Infecção grave causada por uma toxina
O tétano é uma infecção potencialmente fatal causada por uma bactéria.
Tétano

O tétano é uma doença aguda causada por uma toxina produzida pelo Clostridium tetani, uma bactéria produtora de esporos que podem persistir no solo durante meses ou anos. A doença é adquirida quando a bactéria Clostridium tetani entra no organismo através de lesões da pele - como cortes, arranhão, mordidas ou picadas de animais, etc. -, drogas injectáveis ou mesmo após realização de procedimentos cirúrgicos sem condições de higiene adequadas.

Uma vez dentro da pele, as bactérias multiplicam-se e produzem uma toxina, ou veneno, que afecta os nervos do organismo. A toxina do tétano produz espasmos musculares graves, cãibras e convulsões. O espasmo dos músculos da mandíbula causa o trismo (situação em que a pessoa não consegue abrir a boca). Os espasmos também afectam os músculos da garganta, do tórax, do abdómen e dos membros. Finalmente, os efeitos da toxina a nível dos músculos respiratórios vão interferir com a respiração e o doente pode morrer por sufocação.

Não se trata de uma doença contagiosa e é cada vez menos frequente nos países desenvolvidos. Em Portugal estima-se que, anualmente, ocorram cerca de 10 casos de tétano, um número baixo graças ao facto de grande parte da população estar vacinada. Nesse sentido, a maioria dos casos de tétano verifica-se em indivíduos que não estavam imunizados e numa população mais idosa, faixa onde existe menor cobertura vacinal.

Sintomas

Os sintomas costumam aparecer entre cinco e 10 dias após a contaminação, mas por vezes surgem mesmo já aos dois dias ou então tão tarde como aos 50. O sintoma mais frequente é a rigidez dos maxilares.

Outros sintomas incluem inquietação, dificuldade em engolir, irritabilidade, dor de cabeça, febre, dor de garganta, arrepios, espasmos musculares e rigidez da nuca, braços e pernas.

À medida que a doença avança, o doente pode ter dificuldade em abrir a boca (trismo). Os espasmos dos músculos da face levam a uma expressão facial com um sorriso fixo e as sobrancelhas levantadas. A rigidez ou os espasmos nos músculos abdominais, do pescoço e das costas podem ocasionar uma postura característica, na qual a cabeça e os calcanhares se desloquem para trás e o corpo esteja curvado para a frente. O espasmo dos esfíncteres musculares pode causar obstipação e retenção de urina.

Certos incómodos menores, como o ruído, uma corrente de ar ou o facto de a cama se mexer, podem desencadear espasmos musculares dolorosos e sudação profusa. Durante os espasmos em todo o corpo, o doente não consegue gritar, nem sequer falar, devido à rigidez dos músculos do tórax e ao espasmo da garganta. Esta situação impede também de respirar com normalidade e, como consequência, o indivíduo não recebe oxigénio suficiente e pode morrer por asfixia.

Em regra não costuma haver febre. A respiração e os batimentos cardíacos aceleram-se e os reflexos podem estar exagerados. O tétano pode ainda limitar-se a um grupo de músculos em torno da ferida e os espasmos próximos dela podem durar semanas.

Diagnóstico

Não existe nenhum teste laboratorial para o diagnóstico do tétano. O diagnóstico baseia-se nos sintomas, na história recente de ferida ou outra lesão da pele e no historial de vacinação.

O médico suspeita da presença de tétano quando uma pessoa que se feriu apresenta rigidez muscular ou um espasmo. Apesar de as bactérias Clostridium tetani se poderem, por vezes, cultivar a partir de uma amostra tirada da ferida, os resultados negativos não excluem o diagnóstico.

Prognóstico

A maior parte dos doentes com tétano sobrevive e recupera as suas funções prévias. As pessoas idosas e que apresentam uma progressão rápida desde o momento da infecção até ao aparecimento de sintomas graves têm um risco mais elevado de mortalidade. Por isso, o tétano tem um índice de mortalidade global de 50 por cento.

Prevenção

A vacinação anti-tetânica é a medida preventiva mais eficiente contra todos os casos de tétano, e a vacinação de todos os adultos é um dos principais objectivos do Programa Nacional de Vacinação (PNV). Segundo este, os indivíduos devem ser vacinados aos 2, 4, 6 e 18 meses de idade, aos 5-6 anos e 10-13 anos e, posteriormente, de 10 em 10 anos durante toda a vida.

Para além disso, a população deve ser sensibilizada e educada a limpar e desinfectar o mais rapidamente possível qualquer ferida, mordidas de animais ou queimaduras para evitar a proliferação das bactérias e minimizar o risco de tétano.

Tratamento

Uma pessoa com um quadro completo de tétano deve ser tratada num hospital, onde lhe será administrada imunoglobulina antitetânica para neutralizar a toxina do tétano.

Os espasmos musculares são tratados com relaxantes musculares, podendo ser igualmente administrados sedativos. Se necessário, o doente deverá ser ligado a um ventilador para o ajudar a respirar.

Se o doente apresentar uma infecção evidente de uma ferida, esta deverá, por vezes, ser tratada com antibióticos. Quando a situação clínica começa a melhorar, a pessoa irá receber uma série de vacinações para restabelecer a imunidade contra o tétano, uma vez que ter um tétano não garante imunidade contra esta doença.

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As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico e/ou Farmacêutico.
Exercício físico
Uma das medidas mais importantes para combater o efeito negativo da menopausa sobre os aspectos físi
Mulher no jardim com roupa de desporto

 

Manter-se activa dia a dia pode ajudar a manter-se em forma. Pode fazê-lo ao caminhar, trabalhar em casa ou fazendo jardinagem. Para ficar em forma, faça uma variedade de exercício: resistência, força, equilíbrio e flexibilidade.

 

Para saber qual o exercício mais adequado ao seu caso, pode aconselhar-se com o seu médico que a ajudará a encontrar formas de se tornar mais activa. Terá que ter em conta vários aspectos como:

  • Quais são os meus objectivos: Aumentar a resistência? Aumentar a força muscular? Perder peso? Dormir melhor? Sentir-me melhor?
  • Quanto tempo tenho de actividade cada dia? Posso aumentar esse tempo?
  • Como posso tornar-me mais activa ao longo do dia?
  • Quais são as minhas limitações físicas?
  • Tenho problemas de saúde que limitem estas actividades?
  • Que altura do dia é melhor para eu fazer exercício?
  • Quem se pode juntar a mim nesta actividade?
  • Devo entrar numa aula ou grupo de programa de fitness?

Por outro lado, deve questionar-se a quantidade de exercício que consegue de fazer. Algumas mulheres pensam que caminhar à volta do seu quarteirão é tudo o que conseguem fazer. Outras correm longas distâncias. Seja qual for a quantidade, os especialistas concordam que os adultos devem ser activos pelo menos 30 minutos todos os dias.

Se não conseguir ser activa durante os 30 minutos, distribua a sua actividade ao longo do dia durante, pelo menos, 10 minutos de cada vez. Por exemplo, faça uma caminhada de 10 minutos pela manhã, e depois mais 20 minutos ao final do dia.

Quando começar, poderá ter problemas em fazer o mínimo de exercício. Se for activa durante 30 minutos cada dia, desafie-se a si própria a aumentar o tempo ou praticar actividades mais vigorosas. Estimular o seu esforço vai aumentar as recompensas na sua saúde. Deixe o seu corpo guiá-la naquilo que consegue fazer.

Planeie o dia para fazer exercício. Vista roupa larga e sapatos para apoiar os seus pés. Comece lentamente se não faz exercício há muito tempo ou se já não é activa. Comece com um exercício que já conhece – caminhar. Isto diminuirá as hipóteses de se magoar.

Actividades de resistência

Os exercícios de resistência aumentam a sua taxa cardíaca e de respiração que melhoram a saúde do seu coração, pulmões e circulação sanguínea. Estes exercícios ajudam no atraso e prevenção de doenças como a diabetes. Podem também ajudar a reduzir a necessidade de tratamento medicamentoso de algumas doenças.

O melhor tipo de actividades de resistência para si depende da sua saúde geral e fitness. Também depende daquilo que é capaz de fazer fisicamente. As actividades de resistência incluem caminhar, natação, ciclismo, ténis e aeróbica. Podem ser feitas todos os dias da semana.

Actividades de fortalecimento

À medida que envelhecemos perdemos massa muscular. Contudo, isso não acontecerá se fizer exercício, principalmente actividades de fortalecimento, tais como levantar pesos leves que fazem músculos. Até porque as actividades de fortalecimento ajudam a atrasar a perda óssea e o treino de fortalecimento também aumenta o seu metabolismo. Isto ajudará a controlar o seu peso e a quantidade de açúcar no sangue.

Comece com pesos de meio quilo e lentamente aumente o nível de esforço. Mesmo aumentando a força muscular ligeiramente, pode ter um grande efeito. Deve fazer exercício de fortalecimento pelo menos, duas vezes por semana. É preferível não trabalhar o mesmo grupo de músculos dois dias seguidos. Pode trabalhar a parte superior do corpo (braços) num dia e a parte inferior (pernas) no dia seguinte. Nunca é tarde para começar um programa de treino e fortalecimento. Isto é verdade também para quem nunca praticou exercício ou não o fez nos últimos anos.

Actividades de equilíbrio

Os exercícios de equilíbrio ajudam a prevenir as quedas, um problema comum nas mulheres mais velhas. Estas são a maior causa de ancas partidas, perda de independência, e até mesmo a morte.

Muitos dos exercícios de fortalecimento também melhoram o equilíbrio. Dançar, fazer yoga ou tai chi são boas actividades que melhoram o equilíbrio. Fale com o seu médico sobre um programa que vá ao encontro das suas necessidades.

Há outros exercícios de equilíbrio que podem ser feitos em qualquer lado, tais como marcha, permanecer em pé numa só perna ou levantar-se de uma cadeira sem usar os braços para a afastar.

Actividades de alongamento

Os exercícios de alongamento mantêm-na flexível e ajudam a prevenir dores de articulações e costas. Estes esticam os músculos e os tecidos que seguram a estrutura do seu corpo.

Estes exercícios também podem ajudar a prevenir acidentes ou a recuperar deles. Deve fazer alongamento antes ou depois de actividades de resistência ou fortalecimento. Certifique-se de que faz sempre aquecimento antes de exercícios de alongamento.

Exercícios sim, mas com segurança

Estas dicas vão ajudá-la a começar e a manter uma actividade física segura:

  • Em primeiro lugar fale com o seu médico. Ele/a poderá informá-la dos riscos. O seu médico também pode sugerir um treino adequado.
  • Comece devagar. Fazer demasiado exercício pode causar acidentes. Aumente o seu programa e o seu nível de esforço ao longo do tempo.
  • Faça exercícios de aquecimento antes de fazer exercício. Caminhe um pouco e faça pequenos alongamentos de 10 minutos. Isto ajuda a preparar os músculos para uma actividade mais intensa. Segure o alongamento, não balance. O balançar pode causar rupturas musculares.
  • Arrefeça após o exercício. Faça um alongamento ou caminhe de 5 a 10 minutos.
  • Utilize equipamentos de segurança. Utilize um capacete quando anda de bicicleta.
  • Calce sapatos apropriados. Usar o tipo errado de sapatos pode causar acidentes ou dor nos joelhos, tornozelos ou anca.
  • A menos que o seu médico lhe aconselhe limitar os líquidos, beba muitos líquidos quando faz exercício para não sentir sede. Expire quando exercita os músculos – quando levanta um peso. Inspire quando relaxa os músculos – quando larga/baixa um peso.
  • O exercício não deve causar dor. Fale com o seu médico sobre o quanto deve “puxar” por si própria.
  • Quando se dobra para a frente, deve usar a anca e os joelhos, não a cintura. Mantenha as costas esticadas quando se dobra.
  • Não se esforce demasiado. É normal sentir uma pequena dor ou sentir-se ligeiramente cansada. Se sentir dor, pare o que está a fazer.
  • Não faça exercício intenso no exterior durante o tempo de calor, humidade ou frio extremo.
  • Espere, pelo menos, duas horas após a refeição antes de fazer um exercício moderado ou pesado.
  • Não tome um duche quente ou utilize a sauna logo após o exercício.

Para além dos exercícios planeados que pode fazer, existem outras medidas diárias que ajudam a manter-se activa, em forma e, sem pensar está a fazer exercício. Se fizer estas actividades com facilidade, desafie-se a si próprio a tornar-se mais activa.

  • Caminhe ou ande de bicicleta em vez de usar o carro;
  • Quando usa o carro, estacione a alguma distância do sítio para onde se dirige para caminhar um pouco;
  • Prefira as escadas ao elevador;
  • Apanhe folhas ou faça jardinagem;
  • Passeie o cão;
  • Faça um passeio de manhã ou após o jantar ou passeie no centro comercial.

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Investigação da Universidade de Granada
O consumo de melatonina ajuda a regular o peso uma vez que estimula as “gorduras bege” que queimam calorias em vez de as...

Cientistas espanhóis descobriram que o consumo de melatonina ajuda a regular o aumento de peso porque estimula o surgimento de "gordura bege", um tipo de células gordas que queimam as calorias em vez de as armazenarem.

Ao contrário do tecido adiposo branco, que armazena as calorias e provoca um aumento de peso, a gordura bege (também conhecida como "gordura boa ou adelgaçante") ajuda a regular o controlo do peso e, assim, os seus benefícios metabólicos, informou a Universidade de Granada, segundo noticia o JN Online.

No estudo, publicado na revista Journal of Pineal Research, participaram investigadores do Instituto de Neurociências da Universidade de Granada, o Hospital Carlos III de Madrid e o Centro Científico de Saúde da Universidade do Texas (Estados Unidos).

Os investigadores analisaram os efeitos da melatonina sobre a obesidade, a dislipidemia (nível elevado de gordura no sangue), a hipertensão arterial e a diabetes mellitus tipo 2 associados à obesidade em ratos jovens obesos diabéticos, um modelo experimental da síndrome metabólica.

Os resultados obtidos levam a pensar que o consumo de melatonina não só promove o aparecimento da gordura bege nos ratos obesos, como aumenta a sua presença nos animais magros usados como grupo de controlo.

A melatonina é uma hormona natural segregada pelo corpo humano e que aumenta os seus níveis naturalmente durante a noite (no escuro).

Também se encontra em pequenas quantidades em algumas frutas e vegetais como a mostarda, as bagas de Goji, as amêndoas, sementes de girassol, cardamomo, erva-doce, coentros e cerejas.

Dormir no escuro e consumir aqueles alimentos poderá ajudar a controlar o peso e a prevenir as doenças cardiovasculares associadas à obesidade e à dislipidemia, segundo os investigadores.

Doenças cognitivas
Quem consome regularmente frutas, vegetais, nozes, peixe e azeite corre menos risco de desenvolver doenças relacionadas com o...

Um estudo feito pela Escola de Medicina da Universidade de Exeter, no Reino Unido, revela que seguir uma dieta mediterrânica faz bem à mente

O grupo de investigadores afirma, segundo o jornal britânico ‘Daily Mail, que quem consome regularmente frutas, vegetais, nozes, peixe e azeite tem um menor risco de desenvolver doenças relacionadas com o avançar da idade, tais como a demência e Alzheimer.

Em nove dos 12 casos analisados, os objectos de estudo seguiam uma dieta mediterrânica, estando esta associada a um melhor desenvolvimento cognitivo, níveis mais baixos de dificuldades cognitivas e a um menor risco de aparecimento da doença de Alzheimer.

No entanto, Iliana Lourida, responsável pela investigação, que se baseou em estudos anteriores, admite que ainda é preciso aperfeiçoar algumas partes desta pesquisa, uma vez que os resultados para a fase de perda de faculdades cognitivas (antes de se ter Alzheimer ou demência) foram inconsistentes.

"A nossa avaliação revela algumas inconsistências presentes em estudos anteriores (…) Foram feitos estudos com base na observação, agora é necessário fazer um ensaio clínico randomizado controlado (método usado para testar a eficácia de uma dada abordagem terapêutica) para confirmar todas estas pesquisas”, explicou.

O que são?
Nos locais de trabalho, os riscos profissionais são inerentes ao ambiente ou ao processo operacional
Doenças profissionais

Considera-se que uma doença profissional é aquela que resulta directamente das condições de trabalho e que causa incapacidade para o exercício da profissão ou morte. As doenças profissionais em nada se distinguem das outras doenças, salvo pelo facto de terem a sua origem em factores de risco existentes no local de trabalho.

Existe uma Lista de Doenças Profissionais, aprovadas através do Decreto Regulamentar n.º 76/2007, de 17 de Julho, embora a Lei também considera que a lesão corporal, a perturbação funcional ou a doença não incluídas na lista serão indemnizáveis, desde que se provem serem consequência, necessária e directa, da actividade exercida e não representem normal desgaste do organismo (Código do Trabalho, n.º 2 do art. 310).

Diagnóstico
Qualquer médico, perante uma suspeita fundamentada de doença profissional – diagnóstico de presunção –, tem obrigação de notificar o Centro Nacional de Protecção contra Riscos Profissionais (CNPRP), mediante o envio da Participação Obrigatória devidamente preenchida. O CNPRP irá estudar a situação e avaliar se se trata, ou não, de doença profissional, mediante solicitação do próprio trabalhador afectado.

No caso de a doença estar confirmada, tem direito à reparação do dano, tanto em espécie (prestações de natureza médica, cirúrgica, farmacêutica, hospitalar, etc.), como em dinheiro (indemnização pecuniária por incapacidade temporária para o trabalho ou redução da capacidade de trabalho ou ganho em caso de incapacidade permanente, etc.), entre outras.

Factores de risco

Existem vários factores de risco que podem conduzir ao aparecimento das doenças profissionais:

De causa ergonómica

  • Movimentos repetitivos que requerem aplicação de força;
  • Choque mecânico;
  • Força de preensão e carga palmar;
  • Carga externa e muscular estática;
  • Stress mecânico;
  • Vibrações e temperaturas extremas;
  • Posições desadequadas que podem decorrer do equipamento mal desenhado, das ferramentas ou do posto de trabalho.

De causa organizacional

  • Horas e ritmo de trabalho excessivos;
  • Trabalho com ritmo externo imposto – por exemplo, linhas de montagem;
  • Pausas e descanso insuficientes;
  • Insegurança ou insatisfação laboral;
  • Monitorização excessiva, por exemplo, com câmaras de vídeo.

De risco individual

  • Tabagismo:
  • Ingestão de bebidas alcoólicas em excesso;
  • Obesidade.

Para além dos referidos, e segundo o Decreto Regulamentar n.º 76/2007, de 17 de Julho, as doenças profissionais podem ainda ser causadas por:

1. Doenças provocadas por agentes químicos

  • Causadas por tóxicos inorgânicos;
  • Causadas por tóxicos orgânicos.

2. Doenças do aparelho respiratório

  • Pneumoconioses por poeiras minerais;
  • Granulomatoses pulmonares extrínsecas provocadas por poeiras ou aerossóis com acção imunoalérgica;
  • Broncopneumopatias provocadas por poeiras ou aerossóis com acção imunoalérgica e ou irritante.

3. Doenças cutâneas

  • Causadas por produtos industriais;
  • Causadas por medicamentos;
  • Causadas por produtos químicos e biológicos;
  • Causadas por fungos.

4. Doenças provocadas por agentes físicos

  • Causadas por radiações;
  • Causadas por ruído;
  • Causadas por pressão superior à atmosférica;
  • Causadas por vibrações;
  • Causadas por agentes mecânicos.

5. Doenças infecciosas e parasitárias

  • Causadas por bactérias e afins;
  • Causadas por vírus;
  • Causadas por parasitas;
  • Causadas por fungos,
  • Agentes biológicos causadores de doenças tropicais.
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As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico e/ou Farmacêutico.
A inflamação do fígado
A hepatite C é uma inflamação do fígado provocada por um vírus, que quando crónica, pode conduzir à
Inflamação do fígado

A hepatite é uma inflamação do fígado, cuja causa mais comum é um vírus, embora possa ter outras origens como por exemplo, a ingestão em excesso de álcool, algumas drogas ou químicos. Existe também a hepatite auto-imune, uma doença do fígado na qual o sistema imunitário do corpo não está a funcionar devidamente e afecta o fígado.

Os tipos de hepatite distinguem-se pelo vírus que as causou, podendo ser dos tipos A, B, C, D ou E. A principal diferença entre estes vírus está na forma como se transmitem, nos seus efeitos sobre o fígado infectado e nas suas consequências para o estado de saúde geral do doente infectado.

Assim, a Hepatite C é uma inflamação do fígado provocada pelo vírus da hepatite C, que quando crónica, pode conduzir à cirrose, insuficiência hepática e cancro. Na maioria dos casos, é uma doença crónica que, no entanto, pode afectar os doentes de formas muito diversas. Ou seja, muitos indivíduos não chegam a apresentar sintomas e não têm conhecimento de que estão infectados com Hepatite C. Por outro lado, há ainda doentes que mesmo apresentando sintomas podem ser pouco definidos, ou outros que apresentam cansaço extremo e mal-estar geral, enquanto outros apresentam sintomas semelhantes à gripe, ocasionalmente com vómitos, embora esta situação seja mais rara.

Estima-se que existam cerca de 150 mil portugueses que sofrem de hepatite C crónica, no entanto, a maioria não sabe que tem a doença. Calcula-se que apenas 20 a 30 por cento dos doentes estejam identificados. De acordo com um estudo do Observatório Europeu da Droga e da Toxicodependência, Portugal é um dos países europeus a apresentar as mais elevadas taxas de contaminação deste vírus, que atinge 60 a 80 por cento dos toxicodependentes.

A nível global, calcula-se que existam 170 milhões de portadores crónicos (cerca de três por cento da população mundial), dos quais nove milhões são europeus, o que faz com que seja um vírus muito mais comum que o VIH, responsável pela SIDA. Segundo a Organização Mundial de Saúde, é possível que surjam todos os anos três a quatro milhões de novos casos no planeta.

A hepatite C pode apresentar-se sob a forma aguda ou crónica. Se for aguda, o seu período de duração é curto, com efeitos acentuados, embora a maioria dos doentes recupere em poucas semanas sem efeitos a longo prazo. Já os casos de doença crónica prolongam-se no tempo, chegando a durar para o resto da vida do doente.

Cerca de 20 por cento dos indivíduos infectados com Hepatite C recuperam totalmente. Ainda não existem explicações científicas para o facto de alguns doentes recuperarem e outros permanecerem infectados. Destes, alguns apresentarão apenas uma inflamação ligeira do fígado sem evolução significativa, enquanto outros irão desenvolver cirrose e/ou ao cancro no fígado, o que poderá acontecer 20, 30 ou mesmo 40 anos depois de serem infectados.

Entre as possíveis explicações está a idade em que a pessoa foi contaminada (quanto mais tarde, mais grave pode ser a evolução da infecção), as diferenças hormonais (é mais comum no sexo masculino) e o consumo de álcool (que estimula a multiplicação do vírus e diminui as defesas imunitárias).

Sintomas
A hepatite C é uma doença habitualmente silenciosa, isto é, não apresenta sintomas nem sinais específicos que leve o doente ou o médico a suspeitar de uma infecção provocada pelo vírus da hepatite C. Isto origina que n maioria dos casos o conhecimento da infecção seja obtido após a realização casual de análises de rotina que revelam alterações das enzimas a nível do fígado.

Contudo, algumas vezes ocorrem sintomas sugestivos de uma infecção gripal – cansaço, dores articulares, musculares e de cabeça, febre – e passam de forma despercebida sem deixar qualquer sinal da passagem do vírus da hepatite C pelo organismo. Nesta fase aguda da doença podem ser detectados anticorpos da hepatite C.

Apenas em cerca de 10 por cento dos casos de hepatite aguda, surge icterícia (cor amarelada da pele), que resulta da acumulação da bilirrubina no sangue e subsequentemente na pele e escleróticas, devido ao mau funcionamento do fígado na eliminação da bílis. As fezes podem torna-se claras e a urina aparecer de cor escura a lembrar o “vinho do Porto”.

Diagnóstico
Existe uma série de testes utilizados quer para detectar a doença, quer para determinar a evolução de um doente infectado com Hepatite C.

A detecção no sangue de anticorpos de hepatite C (anti-HCV), permitem confirmar com rigor o diagnóstico. Estes anticorpos podem aparecer em cerca de metade dos casos ainda durante a fase aguda da doença, isto é, um a dois meses após o contágio, enquanto nos restantes casos, aparecem uma a duas semanas depois da fase aguda desta doença. Na hepatite C crónica, os anticorpos estão sempre presentes.

Porém, os anticorpos anti-VHC podem apenas corresponder a uma hepatite antiga e curada, pelo que é necessário recorrer a testes mais específicos para avaliar se a infecção está activa.

A determinação do valor das transaminases (enzimas que revelam a destruição das células do fígado) permite ter conhecimento do grau de atingimento do fígado e da fase de desenvolvimento da hepatite C. Contudo, o nível de elevação das transaminases não traduzem a gravidade da doença. Para caracterizar a infecção é necessário determinar o genótipo do vírus e a carga viral (RNA-HCV quantitativo), aspectos vitais para ao tratamento e monitorização da doença.

Outras análises que revelam o funcionamento do fígado devem ser avaliadas: gama GT, bilirrubinas, fosfatase alcalina, electroforese das proteínas, devem fazer parte da avaliação laboratorial ao doente infectado. A ecografia ao fígado dá informação sobre o tamanho do fígado, que habitualmente se encontra aumentado (hepatomegalia) na hepatite aguda e diminuído na cirrose.

A biópsia hepática é habitualmente necessária não só para confirmar a fase crónica da hepatite C, mas principalmente para:

- Avaliar a actividade da doença;

- Determinar o estado da fibrose (“cicatriz” que aparece após a destruição das células do fígado);

- Despistar a presença de cirrose;

- Determinar o seu prognóstico.

Nova biópsia pode ser repetida 3 a 5 anos, para avaliar a progressão da doença.

Transmissão
O Vírus da hepatite C transmite-se, principalmente, por via sanguínea, bastando uma pequena quantidade de sangue contaminado para transmiti-lo, se este entrar na corrente sanguínea de alguém através de uma ferida aberta, um corte ou um arranhão. Basta apenas uma quantidade reduzida de sangue, invisível a olho nu, para transmitir o vírus, se este conseguir entrar na corrente sanguínea de uma pessoa saudável

A transmissão por via sexual é pouco frequente, embora os doentes infectados que não têm um parceiro sexual permanente são aconselhados a usar preservativo, já que está provado que os indivíduos que têm mais que um parceiro estão mais sujeitos a contrair a doença.

O vírus não se propaga no convívio social ou na partilha de loiça e outros objectos. No entanto, as pessoas infectadas deverão optar por manter objectos de uso pessoal exclusivos, tais como lâminas, corta-unhas, escovas de dentes e toalhas. Deverão igualmente ter o cuidado de limpar qualquer perda de sangue, proveniente por exemplo de cortes ou arranhões. Para tal, deverá ser utilizada lixívia não diluída.

Apesar de o vírus já ter sido detectado na saliva, é pouco provável a transmissão através do beijo, a menos que existam feridas na boca.

O risco de uma mãe infectar o filho durante a gravidez ronda os seis por cento, contudo, ainda não se sabe se a infecção ocorre durante a gravidez ou no período peri-parto. A maior parte dos médicos considera a amamentação segura, já que, em teoria, o vírus só poderia ser transmitido se se juntassem duas situações: a existência de feridas nos mamilos da mãe e de cortes na boca da criança.

Por vezes, são detectados anticorpos nos filhos de mães portadoras, o que não significa que a criança esteja contaminada. Normalmente, os anticorpos acabam por desaparecer ao fim de 12 ou 18 meses, pelo que só depois desse período devem ser feitos testes para perceber se o bebé foi de facto, infectado.

Supõe-se que 50 a 80 por cento dos antigos e actuais utilizadores de drogas injectáveis estejam infectados com Hepatite C. A infecção pode surgir no acto de partilha de instrumentos utilizados na preparação e injecção da droga e que poderão estar contaminados com partículas ínfimas de sangue. Partilhar apenas uma única vez uma seringa pode dar origem a uma infecção com Hepatite C muitos anos depois.

Recentemente tem havido alguma preocupação com a partilha de palhas para aspirar cocaína, porque pode ser uma via de infecção quando há sangramento do nariz. Tem havido igualmente preocupação com o facto de algumas pessoas terem contraído a doença através de agulhas não esterilizadas, usadas em sessões de acupunctura, tatuagem ou "body piercing". Nestes casos, a melhor protecção é exigir o uso de agulhas descartáveis e assegurar que estas são retiradas de embalagens esterilizadas.

Em cerca de um terço dos casos não é possível determinar a origem do contágio.

Prevenção
Na ausência de uma vacina contra a hepatite C, o melhor é optar pela prevenção, evitando, acima de tudo, o contacto com sangue contaminado.

Alguns dos cuidados passam por não partilhar escovas de dentes, lâminas, tesouras ou outros objectos de uso pessoal, nem seringas e outros instrumentos usados na preparação e consumo de drogas injectáveis e inaláveis, desinfectar as feridas que possam ocorrer e cobri-las com pensos e ligaduras.

Devem ser sempre usados preservativos nas relações sexuais quando existem múltiplos parceiros, mas, como a transmissão por via sexual é pouco frequente, o uso nas relações entre cônjuges habitualmente não se justifica.

Os portadores do vírus da Hepatite C não devem registar-se como dadores de órgãos, sangue ou sémen.

Tratamento
Actualmente a Hepatite C é tratada com a combinação de duas substâncias, o interferão-alfa 2b e a ribavirina, que são conhecidos como "terapia combinada". A eficácia do tratamento é cerca de 60 por cento, dependendo o sucesso do tipo de genótipo (45 por cento genótipo tipo 1 e 80 por cento para o genótipo do tipo 2 e 3). A duração do tratamento pode variar de 24 a 48 semanas conforme o genótipo.

O sucesso terapêutico está também dependente da quantidade de carga vírica no início do tratamento, da diversidade da população vírica (a presença de mutações víricas simultaneamente num indivíduo dificulta a acção do interferão), da antiguidade da infecção (quanto mais antiga piora as probabilidade de cura), do estado imunitário (menor sucesso nos co-infectados com SIDA e transplantados), do consumo de álcool e do excesso de peso.

Noventa por cento das recidivas ocorrem nos primeiros três meses depois do tratamento. Passados seis meses as recaídas são excepcionais.

Para algumas pessoas com cirrose que desenvolveram complicações que poderão ameaçar a sua vida, o transplante de fígado é uma opção. Para mais de 80 por cento das pessoas que alcançam este estádio da doença, este procedimento cirúrgico é um sucesso.

O tratamento da hepatite C não se aplica a todos os indivíduos infectados. Alguns necessitam apenas de testes regulares para avaliar a evolução ou regressão da doença. Factores como a idade, a estirpe do vírus, a duração da infecção, o grau de destruição do fígado e se já se desenvolveu cirrose ou não podem ser determinantes para decidir qual o tratamento a aplicar.

Pessoas com Hepatite C, qualquer que seja a sua situação, não devem beber álcool de forma alguma.

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A doença da tristeza
A distimia é uma forma de depressão, mais suave mas de maior duração, que afecta mulheres duas a trê
Olhar triste com lágrima a cair

A distimia é uma doença do humor, comparada a uma depressão minor, porém ocorrendo de uma forma crónica, com a persistência de tristeza por longo tempo (pelo menos dois anos), durando a maior parte do dia, na maioria dos dias. Ou seja, o indivíduo é capaz de realizar as suas tarefas habituais diárias, mas sente falta de prazer, tristeza, desânimo, desinteresse pela vida, baixa auto-estima, sentimentos de negatividade de forma prolongada.

Muitas pessoas com este tipo de perturbação descrevem ter estado deprimidas desde que se lembram, ou sentem que estão sempre a entrar e sair de uma depressão. Esta doença afecta duas a três vezes mais as mulheres do que os homens e pode surgir como reacção ao stress excessivo, devido a múltiplos acontecimentos de vida, nomeadamente o desemprego, perdas de familiares, dor crónica ou outras doenças.

Segundo diversos estudos, cerca de 3 por cento da população pode sofrer de distimia em qualquer momento da sua vida. Para além disso, pessoas que sofram de distimia têm um risco aumentado de 10 por cento de vir a sofrer/evoluir de depressão major.

A distimia surge, por vezes, associada com algumas perturbações de personalidade e com o abuso de substâncias. Já nas crianças a distimia está relacionada frequentemente com perturbações da ansiedade, perturbações da aprendizagem, deficits de atenção e hiperactividade, perturbações de comportamento e atraso cognitivo.

Sintomas

Os sintomas de distimia são semelhantes aos da depressão major, embora tendam a ser menos intensos. Em ambas as situações, uma pessoa pode apresentar um humor deprimido ou irritável, uma diminuição do prazer e perda de energia, sentindo-se relativamente desmotivada e desligada do mundo. O apetite e o peso podem estar aumentados ou diminuídos. A pessoa pode dormir excessivamente ou ter dificuldade em dormir, podendo igualmente evidenciar dificuldade na concentração, indecisão, pessimismo e uma auto-imagem negativa.

Normalmente, na distimia não há um período mais agudo da doença, uma vez que os sintomas estão presentes de uma forma estável durante anos. Para além disso, um doente pode não ter todos os sintomas.

Os sintomas podem evoluir para um episódio franco de depressão major. Esta situação é por vezes denominada “depressão dupla” devido ao facto de um segundo problema (o episódio depressivo major) se sobrepor aos sentimentos habituais de humor deprimido.

Embora a depressão major ocorra frequentemente de forma episódica, a distimia é mais constante, prolongando-se por longos períodos, por vezes com início na infância. Consequentemente, uma pessoa com distimia tende a acreditar que a depressão faz parte do seu carácter, podendo mesmo não pensar nem falar na sua depressão com os médicos, os familiares ou os amigos, levar ao isolamento ou a uma vida limitada, com pouca vida social.

Causas

Existem muitos factores que contribuem para o aparecimento da distimia, mas nenhum é causa única do seu desenvolvimento. Ela é causada por um conjunto de factores, como relações familiares complicadas na infância; pais abusivos, agressivos e distímicos. A probabilidade aumenta em famílias que tenham mais membros que sofram de depressão, pânico ou outras doenças ligadas a distúrbios de metabolismo de serotonina.

Como a distimia se inicia cedo na vida – muitas vezes na infância, adolescência ou início da idade adulta – facilmente se confundem os sintomas com as características pessoais da pessoa.

Diagnóstico

O diagnóstico aplica-se quando uma pessoa demonstra um humor depressivo durante pelo menos 2 anos. Para ser aplicado a crianças, bastará um ano de duração, e, em vez de tristeza ou humor depressivo, a criança poderá demonstrar irritabilidade.

Não existem exames laboratoriais para diagnosticar a distimia. No entanto, o médico pode pedir exames para investigar a presença eventual de doenças que podem ser responsáveis pelos sintomas, como uma doença da tiróide ou uma anemia.

Os doentes com distimia podem parecer medianamente deprimidas de uma forma crónica, de tal forma que parece fazer parte das suas personalidades. Quando finalmente procuram ajuda/tratamento, é provável que já sofram de distimia há vários anos.

Este carácter crónico, e que afecta o funcionamento normal, leva a que a distimia passe, frequentemente, despercebida e, logo, não seja tratada. Por isso, quanto mais precoce for o diagnóstico, maiores as probabilidades de recuperação. No caso das crianças, muito em particular, o diagnóstico e correcto tratamento são fundamentais para prevenir o desenvolvimento posterior de perturbações graves do humor, dificuldades académicas e sociais e, mesmo, o abuso de substâncias mais tarde.

Critérios de diagnóstico da distimia

A pessoa tem humor depressivo a maior parte do tempo, quase todos os dias, durante pelo menos 2 anos. As crianças e os adolescentes podem apresentar irritabilidade e basta uma duração de um ano.

Quando deprimida, a pessoa exibe pelo menos dois dos seguintes sintomas:

  • Comer em demasia ou perda de apetite;
  • Dormir demais ou dificuldades em dormir;
  • Fadiga, falta de energia;
  • Baixa auto-estima;
  • Dificuldades de concentração ou tomada de decisão;
  • Sensação de impotência;
  • Durante o período de dois anos (um para crianças e adolescentes) não existiu nenhum período assintomático;
  • Durante esse período (2 anos adultos, 1 ano crianças/adolescentes) não existiu nenhum episódio de depressão major;
  • Não existiu nenhum episódio maníaco, misto ou hipomaníaco;
  • Os sintomas não ocorrem apenas na presença de outra perturbação crónica;
  • Os sintomas causam forte perturbação ou dificuldades no funcionamento familiar, ocupacional ou outra área importante.

Tratamento

O melhor tratamento para a distimia é uma combinação de psicoterapia e de terapêutica medicamentosa.

A psicoterapia dependerá de diversos factores, incluindo a natureza dos eventos causadores de stress, a disponibilidade da família e de outro apoio social e as preferências pessoais. A terapia deve incluir a educação sobre a depressão, sendo essencial a existência de apoio. A terapia cognitivo-comportamental tem por objectivo examinar e ajudar a corrigir padrões de pensamento auto-críticos errados.

As pessoas com distimia que pensam que “sentirem-se tristes” faz parte da sua vida podem ficar surpreendidas ao descobrir que a medicação antidepressiva pode ser muito útil. No entanto, nas fases iniciais de tratamento um pequeno número de pessoas medicadas com estes fármacos sente-se francamente pior em vez de melhorar. É que, de um modo geral, são necessárias duas a seis semanas de utilização do antidepressivo para se observar uma melhoria. A dose deve geralmente ser ajustada até se identificar a dose certa para cada pessoa. Frequentemente, serão necessários alguns meses até que se observe um efeito positivo pleno.

Além disso, o primeiro medicamento prescrito pode não resultar, podendo ser necessário experimentar mais do que um antidepressivo diferente antes de se encontrar um que proporcione alívio dos sintomas. Por vezes são prescritos concomitantemente diferentes medicamentos antidepressivos ou então o médico pode combinar outros tipos de fármacos (um estabilizador do humor ou um ansiolítico) com um antidepressivo.

Deste modo, a pessoa deve comparecer a todas as consultas de seguimento e comunicar imediatamente ao médico quaisquer alterações perturbadoras.

Com o tratamento, o prognóstico de uma pessoa com esta perturbação é excelente. A duração e a intensidade dos sintomas diminuem frequentemente de forma significativa e, em muitas pessoas, os sintomas desaparecem completamente. Sem tratamento, é mais provável que a doença persista, que a pessoa tenha uma qualidade de vida reduzida e que apresente um risco aumentado de desenvolver uma depressão major. Mesmo quando o tratamento é bem sucedido, a manutenção do tratamento é frequentemente necessária para prevenir a recorrência dos sintomas.

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Estudo mostra:
O acto de fumar um cigarro electrónico pode ser tão seguro e eficaz como colocar um penso de nicotina para ajudar a deixar de...

De acordo com o primeiro estudo realizado por clínicos, que compara o cigarro electrónico e os pensos de nicotina, mostra que uma em cada 20 pessoas que usou pensos de nicotina ou cigarros electrónicos conseguiu deixar de fumar. Para além disso revela também que aqueles que usaram apenas cigarros electrónicos eram mais propensos a conseguir reduzir para metade o consumo de cigarros normais, mesmo que não tenham deixado de fumar completamente.

"O ensaio clínico feito a 657 pessoas não é suficientemente grande para permitir conclusões definitivas sobre se os cigarros electrónicos são melhores que os pensos de nicotina” afirmam os investigadores, mas mostram uma tendência aos reguladores na Europa e nos Estados Unidos, que avaliam as restrições impostas a estes dispositivos electrónicos.

"Os profissionais de saúde vão agora, esperemos, sentir-se mais à vontade para recomendar estes cigarros aos fumadores, ou pelo menos apoiar o seu uso", escreveu Peter Hajek, um professor de psicologia clínica no Instituto de Medicina Preventiva em Wolfson, num comentário que acompanha a divulgação dos resultados na revista científica The Lancet.

Como funcionam
As vacinas agem estimulando o sistema imunológico a produzir anticorpos, que podem combater doenças

O objectivo das imunizações através das vacinas é estimular o organismo a produzir anticorpos contra determinados germes, principalmente bactérias e vírus. O nosso sistema imunológico cria anticorpos específicos sempre que entra em contacto com algum germe. Se entramos em contacto com o vírus da rubéola, por exemplo, ficamos doentes apenas uma vez, pois o corpo produz anticorpos que impedem que o vírus volte a nos infectar no futuro.

Assim, a lógica da vacina é tentar estimular o organismo a produzir anticorpos sem que ele precise ficar doente. Ou seja, dá-se aos ao sistema imune a bactéria ou vírus de forma que haja produção de anticorpos, mas não haja desenvolvimento da doença.

Geralmente uma vacina age apenas contra um único germe. Por exemplo, a vacina contra o sarampo não protege o doente contra rubéola e vice-versa. No entanto, já existem vacinas conjuntas, que são na verdade duas ou mais vacinas dadas numa única administração. Nesse caso, o sistema imunitário é estimulado simultaneamente contra esses vírus.

Assim, as vacinas são uma maneira de ter disponível um “corpo de bombeiros”, ou seja, os anticorpos específicos, sempre que um micróbio pretende invadir o organismo. A maneira de o conseguir é pôr o nosso organismo em contacto com os agentes infecciosos, de modo a que os reconheçam e induzam a memória imunológica, sem causarem doença. Logo, sempre que um indivíduo entra em contacto com o microrganismo contra o qual foi vacinado, o seu organismo reconhece o referido agente, “recorda-se” dele e activa imediatamente a produção de anticorpos protectores, de modo a neutralizarem o microrganismo antes de ele ter tempo de causar doença.

A maior parte das vacinas ajuda a proteger não só o indivíduo vacinado mas também a própria comunidade, desencadeando a chamada “imunidade de grupo”, ao diminuir o número de pessoas susceptíveis à doença, interrompendo assim a circulação do microrganismo nessa comunidade.

As vacinas permitiram já a erradicação de uma doença terrível, a varíola, e estão prestes a conseguir a eliminação de outra doença, a poliomielite. Nenhuma medida, à excepção do fornecimento de água potável às populações, contribuiu tão decisivamente para a melhoria da saúde pública como as vacinas.

Efeitos secundários
As vacinas actualmente utilizadas têm um elevado grau de eficácia, segurança e qualidade, sendo exigida uma certificação lote a lote.

Uma reacção adversa ou efeito secundário é qualquer acontecimento não esperado, distinto do objectivo primário da vacina, que ocorre após a sua administração. Pode ser uma verdadeira reacção adversa ou pode ser só uma coincidência.

As reacções adversas dividem-se em três grandes grupos: reacções locais, sistémicas e alérgicas.

Reacções adversas locais
Dor, edema, eritema e rubor no local da injecção são as mais frequentes mas menos graves. Podem ocorrer em até 50 por cento das doses administradas, dependendo do tipo de vacina. São mais comuns após vacinas inactivadas, sobretudo, as que contêm adjuvantes. Geralmente não são graves, ocorrem algumas horas após a injecção e são, habitualmente auto-limitadas.

Em raras ocasiões são particularmente exuberantes e graves, sendo referidas como reacções de hipersensibilidade embora não sejam de facto reacções alérgicas. Este tipo de reacção, também denominada de reacção de Arthus, ocorre mais frequentemente após administração do toxóide tetânico ou diftérico. Pensa-se que é provocada por títulos elevados de anticorpos, por várias administrações com esse toxóide.

Reacções sistémicas
Consistem em febre, mal-estar, fadiga, irritabilidade, alterações do sono, dor muscular, cefaleias (dor de cabeça), tonturas, náuseas e perda de apetite. Estes sintomas são comuns e inespecíficos e muitas vezes não se sabe se são provocados pela vacina ou por uma infecção viral concomitante.

São mais frequentes após a administração de vacinas vivas atenuadas uma vez que tem que haver replicação para estimular imunidade. Os sintomas são geralmente ligeiros, simulam uma forma ligeira da doença e ocorrem após um período de incubação, geralmente entre sete a 21 dias.

Reacção anafiláctica
É uma reacção alérgica, potencialmente perigosa para a vida do indivíduo devido à possibilidade de rápida evolução para obstrução das vias aéreas, dificuldade respiratória, choque e em casos extremos, paragem cárdio-respiratória.

Felizmente são raras, ocorrendo numa frequência inferior a um para cada meio milhão de doses administradas. Pode estar relacionada com qualquer componente da vacina.

O risco pode ser minimizado, se previamente à administração, for pesquisada a existência de antecedentes pessoais ou familiares de doença alérgica. As reacções anafilácticas surgem, geralmente, pouco tempo após a administração, sendo tanto mais graves quanto mais precoces, pelo que as pessoas vacinadas deverão permanecer sob observação durante 30 minutos.

Todos os postos de vacinação devem ter um protocolo de emergência e possuir o equipamento para actuar em caso de reacção anafiláctica.

Contra-indicações
As vacinas disponíveis, através do Programa Nacional de Vacinação ou por prescrição médica, são globalmente seguras, com raras excepções que podem limitar a sua utilização.

As verdadeiras contra-indicações são:

1. Reacção alérgica grave a uma dose anterior da vacina ou a algum dos seus constituintes. O exemplo mais conhecido é o da vacina contra a gripe em pessoas com alergia grave ao ovo

2. Imunodeficiência grave, apenas para as vacinas vivas (BCG, sarampo, rubéola, papeira, varicela, rotavírus)

3. Gravidez, apenas para as vacinas vivas

4. No caso da vacina da tosse convulsa, se surgiu encefalopatia nos sete dias seguintes a toma anterior, sem outro motivo conhecido.

Não são contra-indicações:

1. Ter tido em vacinação anterior febre, dor/tumefacção no local da injecção, irritabilidade, sonolência, convulsão febril simples (na criança entre os seis meses e cinco anos), vómitos, diarreia ou dor nos membros

2. Estar com doença aguda ligeira (exemplo: constipação ou diarreia), com ou sem febre

3. Estar a tomar medicamentos (desde que estes não tenham acção supressora da imunidade)

4. Ter doença crónica (de pele, coração, pulmão, rim, fígado ou doença neurológica não evolutiva)

5. Ter familiar com reacção grave à mesma vacina.

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Saiba quais são:
Existem vários factores que influenciam as dificuldades sexuais no homem e na mulher.

A sexualidade humana é muito complexa, principalmente quando toca a tecer considerações de normalidade ou anormalidade. É por isso, que se considera necessário ter critérios de classificação objectivos, como o desenvolvimento da resposta sexual, mas também subjectivos, como o grau de satisfação obtido na vida sexual.

São várias as causas que podem estar na origem das dificuldades sexuais e podem ser de origem biológica ou psicossocial (individuais ou relacionais). Muitas vezes as dificuldades sexuais resultam de uma acção conjunta destes dois factores.

 

Factores biológicos

  • Doenças crónicas ou condições médicas sérias: doenças como a diabetes, doenças cardiovasculares ou o cancro e a presença de sintomas desagradáveis ou os seus tratamentos podem levar a uma diminuição do desejo sexual. Doenças e procedimentos médicos que levam a uma alteração da aparência física podem fazer com que a pessoa tenha problemas com a sua imagem corporal/física, podendo interferir com o seu funcionamento sexual.
  • Abuso de álcool: nos homens está frequentemente associado à impotência ou a um baixo nível de desejo sexual; nas mulheres está associado a uma maior dificuldade em ter um orgasmo e a uma intensidade menor do mesmo; também pode contribuir para as disfunções sexuais com efeitos negativos nas relações interpessoais.
  • Medicação: existe uma variedade de medicamentos que podem contribuir para as dificuldades sexuais, tanto em homens como em mulheres: p.e. os antidepressivos e os medicamentos contra a hipertensão.
  • Idade: normalmente a qualidade da actividade sexual vai-se modificando e alterando com o envelhecimento (por exemplo, os homens podem demorar mais tempo a alcançar uma erecção) e aumenta a probabilidade de doenças que podem constituir factores de risco para as disfunções sexuais.
  • Tabagismo: o consumo de tabaco aumenta o risco de determinadas doenças que podem constituir factores de risco para as disfunções sexuais (ex: doenças cardiovasculares) e aumenta a probabilidade de necessitar de determinados medicamentos que também podem constituir factores de risco (como medicamentos para a hipertensão). Também está associado a níveis mais elevados de disfunção eréctil
  • Dor (aguda ou crónica): pode provocar desconforto e ansiedade durante a actividade sexual, o que pode levar a uma dificuldade de excitação e a uma perda do interesse sexual.

Factores Psicossociais

Factores individuais

  • Perturbações psicológicas: como as perturbações do humor (por exemplo, a depressão), da ansiedade e do comportamento alimentar.
  • Emoções: as emoções afectam a excitação sexual (por exemplo, a ansiedade pode fazer com que a pessoa fique muito preocupada com o seu “desempenho” na relação sexual, o que a impede de ficar excitada; a raiva está associada a níveis mais elevados da disfunção eréctil).
  • Pensamentos não-adaptativos: as expectativas e os pensamentos negativos focam a atenção da pessoa no próprio, o que distrai das pistas eróticas e interfere com a capacidade de ficar excitado. Também podem existir atitudes negativas ou concepções erradas sobre o funcionamento sexual que podem interferir com o funcionamento sexual saudável. As ideias e crenças que temos em relação ao sexo podem afectar o funcionamento sexual
  • Factores culturais: o conjunto de circunstâncias étnicas, raciais e religiosas influenciam frequente as crenças, expectativas e comportamentos da pessoa relativamente às relações sexuais - por exemplo, “não se deve ter relações sexuais antes do casamento”. Ainda, as definições das reacções a problemas sexuais são muitas vezes determinadas culturalmente. Por exemplo, na Índia acredita-se que a perda de sémen – como acontece durante sonhos eróticos – gasta energia física e mental.
  • Falta de educação sobre o funcionamento sexual: desconhecimento sobre o funcionamento sexual pode contribuir para alguns problemas sexuais – por exemplo, desconhecer que existe um período refractário no homem após a ejaculação.

Factores relacionais

  • Problemas do casal – os problemas no casal podem causar frustração, preocupação, sofrimento e tensão numa relação interpessoal e estes problemas de relação afectam o desejo e a resposta sexual.
  • Comunicação deficiente – a pessoa que não consegue comunicar eficazmente com o seu parceiro poderá guardar determinados sentimentos de ressentimento, zanga, ou outro tipo de sentimentos negativos, que podem interferir com o funcionamento sexual. Uma incapacidade de comunicar sobre problemas sexuais pode contribuir para as dificuldades sexuais.
  • Falta de atracção física – é um elemento importante de uma relação interpessoal. A não existência de atracção física pelo parceiro sexual pode constituir um obstáculo para o funcionamento sexual saudável. A própria pessoa sentir-se atraente também é importante, uma vez que influencia o desejo sexual.

Factores positivos e negativos que afectam o funcionamento sexual

  Positivos Negativos
Factores psicológicos
  • Boa saúde emocional
  • Sentir-se atraído pelo parceiro
  • Atitude positiva em relação ao parceiro
  • Atitude positiva em relação ao sexo
  • Focar-se no prazer
  • Novidade
  • Boa auto-estima
  • Ambiente confortável para relações sexuais
  • Atitude flexível em relação ao sexo
  • Depressão
  • Falta de atracção pelo parceiro
  • Atitude negativa em relação ao parceiro
  • Atitude negativa em relação ao sexo
  • Focar-se no desempenho
  • Rotina, hábito
  • Auto-estima pobre
  • Ambiente desconfortável para relações sexuais
  • Atitude rígida e inflexível em relação ao sexo
Factores físicos
  • Não fumar
  • Não consumir demasiado álcool
  • Ausência de medicamentos que afectem a relação sexual
  • Boa saúde física
  • Exercício regular e apropriado
  • Boa nutrição
  • Fumar
  • Consumir demasiado álcool
  • Medicação contra a tensão alta
  • Má saúde física
  • Problemas de coração e circulação sanguínea
  • Diabetes

 

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Investigação revela
A composição da flora intestinal desempenha um papel decisivo no metabolismo, revela uma investigação com ratos que confirma...

A pesquisa, publicada na revista norte-americana Science e divulgada pela agência, mostra que os ratos que receberam no intestino bactérias provenientes da flora intestinal de pessoas obesas ganharam mais peso do que aqueles em os investigadores injectaram micróbios intestinais de pessoas magras.

Esta experiência demonstra a transmissão aos roedores das características físicas e metabólicas de um indivíduo através da flora intestinal, o que, segundo os investigadores, pode representar um passo importante para o desenvolvimento de terapias e dietas personalizadas para tratar ou prevenir obesidade.

A diferença no ganho de peso entre os dois grupos de ratos que tinham a mesma dieta e consumiam a mesma quantidade de alimentos "só pode explicar-se pelas características das diferentes floras intestinais", diz o coautor do estudo Jeffrey Gordon, director do Centro da ciência do Genoma e Sistemas Biológicos da Faculdade de Medicina da Universidade de Washington.

Para determinar quais os micróbios que podem prevenir o ganho de peso, os investigadores colocaram os dois grupos de ratos, obesos e magros, na mesma gaiola e, como esperado, os roedores começaram a consumir, além dos alimentos, os seus excrementos, trocando as floras intestinais.

Dez dias depois, os ratos obesos tinham desenvolvido as mesmas características metabólicas do que os magros.

Já os ratos magros não parecem ter sido afectados pelos micróbios intestinais dos obesos.

Os investigadores conseguiram determinar que algumas bactérias da família dos bacteroidetes podiam entrar no intestino dos ratos obesos e provocar alterações no seu metabolismo.

Mas nenhuma das bactérias da flora intestinal dos roedores obesos conseguiu invadir o intestino dos magros.

Posteriormente, os ratos foram alimentados com o equivalente a duas dietas modernas: a primeira rica em fibras e pobre em gorduras saturadas e a segunda muito pobre em fibras e rica em gorduras.

Submetidos a uma dieta saudável, os ratos obesos, como na experiência anterior, adquiriram as boas bactérias intestinais dos magros, consumindo os seus excrementos e modificando o seu metabolismo.

Mas quando os dois grupos de ratos foram alimentados com a dieta pobre em fibra e rica em gorduras saturadas, os obesos não conseguiram adquirir as bactérias intestinais que previnem o ganho de peso.

Além disso, os magros não foram capazes de manter esta flora no seu intestino, conferindo uma protecção contra o excesso de peso.

Estes resultados sugerem interacções mais complexas do que as estimadas anteriormente entre o regime alimentar, a massa corporal e a flora intestinal em distúrbios do metabolismo humano, concluem os investigadores.

"Agora temos uma forma de identificar estas interacções, de acordo com os alimentos consumidos e alterar uma dieta pouco saudável, a fim de facilitar o estabelecimento de uma flora intestinal que favoreça o metabolismo, evitando a gordura", explica Jeffrey Gordon.

Infecção contagiosa
A difteria é uma doença infecciosa que afecta a garganta e pode provocar a obstrução das vias respir
Criança a ser vacinada no braço

A difteria é uma infecção contagiosa originada pela bactéria Corynebacterium diphtheriae e que se caracteriza pelo aparecimento de falsas membranas aderentes às mucosas da faringe e laringe podendo provocar a obstrução das vias respiratórias e a morte.

Há alguns anos, a difteria era uma das principais causas de morte infantil. Actualmente, a difteria é pouco frequente nos países desenvolvidos, principalmente graças à vacinação maciça contra a doença. No entanto, as bactérias da difteria ainda existem no mundo e podem provocar surtos epidémicos se não se recorrer a uma ampla vacinação.

As bactérias da difteria encontram-se normalmente nas gotas de humidade que são expulsas com a tosse. Por isso, o contágio é feito através das gotículas de saliva. Raramente as bactérias se podem propagar através de objectos ou de artigos do lar contaminados, como roupa ou brinquedos.

Normalmente, as bactérias multiplicam-se na superfície ou perto das membranas mucosas da boca ou da garganta, onde provocam inflamação acompanhada de febre, e dor de garganta. Alguns tipos de Corynebacterium diphtheriae libertam uma toxina potente que pode provocar lesões no coração e no cérebro.

Sintomas

Os sintomas gerais da difteria, começam entre 1 e 4 dias depois da exposição às bactérias, são a febre, falta de forças, perda de apetite, dores musculares e articulares, para além de dores de garganta e dificuldade respiratória. A existência de pus aderente das estruturas da faringe pode levar à asfixia por obstrução das vias respiratórias.

Existe, também, aumento do volume dos gânglios linfáticos do pescoço e se houver infecção da mucosa do nariz pode haver rinorreia. Pode ainda provocar inflamação de órgãos como o coração e os rins, paralisia dos nervos cranianos e anemia. Mais raramente pode apresentar doença cutânea, vaginal ou das conjuntivas.

A bactéria produz toxinas responsáveis pela doença neurológica e cardíaca (miocardite) que podem surgir numa fase mais avançada (1-6 semanas). A lesão cardíaca pode ser ligeira e, nesse caso, pode manifestar-se só como uma anomalia menor no electrocardiograma, ou muito grave, ao ponto de provocar insuficiência cardíaca e morte súbita.

Entre a terceira e a sexta semana podem inflamar-se os nervos dos braços e das pernas, provocando debilidade. A difteria pode ainda afectar a pele (difteria cutânea), embora seja mais frequente nos trópicos, particularmente em pessoas com falta de higiene.

Diagnóstico

Perante um doente com garganta irritada e com uma pseudomembrana o especialista tem razões para pensar na difteria. O diagnóstico pode ser confirmado através da recolha do pus (bactérias) das amígdalas.

Tratamento

O objectivo do tratamento é neutralizar a toxina e para isso são utilizados vários medicamentos. Habitualmente, a recuperação de uma difteria grave é lenta.

A criança com sintomas de difteria é hospitalizada numa unidade de cuidados intensivos e recebe uma antitoxina (anticorpo que neutraliza a toxina da difteria que está a circular) logo que seja possível. No entanto, primeiro deve assegurar-se, mediante uma análise especial da pele, que a criança não é alérgica à antitoxina, que é fabricada com soro de cavalo. Uma criança alérgica à antitoxina primeiro deve ser dessensibilizada.

Prevenção

A prevenção da difteria é feita através da vacinação. A vacina contra a difteria faz parte do Programa Nacional e Vacinação, sendo aplicada na infância aos dois, quatro e seis meses, combinada com as vacinas do tétano e da tosse convulsa, sob a denominação DTP (difteria-tétano-pertosse). Depois destas doses iniciais da vacina DTPa, devem ser dadas doses adicionais aos 18 meses e, posteriormente, entre os cinco e os seis anos.

A partir dos sete anos, administra-se a vacina Td (Tétano e Difteria), com conteúdo reduzido de difteria. De dez em dez anos, devem ser feitos reforços da vacina Td (Tétano e Difteria) para manter a imunização.

No caso de não ter sido administrada na infância ou caso o adulto não tenha a certeza de ter sido vacinado enquanto criança, a vacina deve ser aplicada logo que possível numa única dose. Se alguém que tenha sido vacinado contra a difteria entrar em contacto com uma pessoa infectada, uma dose de reforço aumenta a protecção.

De acordo com a Organização Mundial Saúde, qualquer pessoa que pretenda viajar deve ter esta vacina em dia. A vacina deve ser aplicada dez dias antes de se partir em viagem.

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Fique a saber
A elevação dos valores de colesterol no sangue mais dos limites estabelecidos como normais constitui
Batatas fritas e ketchup

O que é o colesterol?

Juntamente com os triglicéridos, o colesterol é uma das principais e essenciais substâncias gordas presentes no sangue, e que tem duas origens: uma parte produzida pelo próprio organismo, em particular pelo fígado, e outra parte obtida através da alimentação, em particular pela ingestão de produtos animais, como a carne, os ovos, e os produtos lácteos. Quando se combina com o sangue, formam-se lipoproteínas de elevada densidade (HDL ou o chamado “bom colesterol”), ou de baixa densidade (LDL ou “mau colesterol”). Ou seja, enquanto o colesterol LDL aumenta o risco de doença cardíaca, o HDL diminui-o.

Assim, o organismo necessita de colesterol para produzir as membranas (paredes) celulares, hormonas, vitamina D e ácidos biliares, que ajudam a digerir os alimentos. No entanto, o nosso organismo necessita de apenas uma pequena quantidade de colesterol para satisfazer as suas necessidades. Quando o colesterol está em excesso, deposita-se nas paredes arteriais, constituindo placas que reduzem o calibre dos vasos, dificultando o afluxo de sangue aos órgãos e tecidos do organismo.

Podemos, portanto, encontrar o colesterol em todas as células do nosso organismo, sendo que é usado para construir células saudáveis, e é essencial para a produção de algumas hormonas vitais. No entanto, quando se tem o colesterol elevado no sangue, este pode acumular-se e depositar-se nas paredes dos seus vasos sanguíneos, formando a chamada aterosclerose.

A certa altura, estes depósitos, que se denominam placas, podem comprometer o fluxo sanguíneo através das artérias, reduzindo-o. Nesse caso, o seu coração pode deixar de receber ao nível das artérias coronárias a quantidade de sangue rico em oxigénio que necessita para o seu bom funcionamento, podendo causar dor no peito (angina) e outros sintomas de doença arterial coronária.

Por outro lado, se a placa fracturar ou romper, um coágulo sanguíneo pode formar-se, bloqueando a passagem do sangue, ou soltar-se e navegar no seu sangue até ir entupir outra artéria noutra zona do seu organismo. Se o sangue deixar de circular numa parte do seu coração terá um enfarte agudo do miocárdio. A diminuição do fluxo sanguíneo para o cérebro também pode causar um acidente vascular cerebral (AVC).

Assim, para diminuir o risco de qualquer uma desta situações ocorrer, os valores de colesterol total devem ser, na maioria dos casos, inferiores a 200 mg/dl. Já em relação aos valores do colesterol "mau", o c-LDL, estes variam de acordo com a existência ou não de outras doenças ou de outros factores de risco para além da hipercolesterolemia.

A maior parte das pessoas deve tê-lo a valores inferiores a 130 mg/dl. Se tiver outros factores de risco para doença cardíaca, deve ter o c-LDL abaixo dos 100 mg/dl. Deverá manter o seu c-LDL abaixo dos 70 mg/dl se estiver em alto risco de vir a ter uma doença cardíaca, ou seja, se já tiver tido um enfarte, for diabético, ou tiver dois ou mais factores de risco dos seguintes: tabagismo, hipertensão arterial, c-HDL baixo, história familiar de doença cardíaca, idade superior a 45 anos se for homem e 55 anos se for mulher.

Muitos especialistas já apelidaram o colesterol de “inimigo silencioso” pelo facto de não dar qualquer sintoma mesmo quando está fora dos parâmetros normais. Significa que quando surge algum sintoma pode já estar com elevado risco de ocorrência de um evento cardiovascular.

Causas da doença cardiovascular

Muitas das causas, ou factores de risco cardiovascular, estão ao seu alcance para serem corrigidos, como manter uma alimentação cuidada, praticar exercício físico ou não fumar. Há de facto, outros factores que estão fora do seu domínio e que podem contribuir para a hipercolestrolémia (colesterol elevado), como sejam as causas genéticas, que podem fazer com que as suas células não removam o colesterol "mau" de forma eficaz, ou fazer com que o seu fígado possa produzir colesterol a mais.

Assim, os principais factores de risco modificáveis são:

  • Tabaco: o fumo de tabaco lesa das suas paredes arteriais, tornando-as mais disponíveis para acumular depósitos de "gordura". Fumar também diminui o nível do seu colesterol "bom", o c-HDL
  • Obesidade: ter excesso de peso ou ser obeso coloca-o em grande risco de ter colesterol elevado
  • Dieta inapropriada: alimentos ricos em colesterol, tais como as carnes vermelhas e produtos lácteos "gordos" aumentam os seus níveis de colesterol. Comer gordura saturada, encontrada em produtos animais, ou gordura trans, encontrada em alguns bolos e bolachas comercializados, pode também subir esses mesmos níveis
  • Sedentarismo: o exercício físico sobe o seu colesterol "bom" (c-HDL), e diminui o seu colesterol "mau"
  • Pressão arterial elevada: a pressão arterial no interior das artérias também as danifica, o que acelera a aterosclerose
  • Diabetes: a glicose (açúcar) elevada no sangue contribui para um aumento do c-LDL e diminuição do c-HDL, para além de lesar a parede das artérias.

Não modificável:

  • História familiar de doença cardíaca: se tiver um parente que tenha desenvolvido doença cardíaca antes dos 55 anos, ter colesterol elevado vai colocá-lo em maior risco de também ter.

Tratamento da doença cardiovascular

O objectivo do tratamento é o de diminuir o risco de doença cardiovascular, através da redução do colesterol das LDL e subida das HDL. O colesterol elevado no sangue é prevenível e tratável. As mudanças no estilo de vida são a primeira linha de defesa contra o colesterol elevado:

  • Perca o peso que tem em excesso: antes de tudo, reflicta honestamente sobre os seus hábitos alimentares e a sua rotina diária. Pense nos reais obstáculos que tem à sua frente nesta luta para perder peso, e aconselhe-se sempre com o seu Médico como o fazer da forma mais equilibrada e adequada ao seu caso.
  • Adopte uma alimentação saudável: mesmo que tenha anos de maus hábitos alimentares, fazendo algumas mudanças na sua dieta pode reduzir o seu colesterol e melhorar a sua saúde cardiovascular.
  • Faça exercício diariamente: quer tenha excesso de peso ou o seu peso seja normal, o exercício físico pode ajudá-lo a reduzir o colesterol "mau", bem como a subir os níveis do seu colesterol bom (c-HDL). Aconselhe-se com o seu Médico sobre qual o tipo de exercício físico que é mais indicado para o seu caso.
  • Pare de fumar. Parar de fumar melhora o seu c-HDL. E os benefícios não acabam aqui. Após 20 minutos de fumar o último cigarro, a sua pressão arterial diminui.
  • Beba álcool com moderação. Isto significa que as senhoras não deverão beber mais do que uma bebida alcoólica por dia, e os homens mais do que duas. A ingestão excessiva de álcool pode trazer problemas sérios de saúde, incluindo pressão alta, insuficiência cardíaca e AVC.

Para além destas mudanças de estilo de vida, pode ser necessário o recurso a medicamentos que, quando necessários, deve ser decidido e acompanhado pelo médico assistente.

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Estudo conclui
As imagens chocantes que foram impressas nos maços de cigarros para dissuadir o consumo de tabaco tiveram pouco impacto nos...

Numa altura em que cerca de 60 países já impõem às tabaqueiras que incluam campanhas antitabágicas nos maços, os investigadores estudaram o impacto destas mensagens em pouco mais de um milhar de jovens britânicos entre os 11 e os 16 anos.

Dos jovens interrogados em 2008 e depois em 2011, entre dois terços a três quartos nunca tinham fumado, sendo que os restantes declararam ser entre fumadores ocasionais e fumadores regulares.

Convidados a descrever as fotografias, menos de 10% lembrava-se das que estavam colocadas na parte de trás da embalagem, à excepção dos que tinham sintomas de um consumo mais assíduo de tabaco, apresentando dentes cariados, problemas nos pulmões ou cancro na garganta.

Quando questionados sobre os anúncios colocados na frente, perto de metade dos jovens lembravam-se da frase "fumar mata" (47% em 2011, contra 58% em 2008).

Em relação à mensagem "fumar prejudica gravemente a sua saúde e a dos que o rodeiam", em 2008, pouco mais de 41% dos jovens se lembrou deste aviso, enquanto que, em 2011, essa proporção caiu para os 25%.

Estudo conclui
Homens que tenham relações sexuais ou se masturbem mais do que 20 vezes por mês têm maior probabilidade de desenvolver cancro...

O urologista Reis Santos confirma que "existe a possibilidade de os factos estarem relacionados".

Segundo o estudo divulgado pelo British Journal of Urology International (BJU), a frequência com que um homem ejacula está diretamente relacionada com o aparecimento de um tumor na próstata.

Dos 850 homens observados, que mantinham relações heterossexuais e se masturbavam, a 431 tinha-lhes sido diagnosticada a doença antes dos 60 anos. E destes, cerca de 40% masturbava-se e tinha relações sexuais mais de 20 vezes por mês, quando estavam na casa dos 20 anos de idade.

Estes homens, na sua maioria, indicaram também ter estado envolvidos com mais de seis parceiras sexuais, aumentando significativamente a probabilidade de, pelo menos uma vez, terem sido infectados com doenças sexualmente transmissíveis.

Os resultados da BJU contrariam os estudos até à data apresentados, que indicam que não há relação entre os efeitos da ejaculação e o cancro na próstata. No início da década de 2000, foi comprovado que tanto a masturbação como as relações sexuais diminuíam o risco de contrair cancro na próstata. Um dos exemplos é um estudo publicado no Journal of the American Medical Association, em 2004, que concluía que os homens que ejaculavam mais de 20 vezes por mês reduziam em 33% a probabilidade de vir a sofrer de cancro na próstata, quando comparados com outros que só o faziam entre quatro a sete vezes por mês.

Para o urologista Reis Santos, não existe relação directa entre a masturbação e o cancro na próstata. O médico admite a possibilidade de uma relação indirecta, já que, explica, homens com uma vida sexual mais activa produzem mais testosterona. E esse é o factor que pode aumentar o risco. Mas nada de alarmismos. "Não há evidências científicas. Uma vida sexual activa e longa é saudável e faz bem ao corpo. É o que recomendo aos meus pacientes", contrapõe o urologista.

Mais comuns nas crianças
Otite é o termo médico usado designar a infecção que pode ocorrer no ouvido externo ou médio.
Otites

A otite designa uma infecção no ouvido e pode ser aguda ou crónica e atingir o ouvido externo ou o médio. Se atingir o ouvido externo, constituído pela orelha e canal auditivo, chama-se otite externa. Geralmente é provocada por bactérias ou fungos que se introduzem através de lesões na pele.

A seguir ao canal auditivo, localiza-se o ouvido médio, local onde se dão as otites médias, habitualmente de origem bacteriana e bastante comuns nas crianças. Podem surgir nas alergias respiratórias, devido às secreções nasais, ou nas infecções da faringe e gripes. A bactéria presente nas secreções desloca-se através da tuba auditiva até ao ouvido médio, onde prolifera nas secreções aí acumuladas, causando otite média, que pode tornar-se aguda.

Crianças com a tuba auditiva pequena ou com mau funcionamento estão mais propensas a infecções. O mesmo acontece se a criança tomar o leite numa posição bastante deitada, porque permite a entrada de alimentos e secreções.

Constituição do ouvido
O ouvido, órgão com a função de audição e equilíbrio, possui duas divisões. A primeira, o ouvido externo, compreende o pavilhão auricular e o conduto auditivo externo, revestidos por pele, que termina na membrana chamada tímpano. A sua função é localizar a fonte sonora, amplificá-la e levá-la até ao ouvido médio.

Esta é uma cavidade preenchida por ar e que se localiza dentro do osso temporal (osso que faz parte do crânio) e contêm três pequenos ossos, o martelo, a bigorna e o estribo, que ampliam o som que chega à membrana timpânica para a parte mais interna do ouvido, o labirinto.

No ouvido médio também se localiza a tuba auditiva, ou trompa de Eustáquio, que estabelece ligação com o nariz (facto importante na origem da otite média) e que é utilizada para igualar a pressão do ar entre o ouvido médio e o ambiente externo (por isso quando descemos a serra bocejamos ou deglutimos para "desentupir" o ouvido).

O labirinto possui uma parte destinada a percepção dos sons, chamada de cóclea, e à conversão das ondas sonoras para estímulos eléctricos que serão levados até o cérebro e outra que contribui para o equilíbrio do corpo.

Sintomas
Os sinais e sintomas mais habituais são prurido, dor, por vezes intensa e supuração do ouvido infectado. É habitual que a infecção afecte um ou ambos os canais auditivos externos de forma difusa. Neste caso, a primeira manifestação é uma sensação de irritação que depressa se transforma num prurido incómodo, acompanhado de dor, que é quase constante e, por vezes, aumenta mediante qualquer movimento do pavilhão auricular.

Paralelamente, surge uma supuração, que costuma ser ligeira, líquida e pouco densa, fétida e de tonalidade esverdeada. Por outro lado, ao observar à vista desarmada o ouvido afectado, pode-se verificar que o canal auditivo se encontra inflamado e avermelhado. Se a inflamação for muito intensa e o pus bloquear o canal auditivo externo, pode ocorrer uma diminuição passageira da capacidade auditiva, mas isto acontece em casos raros, mantendo-se geralmente uma audição normal.

Com menor frequência, a infecção concentra-se numa área circunscrita de um canal auditivo externo, formando um abcesso ou furúnculo. Neste caso, a dor aumenta progressivamente ao mesmo tempo que o abcesso evolui e se torna cada vez mais intenso até que se abre, deixando sair uma pequena quantidade de secreção sanguinolenta e purulenta.

Causas
Embora as causas de uma possível inflamação sejam diversas, a otite externa é quase sempre provocada por uma infecção causada por microrganismos provenientes do exterior. Os microrganismos que provocam o processo infeccioso são, na maioria dos casos, bactérias como a Pseudomonas aeruginosa e o Staphylococcus aureus, mas também se pode tratar de fungos, normalmente a Candida albicans.

Em geral, a otite surge quando, por algum motivo, falham os mecanismos de defesa locais. Em condições normais, a pele do canal auditivo externo mantém-se íntegra e dispõe de uma determinada quantidade de cerúmen que a protege. No entanto, várias circunstâncias podem alterar estas barreiras defensivas e favorecer, assim, uma infecção do canal auditivo externo, como é o caso das pequenas lesões que resultam de se tentar coçar ou retirar o cerúmen ou a utilização de cosméticos com substâncias demasiado irritantes.

Também é prejudicial a exposição excessiva à humidade, sobretudo a penetração de água; de facto, este problema é bastante comum em pessoas que tomam frequentemente banho em piscinas ou na praia, pelo que se fala muitas vezes em "otite do nadador": a maceração da pele do canal auditivo externo provocada pelo contacto prolongado com a água cria condições favoráveis a uma infecção.

Noutros casos, a inflamação do canal auditivo externo faz parte das manifestações de uma dermatite atópica ou de uma dermatite seborreica. Nestes casos, a actuação terapêutica deverá considerar-se como parte da terapêutica do problema de base.

Diagnóstico
O médico não tem grandes dificuldades em diagnosticar a otite externa - basta observar o canal auditivo externo com a ajuda de um otoscópio, pequeno aparelho dotado de um sistema de iluminação a pilhas e num dos lados de um funil (espéculo) com uma lupa que se introduz no ouvido.

Por vezes, retira uma amostra de secreções para enviar para o laboratório, de modo a identificar qual o microrganismo responsável pela infecção e determinar o antibiótico mais eficaz para o combater.

Tratamento
O tratamento da otite externa difusa costuma ser simples. Em primeiro lugar, o médico aspira todas as secreções presentes no interior do canal auditivo externo, para o limpar e deixar seco, o que só por si alivia algumas dores. Quando a dor é intensa, além de receitar analgésicos, o médico pode recomendar a aplicação de calor local, por exemplo, com um saco de água quente ou uma almofada eléctrica.

Por outro lado, para combater os microrganismos e diminuir a inflamação, é indicada a aplicação local de antibióticos e anti-inflamatórios através de gotas no canal auditivo externo afectado. Por vezes, se a infecção for grave, pode ser conveniente administrar antibióticos por via oral. Até que a otite esteja curada, é de máxima importância manter o ouvido seco, evitando que o canal auditivo seja molhado.

Quando o problema corresponde a uma otite externa circunscrita, o tratamento é semelhante ao de qualquer furúnculo, incluindo a drenagem cirúrgica do abcesso, se as dores forem muito intensas e demorar a abrir espontaneamente.

Tipos de otites

Otite externa
A otite externa é mais frequentemente causada pela infecção por bactérias e fungos. Na maior parte das vezes, eles penetram através de lesões na pele que recobre o conduto auditivo externo provocadas por objectos (cotonetes, grampos, por exemplo), por atritos ao coçar ou secar o ouvido e pelo contacto com água contaminada (mar, piscina, banhos).

O contacto frequente com a água pode facilitar a remoção da cera que serve de protecção para o canal auditivo. Por isso, a otite externa também é conhecida como otite dos nadadores.

Ocorre uma dor intensa e diminuição da audição. Em alguns casos, podem aparecer secreção e comichão.

Otite média
A otite média é a segunda doença infecciosa mais comum da infância, após as infecções de vias aéreas superiores. A otite média aguda é uma infecção por bactérias ou vírus que provoca inflamação e/ou obstruções que se não for tratada pode levar à perda total da audição.

Costuma ocorrer durante ou logo após gripes, constipações, infecções na garganta ou respiratórias, como uma complicação. Os vírus e bactérias que infectam o nariz e faringe ascendem pela tuba auditiva e causam uma acumulação de pus dentro do ouvido médio.

A pressão exercida por esta secreção levará a dor, febre e diminuição da audição. Algumas vezes chega a ser tão intensa que leva à ruptura da membrana timpânica e saída de secreção purulenta misturada com sangue pelo conduto externo (otite média aguda supurada).

Os principais sintomas são, portanto, a dor muito forte, diminuição da audição, febre, falta de apetite e secreção local. O tratamento pode requerer o uso de antibióticos e analgésicos. Em dois ou três dias, a febre desaparece, mas a audição pode levar mais tempo a voltar ao normal.

Se a perda auditiva não regredir, pode ser sinal de secreção retida atrás do ouvido médio, que será retirada cirurgicamente através de uma pequena incisão no tímpano. O tímpano geralmente regenera-se espontaneamente.

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Tumor da pele
O carcinoma basocelular é um cancro que se origina na camada mais profunda da epiderme.
Cancro da pele

O carcinoma basocelular, ou basalioma, é um tumor da pele, de crescimento lento, que a maioria das vezes aparece na pele exposta ao sol. Tem origem na camada basal da epiderme, geralmente cresce durante anos sem causar nenhum desconforto.

Costuma desenvolver-se como formações muito pequenas, brilhantes, duras e salientes que aparecem sobre a pele (nódulos) e que aumentam de volume lentamente, às vezes tão lentamente que podem passar despercebidos. No entanto, a velocidade de crescimento varia muito de um tumor para outro e alguns chegam a crescer aproximadamente 1 cm por ano.

O carcinoma basocelular pode ulcerar-se ou formar crostas no centro. Por vezes, crescem achatados e assemelham-se ligeiramente a cicatrizes. O bordo do cancro pode adquirir um aspecto branco-pérola. Por outro lado, o cancro pode sangrar, formar crostas e sarar, levando o doente a pensar que se trata de uma úlcera em vez de um cancro. Na realidade, esta alteração entre a hemorragia e a cicatrização é, muitas vezes, um sinal significativo de carcinoma basocelular ou de carcinoma de células escamosas.

Este tumor geralmente não forma metástases, mas se não for tratado, pode destruir estruturas contíguas ou subjacentes. Quando os carcinomas basocelulares crescem perto de um olho, da boca, de um osso ou do cérebro, as consequências da invasão podem tornar-se graves. No entanto, na maioria das pessoas limitam-se a crescer lentamente dentro da pele. De qualquer maneira, extirpar os carcinomas precocemente pode evitar que se propague o dano às estruturas subjacentes, como a cartilagem e os ossos.

Existem várias formas de carcinoma basocelular. Algumas manifestam-se como pápulas com uma superfície brilhante, que muitas vezes desenvolvem uma ferida pequena no meio. Estes designam-se por “carcinomas basocelulares nodulares” e são mais passíveis de ser encontrados na região da cabeça e pescoço. Os doentes normalmente referem que têm uma ferida que não cicatriza.

Outros, designados como carcinomas basocelulares superficiais, aparecem como manchas vermelhas, finas e acastanhadas, que aparecem frequentemente no tronco, braços e pernas. Podem ser facilmente confundidos com manchas de pele seca, eczemas ou psoríase, por exemplo. No entanto não respondem aos cremes hidratantes ou aos esteróides tópicos.

Sintomas

A grande maioria das lesões aparece na face. O basalioma pode manifestar-se de diversas formas mas a sua apresentação mais típica inicia-se como pequena lesão consistente, de cor rosada ou translúcida e aspecto "perolado", liso e brilhante, com finos vasos sanguíneos na superfície e que cresce progressiva e lentamente.

O carcinoma basocelular também pode apresentar pontos escuros e, na sua evolução, pode ulcerar (formar ferida) ou sangrar devido a pequenos traumatismos como o roçar da toalha de banho, podendo, com isso, apresentar uma crosta escura (sangue coagulado) na sua superfície.

Algumas lesões podem ser pigmentadas, com as mesmas características descritas porém de coloração escura (basocelular pigmentado), outras crescem em extensão atingindo vários centímetros sem contudo aprofundar-se nos tecidos abaixo dela (basocelular plano-cicatricial).

A forma mais agressiva acontece quando o tumor invade os tecidos em profundidade (basocelular terebrante), com grande potencial destrutivo principalmente se atingir o nariz ou os olhos.

Existem outras formas de apresentação do carcinoma basocelular e o diagnóstico deve ser feito por um profissional capacitado. Se apresenta uma lesão de crescimento progressivo, que forma crostas na superfície ou sangra facilmente, procure um médico dermatologista para fazer uma avaliação.

Tratamento

O tratamento do carcinoma basocelular é, na maioria das vezes, cirúrgico. O especialista pode eliminar o cancro todo raspando-o e queimando-o com uma agulha eléctrica (raspagem e electrocoagulação) ou então cortando-o.

Em situações muito raras usa-se a radioterapia. Para os tumores recorrentes e os carcinomas basocelulares semelhantes a cicatrizes, pode ser necessário recorrer à cirurgia controlada ao microscópio (cirurgia de Moh).

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Diminuição difusa do cabelo
O eflúvio telógeno deve-se a uma alteração no ciclo de desenvolvimento do cabelo, que leva a que as
Queda de cabelo

O eflúvio telógeno é uma das causas mais recorrentes da queda de cabelo identificadas pelos dermatologistas. É uma condição ainda pouco conhecida, todavia ela acontece, quando se verifica uma mudança no número dos folículos capilares nos quais cresce cabelo. Se o número de folículos capilares que produzem cabelo decrescer de forma relevante por alguma razão durante a fase de repouso, haverá um aumento substancial nos folículos capilares dormentes. Em resultado, assiste-se a uma queda de cabelo acentuada.

Assim, o eflúvio telógeno não é mais do que uma diminuição difusa do cabelo, embora possa em alguns casos ser grave e a queda mais severa em certas áreas do cabelo do que noutras. Usualmente, o cabelo no topo do couro cabeludo diminui de forma consistente, o que não se verifica nos lados nem na parte detrás do couro cabeludo. Embora esta condição se aplique mais no couro cabeludo, em casos raros pode ainda afectar outras zonas como as sobrancelhas.

Na maioria dos casos, a perda de cabelo é temporária e o cabelo recupera rapidamente. Contudo, em alguns casos, a perda de cabelo continua até que a causa da queda de cabelo seja solucionada.

Habitualmente, o eflúvio telógeno ocorre em períodos de súbito e extremo stress que provocam um aumento da queda de cabelo. Pode também ser causado por alterações hormonais, pelo parto, infecções do couro cabeludo, operações cirúrgicas, doenças crónicas; dietas desequilibradas e muito restritivas, um acontecimento súbito ou muito enervante, etc.

Seja qual for a forma que o eflúvio telógeno tome, ele é reversível. Os folículos capilares não são afectados de forma permanente ou irreversível, significa apenas que existem mais cabelos numa fase de repouso do que seria normal.

Sintomas
Geralmente a queda de cabelo inicia-se dois a quatro meses após o factor desencadeante. Por exemplo, após o parto, uma das causas mais frequentes.

A queda pode ser bastante intensa e assustar o doente que se depara com um grande número de fios de cabelos soltos após penteá-los, durante a lavagem ou no travesseiro, ao acordar pela manhã. No entanto, considerando que é normal a queda diária de cerca de 100 fios, para que a situação seja anormal, o número de fios de cabelo a cair deve ser maior que este.

Normalmente, a doença não é acompanhada por nenhum outro sintoma, mas pode estar associada a outras doenças, como a dermatite seborreica que, quando intensa, também pode ser um factor desencadeante do eflúvio telógeno.

É habitual a queda do cabelo resolver-se espontaneamente em três a seis meses. Se persistir por um período superior a este, algum factor não diagnosticado pode estar a manter o eflúvio activo.

Tratamento
O tratamento consiste na correcção das causas, quando forem detectadas deficiências alimentares ou alterações emocionais. Dietas ricas em proteínas e certas vitaminas vão ajudar. Deve-se controlar doenças que estejam associadas.

O dermatologista também pode indicar medicamentos para serem aplicados directamente no couro cabeludo, visando controlar o processo e estimular o crescimento de novos fios. É importante lembrar que a queda ocorre rapidamente mas o crescimento de um novo fio é demorado, crescendo cerca de 1 a 2cm por mês. Por isso, o resultado terapêutico e a recuperação de crescimento dos pêlos vai ser percebida de forma gradativa.

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Em ratinhos
Investigadores norte-americanos identificaram uma molécula que permite inverter os sintomas da Trissomia 21 em ratinhos...

Uma dose de uma pequena molécula da família proteica do gene SHH permitiu que o cerebelo dos roedores se desenvolvesse normalmente e estimulasse a sua capacidade de memória e aprendizagem, segundo investigadores da Universidade Johns Hopkins e dos Institutos Nacionais de Saúde.

Roger Reeves, professor do Instituto de Medicina Genética da Universidade Johns Hopkins, em Baltimore, e co-autor do estudo, lembrou que "a maior parte das pessoas com Trissomia 21 tem um cérebro 60% inferior ao seu tamanho normal".

Os ratinhos usados na experiência foram geneticamente modificados para reproduzirem a trissomia humana.

Os cientistas questionam, por enquanto, a aplicação da molécula nos humanos com Trissomia 21, uma vez que o seu uso em segurança não está, ainda, garantido.

O facto de ser alterado um mecanismo biológico importante do cérebro apresenta riscos de cancro, pois pode desbloquear o crescimento excessivo de células, advertem, realçando que muitos estudos terão de ser feitos.

De acordo com Roger Reeves, na medida em que a Trissomia 21 implica numerosos genes, qualquer tratamento "é um enorme desafio".

Trissomia 21 ou Síndrome de Down é um distúrbio genético que resulta de uma cópia suplementar do cromossoma 21. A doença, que não tem cura, traduz-se numa deficiência cognitiva, em características faciais particulares (mongolismo) e, por vezes, em problemas cardíacos.

Cientistas preveem cura
Pesquisadores da escola de medicina de Yale, nos Estados Unidos, descobriram uma proteína que seria o "elo perdido"...

Ao bloquear a proteína com um medicamento que já tem sido fabricado, os cientistas foram capazes de restaurar a memória de ratos de laboratório que tinham danos cerebrais semelhantes aos causados pela doença. O estudo foi publicado na edição desta quarta-feira da revista especializada Neuron. "O mais animador é que, entre todas as ligações nesta cadeia molecular, esta é a proteína que mais facilmente pode ser atingida por medicamentos", afirmou o professor de neurologia Stephen Strittmatter, um dos autores da pesquisa. "Isto dá-nos grande esperança para que possamos encontrar uma droga que funcione para diminuir o peso (sobre os pacientes) do Alzheimer."

Cientistas já tinham obtido um mapa molecular capaz de mostrar como a Doença de Alzheimer destrói os neurónios. Num estudo anterior, o laboratório coordenado por Strittmatter mostrou que o peptídeo beta-amiloide, uma marca desta doença, se une a proteínas príons na superfície das células nervosas. Através de um procedimento ainda desconhecido, essa ligação activa um mensageiro molecular dentro da célula chamada Fyn.

O artigo dos pesquisadores da Universidade Yale revela o “elo perdido” nessa corrente: uma proteína dentro da membrana celular conhecida como mGluR5 - receptor metabotrópico de glutamato 5. Quando essa proteína é bloqueada por um medicamento parecido com o que está actualmente a ser desenvolvido para a síndrome do X frágil (ou síndrome de Martin & Bell), as deficiências na memória, aprendizagens e densidade de sinapses foram restauradas num rato de laboratório com um modelo de Alzheimer.

Strittmatter ressaltou que novas drogas podem ter de ser desenvolvidas para atingir precisamente o rompimento da proteína amiloide (príon) na mGluR5 para os pacientes humanos com Alzheimer, e afirmou que o seu laboratório está a pesquisar maneiras de chegar a esse resultado.

Num outro estudo, publicado há pouco menos de um mês, cientistas explicaram como a combinação entre uma proteína e uma enzima dá início à degeneração celular característica da doença. "É como separar fisicamente a pólvora do fósforo de tal maneira que a explosão é prevenida", disse Subhojit Roy, professor da Universidade da Califórnia em San Diego. "Saber como a pólvora e o fósforo são separados pode dar-nos novas pistas sobre a possibilidade de parar a doença." A descoberta poderia, no futuro, ajudar a tratar e até mesmo a prevenir a doença.

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