Princípios de saúde
Uma boca saudável na idade adulta depende dos cuidados que forem mantidos desde criança.

Ter dentes sãos é fundamental para desfrutar de uma infância saudável. Na criança os dentes são essenciais não só para a alimentação, mas também para uma aprendizagem correcta da fala e o desenvolvimento da sua autoconfiança. Por isso é importante motivar e incentivar a criança no que diz respeito ao cuidado dos dentes.

Está nas mãos dos pais dar um bom exemplo, tanto na hora de ensinar a lavar os dentes como em os levar com regularidade ao dentista. Faça a sua criança ver que uma visita ao profissional de saúde oral é uma experiência positiva. Explique que ajuda a manter uma boa saúde. Ao incentivar uma atitude positiva, aumenta as hipóteses da sua criança visitar regularmente o profissional de saúde oral ao longo da vida e reduz a necessidade de tratamentos mais invasivos e potencialmente geradores de medo e ansiedade.

Dentição de leite
Os primeiros dentes a romper são os quatro incisivos (dois inferiores e dois superiores), entre os seis meses e o primeiro ano. Frequentemente a aparição destes dentes implica dor e sensibilidade nas gengivas que ficam com um aspecto avermelhado ou inflamado. Pode ajudar a diminuir a dor esfregando as gengivas com o dedo, uma dedeira especial para esse efeito ou um anel de borracha refrigerado. Também existem géis e produtos farmacêuticos para aliviar o desconforto provocado pela erupção dos dentes do bebé.

Se a sua criança tiver febre quando os dentes estiverem a erupcionar, pode ser um processo natural de reacção do organismo. Contudo, se a febre persistir, será melhor contactar o seu médico para ajudar a prevenir qualquer outro problema, pois é um período particularmente sensível na interacção do corpo do seu bebé com o meio ambiente.

Aos três anos de idade, a maioria das crianças já tem 20 dentes, ou seja a dentição de leite completa. Estes dentes vão ser substituídos pelos dentes definitivos, mas mesmo assim há que cuidar deles tão bem como dos dentes definitivos. Se não forem tomados cuidados, eles terão de ser removidos, o que implica que os outros dentes ocupem espaços indevidos e a dentição definitiva aparecerá mal posicionada.

Os dentes de leite têm tanta importância para o correcto desenvolvimento das crianças como qualquer outro órgão ou sistema. A principal função será permitir à criança a correcta mastigação dos alimentos. Mas outras funções estão-lhe associadas, nomeadamente o estímulo para o correcto crescimento da face e a manutenção do espaço necessário para o nascimento dos dentes definitivos ou permanentes.

Dentição definitiva
Aproximadamente aos seis anos, a criança começa a perder os dentes de leite. O processo de substituição dos dentes de leite pelos definitivos dura até aos 12-13 anos de idade.

A dentição definitiva está completa aos 18 anos quando nascem os dentes do siso, ficando com 32 dentes definitivos.

Placa bacteriana
A placa bacteriana é uma capa aderente de bactérias nocivas, que se forma continuamente sobre os dentes e que ao acumular-se pode dar origem a cáries ou a gengivite.

Como a substituição dos dentes de leite pelos definitivos é gradual, manter todos os dentes limpos é difícil, a criança terá dentes grandes (dentes definitivos) e ao lado dentes mais pequenos (dentes de leite). Estas irregularidades deixam espaços nos quais se vai acumulando comida e placa bacteriana.

De todos os grupos etários as crianças são as que têm mais tendência a cáries, não só pela alimentação mas também pela falta de destreza manual para lavar a boca. Assim, ensine o seu filho a não comer alimentos doces ou bebidas açucaradas, oferecendo-lhe lanches saudáveis, tais como pão e fruta.

Como lavar os dentes
A limpeza dos dentes deve iniciar-se logo após a erupção do primeiro dente do bebé. Quanto mais cedo se iniciar o hábito diário de higiene oral, melhores perspectivas há de evitar as doenças orais. Por isso, crie junto da sua criança o hábito de higiene oral desde a erupção do primeiro dente. No início, quando há poucos dentes erupcionados, pode utilizar-se uma gaze, dedeira específica para o efeito ou escova de dentes.

Aos três/quatro anos a criança deverá ser capaz de limpar os dentes, sozinha ainda que sob o controlo de um adulto. No entanto, enquanto isso não acontece, tenha em atenção os seguintes conselhos:   

- Quando escovar os dentes do seu filho, faça-o da mesma maneira como escova os seus dentes. Geralmente é mais fácil situando-se atrás da criança e inclinando-lhe a cabeça ligeiramente para trás;
- Utilize uma escova suave especial para crianças e uma pasta com flúor (entre 1000 a 1500 ppm de flúor);
- Comece por limpar as superfícies dos molares, realizando um movimento de trás para a frente;
- Para limpar a superfície exterior dos dentes, coloque a escova de dentes num ângulo de 45º em relação à linha das gengivas;
- Faça movimentos suaves e curtos levando a escova de trás para a frente;
- Para limpar as zonas interiores, coloque a escova para baixo e faça movimentos suaves de cima para baixo com a ponta da escova;
- Não se esqueça de escovar a linha das gengivas e os dentes posteriores;
- Mude de escova a cada três meses, ou antes se os filamentos começarem a ficar gastos;
- Cada criança deve ter a sua própria escova de dentes e não a deixe partilhar ou fazer trocas;
- É importante dedicar especial atenção aos dentes posteriores (molares) onde mais facilmente se desenvolvem cáries;
 
Quando ir ao dentista
É importante que a primeira ida ao dentista seja quando a criança tenha completado a dentição de leite (20 dentes). Isto sucede entre os dois anos e meio e os três anos. O dentista examinará os dentes, as gengivas e os maxilares da criança para verificar a existência de eventuais problemas e ensinar o modo correcto de cuidar e limpar os dentes.
 
Há casos excepcionais de crianças mais novas que desenvolvem cáries precoces e que devem ser vista e tratadas.
A primeira consulta de uma criança deve ser uma experiência agradável, para criar uma atitude favorável ao tratamento dentário durante toda a sua vida.
 
Nota: 
As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico e/ou Farmacêutico.
Dicionário de A a Z
Resumidamente, referem-se alguns aspectos particulares de cada vacina.

Vacina contra a tuberculose (BCG)
Administra-se sob a pele do braço (intra-dérmica) e, embora não seja muito eficaz na prevenção da tuberculose pulmonar, é muito eficaz na prevenção de tuberculoses disseminadas por outros órgãos (que são as mais graves), tendo também efeito na prevenção da lepra, de alguns cancros e leucemias.

Vacina contra a hepatite B (VAHB)
Administra-se no ombro (intra-muscular) e é muito eficaz na prevenção desta doença, que tem vindo a aumentar em todo o Mundo, sobretudo após a adolescência, devido à promiscuidade sexual, à toxicomania, etc.

Vacinas contra a difteria, o tétano e a tosse convulsa (DTP/DT/Td/VAT)
Para estas doenças existem vacinas trivalentes (com os 3 componentes - DTP), bivalentes (com dois componentes, por exemplo difteria e tétano - DT ou Td) e monovalentes (com um componente, por exemplo tétano - VAT). Estas vacinas são administradas no braço ou na coxa (intra-muscular) e permitem evitar aquelas doenças ou, pelo menos, diminuir a gravidade dos seus sintomas e complicações.

A difteria é uma doença muito contagiosa e grave, por vezes mortal; é mais frequente em crianças e afecta primeiro a garganta e o nariz, depois o coração e o sistema nervoso.

A tosse convulsa (coqueluche ou pertussis) é uma doença essencialmente infantil que se manifesta através de acessos de tosse constantes e muito intensos; embora seja menos grave que a anterior também pode ser mortal, sobretudo quando contraída por crianças debilitadas, por exemplo, crianças com má nutrição.

O tétano é outra doença muito grave, frequentemente mortal, que pode atingir qualquer pessoa em qualquer idade. Como os recém-nascidos também podem ser infectados, todas as mulheres grávidas devem estar correctamente vacinadas contra esta doença.

Vacina contra as doenças provocadas pelo Haemophilus influenzae serotipo b (Hib)
Deve ser administrada na coxa (intra-muscular), e permite evitar algumas meningites, pneumonias, otites e doenças graves da garganta, especialmente nas crianças.

Vacina contra as doenças provocadas pela Neisseria meningitidis serotipo C (MenC)
Permite evitar infecções pelo meningococo C. Deve ser administrada na coxa, por via intra-muscular.

Vacina contra a poliomielite (VAP/VIP)
É uma vacina muito eficaz e pode contribuir para a erradicação/desaparecimento da doença. A poliomielite, ou "paralisia infantil", era muito frequente e provocava, principalmente nas crianças, paralisia dos membros inferiores, podendo, nos casos mais graves originar a morte por paralisia dos músculos respiratórios.

Vacina contra o sarampo, a papeira e a rubéola (VASPR/VAR/VAS)
Para estas doenças existem vacinas trivalentes (contra os 3 vírus - VASPR), bivalentes (por exemplo, contra o sarampo e a rubéola - VASR) e monovalentes (por exemplo, contra o sarampo - VAS). No PNV administra-se a vacina trivalente, ou tríplice (VASPR - vacina conjunta contra as 3 doenças), que é aplicada no braço, numa só injecção subcutânea. É uma vacina muito eficaz e importante para o controlo e erradicação das doenças alvo, permitindo também reduzir a gravidade dos seus sintomas e complicações.

O sarampo pode originar pneumonias graves, por vezes mortais, nas crianças mais pequenas, bem como doenças neurológicas graves e mortais em adolescentes e adultos.

A papeira ou parotidite epidémica pode originar meningites, causar doenças dos testículos nos rapazes, e doenças dos ovários nas raparigas.

A rubéola pode causar defeitos congénitos graves nos recém-nascidos de mães não vacinadas (infectadas durante a gravidez).

Em Janeiro de 2006 foi incluída no PNV uma vacina contra a doença invasiva por Neisseria meningitidis do serogrupo C − Meningite C (MenC). A vacina oral contra a poliomielite (vírus vivo atenuado) foi substituída pela vacina injectável (vírus inactivado). A vacina de "célula completa" contra a tosse convulsa (DTP) foi substituída pela vacina "acelular" (DTPa), que origina menos efeitos colaterais.

O novo PNV inclui ainda duas vacinas tetravalentes (DTPaHib e DTPaVIP) e uma vacina pentavalente (DTPaHibVIP), que permitem reduzir o número total de inoculações ("injecções"). Além de protegerem contra doenças como a difteria, o tétano e a tosse convulsa, a vacina DTPaHib confere imunidade contra o Haemophilus influenzae b, e a vacina DTPaVIP previne a poliomielite; a vacina DTPaHibVIP confere imunidade contra as cinco doenças acabadas de referir.

Em Setembro de 2008 foi incluída no PNV uma vacina contra infecções pelo Vírus do Papiloma Humano (VPH). Esta vacina é dada a raparigas a partir dos 13 anos de idade.

Fora do âmbito da gratuitidade do PNV existem outras vacinas disponíveis em Portugal. Recomenda-se a administração da vacina contra a gripe − virus Influenzae − a determinados grupos de risco (por exemplo, idosos e crianças com problemas respiratórios crónicos); a aplicação desta vacina deve ser anual, nos meses de Setembro ou Outubro (início do Outono).

Todas as vacinas mencionadas têm muito poucas contra-indicações, podendo ser administradas durante tratamentos com antibióticos ou durante períodos de doença ligeira, como por exemplo constipações, más disposições, diarreia ou febre inferior a 38,5ºC.

Foto: 
Nota: 
As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde de A-Z não substituem o parecer/opinião do seu Médico e/ou Farmacêutico.
Na criança
A febre - aumento da temperatura corporal - é um sintoma que pode ser causado por uma grande varieda

A febre é uma elevação da temperatura do corpo para a defesa do organismo. É normalmente uma resposta a uma situação infecciosa benigna de curta duração.

É habitual a temperatura subir ao final da tarde e que no pico febril a criança fique prostrada (com actividade diminuída) e sem apetite.
 
 
 
Como medir a temperatura
Os locais de medição de temperatura podem ser vários, no entanto, considera-se febre acima dos 38˚C de temperatura rectal.
 
Temperatura axilar
O termómetro deve ser colocado na axila, mantendo o braço firmemente apertado junto ao tórax durante quatro minutos ou até o termómetro dar sinal sonoro. Corresponde a 1˚C abaixo do valor rectal.
 
Temperatura rectal
Introduzir o termómetro no recto da criança durante dois minutos
 
Temperatura timpânica
Tem a vantagem da comodidade e da rapidez. Requer um termómetro próprio. O valor corresponde a 0,5˚C abaixo do valor rectal.
 
Medidas gerais
 
  • Avaliar a temperatura regularmente;
  • Manter temperatura do ambiente entre os 18˚C e os 20˚C com local arejado sem correntes de ar;
  • Dar antipirético prescrito – medicamento para baixar a temperatura, como por exemplo, o paracetamol – se a temperatura acima dos 38,5˚ C rectal ou conforme recomendação do seu médico;
  • Avaliar temperatura 30 minutos depois de dar antipirético;
  • Se após os 30 minutos a temperatura não baixar: arrefecer a criança com uma toalha molhada em água morna, friccionando com suavidade a pele (após 30 minutos voltar a avaliar a temperatura);
  • Oferecer líquidos à temperatura ambiente para evitar a desidratação; Bebés com amamentação exclusiva mantêm a amamentação.

Agasalhar ou despir
Na subida de temperatura quando a criança está com calafrios e extremidades frias deve-se aquece-la após a administração do antipirético.

Já no arrefecimento há que permitir a libertação de calor despindo gradualmente a criança.

Quando consultar o médico

  • Criança com menos de três meses de idade;
  • Quando a febre se mantém após três dias, apesar da medicação e das medidas gerais;
  • Febre acompanhada de vómitos repetidos, dificuldade respiratória e manchas na pele;
  • Se surgir algum dos sinais de alerta.

Sinais de alerta

  • Convulsão;
  • Manter prostração após a toma do antipirético;
  • Sinais de desidratação;
  • Dificuldade respiratória;
  • Manchas na pele.
Fonte: 
Foto: 
Nota: 
As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico e/ou Farmacêutico.
Saiba tudo sobre:
A incontinência urinária tem um impacto directo negativo na qualidade de vida do idoso e está associ
Incontinência urinária

A incontinência urinária caracteriza-se pela perda incontrolável da urina, e pode manifestar-se em qualquer idade, embora as causas sejam diferentes dependendo desta. A verdade é que a incidência global da incontinência urinária aumenta progressivamente com a idade. É, por isso, um problema muito frequente na população idosa, uma vez que os dados apontam para que mais de 50 por cento dos idosos com mais de 80 anos são incontinentes.

O problema agrava-se quando os doentes por embaraço, medo ou por vergonha, ou mesmo por achar que se trata de uma inevitabilidade do avançar da idade, não procuram ajuda médica, e muitas vezes da família, e preferem isolar-se acabando em complicados estados depressivos e pode até constituir um motivo para a institucionalização. Segundo os dados disponíveis entre 35 a 50 por cento da população internada sofre de incontinência urinária.

Para além do impacto directo na qualidade de vida, a incontinência urinária, predispõe a dermatoses genitais, úlceras de pressão, infecções do tracto urinário, quedas e fracturas ocorridas, frequentemente, no caminho para a casa de banho.

É certo que com a idade surgem naturalmente alterações que por si só não provocam incontinência mas podem predispor para ela. Podem ser tão simples como a diminuição da mobilidade, a qual, associada a uma dificuldade em retardar a micção - urgência miccional - relativamente frequente no idoso, impede que a pessoa se desloque até à casa de banho a tempo. Com a idade perde-se também a destreza manual e o simples acto de desapertar os botões das calças pode tornar-se numa complicada e morosa tarefa. A bexiga do idoso perde algumas propriedades tornando-se frequentemente hiperactiva, isto é, obriga a micções mais frequentes, de pequeno volume e acompanhadas de urgência miccional.

Com o avançar da idade são também muito frequentes, quer no homem como na mulher, as micções nocturnas. São várias as causas desta situação que designamos por noctúria. Em condições normais os rins não produzem urina durante o sono graças à secreção de uma hormona (hormona anti-diurética), mas com a idade ou por interacção de algumas doenças como a obstrução causada pelo aumento da próstata, infecções urinárias, a insuficiência cardíaca, a diabetes, entre outras, esta situação altera-se e as pessoas idosas têm que se levantar 2 ou 3 vezes durante a noite. Se tiverem tomado comprimidos para dormir têm mais dificuldade em despertar para urinar.

Um outro factor importante, e que pode ser contornado, é a acção de alguns medicamentos, que podem tornar o idoso menos reactivo ao ponto de não se aperceber da vontade de urinar.

Existem ainda factores mais complicados como as alterações do estado mental, em que o grau de consciência se vai deteriorando, começando por poder causar uma falta de motivação até chegar à completa perda do controlo voluntário da micção.

Os tipos de incontinência urinária

Incontinência urinária transitória

Os tipos de incontinência que afecta a população idosa classificam-se essencialmente em dois tipos: transitória ou crónica. No primeiro caso, normalmente, é reversível mas tudo depende das causas que estão na sua origem, de um modo geral, fora do aparelho urinário. Contudo, embora chamada transitória, esta forma de incontinência pode tornar-se definitiva, se não for tratada.

Existe, na língua anglo-saxónica, uma mnemónica, "DIAPPERS", para descrever as causas da incontinência transitória e cujo significado, em português, é fraldas. Cada letra é a inicial de uma possível causa:

D - Delirium (Delírio);
 I - Infection (Infecção);
A - Atrophic urethritis/vaginitis (Vaginite ou uretrite atrófica);
P - Pharmacologic (Farmacológica);
P - Psychologic (Psicológica);
E - Excess urine output (Excesso de produção de urina);
R - Restricted mobility (Mobilidade restringida);
S - Stool impactation (Fecalomas);

Incontinência urinária crónica

A incontinência crónica subdivide-se em quatro tipos de incontinência: causada por hiperactividade do detrusor, por esforço, por regurgitação e funcional.

Hiperactividade do detrusor

A prevalência da hiperactividade do detrusor situa-se, nos idosos que se queixam de incontinência, entre os 40 e 70 por cento. As principais queixas são a imperiosidade miccional, que se descreve como uma vontade de urinar súbita e irreprimível que os impele a dirigirem-se rapidamente ao quarto de banho, e a perda involuntária que se segue se não chegam a tempo.

A imperiosidade é causada por um contracção forte ou muito forte do detrusor e que ocorre sem que a bexiga ainda esteja cheia; esta contracção leva a um aumento da pressão intra vesical e, se esta for superior à pressão de encerramento uretral, dará origem a incontinência. Pode ser parte de doenças que afectam o sistema nervoso central em que este não consegue inibir sinais sensoriais aferentes provenientes da bexiga dando-se, por isso uma contracção involuntária. Nos casos, em que a hiperactividade do detrusor está associada a uma doença neurológica, dá-se o nome de hiperreflexia do detrusor.

Há ainda outras situações, em que, embora não exista qualquer deficiência do sistema nervoso central, o mesmo não é capaz de inibir, de maneira eficaz, os sinais aferentes sensoriais vesicais por estes serem em número muito superior ao normal como, por exemplo, nos casos de cistites, uretrites atróficas ou prolapsos uterinos, na mulher, e hipertrofia benigna da próstata, no homem.

A hiperactividade do detrusor existe fisiologicamente, nos idosos, em dois subtipos. Num deles a função contráctil da bexiga está mantida e no outro está comprometida; este último subtipo é o mais comum e representa a coexistência de duas situações, hiperactividade do detrusor e flacidez vesical e não duas entidades separadas. Desta situação pode resultar, por um lado, retenção urinária por causa da flacidez vesical e por outro, incontinência, nos casos em que as contracções involuntárias do detrusor são despoletadas ou ocorrem ao mesmo tempo que aumentos da pressão intra-abdominal e são muito fracas para serem detectadas.

Incontinência urinária por esforço

A incontinência de esforço é a causa mais comum de perda de urina nas senhoras menopáusicas e ocorre por relaxamento do pavimento pélvico causado geralmente por partos múltiplos e pelo envelhecimento. É rara nos homens e, nestes casos, é geralmente iatrogénica, sendo consequência de lesões do esfíncter uretral feitas no decorrer de manobras ou intervenções cirúrgicas urológicas.

A sua sintomatologia é muito típica e consiste na perda involuntária de urina resultante do aumento da pressão intra-abdominal; este aumento de pressão, que é fisiológico e se desencadeia quando um indivíduo tosse, ri, espirra, se dobra ou se levanta, transmite-se à urina que está no interior da bexiga e, se for superior à pressão de encerramento da uretra, permite uma passagem involuntária de urina. Pode ser causada por hipermobilidade da uretra, deficiência intrínseca do esfíncter uretral ou mista.

A incontinência por hipermobilidade da uretra, a mais vulgar, manifesta-se quando existe enfraquecimento do pavimento pélvico, o qual permite que, com o aumento da pressão intra-abdominal, exista abaixamento e deslocamento do colo vesical para fora da cavidade abdominal; deste facto resulta um aumento desproporcionado da pressão intra-vesical em relação à pressão uretral e consequente perda de urina.

A incontinência por deficiência intrínseca do esfíncter manifesta-se quando existe fraqueza do esfíncter interno que, por se encontrar entreaberto (hipotónico e/ou rígido), permite a saída de urina quando aumenta a pressão intra-abdominal. Tanto a hipermobilidade da uretra como a deficiência intrínseca do esfíncter têm manifestações clínicas idênticas.

Incontinência urinária por regurgitação

A incontinência por regurgitação é sobretudo nocturna e é a causa de cerca de 10 por cento das incontinências dos idosos. Desenvolve-se quando há retenção urinária crónica completa, na qual a pressão de encerramento da uretra é superior à pressão intra-vesical. Pode, portanto, aparecer nas situações em que existe uma obstrução por barragem infra-vesical ou, em alternativa, quando há uma bexiga hipocontráctil.

Este fenómeno pode ser causado por obstrução uretral com origem numa hipertrofia benigna da próstata, em neoplasias da próstata ou da uretra, estenoses da uretra, grandes prolapsos uterinos, fecalomas, ou então por hipocontratilidade do detrusor resultante de neuropatias diabéticas ou alcoólicas, lesões da medula, ou uso de medicamentos com efeito anticolinérgicos como alguns neurolépticos, narcóticos, antidepressivos e relaxantes musculares.

Incontinência urinária funcional

A incontinência funcional é a que tem por causa dificuldades crónicas das funções cognitivas e/ou da mobilização e que interferem nos hábitos normais de higiene. Ou seja, estes doentes, em princípio, são continentes mas, devido a essas dificuldades, não conseguem alcançar o quarto de banho a tempo. A dificuldade de mobilização pode ser devida a artrites graves, a contracturas musculares, ou mesmo a debilidade generalizada. As perturbações cognitivas podem ser devidas a medicação tomada pelos doentes ou resultante de estados de delírio ou demência. Normalmente estes doentes não têm qualquer tipo de alteração no seu aparelho urinário e a incontinência é resultante de factores externos.

Tratamento da incontinência urinária

O tratamento da incontinência urinária implica uma cuidada avaliação de todos os factores que possam estar directa ou indirectamente relacionados com a doença. Nos casos em que exista indicação, é instituída terapêutica medicamentosa e/ou intervenção cirúrgica.

Contudo, é possível começar por medidas práticas que facilitem a acessibilidade do idoso. Tentar motivá-lo para se mobilizar proporcionando facilidades em se levantar para ir à casa de banho ou colocando um urinol a seu lado. Tentar melhorar estados confusionais que podem estar ligados a medicação. Alguns sedativos têm acção muito prolongada e por um efeito de acumulação deprimem demais o estado de consciência do idoso, deixando-o demasiado sonolento ou mesmo confuso.

Por vezes tenta-se "aligeirar" a última refeição do dia só à custa de líquidos e/ou fruta o que irá aumentar a necessidade de urinar durante a noite o que não é prático nem para o idoso nem para quem o assiste.Por fim pode haver necessidade de recorrer às fraldas e à algaliação (sempre o último recurso).

São alguns exemplos que podem ajudar mas na maioria das situações é necessária apurar as causas com uma cuidada observação médica.

Artigos relacionados

“Incontinência urinária é também um problema cultural”

O homem e a incontinência urinária

Incontinência urinária: menopausa e parto entre fatores desencadeantes

Foto: 
Nota: 
As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico e/ou Farmacêutico.
Para cancro do colo do útero
Depois de ser conhecida a relação directa entre os hábitos tabágicos e o cancro do pulmão, vários estudos recentes vieram...

Em Portugal, foi estimada uma incidência de cancro do colo do útero de 12,2/100.000 mulheres em 2008 e uma mortalidade no mesmo ano de 3,6/100.000 mulheres, correspondendo a cerca de 950 casos novos e a cerca de 345 mortes, ou seja, todos os dias morre uma mulher em Portugal vítima de cancro do colo do útero.

Teresa Fraga, ginecologista do Hospital CUF Descobertas, especialista no tratamento de lesões pré-malignas no colo do útero explica que “na prática clínica diária conseguimos observar que as mulheres que fumam e que estão infectadas pelo HPV têm maior probabilidade de desenvolver cancro do colo do útero do que as mulheres não fumadoras que sofram da mesma infecção”.

No entanto, existem outros factores de risco para o desenvolvimento desta doença, na qual a infecção por HPV tem um papel preponderante. A não realização de exame de rastreio (citologia e/ou teste de HPV) com regularidade, ser portadora de VIH (vírus que provoca a sida) ou sob medicação inibidora do sistema imunitário (por exemplo em pessoas com transplantes de órgãos), ter mais 40 anos de idade; ter vários parceiros sexuais; tomar contraceptivos orais durante períodos iguais ou superiores a 10 anos ou mesmo o número de partos que a mulher teve são outros dos factores conhecidos que potenciam o aparecimento do cancro do colo do útero.

O cancro do colo do útero é a segunda neoplasia mais frequente nos países desenvolvidos em mulheres entre 15 e 45 anos, resultando num significativo impacto sobre as famílias, emprego e comunidade. No entanto, é importante recordar que quando as lesões precursoras desta doença são diagnosticadas e tratadas numa fase inicial, apresentam uma taxa de cura próxima dos 100%, pelo que a sua detecção precoce se reveste da máxima importância.

Teresa Fraga defende que “as estratégias de rastreio que melhorem a eficiência e reduzam o número de procedimentos desnecessários e simultaneamente reduzam o risco de progressão para cancro do colo útero têm o potencial para diminuir os custos directos e indirectos, bem como o fardo social desta doença”.

Estudo explica a razão:
Um estudo norte-americano aponta que o cérebro de adolescentes tem mais dificuldade em conter impulsos, levando jovens a...

O cérebro adolescente teria, segundo os autores do estudo conduzido pelo Weill Cornell Medical College, em Nova Iorque, nos Estados Unidos, uma peculiaridade funcional em comparação com cérebros de crianças e adultos.

Para chegar à descoberta, investigadores submeteram 83 pessoas com idades entre 6 e 29 anos a uma experiência que se baseava na resposta impulsiva a imagens exibidas num ecrã.

Os cientistas usaram como base o conhecimento de que adolescentes envolvidos em crimes geralmente cometem-nos em situações de stresse emocional, de conflito.

Assim, aos participantes a experiência consistia em ver rostos com expressões neutras ou ameaçadoras no ecrã e apertar um botão apenas quando a face exibida fosse neutra.

Os participantes também tiveram a sua actividade cerebral monitorizada durante os testes.

Adolescentes apresentaram 15% mais erros do que os adultos e crianças envolvidos no teste, pressionando o botão também ao ver faces ameaçadoras, numa atitude impulsiva.

Segundo os pesquisadores, os adolescentes que conseguiram conter o impulso de pressionar o botão erroneamente demonstraram uma grande actividade numa área do cérebro chamada córtex pré-frontal ventromedial (VMPC), directamente ligada ao autocontrolo.

Isso poderia explicar, segundo os peritos, a razão de criminosos adolescentes terem pouca probabilidade de reincidirem em crimes, já que apenas o desenvolvimento natural do cérebro, decorrente da maturidade, permite uma maior actividade desse córtex.

«A conclusão sugere que o cérebro adolescente é altamente impulsivo ao deparar-se com uma situação de ameaça e indica que uma actividade pouco usual do VMPC possa ter uma relação biológica com isso», afirma o cientista do City College of New York Jon Horvitz na divulgação do estudo. “É uma descoberta empolgante”.

 
14 de Novembro
Com a população a envelhecer, a comer cada vez pior e com estilos de vida sedentários, a diabetes vai continuar a aumentar...

As estimativas são norte-americanas, mas valem para todos os países desenvolvidos, incluindo Portugal. O alerta é do coordenador do Programa Nacional da Diabetes, da Direcção-Geral da Saúde, José Manuel Boavida.

“Temos de sensibilizar para o risco enorme de a sociedade vir a ter 30% de diabéticos”, afirmou, ao Jornal de Notícias, José Manuel Boavida, a propósito do Dia Mundial da Diabetes, que se assinala hoje – 14 de Novembro.

Em Portugal, os últimos números (relativos a 2011) apontam para uma prevalência de 12,7% (cerca de um milhão de portugueses têm a doença). No próximo dia 26, serão apresentados os dados de 2012. O director do Programa Nacional da Diabetes recusa antecipá-los, embora adiante que não espera surpresas.

 

Dieta rica em proteínas animais aumenta risco de diabetes

Alimentos ricos em proteínas animais e, portanto, acidificantes, podem aumentar consideravelmente o risco de diabetes tipo 2, a mais comum, revelou um estudo publicado por cientistas do Instituto Nacional da Saúde e da Pesquisa Médica (Inserm).

“Este é o primeiro estudo a estabelecer um vínculo entre a carga ácida da alimentação e um aumento significativo do risco de diabetes tipo 2”, comentou Guy Fagherazzi, um dos autores do estudo publicado na revista Diabetologia, da Associação Europeia de Estudo do Diabetes.

A acidez do nosso organismo depende directamente daquilo que comemos e alguns alimentos teriam um efeito acidificante, enquanto outros teriam um efeito basificante ou alcalinizante uma vez absorvidos pelo nosso organismo. A acidez é medida pela escala Pral (sigla em inglês para carga ácida renal potencial), que permite classificar os alimentos em função da sua carga ácida ou básica.

Segundo Fagherazzi, as carnes, sobretudo aquelas processadas industrialmente, assim como os queijos e os produtos derivados de leite fazem parte dos alimentos mais acidificantes, enquanto as frutas e os legumes, ao contrário, são alcalinizantes.

Os cientistas do Inserm estudaram a alimentação de 66 mil mulheres filiadas ao plano de saúde dos professores franceses MGEN (Mutuelle Générale de l'Education nationale) durante um período de 14 anos, durante o qual 1.372 das estudadas desenvolveram diabetes tipo 2.

Ao comparar a composição da sua alimentação e ao ajustar os resultados para eliminar outros factores de risco (especialmente obesidade, sedentarismo e tabagismo), descobriram que 25% que seguiam a dieta mais acidificante apresentavam um risco 56% maior de desenvolver diabetes tipo 2 em comparação com as 25% de mulheres que seguiam uma alimentação mais alcalinizante.

O risco aumentou 96% em mulheres de constituição física normal e que ingeriam alimentos com carga ácida maior, enquanto a alta foi claramente menor (28%) nas obesas ou com excesso de peso, o que leva a crer que “nas mulheres que já apresentam riscos, o efeito da alimentação seria menor”, revelou Fagherazzi.

Para explicar o fenómeno, o cientista levantou a hipótese de que uma dieta acidificante “ocasionaria um aumento do risco de resistência à insulina, ou seja, a incapacidade do corpo de segregar insulina quando precisa para regular a glicemia”.

O médico admitiu, contudo, que outros trabalhos serão necessários para confirmar os resultados deste primeiro estudo sobre o tema. Uma pesquisa anterior, publicada em 2011, já tinha evocado a existência de um vínculo entre a resistência à insulina e a carga ácida da alimentação.

Fique a saber
A prevalência da asma tem vindo a aumentar a nível mundial, nos últimos anos, especialmente nas cria
Mulher a utilizar bomba de asma

Isto é asma?

Considere o diagnóstico de asma em presença de qualquer um dos seguintes sinais ou sintomas:

  • Pieira;
  • Tosse com agravamento nocturno;
  • Pieira recorrente;
  • Dificuldade respiratória recorrente;
  • Aperto torácico recorrente.

 

Não se esqueça que:

  • Eczema, rinite alérgica ou história familiar de asma, ou de doença atópica, estão frequentemente associados a asma;
  • Uma observação torácica normal não exclui a hipótese de asma.

Pontos chave:

1.Os sintomas de asma ocorrem, ou agravam-se, à noite, acordando o doente e, também, na presença de exercício, infecção viral, animais com pêlo, ácaros domésticos (nos colchões, nas roupas de cama, nas alcatifas, nas almofadas, nas carpetes, na mobília acolchoada), fumo (tabaco, lenha), pólen, alimentos, alterações da temperatura, emoções fortes (riso, choro), aerossóis de produtos químicos e de fármacos (aspirina, bloqueantes beta).

2.As crianças com infecções respiratórias cujo sintoma principal é a tosse, ou a pieira, são com frequência erradamente diagnosticadas como tendo bronquite, ou pneumonia, ou infecção respiratória aguda e medicadas, de forma deficiente, com antibióticos ou antitússicos. O tratamento com medicamentos antiasmáticos pode ser benéfico e auxiliar ao diagnóstico.

3.Muitos lactentes e crianças que têm pieira com as infecções respiratórias a vírus, podem não desenvolver asma que persista durante a infância, mas podem beneficiar de fármacos anti-asmáticos nos episódios de pieira.

4.Não há uma forma segura de prever quais as crianças que vão ter asma. No entanto, alergia, história familiar de alergia ou de asma e uma exposição intensa a fumo de tabaco e a alergénios, no período pré e pós-natal, estão fortemente associados a asma persistente.

5.A asma deverá ser considerada em doentes que apresentem um quadro de resfriados de repetição, que “desça” para o tórax ou que leve mais de 10 dias a melhorar, ou nas situações de melhoria em caso de administração de medicamentos antiasmáticos.

6.Os fumadores e doentes idosos sofrem com frequência de doença pulmonar obstrutiva crónica (DPOC), que causa sintomas semelhantes aos da asma. No entanto, estes doentes podem sofrer de asma. Nestes casos, uma melhoria do Peak Expiratory Flow (PEF), após tratamento com medicamentos antiasmáticos, tem valor diagnóstico.

7.Os trabalhadores expostos a substâncias químicas ou alergénios inalados no local de trabalho, podem desenvolver asma e serem erradamente diagnosticados como sofrendo de DPOC. São essenciais o diagnóstico precoce através de medições do PEF, em casa e no emprego, a evicção da exposição aos factores de agravamento e o tratamento instituído numa fase inicial.

Limitação reversível e variável do fluxo aéreo, através de medições do Peak Expiratory Flow – PEF (Débito Expiratório Máximo Instantâneo) com Peak Flow Meter (Debitómetro) ou Espirometria.

- O PEF aumenta mais de 20%, (ou 60 L/min) 15 ou 20 minutos após inalação de um agonista-β2 de curta acção.

- O PEF sofre uma variação de mais de 20% comparativamente com os valores ao acordar, medidos 12 horas após a última toma de broncodilatadores, (ou uma variação superior a 10% em doentes sem tratamento com broncodilatadores).

- O PEF decresce mais de 20%, 6 minutos após o exercício ou corrida.

A espirometria é o método preferível para medir a limitação de fluxo aéreo e sua reversibilidade, a fim de estabelecer um diagnóstico de asma.

Um aumento ≥ 12% (ou ≥ 200ml) no VEMS (volume expiratório máximo no primeiro segundo), após a administração de um broncodilatador, indica limitação de fluxo aéreo reversível compatível com a asma (contudo, a maioria dos doentes com asma não apresentará reversibilidade em todas as avaliações e é recomendável repetir o teste).

Não se esqueça que:

  • As crises de asma podem ser difíceis de diagnosticar. Sintomas de asma como dispneia aguda, aperto torácico e pieira, também podem ser causados pelo "croup" (Laringotraqueobronquite), pela bronquite aguda, por problemas cardiovasculares ou pela disfunção das cordas vocais;
  • O uso da espirometria, a comprovação da reversibilidade dos sintomas com broncodilatadores e a história de crise (se está relacionada, por exemplo, com exposições que habitualmente agravam a asma) ajudam a estabelecer o diagnóstico;
  • Uma radiografia do tórax pode ajudar a afastar a hipótese de pneumonia, de lesões das vias aéreas de grande calibre, de insuficiência cardíaca congestiva, de aspiração de corpo estranho ou de pneumotórax.

Como Utilizar o Debitómetro

As medições da função respiratória indicam o grau de limitação do fluxo aéreo e auxiliam o diagnóstico e a monitorização da evolução da asma. Medições objectivas da função respiratória revelam-se de grande importância, na medida em que médicos e doentes não reconhecem, na maioria dos casos, os sintomas da asma e o seu grau de gravidade.

O estudo da função respiratória é utilizado para o diagnóstico da asma de forma semelhante à medição da pressão arterial para o diagnóstico e monitorização da hipertensão.

Os Debitómetros (Peak Flow Meters) medem o Peak Expiratory Flow - PEF, o débito mais elevado com que o ar circula nas vias aéreas durante uma expiração forçada.

O rigor das medições do PEF depende da colaboração do doente e de uma técnica correcta. Diversos tipos de Debitómetros encontram-se actualmente disponíveis no mercado, sendo a técnica de utilização semelhante em todos:

  • O doente deve manusear o Debitómetro na posição de pé sem obstruir o indicador de escala de valores. Deverá certificar-se de que o indicador se encontra na posição 0 da escala de valores.
  • O doente deve inspirar profundamente, colocar o bocal do Debitómetro na boca, apertar os lábios à volta da peça bocal e expirar rapidamente e com o máximo de força possível. O bocal não deverá estar obstruído com a língua.
  • Esta operação deve ser repetida 3 vezes, sendo registado o valor mais elevado, de manhã e á noite. A operação deverá ser repetida ao longo de 2 a 3 semanas, de modo obter-se o melhor valor pessoal.

O valor diário do PEF obtido ao longo de 2 a 3 semanas, quando disponível, é útil para o estabelecimento do diagnóstico e da terapêutica. Se durante 2 ou 3 semanas o doente não conseguir atingir 80% do valor teórico do PEF (estes valores constam de tabelas fornecidas com os Debitómetros), pode ser necessário um período de corticosteróides orais, para determinar qual o melhor valor pessoal.

A monitorização a longo prazo do PEF, acompanhado da revisão de sintomas, será de grande utilidade para a avaliação da resposta ao tratamento.

A monitorização do PEF pode, igualmente, ajudar a detectar sinais precoces de agravamento de asma antes da ocorrência de sintomas. Deve verificar-se, monitorizar-se e adaptar-se o tratamento para um controlo efectivo da asma a longo prazo.

Artigos relacionados

A Asma pode (e deve) ser Controlada

“O doente com asma pode e deve praticar exercício físico”

Asma e Gravidez

Fonte: 
Foto: 
Nota: 
As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico e/ou Farmacêutico.
As mais comuns
Este tipo de lesões estão directamente relacionadas com as funções desempenhadas em cada trabalho es
Lesões trabalho

 

 

1. Tendinite da coifa dos rotadores
É uma das mais frequentes patologias do ombro e resulta da realização de actividades que exigem a elevação mantida ou repetida dos membros superiores ao nível dos ombros ou acima deles ou ainda da realização de movimentos de circundação com os braços elevados.

 

 

2. Síndrome do túnel cárpico
A síndrome do túnel cárpico é uma neuropatia, isto é, uma lesão de um nervo periférico, provocada pela compressão do nervo mediano num espaço limitado, o túnel cárpico, localizado no punho.

As posições de extensão excessiva do punho ou de hiperflexão são algumas das causas da síndrome do túnel cárpico.

3. Tendinites do punho
As tendinites do punho ou as tenossinovites do punho são desencadeadas pela realização de movimentos repetitivos de flexão/extensão do punho e dedos, mesmo quando são realizados com o manuseamento de pequenas cargas, ou pela manutenção de uma carga em postura inadequada.

4. Epicondilite e epitrocleíte

A epicondilite lateral ou a mediana (epitrocleíte) são tendinopatias que surgem como resposta à sobrecarga do cotovelo por gestos repetitivos ou pela manipulação de cargas excessivas ou de cargas mal distribuídas.

5. Raquialgias
As raquialgias, geralmente chamadas de “dores nas costas ou das cruzes”, são das queixas mais frequentemente associadas ao trabalho. Os sintomas variam de acordo com a região da coluna vertebral afectada: cervical, dorsal ou lombar. As lombalgias (ou lumbago) e as cervicalgias são as queixas mais frequentes.

As posturas prolongadas de pé, os movimentos frequentes de flexão e de extensão da coluna, o manuseamento e transporte de cargas, a permanência sentado em trabalho com computador são causas possíveis de raquialgias.

Algumas outras lesões músculo-esqueléticas relacionadas com o trabalho (LMERT):

- Síndrome do conflito ou do desfiladeiro torácico;

- Síndrome do canal radial;

- Síndrome do canal cubital;

- Bursite do cotovelo;

- Síndrome do canal de Guyon;

- Doença de De Quervain;

- Bursite patelar;

- Tendinite rotuliana;

- Tendinite aquiliana;

- Síndrome de Raynaud;

Causas das LMERT
As causas das LMERT são várias, ainda que a “sobrecarga” a nível dos tendões, dos músculos, das articulações e dos nervos constitua importante factor de risco. Essa “sobrecarga” é composta por vários elementos:

1. Relacionados com a actividade de trabalho;

2. Individuais, também chamados co-factores de risco;

3. Organizacionais/psicossociais, que, embora sejam igualmente factores de risco profissionais, são frequentemente abordados separadamente.

O que é um factor de risco (ou um “perigo”) de LMERT?
Um factor de risco é algo do trabalho que pode provocar um efeito adverso (negativo), por exemplo, nos tendões (tendinites). A exposição ao factor de risco (ou ao “perigo”) pode causar (ou não) doença ou lesão, dependendo de vários outros factores adicionais.

Por exemplo, usar um alicate em que se aplica força não significa obrigatoriamente que se venha a desenvolver uma lesão ou uma doença, mas se a utilização for amiudada (por exemplo, quatro ou mais horas diárias), a probabilidade de vir a desenvolver uma doença ou lesão aumenta. Ou ainda se a utilização do alicate exigir, ainda por cima, uma posição “esforçada” da mão, essa pode aumentar.

Exposição ao factor de risco X duração, intensidade e frequência = risco de LMERT

Fonte: 
Foto: 
Nota: 
As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico e/ou Farmacêutico.
Relacionadas com o trabalho
As lesões músculo-esqueléticas (LME) podem afectar diferentes partes do corpo, como, por exemplo, o

As lesões músculo-esqueléticas dos membros superiores relacionadas (ou ligadas) com o trabalho (LMEMSRT ou LMEMSLT) são as que são referidas com maior insistência em certas condições de trabalho como, por exemplo, as actividades implicando tarefas repetitivas, a aplicação de força ou o trabalho que requeira posições das articulações muito “exigentes”.

 

O que são as LMERT?
A designação “lesões músculo-esqueléticas relacionadas ou ligadas ao trabalho (LMERT ou LMELT) inclui um conjunto de doenças inflamatórias e degenerativas do sistema locomotor.

Designam-se LMERT ou LMELT (lesões músculo-esqueléticas relacionadas ou ligadas ao trabalho) as lesões que resultam da acção de factores de risco profissionais como a repetitividade, a sobrecarga e/ou a postura adoptada durante o trabalho.

As LMERT geralmente localizam-se no membro superior (LMEMSRT) e na coluna vertebral, mas podem ter outras localizações, como os joelhos ou os tornozelos, dependendo a área do corpo afectada, da actividade de risco desenvolvida pelo trabalhador.

Quais são os sintomas das LMERT?

As LMERT caracterizam-se por sintomas como:

  • Dor, a maior parte das vezes localizada, mas que pode irradiar para áreas corporais;
  • Sensação de dormência ou de “formigueiros” na área afectada ou em área próxima;
  • Sensação de peso;
  • Fadiga ou desconforto localizado;
  • Sensação de perda ou mesmo perda de força.

Na grande maioria dos casos, os sintomas surgem gradualmente, agravam-se no final do dia de trabalho ou durante os picos de produção e aliviam com as pausas ou o repouso e nas férias.

Se a exposição aos factores de risco se mantiver, os sintomas, que inicialmente são intermitentes, tornam-se gradualmente persistentes, prolongando-se muitas vezes pela noite, mantendo-se mesmo nos períodos de repouso e interferindo não só com a capacidade de trabalho, mas também, com as actividades do dia-a-dia. Quando as situações clínicas evoluem para a doença crónica, pode surgir também edema (inchaço) da zona afectada e mesmo uma hipersensibilidade a todos os estímulos, como, por exemplo, o “toque”, o esforço, mesmo que ligeiro, ou as diferenças de temperatura.

Como podemos agrupar as LMERT?

As LMERT podem ser agrupadas de acordo com a estrutura afectada:

- Tendinites ou tenossinovites são lesões localizadas ao nível dos tendões e bainhas tendinosas, de que são exemplo a tendinite do punho, a epicondilite e os quistos das bainhas dos tendões;

- Síndromes canaliculares, em que há lesão de um nervo, como acontece na Síndrome do Túnel Cárpico e na Síndrome do canal de Guyon;

- Raquialgias, em que há lesão osteoarticular e/ou muscular ao longo de toda a coluna vertebral ou em alguma parte desta;

- Síndromes neurovasculares, em que há lesão nervosa e vascular em simultâneo.

Fonte: 
Foto: 
Nota: 
As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico e/ou Farmacêutico.
As modificações
À medida que a gravidez evolui e o bebé se desenvolve, o corpo da mãe modifica-se, adaptando-se à no

Em determinadas fases, ver ao espelho as mudanças do corpo pode causar desagrado ou até algum sentimento de recusa. Noutros momentos, essas alterações despertam a curiosidade e criam novas expectativas.

Torna-se, por isso, importante procurar saber mais sobre o que se passa numa gravidez e esclarecer dúvidas junto de pessoas da família, do grupo de amigos e dos serviços de saúde.

É importante aprendermos a respeitar e gostar do nosso corpo, em especial durante uma gravidez.

Modificações esperadas organismo:

  • O abdómen (barriga) aumentará de tamanho, pouco a pouco, sendo já bem visível a partir do 4º/5º mês.
  • Os seios também aumentarão de volume, o mamilo estará mais sensível é comum aparecer leite antes do final da gravidez.
  • Podem ocorrer alterações da cor da pele, como manchas castanhas no rosto, maior pigmentação da aréola do mamilo ou uma linha escura na barriga, abaixo do umbigo, que desaparecem depois do parto.
  • No início da gravidez pode verificar-se uma maior sonolência e necessidade de dormir.
  • Náuseas e vómitos são habituais nos primeiros meses, sobretudo pela manhã; coma qualquer coisa assim que sair da cama e, ao longo do dia, coma com frequência, mas em pequenas quantidades.
  • Pode ocorrer obstipação (prisão de ventre); para combatê-la (ou evitá-la), beba muita água e ingira alimentos ricos em fibras, como fruta (laranjas, ameixas, kiwis), hortaliças e cereais integrais (pão de mistura, flocos).
  • Durante a gravidez será mais frequente a necessidade de urinar, inclusive durante a noite.
  • As varizes podem ser uma consequência desagradável da gravidez; para contrariar esta tendência, não deve permanecer em pé ou sentada por longos períodos. Sempre que possível, descanse com as pernas elevadas.
  • No final da gravidez podem surgir dores nas costas; procure sentar-se correctamente, com as costas apoiadas e evite carregar pesos.

A gravidez traz consigo alterações importantes, não só no corpo, mas também nos seus sentimentos, na sua disposição e na do seu companheiro, assim como na vida social, laboral e familiar.

Durante o primeiro trimestre, pode sentir emoções contraditórias, ora de alegria, ora de insegurança ou preocupação. Estará especialmente sensível. Pode notar variações de humor, sem motivo aparente. São reacções normais!

Na maior parte dos casos, o segundo trimestre da gravidez é um período de serenidade e calma. A mãe já sente o bebé e isto tranquiliza-a e anima-a.

No terceiro trimestre, pode voltar a sentir uma certa intranquilidade. Poderão surgir preocupações em relação ao parto e ao bem-estar e saúde do bebé; pode estar impaciente com a espera do nascimento.

Será de grande utilidade que, durante este processo, participe em acções informativas e actividades de preparação para a maternidade e paternidade.

Fonte: 
Foto: 
Nota: 
As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico e/ou Farmacêutico.
Saiba tudo
Todas as grávidas têm direito à prestação de cuidados de saúde gratuitos, quer no centro de saúde, q

Para vigiar a sua saúde e a do seu bebé, é necessário ir regularmente às consultas. É importante que não falte. Quando, por qualquer motivo, não puder ir, avise e marque nova consulta.

Vai-lhe ser entregue um livrinho verde - o Boletim de Saúde da Grávida.

Leve-o consigo sempre que for a qualquer consulta ou à urgência. Não se esqueça de o levar quando for ao hospital para o parto.

Um aspecto importante a recordar é que a gravidez diz respeito não só à mulher (mãe), mas também ao homem (pai).

Pelas mais diversas razões, o pai do bebé nem sempre está em condições de viver a gravidez junto da mãe, ou participar nas consultas de vigilância. Mas, sempre que isso seja possível, é bom que ele esteja presente, de modo a obter informações sobre a gravidez, a criança e o seu papel de pai.

Aliás, é um direito que o futuro pai tem e, ao mesmo tempo, um dever.

As consultas
Durante a gravidez é necessário verificar regularmente se tudo está a correr bem consigo e se o seu bebé está a desenvolver-se normalmente.

Para isso, nas consultas de gravidez os procedimentos de rotina são:

  • Avaliações da tensão arterial;
  • Testes à urina;
  • Palpação abdominal para medir a altura do útero e verificar a posição e o tamanho do bebé;
  • Auscultação dos batimentos cardíacos fetais;
  • Exame às pernas para eventual detecção de varizes ou edemas (inchaços);
  • Exame ginecológico no início e final da gravidez.

Durante a gravidez, o médico vai solicitar:

  • Análises ao sangue regulares, com vista a excluir anemias ou outros problemas;
  • Ecografias em cada trimestre, para avaliar o desenvolvimento e o estado de saúde do bebé.

Deve fazer os exames que lhe forem pedidos e mostrar os resultados na consulta seguinte. Não tenha medo ou vergonha de conversar com a equipa de saúde sobre as suas necessidades, os seus problemas e os seus receios.

Tome nota das suas dúvidas num papel. Assim não se esquecerá de as esclarecer na próxima consulta.

Muitos centros de saúde e hospitais oferecem aulas de ginástica de preparação para o parto.

Fonte: 
Foto: 
Nota: 
As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico e/ou Farmacêutico.
Em todas as idades
O nariz é a porta de entrada do nosso sistema respiratório.

Manter uma boa higiene nasal é fundamental para prevenir problemas com impacto na saúde, como fraca qualidade de sono, fadiga diurna, respiração deficitária e em última instância não filtrar o ar respirado de impurezas. A higiene é essencial para permitir que o nariz cumpra as suas muitas funções: filtrar o ar de impurezas, regular a entrada de ar para os pulmões assegurando uma velocidade, humidade e temperatura constantes (37°), para além de proteger o corpo contra vírus e bactérias presos no muco.

De um modo geral, a higiene nasal está indicada na prevenção e no tratamento das rinossinusites agudas ou crónicas, nas rinites alérgicas ou não, nos processos gripais e nos cuidados pós-operatórios. Deve-se considerar a higiene nasal como uma medida terapêutica coadjuvante, bem como um procedimento importante no manuseio das queixas e condições que afectam o sistema nasossinusal.

Nas rinites alérgicas, a higiene nasal também é recomendada para fluidificar o muco e remover os irritantes da mucosa, melhorando o fluxo de ar através do nariz e da cavidade nasal.

Na rinite atrófica, uma rinite crónica em que a membrana mucosa se torna mais fina (atrofia) e endurece, é importante manter uma higiene nasal regular e diligente, para facilitar o tratamento. Quer isto dizer que, em qualquer condição em que ocorram alterações das vias aéreas superiores, a higiene nasal desempenha um papel importante como um procedimento complementar á terapia de base. Assim, antes de qualquer medicação nasal deve-se fazer higiene, uma vez que se admite que esta permite um aumento da eficácia do fármaco que será administrado a seguir.

Existem, actualmente no mercado, produtos específicos para a limpeza nasal. Por exemplo, as soluções salinas reduzem a concentração de histamina nasal e diminuem substancialmente a concentração nasal de leucotrienos C4 (mediador inflamatório).

O mar contém inestimáveis riquezas e contribui ele próprio para a nossa saúde e bem-estar (talassoterapia, cosméticos à base de algas marinhas, alimentos…).

Embora presentes em baixa concentração no organismo, os oligoelementos contidos na solução de água do mar, comportam-se como activadores catalíticos de reacções bioquímicas na circulação, tubo digestivo, músculos e cérebro. São fundamentais para o bom funcionamento do organismo e para o seu equilíbrio. Contribuem para combater o cansaço, condições de stress e doenças infecciosas, especialmente localizadas na esfera do nariz e garganta.

Nos processos gripais e nas constipações alguns estudos demonstraram benefícios com o uso de soluções salinas isotónicas, principalmente por não produzirem a irritação nasal que ocorre com o uso de soluções hipertónicas. São vários os especialistas que recomendam este tipo de limpeza no pós-operatório de cirurgias rinossinusais com uma solução salina para ajudar a ‘amolecer’ e a remover as crostas nasais associadas à cirurgia, favorecendo a regeneração epitelial.

São portanto vários os benefícios para a saúde e bem-estar de manter uma boa e cuidada higiene nasal que se pode fazer com produtos diversos de venda livre nas farmácias ou parafarmácias.

Foto: 
Nota: 
As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico e/ou Farmacêutico.
Dicionário de A a Z
A castanha é um fruto que geralmente apresenta uma forma arredondada, e com uma cor que pode variar

Existem várias espécies, sendo uma das mais importantes o Castanheiro Europeu. A colheita pode efectuar-se a partir de Setembro consoante as favoráveis condições climatéricas. O consumo deste fruto em Portugal ocorre por alturas do S. Martinho, em Novembro.

A castanha apresenta características nutricionais bastante interessantes: o seu valor energético é de cerca de 200 kcal por 100 g de alimento (um terço do valor calórico dos amendoins e da castanha de caju), sendo constituída por 40% de hidratos de carbono complexos (amido), 3% de proteína e 2% de lípidos.

Ao contrário das nozes, as castanhas contêm apenas um vestígio de gordura e, são também o único fruto oleaginoso que contém uma quantidade significativa de vitamina C (cerca de 50mg por 100g de alimento, o que representa, aproximadamente, 60% das necessidades diárias desta vitamina, para um adulto saudável).

Por serem ricas em vitamina C, fortalecem o sistema imunitário, mantêm os ossos, a pele e as articulações saudáveis e têm uma função antioxidante contra os radicais livres que se formam nas nossas células diariamente.

Os hidratos de carbono presentes são, na sua maioria, complexos (amido) tendo a vantagem de ser de absorção lenta, permitindo assim uma saciedade mais duradoura. Trata-se, também de um fruto rico em sais minerais, vitaminas do complexo B, fibras, cálcio, magnésio, fósforo e potássio. Para além disto, as castanhas não contêm glúten, sendo portanto um alimento bem tolerado por pessoas com doença celíaca.

No entanto, apesar de ser um fruto com bastantes benefícios para a saúde é preciso ter alguns cuidados com o seu valor calórico, uma vez que, apenas 7 a 8 castanhas equivalem a 4 colheres de sopa de arroz cozido ou a um pão de trigo (1 carcaça).

Assim, e dada a sua riqueza em hidratos de carbono, as castanhas devem ser consumidas como acompanhamento da refeição, em substituição do arroz, da massa, das batatas ou das leguminosas, ou como complemento destes, e não como substituto da fruta, como tradicionalmente se faz.

Fonte: 
Foto: 
Nota: 
As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico e/ou Farmacêutico.
As etapas
Conheça as fases que antecedem o tão esperado momento da maternidade.

O parto é constituído por três etapas: dilatação, expulsão e dequitadura.

Dilatação
O colo do útero, por onde o bebé passa para sair, começa a encurtar e a dilatar até chegar aos 10 cm. As contracções tornam-se cada vez mais regulares e próximas. É o período mais demorado do trabalho de parto, podendo demorar de 12 a 16 horas num primeiro filho.

Se lhe apetecer levantar e andar, pergunte à enfermeira se o pode fazer. Quando estiver deitada, procure virar-se para o lado esquerdo, para facilitar uma melhor oxigenação do feto.

Como colaborar?
No início e durante a contracção, deve inspirar profundamente pelo nariz, como se estivesse a “cheirar uma flor”, e deitar o ar fora pela boca, como para “apagar uma vela”. Quando a contracção terminar, inspire e expire profundamente. No intervalo das contracções, respire normalmente, relaxando o mais possível.

Expulsão
Começa quando a dilatação estiver completa. Pode demorar de 20 a 40 minutos no primeiro filho. O feto desce ao longo da bacia e acaba por sair para o exterior através da vagina e da vulva. Pode ser necessário efectuar um pequeno corte do períneo (espaço entre a vagina e o ânus), para facilitar a saída do feto.

Como colaborar?
A sua ajuda é preciosa. Procure seguir as instruções que lhe são dadas. Em cada contracção, inspire profundamente e, depois, não deixe sair o ar enquanto faz força; a seguir expire. Aproveite o intervalo entre duas contracções para descontrair e recuperar as forças.

Dequitadura
Depois do nascimento do bebé, é necessário retirar a placenta e as membranas que envolveram o feto. Após a saída da placenta, se tiver sido necessário cortar o períneo durante o parto, há que fazer a sutura (coser) do corte. Mas não se preocupe; não vai doer porque a zona estará anestesiada.

Como colaborar?
Deve permitir que lhe massajem a barriga para ajudar a placenta a desprender-se do útero.

Após o parto, deve ficar deitada de barriga para cima.

Se sentir que estás a perder muito sangue, chame a enfermeira.

Anestesia epidural
É uma técnica utilizada para o tratamento da dor no parto. Consiste na introdução de um cateter (tubo) na coluna lombar (espinha), através do qual são administrados os medicamentos.

Este procedimento não é doloroso para a grávida, porque antes é feita uma anestesia local da pele. No entanto, a sua colaboração é preciosa para o sucesso da técnica. Colabore com a enfermeira, fazendo o que ela lhe recomendar.

Após a anestesia, as contracções do útero e o trabalho de parto continuam a evoluir, e estará desperta, mas sem dores. Vão sendo dadas doses de analgésico, de duas em duas horas, ou sempre que se julgue necessário, até o bebé nascer. Deste modo, estará pronta a colaborar e a fazer a força necessária para o nascimento do bebé, sem a dor incomodativa.

Fonte: 
Foto: 
Nota: 
As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico e/ou Farmacêutico.
Sinais de início
O parto é o momento mais esperado durante toda a gravidez.
Trabalho de parto

Os primeiros sinais de início de trabalho de parto são:

Expulsão do rolhão mucoso
Consiste na eliminação, pela vagina, de muco gelatinoso, rosado ou acastanhado. A sua expulsão pode ocorrer dias ou horas antes do parto e significa que o nascimento poderá estar para breve.

Rotura da bolsa de águas
É a saída de líquido amniótico pela vagina, devida à rotura das membranas que envolvem o bebé, e pode sair lentamente ou de repente, em grande quantidade. Normalmente é claro e transparente. Nesta situação deve dirigir-se ao hospital da sua área.

Contracções uterinas regulares
No início do trabalho de parto, as contracções são irregulares (isto é, os intervalos não são certos) e são pouco frequentes. Começa por sentir que a barriga fica rija, podendo não haver dor. Progressivamente, vão-se tornando mais regulares, mais intensas e mais próximas.

Quando elas forem regulares, com intervalos de 10 em 10 minutos, deve dirigir-se à maternidade.

Atenção, nas últimas semanas de gravidez é comum ocorrerem contracções irregulares e indolores, sem que isto signifique o início do trabalho de parto.

Fonte: 
Foto: 
Nota: 
As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico e/ou Farmacêutico.
Saiba como
Quando se olha ao espelho costuma ver umas manchas escuras na zona inferior dos olhos dos quais gost

De acordo com alguns estudos, 50% das mulheres testemunharam que essas manchas, denominadas por olheiras, são uma grande preocupação a nível de beleza. Estas manchas e papos que são ainda mais notórios quando temos uma noite mal dormida, têm maior sucesso de forem tratados separadamente.

Mas a que se devem? Bom, a causa principal, e mais conhecida, reside no excesso de pigmentação da área circundante aos olhos. Como a nossa pele nesta zona é muito fina, a coloração transparece facilmente. Os vasos sanguíneos que irrigam esta área do nosso corpo podem atribuir esta coloração azulada, que tem tendência a ficar cada vez mais visível com o avançar da idade.

Contudo, além da própria morfologia, existem comportamentos que adoptamos que podem contribuir ainda mais para o aparecimento destas manchas e altos. A saber: a demasiada exposição ao sol que provoca o envelhecimento precoce da pele causando rugas, a frequência de locais com fumo de tabaco, ou o próprio consumo de tabaco, aliado por vezes a uma dieta pobre em nutrientes essenciais, o consumo de álcool, e as insónias.

Outros elementos que contribuem para o agravamento da situação são as reacções alérgicas provocadas pelos pólenes, por exemplo, pois a congestão nasal vai provocar o inchaço dos vasos sanguíneos da face, desde o nariz até aos olhos. Habitualmente, estas alergias provocam também comichão nos olhos e o constante coçar vai irritar a área levando ao aumento dos “papos” e acentuar a coloração azulada.

Também nas mulheres grávidas esta situação é habitual e visível, pois as alterações hormonais decorrentes da gravidez, bem como a dilatação quer do corpo quer dos vasos sanguíneos agravam a situação.

Então o que podemos fazer? Como já vimos, há várias situações e comportamentos que podem levar à existência desta coloração à volta dos olhos. No entanto, de forma natural existe um excesso de coloração ou pigmentação na área, por isso a aplicação de um creme que torne a tez mais clara, pode ajudar a diminuir as malfadadas olheiras. Também o uso de cremes ricos em retinóis, ingrediente base anti-envelhecimento, pode resultar. Para além disso, um tratamento através de laser que elimine as células que produzem este pigmento também pode ajudar a resolver o problema.

A microdermoabrasão (uma técnica para manter a pele jovem, através da eliminação de células mortas da epiderme) pode igualmente ser utilizada, mas não se esqueça que terá de ser realizada por profissionais pois de contrário, poderá correr o risco de fazer uma esfoliação excessiva. Cremes que contenham o complexo vitamínico B podem também reduzir a exposição dos vasos sanguíneos.

Quanto aos “papos”, existem vários tipos de gel que pode utilizar, nomeadamente os que sejam compostos por extractos de plantas ou até cafeína. Estes cremes reduzem a quantidade de água existente na pele e, como tal, fazem com que os inestéticos “papos” percam volume e deixem de ser tão aparentes.

Para além disso, existem algumas soluções caseiras que poderá utilizar, como a aplicação de rodelas de pepino ou de saquetas de chá molhadas. O pepino é composto quase totalmente por água, permitindo a hidratação da área. Já o chá, ao conter teína, vai ajudar a reduzir o inchaço uma vez que a pele vai absorver o líquido da saqueta. Tanto o pepino como as saquetas de chá podem ser aplicados durante 10 a 15 minutos.

Foto: 
Nota: 
As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico e/ou Farmacêutico.
Exercícios benéficos
Amplitude de movimentos é a capacidade de mobilidade de uma dada articulação.

 

 

 

 

 

 

 

Basicamente, existem nove tipos de movimentos que as articulações podem efectuar:

  • Flexão – movimento de dobrar ou curvar;
  • Extensão – movimento de esticar, distender;
  • Abdução – movimento de afastamento em relação à linha média do corpo;
  • Adução – movimento de aproximação da linha média do corpo;
  • Circundação – movimento de rotação (circular);
  • Supinação – movimento de virar a palma da mão para cima;
  • Pronação – movimento de virar a palma da mão para baixo;
  • Flexão plantar – movimento de dobrar o pé para baixo;
  • Dorsiflexão do pé – movimento de dobrar o pé para cima (movimento do tornozelo).

Todos os movimentos descritos são muito importantes para manter as articulações e os músculos flexíveis, tornando-os mais fortes, além de prevenir a sua retracção (contracturas).

Estes exercícios articulares podem ser efectuados de três formas:

  • Mobilização passiva, que é a mobilização executada por outros. Por exemplo, um segmento do corpo (braço, perna, mão, etc.) é mobilizado por uma enfermeira, fisioterapeuta, ou familiar (ajudante), de modo a executar todos os movimentos possíveis nas respectivas articulações. Este tipo de exercício não fortalece os músculos, mas ajuda a manter e a recuperar as amplitudes (movimentos) articulares.
  • Mobilização activa, que é a mobilização executada pelos próprios, sem a ajuda de outrem. Os exercícios são executados utilizando-se apenas os próprios músculos, tornando-os assim mais fortes.
  • Mobilização activa funcional, que é a mobilização executada pelos próprios, simultaneamente, em várias articulações e grupos musculares. Quando a pessoa se vira na cama, se senta ou se levanta da cama ou da cadeira, fazem-se movimentar muitas articulações, tornando- as mais flexíveis, e grupos musculares, fortalecendo-os. Além disso, diminui-se também a tendência para as retracções (contracturas). Estes movimentos são muitos úteis no dia-a-dia.

Exemplos de exercícios de mobilização activa

Ombros

  • Levante o braço acima da cabeça. Se for necessário, ajude com a outra mão, pegando no pulso do braço mais afectado.
  • Segure o braço mais afectado, colocando a outra mão no cotovelo, e levante os braços até ao nível dos ombros (posição de embalar), movimentando-os então de um lado para o outro.
  • Coloque as duas mãos atrás do pescoço e movimente então os cotovelos aproximando-os até se tocarem; a seguir, volte a afastá-los o mais que puder.

Cotovelos

  • Dobre o braço (flexão do cotovelo), de modo a tocar com a mão no ombro.
  • Vire a palma da mão para cima e depois para baixo, com o antebraço (cotovelo flectido a 90°) a nível da cintura.

Pulsos

  • Apoie o pulso sobre o joelho e dobre-o para cima (extensão) e para baixo (flexão) o mais que puder.

Dedos

  • Coloque a mão aberta sobre uma mesa, com a palma virada para cima; então, feche e abra a mão o mais que puder.
  • Dobre várias vezes o polegar até ao dedo mínimo, com a mão na mesma posição.
  • Aproxime e afaste várias vezes o polegar e o indicador.

Anca

  • Deitado de costas, levante o joelho até ao peito, dobrando a anca o mais possível. Se necessário, peça ajuda para lhe ampararem (por baixo) o joelho e o calcanhar.
  • Na mesma posição (joelho em extensão), estique a perna e levante-a o mais que puder; conte até cinco e depois baixe-a lentamente. Se for necessário, peça ajuda.
  • Dobre a coxa (anca) e o joelho cerca de 90°, de modo a ficar em ângulo recto, com o pé sempre assente na cama; rode então a perna (joelho) para fora, afastando-a da linha média do corpo, e depois em sentido contrário (para dentro). Um ajudante pode auxiliálo, amparando-lhe o joelho e o calcanhar.
  • Na mesma posição, deitado de costas na cama, e com os dedos dos pés apontados para o tecto, rode a perna para dentro e depois para fora (dedos apontados para o ajudante).
  • Mantendo as pernas com os dedos dos pés para cima, como anteriormente, afaste uma das pernas, sempre na horizontal, para fora e, depois, volte a aproximá-la da outra perna.
  • Com os joelhos dobrados e os pés bem assentes na cama, procure levantar as ancas (coxas) o mais que puder.

Joelhos

  • Deitado de costas na cama, levante a coxa e puxe o pé para trás, fazendo-o deslizar ao longo da cama, até o calcanhar tocar na nádega, provocando a flexão do joelho; depois, volte a esticar a perna. O ajudante pode auxiliar, amparando a coxa e o tornozelo.
  • Na mesma posição, dobre a coxa (anca) a 90°; depois, dobre o joelho o mais possível e volte a esticar a perna. Repita este exercício 5 vezes.

Pés

  • Deitado de costas na cama e com as pernas esticadas, vire (rode) o pé para dentro e para fora.
  • Na mesma posição, dobre os dedos dos pés para baixo (flexão plantar) e depois para cima (flexão dorsal).

Faça estes exercícios, uma ou duas vezes por dia, repetindo-os várias vezes sem provocar dores excessivas e sem se fatigar demasiado.

Fonte: 
Foto: 
Nota: 
As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico e/ou Farmacêutico.
Saiba quais são
A mulher grávida e o futuro pai possuem vários direitos definidos na legislação e que se encontram r

Salienta-se:

1.Direito à Assistência Médica

“É assegurado o direito de efectuar gratuitamente as consultas e os exames necessários à correcta vigilância da gravidez, assim como du­rante os 60 dias após o parto”. (Arto 5o do DL 70/2000, de 4 de Maio)

 

O internamento hospitalar é gratuito durante toda a gravidez, parto e nos 60 dias após o parto.

“Na preparação e no decurso da gravidez, e em função desta, são igualmente assegurados ao outro progenitor os exames considerados indispensáveis pelo médico assistente da mulher.”

2.Direito ao Ensino

Estão abrangidos por estes direitos as mães e os pais estudantes que se encontrem a frequentar os ensinos básico e secundário, o ensino profissional ou o ensino superior, em especial as jovens grávidas, puérperas e lactantes.

“As grávidas e mães têm direito:

a) A realizar exames em época especial, a determinar com os serviços escolares, designadamente no caso de o parto coincidir com a época de exames;

b) À transferência de estabelecimento de ensino;

c) A inscreverem-se em estabelecimentos de ensino fora da área da sua residência.

As mães e pais estudantes cujos filhos tenham até 3 anos de idade gozam dos seguintes direitos:

a) Um regime especial de faltas, consideradas justificadas, sempre que devidamente comprovadas, para consultas pré-natais, período de parto, amamentação, doença e assistência a filhos;

b) Adiamento da apresentação ou da entrega de trabalhos e da realização em data posterior de testes sempre que, por algum dos factos indicados na alínea anterior, seja impossível o cumprimento dos prazos estabelecidos ou a comparência aos testes;

c) Isenção de cumprimento de mecanismos legais que façam depender o aproveitamento escolar da frequência de um número mínimo de aulas;

d) Dispensa da obrigatoriedade de inscrição num mínimo de disciplinas no ensino superior.” (Arto 2o e 3o da Lei 90/2001, de 20 de Agosto)

Licença de maternidade e paternidade

“A mulher trabalhadora tem direito a uma licença de 120 dias consecutivos, 90 dos quais necessariamente a seguir ao parto, podendo os restantes serem gozados, total ou parcialmente, antes ou depois do parto” (Arto 10o do DL 70/2000, de 4 de Maio)

“O pai tem uma licença de cinco dias úteis, seguidos ou interpolados, no primeiro mês a seguir ao nascimento do filho” (Arto 11o do DL 70/2000, de 4 de Maio)

Dispensa para consultas e amamentação

“As trabalhadoras grávidas têm direito a dispensa de trabalho para se deslocar a consultas pré-natais pelo tempo e número de vezes ne­cessário e justificados”

“A mãe que, comprovadamente, amamenta o filho tem direito a ser dispensada em cada dia de trabalho por dois períodos distintos de duração máxima de uma hora...durante todo o tempo que durar a amamentação. Este direito não implica a perda de salário ou outra regalia”

“No caso de não haver lugar a amamentação, a mãe ou o pai trabalhador têm direito, por decisão conjunta, à dispensa referida no número anterior para aleitação até o filho perfazer um ano” (Arto 14o do DL 70/2000, de 4 de Maio)

Faltas para assistência a netos

“O trabalhador pode faltar até 30 dias consecutivos, a seguir ao nasci­mento de netos que sejam filhos de adolescentes com idade inferior a 16 anos, desde que consigo vivam em comunhão de mesa e habitação.” (Arto 41o da Lei 99/2003, de 27 de Agosto)

Fonte: 
Foto: 
Nota: 
As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico e/ou Farmacêutico.
Sociedade Portuguesa de Ginecologia
A Sociedade Portuguesa de Ginecologia manifestou-se hoje contra a redução de três para uma dose de vacina contra o papiloma...

A propósito de notícias recentemente divulgadas sobre a eventual redução do número de doses a administrar da vacina contra o HPV, a presidente da Sociedade Portuguesa de Ginecologia (SPG), Fernanda Águas, afirma que “o estudo em que se baseiam as notícias tem uma casuística pequena e avalia apenas a resposta imunitária, não permitindo tirar qualquer ilação quanto à efectiva prevenção da doença”.

Um estudo levado a cabo no National Cancer Institute (NCI), nos EUA, e publicado na segunda-feira [4 de Novembro] numa revista da especialidade, indica que uma única dose de vacina contra o vírus do papiloma humano (HPV), que é responsável por 70% dos cancros do colo do útero, poderá ser suficiente para dar imunidade de longa duração.

“Estes resultados põem em causa as recomendações actuais de que a vacina contra o HPV requer múltiplas doses para gerar uma resposta imune duradoura”, afirmou a principal autora da investigação, cujo trabalho foi publicado na revista Cancer Prevention Research.

De acordo com Fernanda Águas a administração de três doses da vacina “é fundamentada em estudos de grande dimensão efectuados ao longo de vários anos e que comprovam a eficácia da vacina relativamente ao objectivo final que é a redução da doença”.

“Face aos conhecimentos actuais, a SPG não vislumbra qualquer razão para alterar as recomendações, nacionais e internacionais, expressas no seu consenso sobre a vacina contra o HPV, publicado em 2010, e aconselha a que se devem continuar a administrar as três doses da vacina”, sublinha.

Para a responsável, a vacina contra o HPV “é o maior avanço científico e de saúde pública na prevenção do cancro genital”, além de que, em Portugal, os níveis de adesão das jovens a esta vacina são dos mais elevados do mundo e citados como exemplo a seguir por outros países.

Páginas