Resultados de estudo indicam:
Um estudo revela que 30% das crianças têm desordens ao nível da coordenação motora e, por isso, tendem a ser sedentárias,...

A pesquisa, realizada pela investigadora em motricidade humana Cidália Freitas, da Faculdade de Ciências do Desporto da Universidade do Porto, envolveu 319 crianças dos quatro aos 12 anos, em escolas da área metropolitana do Porto.

Os resultados revelaram que 25,3% das crianças destras analisadas (que têm mais agilidade com a mão direita do que com a esquerda) sofrem de Desordens de Coordenação de Desenvolvimento (DCD), tendência que se revela ainda mais entre as canhotas (36,1%).

Investigadores querem:
O Instituto de Engenharia de Sistemas e Computadores do Porto anunciou que integra um consórcio internacional que está a...

Designado PICTURE o objectivo do projecto é "desenvolver um protótipo de uma ferramenta que permita prever qual será o aspecto da mama depois de submetida a uma cirurgia conservadora", diz o comunicado referido no JN Online.

"Para além de tranquilizar as doentes acerca dos efeitos cosméticos a longo prazo da cirurgia, a ferramenta poderá ser usada para avaliar os resultados de diversas opções terapêuticas. Desta forma, poderá ser um importante contributo para as discussões entre médicos e doentes relativamente à melhor opção de tratamento - clínica e esteticamente - para cada doente", explica o mesmo documento.

Adicionalmente, a ferramenta "tem potencial para apoiar os cirurgiões na optimização aspectos relacionados com a cirurgia, tais como o tamanho e localização da incisão, de forma a minimizar as alterações na aparência da mama".

Com as ferramentas desenvolvidas no âmbito do PICTURE, as doentes terão um "papel mais consciente na decisão do processo terapêutico", sentindo "mais controlo sobre o próprio tratamento, o que lhes transmitirá segurança e permitirá melhorar os resultados visuais".

Para o efeito, o consórcio internacional responsável pelo PICTURE propõe-se desenvolver técnicas de modelação biomecânica baseadas em fotografias a três dimensões e em exames de diagnóstico comuns (como mamografias, ecografias e ressonâncias magnéticas) para criar uma representação digital da anatomia da mama.

Uma vez desenvolvida, a ferramenta protótipo será validada através de dados fornecidos voluntariamente por pacientes que já foram submetidas ao tratamento do cancro da mama.

O projecto PICTURE (Patient Information Combined for the Assessment of Specific Surgical Outcomes in Breast Câncer) reúne o Instituto de Engenharia de Sistemas e Computadores do Porto (INESC Porto), o University Medical Center Leiden (Holanda), a University College London (Reino Unido), o King's College London (Reino Unido) e a Philips (Alemanha).

"O cancro da mama é cada vez mais uma doença tratável, mas muitas mulheres viverão vários anos com as consequências da sua terapia. As alterações no aspecto da mama podem ter um impacto muito significativo na sua auto-estima e no seu dia-a-dia, mas não existia até agora uma forma objectiva de avaliar o resultado estético de um tratamento ao cancro da mama", refere a médica Maria João Cardoso, investigadora no INESC TEC e cirurgiã chefe na Unidade de Cancro da Mama da Fundação Champalimaud, em Lisboa.

Com a duração de três anos, o projecto PICTURE ficará concluído em Janeiro de 2016 e conta com um financiamento de 2,15 milhões de euros do 7.º Programa-Quadro da União Europeia.

Colonoscopia a cada 10 anos
Uma colonoscopia feita a cada 10 anos a partir dos 50 anos evitaria 40% dos cancros colo-rectais, indica um estudo realizado...

A frequência do exame deve ser maior se existem antecedentes familiares daquele cancro, responsável por 1,2 milhões de mortes anuais em todo o mundo, sublinham os autores da investigação divulgada no New England Journal of Medicine.

Os resultados confirmam as actuais recomendações de uma colonoscopia de 10 em 10 anos para as pessoas com um risco moderado e afastam as dúvidas que existiam em relação à eficácia do exame.

A colonoscopia é eficaz na prevenção do cancro da parte superior do cólon ou proximal.

Os investigadores analisaram dados de 88902 participantes em dois estudos de longo prazo, tendo por base respostas a um questionário realizado de dois em dois anos entre 1988 e 2008. Obtiveram também informações sobre as colonoscopias e recto-sigmoidoscopias feitas e analisaram 1815 casos de cancro colo-rectal e as 474 mortes resultantes.

A recto-sigmoidoscopia é um exame limitado à parte inferior do cólon, enquanto a colonoscopia examina a sua totalidade através de tubo flexível com uma câmara e instrumentos para remover quistos e tumores benignos.

“O nosso estudo fornece provas sólidas de que a colonoscopia é uma técnica eficaz de prevenção do cancro do cólon distal - perto do recto - e proximal, enquanto a sigmoidoscopia é insuficiente para evitar o cancro do cólon proximal”, disse Shuji Ogino, epidemiologista da faculdade de saúde pública de Harvard e co-autor do estudo.

Organização Mundial de Saúde:
As doenças mentais são responsáveis por 17% das incapacidades a nível mundial, segundo o mais recente relatório do inquérito...

O inquérito, coordenado por Jordi Alonso, director do Programa de Investigação em Epidemiologia e Saúde Pública do Instituto Hospital del Mar de Investigações Médicas (INIM) de Barcelona, e que estudou mais de 150 mil pessoas de 24 países, tem por objectivo calcular os custos directos de oferecer cuidados adequados juntamente com os custos sociais que implicará não o fazer, revela o Diário Digital.

Com esse objectivo, a Organização Mundial de Saúde (OMS) realiza inquéritos mundiais de saúde mental que pretendem apresentar um retrato completo da situação das doenças mentais no mundo.

Jordi Alonso explicou que se trata do estudo epidemiológico de saúde mental “mais amplo, profundo e metodologicamente mais homogéneo realizado até agora”. “A análise dos resultados inclui como as doenças mentais se reflectem no nível de instrução, na estabilidade e violência conjugais, na estabilidade laboral, no absentismo e no rendimento das pessoas afectadas”, acrescentou.

O estudo também permitirá avaliar como a doença se transmite à descendência, a associação das doenças mentais com o posterior desenvolvimento de doenças crónicas e qual é o custo pessoal e social destes transtornos.

O inquérito revela um vazio de atenção sanitária nas doenças mentais em todos os países, e não só nos menos desenvolvidos, e aponta a necessidade de investir para melhorar o planeamento, a organização e a prestação de serviços na área da saúde mental, bem como a sua avaliação ao nível mundial.

As grandes dimensões deste inquérito, a representatividade geográfica das amostras, a avaliação exaustiva e bem padronizada das doenças, os seus resultados na saúde e o uso de ângulos analíticos sofisticados, permitiram fazer uma análise em profundidade e avaliar comparativamente a incapacidade nos 24 países distribuídos pelas seis regiões do mundo que a OMS tem estado a estudar.

Segundo Jordi Alonso, os resultados do inquérito permitem, pela primeira vez, ter uma “importante contribuição empírica para a tomada de decisões de saúde pública”. “Acreditamos firmemente que a informação que este relatório reúne será muito valiosa para qualquer pessoa envolvida na definição de políticas de saúde mental, incluindo epidemiologistas, médicos, administradores, gestores de serviços e economistas da saúde”, concluiu o coordenador do estudo.

Doenças
A vacinação é o meio mais seguro e por vezes, o único que permite resistir a infecções.
Enfermeira a vacinar criança

A importância das vacinas

As vacinas são o meio mais eficaz e seguro de protecção contra certas doenças. Mesmo quando a imunidade não é total, quem está vacinado tem maior capacidade de resistência na eventualidade da doença surgir. No entanto, não basta vacinar-se uma vez para ficar devidamente protegido. Em geral, é preciso receber várias doses da mesma vacina para que esta seja eficaz. Outras vezes é também necessário fazer doses de reforço, nalguns casos ao longo de toda a vida.

A vacinação, além da protecção pessoal, traz também benefícios para toda a comunidade, pois quando a maior parte da população está vacinada interrompe-se a transmissão da doença.

Vacinação infantil

A maior parte das vacinas são administradas na infância e o principal objectivo é imunizar a criança para as proteger das doenças infecciosas. As vacinas são muito seguras e eficazes, ainda que excepcionalmente algumas crianças apresentem uma ligeira reacção perante elas. A maioria das vacinas injecta-se, embora algumas (como a da poliomielite) se administrem por via oral.

A primeira vacina que se administra a um bebé é a vacina contra a hepatite B, cuja primeira dose se aplica durante a primeira semana de vida, às vezes quando o bebé ainda está no hospital. Outras imunizações sistemáticas começam depois da sexta ou oitava semana, ou pouco depois. Não é necessário atrasar a vacinação se o bebé tem um pouco de febre por causa de uma infecção ligeira, como uma constipação comum, no entanto todas as indicações são dadas pelo médico que acompanha a criança.

Conforme já referimos muitas vacinas requerem mais de uma dose para proporcionar uma imunidade completa e a maioria dos médicos segue a planificação de imunização recomendada pelos organismos sanitários correspondentes. No entanto, há quem defenda que as idades recomendadas para as vacinações não devem ser seguidas de maneira rígida. Por exemplo, 2 meses podem significar de 6 a 10 semanas. Embora os pais devam vacinar as crianças segundo a dita planificação, alguns atrasos não interferem na imunidade que se alcança no final nem exigem o reinício da série de injecções desde o princípio.

Numa única visita médica pode administrar-se mais de uma vacina, embora frequentemente se combinem várias delas numa só injecção. É o caso, por exemplo, das vacinas contra a tosse convulsa, a difteria, o tétano e o Hemophilus influenzae tipo B. A combinação de vacinas pretende apenas reduzir o número de injecções necessárias e não comprometem a segurança ou a eficácia das mesmas.

A imunização desempenha um papel importante na manutenção da saúde dos bebés e das crianças. Veja o Programa Nacional de Vacinação em vigor.

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As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico e/ou Farmacêutico.
Cancro dos ossos
O sarcoma de Ewing é um tumor maligno relativamente raro.
Sarcoma de Ewing

O sarcoma de Ewing representa 6% de todos os tumores ósseos malignos, com uma incidência anual de 200 casos. É mais frequente nas crianças e adolescentes e o pico de incidência é na segunda década de vida. É o segundo tumor ósseo primário pediátrico mais frequente, representando cerca de 2% das doenças malignas da criança. O tumor é mais frequente no sexo masculino, sendo que se trata de uma doença muito rara em crianças negras e asiáticas.

Os locais mais comuns são as extremidades inferiores, com 40 a 45% dos novos casos, especialmente no fémur (atingido em 20 a 22% dos casos). A pélvis é a segunda localização mais frequente (20 a 25% dos casos). As extremidades superiores são atingidas em 10% dos casos, sendo o úmero o osso mais envolvido. São os tumores mais frequentes da parede torácica nas crianças.

Pode atingir estruturas extra-ósseas, como os tecidos moles, aparelho digestivo, rim, pulmão, supra-renais, etc. São tumores que metastizam precocemente. Quando não diagnosticados, entre 10 a 35% têm metástases à distância, especialmente por via hematogénea para os pulmões, ossos, fígado e medula óssea. Raramente metastizam para os gânglios linfáticos. Excepcionalmente, têm sido descritas metástases para o sistema nervoso central, incluindo as meninges.

Causas
O tumor é causado por uma proliferação anárquica das células da medula óssea. As causas deste fenómeno não são conhecidas, apesar de se pensar que provavelmente existe uma ligação com radioactividade. Alguns estudos têm efectivamente demonstrado que as pessoas expostas a doses elevadas de radiações estão mais sujeitas ao risco de contrair este tumor.

Sintomas
O sarcoma de Ewing começa geralmente com sintomas difusos tais como febre e uma sensação de cansaço. Podem-se manifestar também tumefacções e dores ósseas localizadas, ou progressivo enrijecimento das articulações.

Em correspondência do tumor, a pele torna-se muitas vezes mais quente e nalguns casos sente-se à palpação um nódulo no ponto onde se está a formar o tumor.

Pode também verificar-se fracturas ósseas espontâneas, dado que o esqueleto enfraqueceu. O tumor pode progressivamente formar metástases.

Cansaço, febre, perda de apetite e emagrecimento podem também estar presentes em cerca de um terço dos doentes.

Diagnóstico
O exame físico mostra uma massa palpável. No entanto, são vários os exames auxiliares preliminares de diagnóstico que ajudam a fazer o diagnóstico.

As lesões ósseas líticas podem ser visíveis ao Rx, enquanto o cintilograma ósseo identifica 10% das metástases a nível do esqueleto. Por outro lado, o Rx torácico é necessário em todos os doentes, para excluir metástases pulmonares.

Exames radiológicos mais sensíveis que permitem uma definição do estádio evolutivo do tumor incluem a tomografia axial computorizada (TAC) dos pulmões, a ressonância nuclear magnética (MRI) ou a TAC dos órgãos envolvidos. A biopsia é fundamental para o diagnóstico. A tomografia por emissão de positrões (PET) é muito sensível no despiste de metástases ósseas, embora o seu papel ainda esteja por definir.

Tratamento
O tratamento do sarcoma de Ewing consiste em intervenção cirúrgica, radioterapia e quimioterapia. A intensidade e o número de sessões dependem do estadio da doença, localização e da condição geral de saúde do doente.

Se o tumor for muito extenso pode tornar-se necessária a amputação. Uma vez terminada a terapia, o doente deve submeter-se a controlos regulares durante muitos anos.

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Estudo sobre consumo de bebidas alcoólicas
6 anos é a idade média em que muitas crianças começam a beber álcool. Esta é a grande conclusão do primeiro estudo feito em...

Segundo as conclusões do primeiro estudo feito em Portugal sobre o consumo de bebidas alcoólicas em crianças, 6 anos é a idade média em que muitas crianças começam a beber álcool. E a grande maioria fá-lo com familiares, em casa.

A autora do estudo, Teresa Correia Gomes, especialista em saúde mental e psiquiatria da Escola Superior de Saúde de Viseu, garante que este fenómeno “sempre existiu” sendo “uma questão cultural”, e alerta para o facto de ter aumentado nos últimos anos, sobretudo em meio rural.

O estudo realizado em 2011/2012 em 175 crianças do 1.º ciclo num agrupamento de escolas do distrito de Viseu, não deixa margem para dúvidas: as crianças consomem bebidas alcoólicas. Cerca de 42% dos rapazes e 20, 3% das raparigas entre os sete e os nove anos já consumiram este tipo de bebida.

cerveja e o vinho são as mais frequentes: 3,4% dos rapazes bebem cerveja todos os dias e 3,7% consomem vinho semanalmente. Quanto às raparigas, 8, 3% ingerem cerveja, pelo menos, uma vez por mês, e 11% opta pelo vinho. Do total, perto de 2% das crianças dizem já ter ficado embriagadas.

A idade em que têm o primeiro contacto com as bebidas alcoólicas é outro dos factores preocupantes. Dos inquiridos, 40% disseram ter começado aos seis anos, 30% aos sete e 11% aos oito. E 16,1% admitem mesmo ter bebido pela primeira vez aos cinco anos.

Já quanto ao local escolhido para as primeiras experiências, os menores referem ter sido em casa. Aliás, a esmagadora maioria conta que bebe com familiares (92, 5% dos rapazes e 87,5% das raparigas). E como motivo para experimentar, 40% apontam a curiosidade e 30,4% o incentivo dado pelos próprios pais.

Por isso, segundo o estudo “81, 5% dos pais e 71% das mães sabem que” os filhos, menores de seis, sete e oito anos bebem álcool.

No trabalho foram também analisados os hábitos dos familiares dos alunos, verificando-se que “70% dos pais e cerca de 30% das mães e 30% dos avós consomem bebidas alcoólicas”.

Perante estes dados a especialista congratula-se com as medidas que estão a ser preparadas pelo Governo no Plano Nacional para a Redução dos Comportamentos Aditivos e nas Dependências que, pela primeira vez, prevê acções específicas para crianças até aos 9 anos.

“É urgente criar formas de combate ao consumo na primeira infância mais eficazes, através das campanhas mais agressivas que estão previstas neste novo plano”, diz Teresa Gomes, acrescentando: “o plano veio generalizar as medidas que são efectuadas em várias zonas do país e criar um combate nacional e articulado”

O plano está em discussão pública até final de Setembro e resultou de um alerta da Direcção-geral da Saúde, após verificar que, em 2011, 12 crianças com menos de nove anos tinham sido internadas com cirrose hepática e hepatites devido ao consumo de álcool. A maioria na zona centro do país – precisamente a região onde Teresa Correia Gomes realizou o primeiro trabalho sobre o tema.

As autoridades de saúde admitem que a situação é preocupante e estão agora a definir as medidas concretas previstas no Plano Nacional, desde acções de sensibilização nas escolas a campanhas de prevenção. “Temos de perceber se esta é apenas a ponta de um iceberg e agir”, diz João Goulão, presidente do Serviço de Intervenção nos Comportamentos Aditivos e nas Dependências. “Quanto mais precoce é a educação para a prevenção, mais eficaz é”, acrescenta.

Até porque, lembra o especialista em problemas de alcoolismo Rui Tato Marinho, está provado que “quanto mais precoce é o início do consumo, maior a possibilidade de o relacionamento com a bebida evoluir para um padrão nocivo. Aos 18 anos, a probabilidade de se criar uma dependência é de 15%; quando o consumo se inicia aos 16 sobe para o dobro. E aos 13 anos, a idade de início na Europa, é de 50%”.

Investigação espanhola
Investigadores afirmam ter descoberto o papel de um dos genes envolvidos na esquizofrenia.

Uma investigação do Conselho Superior de Investigações Científicas (CSIC) espanhol descobriu o papel de um dos genes envolvidos na esquizofrenia, uma desordem neurológica caracterizada por distúrbios na percepção da realidade e uma profunda deterioração cognitiva, noticia o Destak.

Trata-se do gene Erbb4, cuja missão no cérebro é descrita num artigo publicado na revista Neuron, informou o CSIC.

O Erbb4 codifica um receptor da família das proteínas de tirosina quinase e expressa-se de modo muito específico numa população concreta de neurónios inibitórios.

Opinião da maioria dos peritos em dor
A dor é um fenómeno complexo que independentemente da causa pode e deve ser tratada.
Tratar a dor

As pessoas respondem de forma diferente à dor. Por exemplo, uma mulher em trabalho de parto consegue suportar melhor a dor, enquanto uma pessoa com lombalgias pode desesperar se a dor não aliviar e há doentes que aprender a gerir e a suportar melhor a dor. Há a considerar ainda que há doentes muito queixosos e outros pouco, uns pretendem alívio rápido e outros são mais tolerantes.

A dor é um fenómeno complexo e com variantes multidimensionais (biofisiológicas, bioquímicas, psicossociais, comportamentais e morais), sendo que são inúmeras as causas que podem influenciar a existência e a intensidade da dor no decurso do tempo, a primeira das quais é a que se identifica como presumível resultado duma agressão ou lesão.

Trata-se de um sintoma que acompanha, de forma transversal, a generalidade das situações patológicas que requerem cuidados de saúde e independentemente da causa, a dor pode e deve ser tratada.

Tendo sido verificado que a maioria dos casos de dor estão mal controlados qualquer que seja o país e conhecendo-se as implicações da dor, a Organização Mundial de Saúde (OMS) em 2007 publicou os resultados de um estudo no sentido de se avaliar da necessidade da criação de guidelines (recomendações) que orientem os profissionais nas suas intervenções efectivas para o controlo da dor.

Resumem-se as principais conclusões deste estudo:

1. Todos os respondentes concordaram que a OMS deve ter um papel activo na criação e revisão de guidelines para o controlo da dor;

2. As guidelines da OMS para a dor do cancro em adultos e crianças são largamente utilizadas. Estas guidelines chamam à atenção para o uso de opióides e têm promovido mudanças de abordagem terapêutica. Considera-se importante a sua actualização para a inclusão dos novos opióides e outros analgésicos, adjuvantes da terapêutica da dor, diferentes abordagens e novas modalidades terapêuticas não farmacológicas;

3. Tal como na dor oncológica também os outros tipos de dor devem ser tratados efectivamente sendo necessário mudar a opinião da sociedade, dos profissionais, dos políticos e a regulamentação da abordagem da dor. As novas guidelines devem dirigir-se a outros tipos de dor e a todos os profissionais (clínicos gerais, enfermeiros, farmacêuticos), políticos, agências reguladoras e administrativas, para legitimar o uso de opióides e melhorar a prática clínica. Salienta ainda, a necessidade de chamar à atenção entre o uso adequado de opióides e a prevenção do seu abuso garantindo o acesso adequado;

4. As guidelines da OMS são essenciais para ajudar os governos e o desenvolvimento do uso de opióides e não opióides assim como da terapêutica adjuvante. São necessários mais esforços da OMS e do International Narcotics Control Board (INCB) para garantir a disponibilidade legal de analgésicos opióides em todo o Mundo;

5. As guidelines da OMS devem ser baseadas nos seguintes princípios:

a. Todos os tipos de dor: nociceptiva, neuropática, psicogénica, considerando todas as dimensões (física, psicológica, emocional e espiritual);

b. Grupos etários: orientando a abordagem para recém-nascidos/crianças, adultos e idosos, dadas as suas diferenças quanto ao tipo de dor, avaliação, efectividade e escolha do fármaco ou abordagem não farmacológica;

c. Categorias da dor: as guidelines devem abranger a dor aguda, crónica maligna e crónica não maligna, incluindo ainda situações clínicas específicas e de recursos limitados;

d. Número de guidelines: pelo menos em número de três para o adulto considerando aspectos específicos para as crianças;

e. Guidelines para doentes com cancro e HIV: devem ser específicas para estes doentes e também abranger outras situações de risco de vida, integradas numa abordagem holística e em articulação com os especialistas;

f. Processo operacional: deve ter em atenção a disponibilidade e os custos;

g. Uso de guidelines existentes: havendo guidelines criadas por organizações de referência em cada país, elas podem ser utilizadas;

h. Documento único: os respondentes ao questionário que deu origem a estas orientações consideram que as guidelines da OMS devem estar num único documento que envolva todos os tipos de dor, grupos etários, abordagens e tipos de doentes;

6. As guidelines da OMS devem ser actualizadas regularmente, devem ser flexíveis e expansíveis para a inclusão de novas abordagens terapêuticas e de acordo com os diferentes níveis de cuidados de saúde, encorajando o uso de terapêutica de custo reduzido;

7. Devem envolver todos os profissionais de saúde para que sejam consideradas propriedade de todos. O papel do farmacêutico e do enfermeiro é crucial e devem ser considerados nas guidelines da OMS. Todos os profissionais devem ser educados quanto às boas práticas de controlo da dor;

8. Devem abordar as barreiras para a aplicação das guidelines e a forma de as ultrapassar;

9. Abordar ainda os cuidados a seguir no armazenamento dos medicamentos para garantir a sua estabilidade e a distribuição legal e segura de substâncias sujeitas a controlo;

10. Devem ainda incluir estratégias de aplicação das guidelines e para a aderência dos profissionais.

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Saiba converter
A temperatura é uma grandeza que diz respeito ao "estado de aquecimento" de um sistema.
Celsius e Fahrenheit

A escala de temperatura usada quotidianamente é, por isso, uma escala relativa: são convencionados dois pontos fixos, a temperatura de fusão do gelo e a temperatura de ebulição da água à pressão normal (1 atm). Na escala Celsius atribui-se o valor de 0ºC à primeira e 100ºC à segunda. A escala é centesimal, admitindo-se que entre 0ºC e 100ºC há 100 intervalos, cada um deles correspondendo a 1ºC.

Contudo, em alguns países é usada uma outra escala, a escala Fahrenheit. Nesta escala, à temperatura de fusão do gelo é dado o valor arbitrário de 32ºF e à temperatura de ebulição da água é atribuído o valor de 212ºF. Entre estes dois valores há 180 intervalos, cada um deles equivalente a 1ºF.

Repare-se que, por conseguinte, 1ºF corresponde a um intervalo menor do que 1ºC, uma vez que a variação de temperatura entre o ponto de fusão do gelo e o ponto de ebulição da água equivale a um intervalo de 180ºF na escala Fahrenheit e a um intervalo de 100ºC na escala Celsius. A partir desta comparação é possível deduzir uma expressão que permite converter a temperatura expressa numa escala na outra.

Quer a escala Celsius quer a escala Fahrenheit datam do século XVIII, tendo sido a primeira proposta por Andres Celsius, astrónomo sueco, e a segunda por Daniel Fahrenheit, fabricante alemão de termómetros.

Tabela de conversão das temperaturas

Fahrenheit (F)→ Célsius (C) Célsius (C) → Fahrenheit (F)
30 F -34.444 C -30 C -22 F
-20 F -28.889 C -20 C -4 F
-10 F -23.333 C -10 C 14 F
0 F -17.778 C 0 C 32 F
10 F -12.222 C 10 C 50 F
20 F -6.667 C 20 C 68 F
30 F -1.111 C 30 C 86 F
40 F 4.444 C 40 C 104 F
50 F 10 C 50 C 122 F
60 F 15.556 C 60 C 140 F
70 F 21.111 C 70 C 158 F
80 F 26.667 C 80 C 176 F
90 F 32.222 C 90 C 194 F
100 F 37.778 C 100  212 F

 

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Resultados de estudo:
O consumo moderado de cerveja ajuda a prevenir doenças de coração, osteoporose e diabetes, diz estudo Beer&Calories: A...

O estudo Beer & Calories: A scientific review não nega a ideia de que qualquer tipo de bebida alcoólica consumida em excesso conduz ao aumento de peso e a doenças associadas, provocadas pelo consumo abusivo de calorias.

No entanto, a ideia de que o consumo de cerveja faz ganhar peso foi desmistificada por cientistas britânicos que, inclusivamente, alegam que a bebida traz mais benefícios do que desvantagens para a saúde. Afinal, o conceito "barriga de cerveja” pode ser um mito urbano.

A investigação assevera que beber cerveja de forma moderada pode contribuir para o enriquecimento nutricional do metabolismo humano e ainda prevenir doenças de coração, osteoporose e diabetes.

Os cientistas revelaram que a cerveja tem um valor calórico mais baixo do que a maioria das bebidas alcoólicas existentes, como é o caso do vinho e das bebidas brancas ou mesmo de uma chávena de capuccino.

Para chegar a estas conclusões, o estudo cruzou dados de 16 investigações diferentes que envolveram 200 mil pessoas. Os resultados mostraram ainda que a cerveja reduz em 31% o risco de ter uma doença cardíaca. Para além disso, mostra que a bebida pode aumentar os níveis de lipoproteína de alta densidade no sangue, o chamado "bom colesterol”, sendo aconselhado o consumo de uma caneca de cerveja por dia.

Para além destes benefícios, as propriedades da cerveja podem ainda garantir ossos mais fortes devido aos altos níveis de silício presentes na bebida, elemento essencial para a formação dos ossos e cartilagem.

Doença infecciosa
A tuberculose é uma infecção contagiosa, potencialmente mortal, causada por uma bactéria que se enco
Evolução da tuberculose no pulmão

O que é a tuberculose?

A tuberculose é uma doença infecciosa, grave e potencialmente mortal quando não tratada. A doença é causada por uma bactéria chamada Mycobacterium tuberculosis, M. bovis ou M. africanum. O Myobacterium tuberculosis é também conhecido por bacilo de Koch, por ter sido identificado por Robert Koch.

Como se transmite a tuberculose?

É uma doença transmitida pelo ar, que pode atingir todos os órgãos do corpo, mas especialmente os pulmões, que constituem a porta de entrada do microrganismo no indivíduo e o ponto inicial da doença.

Em Portugal a incidência da tuberculose é ainda muito alta, superior à maioria dos países com o nosso desenvolvimento económico. Calcula-se que em Portugal surjam anualmente mais de 3 mil novos casos da doença, sendo que a esmagadora maioria cura-se e a mortalidade é baixa. É, no entanto, a doença mais frequente entre as pessoas de idade avançada.

Os seres humanos padecem de tuberculose desde a Antiguidade. Ela converteu-se num imenso flagelo na Europa durante a Revolução Industrial, quando as cidades se povoaram de forma exagerada e representou então mais de 30% dos óbitos.

Com o desenvolvimento dos antibióticos, a batalha contra a tuberculose parecia ganha. Contudo, em meados da década de 80, o número de casos em alguns países começou novamente a aumentar. A SIDA, juntamente com o excesso populacional e as más condições sanitárias de muitas zonas urbanas, os albergues para pessoas sem casa e as prisões, fez com que voltasse a ser um problema grave de saúde pública.

Actualmente nos países desenvolvidos, a tuberculose só se transmite inalando ar contaminado com Mycobacterium tuberculosis num ambiente fechado. Para que o ar se contamine, uma pessoa com tuberculose activa terá de expelir as bactérias com a tosse e estas poderão permanecer no ar durante várias horas.

No entanto, um feto pode adquirir tuberculose através da mãe, antes ou durante o nascimento, por respirar ou engolir líquido amniótico infectado, e um lactente pode contrair a doença, depois de nascer, ao respirar ar que contenha gotículas infectadas.

Sintomas da tuberculose

De início, uma pessoa infectada pode simplesmente não se sentir bem ou ter uma tosse que é atribuída ao tabaco ou a um episódio recente de gripe. A tosse pode produzir uma pequena quantidade de expectoração verde ou amarela pela manhã. A quantidade de expectoração aumenta habitualmente à medida que a doença progride. Finalmente, a expectoração pode surgir raiada de sangue.

Outro dos sintomas mais frequentes é o facto de se acordar durante a noite empapado num suor frio que obriga a pessoa a mudar de roupa ou mesmo a trocar de lençóis. Este suor é devido à descida da ligeira febre de que o doente se não apercebe.

A dificuldade em respirar pode indicar a presença de ar (pneumotórax) ou líquido (derrame pleural) no espaço da pleura.

Estes sintomas concorrem habitualmente para uma deterioração do estado de saúde geral, que deve fazer pensar no diagnóstico de tuberculose. São também estes os sintomas que caracterizam a forma mais comum de doença activa – a doença pulmonar.

As formas de doença extrapulmonar são menos frequentes e não são contagiosas, sendo mais comuns nas crianças e nos indivíduos imunodeprimidos. Os sintomas de tuberculose extrapulmonar podem ser muito variados de acordo com a localização da doença e a sua gravidade.

Diagnóstico da tuberculose

Em geral, o primeiro indício de tuberculose é uma radiografia do tórax anormal, efectuada no contexto de uma avaliação para diagnosticar uma doença com sintomas muito vagos. Na radiografia, a doença manifesta-se como zonas brancas irregulares que contrastam com o fundo normalmente escuro, embora outras infecções e o cancro possam dar as mesmas imagens. Também pode revelar a presença de derrame pleural ou mesmo um aumento da silhueta do coração (pericardite).

O diagnóstico depende dos resultados da prova cutânea da tuberculina e do exame da expectoração, no qual se pesquisa o Mycobacterium tuberculosis.

Factores de risco da tuberculose

A tuberculose pode afectar qualquer pessoa, embora haja circunstâncias que favorecem o seu aparecimento, como, por exemplo, os extremos de idade – as crianças muito jovens e os idosos constituem grupos particulares de risco.

Há ainda uma outra série de factores muito diversos – que vão desde a susceptibilidade genética à toma de certas medicações, ou à presença de certas doenças e comportamentos – que podem favorecer a infecção ou contribuir para debilitar a imunidade.

As imunodeficiências – nomeadamente a SIDA, a diabetes, a doença renal crónica, as doenças oncológicas, a silicose ou as doenças do tecido conjuntivo – são bons exemplos de doenças que podem comprometer a imunidade, aumentar o risco de tuberculose e influenciar, pela negativa, o sucesso do seu tratamento.

A toma prolongada de corticóides, o uso de agentes imunossupressores ou citotóxicos e a terapêutica com agentes biológicos que influenciem a resposta imune podem criar condições favoráveis à reactivação de uma tuberculose latente.

Qualquer indivíduo que, por razões pessoais, profissionais ou humanitárias apresente contactos frequentes, prolongados ou muito próximos com pessoas doentes ou com grupos populacionais em que a prevalência de tuberculose é elevada tem um maior risco de infecção e de doença. Tal pode verificar-se em ambientes tão díspares como o contacto domiciliário ou o que se verifica nas instituições de saúde, nas prisões ou em campos de refugiados.

Tratamento da tuberculose

Em quase todas as situações os antibióticos curam mesmo os casos mais avançados de tuberculose. Os antibióticos que se podem utilizar são vários e a sua eficácia é tal que uma só bactéria em cada milhão escapa ao seu efeito. Como consequência, é necessário administrar pelo menos dois fármacos com mecanismos de acção diferentes que, associados, possam destruir virtualmente todas as bactérias. O tratamento deve continuar inclusivamente muito depois de o doente se sentir completamente bem, porque leva muito tempo até conseguir eliminar aquelas bactérias de crescimento lento e reduzir a possibilidade de recaída quase a zero.

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Riscos viagem

Quando planeia uma viagem deve ter em conta determinados pontos-chave fundamentais para determinar os riscos a que está exposto. Deve começar por analisar o destino, a duração da estadia, o objectivo da viagem, os padrões de alojamento e de higiene alimentar, bem como o comportamento de quem viaja

Os destinos com padrões elevados de alojamento, de condições de higiene e de qualidade da água, de cuidados sanitários e de assistência médica, apresentam riscos mínimos para a saúde do viajante, excepto se este for portador prévio de uma doença.

É o que acontece com os viajantes de negócios e com os turistas que visitam cidades e os principais centros turísticos, que ficam geralmente alojados em instalações de boa qualidade.

Pelo contrário, os destinos com alojamentos de baixa qualidade, inadequadas condições de higiene ou sanitárias, sem assistência médica ou água potável indisponível, podem apresentar sérios riscos para a saúde dos viajantes. É o que acontece com algum pessoal das agências humanitárias que trabalha em projectos de emergência ou de desenvolvimento, assim como com os turistas que se aventuram em zonas remotas.

Nestes casos devem ser tomadas precauções estritas para evitar infecções e doenças. A duração da estadia, o comportamento e o estilo de vida do viajante (também) são importantes na determinação da probabilidade de exposição a muitos agentes infecciosos.

Estes factores, por sua vez, influenciam a decisão relativa à necessidade de certas vacinações ou medicação antimalárica, por exemplo. A duração da estadia pode igualmente determinar se o viajante vai estar sujeito a alterações expressivas de temperatura e de humidade ou a uma exposição prolongada, por exemplo, a poluição atmosférica.

O objectivo da viagem é um aspecto crítico relativamente aos riscos para a saúde. Uma viagem de negócios a uma cidade, em que o viajante permanece no hotel ou num centro de conferências de elevada qualidade, ou uma viagem de turismo para uma estância bem organizada, envolvem riscos mínimos ou inexistentes.

Pelo contrário, uma viagem que tenha por objectivo visitar uma área rural remota, independentemente de esta se efectuar por prazer ou em trabalho, comporta riscos potencialmente acrescidos para a saúde.

Nestes casos, o comportamento do viajante é outro aspecto importante. Por exemplo, sair para a rua no momento em que os mosquitos transmissores da malária estão mais activos (ao entardecer), numa área endémica de malária, sem tomar as devidas precauções, pode resultar numa infecção por malária.

A exposição a certos insectos, roedores ou outros animais, assim como a ingestão de alimentos ou água contaminados, associados à ausência de assistência médica apropriada nalgumas regiões, torna as viagens para este tipo de zonas remotas particularmente perigosas.

O estojo médico e os artigos de higiene pessoal

Definidas as condições anteriormente referidas, deve levar consigo os suplementos médicos de acordo com as possíveis necessidades e duração da viagem.

Assim, viajar com um estojo médico para todos os destinos onde possam existir elevados riscos para a saúde, nomeadamente a maioria dos países em vias de desenvolvimento e/ou locais onde seja difícil adquirir medicamentos de qualidade garantida, é fundamental.

Este estojo deve incluir medicamentos básicos para o tratamento de afecções comuns – febre, dores de cabeça, diarreia, etc. - artigos de primeiros socorros e alguns medicamentos mais específicos, que possam ser necessários ao viajante.

Determinadas categorias de medicamentos, obrigatoriamente prescritos pelo médico, devem ser acompanhados de um certificado médico, assinado pelo clínico, que ateste a necessidade de o viajante precisar da medicação em causa para uso pessoal. Alguns países exigem não só uma assinatura do médico, mas também a assinatura da administração nacional de saúde do país de origem.

Todos os medicamentos devem ser transportados na bagagem de mão para minimizar o risco de perda dos mesmos durante a viagem. Um fornecimento de reserva na bagagem é uma precaução de segurança em caso de perda ou roubo.

Os artigos de higiene pessoal também devem ser transportados em quantidade suficiente para toda a estadia a não ser que a sua disponibilidade esteja assegurada no destino (não esquecer os artigos necessários para os cuidados dentários, da pele, da higiene pessoal e para os olhos, nomeadamente lentes de contacto ou óculos).

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Estudo revela:
Uma dieta vegetariana acompanhada por um rigoroso programa de exercício físico, ioga e meditação travou o envelhecimento...

O impacto de uma profunda mudança de estilo de vida no combate ao envelhecimento foi comprovado por um estudo da Universidade da Califórnia, hoje divulgado na publicação científica Lancet Oncology.

Os resultados são significativos pois mostram mesmo uma inversão do processo, embora tenham por base uma reduzida amostragem, e os especialistas advirtam que são necessários mais dados para conclusões mais firmes.

O estudo teve por base na observação de 35 homens, 10 dos quais efectuaram a profunda alteração de estilo de vida, que consistiu na adopção de uma dieta vegetariana e de um rigoroso programa de exercício físico, complementado por técnicas de relaxação como ioga e meditação, revela a edição online do Expresso.

Ao fim de cinco anos, os cientistas constataram significativas diferenças entre os dois grupos quanto ao envelhecimento celular em termos genéticos.

A informação genética protegida pelos telómeros

As mudanças foram detectadas nas cápsulas protectoras situadas na ponta dos cromossomas chamadas telómeros - estruturas constituídas por fileiras repetitivas de proteínas e ADN não codificante que formam as extremidades dos cromossomas.

Os telómeros protegem a perda de informação genética durante a divisão celular, mas à medida que se envelhece e as células se dividem os telómeros vão ficando mais pequenos, enfraquecendo a integridade da estrutura e levando a que as células parem de dividir-se e morram.

No grupo dos que adoptaram o novo estilo de vida, os telómeros aumentaram em média 10%, enquanto nos restantes foi registado uma diminuição média de 3%.

Entre os problemas relacionadas com o envelhecimento e a diminuição dos telómeros surgem doenças cardíacas e diversos tipos de cancro.

Investigação da Universidade de Coimbra:
Investigadores de Coimbra estão a desenvolver um estudo sobre o impacto da exposição a nanopartículas de prata, muito...

A investigação, que está a ser feita no Mitolab, "laboratório de referência internacional no estudo da mitocôndria”, pretende avaliar "se a exposição continuada a nanopartículas de prata, muito utilizadas em equipamentos militares, é prejudicial à saúde humana”, afirma a Universidade de Coimbra (UC).

Para analisarem a evolução do nível de toxicidade no interior das células, os investigadores recorreram a "um conjunto de modelos animais (ratinhos)”, que foram expostos a "diferentes concentrações de nanopartículas de prata, durante dez semanas”, adianta a UC.

O contacto permanente dos animais com nanopartículas de prata "permite apurar se há bioacumulação e quais os seus efeitos junto das células de órgãos vitais do organismo como rins, coração, fígado e pulmões”, refere Carlos Palmeira, líder da investigação, sublinhando que a investigação visa "perceber quais as células afectadas (se há algum tipo de especificidade), e em que medida, de forma a estudar medidas profiláticas”.

Esta pesquisa surge na sequência de um estudo realizado em 2008 e 2009 "em linhas celulares, após um exigente processo de verificação das condições técnicas e de segurança do Mitolab”, por parte de cientistas daquele departamento da Força Aérea norte-americana, e que concluiu que "o contacto continuado com nanocompostos de prata afecta a capacidade da mitocôndria de exercer a sua função de produção de energia, necessária para a manutenção das funções vitais celulares”.

Face aos resultados estão obtidos, foi diligenciada esta nova investigação, agora em modelos animais, no sentido de "decifrar em que medida a função da mitocôndria fica comprometida e quais os danos gerados nos principais órgãos do organismo”.

Com essa informação, será possível "acautelar os cuidados necessários ao uso deste tipo de material na construção de equipamentos”, sublinha Carlos Palmeira.

Envolvendo uma equipa de sete investigadores da UC, liderada pelo catedrático Carlos Palmeira, o trabalho para o Departamento de Investigação Científica da Força Aérea Americana (US Air Force Office of Scientific Research) é financiado pelo European Office of Aerospace Research and Development (EOARD), "elo de ligação entre a comunidade científica e a Força Aérea, a nível mundial”.

Estudo
Um estudo elaborado a pedido da Ordem dos Médicos revela que em 2025 vão ser necessários menos 400 médicos especialistas, o que...

O Estudo de Evolução Prospectiva de Médicos no Sistema Nacional de Saúde (SNS), elaborado pela Universidade de Coimbra para a Ordem dos Médicos, aponta para uma "ligeira redução do número de médicos necessários para suprir as necessidades de funcionamento do sistema de saúde em 2025".

Os autores apuraram a necessidade, em 2025, de "menos cerca de 400 médicos especialistas (menos 1,6 por cento do efectivo profissional em idade activa existente em 2011)".

Cientistas identificam:
Uma equipa de pesquisadores norte-americanos identificou uma ligação genética para o risco de desenvolvimento de leucemia...

Um grupo de investigadores, formado por membros do Centro Oncológico Memorial Sloan-Kettering, da Universidade de Washington, do Hospital de Pesquisa Infantil St. Jude e de outras instituições norte-americanas identificou uma ligação genética para o risco de desenvolvimento de leucemia linfoblástica aguda, um tipo de tumor que afecta o sangue e que é frequente em idade pediátrica. As conclusões foram publicadas na revista Nature Genetics.

O artigo onde é descrito o estudo indica que os profissionais de saúde descobriram uma ligação genética depois de terem identificado uma mutação em duas famílias não relacionadas entre si, tratadas em diferentes hospitais.

A mutação herdada surge associada a um gene conhecido como PAX5, sobre o qual já tinham recaído suspeitas de ligação a alguns tipos de cancro que afectam as células B, tais como a leucemia linfoblástica aguda. A pesquisa mostra que a mutação interfere com a forma como o gene actua normalmente. Ao estudar os indivíduos com a mutação, a equipa descobriu que uma das duas cópias do PAX5 não estava presente; em vez disso, cada participante tinha apenas a versão que sofreu a mutação.

Kenneth Offit, um dos autores do estudo, do Memorial Sloan-Kettering, disse que a descoberta pode ajudar as famílias afectadas a impedirem o desenvolvimento da leucemia nas gerações futuras.

Embora os resultados do estudo tenham identificado uma base genética para este tipo de leucemia na infância, os investigadores sublinham a necessidade de descobrir agora a percentagem de doentes que têm uma mutação PAX5.

Começa a ser testada em humanos
Investigadores da Universidade Harvard anunciaram o início dos testes em seres humanos de uma nova vacina desenvolvida para...

Vai começar a ser testada em humanos uma nova vacina desenvolvida para tratar o melanoma, o tumor de pele mais mortal. A vacina usa uma técnica inovadora de implante que pode levar ao desenvolvimento de diversos tratamentos contra outros tumores. A maioria das vacinas terapêuticas contra cancro que estão sendo desenvolvidas hoje em dia envolve a retirada de células do sistema imunológico dos voluntários. Em laboratório, os médicos modificam essas células para serem capazes de identificar e atacar os tumores e as reintroduzem no sangue do paciente. A vacina desenvolvida na Universidade Harvard, no entanto, pretende fazer essa alteração nas células imunológicas sem retirá-las do corpo, revela o RCM pharma.

Os investigadores desenvolveram uma pequena esponja em forma de disco que pode ser implantada sob a pele do doente. Ali, ela é capaz de recrutar e reprogramar as células do sistema imunológico — sem a necessidade de levá-las até um laboratório.

A nova abordagem já foi testada em camundongos em 2009, em um estudo publicado na revista Science Translational Medicine. Após a aplicação de duas doses da vacina, houve regressão dos tumores em 50% dos camundongos.

Os investigadores afirmam que só foi possível chegar tão rápido aos testes clínicos em seres humanos graças à equipa multidisciplinar que trabalha na tecnologia, que inclui cientistas, engenheiros e médicos. "É raro vermos uma nova tecnologia testada em laboratório chegar tão rapidamente à fase de ensaios clínicos humanos. Estamos muito animados com essa velocidade e com o potencial da vacina”, disse Glenn Dranoff, investigador da Universidade Harvard.

O recrutamento de participantes para a primeira fase dos ensaios clínicos já começou e deve durar até 2015. Não deverá envolver um grande número de voluntários e vai servir para avaliar a segurança da vacina em seres humanos. Depois disso, ainda deve passar por mais estudos, para que possa chegar aos consultórios médicos.

Agudos e transitórios
Ideias delirantes, alucinações, perturbações das percepções e desorganização do comportamento são al
Psicose

Uma psicose (ou transtornos psicóticos) é definida como a incapacidade de distinguir entre a experiência subjectiva e a realidade externa, ou seja, existe uma perda de contacto com a realidade. Assim, os transtornos psicóticos indicam uma perda de contacto com a realidade, o real. Existem vários subtipos de psicoses no entanto, de uma forma geral a pessoa que atravessa uma crise psicótica pode ter alucinações, delírios, mudanças comportamentais e pensamento confuso. O grau desta perda de contacto com a realidade depende da intensidade da psicose.

Os sintomas estão aliados a uma carência de visão crítica que leva o indivíduo a não reconhecer o carácter estranho de seu comportamento. Assim, ele tem sérias dificuldades nos relacionamentos sociais e em executar as tarefas quotidianas.

Contudo, quando não estão em crise, os doentes cuidam de si mesmos, preocupam-se com sua qualidade de vida, alimentam desejos sexuais, desempenham bem seus papéis sociais, interagindo com o outro sem problemas.

A psicose pode ter início quando a pessoa começa a relacionar-se com objectos irreais, modificando as suas atitudes, ideias e visões do mundo em função desse relacionamento. A partir daí a realidade vai perdendo significado e passa a cismar com situações absurdas ou com pessoas que não existem, embora continue a viver no mundo real.

Uma reacção psicótica pode ser provocada por uma grande quantidade de agressores do sistema nervoso. As pessoas podem passar por experiências transitórias de alucinações, por exemplo, sem que se caracterize uma psicose permanente, com consequências para a vida toda.

Segundo o DSM – Diagnostic and Statistical Manual of Mental Disorders, guia de diagnósticos utilizado amplamente nos EUA -, a psicose é considerada um sintoma de uma perturbação mental, mas não como uma doença em si mesma. De acordo com este mesmo manual, a psicose é dividida em dois tipos – funcional, como a esquizofrenia e as doenças afectivas, e orgânicas, como resultado de uma demência ou de intoxicações.

Vários tipos de transtornos psicóticos

Transtorno esquizofreniforme

Os doentes com transtorno esquizofreniforme apresentam um quadro clínico muito parecido com a esquizofrenia. A diferença deve-se ao tempo limitado em que os sintomas persistem. Ou seja, os sintomas devem estar presentes por mais de um mês, porém os doentes não devem ultrapassar seis meses com o quadro.

A remissão (melhora) deve ocorrer durante esse período, sendo que quanto mais curto for o episódio, melhor é o prognóstico. O prejuízo social ou ocupacional em função dos seus sintomas pode estar presente ou não. Os doentes que persistem com os sintomas psicóticos por um período superior a seis meses podem vir a ter o diagnóstico de esquizofrenia.

Mais ou menos metade destes doentes é mais tarde diagnosticada com esquizofrenia. Este transtorno ocorre mais comummente naquela pessoas que têm familiares com esquizofrenia ou transtorno afectivo bipolar (ou transtorno maníaco depressivo) e muitos, inclusive, depois de acometidos pelo transtorno esquizofreniforme, mantém o diagnóstico de bipolaridade.

A causa exacta desta doença é desconhecida e o tratamento é similar ao da esquizofrenia, geralmente necessitando de hospitalização para a realização de diagnóstico e tratamento mais adequados.

Transtorno esquizoafectivo

O transtorno esquizoafectivo é uma doença de grave comprometimento cerebral, onde o doente apresenta tanto a esquizofrenia como o distúrbio bipolar, ao mesmo tempo ou alternado. Ou seja, estes doentes apresentam sintomas de esquizofrenia, "misturados" com sintomas da doença bipolar (antigamente conhecida como psicose maníaco-depressiva) ou de depressão. Os sintomas podem surgir juntos ou alternadamente.

Ocorre na adolescência ou início da idade adulta e costuma ter uma evolução mais benigna que a esquizofrenia. O tratamento consiste em internamento hospitalar, medicação e intervenções psico-sociais. A terapêutica medicamentosa utilizada é a mesma que a usada no tratamento da depressão e da doença bipolar, assim como antipsicóticos.

Transtorno delirante

A característica essencial do transtorno delirante é a presença de um ou mais delírios não bizarros que persistem pelo menos por um mês. Normalmente o funcionamento social destes doentes não está prejudicado, apesar da existência do delírio, habitualmente interpretativos, egocêntricos, sistematizados e coerentes. Pode ser de prejuízo, de perseguição ou de grandeza, impregnado ou não de tonalidade erótica ou com ideias de invenção ou de reforma. Também é frequente o delírio de ciúme, mais frequente nas mulheres.

Estes doentes diferem dos esquizofrénicos por não serem tão gravemente comprometidos no seu comportamento e linguagem.

Antigamente este transtorno recebia o nome de paranóia, associando o nome da doença aos delírios persecutórios. Porém, hoje sabe-se que esses pacientes podem apresentar outros tipos de conteúdo delirante, dividindo o diagnóstico em diferentes subtipos:

Tipo erotomaníaco

Delírio cujo tema central é que uma pessoa está apaixonada pelo doente. Este delírio geralmente refere-se mais a um amor romântico idealizado ou uma união espiritual do que propriamente uma atracção sexual;

Tipo grandioso

Delírios de possuir um grande talento, conhecimento ou ter feito uma importante descoberta ainda que isso não seja reconhecido pelas demais pessoas. Pode tomar a forma também da convicção de ser amigo de um presidente ou ser portador de uma mensagem divina;

Tipo ciumento

Delírios de que está a ser traído pelo cônjuge;

Tipo persecutório

Delírios de que está ser alvo de algum prejuízo;

Tipo somático

Delírios de que possui alguma doença ou deficiência física;

Tipo misto

Delírios anteriormente citados misturados;

Tipo inespecífico

Delírios diferentes dos descritos.

O tratamento destes casos é feito com medicamentos antipsicóticos e psicoterapia. No entanto, pode haver necessidade, em algumas situações, de recorrer a internamento hospitalar, principalmente em situações em que há presença de riscos (agressão, suicídio, exposição moral).

Transtorno psicótico breve

O transtorno psicótico breve pode ter um quadro clínico muito parecido com a esquizofrenia ou com o transtorno esquizofreniforme, apresentando delírios, alucinações e linguagem ou comportamento desorganizado. Esta é uma perturbação cujos sintomas podem ir de apenas um dia até a um mês, melhorando completamente dentro desse período sem deixar sintomas residuais.

Esta perturbação pode ocorrer na adolescência ou no inicio da idade adulta, acontecendo em média ao final da década dos 20 ou início dos 30. Um diagnóstico deste tipo obriga à identificação completa de todos os sintomas e um retorno ao nível pré-mórbido de funcionamento no espaço de um mês após o início da perturbação.

O tratamento inclui medicamentos antipsicóticos e pode, eventualmente, ser necessário internamento hospitalar em casos mais graves. A evolução destes quadros costuma ser benigna com total remissão dos sintomas.

Transtorno psicótico compartilhado (Folie à Deux, co-dependência)

Trata-se de uma situação rara na qual uma pessoa começa a apresentar sintomas psicóticos (delírios), a partir da convivência próxima com um doente psicótico.

Geralmente ocorre dentro de uma mesma família, entre cônjuges, pais e filhos ou entre irmãos. O tratamento consiste em separar as duas pessoas. Se houver persistência dos sintomas, pode ser necessário usar medicamentos antipsicóticos. A psicoterapia e terapia familiar também ajudam no tratamento e prevenção.

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Perguntas e respostas
Conheça a resposta às perguntas mais frequentes sobre Hepatite C.
Hepatite C

 

O que é a hepatite C?
A hepatite é uma inflamação do fígado acompanhada por lesão das suas células, causada pelo vírus da hepatite C, que é constituído por ácido ribonucleico (RNA), e possui pelo menos seis tipos ou genótipos.

 

 

Qual é a sua frequência?
Estima-se que existam cerca de 150 mil portugueses que sofrem de hepatite C crónica, no entanto, a maioria não sabe que tem a doença. Calcula-se que apenas 20 a 30 por cento dos doentes estejam identificados.

Como se transmite o vírus da hepatite C?
A transmissão do vírus da hepatite C ocorre principalmente através de sangue contaminado. Durante muito tempo a transfusão de sangue foi a responsável pela contaminação de muitos indivíduos, antes de se iniciar o rastreio do vírus da hepatite C, que começou a realizar-se de forma sistematizada em 1992.

Outro meio fortemente contagioso do vírus é a toxicodependência, devido à partilha do material habitualmente usado no consumo intravenoso de drogas: agulhas, seringas, algodão ou a própria colher onde é preparada. Aqueles que “snifam” através do mesmo tubo podem contrair esta forma de hepatite, se houver contacto com lesões das mucosas nasais.

De um modo geral, todo o material partilhado não devidamente esterilizado, pode ser um veículo de transmissão do vírus, nomeadamente: lâmina de barba, escova de dentes, piercing, tatuagem, acupunctura, depilação ou material médico. A hepatite C não se dissemina pela saliva nem através dos alimentos. A via sexual é um meio possível mas raro (cerca de 2 a 5 por cento). A transmissão vertical, isto é, de Mãe para filho, é rara durante a gravidez e acontece provavelmente no parto. Este risco está aumentado se a Mãe estiver infectada pelo vírus HIV. Não há evidência que o aleitamento materno seja um modo de contaminação do vírus.

Quem deve fazer o rastreio do vírus da hepatite C?

Têm indicação prioritária para serem rastreados em relação ao vírus da hepatite C:

- Todos aqueles que tenham a suspeita clínica de uma hepatite;

- Todas as pessoas que tenham realizado um transfusão de sangue antes de 1992;

- Aos toxicodependentes e aos ex-consumidores (de drogas endovenosas);

- A todos aqueles que lidam com doentes infectados com o vírus da hepatite C (companheiro, parceiro sexual e filhos);

- Pessoas que apresentem persistentemente transaminases (TGO e TGP) isto é enzimas do fígado elevadas, sem causa conhecida;

- Reclusos ou ex-reclusos.

Também devem ser submetidos ao rastreio:

- Indivíduos seropositivos para o HIV;

- Aqueles que foram submetidos algum procedimento médico ou outro com a suspeita de utilização de material reutilizável não devidamente esterilizado, nomeadamente piercing, tatuagens, acupunctura, etc;

- Profissionais de saúde com história de acidente de picada com objectos cortantes.

O que significa a carga viral (RNA-HCV quantitativo)?
A carga viral corresponde à quantidade de partículas víricas em circulação. Os seus níveis no sangue são habitualmente estáveis durante a evolução da infecção, permitindo saber quais os doentes que recidivaram após o tratamento, com os níveis de RNA-HCV a voltarem aos valores anteriores depois de uma negativação transitória. Cerca de 20 por cento dos pacientes que se submetem ao tratamento não têm êxito. Aqueles que têm menor carga vírica têm maior probabilidade de sucesso terapêutico.

Quando se considera que a hepatite C é crónica?
Define-se infecção crónica por vírus da hepatite C, quando o RNA-HCV se mantém positivo em duas determinações consecutivas com um intervalo mínimo de seis meses. Se o RNA-HCV for negativo, não se pode diagnosticar uma hepatite crónica, apesar de o anticorpo (anti-HCV) ser positivo.

Quais os factores que agravam a evolução da hepatite C crónica?
O álcool e a idade em que se contrai a doença são os principais factores agravantes da evolução da hepatite C. O álcool favorece a replicação do vírus e diminui as defesas imunitárias. Quanto mais idoso for o doente no momento do contacto com o vírus mais rapidamente progride a doença.

Qual é a diferença entre hepatite crónica ligeira e hepatite crónica activa?
Mais de metade dos pacientes que apresentam a cronicidade da hepatite C, não desenvolvem a actividade da doença, isto é, sofrem de hepatite crónica ligeira. Apenas em 35 por cento dos pacientes a hepatite progride (hepatite crónica activa), verificando-se nestes casos um aumento das transaminases e queixas de cansaço. Destes indivíduos, 20 por cento evolui para cirrose. Contudo a hepatite crónica ligeira pode tornar-se activa, sendo o contrário menos frequente.

A hepatite C pode curar-se espontaneamente?
Calcula-se que 15 a 45 por cento dos doentes que contraírem hepatite C aguda curam espontaneamente, o que acontece muito raramente nos casos de hepatite C crónica. Os doentes que erradicaram o vírus naturalmente (sem tratamento) mantém o anticorpo (anti HCV) no sangue, distinguindo-se do portador do vírus pela negativação repetida da carga viral (RNA-HCV quantificada).

Existe vacina contra a hepatite C?
Não existe actualmente vacina disponível contra o vírus da hepatite C. A variabilidade do vírus dificulta a descoberta de uma vacina eficaz contra o vírus da hepatite C.

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