O colangiocarcinoma é o tipo de cancro do fígado mais agressivo e que só pode ser operado em 30 por cento dos casos. Agora, uma equipa de cientistas liderada por Josep Maria Llovet, catedrático de medicina no Hospital Mount Sinai de Nova Iorque, está a desenvolver um estudo que permitiu identificar duas variantes do colangiocarcinoma.
Esta investigação abre caminho à possibilidade de, no período de oito anos, serem desenvolvidos medicamentos específicos para cada classe do tumor, informou a agência noticiosa espanhola EFE e noticiou a TSF online.
A investigação servirá para desenvolver um tratamento para uma doença cuja incidência duplicou nos últimos 10 anos.
O aumento deste tipo de cancro deve-se ao crescimento da ocorrência dos factores que o provocam, como a cirrose, que multiplica por 20 as possibilidades de ter um colangiocarcinoma, a hepatite B e C, que aumenta a probabilidade cinco vezes, e o alcoolismo, que a multiplica por dois.
O colangiocarcinoma afecta duas em cada 100 mil pessoas, sendo mais prevalente no sexo masculino - por cada 100 mulheres existem 150 homens com este tipo de cancro.
As pessoas casadas têm menor risco de ataque cardíaco, qualquer que seja a sua idade ou género, revela um estudo realizado na Finlândia e publicado na Revista Europeia de Cardiologia Preventiva.
Baseado no registo finlandês dos casos de enfarte do miocárdio entre 1993 e 2002, o estudo revela ainda que, após incidentes coronários, as pessoas casadas têm melhores prognósticos do que as que vivem sozinhas.
A base de dados registava 15330 casos de síndromes cardíacos agudos (SCA) naquele período, com pouco mais de metade (7703) a resultar na morte em 28 dias.
Estes eventos ocorreram quase tanto nos homens como nas mulheres, mas os investigadores constataram que a incidência de SCA era aproximadamente 58-66 por cento mais elevada entre os homens solteiros do que nos casados e 60-65 por cento mais alta nas mulheres não casadas do que nas casadas, e isto em todos os grupos etários.
As diferenças eram ainda maiores quando se considerava a taxa de mortalidade nos 28 dias a seguir ao ataque cardíaco, com um aumento de 60-168 por cento nos homens solteiros e de 71-175 por cento nas mulheres.
Por exemplo, a taxa de mortalidade a 28 dias em homens casados de entre 65 e 74 anos era de 866 em 100 mil pessoas por ano, mas nos não casados subia para 1792 em 100 mil por ano.
Entre as mulheres da mesma faixa etária, a diferença era entre 247/100 mil nas casadas e 493/100 mil nas não casadas.
Segundo os autores, é sabido que não ser casado ou viver sozinho aumenta a incidência de doença cardíaca e mortalidade cardiovascular, mas muitos destes estudos só consideravam os homens, faltando muitas vezes dados sobre as mulheres e as faixas etárias mais elevadas.
Os investigadores admitem que a maior vulnerabilidade cardiovascular dos solteiros possa estar ligada a diferenças na prevalência dos tradicionais factores de risco cardiovascular: "Não podemos excluir a possibilidade de as pessoas com saúde mais frágil terem maior probabilidade de ficarem solteiras ou de se divorciarem".
Sugerem também que as pessoas casadas tenham melhor qualidade de vida, hábitos mais saudáveis e níveis mais elevados de apoio social, o que corresponde a uma saúde melhor.
Outra possibilidade tem a ver com a rapidez da intervenção pré-hospitalar, assumindo que as operações de socorro começam mais cedo e com mais frequência nas pessoas que não vivem sozinhas.
Há também, acrescentam os investigadores, sinais de melhor assistência médica, tanto no hospital como após a alta: "Descobrimos que uma maior percentagem de homens casados e a coabitar receberam terapia de reperfusão na fase aguda, o que pode contribuir para melhores taxas de sobrevivência após a hospitalização. Menor adesão a medicação preventiva secundária entre os não casados pode ter um efeito adverso no prognóstico de longo prazo".
No entanto, a cientista que dirigiu o estudo, Aino Lammintausta, do hospital da Universidade Turku, na Finlândia, acredita que as diferenças não podem ser explicadas apenas pelas diferenças na rapidez da resposta ou no acesso a terapias eficazes, pelo que defende mais investigação para perceber as diferenças sociodemográficas reflectidas nos resultados do estudo.
Entre mais de 400 voluntários, todos a tentar emagrecer, todos a comer os mesmos alimentos, a dormir as mesmas horas e a fazer os mesmos exercícios, uns perderam cerca de mais quatro quilos que os outros: Os que almoçavam mais cedo, revela uma notícia na visão online.
Um estudo de uma equipa da Universidade Espanhola de Murcia, em colaboração com investigadores norte-americanos de Harvard vem reforçar a teoria de que para emagrecer não basta olhar ao que se come, mas também (ou sobretudo?) quando se come.
Um grupo de 420 pessoas (metade homens, metade mulheres), a tentar perder peso, foi submetido à mesma dieta e ao mesmo tipo de exercício físico, descansando também por igual período de tempo. Aqueles que tomavam a principal refeição do dia antes das 15h00 conseguiram reduzir 12 por cento do seu peso, face aos 8 por cento alcançados pelos que almoçavam depois dessa hora. Traduzindo, são cerca de quatro quilos de diferença, em média.
Ao jornal espanhol El Mundo, uma das investigadoras envolvida neste estudo, Marta Garaulet, considera que este "é um dado importante, que temos de continuar a estudar".
O trabalho, que acaba de ser publicado na revista International Journal of Obesity, do grupo da prestigiada Nature, analisou também alguns dos genes que a comunidade científica relaciona com a obesidade e o funcionamento do "relógio" interno, tendo observado que os voluntários que comiam mais tarde tinham também a variante genética que tem sido ligada, em estudos anteriores, a indivíduos mais "vespertinos": "deitam-se mais tarde, dormem pior, têm mais tendência para a obesidade", conforme explica Garaulet.
Publicado na edição desta quinta-feira da revista Nature, o artigo, da equipa de Levi Garraway, do Instituto Broad e da Faculdade de Medicina de Harvard, em Boston (EUA), o estudo permite ter a primeira observação pormenorizada da "paisagem” genética do melanoma. Nessa paisagem, os cientistas viram que a taxa de mutações genéticas que conduziram até ao melanoma era mais elevada entre os doentes com uma história de exposição crónica ao sol.
"Ao olhar para todo o genoma, pudemos descrever de forma rigorosa o padrão de mutações induzidas pela radiação ultravioleta no melanoma”, sublinha um dos autores do trabalho, Michael Berger, citado num comunicado do Instituto Broad.
Mas mais do que a confirmação de que a exposição excessiva à radiação ultravioleta pode redundar num melanoma, a sequenciação do genoma deste cancro revelou a presença de alterações genéticas até agora desconhecidas. Em concreto, descobriu-se um gene chamado PREX2, também envolvido no cancro da mama.
No melanoma, este gene estava alterado em 44 por cento dos 25 doentes estudados, refere o comunicado. Quando funciona normalmente, o PREX2 comanda o fabrico de uma proteína que impede o aparecimento de tumores, ao controlar o crescimento das células normais.
No cancro dá-se precisamente a proliferação descontrolada das células.Experiências em ratinhos, feitas pela equipa, confirmaram o envolvimento deste gene no melanoma, embora os cientistas digam que não sabem exactamente que papel ele desempenha nesta doença. "O PREX2 pode ser uma nova categoria de genes do cancro mutados que nos indicam alvos terapêuticos para o melanoma”, diz Garraway.
Nas fases iniciais, as taxas de cura deste cancro são elevadas. Em Portugal, há por ano seis a oito novos casos por cada cem mil habitantes, o que é semelhante aos outros países do Sul da Europa.
A nível mundial, em 2008 houve 12,7 milhões de casos novos de cancro, dos quais 2 milhões foram causados por infecções, ou seja, 16,1 por cento. Em números brutos, 1,6 milhões de casos, o equivalente a 80 por cento, ocorreram em países em desenvolvimento.
Nos países desenvolvidos – na Europa, América do Norte, Japão, Austrália e Nova Zelândia –, cerca de 7,4 por cento dos casos de cancro são devidos a infecções. No resto do mundo, os países em desenvolvimento, o número sobe para 22,9 por cento. Os extremos são a Austrália e a Oceânia com 3,3 por cento de casos e a África subsariana com 32,7 por cento. Na Europa, 7 por centodos casos de cancro foram causados por agentes patogénicos.
"Apesar de o cancro ser considerado uma doença não contagiosa, uma proporção significativa das suas causas são as infecções. Os paradigmas das doenças não contagiosas não são suficientes [para combater este problema]”, dizem Catherine de Martel e Martyn Plummer, da Agência Internacional de Investigação do Cancro, em França, autores do estudo.
O último trabalho que trazia uma análise do género foi publicado em 2002. Entre 2002 e 2008, a percentagem de cancros causados por infecções baixou de 17,8 para 16,1 por cento.
Os investigadores analisaram a incidência de 27 tipos de cancros em 184 países com base em estatísticas da GLOBOCAN 2008, um projecto da Organização Mundial de Saúde que analisou a percentagem de incidência, mortalidade e prevalência dos principais tipos de cancro. A partir destes dados, a equipa estimou a proporção dos casos que nas várias regiões mundiais podem ser provocados por infecções.
"Muitas das infecções relacionadas com o cancro podem ser prevenidas, particularmente aquelas que estão associadas ao vírus do papiloma humano (HPV), à bactéria Helicobacter pylori e os vírus da hepatite B e C (HBV e HCV)”, dizem os autores em comunicado. Estas quatro doenças são responsáveis por 1,9 milhões dos casos, que na sua maioria causam cancro do colo do útero, cancro gástrico do fígado, refere a equipa.
Num comentário escrito ao estudo, Goodarz Danaei, da Escola de Medicina Pública de Harvard, Estados Unidos, diz que a investigação mostra o potencial existente nos programas de vacinação e de terapias para evitar esta epidemia nos países em desenvolvimento. "Uma vez que existe uma vacinação eficaz e relativamente barata para o HPV e para o HBV, deve dar-se prioridade ao aumento da sua cobertura pelos sistemas de saúde dos países mais afectados.”
A Universidade e o Instituto avançam que variação de um gene específico se relaciona com o aparecimento do Transtorno do Déficit de Atenção com Hiperactividade (TDAH) em crianças e a maior propensão para o consumo de cigarro em pessoas adulta, escreve o Diário de Notícias.
O estudo canadiano examinou 454 crianças dos 6 aos 12 anos com quadro de Transtorno de Déficit de Atenção com Hiperactividade, bem como os seus familiares directos, de modo a perceber se haveria alguma relação hereditária.
Através de amostras de sangue, os investigadores combinaram cinco sequências de ADN de diferentes genes associados ao hábito de fumar, sendo que uma das variações foi mais facilmente encontrada em crianças com TDAH.
"Esta evidência indica que apenas um alelo pode conseguir exteriorizar comportamentos e déficits cognitivos específicos que se começam a manifestar na infância e que representam uma continuidade para o consumo de tabaco na vida adulta", considera Marta Andrade, terapeuta de Cessação Tabágica da Facilitas Healthcare.

A prevenção das doenças cardiovasculares deve assentar num estilo de vida que inclua uma alimentação saudável, actividade física regular e uma vida sem tabaco, o que por si só pode evitar a grande maioria de eventos cardiovasculares, como o enfarte do miocárdio e o acidente vascular cerebral (AVC).
Em Portugal, de um total de 110.000 mortes anuais, ocorrem cerca de 40.000 óbitos por doenças cardiovasculares, dos quais 26.000 por acidente vascular cerebral e 10.000 por enfarte do miocárdio.
As doenças cardiovasculares só na mulher são responsáveis por mais de 22.000 óbitos por ano, devidos essencialmente ao acidente vascular cerebral e à cardiopatia isquémica. Na realidade, morrem mais 4000 mulheres que homens por ano, em Portugal, por doenças cardiovasculares, constituindo estas, ao contrário do que se pensa, a principal causa de morte das mulheres portuguesas. A título de exemplo, saliente-se que morrem, todos os anos, nove vezes mais mulheres por doenças cardiovasculares que por cancro da mama.
Por isso, existe necessidade de sensibilizar a mulher para a importância das doenças cardiovasculares, notadamente para a relação que existe entre os factores de risco, como o tabagismo, a hipertensão, o colesterol elevado, a diabetes e a patologia cardiovascular, bem como para a importância vital de um estilo de vida saudável e protector.
Nos últimos anos tem-se desenvolvido uma nova ameaça para a população portuguesa, em particular para os jovens, em resultado do abandono progressivo da nossa tradicional dieta mediterrânica, que está a ser substituída pela denominada “fast food”, alimentação rica em calorias, gorduras saturadas, sal e açúcares, e em contrapartida, pobre em fibra vegetal e micronutrientes essenciais.
O que está a acontecer, hoje em dia, é que a dieta mediterrânica é celebrada e consumida cada vez com maior entusiasmo nos países do Norte da Europa e nos Estados Unidos, enquanto entrou em declínio nos países do Mediterrâneo, o que não podemos deixar de lamentar vivamente. Daí os apelos da Fundação Portuguesa de Cardiologia para que a alimentação mediterrânica seja novamente adoptada em Portugal, não só como um acto de respeito pela nosso património cultural, mas também por ser uma opção inteligente e saudável.
Por outro lado, estudos recentes mostram que as crianças portuguesas são as segundas da Europa com mais excesso de peso e obesidade, o que leva a prever futuros problemas de saúde. Este drama da obesidade infantil é também explicado por outros estudos que mostram que a população portuguesa é a mais sedentária da Europa.
Esta epidemia de obesidade infantil, em desenvolvimento, arrisca desencadear uma constelação de factores de risco como a hipertensão arterial, o colesterol elevado e diabetes, que irão provocar complicações cardiovasculares, responsáveis por uma potencial futura redução de esperança de vida das novas gerações.
Não podemos continuar a ser os campeões da Europa, nomeadamente em inactividade física, hipertensão arterial, obesidade infantil e acidentes vasculares cerebrais. Os portugueses merecem o benefício do melhor que a ciência médica tem para oferecer neste novo século.
Fundação Portuguesa de Cardiologia, 29 de Setembro de 2012
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