Para cancro do colo do útero

Tabagismo é factor de risco

Depois de ser conhecida a relação directa entre os hábitos tabágicos e o cancro do pulmão, vários estudos recentes vieram demonstrar que as mulheres fumadoras com infecção por HPV (Vírus do Papiloma Humano) têm maior risco para vir a desenvolver cancro do colo do útero e suas lesões precursoras.

Em Portugal, foi estimada uma incidência de cancro do colo do útero de 12,2/100.000 mulheres em 2008 e uma mortalidade no mesmo ano de 3,6/100.000 mulheres, correspondendo a cerca de 950 casos novos e a cerca de 345 mortes, ou seja, todos os dias morre uma mulher em Portugal vítima de cancro do colo do útero.

Teresa Fraga, ginecologista do Hospital CUF Descobertas, especialista no tratamento de lesões pré-malignas no colo do útero explica que “na prática clínica diária conseguimos observar que as mulheres que fumam e que estão infectadas pelo HPV têm maior probabilidade de desenvolver cancro do colo do útero do que as mulheres não fumadoras que sofram da mesma infecção”.

No entanto, existem outros factores de risco para o desenvolvimento desta doença, na qual a infecção por HPV tem um papel preponderante. A não realização de exame de rastreio (citologia e/ou teste de HPV) com regularidade, ser portadora de VIH (vírus que provoca a sida) ou sob medicação inibidora do sistema imunitário (por exemplo em pessoas com transplantes de órgãos), ter mais 40 anos de idade; ter vários parceiros sexuais; tomar contraceptivos orais durante períodos iguais ou superiores a 10 anos ou mesmo o número de partos que a mulher teve são outros dos factores conhecidos que potenciam o aparecimento do cancro do colo do útero.

O cancro do colo do útero é a segunda neoplasia mais frequente nos países desenvolvidos em mulheres entre 15 e 45 anos, resultando num significativo impacto sobre as famílias, emprego e comunidade. No entanto, é importante recordar que quando as lesões precursoras desta doença são diagnosticadas e tratadas numa fase inicial, apresentam uma taxa de cura próxima dos 100%, pelo que a sua detecção precoce se reveste da máxima importância.

Teresa Fraga defende que “as estratégias de rastreio que melhorem a eficiência e reduzam o número de procedimentos desnecessários e simultaneamente reduzam o risco de progressão para cancro do colo útero têm o potencial para diminuir os custos directos e indirectos, bem como o fardo social desta doença”.

Fonte: 
Diário Digital
Nota: 
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