Alterações na actividade cerebral
Equipa de investigadores estudou o cérebro de 23 pessoas e concluiu que a falta de sono provoca alterações que se traduzem por...

A falta de sono provoca alterações na actividade cerebral que levam as pessoas a sentirem mais fome e um maior desejo de alimentos que engordam, revela um estudo publicado na revista Nature Communications.

Investigações anteriores tinham encontrado uma relação entre a diminuição da duração do sono e o aumento rápido da obesidade nos países industrializados, mas, até ao momento, os cientistas eram incapazes de explicar porquê.

Neste estudo, uma equipa de investigadores da Universidade da Califórnia estudou o cérebro de 23 pessoas, utilizando aparelhos de ressonância magnética. A actividade do cérebro foi analisada após um noite completa de sono e depois de uma noite "em claro”.

Nas pessoas privadas de sono foram observadas perturbações nas regiões do córtex que avaliam a saciedade e as zonas associadas aos desejos irresistíveis tinham sido fortemente estimuladas.

"Fizemos uma outra descoberta interessante, foi que os alimentos mais calóricos eram particularmente procurados pelas pessoas privadas de sono”, disse Matthew Walker, um dos autores do estudo.

O investigador considerou que dormir o suficiente "pode permitir controlar melhor o peso, através dos mecanismos cerebrais que regem as escolhas alimentares”.

Especialistas pretendem reverter:
A ambliopia deve ser corrigida no início da infância, para não provocar problemas visuais graves.

Investigadores norte-americanos fornecem novas esperanças para o tratamento do "olho preguiçoso” e de outros problemas visuais graves que são habitualmente permanentes a não ser que sejam corrigidos no início da infância, revelam os resultados de um estudo publicado na revista Neuron.

A ambliopia ou "olho preguiçoso”, que atinge cerca de 3% da população, é uma causa comum de perda de visão nas crianças. Esta doença ocorre quando os dois olhos, apesar de serem estruturalmente normais, estão desalinhados, focam de forma diferente, ou apresentam uma receptividade a estímulos visuais distinta devido a uma obstrução, como uma catarata, num dos olhos.

O estudo refere que durante o período crítico, quando o cérebro da criança está a adaptar-se rapidamente a novas experiências, este constrói uma rede neural que liga o olho dominante ao córtex visual. Contudo, o olho "mais fraco” recebe menor estimulação e desenvolve menos sinapses, o que ao longo do tempo faz com que o cérebro ignore este olho.

A forma moderada da doença resulta em problemas na percepção da profundidade. Na forma mais grave, uma catarata bloqueia a luz e impede o contacto com experiências visuais, alterando de forma significativa o desenvolvimento sináptico e prejudicando seriamente a visão.

De acordo com uma das autoras do estudo, Elizabeth Quinlan, "como a plasticidade do cérebro sofre um declínio rápido com a idade, o diagnóstico e tratamento precoce da ambliopia é muito importante. Caso o tratamento seja apenas iniciado no fim da fase crítica, o cérebro não é capaz de reaprender a ver com o olho "mais fraco””.

Assim, neste estudo, os investigadores da University of Maryland, nos EUA, decidiram identificar o processo que controla este período crítico da plasticidade sináptica. A investigação sugere que este período é controlado por uma classe específica de neurónios inibidores que entram em função após um estímulo visual activar os neurónios excitadores que ligam o olho ao córtex visual. Os neurónios inibidores actuam como controladores de sinais, afectando as interacções entre os neurónios excitadores e as sinapses.

Associada ao sono
A Síndrome das Pernas Inquietas é uma doença neurológica causada por uma sensação de inquietação e v
Pernas atadas com uma corda

Como o nome indica, esta é uma doença que afecta os membros inferiores, mas pode também, em casos raros, afectar outras partes do corpo como os braços ou a face.

Manifesta-se por sensações desagradáveis como inquietação, formigueiros, dores ou queimaduras nos membros inferiores. Tipicamente aliviam com o movimento, obrigando o paciente a caminhar na tentativa de aliviar os sintomas.

As sensações podem prolongar-se durante horas, podendo surgir também durante a noite obrigando a pessoa a interromper o sono e levantar-se para caminhar.

Os doentes procuram o médico geralmente com queixas de insónias ou pelas consequências da privação de sono que a síndrome das pernas inquietas acarreta: sonolência diurna, queixas cognitivas e alterações de humor.

síndrome das pernas inquietas associa-se em muitos doentes a movimentos involuntários das pernas durante o sono, chamados movimentos periódicos do sono.

Não se sabe ao certo qual a causa desta doença. Sabe-se que é provocada por alterações do sistema nervoso central e que poderá estar relacionada com uma disfunção do sistema dopaminérgico cerebral e com deficiências de ferro em algumas partes cerebrais.

Existem outras doenças que predispõem para o aparecimento desta síndrome, como a Doença de Parkinson, doenças de medula ou doenças dos nervos periféricos. A insuficiência renal crónica terminal, em hemodiálise, também se associa a um risco aumentado desta doença. Antidepressivos, anti psicóticos e antieméticos são alguns exemplos de fármacos que também podem contribuir para a síndrome das pernas inquietas. Outro dos factores de risco que contribui para o agravamento desta doença é a gravidez.

Diagnóstico

O diagnóstico é feito através de uma criteriosa história clínica assente em quatro critérios de diagnóstico:

  • Vontade incontrolável em mexer as pernas acompanhada por uma sensação de incómodo ou de inquietação;
  • A sensação de inquietação agrava-se durante períodos de descanso ou inactividade;
  • Alívio total ou parcial dos sintomas quando em movimento;
  • A necessidade de movimento deverá ocorrer ou piorar no final do dia ou durante a noite.

Alguns exames complementares poderão ser feitos apenas com o objectivo de excluir causas secundárias de síndrome das pernas inquietas.

Se existirem sintomas de outras patologias do sono, nomeadamente sintomas sugestivos de movimentos periódicos do sono ou apneia do sono, será fundamental a realização de uma polissonografia. A polissonografia poderá, por um lado, corroborar o diagnóstico ao detectar os movimentos periódicos do sono e, por outro, permitir o diagnóstico de apneia do sono, cujo correcto tratamento contribuirá para o sucesso do tratamento da síndrome das pernas inquietas.

Algumas doenças apresentam sintomas semelhantes à síndrome das pernas inquietas, são elas as radiculopatias (dor ciática), a insuficiência venosa (varizes) ou arterial dos membros inferiores e os edemas dos membros inferiores.

Tratamento

O tratamento da síndrome das pernas inquietas assenta em medidas farmacológicas e não farmacológicas. Geralmente é uma situação crónica, pelo que o tratamento terá de ser mantido toda a vida.

Medidas farmacológicas

Existem diversas classes de fármacos utilizados no tratamento da síndrome das pernas inquietas. A primeira linha de tratamento são os agonistas dopaminérgicos, que se demonstram eficazes no alívio dos sintomas dos doentes.

Medidas não farmacológicas

  • Boa higiene de sono, evitando, principalmente, a privação de sono;
  • Evitar bebidas alcoólicas;
  • Evitar substâncias estimulantes como o chocolate, a nicotina e o café.

Estas medidas são úteis para todos os doentes com síndrome das pernas inquietas, independentemente da gravidade. No entanto, nos doentes com síndrome das pernas inquietas moderada a grave, poderão ser ineficazes sem o apoio farmacológico.

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O Sono e suas consequências para a saúde física e psíquica

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Medidas comportamentais
Conheça as principais medidas adicionais ao tratamento da bronquite crónica para melhorar a sua qual
Tratamento bronquite

 

A bronquite crónica é uma doença que afecta de forma progressiva a capacidade funcional dos pulmões o que se vai repercutir sobre a mobilidade, a capacidade de esforço e a qualidade de vida dos doentes. Para melhorar a qualidade de vida os doentes devem adoptar estilos de vida saudáveis, adaptados à sua capacidade funcional.

1. Prática de exercício físico
Para melhorar a função dos músculos respiratórios o doente deve manter uma actividade física adequada à sua capacidade, aconselhando-se a prática de exercício aeróbico como a marcha ou andar de bicicleta, por períodos progressivamente crescentes, pelo menos três vezes por semana.

2. Exercícios respiratórios
A cinesioterapia respiratória (exercícios respiratórios orientados por um terapeuta) ensina a controlar a respiração e a respirar de forma mais eficaz, inspirando profundamente e expirando lentamente através dos lábios, o que melhora a capacidade física dos doentes.

3. Ingestão de líquidos
A ingestão frequente de líquidos para manter a hidratação é fundamental para que o muco permaneça fluído, facilitando a sua eliminação.

4. Ambiente despoluído
A exposição a substâncias irritantes inaladas deve ser evitada. O contacto com o ar livre é benéfico se a poluição atmosférica não for considerável. Deve evitar-se o contacto com todo o tipo de aerossóis e sprays como desodorizantes do corpo ou do ambiente, lacas, produtos de limpeza, etc. Os únicos aerossóis permitidos são os prescritos pelo médico.

Também deve ser evitado o contacto com produtos que produzam vapores irritantes como a lixívia, a amónia, o querosene, a naftalina e as colas. O ambiente de casa deve ser arejado, bem ventilado, possibilitando a renovação frequente do ar.

5. Vestuário confortável
O vestuário deve ser confortável sem acessórios apertados que dificultem a normal expansão do peito e do abdómen durante os movimentos respiratórios.

6. Alimentação equilibrada
A alimentação deve ser equilibrada, variada, com pouca quantidade de sal, açúcar e gorduras evitando o aumento do peso. As refeições devem ser fraccionadas (mais frequentes mas em pequena quantidade) pois uma refeição abundante dilata o estômago, comprimindo o diafragma e os pulmões e agravando a dificuldade respiratória. Além disso a digestão de refeições muito abundantes leva maior quantidade de sangue e oxigénio ao estômago, “roubando” oxigénio a outras partes do corpo.

7. Manter-se activo
Qualquer doença é afectada pelo estado psicológico do doente. Assim, o doente com bronquite crónica deve procurar manter-se activo, com hobbies adequados à sua capacidade física e o apoio de família e amigos. Se se sentir isolado ou deprimido devido à incapacidade causada pelo agravamento da doença deve procurar apoio médico e psicológico.

8. Adesão à terapêutica
A evolução da bronquite crónica depende essencialmente da adopção de estilos de vida saudáveis e da adesão ao tratamento médico. Doentes com sintomas parecidos podem necessitar de tratamentos diferentes e o uso de medicamentos sem indicação médica pode agravar a doença.

A medicação prescrita pelo médico deve ser cumprida com rigor para atrasar a progressão da doença. Se surgirem problemas com a medicação, como efeitos secundários ou dificuldade em adquirir os medicamentos, o doente deve informar o médico e não abandonar o tratamento."

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Doença sexualmente transmissível
Os condilomas acuminados caracterizam-se pela presença de saliências carnudas e aparecem na mucosa o
Aparelho genital feminino

O condiloma acuminado é uma doença sexualmente transmissível causada pelo vírus do papiloma humano (HPV). Trata-se de um tipo de verruga que ocorre nas mucosas da região genital ou anal. São auto-inoculáveis, podendo-se disseminar através do contacto das lesões com áreas não atingidas, e transmitidas pelo contacto directo com pessoas contaminadas.

O condiloma típico apresenta-se como uma massa firme e bem demarcada, com projecções superficiais rombudas e curtas. O tamanho médio das lesões do condiloma acuminado é de 1 a 1,5 cm, mas lesões bucais de até 3 cm têm sido relatadas.

Afecta principalmente as pessoas adultas, no entanto a susceptibilidade de contrair a doença existe em todas as idades, uma vez que o acto sexual é a forma mais comum de contágio. Quando acomete crianças, deve-se levar em consideração a hipótese de abuso sexual.

As lesões surgem após um período de incubação que varia de duas a oito semanas. Não é incomum a presença concomitante de condilomas genitais e condilomas bucais. As lesões bucais ocorrem, com mais frequência, na mucosa labial, palato mole e freio lingual.

Sintomas

O condiloma acuminado é caracterizado por lesões com aspecto de "couve-flor", rosadas ou esbranquiçadas, húmidas e mais macias que as verrugas comuns.

O tamanho pode variar desde pequenos pontos, algumas vezes imperceptíveis, isolados ou agrupados, até a lesões de grandes dimensões, podendo chegar ao condiloma gigante de Buschke-Lowenstein, decorrente do crescimento exagerado das lesões, que forma massa tumoral de grande tamanho e pode evoluir para um carcinoma verrucoso.

Nas mulheres, as lesões provocadas por alguns tipos de HPV podem favorecer o surgimento do cancro do colo do útero.

Quando os condilomas ocorrem fora das mucosas, na pele dos genitais ou regiões perigenitais e perianais, formam lesões elevadas, da cor da pele ou mais escuras, semelhantes às verrugas virais que acometem a pele de outras áreas do corpo.

Tratamento

Os condilomas orais normalmente são tratados com excisão cirúrgica conservadora. A ablação a laser também tem sido usada, mas este tratamento tem sido questionado pela sua capacidade de espalhar o HPV transportado pelo ar através de microgotas aerossolizadas, criadas pela vaporização do tecido lesionado.

Independente do método usado, os condilomas devem ser removidos, porque são contagiosos e podem espalhar-se para outras superfícies da boca e para outras pessoas através do contacto directo (normalmente, sexual).

O tratamento das verrugas genitais consiste na sua destruição, que pode ser feita através de procedimentos cirúrgicos, pela cauterização química das lesões (uso de substâncias cáusticas) ou pela criocirurgia (destruição das lesões pelo nitrogénio líquido).

Substâncias de uso tópico também demonstraram eficácia no tratamento. Quando as lesões ocorrem em grande número, pode ser necessária a estimulação imunológica do paciente para que o seu próprio organismo ajude a combater as lesões.

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Verruga Viral

Prevenção das doenças sexualmente transmissíveis

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Recolocação da mama
O peito da mulher, com o passar dos anos, a amamentação, a menopausa e outros factores, sofre de alg
Mastopexia

Esta intervenção destina-se à recolocação da mama e à elevação do complexo areolo-mamilar, removendo o excesso cutâneo da mama, que resulta da gravidez ou das variações de peso corporal. Por vezes o recurso a próteses mamárias em conjunto com as readaptações cutâneas são uma solução para atingir os resultados desejados.

O tempo operatório é geralmente de duas a três horas, sob anestesia geral ou local mais sedação. Quer o internamento de curta duração, quer o regime de ambulatório, dependem da preferência do Cirurgião.

Efeitos colaterais esperados, incluem a equimose e o inchaço temporários, desconforto moderado, alterações da sensibilidade e tensão mamária.

Os riscos cirúrgicos são a ocorrência de cicatrizes inestéticas, necrose cutânea, infecção, assimetria dos mamilos e alterações da sensibilidade permanentes.

A recuperação ocorre durante uma semana, permitindo o regresso à actividade normal com restrição de esforços mais intensos, por mais um mês. O desvanecimento das cicatrizes pode demorar um ano a ocorrer.

Os resultados, variando de caso para caso, estão dependentes da gravidade, idade, ocorrência de gravidez e alterações ponderais, que podem condicionar nova ptose (mama descaída). A utilização de implantes pode ajudar a conservar o resultado.

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Dicionário de A a Z
Excelentes antioxidantes, as uvas não só retardam o envelhecimento como previnem contra o cancro e d
Uvas

A riqueza em hidratos de carbono e a presença de vitaminas B e C tornam a uva num excelente energético, que juntamente com todas as suas propriedades antioxidantes previne o envelhecimento e o cancro e melhora a saúde arterial.

Vários estudos comprovam que os antioxidantes encontrados na pele e nos caroços das uvas escuras ajudam a reduzir o risco de coágulos de sangue, a prevenir os danos nos vasos sanguíneos do coração e a manter uma pressão sanguínea arterial.

Esta é uma fruta rica em açúcares naturais e que contém poderosos desintoxicantes bastante benéficos para o fígado, rins e aparelho digestivo. Contudo há que ter em atenção o elevado índice glicémico que possuem.

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Segundo semestre deste ano
Uma equipa de investigadores brasileiros vai testar em macacos uma vacina contra o VIH, causador da Sida.

O objectivo é o de encontrar o método de imunização mais eficaz para ser usado em humanos. É isso que a equipa de investigadores brasileiros pretende com a experiência de testar uma vacina contra o VIH em macacos, já no segundo semestre do ano.

A vacina, denominada HIVBr18, foi desenvolvida e patenteada pelos investigadores da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (FMUSP) Edecio Cunha Neto, Jorge Kalil e Simone Fonseca e concluída esta fase, e se houver financiamento suficiente, poderão começar os primeiros ensaios clínicos.

Actualmente, o projecto é conduzido no âmbito do Instituto de Investigação em Imunologia, um dos Institutos Nacionais de Ciência e Tecnologia (INCTs), um programa do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI), apoiado pela FAPESP no Estado de São Paulo. O trabalho teve início em 2001, sob a coordenação de Cunha Neto. Com Jorge Kalil, Cunha Neto analisou o sistema imunológico de um grupo especial de portadores do vírus que mantinham o VIH sob controlo por mais tempo e adoeciam mais tarde.

No sangue dessas pessoas, a quantidade de linfócitos T do tipo CD4 -- o principal alvo do VIH -- permanecia mais elevada do que o normal. "Os portadores de VIH que tinham os TCD4 citotóxicas conseguiam manter a quantidade de vírus sob controlo na fase crónica da doença", referiu Cunha Neto. A partir destes dados, seguiram-se vários anos de estudos com os TCD4 e a organização de textos científicos, alguns publicados em revistas internacionais, e testes em ratos.

Os cientistas acreditam que, no estágio actual de desenvolvimento, a vacina não eliminaria totalmente o vírus do organismo, mas poderia manter a carga viral reduzida ao ponto de a pessoa infectada não desenvolver a imunodeficiência e não transmitir o vírus.

Segundo Cunha Neto, a HIVBr18 também poderia ser usada para fortalecer o efeito de outras vacinas contra a Sida, como a desenvolvida pelo grupo do imunologista Michel Nussenzweig, da Rockefeller University, de Nova Iorque, feita com uma proteína do VIH chamada gp140.

Para os investigadores, a vantagem de fazer testes em primatas é a semelhança com o sistema imunológico humano e o facto de serem susceptíveis ao VIS, vírus que deu origem ao VIH.

O ensaio clínico de fase 1 deverá abranger uma população saudável e com baixo risco de contrair o VIH, que será acompanhada de perto por vários anos.

Nesse primeiro momento, além de avaliar a segurança da vacina, o objectivo é verificar a magnitude da resposta imune que é capaz de desencadear e por quanto tempo os anticorpos permanecem no organismo.

Dor

Perguntas e respostas
A dor é a segunda causa de internamento e o seu controlo é um direito dos doentes.
Dor

O que é a dor?
A dor é um fenómeno complexo e com variantes multidimensionais (biofisiológicas, bioquímicas, psicossociais, comportamentais e morais). São inúmeras as causas que podem influenciar a existência e a intensidade da dor no decurso do tempo, a primeira das quais é a que se identifica como presumível resultado duma agressão ou lesão.

A dor é um sintoma que acompanha, de forma transversal, a generalidade das situações patológicas que requerem cuidados de saúde. Independentemente da síndroma clínica que incorpora, a dor pode e deve ser tratada, com perspectivas de êxito proporcionais ao entendimento que dela temos e fazemos, à adequação e preparação científica dos serviços e profissionais de saúde envolvidos e ao manejo judicioso de todos os recursos, técnicos e humanos, disponíveis.

Quais os tipos de dor?

Dor aguda
É a dor de início recente e de duração provavelmente limitada. Normalmente há uma definição temporal e/ou causal para a dor aguda.

A dor peri-operatória
Dor presente num doente cirúrgico, de qualquer idade, em regime de internamento ou ambulatório, causada por doença preexistente, devida à intervenção cirúrgica ou à conjugação de ambas – insere-se no conceito de dor aguda.

Dor crónica
É uma dor prolongada no tempo, normalmente com difícil identificação temporal e/ou causal, que causa sofrimento, podendo manifestar-se com várias características e gerar diversos estádios patológicos. A actuação precoce na dor crónica pode evitar múltiplas intervenções e iatrogenias, promovendo mais facilmente o bem-estar do doente e o seu regresso a uma actividade produtiva normal. A dor crónica exige uma abordagem multidisciplinar e a falência do tratamento tem, entre outras, consequências fisiológicas adversas.

Como se classifica a dor?
A dor pode ser classificada de diversas formas.

Classificação topográfica da dor

  • Focal
  • Radicular
  • Referida
  • Central

Classificação fisiopatológica da dor

  • Dor nociceptiva – devida a uma lesão tecidular contínua, estando o sistema nervoso central íntegro
  • Dor sem lesão tecidular activa – devida a compromisso neurológico (dor neuropática) ou de origem psicossocial (dor psicogénica)

Classificação temporal da dor

  • Aguda
  • Crónica
  • Recidivante

Como diagnosticar a dor?
O diagnóstico da dor é feito pelo médico, mas requer a ajuda do doente. Além das metodologias de avaliação da intensidade da dor, existem meios complementares de diagnóstico que permitem identificar possíveis causas da dor, como, por exemplo, exames radiológicos, electrofisiológicos e laboratoriais.

O médico avaliará a dor em função de diversos factores, como por exemplo:

  • Queixa dolorosa ou reacção a eventuais intervenções;
  • Estado de ansiedade, depressão, alterações comportamentais e manifestações causadas ou modificadas pela medicação analgésica;
  • Estado de incapacidade;
  • Idade: as crianças e pessoas idosas têm maior dificuldade em verbalizar o que sentem, como sentem e onde sentem;
  • Doenças/patologias que o doente tem (nomeadamente reumáticas, oncológicas, respiratórias, etc.).

É possível medir a intensidade da dor?
Sim. Para a mensuração da intensidade da dor existem escalas validadas a nível internacional, designadamente a Escala Visual Analógica (convertida em escala numérica para efeitos de registo), a Escala Numérica, a Escala Qualitativa ou a Escala de Faces. A avaliação da intensidade da dor pode efectuar-se com recurso a qualquer destas escalas.

A intensidade da dor é sempre referida pelo doente, que tem de estar consciente e colaborar com o médico que está a fazer a avaliação. Se o doente não preencher aquelas condições, há outros métodos de avaliação específicos. A escala que for utilizada na primeira vez que é feita a avaliação deverá ser utilizada nas vezes seguintes.

A dor provoca incapacidade?
Sim, a dor crónica pode provocar incapacidade, embora seja difícil avaliá-la, uma vez que, frequentemente, não é objectivável através de exames complementares.

Como é que se caracteriza um doente com dor crónica? O que causa a dor crónica?
O doente com dor crónica é multifacetado, com frequente morbilidade física e psíquica, podendo sofrer das mais variadas patologias, desde doenças reumáticas, neurológicas ou psiquiátricas, a doenças oncológicas.

Apesar de frequentemente pouco valorizada, excepto tratando-se de doença oncológica, a dor crónica também afecta as crianças.

Estima-se também que uma percentagem não negligenciável de pessoas idosas sofra de dor crónica. Isto porque a maioria dos idosos tende a encarar a dor como sendo normal na sua idade.

A maioria dos doentes com doença oncológica avançada sofre de dor crónica, a qual pode ser aliviada na quase totalidade dos casos (cuidados paliativos). A dor é também a segunda maior causa de internamento e o segundo sintoma mais frequente em doentes com SIDA.

Como se trata a dor?
A dor aguda e a dor crónica, pelas suas características, são tratadas de forma diferente. Contudo, é possível aliviar o sofrimento dos doentes com dor crónica, a quem é reconhecido o direito de serem tratados em Unidades de Dor. A terapêutica da dor divide-se em dois grandes grupos: a farmacologia (medicamentos) e a não farmacológica.

É possível a auto-ajuda no controlo da dor?
Sim, é possível. A actuação e a intervenção dos profissionais de saúde que integram as equipas multidisciplinares são fundamentais nesta matéria, pois podem ensinar o doente a colaborar de forma esclarecida e adequada no controlo da dor.

O ensino dos doentes abrange áreas como a auto-avaliação, formas de autocontrolo dos estímulos desencadeantes da dor e dos sintomas, quer através de medicação mas também do uso de técnicas e comportamentais.

Como se trata a dor aguda, nomeadamente peri-operatória ou pós-traumática?
Os avanços da fisiopatologia, da farmacologia dos analgésicos e das ciências da saúde em geral permitem que seja possível aliviar, na grande maioria dos casos, a dor no período peri-operatório ou resultante de traumatismos.

Normalmente, é definido, pelo médico anestesista, um plano integrado que abrange o tipo de cirurgia, a gravidade esperada de dor pós-operatória, as condições médicas subjacentes (como, por exemplo, a existência de doença respiratória ou cardíaca e alergias), a relação riscos/benefícios das técnicas disponíveis e as preferências e/ou experiências anteriores do doente relativamente à dor. No caso da dor peri-operatória, a técnica de controlo mais eficaz é a analgesia.

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Dicionário de A a Z
A Natação é o acto de propulsão e auto-sustentação na água com movimentos combinados de braços e per
É considerada um dos exercícios mais completos da actualidade, a ponto de exceder o simples divertimento ou a prática desportiva, para ser utilizado com finalidades terapêuticas na recuperação de atrofias musculares e tratamento de problemas respiratórios. Além disso, é importante como actividade física para manutenção da saúde e como meio de defesa contra afogamentos ou em operações de salvamento.

Tem a vantagem de envolver a maioria dos músculos sem implicar um esforço excessivo das articulações, daí que, nomeadamente, esteja aconselhado a algumas pessoas com problemas musculares e articulares.

Contudo, para quem deseja, primordialmente, perder peso e queimar calorias, este tipo de exercício parece não ser a melhor opção, já que a água tem a propriedade de controlar a temperatura corporal, não permitindo (à semelhança do que acontece com os exercícios feitos fora dela) que o metabolismo aumente mesmo depois da sua realização, o que ajuda a queimar o excesso de calorias.

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Doença de infância
A varicela é uma doença de infância muito vulgar que todos os anos afecta dezenas de milhar de crian
Criança com borbulhas na cara características da varicela

A varicela é uma doença de infância muito vulgar que todos os anos afecta dezenas de milhar de crianças em Portugal, especialmente durante o Inverno e Primavera. É causada pelo vírus varicela-zoster, um membro da família do vírus herpes. Afecta principalmente crianças e adolescentes, mas também pode atingir adultos, especialmente quando há algum tipo de imunodeficiência.

Trata-se de uma doença altamente contagiosa, transmitida de pessoa para pessoa por via aérea, através das pequenas gotas de saliva contaminadas, expelidas pelos doentes ao falarem, ou através do líquido presente nas lesões cutâneas que tanto provocam esta doença como o herpes zóster.

Uma vez debelada, a varicela normalmente não reaparece, no entanto, é possível que uma determinada quantidade de vírus sobrevivam adormecidos em alguns tecidos do organismo, sem provocar qualquer sinal ou sintoma. Todavia, após um período de tempo mais ou menos prolongado, normalmente na idade adulta ou até na velhice, este vírus pode ser reactivado, por exemplo, devido a uma redução temporária das defesas, e causar o desenvolvimento da zona (herpes zóster).

Manifestações clínicas

A varicela tem um período de incubação de uma a três semanas partir do momento do contágio. A doença começa por se manifestar através de sinais e sintomas gerais inespecíficos como febre, mal-estar e perda de apetite.

Ao fim de um a três dias, estas manifestações intensificam-se, proporcionando a erupção cutânea característica da varicela: manchas vermelhas, muito pruriginosas, que revestem em grande número toda a superfície do corpo, embora se concentrem em particular na face, tronco e base dos membros. As lesões adquirem um ligeiro volume e transformam-se em vesículas, repletas de um líquido amarelado, provocando comichão intensa. Alguns dias depois, as vesículas rebentam e o líquido seca, propiciando a formação de crostas que acabam por cair. A varicela resolve-se espontaneamente para a cura, com a eliminação das crostas.

As complicações são raras mas podem ocorrer infecções bacterianas, encefalite e pneumonia, principalmente nos adultos e imunocomprometidos.

Tratamento

O tratamento é aquele recomendado para as viroses comuns da infância: repouso, ingestão de líquidos e boa alimentação. Para a febre, podem utilizar o paracetamol e para o alívio da comichão pode optar por um anti-histamínico. Não coçar é importante para evitar sobreinfecção das lesões.

Deve ser feita a limpeza das lesões e, em caso de infecção secundária, medicação antibiótica de uso local ou via oral deve ser instituída.

Não deve-se utilizar medicamentos com ácido acetilsalicílico para evitar uma possível complicação grave: a síndrome de Reye, que provoca dano hepático e cerebral.

Varicela e gravidez

Quando se contrai a varicela ao longo dos três primeiros meses de gestação os vírus causadores podem atravessar a placenta e infectar o embrião, provocando uma varicela intra-uterina. Esta infecção costuma ter graves consequências, já que algumas vezes provoca a morte do embrião e um aborto espontâneo, enquanto noutras, em cerca de 10 por cento dos casos, origina lesões que provocam como sequelas malformações cranianas, surdez, atraso mental ou extensas cicatrizes cutâneas.

Por outro lado, caso se contraia a infecção nos dias anteriores ao parto, o feto pode ser contagiado no momento do nascimento e desenvolver uma forma grave da doença que, por vezes, tens consequências fatais.

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Manchas na pele

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O cancro mole é uma doença de transmissão sexual que produz úlceras genitais dolorosas e persistente
Cancro mole

O cancro mole é uma doença sexualmente transmissível (DST), também chamada de cancro venéreo e popularmente conhecida como "cavalo", causada pela bactéria Haemophilus ducreyi. Pode ser transmitido pela relação sexual vaginal, anal ou oral e manifesta-se através de feridas dolorosas com base mole nos órgãos genitais. Apesar de ter o nome de cancro, não se trata de uma neoplasia/cancro, mas sim de uma doença infecciosa.

Apesar de ter sido uma doença rara, o número de casos tem aumentado nos últimos tempos, muito devido à prática de sexo desprotegido e pode afectar tanto os homens como as mulheres. Os portadores do cancro mole têm mais probabilidade de se infectar com o vírus da imunodeficiência humana (VIH) se for exposta a ele.

Sintomas
Os primeiros sintomas aparecem dois a cinco dias após relação sexual desprotegida com portador da doença, período que se pode estender até duas semanas.

Surge normalmente uma úlcera dolorosa na glande do pénis, escroto ou lados do pénis no homem, ou nos lábios maiores ou menores da vulva na mulher. A úlcera sangra facilmente, e os seus limites são irregulares mas bem definidos em relação à pele normal. A base apresenta um material amarelado-esverdeado purulento. Após algum tempo, forma-se uma ferida húmida e bastante dolorosa, que se espalha e aumenta de tamanho e profundidade. A seguir, surgem outras feridas à volta das primeiras.

Num terço dos casos, os gânglios linfáticos regionais (inguinais) ficam inchados e facilmente palpáveis e que podem dificultar os movimentos da perna, chegando a impedir a pessoa de andar. Nos estágios avançados não tratados podem irromper na pele drenando pus espesso, esverdeado, misturado com sangue.

O quadro clínico pode ser acompanhado de dor de cabeça, febre e fraqueza.

Tratamento
O cancro mole é tratado com medicamentos à base de antibióticos, sabonetes e medicações de uso local. Além do tratamento, deve-se realizar intensa higiene dos locais afectados. Se não tratado, existe maior probabilidade de uma pessoa ser infectada ou infectar outros com o vírus da SIDA.

As relações sexuais devem ser evitadas até a conclusão do tratamento. É recomendado o tratamento dos parceiros sexuais, em qualquer circunstância, pela possibilidade de existirem portadores que não manifestem sintomas.

Após terminar o tratamento deverá consultar o médico para se certificar que todas as feridas sararam e que a infecção está completamente curada.

Como o contágio é feito pela prática sexual, a melhor forma de se prevenir contra o cancro mole é utilizar o preservativo em todas as relações sexuais.

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As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico e/ou Farmacêutico.
Perguntas de respostas rápidas
Uma boa noite do sono é essencial para que se sinta bem-disposto e activo no dia seguinte.
Mulher a bocejar com relógio na mão

Estudos mostram como o sono à noite está directamente relacionado com o nível produtivo do dia seguinte. O sono é essencial para que o seu corpo e mente se sintam frescos e, portanto, a funcionar bem no dia seguinte.

Porque é que o sono é importante?

O sono é fundamental na vida de todos nós. Dormir não é um luxo, mas sim uma necessidade fisiológica que devemos respeitar. A privação de sono, sobretudo quando continuada, pode ser responsável por muitos acontecimentos negativos na nossa vida. Neste incluem-se o aumento da probabilidade de contrair vários tipos de doenças crónicas, dificuldades no desempenho, na concentração e no estado de ânimo. Além disso associa-se a um aumento do risco de acidentes de trabalho ou viação com as suas consequências, por vezes trágicas.

Como se processa o sono?

Os seres humanos têm um relógio biológico interno de 24 horas, chamado ritmo circadiário, que nos indica quando devemos ir dormir ou acordar. Dá-se o nome de circadiário ao período sobre o qual se baseia todo o ciclo biológico do corpo humano, influenciado pela luz solar. Este relógio está sincronizado como ciclo dia-noite em que vivemos.

O que acontece quando estamos a dormir?

O sono normal é constituído por cinco fases diferentes que formam o seu ciclo. Durante uma noite de sono passamos por diversos ciclos de sono. Também ocorrem diversos períodos de um ou dois minutos de vigília, dos quais não nos damos conta. Os ruídos ou as preocupações sentidos durante estes períodos de vigília podem ser lembrados e a sua duração pode aumentar. As fases 1 a 4 fazem parte do sono non-rapid eye movement (NREM) e a Fase 5 constitui o sono rapid eyemovement (REM).

Fases do sono

Fase 1: Sono leve quando se está meio a dormir meio acordado. É a transição entre a vigília e o sono;
Fase 2: Fase inicial do sono, quando começa a desligar-se daquilo que o rodeia;
Fase 3: Sono profundo, que é a primeira fase de sono reparador;
Fase 4: Sono mais profundo em que é difícil acordar. Durante esta fase o corpo procede à sua auto-reparação para repor as energias;
Fase 5: Sono REM que acontece, em média, após 90 minutos de sono. À medida que os ciclos se sucedem, o período de sono REM vai ficando cada vez mais longo. A maior parte dos sonhos acontecem durante o sono REM. O sono REM é essencial para carregar as baterias para o dia seguinte.

Hipnograma do ciclo do sono de um adulto sem insónia

Durante quanto tempo devemos dormir?

Para alguns adultos, 4 a 5 horas de sono por noite podem bastar, embora a maior parte das pessoas necessitem de 7 a 8 horas de sono por noite para se sentirem revigoradas no dia seguinte. Com o avançar da idade as pessoas tendem a dormir menos, por vezes, menos de 6 horas por noite. Estas diferenças no padrão do sono devem-se a mudanças no ciclo de sono típicas da idade.

À medida que envelhecemos temos sono mais cedo, à noite, do que quando tínhamos 20 ou 30 anos, e também acordamos mais cedo de manhã. As interrupções do sono durante a noite também aumentam com a idade.

É importante não esquecer que a qualidade do sono, e não apenas a sua duração, é crucial para uma boa noite do sono. É necessário passar pelo ciclo completo do sono diversas vezes por noite e passar tempo suficiente nas fases de sono profundo para conseguir um sono reparador que nos faz sentir bem na manhã seguinte.

O que é a insónia?

É perfeitamente normal dormir mal durante algumas noites, se tiver preocupações ou sentir ansiedade. No entanto, quando esta situação se prolonga durante mais de um mês denomina-se insónia. Os sintomas mais frequentes da insónia são os seguintes:

  • Não conseguir adormecer
  • Acordar durante a noite durante longos períodos
  • Acordar demasiado cedo
  • Não se sentir revigorado após uma noite do sono.

A insónia leva a que, após uma noite de sono, a pessoa ainda se sinta cansada. A insónia pode afectar de sobremaneira o seu bem-estar e desempenho durante o dia da seguinte forma:

  • Sentir-se sempre cansado
  • Andar sonolento durante o dia
  • Sentir dificuldade em concentrar-se ou pouca capacidade produtiva
  • Sentir-se demasiado cansado para as actividades sociais ou lúdicas
  • Ter dificuldade em tomar decisões
  • Ter esquecimentos frequentes
  • Começar a sentir-se irritado e mal-humorado.
 

Tipos de insónias

A insónia pode ser dividida em dois tipos – primária e secundária. A insónia primária é a que não é causada por uma doença física ou mental, ou em consequência da toma de medicação ou de substâncias (como álcool ou drogas). Se a incapacidade para dormir se dever a uma doença ou à toma de medicação ou substâncias denomina-se insónia secundária. A insónia secundária pode, por exemplo, resultar da dor causada por uma doença reumática. A ansiedade e a depressão podem também estar na base da insónia secundária. Para combater a insónia secundária deve consultar o seu médico que poderá diagnosticar e tratar o seu problema subjacente.
 

Que aspectos da vida diária são afectados pela insónia?

Se sofrer de insónia, ou conhecer alguém nesta situação, saberá provavelmente que esta perturbação tem repercussões graves no dia-a-dia. A insónia pode causar dificuldades a nível da concentração no trabalho, das actividades sociais e do tempo de qualidade passado com amigos e parceiros. Poderá até considerar que a sua insónia, e a fadiga a ela associada, passaram a fazer parte da sua rotina.
 

O que pode fazer para dormir melhor

  • Não se levante tarde mesmo se tiver dormido mal na noite anterior ou costume usar os fins-de-semana para pôr o sono em dia, dado que pode interferir com o seu ritmo biológico;
  • Levante-se à mesma hora todos os dias para reforçar o seu relógio biológico, independentemente de como se sinta. Estará assim a reforçar o seu padrão do sono;
  • Evite fazer sestas durante o dia caso o seu objectivo seja dormir mais à noite. As sestas podem ajudar na vigília a curto prazo se não se prolongar em por mais de 20 ou 30 minutos;
  • Vá para a cama apenas quando tiver sono e não antes;
  • Se estiver acordado na cama durante mais de 20 minutos levante-se, saia do quarto e procure fazer alguma coisa relaxante até se sentir suficientemente cansado para voltar para a cama.

Mantenha um ambiente no quarto adequado para dormir…

1. O quarto não deve estar muito quente, frio ou barulhento. Use tampões para os ouvidos para eliminar fontes de ruído exterior, ou o ressonar do seu parceiro, e uma venda nos olhos para tapar a luz;
2. Na medida do possível, use o quarto apenas para dormir;
3. Evite ver TV ou trabalhar no quarto;
4. A cama deverá ser confortável e suficiente grande para si e para o seu parceiro. O seu colchão deve sustentá-lo bem. Geralmente, os colchões devem ser substituídos de 10 em10 anos;
5. Esconda o despertador. Não olhe para o relógio porque não o vai ajudar a adormecer.

Prepare a sua disposição para dormir…

1. Procure relaxar antes de ir para a cama. Faça actividades calmantes como um banho quente ou ouça música suave durante alguns minutos antes de se ir deitar;
2. Não faça esforços mentais ou físicos, como estudar ou ler textos complexos, 90 minutos antes de se ir deitar;
3. Deixe o dia acabar. Não se preocupe com os acontecimentos do próprio dia ou do dia seguinte e com o facto de não conseguir dormir – lembre-se que poderá ter um dia normal mesmo que não tenha dormido bem durante a noite.

A evitar…

1. Cafeína seis horas antes de ir para a cama, o que inclui: chá, café, bebidas ou alimentos contendo cafeína;
2. Fumar antes de ir para a cama. A nicotina dos cigarros é um estimulante, tal como a cafeína, que o pode manter acordado, pelo que deve evitar fumar perto da hora de deitar;
3. Álcool em quantidades elevadas ou como indutor do sono. O álcool pode fazê-lo adormecer mas interfere com o sono durante noite e faz com que acorde mais cedo de manhã. Uma refeição pesada antes de ir para a cama. Procure comer mais cedo ou faça uma refeição ligeira;
4. Exercício físico à noite. O exercício regular praticado durante o dia ou ao entardecer, como uma breve caminhada ou corrida, pode contribuir para uma boa noite de sono, mas se realizado próximo da hora de deitar pode, em vez disso, dificultar o sono.

Não se esqueça…

É perfeitamente normal dormir mal durante algumas noites, se tiver preocupações ou sentir ansiedade. No entanto, se a situação se prolongar durante mais de um mês poderá tratar se de insónia.
1. A quantidade necessária de sono varia de pessoa para pessoa;
2. À medida que envelhecemos o padrão do sono sofre alterações;
3. Ter um sono reparador e profundo é fundamental para se sentir revigorado e enérgico na manhã seguinte;
4. Passos simples como alterações à rotina, aos hábitos e ao ambiente do quarto podem melhorar a qualidade do seu sono;
5. No entanto, se continuar a achar que não tem um sono reparador deve consultar o seu médico.
 

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Dormir é uma necessidade fisiológica que deve ser respeitada

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Defesa imunitária
Os anticorpos são moléculas produzidas pelo desencadear do mecanismo de defesa imunitária específica
Anticorpos

Nos órgãos linfóides (baço e gânglios linfáticos) existem vários tipos diferentes de linfócitos B, cada qual reconhecendo um antigénio específico. Quando um tipo de linfócitos B é activado pelo antigénio, para o qual possui receptores, entra em processo de diferenciação, transformando-se em plasmócitos, células que irão originar células de memória (activas em futuras reinfecções pelo mesmo agente) e em anticorpos, que se libertam nos fluidos circulantes (sangue e linfa), onde viajam até ao local da infecção.

Quimicamente, os anticorpos são glicoproteínas, formadas por quatro cadeias polipeptídicas interligadas entre si - duas cadeias pesadas (mais longas) e duas cadeias leves (mais curtas) -, dispondo-se espacialmente em "Y". A sequência de aminoácidos que formam a molécula, apresenta uma larga zona comum, constante entre os vários tipos de anticorpos (são locais de interacção com outros elementos do sistema imunitário), sendo que apenas a zona dos dois braços superiores do "Y" apresenta uma sequência química variável, única para cada anticorpo, já que é complementar de outra de um dado antigénio, conferindo assim especificidade ao anticorpo.

Os anticorpos raramente conduzem directamente à destruição do agente invasor, cujo antigénio reconhecem, actuando antes como marcadores, intensificadores de outras respostas de defesa do organismo. A formação do complexo antigénio-anticorpo origina um acentuar da resposta inflamatória, intensificando a vasodilatação e a permeabilidade capilar, o que permite uma migração mais fácil das células fagocitárias, que aumentam a sua actividade quando detectam o complexo antigénio-anticorpo. Estas glicoproteínas imunitárias actuam ainda provocando a aglutinação e a precipitação dos antigénios, neutralizam vírus e toxinas bacterianas e provocam a activação do sistema complemento, cujas proteínas podem provocar o surgimento de poros na membrana de revestimento dos agentes invasores, levando à sua lise e consequente destruição.

Os anticorpos podem ser agrupados em cinco classes principais de imunoglobulinas - IgM, IgG, IgA, IgD e IgE -, tendo em conta especificidades da sua estrutura e modo de acção.

A administração de vacinas visa, através da inoculação de organismos mortos ou inactivados, colocar os linfócitos B a produzir células de memória e anticorpos, os quais passam a estar imediatamente disponíveis, anulando riscos de infecção pelos micro-organismos presentes na vacina.

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Resultados de estudo revelam:
O número de pessoas com doença arterial periférica aumentou quase um quarto em 10 anos em todo o mundo, indica um estudo.

Em 2010, cerca de 202 milhões de pessoas sofriam da doença arterial periférica – circulação perigosamente reduzida ou bloqueio do fluxo de sangue nas pernas - em comparação com as 164 milhões registadas uma década antes. Segundo a análise publicada na revista médica britânica Lancet o aumento do número de casos é mais significativo entre as pessoas de meia-idade nos países em desenvolvimento, escreve o Sapo Saúde.

O aumento é atribuído ao crescimento da esperança de vida, dado a doença ocorrer principalmente entre os idosos, mas também a um estilo de vida sedentário.

Ser fumador, diabético, hipertenso ou ter excesso de colesterol constituem factores de risco.

A doença arterial periférica está relacionada com uma série de problemas, incluindo um aumento de quase três vezes do risco de ataques cardíacos e de acidentes vasculares cerebrais. A forma mais avançada da doença representa um grave risco de amputação.

"Esta doença vascular periférica tornou-se um problema mundial do século XXI e já não pode ser vista como uma doença dos países ricos”, sublinha o professor Gerry Fowkes, da Universidade de Edimburgo, no Reino Unido, responsável pelo estudo.

Segundo Fowkes, "este crescimento espectacular representa um desafio importante para a saúde pública, devido à perda de mobilidade, de uma qualidade de vida reduzida e do aumento do risco de ataque cardíaco e cerebral (AVC) ” nas pessoas atingidas.

Anafilaxia
A anafilaxia é a reação alérgica mais grave, que pode resultar em dificuldade respiratória, ou até m
Anafilaxia

A anafilaxia pode ser causada por um alergénio. Os mais frequentes são os medicamentos, as picadas de insectos, certos alimentos e as injecções de imunoterapia alergénica. A anafilaxia nunca ocorre na primeira exposição a um alergénio. Por exemplo, a primeira exposição à penicilina ou a primeira picada de abelha não desencadeiam a anafilaxia, mas a seguinte já o pode fazer. Na realidade, muitas pessoas não se recordam de ter sofrido uma primeira exposição.

Uma reacção anafiláctica começa quando o alergénio entra na corrente sanguínea e reage com um anticorpo da classe imunoglobulina E (IgE). Essa reacção incita as células a libertar histamina e outras substâncias que participam nas reacções imunes inflamatórias. Como resposta, as vias respiratórias dos pulmões podem fechar-se e provocar asfixia, os vasos sanguíneos podem dilatar-se e fazer com que a tensão arterial desça e as paredes dos vasos sanguíneos podem deixar sair líquido, provocando edema e urticária. O coração pode funcionar mal, bater de forma irregular e bombear sangue de forma inadequada.

As reacções anafilactóides assemelham-se às anafilácticas, mas podem ter lugar depois da primeira injecção de certos fármacos (por exemplo, polimixina, pentamidina, opiáceos ou meios de contraste utilizados em exames radiológicos). No mecanismo não participam os anticorpos IgE e, em consequência, não se trata de uma reacção alérgica. A aspirina e outros anti-inflamatórios não esteróides podem causar reacções anafilácticas em algumas pessoas, em particular naquelas com rinite alérgica perenial e pólipos nasais.

Sintomas
Os sintomas começam imediatamente, ou quase sempre, nas duas horas posteriores à exposição à substância prejudicial. A pessoa pode sentir-se inquieta, estar agitada e ter palpitações, formigueiro, pele avermelhada e ardor, latejar nos ouvidos, tosse, espirros, urticária, edemas ou uma maior dificuldade em respirar devido à asma ou à obstrução da laringe. O colapso cardiovascular pode verificar-se sem sintomas respiratórios. Em geral, um episódio inclui sintomas respiratórios ou cardiovasculares, mas não ambos e, a pessoa, repete o mesmo quadro de sintomas em episódios subsequentes. No entanto, a anafilaxia pode evoluir tão rapidamente que pode causar um colapso, convulsões, incontinência de urina, perda de consciência ou um ataque cerebral súbito ao fim de um ou dois minutos. A anafilaxia pode ser fatal, a menos que se institua um tratamento de emergência de imediato.

Prevenção
Um indivíduo que tenha sofrido de anafilaxia a partir de uma picada de abelha repete, provavelmente, essa experiência se voltar a ser picado. Sucede o mesmo face a uma exposição reiterada a outros alergénios, como um medicamento. Efectuar testes cutâneos cada vez que se tiver de administrar o referido medicamento não é prático. No entanto, as pessoas que têm antecedentes de alergia ao soro animal (por exemplo, à antitoxina do tétano proveniente do cavalo) ou à penicilina são submetidas a testes antes de receber esses produtos.

A imunoterapia alergénica prolongada evitará a anafilaxia em pessoas alérgicas a substâncias impossíveis de evitar, como as procedentes de picadas de insectos. Não se recorre à imunoterapia quando a substância nociva pode ser evitada, como é o caso da penicilina e de outros fármacos.

Contudo, se um indivíduo necessita de um medicamento em particular (como a penicilina ou uma anatoxina oriunda de soro de cavalo), é possível realizar rapidamente a dessensibilização com um controlo rígido no consultório do médico ou então num hospital.

Algumas pessoas têm antecedentes de reacções anafilácticas aos corantes (meios de contraste) injectados em certos exames radiológicos. Apesar de os médicos tentarem evitar o seu uso em doentes com essas características, algumas afecções não podem ser diagnosticadas sem o recurso a eles. Nestes casos, podem ser utilizados meios de contraste especiais que reduzem a incidência das reacções. Além disso, os medicamentos que bloqueiam as reacções anafilácticas, como a prednisona, a difenhidramina ou a efedrina, podem ser benéficos se forem administrados antes de se injectar o contraste.

Tratamento
O primeiro tratamento para a anafilaxia é uma injecção de adrenalina. As pessoas alérgicas às picadas de insectos ou a certos alimentos, em especial as que tenham já tido um ataque de anafilaxia, deveriam andar sempre com uma seringa auto-injectável de adrenalina, para um tratamento de emergência.

Em geral, este tratamento suspende as reacções anafilácticas. No entanto, todo o indivíduo que tenha uma reacção anafiláctica deve imediatamente recorrer ao serviço de urgência de um hospital, porque pode ser necessário efectuar um cuidadoso controlo dos sistemas cardiovascular e respiratório, além de poder dispor de um tratamento rápido e complexo.

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Perguntas e respostas
Conheça as respostas às principais perguntas feitas sobre bronquite crónica.
Pulmões, traqueia e brônquios

O que é a bronquite crónica?

A bronquite crónica é uma doença que afecta os pulmões e que dificulta a função respiratória. Trata-se de uma inflamação crónica da mucosa que reveste os brônquios, normalmente provocada pelo tabagismo, e que origina uma alteração da função respiratória, causando várias complicações que, em conjunto, deterioram a qualidade de vida.

Quais são os principais sintomas da bronquite crónica?

A bronquite crónica manifesta-se por tosse persistente, expectoração, dificuldade em respirar e sensação de aperto no peito.

A bronquite crónica é uma doença grave?

A bronquite crónica é uma doença que pode apresentar diferentes graus de evolução (estadios) a que correspondem diferentes níveis de gravidade. Se o doente não aderir ao tratamento proposto e não adoptar estilos de vida saudáveis a doença progride mais rapidamente para as formas graves com uma mortalidade alta.

Quais são as causas da bronquite crónica?

A bronquite crónica resulta da inflamação das vias aéreas dos pulmões com acumulação de muco. A principal causa da inflamação dos brônquios é o fumo do cigarro. Outras causas são a inalação prolongada de pó, gases ou poeiras químicas, solventes e outras substâncias irritantes. Assim, a poluição atmosférica pode causar bronquite crónica, e a exposição profissional a substâncias inaladas também.

Como se faz o diagnóstico de bronquite crónica?

O diagnóstico da bronquite crónica é essencialmente clínico, ou seja, baseado nos sintomas referidos pelo doente (tosse persistente acompanhada de expectoração e dificuldade em respirar).

Para confirmar o diagnóstico e avaliar posteriormente a eficácia do tratamento o médico irá propor a realização de alguns exames como testes de função respiratória, radiografia do tórax, electrocardiograma e análises ao sangue. O exame mais importante para o diagnóstico é o estudo da função respiratória. Para fazer o estudo da função respiratória o doente sopra para uma máquina que mede a profundidade e a velocidade com que o ar circula nos pulmões. Um estudo da função respiratória que confirme a obstrução à circulação do ar nas vias aéreas, associado a uma história de tosse e expectoração crónicas, confirma o diagnóstico de bronquite crónica.

A bronquite crónica tem cura?

Não. Actualmente a bronquite crónica é uma doença sem cura. Caracteriza-se por uma inflamação crónica das vias aéreas com obstrução à circulação do ar que não é totalmente reversível mesmo com o tratamento. Apesar de não haver cura para a bronquite crónica, a adesão ao tratamento, incluindo estilos de vida saudáveis, atrasa a progressão da doença para as formas mais graves. A medida mais eficaz para atrasar a progressão da bronquite crónica é deixar de fumar.

Como se trata a bronquite crónica?

O tratamento da bronquite crónica deve ser sempre feito sob orientação médica, já que se trata de uma doença de evolução progressiva e potencialmente fatal. O tratamento não é igual para todos os doentes pois depende do estadio evolutivo da doença.

Deve evitar a exposição à poluição atmosférica ou a substâncias inaladas irritantes (gases, solventes, aerossóis, poeiras) e para reduzir a obstrução brônquica e melhorar a circulação do ar nos pulmões o doente deverá fazer tratamento crónico com corticóides e broncodilatadores em aerossol ou em inaladores.

O uso de antibióticos está habitualmente reservado aos períodos de agudização da bronquite (quando a expectoração se infecta com bactérias) e deve ser iniciado logo que a expectoração se torne espessa e de cor amarelo esverdeada, com ou sem febre.

A fluidificação da expectoração melhora a sua drenagem, por isso, pode ser indicado o uso de xaropes ou comprimidos fluidificantes e expectorantes. No entanto, a medida mais eficaz é a ingestão abundante de líquidos para manter a hidratação e a fluidez do muco.

Para evitar complicações respiratórias o doente deve fazer anualmente a vacina da gripe e, pelo menos uma vez a vacina contra a pneumonia por Pneumococcus.

Os doentes que estão em fases avançadas da doença e sofrem de insuficiência respiratória com diminuição permanente da oxigenação do sangue podem necessitar de fazer inalação de oxigénio em casa, várias horas por dia. O benefício do uso continuado do oxigénio é decidido pelo médico e a sua utilização deve obedecer rigorosamente às normas prescritas.

Em situações mais raras alguns casos graves podem ter indicação para tratamento cirúrgico."

Como prevenir a bronquite crónica?

Sendo a bronquite crónica uma doença resultante da acção de substâncias inaladas que irritam a mucosa das vias aéreas, a sua prevenção baseia-se na evicção da exposição a essas substâncias.

A medida mais importante é evitar a exposição ao fumo do tabaco. Outras medidas são evitar os locais com níveis elevados de poluição atmosférica e usar protecção adequada (máscaras) quando se está profissionalmente exposto a poeiras ou vapores irritantes.

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Como tratar?
Mais frequentes nas mãos e nos pés, as bolhas podem dever-se ao calçado ou à utilização em esforço d
Bolha no pé na zona do calcanhar

Normalmente aparecem na pele numa forma arredondada, com tamanhos maiores ou mais pequenos e criam líquido no seu interior. Podem aparecer em qualquer parte do corpo, porém há zonas mais propícias ao seu aparecimento como os pés ou as mãos.

Sapatos apertados, ou em material pouco maleável, normalmente causam bolhas após um período longo da sua utilização devido à fricção constante em zonas específicas. Nas mãos acontece o mesmo, principalmente quando se efectua qualquer tarefa que requer o manuseamento de utensílios que, quando manobrados em movimentos repetitivos, podem causar fricção sempre nas mesmas zonas das mãos criando por sua vez as bolhas.

As bolhas são incomodativas e podem mesmo causar alguma dor impeditiva de se deslocar normalmente ou realizar tarefas simples.

Para que a pele recupere é necessário ter alguns cuidados ao tratar as bolhas.

Cuidados a ter

  • É importante não rebentar as bolhas, pois ao fazê-lo está a abrir uma porta para a entrada de bactérias que poderão dar origem a uma infecção. A bolha irá desaparecer por si após alguns dias;
  • Tente manter a zona da bolha protegida com uma compressa esterilizada sem fazer muita pressão;
  • No caso de rebentar, desinfecte imediatamente e com cuidado tente retirar a pele que fica solta aplicando logo de seguida um penso.
  • Para evitar que as bolhas apareçam procure utilizar sempre calçado confortável ou luvas, no caso de estar a realizar alguma tarefa manual que cause atrito na pele.

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Causadas por fungos
As micoses superficiais da pele são infecções causadas por fungos que atingem a pele, as unhas e os
Mancha de pele esbranquiçada

As micoses superficiais da pele, em alguns casos chamadas de "tineas", são infecções causadas por fungos que se apresentam de formas distintas e que afectam diferentes áreas corporais, como a pele, as unhas e os cabelos. “Tinea”, derivado do latim e que significa verme. A designação do tipo de micose fica completa com a região do corpo envolvida.

As micoses (infecções da pele causadas por fungos dermatófitos) encontram-se entre as doenças mais frequentes que afectam o ser humano. Pode-se mesmo afirmar que quase todas as pessoas irão sofrer de uma micose alguma vez na vida. De acordo com a profundidade da infecção, distinguem-se três tipos de micoses: superficiais, intermédias ou cutâneas. É das superficiais que falaremos, até porque são as mais habituais no nosso meio.

As micoses superficiais dividem-se em dermatofíticas e não dermatofíticas, conforme o microrganismo pertença ou não aos chamados fungos dermatófitos.

Esta é a denominação comum dos fungos dos géneros Microsporum, Trichophyton e Epidermophyton, que se caracterizam por apresentar queratinofilia, ou seja, que crescem bem na presença de queratina, proteína que é um constituinte importante tanto da pele como de unhas e cabelos. Por isso, estes fungos geralmente só afectam a epiderme, a camada mais superficial da pele, as unhas e os pêlos. Provocam doenças muito variáveis, desde sintomas ligeiros até lesões com pus e inflamação, em geral, as que são conhecidas como dermatofitoses.

Existem factores locais que predispõem ao desenvolvimento destas micoses como os a humidade ou os cortes, frequentes nos pés ou na região inguinal. Por outro lado, os tratamentos com imunossupressores, a quimioterapia ou a diabetes também podem intervir no aparecimento das micoses superficiais.

Sintomas da micose de pele 

Existem várias formas de manifestação das micoses cutâneas superficiais, dependendo do local afectado e também do tipo de fungo causador da micose.

De acordo com o local do corpo onde se apresenta a infecção, podem-se distinguir:

Tinea capitis

Afecta o couro cabeludo, as sobrancelhas ou as pestanas, e provoca a perda do pêlo em pequenas zonas circunscritas, que vão crescendo com tendência a ficarem com vermelhidão e a apresentarem pequenas escamas de pele, com ou sem pus e inflamação aparente. Originam muito frequentemente comichão.

Tinea barbae

Lesões semelhantes, na zona da barba, de novo com ou sem sinais de inflamação ou comichão.

Tinea corporis

Localiza-se no tronco e nos membros, e também em zonas da cara sem pêlos. Pode manifestar-se como manchas circulares ou ovais com pequenas escamas ou vesículas nas bordas e com o centro de cor vermelha ou avermelhada; outras vezes têm a forma de anel com uma borda vermelha e o centro já curado.

Tinea cruris (cruris é o termo latino para pernas)

Localiza-se nas virilhas, períneo e região perianal podendo estender-se pela parte interna dos músculos, como placas nos dois lados, de cor avermelhada a acastanhada, com finas escamas e borda de progressão avermelhada. É importante recordar que a infecção se transmite por toalhas, roupas interiores e roupas de cama. Nos homens pode estar associada a Tinea pedis, pois a queda do fungo pelas calças é bastante frequente.

Tinea pedis

É a mais frequente, pois 15 por cento das pessoas já sofreram ou sofrem dela. Também é conhecida como "pé de atleta" e localiza-se entre os dedos e na planta do pé. Muitas vezes é adquirida com a prática de desporto com os pés descalços ou em duches de uso colectivo. Manifesta-se como pele esbranquiçada e macerada, por vezes com fissuras dolorosas, entre os dedos.

Onicomicose ou Tinea ungium

O parasitismo da unha pode manifestar-se como um espessamento ou descolamento da unha, por vezes com alterações de cor, em geral de tom esbranquiçado.

Tinea negra

Manifesta-se pela formação de manchas escuras na palma das mãos ou plantas dos pés. É assintomática.

Diagnóstico da micose da pele

Geralmente o diagnóstico pode realizar-se com base na avaliação clínica e no aspecto das lesões. Por vezes é necessário realizar um exame directo das escamas cutâneas ou pêlos para saber se o agente causal é um dermatófito ou uma levedura. Para determinar com exactidão o fungo responsável é necessário realizar uma cultura das lesões.

Prevenção da micose da pele

Hábitos higiénicos são importantes para evitar as micoses. Previna-se seguindo as dicas abaixo:

  • Seque-se sempre muito bem após o banho, principalmente as dobras de pele como as axilas, as virilhas e os dedos dos pés
  • Evite ficar com roupas molhadas durante muito tempo
  • Evite o contacto prolongado com água e sabão
  • Não use objectos pessoais (roupas, calçado, pentes, toalhas, bonés) de outras pessoas
  • Não ande descalço em pisos constantemente húmidos (vestiários, saunas, etc.)
  • Observe a pele e o pêlo dos seus animais de estimação. Qualquer alteração ao nível da descamação ou falhas no pêlo procure o veterinário.
  • Evite mexer na terra sem usar luvas
  • Use somente o seu material de manicura
  • Evite usar calçados fechados o máximo possível. Opte pelos mais largos e ventilados
  • Evite roupas quentes e justas.
  • Evite os tecidos sintéticos, principalmente na roupa interior. Prefira o algodão.

Tratamento da micose da pele

No tratamento das micoses cutâneas tem de se ter em consideração que é necessário ter paciência para se obter resultados positivos, pois são necessárias algumas semanas para eliminar a infecção. Para além disso, deve-se impedir o contágio de e a outras pessoas mantendo as zonas afectadas limpas e secas. É importante também referir que não deve usar medicamentos indicados por outras pessoas.

Normalmente estas infecções são tratadas mediante a aplicação nas zonas afectadas de antifúngicos, que são fármacos específicos para estes microrganismos. Em casos de micoses muito extensas ou refractárias ao tratamento, pode ser necessário administrar também, por via oral, um fármaco antifúngico. O uso de anti-histamínicos pode ser indispensável para o controlo e alívio da comichão, sobretudo nas tineas do couro cabeludo.

Pode acontecer que seja necessários diferentes períodos de tratamento, ou que a doença reapareça sob a forma de surto. Muitas vezes devido ao incumprimento das medidas de prevenção e do controlo epidemiológico, ou à falta de perseverança no tratamento.

O prognóstico em geral é bom, mas é importante recordar que enquanto se mantiverem as circunstâncias favorecedoras anteriormente descritas é provável uma nova infecção.

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As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico e/ou Farmacêutico.
Saiba o que são
Saiba quais os sintomas e o diagnóstico das doenças que afetam o trato e órgãos do sistema respirató
Doenças respiratórias

 

O que são doenças respiratórias?
As doenças respiratórias são as que afectam o trato e os órgãos do sistema respiratório.

Quais são os factores de risco?
O tabagismo, a poluição, a exposição profissional a poluentes atmosféricos, as condições alérgicas e doenças do sistema imunitário, entre outros.

Que tipos de doenças respiratórias existem?
Existem 14 tipos diferentes de doenças respiratórias:

Broncopatias
Doenças dos brônquios, como a asma, a bronquiectasia e a bronquite.

Pneumopatias
Grupo de doenças pulmonares, entre as quais se destacam a atelectasia, as doenças pulmonares intersticiais, neoplasias pulmonares, tuberculose pulmonar, hipertensão pulmonar, pneumopatias obstrutivas, pneumonia, pneumopatias fúngicas, pneumopatias parasitárias, síndroma do desconforto respiratório do recém-nascido.

Transtornos respiratórios
São assim designadas as doenças respiratórias em geral ou aquelas que não são uma doença específica. Neste grupo incluem-se a apneia, síndroma do desconforto respiratório do recém-nascido, dispneia, insuficiência respiratória, hiperventilação, etc. A tosse, a rouquidão, a aspiração de mecônio, respiração bucal, laringismo, síndroma do desconforto respiratório do adulto, também são considerados transtornos respiratórios.

Fístula do trato respiratório
Passagem anormal na comunicação entre algum componente do trato respiratório ou entre qualquer parte do sistema respiratório e os órgãos circunvizinhos.

Doenças torácicas
Doenças que afectam o tórax.

Transtornos da motilidade ciliar
Desordens caracterizadas pelo movimento ciliar anormal no nariz, nas sinuses paranasais, no trato respiratório, entre outras. A síndroma de Kartagener, doenças respiratórias crónicas, a sinusite crónica e a otite crónica constituem manifestações deste tipo de transtornos.

Doenças nasais
Doenças do nariz em geral ou não especificadas. Exemplos de doenças nasais são as neoplasias nasais, doenças dos seios paranasais e a rinite. A epistaxe (derramamento de sangue pelas fossas nasais), a granuloma letal da linha média, a obstrução nasal, as deformidades adquiridas nasais, a rinoscleroma (infecção) e os pólipos nasais (tumores) integram-se também nas doenças nasais.

Hipersensibilidade respiratória
Uma forma de hipersensibilidade que afecta o trato respiratório, como acontece com a asma, a febre dos fenos, a alveolite alérgica extrínseca, a aspergilose broncopulmonar alérgica e a rinite alérgica perene.

Infecções respiratórias
Infecções do trato respiratório superior. Resultam dessas infecções as seguintes doenças: empiema pleural, complexo da doença respiratória bovina, bronquite, laringite, legionelose (doença do Legionário), pneumopatias fúngicas, pneumopatias parasitárias, pleurisia, pneumonia, rinite, sinusite, tonsilite, tuberculose pleural, tuberculose pulmonar, coqueluche, resfriado comum, influenza, abcesso pulmonar, faringite, rinoscleroma, síndroma respiratório agudo grave, traqueíte (inflamação da traqueia) e tuberculose laríngea.

Doenças da traqueia
Incluem neoplasias da traqueia, estenose traqueal (estreitamento patológico da traqueia), traqueíte, traqueobroncomegalia, fístula traqueoesofágica.

Doenças da laringe ou laringopatias
Doenças da laringe em geral ou não especificadas, entre as quais se contam a laringite, os distúrbios da voz, o granuloma laríngeo, o edema laríngeo, as neoplasias laríngeas, o laringismo, a laringoestenose, a tuberculose laríngea, a paralisia das cordas vocais. Estas doenças relacionam-se também com as otorrinolaringopatias.

Doenças pleurais
Empiema pleural, hemotórax (derrame de sangue no tórax), derrame pleural, neoplasias pleurais, pleurisia e tuberculose pleural, bem como quilotórax (derrame de quilo na cavidade pleural), hemopneumotórax, hidropneumotórax, hidrotórax e pneumotórax.

Anormalidades do sistema respiratório
Anormalidades congénitas estruturais do sistema respiratório, como o cisto broncogénico, o sequestro broncopulmonar, a atresia coanal, a malformação adenomatóide, a cística congénita do pulmão, a síndroma de Kartagener, a síndroma de Cimitarra e a traqueobroncomegalia.

Neoplasias do trato respiratório
Neoplasias pulmonares, pleurais e nasais.

Como se diagnosticam as doenças respiratórias?
Pela observação clínica, através de técnicas e meios complementares de diagnóstico, entre os quais: testes da função respiratória, testes de sons respiratórios, broncografia, broncoscopia, laringoscopia, radiografia pulmonar de massa, depuração mucociliar, testes de provocação nasal, rinomanometria e rinometria acústica.

Quais são os principais sintomas de doença respiratória?
Cada doença tem sintomas específicos, que só o médico pode avaliar. Contudo, a tosse, a rouquidão, o nariz entupido, dores no peito, dores de garganta, garganta irritada, pingo no nariz, dificuldade em respirar quando não está a fazer esforço (a subir escadas, a andar, a fazer exercício), dispneia, entre outros, são sintomas de doença respiratória.

A que médico devo recorrer?
Em primeira instância, ao seu médico de família no centro de saúde da sua área de residência. Só ele pode determinar se deve ser encaminhado para um médico especialista e de que especialidade.

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