5 a 7 de setembro, no INATEL
De 5 a 7 de setembro, o INATEL, em Lisboa, volta a ser palco daquele que é o maior evento nacional dedicado às terapias...

Durante três dias (sexta-feira, das 15h00 às 23h00, sábado, das 10h00 às 23h00, e domingo, das 10h00 às 21h00), será possível participar em palestras, workshops, aulas, concertos, massagens, leituras de aura, entre outras iniciativas, desenhadas para promover uma vida mais consciente e equilibrada.

Os vários stands e atividades abrangem diversas áreas ligadas ao bem-estar e às terapias complementares, como Reiki, Acupunctura, Reflexologia, Feng Shui, Terapia de Som, Cromoterapia, Florais, Mesa Quântica, Numerologia, Cristaloterapia, entre muitas outras. Estarão igualmente bem representadas outras vertentes ligadas à cosmética natural, nutrição, alimentação saudável, artesanato e esoterismo.

O programa destaca-se por quatro grandes momentos, entre eles uma Meditação pela Paz no Mundo, marcada para dia 6, às 17h00, e que reunirá Líderes Religiosos e Espirituais de diferentes entidades e comunidades. Apesar da diversidade de crenças, pretende-se evidenciar a espiritualidade como força unificadora em tempos que exigem diálogo, cooperação e esperança. Desta forma, cada convidado terá alguns minutos para partilhar a sua reflexão sobre a paz, seguindo-se 20 minutos de meditação conjunta e um momento musical ao vivo com os músicos e compositores brasileiros Sílvia Nazário e Cláudio Kumar.

Este momento conta com o apoio da Cátedra UNESCO para a Paz em Portugal, dedicada a promover uma abordagem positiva, que integra a sustentabilidade ambiental, a ciência da felicidade e a construção de uma cultura de paz. Em representação, estará presente Helena Marujo, investigadora e coordenadora da Cátedra UNESCO em Educação para a Paz Global Sustentável da Universidade de Lisboa.

No dia seguinte, pelas 11h30, decorrerá uma Mega Aula de Yoga, dinamizada por instrutores certificados da Federação Portuguesa de Yoga. Visa reunir o maior número de participantes possível, num reflexo do crescente interesse por esta prática em Portugal, que tem atraído não só portugueses como estrangeiros, que se deslocam para realizar retiros e formações.

O festival receberá também Dada Gunamuktananda, monge iogue e professor de meditação norte-americano, que orientará a Palestra “Meditação: A Experiência Suprema”. Através dela, Dada partilhará a sua visão de que a consciência individual está ligada à universal, explorando como essa perceção pode conduzir a mais paz interior, amor e realização pessoal.

O quarto momento principal assentará em duas atividades do projeto Kin Experiences, liderado por Pablo Robles e Anne de Bragança. No Festival de Bem-Estar dinamizarão uma Sessão de Rebirthing (Vibra Renascimento), com foco na respiração consciente (22€ por pessoa), e um concerto gratuito.

Este ano, o festival contará ainda com uma Grande Sessão de Yoga do Riso, orientada por Márcio Fidalgo, cuja missão é contribuir para um mundo mais alegre, amoroso e pacífico, através do poder da gargalhada. A proposta passa por rir, respirar fundo e libertar o stress, despertando a felicidade interior.

Destacam-se, igualmente, as palestras e práticas dedicadas às Constelações Familiares, uma abordagem terapêutica que permite olhar para padrões ocultos e dinâmicas inconscientes presentes no sistema familiar e que podem estar na origem de desafios, bloqueios ou traumas. As sessões ficarão a cargo de facilitadores reconhecidos, como Paula Matos, Maria Gorjão Henriques, Paula Ponce, Susana Oliveira e Hellen Fonseca, sendo uma oportunidade única para aprender e experienciar esta poderosa ferramenta de autoconhecimento.

A nova edição do Festival de Bem-Estar pretende ser um espaço de partilha, descoberta e transformação interior, pensado para todos os que procuram viver de forma mais saudável, consciente e em harmonia com o que os rodeia. “Queremos que cada pessoa que passe pelo festival encontre algo que a ajude a sentir-se mais conectada consigo mesma e com os outros. É um convite a parar, respirar fundo e recordar o que realmente importa”, destaca Jorge Coelho Lopes, responsável pela organização.

Os bilhetes podem ser adquiridos no site da Ticketline. Mais informações sobre o programa aqui.

 

Videocast
Videocast reúne especialistas e pessoas com Esclerose Múltipla em conversas acessíveis, informativas e centradas na vivência...

Atualmente com mais de 127 mil visualizações, o videocast “Vozes da EM – Viver com Esclerose Múltipla” foi criado com o objetivo de contribuir para uma maior literacia em saúde neurológica, combatendo o estigma e dando palco às vivências reais de quem convive a Esclerose Múltipla, uma doença que afeta cerca de 10.000 pessoas em Portugal. Todos os episódios estão disponíveis para serem assistidos, com acesso livre e gratuito, sem necessidade de qualquer registo, em www.esclerosemultipla.info/vozes-da-em.

 

Desenvolvido pela Merck Portugal, em parceria com a Associação Nacional de Esclerose Múltipla (ANEM), a Sociedade Portuguesa de Esclerose Múltipla (SPEM) e a Associação Todos com a Esclerose Múltipla (TEM), a gravação e disponibilização dos episódios decorreu de forma gradual ao longo do primeiro semestre de 2025. O videocast foi lançado em dezembro de 2024 e disponibilizado de forma faseada ao longo do primeiro semestre de 2025.

Cada episódio dá voz a pessoas com EM e especialistas, que partilham experiências e conhecimento sobre temas concretos do quotidiano da doença: diagnóstico, parentalidade, cognição, saúde emocional ou mitos persistentes. A abordagem conjuga informação clínica validada com testemunhos reais, tornando o videocast um recurso útil tanto para recém-diagnosticados como para cuidadores, profissionais de saúde e o público em geral.

 

Episódios da 1ª Temporada de “Vozes da EM”:

Episódio 1 – Ana Margarida, diagnosticada após ser mãe de três filhos, partilha como mantém os seus planos de vida, sem excluir uma nova gravidez.

Episódio 2 – Filipe Correia, neurologista da ULS de Matosinhos, fala sobre os desafios do diagnóstico tardio e o seu impacto na qualidade de vida.

Episódio 3 – Hélder Pereira, diagnosticado há 16 anos, aborda o impacto emocional da doença e os mecanismos pessoais que desenvolveu para a gerir.

Episódio 4 – Carlos Capela, neurologista do CRI em ULS S. José, desmonta mitos associados à EM, defendendo a literacia como ferramenta essencial para combater preconceitos.

Episódio 5 – Carla Sofia dá voz ao impacto da EM na cognição e à importância de procurar apoio para lidar com os desafios diários.

Episódio 6 – Carmo Macário, neurologista da ULS de Coimbra, traça a evolução da resposta clínica à EM, desde os primeiros tratamentos até às atuais abordagens personalizadas, com destaque para a gestão de comorbilidades.

A Esclerose Múltipla é uma das principais causas de incapacidade neurológica em adultos jovens, afetando cerca de 10.000 pessoas em Portugal. Embora os avanços científicos tenham transformado a abordagem clínica e a qualidade de vida dos doentes, a baixa visibilidade pública e o estigma social ainda são desafios significativos. O projeto “Vozes da EM” pretende responder a essa lacuna, promovendo a escuta ativa, o acesso à informação e o empoderamento dos doentes.

 

Com foco na população LGBTQIA+
A AICSO – Associação de Investigação Clínica e de Suporte em Oncologia – lança no próximo dia 31 de julho, às 10h30, na Casa...

A campanha surge da consciência de que o sistema de saúde nem sempre responde de forma inclusiva às necessidades específicas de pessoas LGBTQIA+, que continuam a enfrentar barreiras no acesso, na comunicação com profissionais de saúde e no acompanhamento durante e após os tratamentos oncológicos.

Contando com os apoios da ILGA Portugal, da Rede Ex Aequo e da MASCC (Multinational Association of Supportive Care in Cancer), esta iniciativa propõe sensibilizar profissionais de saúde, instituições e a sociedade civil para a importância de integrar a diversidade como parte fundamental da prestação de cuidados de qualidade.

“A oncologia deve ser para todas as pessoas, sem exceção. Com esta campanha queremos dar visibilidade a realidades muitas vezes silenciadas e promover práticas clínicas mais inclusivas, baseadas na empatia, no respeito e na evidência”, afirma a direção da AICSO.

O evento de lançamento incluirá a apresentação oficial do vídeo da campanha, seguido de uma breve reflexão sobre o seu conteúdo e o tema central da iniciativa: a promoção da diversidade e inclusão nos cuidados oncológicos. A sessão pretende criar um espaço de partilha e diálogo, aberto a todas as pessoas interessadas em contribuir para uma oncologia mais inclusiva.

1 de agosto I Dia Mundial do Cancro do Pulmão
Novo estudo, divulgado no âmbito da campanha nacional “O Cancro do Pulmão Não Tira Férias”, revela elevada proximidade com a...

A maioria dos portugueses afirma conhecer alguém com o cancro do pulmão, mas continua desinformada sobre ferramentas de diagnóstico, sinais e sintomas e que cuidados de saúde procurar. Estas são algumas das principais conclusões do estudo “O Cancro do Pulmão em Portugal – A Visão dos Portugueses”, desenvolvido pela Spirituc-Investigação Aplicada com o apoio da AstraZeneca. Este estudo, agora divulgado no âmbito da 5.ª edição da campanha nacional “O Cancro do Pulmão Não Tira Férias”, assinala o Dia Mundial do Cancro do Pulmão, a 1 de agosto.

De acordo com os resultados do estudo, mais de metade dos inquiridos (52,7%) afirma conhecer alguém que foi diagnosticado com cancro do pulmão. Em mais de metade destes casos (54,7%), a relação é próxima, envolvendo familiares ou amigos chegados. O dado traduz o impacto transversal da doença na sociedade portuguesa, tocando diretamente milhares de famílias. No entanto, apesar dessa proximidade, metade dos portugueses desconhece que estão a ser desenvolvidos programas de rastreio para a deteção precoce da patologia, bem como a que sinais e sintomas estar atento.

Este aparente paradoxo – elevado contacto com a doença, mas reduzida literacia sobre a patologia – revela-se preocupante à luz dos dados epidemiológicos. Em 2022, o cancro do pulmão foi responsável por 6.155 novos casos em Portugal, assumindo a posição de quarta neoplasia mais diagnosticada. No entanto, lidera o número de mortes por cancro, com 5.077 óbitos registados nesse mesmo ano. A nível mundial, foram diagnosticados cerca de 2,4 milhões de casos e mais de 1,8 milhões de pessoas perderam a vida, segundo o Globocan.1,2

“Estes dados são um alerta claro: muitas pessoas têm contacto direto com a doença e, ao mesmo tempo, desconhecem ferramentas vitais como o desenvolvimento dos programas de rastreio. A prevenção e o diagnóstico precoce são pilares fundamentais para aumentar as hipóteses de tratamento e remissão da doença”, sublinha Isabel Magalhães, presidente da Pulmonale, associação parceira da campanha.

Um dos dados encorajadores do estudo aponta que cerca de 67% dos inquiridos afirma aproveitar o período de férias para realizar check-ups de saúde. A campanha “O Cancro do Pulmão Não Tira Férias” pretende justamente reforçar a importância de aproveitar o verão como uma oportunidade para parar, reconhecer sinais e sintomas e agir a tempo, permitindo uma identificação mais precoce desta doença.

A análise evidencia também que a maioria da população reconhece a gravidade do cancro do pulmão: ~59% dos inquiridos considera-o mais agressivo/mortal em comparação com outros tipos de cancro. Ainda assim, essa perceção não se traduz em conhecimento efetivo. Quase 9 em cada 10 portugueses (85,2%) considera que deveria existir mais informação e divulgação sobre o cancro do pulmão, o que denuncia uma clara lacuna na comunicação em saúde.

O estudo mostra que a perceção sobre os fatores de risco está relativamente bem consolidada. Quase 90% dos inquiridos identificam o tabagismo como o principal fator de risco para o desenvolvimento da doença, seguido da poluição ambiental (73,9%) e do contacto com substâncias químicas (67,4%). Ainda assim, é importante lembrar que a doença pode afetar também não fumadores, sendo o fumo passivo, a exposição ao radão, ao amianto ou fatores genéticos outros elementos de risco a considerar.3

"Em primeiro lugar, importa perceber quais são os fatores de risco e o que podemos fazer para evitar o aparecimento de cancro do pulmão. A prioridade máxima tem de ser impedir o desenvolvimento da doença”, afirma Nuno Jacinto, presidente da Associação Portuguesa de Medicina Geral e Familiar (APMGF).

A importância do reconhecimento dos sinais e sintomas é outro ponto-chave da campanha deste ano. Os sinais de alerta associados à doença podem ser tardios e inespecíficos, o que torna ainda mais urgente a sua divulgação junto da população. Tosse persistente, dor no peito, falta de ar, rouquidão, perda de peso inexplicável, perda de apetite, cansaço extremo e infeções respiratórias frequentes como bronquites ou pneumonias são alguns dos sintomas que devem motivar avaliação médica.4

A maioria da população portuguesa (64,5%) acredita que o número de casos de cancro do pulmão irá aumentar nos próximos cinco anos – uma visão preocupante, mas que pode ser mitigada se houver uma aposta efetiva na prevenção e na deteção precoce.

A campanha “O Cancro do Pulmão Não Tira Férias”, promovida pela AstraZeneca, regressa este verão com o apoio de um conjunto alargado de parceiros institucionais, entre os quais a Associação Pulmonale, Careca Power, Sociedade Portuguesa de Pneumologia (SPP), Associação Nacional das Farmácias (ANF), APMGF, Grupo de Estudos de Doenças Respiratórias da APMGF (GRESP) e Rede Expressos. Através de ações de sensibilização em espaços de grande visibilidade, pretende-se chegar a mais portugueses com mensagens claras, baseadas em evidência científica e adaptadas ao público em geral.

“É fundamental que toda a população compreenda que o cancro do pulmão, apesar de agressivo, tem terapêuticas inovadoras e maior hipótese de sobrevivência com qualidade de vida, quando diagnosticado precocemente. Os resultados deste estudo são um alerta e um apelo à ação coletiva. Esta campanha é o nosso compromisso renovado em promover a literacia em saúde em Portugal”, conclui Isabel Magalhães, presidente da Pulmonale.

 

 

Referências:

1. Global Cancer Observatory. World Fact Sheet Disponível em https://gco.iarc.who.int/media/globocan/factsheets/populations/900-world-fact-sheet.pdf, consultado em julho de 2025.

2. Global Cancer Observatory. Portugal Fact Sheet. Disponível em https://gco.iarc.who.int/media/globocan/factsheets/populations/620-portugal-fact-sheet.pdf, consultado em julho de 2025.

3. Lung Cancer Risk Factors. American Cancer Society. Disponível em https://www.cancer.org/cancer/types/lung-cancer/causes-risks-prevention/risk-factors.html, consultado em julho de 2025.

4. Signs and Symptoms of Lung Cancer. American Cancer Society. Disponível em https://www.cancer.org/cancer/types/lung-cancer/detection-diagnosis-staging/signs-symptoms.html, consultado em julho de 2025.

Estudo
Uma equipa de investigação, liderada pela Universidade de Coimbra (UC), desenvolveu e testou em Portugal um inquérito que...

A equipa da UC conduziu esta investigação com o objetivo central de “compreender a experiências dos familiares de quem faleceu em relação ao apoio prestado, incluindo dificuldades que tenham tido em aceder e receber apoio, tanto pelo próprio serviço de saúde, como por outros recursos disponíveis na comunidade”, revela a investigadora da Faculdade de Medicina da UC (FMUC), Maja de Brito.

Por norma, “os inquéritos habitualmente utilizados nos serviços de saúde centram-se na avaliação da satisfação com o serviço, mas este inquérito que desenvolvemos propõe uma abordagem diferente, ao focar-se em múltiplas dimensões da qualidade do apoio no luto”, contextualiza a também psicóloga clínica.

Neste âmbito, o instrumento desenvolvido “abrange todos os níveis de apoio, desde os cuidados especializados até ao apoio informal, oferecendo uma imagem completa do ecossistema de apoio ao luto ao qual as pessoas enlutadas recorrem”, avança a investigadora da Universidade de Coimbra. “Este mapeamento ajuda a identificar quem são os agentes de apoio numa determinada comunidade e, com isso, favorece a criação de redes de colaboração mais eficazes entre hospitais, cuidados primários, serviços especializados e comunidade. Deste modo, o inquérito contribui para melhorar a continuidade dos cuidados, uma das principais fragilidades apontadas no apoio ao luto a nível global”, acrescenta.

Em concreto, como revela Maja de Brito, “a utilidade do apoio recebido (ou seja, até que ponto a pessoa sentiu que o apoio ajudou ou mudou algo para melhor), as preferências de apoio (os tipos de apoio que a pessoa gostaria de ter recebido, mas que não estavam disponíveis, seja por razões práticas/logísticas ou porque não existem atualmente), o acesso ao apoio (como foi procurado, como se acedeu, e se existiram obstáculos), e as barreiras ao apoio (porque é que, mesmo havendo necessidade e vontade de receber apoio, algumas pessoas não conseguem obtê-lo)” são alguns dos pontos-chave deste inquérito que criado e testado pela equipa liderada pela UC. 

O inquérito foi implementado junto de familiares de pessoas diagnosticadas com cancro que receberam cuidados no Serviço de Medicina Paliativa da Unidade Local de Saúde de Santa Maria. Participaram 20 pessoas, que tinham perdido um dos progenitores, filho, parceiro ou irmão há mais de um ano.

A equipa de investigação revela que, para os familiares, “responder ao inquérito foi vivido como uma oportunidade valiosa de: 1) contribuir para a produção de novo conhecimento e, assim, ajudar outras pessoas; 2) ter as suas experiências ouvidas e reconhecidas, com o objetivo de melhorar os serviços de apoio no futuro; 3) ajudar a quebrar um tabu social, a dificuldade em falar abertamente sobre a morte e o luto; 4) prestar homenagem ao familiar falecido”.

Maja de Brito sublinha o papel dos serviços de saúde no acompanhamento durante um processo de luto: “esses serviços devem, pelo menos, realizar uma avaliação inicial das necessidades de apoio no luto e fornecer informação básica sobre o luto e os recursos disponíveis”.

Sobre as mais-valias deste inquérito para os serviços de apoio, a cientista explica que “quando utilizado de forma sistemática, pode ajudar os serviços a escutar e a aprender com o testemunho das pessoas enlutadas, melhorando a sua capacidade de resposta. Ao mesmo tempo, quando as pessoas sentem que a sua dor é reconhecida e que as suas experiências são levadas a sério, isso pode representar um passo essencial no seu processo de integração da perda”. 

Quanto a melhorias que podem ser originadas por esta escuta dos familiares, a investigadora adianta que “ao compreendermos melhor as necessidades e preferências de cada pessoa, podemos avançar para um modelo de apoio que não se limite à gestão da perda, mas que promova a criação de sentido, a resiliência e a ligação humana para que ninguém tenha de sofrer em silêncio”. Por exemplo, podem ser implementadas melhorias como “adaptação das vias de comunicação às preferências dos enlutados, para que a informação básica sobre o luto e apoios existentes possa chegar a todos; expandir a oferta de apoios – apoio em grupo, apoio baseado em atividades (caminhadas, expressão artística, entre outras atividades); disponibilidade dos serviços de apoio (horários, disponibilidade de apoio telefónico, por videochamada, reforço de recursos nas equipas psicossociais, entre outros)”, partilha.

“Este estudo parte da convicção de que o apoio ao luto é uma responsabilidade partilhada entre profissionais, serviços, comunidades e redes de proximidade para que os prestadores de apoio de diferentes setores se articulem melhor no acompanhamento de quem vive com uma perda”, sublinha Maja de Brito.

O inquérito pode ser aplicado em outros serviços de saúde, estando disponível em língua inglesa no artigo científico Surveying the quality of bereavement support within a service setting: A pilot study using cognitive interviewing with bereaved people, publicado na revista Palliative Medicinehttps://doi.org/10.1177/02692163251353012Para acesso à versão em língua portuguesa, as entidades interessadas devem contactar a equipa de investigação da UC, através do endereço de e-mail [email protected]

O estudo contou também com a participação de investigadoras do King’s College London, da Universidade de Bristol, da Faculdade de Medicina da Universidade de Lisboa e do ISPA - Instituto Universitário. Foi financiado pela Fundação para a Ciência e a Tecnologia e pela Fundação Calouste Gulbenkian, através do projeto DINAMO – Dinamizar formação avançada e investigação para otimizar os cuidados paliativos domiciliários em Portugal, liderado pela investigadora coordenadora da FMUC, Bárbara Gomes. 

Opinião
Para muitas pessoas, ir de férias está longe de ser sinónimo de descanso.

Segundo a psicóloga clínica Filipa Jardim da Silva: “o medo de não ser suficientemente competente ou de que algo corra mal na nossa ausência está muitas vezes ligado a uma autocrítica exagerada e à crença inconsciente de que temos de provar constantemente o nosso valor.”  
 
A boa notícia é que é possível, e necessário, desconectar para recarregar. E existem estratégias para o fazer de forma responsável e saudável. Aqui ficam algumas dicas simples e eficazes para ir de férias com a mente mais tranquila: 
 
1. Organize-se com clareza, não com perfeccionismo 

Antes de sair, deixe um ponto de situação claro, mas não caia na tentação de antecipar tudo o que “pode” acontecer. “Muitas pessoas confundem responsabilidade com controlo absoluto. Delegar com confiança é também um sinal de maturidade profissional.” 

2. Deixe orientações, não um manual de instruções 

Confie na sua equipa. Partilhe as informações essenciais e combine momentos de contacto apenas se forem estritamente necessários. Preparar um e-mail automático com os contactos alternativos e prazos realistas ajuda a evitar interrupções desnecessárias. 

3. Desligar é saudável e necessário 

Estar de férias não significa estar permanentemente disponível. “Muitas pessoas sentem culpa por não responderem imediatamente a um e-mail ou chamada. Mas o descanso é parte da produtividade. Não é um luxo, é uma necessidade.” 

4. Ansiedade pela ausência? Pergunte-se: o que de pior poderia realmente acontecer? 

Muitas vezes, o medo do “e se...” é desproporcional à realidade. Identificar estes pensamentos, escrever sobre eles e confrontá-los com lógica ajuda a diminuir o seu poder. 

5. Relembrar: não somos insubstituíveis e isso é uma coisa boa 

A crença de que “só eu faço bem” é uma armadilha da síndrome de impostor, que alimenta a ideia de que delegar é um sinal de fraqueza ou incompetência. Saber que outros conseguem continuar o trabalho é libertador e sinal de uma boa liderança. 

“Aprender a parar é também um ato de auto-validação. Quando nos permitimos descansar, estamos a reconhecer o nosso valor, sem precisar de estar constantemente a produzir para o justificar.” 

As férias são um espaço de reconstrução interior. Para o corpo, mas sobretudo para a mente. Porque um bom profissional não é aquele que nunca pára, mas o que sabe regressar com novas ideias, energia renovada e uma visão mais clara.

Nota: 
As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico, Enfermeiro, Farmacêutico e/ou Nutricionista.
“A saúde do coração não tira férias”
A Associação Portuguesa de Intervenção Cardiovascular (APIC) está a dinamizar a quarta edição da campanha de consciencialização...

“O verão é, para muitos, sinónimo de descanso e de férias, mas mesmo neste período é essencial manter os cuidados regulares com o coração, praticar atividade física, evitar o álcool, não fumar e controlar a alimentação, optando por não consumir em excesso alimentos ricos em açúcar e gordura”, afirma Joana Delgado Silva, presidente da APIC.

Com as medidas preventivas, reduz-se a probabilidade de desenvolver ou agravar a doença coronária, uma condição caracterizada pela acumulação de depósitos de gordura no interior das artérias que fornecem sangue ao coração. Esses depósitos causam um estreitamento ou obstrução das artérias, o que provoca uma diminuição dos níveis de oxigénio e nutrientes que chegam às células do músculo cardíaco. As principais manifestações da doença coronária são a angina de peito e o enfarte agudo do miocárdio.

“As doenças cardiovasculares continuam a ser a principal causa de morte em Portugal e no mundo. É necessário continuar a consciencializar a população de que a rotina influencia diretamente a saúde. Não podemos deixar que o verão seja um período de esquecimento ou desleixo neste domínio”, reforça a presidente.

Dor no peito, suores, náuseas, vómitos, falta de ar e ansiedade são sintomas de alarme para o enfarte agudo do miocárdio. Na presença destes sintomas é importante ligar imediatamente para o número de emergência médica – 112 – e esperar pela ambulância. A via verde coronária tem uma cobertura nacional podendo ser ativada 24 horas por dia, todos os dias da semana, mesmo em tempo de férias.

Para evitar um enfarte é importante adotar um estilo de vida saudável: não fumar; reduzir o colesterol; controlar a tensão arterial e a diabetes; fazer uma alimentação saudável; vigiar o peso, evitar o sedentarismo e o stress.

Capicua partilha
Com o verão finalmente a aquecer e a temporada de férias e festivais oficialmente aberta e reconhecendo a paixão dos seus fãs...

"A música é o meu ofício", afirma Capicua. "São muitas horas de ensaio, de testes de som e de concertos e, por isso mesmo, tenho sempre muita consciência de que este trabalho pode ter consequências nefastas a longo prazo na minha saúde auditiva e que tenho de ter cuidados acrescidos."

Seja porque usa auscultadores no dia a dia ou nas férias ou porque aproveita o verão para disfrutar dos festivais de música, com alguns conselhos simples e as estratégias certas, é possível proteger a sua audição. Aqui ficam os conselhos da artista para umas férias com uma boa banda sonora:

 

Para os amantes de auscultadores de ouvido:

  • Regra dos 60/60: "Aprendi que uma boa regra é não ouvir música com mais de 60% do volume máximo e não o fazer por mais de 60 minutos seguidos. É preciso dar descanso aos ouvidos, nem que seja por 10-15 minutos. Faz a diferença!"
  • Auscultadores de qualidade, sempre: "Investir em auscultadores de ouvido de boa qualidade, especialmente os que isolam o ruído exterior. Assim, não é preciso aumentar tanto o volume para abafar o ambiente e é possível desfrutar da música com mais clareza e segurança."
  • Atenção ao ambiente: "Se estiver num local barulhento, como um autocarro ou um café movimentado, tento não compensar o ruído externo aumentando o volume, por isso é estratégico usar auscultadores com cancelamento de ruído."
  • Não adormecer com auscultadores: "Evito adormecer com os auscultadores, para evitar a exposição prolongada e ininterrupta ao ruído, porque mesmo a dormir pode ser prejudicial para os meus ouvidos."

 

Para os fãs de festivais de verão:

  • Proteger os ouvidos: "Os chamados tampões (protetores auditivos) são os nossos melhores amigos nos festivais! Hoje em dia, existem opções discretas e confortáveis que reduzem o volume sem comprometer a qualidade do som. Pensem neles como pensam nos óculos de sol, ou no protetor solar. São mesmo importantes para reduzir o impacto daquela massa de som a que estamos expostos durante várias horas."
  • Dar um tempo aos seus ouvidos: "Entre concertos ou durante as pausas, é importante o afastamento das colunas e procurar um local mais calmo. É como um 'intervalo' para os ouvidos recuperarem."
  • Manter a distância: "Por mais que seja incrível estar na primeira fila, é importante não ficar colado às colunas. O som é mais intenso aí e pode ser mais prejudicial a essa distância. Se quiserem mesmo muito ficar perto do palco, usem tampões."
  • Atenção aos sinais: "Sentir zumbido nos ouvidos, dor ou uma sensação de abafamento após um concerto, é um sinal de alerta. É importante dar descanso aos ouvidos e, se o zumbido persistir, é fundamental procurar aconselhamento médico. Sei-o por experiência própria!"

 

Humberto Pintado, audiologista na Widex – Especialistas em Audição, explica que “a maioria das pessoas ainda não tem consciência da implicação que os sons demasiado altos têm na saúde dos seus ouvidos. O envolvimento de artistas nestes temas é fundamental para aumentar a literacia em saúde auditiva e aumentar a qualidade de vida de todos.”

Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), mais de mil milhões de jovens entre os 12 e os 35 anos correm risco de perda auditiva devido à exposição prolongada e excessiva a sons altos. 

"A música é para ser sentida, vivida e partilhada. Estes simples cuidados podem garantir que podemos continuar a fazê-lo por muitos e muitos anos", conclui Capicua.

A OMS deixa também o alerta: níveis de som acima de 100dB (facilmente observados num festival de música) podem causar danos em menos de 15 minutos de exposição.  

Estudo revela
Num momento em que a saúde e o bem-estar ocupam um lugar central nas prioridades dos consumidores, um novo estudo revela as...

De acordo com maioria dos inquiridos ouvidos pelo Produto do Ano, 70% afirmam investir com alguma regularidade em produtos ou serviços de bem-estar, com 44% a fazê-lo mensalmente e 25% a cada dois a três meses. Apenas 2% nunca o fazem.

Quando questionados sobre os produtos ou serviços indispensáveis ao seu bem-estar, os produtos cosméticos e de cuidado pessoal lideram as preferências, sendo mencionados por 27% dos participantes. Seguem-se as atividades físicas, como ginásio, yoga ou personal trainer (19%), seguidas de nutrição e dietas personalizadas também com 19% e seguros de saúde (18%). As terapias de relaxamento, como massagens ou acupuntura, surgem logo depois com 14%. Os tratamentos estéticos mais invasivos, como botox ou preenchimentos, têm uma expressão mais reduzida, com apenas 2% das preferências.

O seguro de saúde é já uma realidade para 67% dos inquiridos. Entre os principais motivos apontados para a sua contratação destacam-se o acesso rápido a especialistas (24%) e a cobertura de imprevistos de saúde (23%). A segurança pessoal, os reembolsos de consultas e exames e a prevenção com check-ups regulares também são razões frequentemente referidas.

Apesar da crescente adesão, o custo continua a ser o principal fator que afasta os consumidores deste tipo de proteção. Com base nas respostas dos inquiridos, o principal obstáculo identificado para não possuir seguro de saúde é o preço elevado, apontado por 49%. Outros motivos incluem a burocracia ou processos complexos (11%), assim como a perceção de que não há necessidade (11%) seguido pela falta de informação clara (10%). A desconfiança nas entidades prestadoras e a falta de tempo ou disponibilidade são referidas por 10% e 9%, respetivamente.

Quando se trata de procurar informação sobre seguros, cosmética ou medicina estética, os profissionais de saúde são a principal fonte de informação (24%), seguidos por sites especializados (20%) assim como as clínicas especializadas (14%). Amigos ou familiares são uma referência para 14% dos inquiridos, enquanto 13% confiam nos farmacêuticos. 

Opinião
As doenças cardiovasculares continuam a ser a principal causa de morte em Portugal e no mundo.

Para quem já sofreu um enfarte agudo do miocárdio ou outro episódio vascular, a atenção deve ser redobrada. Cerca de uma em cada quatro pessoas tem um novo episódio nos dois anos seguintes, um risco elevado que exige um plano de prevenção bem definido.

Uma das medidas mais eficazes para reduzir esse risco é manter o colesterol LDL, o chamado “colesterol mau”, abaixo dos 55 mg/dl. Este valor não é apenas uma recomendação, é uma linha vermelha que faz realmente a diferença.

Assumir um papel ativo na gestão da saúde é também essencial. Saber os seus níveis de colesterol LDL, levar as análises mais recentes para a consulta e esclarecer todas as dúvidas com o médico são gestos simples que têm um impacto direto na prevenção. Uma consulta bem preparada permite ajustar a medicação, rever hábitos e traçar estratégias de controlo não só do colesterol, como também de outros fatores de risco.

Além de manter o colesterol LDL sempre abaixo dos 55 mg/dl, deixar de fumar, adotar uma alimentação equilibrada, praticar exercício físico e cuidar da saúde mental são passos importantes para prevenir um novo episódio.

A prevenção continua em casa, nas consultas e no dia a dia. O apelo é claro: cuide do seu colesterol, siga os conselhos do seu médico e esteja atento ao seu corpo. Para quem já teve um ataque cardíaco, o colesterol LDL não é apenas um número, 55 mg/dl é a sua linha vermelha.

O colesterol é um tipo de gordura (também conhecida como lípido) que o nosso corpo produz e precisa para um bom funcionamento. No entanto, se os seus níveis no sangue estiverem elevados, aumenta o risco de doenças do coração.

Se tem dúvidas sobre como se preparar para uma consulta, quer saber mais sobre o seu risco cardiovascular ou como interpretar os resultados das análises, visite a página da campanha através do seguinte link: www.55linhavermelha.pt

Nota: 
As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico, Enfermeiro, Farmacêutico e/ou Nutricionista.
Viver o verão em segurança
Com a chegada do verão e o aumento das temperaturas, a Associação Protectora dos Diabéticos de Portugal (APDP) alerta as...

"O verão é uma época de lazer e descanso, mas exige uma atenção especial de quem vive com diabetes. As altas temperaturas podem afetar a forma como o corpo utiliza a insulina, aumentar o risco de desidratação e até mesmo comprometer a eficácia de alguns medicamentos e equipamentos", afirma José Manuel Boavida, presidente da APDP, acrescentando: "É fundamental que as pessoas com diabetes estejam bem informadas e preparadas para desfrutar do verão em segurança, sem comprometer o seu bem-estar."

O calor pode dilatar os vasos sanguíneos, acelerando a absorção da insulina, o que pode levar a hipoglicemias. Por outro lado, a desidratação pode concentrar o açúcar no sangue, resultando em hiperglicemias. Para evitar estes problemas durante a estação quente e aproveitar o verão de forma mais segura, a APDP partilha oito conselhos:

  • Monitorização frequente: é crucial monitorizar os níveis de glicemia com maior frequência, especialmente antes e depois de atividades físicas ou exposição ao calor;
  • Hidratação constante: beber muita água ao longo do dia e ter sempre uma garrafa de água é essencial;
  • Proteção máxima do sol e do calor: evitar a exposição solar nas horas de maior calor (entre as 11h e as 17h). Usar chapéu, óculos de sol e protetor solar. Roupas leves e largas vão ajudar a manter o corpo fresco;
  • Proteção de medicamentos e equipamentos: A insulina e as tiras de teste são sensíveis ao calor extremo e à luz solar direta, podendo perder a sua eficácia. Devem ser armazenadas em locais frescos e secos, protegidas da luz. É importante nunca deixar insulina ou outros medicamentos no carro. Bombas de insulina e medidores de glicemia também devem ser protegidos do calor e da humidade.
  • Cuidar os pés: Os pés dos diabéticos são particularmente vulneráveis a lesões e infeções. No verão, é comum andar descalço, o que aumenta o risco de cortes, bolhas e queimaduras. Usar sapatos confortáveis e fechados, mesmo na praia ou piscina, e verificar os pés diariamente são pequenas ações que podem prevenir complicações mais graves.
  • Atenção redobrada relativamente à alimentação e atividade física: As férias podem alterar os hábitos alimentares. É importante manter uma dieta equilibrada, rica em vegetais e frutas, e controlar a ingestão de hidratos de carbono e evitando o álcool, que tem um efeito diurético. A atividade física é benéfica, mas deve ser adaptada ao calor, devendo ser realizada durante as horas mais frescas do dia e mantendo a hidratação. Uma alternativa poderá ser realizar o exercício físico em casa.
  • Em viagens e férias é essencial levar todos os medicamentos, suprimentos e um lanche para emergências. Ter um plano de viagem que inclua informações sobre como obter assistência médica no destino é também prudente, assim como ajustar os horários das refeições e da medicação conforme os fusos horários.
  • Ter um plano de emergência: A preparação de um kit de hipoglicemia (glicose, rebuçados, etc.) e identificar-se como pessoa com diabetes (pulseira ou cartão) é importante para algum cenário inesperado.

A APDP sublinha que, com planeamento e precaução, a diabetes não tem de ser uma condição impeditiva, sendo possível aproveitar plenamente o verão, mantendo a saúde e o bem-estar. A informação e a autogestão são as chaves para um verão seguro e feliz.

Opinião
O dia 28 de julho assinala, anualmente, o Dia Mundial de Luta Contra as Hepatites Virais, iniciativa

A hepatite A e E, partilham a via de transmissão (fecal-oral) e são habitualmente autolimitadas, sem evolução para cronicidade. O padrão epidemiológico da hepatite A tem vindo a alterar-se no nosso país – no passado era frequente em idade precoce, fruto de condições sociais e higieno-sanitárias precárias, atualmente verifica-se a ocorrência esporádica de surtos, cerca de meia centena de casos no primeiro semestre deste ano, alguns com ligação a práticas sexuais de risco. É importante promover a vacinação de grupos de risco e a adoção/reforço de medidas de prevenção e controlo. A hepatite E pode ter apresentação mais grave em grávidas, doentes com doença hepática avançada e evoluir para cronicidade em doentes imunocomprometidos. Para além da transmissão fecal-oral, salienta-se a transmissão relacionada com a ingestão de carne crua ou mal cozinhada (porco, javali, veado) ou o contacto direto com as suas fezes, sangue e vísceras, por vezes associada ao surgimento de alguns casos de exposição profissional ou recreativa, motivo pelo qual deve ser excluída quando existe um contexto epidemiológico sugestivo.

As hepatites B e C podem evoluir para doença crónica e a transmissão é, habitualmente, por contacto com sangue ou fluídos corporais de pessoas infetadas. A OMS definiu metas globais para a sua eliminação até 2030 - redução de novas infeções em 90% e redução da mortalidade associada em 65%, apelando a que cada país desenvolvesse os seus próprios planos de ação. Portugal é um dos países da Europa que atingiu a meta de cobertura vacinal de 95% com três doses da vacina para o vírus da hepatite B, estratégia mais eficaz para a prevenção do aparecimento de novos casos. Destaca-se uma tendência crescente no número de testes de rastreio de hepatite B e C, realizados em vários contextos, no nosso país e a importância de múltiplas iniciativas de microeliminação que têm conseguido chegar a populações de mais difícil acesso. Salienta-se o número de doentes tratados para a hepatite C, com elevadas taxas de cura (superiores a 97%). Apesar disso, continua a existir uma percentagem significativa de doentes tratados em fases avançadas da doença, com fibrose avançada/ cirrose aquando do início do tratamento (superior a 30%), o que vem reforçar a importância de apostar em estratégias que permitam o diagnóstico mais precoce. Apesar da transmissão por via sexual ser menos frequente, tem-se assistido a uma mudança epidemiológica, reconhecendo-se um maior número de casos associados a algumas práticas sexuais, como por exemplo ChemSex em que as taxas de infeção de hepatite C e outras doenças sexualmente transmissíveis são significativamente superiores.

A hepatite D ou Delta, aparece exclusivamente em pessoas que têm hepatite B e é considerada a forma mais grave e rapidamente progressiva de hepatite viral crónica, com um risco muito superior de cirrose e cancro do fígado. Felizmente dispomos de tratamento eficaz, recentemente aprovado pelo Infarmed, que vem alterar o paradigma da doença.

Apesar de preveníveis e tratáveis, as hepatites B e C são ainda responsáveis por 8.000 novas infeções diárias, com elevada morbimortalidade associada. Portugal encontra-se numa situação muito favorável, no que diz respeito às hepatites virais, mas se pensarmos no mundo como um espaço com livre circulação de pessoas, esta realidade pode estar em risco, já que estes resultados não são globais, existem grandes assimetrias regionais e não dispomos, ainda, de orientações específicas para testagem de migrantes de países com alta endemicidade de hepatites B ou C. Tendo em conta a evolução epidemiológica, deverá ser equacionado o alargamento dos grupos de risco e populações vulneráveis elegíveis para vacinação das hepatites.

Nota: 
As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico, Enfermeiro, Farmacêutico e/ou Nutricionista.
01 de agosto | Dia Mundial do Cancro do Pulmão
Dados recentemente divulgados revelam um cenário preocupante relativamente ao cancro do pulmão em Portugal: em 2023, causou...

O diagnóstico tardio (com cerca de 70-75% dos casos a serem diagnosticados em estadio avançado ou metastático), o tabagismo (responsável por 85% dos casos de cancro do pulmão), a exposição a poluentes ambientais e ocupacionais, o envelhecimento da população e a falta de um programa de rastreio estruturado são os fatores destacados pelas médicas pneumologistas para explicar o aumento da mortalidade por cancro do pulmão.

De acordo com as especialistas, para inverter esta tendência, seria fundamental a adoção de algumas medidas, tais como, “a implementação de campanhas intensivas de prevenção e cessação tabágica; a implementação urgente e estruturada de rastreio por tomografia computorizada (TC) de baixa dose em grupos de risco - estabelecendo vias rápidas e acessíveis de diagnóstico mais precoce; a formação ativa de profissionais de saúde, principalmente dos Cuidados de Saúde Primários, para identificação precoce de sintomas; a monitorização das principais exposições ambientais de risco; o investimento nos cuidados integrados, reforçando reabilitação, apoio psicológico e cuidados paliativos desde fases iniciais; a reforma de processos no SNS, reduzindo burocracias e agilizando fluxos clínicos e administrativos essenciais para o diagnóstico precoce e a melhoria no acesso precoce a medicamentos inovadores em oncologia torácica, sendo crucial otimizar os processos de avaliação e aprovação de medicamentos, promover a implementação de programas de acesso precoce e garantir financiamento adequado”.

Relativamente à importância de antecipar o diagnóstico do cancro do pulmão, Daniela Madama e Joana Catarata salientam a importância de “combinar estratégias de rastreio eficientes com avanços tecnológicos emergentes. O rastreio com tomografia computorizada de baixa dose (LDCT) em indivíduos de alto risco (fumadores ou ex‑fumadores há menos de 15 anos, com idades entre os 50 e 75 anos e carga tabágica de ≥ 20 unidades maço-ano) reduz a mortalidade por cancro do pulmão até cerca de 25 %”. As médicas pneumologistas salientam a existência de alguns ensaios clínicos já publicados e que “resumem a importância do rastreio na diminuição da mortalidade associada ao cancro do pulmão”:

  • O National Lung Screening Trial (NLST - EUA, 2002–2010), com 53 454 participantes, demonstrou uma redução de cerca de 20% na mortalidade por cancro do pulmão dos doentes seguidos com TC de baixa dose em comparação com radiografia torácica em fumadores de 55‑74 anos com ≥ 30 unidades maço-ano.
  • O ensaio NELSON (Países Baixos–Bélgica, 2000–2012) apresentou, ao fim de 10 anos, uma redução de 24% na mortalidade entre homens e até 33% entre mulheres, com altas proporções de casos detetados em estádio I (58,6%) e poucos diagnósticos em estádio IV (9,4%).

Além do papel fundamental desempenhado pelo rastreio, Daniela Madama e Joana Catarata reforçam a pertinência de um “reforço da coordenação entre os Cuidados de Saúde Primários e Pneumologia/Oncologia, com protocolos claros de triagem e encaminhamento precoce, pois poderia desempenhar um papel fulcral de modo a otimizar tempos de espera e diminuir as burocracias necessárias para o seguimento correto dos doentes”.

Sendo o tabagismo o principal fator de risco para o aparecimento de cancro do pulmão, as especialistas destacam a importância de se prevenir de forma eficaz a iniciação tabágica. “Especialmente nos jovens, é indispensável a adoção conjunta de medidas educativas (integrar conteúdos obrigatórios nas escolas, promover ações educativas também fora da escola, junto das famílias, associações juvenis, empresas), regulamentações jurídicas, aumentos de preços, zonas livres de fumo e envolvimento das comunidades, bem como reativar e financiar adequadamente o Programa Nacional para a Prevenção e Controlo do Tabagismo (PNPCT), com objetivos definidos e avaliação contínua. O sucesso exige um esforço coordenado entre políticas públicas robustas, educação formal, sensibilização social e intervenção clínica. Com isso, Portugal poderia proteger a saúde pulmonar das futuras gerações”, concluem. 

Dar sangue é salvar vidas
Este verão, o Grupo Mundicenter volta a convidar a comunidade a dar um passo solidário e a salvar vidas, ao associar-se ao...

Entre os dias 28 e 30 de julho, das 10h00 às 19h00, será possível dar sangue no Oeiras Parque e no Strada Outlet. Já em Braga, a ação terá lugar a 13 e 14 de agosto, entre as 9h00 e as 18h00. Esta campanha apela à generosidade da população de Oeiras, Odivelas, Braga e de todos os visitantes dos centros comerciais, incentivando à dádiva de sangue — um pequeno gesto que pode salvar vidas. Para se candidatar à dádiva de sangue, basta ter entre 18 e 65 anos - 60 anos para a primeira dádiva - pesar mais de 50kg e manter um estilo de vida saudável.

Com esta ação, o Grupo Mundicenter e o IPST reforçam o compromisso de sensibilizar a sociedade para a importância da dádiva de sangue e para a necessidade urgente de manter as reservas em níveis seguros. Pela sua afluência e acessibilidade, os centros comerciais são locais privilegiados para mobilizar a comunidade em torno desta causa. Dar sangue é um pequeno ato que pode ter um impacto imensurável para o bem comum da comunidade.

 

Mais informações

Oeiras Parque e Strada Outlet

28 a 30 de julho de 2025 (segunda a quarta-feira), 10h00 às 19h00

Oeiras Parque | Acesso Farmácia Veritas Piso -1

Strada Outlet | Unidade Móvel, Saída exterior junto à Nike, Piso 1

 

Braga Parque

13 e 14 de agosto (quinta e sexta-feira), das 9h00 às 12h30 e das 14h00 às 18h00, em Unidade Móvel (acesso principal).

Projeto UNCAN-CONNECT
O consórcio europeu UNCAN-CONNECT: Rede Colaborativa Descentralizada para o Avanço da Investigação e Inovação sobre Cancro ...

Ao longo de cinco anos, o UNCAN-CONNECT pretende gerar novas plataformas e sinergias para impulsionar a investigação e, futuramente, novos tratamentos para o cancro, uma das grandes preocupações da Medicina na atualidade, que na Europa é responsável por 1,2 milhões de mortes por ano.

Este consórcio pretende “promover a investigação e a inovação na área do cancro, permitindo um acesso seguro, interoperável e ético a dados de saúde relacionados com o cancro em toda a União Europeia, promovendo a interoperabilidade, o progresso científico, os processos de ciência aberta e o fortalecimento da colaboração entre investigadores, empresas, representantes de doentes, instituições públicas e cidadãos”, explica a coordenação do projeto.

Atualmente, os avanços do conhecimento sobre cancro “exigem abordagens colaborativas e integradas, capazes de combinar grandes volumes de dados, inovação tecnológica, e investigação multidisciplinar, para o desenvolvimento de novas estratégias de prevenção, diagnóstico e tratamento”, destaca a equipa portuguesa do UNCAN-CONNECT.

O UNCAN-CONNECT vai arrancar a 1 de setembro de 2025, decorrendo até agosto de 2030. O consórcio é liderado pela Universidade de Tartu (Tartu Ülikool), na Estónia, e reúne um consórcio multidisciplinar composto por 53 instituições de 19 países. Um dos principais contributos que o consórcio pretende lançar é uma nova plataforma aberta às comunidades científica e clínica, para facilitar o acesso a dados de investigação na área do cancro. “Esta plataforma será testada e validada através de estudos clínicos específicos em seis tipos de cancro: pediátrico, linfoma, pancreático, ovário, pulmonar e próstata”, avança a equipa de Portugal que integra o UNCAN-CONNECT.

Em Coimbra, vão ser implementados quatro estudos clínicos, nas áreas do cancro pediátrico, pancreático, próstata e linfoma. A Universidade de Coimbra participa no projeto através de uma equipa clínica e de investigação, liderada pela docente e investigadora da Faculdade de Medicina (FMUC), Ana Margarida Abrantes. A equipa da ULS de Coimbra é liderada pelo docente da FMUC e Diretor do Serviço de Urologia e Transplantação Renal, Arnaldo Figueiredo. Em Portugal, integra também o consórcio o Instituto Pedro Nunes.

O consórcio pretende também estabelecer sinergias com infraestruturas europeias de investigação já existentes, como a BBMRI-ERIC – Biobanking and BioMolecular Resources Research Infrastructure. Vai, igualmente, colaborar com iniciativas como a EOSC4Cancer – European Open Science Cloud for Cancer, a CanSERV – Providing cutting edge cancer research services across Europe, e a EUCANImage – Novel pan-European imaging platform for artificial intelligence advances in oncology. Como destaca a equipa portuguesa, “as sinergias com estas iniciativas garantirão a partilha eficiente, a integração e a reutilização de dados entre os Estados-Membros, maximizando o impacto da investigação em cancro na Europa”.

O UNCAN-CONNECT surge para dar continuidade ao projeto UNCAN.eu, que deu os primeiros passos para o surgimento deste novo consórcio, que agora vai operacionalizar os resultados do projeto anterior, nomeadamente criando circuitos de recolha e disponibilização de dados sobre cancro para toda a Europa.

Dia dos Avós assinala-se anualmente a 26 de julho
A Associação Portuguesa de Intervenção Cardiovascular (APIC) associa-se, através da campanha "Corações de Amanhã", à...

Esta ação, que surge no âmbito do Dia dos Avós, assinalado a 26 de julho, integra o programa Municipal "Sentir Penafiel" e contará com uma série de atividades dedicadas à promoção da saúde do coração na terceira idade.

Neste dia, a APIC estará presente com um espaço interativo e informativo, onde os participantes terão a oportunidade de conhecer as válvulas do seu coração com recurso a ecografia cardíaca. “Serão também distribuídos folhetos informativos sobre a doença valvular cardíaca, os seus sintomas e a importância do diagnóstico precoce”, explica Joana Delgado Silva, presidente da APIC.

De acordo com a presidente da APIC, “com a nossa associação a esta iniciativa da Câmara Municipal de Penafiel, pretendemos reforçar a consciencialização para a prevenção e o diagnóstico atempado das doenças valvulares cardíacas. Neste dia vamos partilhar conhecimento e esclarecer questões sobre a doença valvular, bem como os seus sintomas, por forma a melhorar o acesso dos doentes para melhor tratamento para a sua doença”.

Rui Campante Teles, coordenador nacional campanha “Corações de Amanhã”, da iniciativa Valve For Life da APIC, sublinha a relevância da iniciativa: “Acreditamos que estamos a contribuir para o reconhecimento da importância do diagnóstico precoce e melhoria do tratamento da doença valvular cardíaca. O processo natural de envelhecimento exige que se adotem cuidados redobrados na saúde e o coração não pode ficar em lista de espera”.

E acrescenta “Neste Dia dos Avós, lembre-se de que deve ter atenção aos membros menos jovens da sua família e comunidade. Garanta que esta população não falta às consultas periódicas e que está ciente dos sintomas de alerta e outras patologias associadas. Esta preocupação com quem o rodeia pode melhorar e até prolongar vidas, especialmente quando a idade já pesa no coração!”.

A campanha “Corações de Amanhã”, uma iniciativa promovida pela APIC, pretende aumentar o conhecimento e a compreensão sobre a doença valvular cardíaca, promovendo o seu diagnóstico e tratamento atempado. A estenose aórtica e a insuficiência mitral são as principais doenças valvulares cardíacas. Esta campanha conta com o Alto Patrocínio de Sua Excelência o Presidente da República.

Para mais informações consulte o site www.coracoesdeamanha.pt e https://www.cm-penafiel.pt.

 

Na terra onde nasceu o Dia dos Avós
Empenho da penafidelense Elisa Couto tornou evento nacional em 2003. Programa inclui missa campal, rastreios de saúde,...

No próximo dia 26 de julho, o Parque da Cidade de Penafiel será palco de mais uma edição do Dia dos Avós, uma celebração que nasceu precisamente em Penafiel, fruto do empenho e dedicação da penafidelense Dona Elisa Couto, que lutou incansavelmente para que esta homenagem ganhasse reconhecimento nacional.

Foi graças ao trabalho desta mulher determinada que, em 2003, o Dia dos Avós passou a figurar oficialmente no calendário nacional, assinalando-se todos os anos a 26 de julho.

Penafiel, berço desta efeméride, continua a honrar esta tradição com um evento único, que atrai milhares de avós e famílias de toda a região – e não só – para um dia inteiramente dedicado àqueles que são pilares de sabedoria, amor e memória familiar.

A programação deste ano arranca a partir das 10h00, com o “Avós em Movimento”, seguindo-se uma missa campal presidida por D. Vitorino Soares, Bispo Auxiliar do Porto. Haverá ainda rastreios de saúde, uma exposição de carros clássicos, muita animação, um mega piquenique e, claro, atuações de vários artistas de renome da música popular portuguesa, para vibrar o Parque da Cidade.

 

Prevenir é Salvar Vidas
O afogamento é uma das principais causas de morte acidental em Portugal, sobretudo durante os meses

Identificar e evitar perigos

Muitos dos casos de afogamento ocorrem em situações que facilmente poderiam ser prevenidas. Distração, falta de vigilância, desconhecimento das condições do local, ausência de competências básicas de natação, consumo de álcool, entre outros, são fatores frequentemente associados a este tipo de acidentes. Apesar de serem as crianças, os idosos e as pessoas com mobilidade reduzida que integram os grupos vulneráveis, é importante ter consciência de que o risco se estende a toda a população.

No caso das crianças, é necessário garantir que as crianças estão sempre sob a vigilância de um adulto e que este deve estar totalmente focado na vigilância desta criança, não devendo consumir bebidas alcoólicas, praticar atividade física ou utilizar outras ferramentas de fácil distração (como telemóveis).

É importante educar para prevenir

A prevenção de afogamentos exige uma abordagem abrangente que começa na educação e sensibilização. Ensinar as regras de segurança na água, garantir a aprendizagem da natação e incentivar a formação em primeiros socorros são passos extremamente importantes que contribuem de forma decisiva para reduzir o risco.

Mais uma vez, no caso das crianças, é fulcral que tanto pais como filhos aprendam a nadar, uma vez que está demonstrado que programas aquáticos para lactentes e crianças ajudam a reduzir o risco de afogamento. É importante que os cuidadores tenham ainda consciência que crianças até aos cinco anos não têm capacidade para nadar de forma segura e autónoma, sendo sempre necessário a sua vigilância e acompanhamento.

Dicas práticas para um verão Seguro:

  • Respeitar as bandeiras e sinais nas praias e piscinas;
  • Supervisionar as crianças constantemente, mesmo que saibam nadar;
  • Nadar apenas em locais vigiados;
  • Evitar mergulhar em zonas desconhecidas;
  • Em caso de piscina em casa, instalar uma cerca protetora, com portões que se fecham automaticamente em redor da piscina.
  • Substituir braçadeiras ou outros dispositivos insufláveis que ajudam a criança a flutuar – uma vez que, facilmente, se podem esvaziar – e privilegiar coletes salva-vidas em atividades aquáticas.  

Apesar dos esforços das autoridades e das campanhas de sensibilização é fundamental que cada um assuma um papel ativo na promoção da segurança aquática. A solidariedade e o espírito de entreajuda são determinantes em situações de risco – alertando para condições perigosas ou comportamentos que possam comprometer a segurança de todos.

Com uma postura vigilante e responsável, aliada à colaboração de todos, é possível  criar ambientes aquáticos seguros e evitar tragédias que podem ser prevenidas. A Ageas Seguros orgulha-se de ser promotor da segurança e proteção nas praias durante a época balnear através da parceria com o Instituto de Socorros a Náufragos (ISN) que inclui o apoio com veículos para patrulhamento das praias e outras iniciativas de proteção costeira.

 

Fonte: 
Nota: 
As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico, Enfermeiro, Farmacêutico e/ou Nutricionista.
Estudo sobre impacto socioambiental em Guimarães
Laboratório da Paisagem, UMinho e ISAVE mostram que quem aufere mais valoriza os espaços verdes, mas quem mais os usa ganha menos.

Viver perto de um parque não chega: é a frequência com que se usa o espaço verde que faz efetivamente a diferença para a saúde mental e física. Esta é uma das principais conclusões do estudo “Impacto dos espaços verdes na saúde mental e física”, apresentado esta segunda-feira no Laboratório da Paisagem, em Guimarães, na presença do presidente da Câmara Municipal, Domingos Bragança, da presidente do Laboratório da Paisagem, Adelina Pinto, do presidente do Conselho Português para a Saúde e Ambiente, Luis Campos e do presidente da Agência Portuguesa do Ambiente (APA), José Pimenta Machado.

O trabalho, desenvolvido pelo Laboratório da Paisagem, Escola de Medicina da Universidade do Minho (UMinho) e pelo Instituto Superior de Saúde (ISAVE) e, envolveu 501 moradores da envolvência de áreas verdes municipais de Guimarães - e cruzou dados sobre proximidade, uso, perceção e impacto nos indicadores de saúde. Os inquiridos foram divididos entre quem vive a menos e a mais de 300 metros das zonas verdes. As entrevistas foram conduzidas entre 8 e 24 de março de 2025, com base numa matriz de quotas por género, idade e localização, num total de 17 entrevistadores.

As conclusões são claras: a proximidade física aos parques não se revelou estatisticamente significativa, nem em termos de sintomas psicológicos, nem na qualidade do sono. Por outro lado, a frequência de utilização dos parques foi identificada como fator determinante na melhoria dos níveis de ansiedade, stress e sono. A relação com a depressão, embora presente, mostra-se mediada por outras variáveis, como o rendimento ou a condição profissional.

Também no domínio da atividade física, o estudo confirma que a proximidade é importante: quanto mais longe as pessoas vivem dos parques, menos tempo dedicam por sessão à prática de atividade moderada. A regularidade no uso dos espaços verdes influencia positivamente os níveis de atividade física, sobretudo na vertente da caminhada e do esforço moderado.

A análise socioeconómica revela um contraste relevante: pessoas com rendimentos mais altos valorizam mais os espaços verdes, mas frequentam-nos menos. Por outro lado, quem tem menos rendimentos é quem mais usa estes espaços - uma tendência que reforça a importância de políticas públicas que promovam ativamente a sua utilização. Neste sentido, os autores do estudo sublinham que não basta construir ou conservar parques, sendo fundamental fomentar a sua utilização regular.

Pedro Morgado, da Escola de Medicina da Universidade do Minho, considera que o estudo veio reforçar uma ideia-chave para a saúde mental urbana: “A natureza só tem efeito terapêutico quando se transforma em experiência vivida, regular e ativa”. O investigador defende que “viver ao lado de um parque pode ser irrelevante se não houver envolvimento da população no seu uso”, destacando ainda a importância de medidas concretas: desde a acessibilidade e segurança até à existência de programas de atividade social e física nesses espaços, incluindo atividades escolares.

 

Estratégia Verde Radial vai ligar toda a cidade

O estudo vem suportar o trabalho que Guimarães tem realizado no âmbito da estratégia verde radial, cidade que será Capital Verde Europeia em 2026. Esta estratégia prevê a construção de três cinturões verdes concêntricos: um primeiro na zona urbana e dois no exterior da cidade, com 20 e 42 quilómetros, respetivamente. “Estes cinturões de árvores vão fazer a ligação entre as zonas verdes, os parques e as ecovias, melhorando a acessibilidade, que é precisamente uma das barreiras identificadas no estudo”, explica Carlos Ribeiro, diretor-executivo do Laboratório da Paisagem. Quando estiver concluído, o anel mais externo deverá circunscrever 74% da população do concelho.

O projeto “Bairro C” - iniciativa piloto de regeneração urbana com foco na sustentabilidade ambiental e ligação de corredores verdes - está já a criar o primeiro desses anéis, com 11 quilómetros de cintura verde na malha urbana. Refira-se que entre 2012 e 2023, Guimarães aumentou em 95 hectares a sua área verde, dispondo hoje de dois grandes parques urbanos com 30 e 39 hectares, localizados a leste e a oeste da cidade.

 

Alterações climáticas causam tristeza e ansiedade

O estudo avaliou também as emoções associadas às alterações climáticas, que surgem como fator de stress. As sensações mais invocadas pelos vimaranenses foram tristeza (32%) e impotência (23%), seguidas de mágoa, ansiedade e medo. Os utilizadores mais frequentes dos parques são também os que revelam maior preocupação ambiental e uma maior disponibilidade para contribuir financeiramente para soluções: mais de 1% do salário mensal, em média.

Sublinhe-se que Guimarães tem em marcha um plano para atingir a neutralidade climática até 2030, com ações como o projeto PEGADAS - iniciativa municipal de educação ambiental dirigida à comunidade escolar -, que já envolveu 19.300 alunos e 1.700 professores em práticas sustentáveis.

O estudo seguiu uma abordagem integrada de saúde pública, alinhada com os conceitos de One Health e Exposoma, reconhecendo a interdependência entre saúde humana, ambiente e ecossistemas, e os impactos cumulativos das exposições ambientais e sociais ao longo da vida.

Opinião
No Dia Mundial das Hepatites Virais, a Sociedade Portuguesa de Gastrenterologia (SPG) junta-se ao ap

O que são as hepatites virais?

São infeções do fígado causadas por vírus (A, B, C, D e E). As hepatites A e E são agudas e transmitem-se pelo consumo de alimentos ou água contaminados. A hepatite E pode também estar associada ao consumo de carne mal cozinhada. As hepatites B, C e D podem tornar-se crónicas e transmitem-se pelo contacto com sangue contaminado, relações sexuais desprotegidas ou da mãe para o bebé durante a gravidez ou parto, sobretudo em países sem rastreio materno.

De referir que a hepatite A, apesar de não ser uma infeção sexualmente transmissível, tem estado associada a surtos em homens que têm sexo com homens, devido a práticas que envolvem contacto fecal-oral.

As formas crónicas (hepatites B, C e D) são as que representam uma ameaça maior, podendo evoluir para cirrose e cancro do fígado.

Apesar de potencialmente graves, as hepatites virais crónicas são silenciosas: os sintomas só surgem muito tardiamente, quando já há lesão hepática significativa. Por isso, o rastreio é fundamental. A Direção-Geral da Saúde recomenda que todos os adultos realizem o teste da hepatite B e C pelo menos uma vez na vida.

 

As hepatites só afetam os “grupos de risco”?

Não. Embora as hepatites virais crónicas sejam mais frequentes em utilizadores de drogas injetáveis ou em homens que têm sexo com homens, um terço dos casos ocorre em pessoas fora destes grupos. Apostar apenas no rastreio dirigido leva a falhas na deteção.

 

Situação em Portugal

Portugal tem feito progressos: investimento em estratégias como testes rápidos combinados (VIH, VHB e VHC), rastreios em farmácias comunitárias, ações em meio prisional e campanhas de literacia em saúde do fígado. Como resultado, tem-se assistido a um aumento do diagnóstico das hepatites virais. No que diz respeito ao tratamento, o destaque vai para a hepatite C com mais de 30 mil doentes tratados nos últimos 10 anos, com taxas de cura superiores a 97%.

Em relação à prevenção, Portugal tem uma das melhores coberturas vacinais contra hepatite B da Europa com 99% dos recém-nascidos vacinados com a 1.ª dose.

 

O que falta fazer?

Temos disponíveis as ferramentas necessárias para diagnosticar e tratar: medicamentos muito eficazes que curam a hepatite C e controlam a hepatite B. Apesar disto, estamos muito longe da meta da OMS para eliminar as hepatites virais como problema de saúde pública até 2030. Estima-se que apenas 13% das pessoas infetadas com o VHB e 36% das pessoas infetadas com o VHC estejam diagnosticadas. Das pessoas diagnosticadas, muitas não têm acesso a tratamento.

É urgente detetar novos casos. Isso exige maior sensibilização da população e dos médicos de medicina geral e familiar para o rastreio universal. Precisamos também de aproximar os cuidados de saúde das populações vulneráveis como pessoas em situação de sem-abrigo, migrantes e toxicodependentes e reforçar a vacinação de grupos-chave. Por fim, é essencial combater o estigma, que afasta muitas pessoas do diagnóstico e do tratamento.

Neste Dia Mundial das Hepatites Virais, a SPG apela para que:

  • Faça o rastreio: teste-se pelo menos uma vez na vida para hepatite B (AgHBs) e hepatite C (anti-VHC);
  • Confirme se está vacinado contra as hepatites A e B;
  • Partilhe informação e combata o estigma.

 

Nota: 
As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico, Enfermeiro, Farmacêutico e/ou Nutricionista.

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