher em Portugal vítima de cancro do colo do útero.

Teresa Fraga, ginecologista do Hospital CUF Descobertas, especialista no tratamento de lesões pré-malignas no colo do útero explica que “na prática clínica diária conseguimos observar que as mulheres que fumam e que estão infectadas pelo HPV têm maior probabilidade de desenvolver cancro do colo do útero do que as mulheres não fumadoras que sofram da mesma infecção”.

No entanto, existem outros factores de risco para o desenvolvimento desta doença, na qual a infecção por HPV tem um papel preponderante. A não realização de exame de rastreio (citologia e/ou teste de HPV) com regularidade, ser portadora de VIH (vírus que provoca a sida) ou sob medicação inibidora do sistema imunitário (por exemplo em pessoas com transplantes de órgãos), ter mais 40 anos de idade; ter vários parceiros sexuais; tomar contraceptivos orais durante períodos iguais ou superiores a 10 anos ou mesmo o número de partos que a mulher teve são outros dos factores conhecidos que potenciam o aparecimento do cancro do colo do útero.

O cancro do colo do útero é a segunda neoplasia mais frequente nos países desenvolvidos em mulheres entre 15 e 45 anos, resultando num significativo impacto sobre as famílias, emprego e comunidade. No entanto, é importante recordar que quando as lesões precursoras desta doença são diagnosticadas e tratadas numa fase inicial, apresentam uma taxa de cura próxima dos 100%, pelo que a sua detecção precoce se reveste da máxima importância.

Teresa Fraga defende que “as estratégias de rastreio que melhorem a eficiência e reduzam o número de procedimentos desnecessários e simultaneamente reduzam o risco de progressão para cancro do colo útero têm o potencial para diminuir os custos directos e indirectos, bem como o fardo social desta doença”.

Páginas