Os diferentes tipos de tosse
A tosse é uma resposta fisiológica à irritação das vias aéreas, que funciona como um importante mecanismo de defesa do sistema respiratório, permitindo a expulsão de secreções e/ou material estranho. Assim, a tosse não é uma doença, mas um sintoma de alerta para algumas doenças do aparelho respiratório.
Aliás a tosse não é mais do que um mecanismo de limpeza das vias respiratórias, que permite expelir as secreções e partículas estranhas através de uma expulsão súbita de ar. Trata-se, no fundo, de uma defesa do organismo, que faz da tosse também um alerta para uma eventual infecção ou alergia, ou mesmo para doenças mais graves. Assim, deve-se resistir à tentação de suprimir a tosse, uma vez que é a forma que o nosso corpo encontra de nos dizer que algo não está bem.
As causas da tosse podem ser variadas, desde a existência de uma infecção em qualquer ponto das vias respiratórias, alergias, asma, presença de corpos estranhos, irritação das vias aéreas por substâncias como o fumo do tabaco, entre outras. Na maioria das vezes, a tosse passa em alguns dias ou semanas e o organismo restabelece-se naturalmente. Contudo a tosse pode ser classificada, quanto à sua duração, de aguda – quando de curta duração - ou de crónica – quando de longa duração. Por outro lado, a tosse pode ainda ser caracterizada de produtiva (com expectoração) e tosse não produtiva (ou seca).
Tipos de tosse
Nem todas as tosses são iguais, mas todos tossimos. Umas vezes sem darmos por isso, quando a tosse resulta de um mecanismo automático do sistema respiratório, outras com intenção social, quando queremos chamar a atenção... E outras ainda, como sintoma de doença: é o que acontece frequentemente quando chega o Inverno e, com ele, as constipações.
A tosse pode caracterizar-se, segundo a sua duração, de aguda ou de crónica. A tosse aguda, habitualmente de curta duração e associada a sintomas de constipação, é passível de tratamento com a ajuda do seu farmacêutico sem recurso a consulta médica. Já nos casos crónicos, de longa duração, aconselha-se a observação por um médico, pois as causas podem ser as mais variadas.
Por outro lado, a tosse pode ainda ser seca ou produtiva, dependendo da causa. Ou seja, a tosse seca, irritativa, por vezes induzida por um “formigueiro” na garganta é aquela que não tem expectoração. É uma tosse habitualmente incomodativa que vai aumentando a irritação da garganta e é a resposta a estímulos irritativos da faringe, laringe e vias respiratórias superiores.
Já a tosse produtiva, ou com expectoração, facilita a remoção de partículas estranhas. Esta tosse não deve ser suprimida com antitússicos, uma vez que levaria à acumulação das secreções e atrasar a recuperação. O aspecto e cor da expectoração pode indicar se se trata de uma situação mais grave. Habitualmente, quando a expectoração é amarelo-esverdeada é sinal de infecção e quando é sanguinolenta e espumosa é sinal de bronquite, pneumonia ou outra situação mais grave.
Causas da tosse
Enquanto sintoma, a tosse pode ter várias causas: pode resultar de uma infecção respiratória viral como a constipação ou a gripe, pode ser uma manifestação de alergia ou da doença pulmonar obstrutiva crónica, cujo principal causa é o tabaco. Pode ainda ser provocada por refluxo gastroesofágico, uma vez que a “subida” de ácidos provenientes do estômago, através do esófago, pode afectar as vias respiratórias.
A influência de factores externos como a poluição ambiental, a exposição a substâncias químicas e ao fumo do tabaco (activo ou passivo) também faz parte desta equação.
Tratamento da tosse
Conforme já vimos a tosse não é sempre igual. Dependendo do tipo de tosse e qual a suposta origem utilizam-se vários medicamentos. Enquanto a tosse episódica não origina habitualmente grandes preocupações, a tosse crónica deve ser encarada com mais atenção. A tosse seca e a tosse com expectoração também levam a cuidados muito distintos. Conhecer as diferenças ajuda a adequar o tratamento.
As formas mais simples de hidratar e lubrificar as vias respiratórias passam pela ingestão de líquidos (de preferência água e infusões com mel e limão) e chupar rebuçados, preferencialmente sem açúcar, para reduzir a irritação. Se a estas medidas se acrescentar a inalação através de um nebulizador ou aparelho para aerossóis os resultados são melhores: ajudam a amolecer as secreções no caso da tosse produtiva facilitando a sua expulsão e, no caso da tosse seca, permitem a hidratação da mucosa. Dormir com a cabeceira da cama ligeiramente levantada também pode aliviar a tosse seca durante a noite.
A estes cuidados devem juntar-se outros gestos preventivos: tapar o nariz e a boca com um lenço, de preferência descartável, quando se tosse e lavar depois as mãos com água e sabão, para minimizar o risco de as partículas libertadas pela tosse contagiarem outras pessoas, no caso de a origem da tosse ser infecciosa.
Quando os cuidados mais simples não são suficientes, a tosse pode interferir seriamente com o quotidiano dos que dela sofrem. Nestes casos, a solução pode passar por um tratamento farmacológico, com recurso a medicamentos sempre com aconselhamento profissional. É que a tosse é natural, mas não deve ser negligenciada.