Distinto da doença de Alzheimer
Descoberta proteína associada à falta de memória na velhice. O problema é distinto da doença de Alzheimer e pode vir a ser...

Pensava-se que esta perda de memória anunciava a doença de Alzheimer, mas é um problema diferente. A falta de uma proteína tem um papel-chave no declínio da memória com o avançar da idade, um fenómeno que é reversível e distinto da doença de Alzheimer, adianta um estudo, publicado na última edição da revista norte-americana Science Translational Medicine, que abre caminho a um tratamento deste problema.

Um défice na proteína RbAp48 no hipocampo, uma região do cérebro, é um factor importante para a perda da memória associada ao envelhecimento, descobriu a equipa de investigadores, dirigida por Eric Kander, um dos laureados com o Prémio Nobel de Medicina em 2000, da Universidade da Columbia, em Nova Iorque, divulga o Público Online.

As conclusões do trabalho, feito em células humanas de cadáveres e de ratinhos, são a prova mais forte de que a deterioração da memória ligada à idade e à doença de Alzheimer são problemas distintos. A primeira é reversível, se a deficiência da proteína em questão for tratada, enquanto a segunda é, pelo menos para já, incurável, argumentam os autores no artigo.

"Os resultados têm potenciais implicações para o diagnóstico e o tratamento dos problemas de memória”, referiu num comunicado Eric Kander. Os cientistas julgavam que a perda de memória era a primeira fase da doença de Alzheimer, mas um número cada vez maior de indícios obrigou a pensar-se que se tratava de um fenómeno distinto que afectava uma região do hipocampo.

Os cientistas começaram por fazer uma análise genética das células daquela região do hipocampo de dez cadáveres de pessoas, que faleceram com idades entre os 33 e os 88 anos. Nenhuma destas pessoas sofria de uma doença mental.

A equipa constatou que o gene que comanda a produção da proteína RbAp48 está menos funcional à medida que a idade avança. Os cientistas foram depois estudar este gene nos ratinhos, para compreender qual era o seu papel na memória.

Quando bloquearam a actividade deste gene em ratinhos jovens e saudáveis, verificaram que eles passavam a ter os mesmos problemas de memória que os roedores mais idosos demonstravam ter quando realizavam testes no labirinto. Depois, os cientistas activaram de novo este gene nos ratinhos jovens, e estes voltaram a ter uma memória normal.

Finalmente, os cientistas reactivaram o gene RbAp48 nos ratinhos mais velhos para, deste modo, produzirem mais proteínas no cérebro. Estes roedores, segundo o estudo, voltaram a ter a memória que tinham durante a sua juventude.

Estudo mostra:
Uma investigação feita por cientistas dos Estados Unidos revelou que a cocaína pode mudar a estrutura do cérebro poucas horas...

Uma equipa de cientistas da Universidade da Califórnia, nos EUA, fez experiências com macacos camundongos, que receberam injecções com cocaína e perceberam que em apenas duas horas depois de receberem a primeira dose, os cérebros das cobaias desenvolveram novas estruturas ligadas à memória, ao consumo de drogas e a mudanças de comportamento.

Os camundongos que tiveram as maiores alterações no cérebro revelaram ter uma dependência mais elevada de cocaína, mostrando que, segundo os especialistas, o cérebro estava a "aprender a adaptar-se ao vício".

Os cientistas investigaram nas cobaias o aparecimento de pequenas estruturas nas células do cérebro chamadas espinhas dendríticas, que têm uma relação profunda com a formação da memória. Um microscópio a laser observou o cérebro dos camundongos, ainda vivos, para procurar espinhas dendríticas depois da recepção das doses de cocaína. A mesma análise foi feita em camundongos que, em vez de injecções com cocaína, receberam injecções com água. O grupo que recebeu cocaína apresentou uma maior formação de espinhas dendríticas, o que indica a formação de mais memórias relacionadas com o uso da droga.

"As nossas imagens fornecem sinais claros de que a cocaína induz ganhos rápidos de novas espinhas, e quanto mais espinhas os camundongos ganham, mais mostram que aprenderam o vício da droga", comentou a investigadora Linda Wilbrecht, professora assistente de psicologia e neurociência da Universidade da Califórnia na cidade de Berkeley.

"Essas mudanças provocadas pela droga no cérebro explicam como sinais relacionados com a droga dominam o processo de tomada de decisões num consumidor humano", finalizou. O estudo foi publicado na revista Nature Neuroscience.

Investigadores acreditam:
Cientistas britânicos acreditam que comer uma grande quantidade de brócolos pode diminuir, e até mesmo prevenir, a artrose.

Depois do sucesso de estudos feitos em laboratórios, uma equipa da Universidade de East Anglia, no leste da Inglaterra, está a iniciar os testes em humanos para comprovar que a ingestão de uma grande quantidade de brócolos pode diminuir, e até mesmo prevenir, a artrose.

Testes feitos em células e ratos mostraram que um composto encontrado nos brócolos (que os seres humanos também podem obter a partir da couve-de-bruxelas e do repolho) bloqueou uma enzima fundamental destrutiva, que causa danos nas cartilagens.

O estudo vai incluir um total de 20 doentes para comerem uma dose diária de um tipo de brócolos "super-carregado” de nutrientes. Os voluntários farão a dieta durante duas semanas antes de se submeterem a cirurgia aos joelhos. Depois, Rose Davidson e a sua equipa vão examinar o tecido que for removido para perceber o impacto que os brócolos tiveram.

Os voluntários vão ingerir uma dose diária de 100g de brócolos durante duas semanas e embora seja altamente improvável que essa quantidade seja o suficiente para causar qualquer grande mudança em duas semanas, Davidson espera que seja o suficiente para oferecer alguma evidência de como o "super” brócolos pode beneficiar os seres humanos. Para comparar a equipa de especialistas vai ter um segundo grupo de outros 20 doentes que também serão submetidos à cirurgia de joelho, mas que não fizeram qualquer dieta com este alimento.

"Até agora, as pesquisas não conseguiram demonstrar que alimentos ou dietas podem desempenhar qualquer papel em reduzir a progressão da artrose, por isso, se estes resultados puderem ser replicados em humanos, seria um enorme avanço”, disse Alan Silman, da Arthritis Research UK.

Resultados de estudo:
A enxaqueca pode gerar modificações duradouras e permanentes nas estruturas cerebrais, como lesões, segundo uma análise de...

"Tradicionalmente a enxaqueca é considerada um problema leve, sem efeitos duradouros no cérebro” no entanto, a enxaqueca pode gerar modificações duradouras e permanentes nas estruturas cerebrais, como lesões, segundo revelou Messoud Ashina, da Universidade de Copenhaga, principal autor de um estudo publicado na revista americana Neurology.

"A nossa meta-análise leva-nos a acreditar que a enxaqueca pode, de facto, alterar de forma permanente as estruturas do cérebro de múltiplas formas”, explicou.

Os cientistas constataram que a enxaqueca aumenta o risco de lesão cerebral, de anomalias na substância branca e alteração do volume do cérebro de forma comparativa às pessoas que sofrem de cefaleia. Além disso, este risco é maior nas pessoas que sofrem de enxaqueca com aura.

Para esta pesquisa, os investigadores analisaram 19 estudos, 13 deles clínicos, onde os participantes se submeteram a uma prova de imagem de ressonância magnética do cérebro, escreve o Diário Digital.

Os estudos mostraram um aumento de 68% do risco de lesões da substância branca do cérebro nas pessoas que sofrem de enxaqueca e 34% naquelas com enxaqueca sem aura com relação aos indivíduos que sofrem cefaleia. O risco de anomalias cerebrais aumenta 44% nos doentes que sofrem enxaqueca com aura comparativamente aos que sofrem da modalidade sem aura.

Esta meta-análise mostra igualmente que a mudança no volume do cérebro é mais frequente nas pessoas com enxaqueca com ou sem aura que naquelas que não sofrem desta doença.

"A enxaqueca afecta de 10 a 15% da população geral e pode ser muito debilitante”, afirmou Ashina. "Esperamos que outros cientistas possam esclarecer o vínculo entre as mudanças estruturais do cérebro e a frequência e duração da enxaqueca assim como os efeitos destas lesões cerebrais nas funções mentais”, acrescentou.

Canal auditivo externo
A prática de desportos náuticos, como o surf ou o mergulho, em águas frias podem provocar o desenvol
Homem a fazer surf para ilustrar as exostoses ou ouvido de surfista

As exostoses desenvolvem-se no canal auditivo como uma resposta, quando este é exposto a ambientes em que as temperaturas são mais frias.

Após anos a praticar desportos náuticos com frequência, os ossos do canal auditivo poderão vir a crescer fechando parcialmente ou totalmente o canal auditivo externo. O nome de “ouvido de surfista” provém do facto de serem os surfistas quem tem a maior probabilidade de vir a desenvolver exostoses devido ao tempo que passam dentro de água fria. A taxa de desenvolvimento de exostoses em pessoas que não pratiquem este tipo de desporto, ou semelhante, é muito inferior quando comparada com a dos surfistas.

Apesar de serem os surfistas os mais afectados, a realidade é que as exostoses também se podem desenvolver em pessoas que pratiquem outro tipo de desportos náuticos, como a pesca ou a vela, em que estejam expostas a águas e ventos frios. Praticantes dos mesmos desportos mas em ambientes e águas quentes têm menor probabilidade de desenvolver exostoses.

Normalmente o canal auditivo tem cerca de 5 a 8mm de diâmetro e o que acontece com o desenvolvimento de exostoses, é a redução parcial ou total do mesmo. Um dos primeiros sintomas que se sente é a gradual perda da capacidade auditiva, mas o maior problema são as infecções, que podem acontecer devidas à acumulação de cera, água ou outros detritos no canal auditivo. Devido ao bloqueio do canal, este tipo de infecções não só se tornam mais prováveis de acontecerem como também são extremamente difíceis de serem tratadas.

Factos relacionados com as exostoses:

  • Há uma taxa 600% mais elevada de um surfista de água fria desenvolver exostoses comparativamente a um surfista de água quente;
  • Um ouvido pode ser mais afectado do que outro, devido à direcção predominante de vento onde se costuma praticar o desporto;
  • O desenvolvimento dos materiais utilizados para proteger do frio, como os fatos de surf, fazem com que ambientes mais frios sejam mais suportáveis, o que por sua vez aumenta o risco do desenvolvimento de exostoses;
  • Quanto mais frio for o ambiente mais rapidamente se desenvolvem as exostoses.

Tratamento

O tratamento das exostoses é cirúrgico, podendo ser efectuado de duas maneiras.

Uma das cirurgias é feita com um pequena incisão na parte de trás da orelha, em que o excesso de osso é retirado com recurso a uma broca cirúrgica e, o outro tipo de cirurgia, é feito directamente através do canal auditivo, também com recurso a uma broca cirúrgica. Ambas as técnicas requerem de um período de cerca de 4 a 6 semanas de recuperação, sem que haja a prática de qualquer tipo de actividade em águas frias.

Prevenção

As exostoses podem ser evitadas seguindo algumas medidas preventivas, são elas:

  • Evitar a prática de desportos náuticos nos casos em que a água se apresente com temperaturas demasiado baixas ou que haja a presença de ventos fortes;
  • Utilizar tampões de ouvido próprios para a protecção do canal auditivo, podendo complementar com a utilização de gorros.

Artigos relacionados

Benefícios do surf

Asma e actividade física

Foto: 
Nota: 
As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico e/ou Farmacêutico.
Doença genética da pele
O xeroderma pigmentoso é uma doença genética, ocasionando alterações na pele que resultam da deficie
Mulher com problema de pele para ilustrar o xeroderma pigmentoso

Esta é uma doença genética e rara que se caracteriza por uma fotossensibilidade extrema que pode originar secura, envelhecimento precoce e múltiplas lesões na pele, nomeadamente a susceptibilidade para o aparecimento de tumores cutâneos malignos. Ou seja, o portador possui uma dificuldade em reverter as agressões que a radiação solar provoca no ADN (código genético) das células da pele.

Afecta igualmente ambos os sexos, apresentando uma maior prevalência nas populações com elevada taxa de consanguinidade, como japoneses, árabes e judeus. Já nos EUA e na Europa a sua frequência é de cerca de um caso para cada 250 mil indivíduos, enquanto no Japão é de um caso para cada 40 mil indivíduos.

Nos indivíduos sem este problema genético, as alterações causadas pela radiação UV no ADN são corrigidas e os malefícios provocados pelo sol só vão aparecer anos mais tarde. Assim, os doentes com xeroderma pigmentoso, desenvolvem precocemente lesões degenerativas na pele, como sardas, manchas e também diversos tipos de cancro de pele. O aumento do risco face a uma pessoa que não tenha este desarranjo genético é cerca de 1000 vezes superior.

Alguns dos sinais de alerta para esta doença são as anormalidades neurológicas progressivas (observadas em cerca de 20 por cento dos casos) e as alterações oftalmológicas. Em regra, estas pessoas possuem uma enorme sensibilidade à luz solar pelo que, a protecção e o evitar a exposição aos raios ultra-violeta, é sempre uma forma de minimizar os efeitos nefastos da doença.

Sintomas

A presença do xeroderma pigmentoso dá lugar a lesões cutâneas que estão muito presentes nos primeiros anos de vida evoluindo de forma lenta e progressiva.

Assim, ainda durante a infância, a criança que sofre de xeroderma pigmentoso apresenta um número excessivo de sardas e a pele mais seca que o normal. Rapidamente a pele fica áspera e desenvolvem-se as ceratoses solares ou ceratoses actínicas, lesões que, usualmente, só surgiriam na idade adulta ou na velhice das pessoas que se expuseram muito ao sol. Mesmo em indivíduos negros ou morenos, nos quais estas alterações são raras, a pele adquire estas características.

A evolução da doença pode originar o aparecimento dos mais variados tipos de tumores da pele: carcinomas basocelular e espinocelular, melanomas e sarcomas.

De acordo com os dados conhecidos, aos 18 meses cerca de 50 por cento dos indivíduos afectados apresentam algum tipo de lesão cutânea nas áreas de exposição solar, aos quatro anos cerca de 75 por cento, e aos 15 anos, 95 por cento.

Ao mesmo tempo, cerca de 80 por cento dos doentes apresentam alterações oftalmológicas que incluem fotofobia, conjuntivite, opacidade da córnea e o desenvolvimento de tumores oculares. Cerca de 20 por cento dos doentes apresentam alterações neurológicas tais como microcefalia, ataxia (perda de coordenação dos movimentos musculares voluntários), diminuição ou perda dos reflexos motores, espasticidade (aumento anormal do tónus muscular que faz com que os músculos permaneçam contraídos por um período de tempo mais longo do que os músculos normais), surdez neurosensorial e atraso mental.

Tratamento

Tratando-se de uma doença genética, não existe até ao momento um tratamento específico, muito menos uma forma de cura. Por isso, a melhor forma de tratar o xeroderma pigmentoso é o diagnóstico precoce, com o objectivo de evitar a exposição solar e outras formas de recepção dos raios ultra-violeta, permitindo evitar a progressão da doença.

As lesões de pré-cancro e de cancro que vão surgindo, são tratadas através de criocirurgia (quando possível) ou remoção cirúrgica.

Artigos relacionados

Alergias solares

Fonte: 
Foto: 
Nota: 
As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico e/ou Farmacêutico.
Ensaio clínico:
A combinação de um antiviral e de um medicamento experimental curou 70% dos doentes com hepatite C em ensaios clínicos iniciais...

O ensaio clínico de fase II, descrito num artigo do Journal of the American Medical Association(JAMA), estudou a eficácia e segurança de um medicamento experimental, sofosbuvir, tomado com o antiviral ribavirina, noticia o jornal Sol.

Os fármacos foram tomados oralmente e o tratamento realizado durante seis meses conseguiu uma taxa de cura de 70% e foi bem tolerado, precisam os cientistas.

Os tratamentos actuais podem durar um ano e implicam injecções semanais de interferon alfa combinado o ribavirina e outro antiviral. Entre os efeitos secundários, que podem ser graves, incluem-se a depressão, os sintomas de gripe e a anemia.

Este estudo clínico sobre a hepatite C também é diferente dos anteriores por incluir participantes com um fígado muito deteriorado e outros com lesões nesse órgão menos avançadas.

Vinte e quatro semanas após o final do tratamento, o vírus não foi detectado em 70% dos participantes, o que é considerado uma cura porque este agente patogénico não se integra no ADN humano.

Shyam Kottilil, do Instituto nacional norte-americano das alergias e doenças infecciosas e principal autor do estudo, considerou que, tendo em conta as características dos participantes, "o resultado é particularmente promissor".

O ensaio contou com a participação de 60 voluntários infectados com o genótipo 1 do vírus da hepatite C que responde menos bem ao tratamento à base de interferon.

Ultrapassar a insónia
A capacidade de dormir bem é fundamental para o bem-estar do indivíduo, nomeadamente para a realizaç
Homem na cama com insónia ou dificuldade em dormir

O sono é algo necessário para sobreviver e gozar de boa saúde, no entanto os problemas de sono constituem uma situação bastante frequente, sendo que mais de metade das pessoas na idade adulta sofrem deste problema, ou já sofreram em algum momento da sua vida.

Segundo as estatísticas a insónia atinge cerca de 25 a 30% dos portugueses e, apesar de poder afectar qualquer pessoa, existe maior prevalência no adulto jovem e nos idosos, nestes últimos devido à diminuição de produção natural da melatonina.

Causas da insónia

As principais causas da insónia podem ser de ordem psicológica, psiquiátrica, perturbações do ritmo circadiário e as perturbações intrínsecas do próprio sono (apneia, síndrome das pernas inquietas, etc.). Podem ainda existir, principalmente entre os jovens, maus hábitos de sono. Muitos factores, como a excitação ou o stress emocional, podem determinar as horas de sono de uma pessoa e a forma como se sente ao despertar. Os medicamentos podem também desempenhar um papel: alguns produzem sonolência enquanto outros dificultam o sono. Inclusive certos alimentos ou aditivos, como a cafeína ou as especiarias fortes podem afectar o sono.

Assim, a insónia pode ser primária ou secundária, conforme a(s) causa(s) e apresentar-se de forma crónica ou de curta duração e manifesta-se de diferentes formas: dificuldade em adormecer, adormecer facilmente mas acordar muitas vezes durante a noite, ou acordar antes de ter dormido o suficiente e não conseguir adormecer novamente. É consoante a duração deste padrão, que a insónia pode ser considerada transitória (apenas algumas noites), de curto prazo (de duas a quatro semanas) ou crónica (durante a maior parte das noites durante pelo menos um mês).

De todos os problemas de sono existentes, a insónia é seguramente o mais frequente, mas deve-se salientar que a insónia não é uma doença, mas um sintoma.

E, apesar de se tratar de um problema muito comum, a boa notícia é que muitas vezes a solução para o problema depende de um conjunto de acções que estão ao nosso alcance: basta alterar alguns hábitos do quotidiano para passar a ter noites de sono tranquilas e de qualidade. É que não basta dormir, o sono tem de ser reconfortante.

As diferentes fases do sono

O padrão de sono não é uniforme, mas tem várias fases diferenciadas. Durante um sono nocturno normal há 5 ou 6 ciclos de sono. O sono começa pela fase 1 (o grau mais superficial, em que a pessoa acorda facilmente) e avança até à fase 4 (o grau de maior profundidade, em que a pessoa acorda com dificuldade). Na fase 4, o tónus muscular, a pressão arterial e a frequência cardíaca e respiratória estão diminuídos ao máximo. Para além destas 4 fases existe um tipo de sono acompanhado de movimentos oculares rápidos (REM) e de actividade cerebral. A actividade eléctrica no cérebro é inusualmente alta durante o sono REM, um pouco semelhante a um estado de vigília. Num electroencefalograma (EEG) pode registar-se a mobilidade ocular e as alterações nas ondas cerebrais que se produzem durante o sono REM. No sono REM, tanto a frequência como a profundidade das respirações estão aumentadas, mas o tónus muscular está deprimido, inclusive em maior grau do que nas fases de profundidade máxima do sono não REM. A maioria dos sonhos ocorre durante o sono REM e na fase 3 do sono, enquanto o falar a dormir, os terrores nocturnos e o sonambulismo costumam acontecer durante as fases 3 e 4. Durante um sono nocturno normal, o sono REM segue-se imediatamente a cada um dos 5 ou 6 ciclos da fase 4 do sono não REM, mas na realidade o sono REM pode acontecer em qualquer fase.

Tratamento

O tratamento dos problemas de sono deve basear-se na sua causa e no grau de gravidade.

As pessoas com insónia podem melhorar o seu estado se permanecerem tranquilas e relaxadas antes de se deitarem, procurando criar nos seus quartos uma atmosfera que convide ao sono. Para isso, é necessária uma luz ténue, o mínimo de ruído possível e uma temperatura agradável no quarto. Deve também:

- Deitar-se e levantar-se sempre à mesma hora, incluindo fins-de-semana;
- Jantar, no mínimo, duas horas antes de se deitar;
- Se não conseguir adormecer em meia hora levante-se e realize uma actividade tranquila, como ler, folhear uma revista ou ouvir música. Durante este período, evite ver televisão. Volte a deitar-se quando sentir sono;
- Caminhe durante uma hora por dia, de preferência à tarde, com luz solar e, pelo menos, três horas antes de dormir;
- Antes de se deitar, esvazie a bexiga e escove os dentes ou tome um duche quente;
- Evite alimentos como o álcool, o café, o chá, o chocolate e os doces, uma vez que estes tendem a ser excitantes.

O uso intermitente de medicamentos para dormir pode ser útil no caso de as perturbações do sono interferirem com as actividades pessoais e com a sensação de bem-estar.Nos casos mais graves de insónia, ou seja, nos casos crónicos ou quando se manifesta com depressão e/ou outras doenças, deve dirigir-se ao médico, que fará uma avaliação global e indicará o tratamento adequado.

Artigos relacionados

Alimentos que ajudam a dormir melhor

Como ter uma boa noite de sono

 

Fonte: 
Foto: 
Nota: 
As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico e/ou Farmacêutico.
Doença vulgar, mas altamente contagiosa
A varicela é uma das doenças mais comuns da infância, é provocada pelo vírus da varicela-zoster e é
Mãe a cuidar de filha com varicela

A varicela é uma doença muito vulgar e altamente contagiosa, especialmente durante o Inverno e a Primavera. Afecta principalmente crianças e adolescentes, mas também pode atingir adultos, especialmente quando há algum tipo de imunodeficiência.

É causada pelo vírus varicela-zoster, um membro da família do vírus do herpes, o mesmo que causa herpes zoster (zona) e, todos os anos, afecta dezenas de milhar de crianças em Portugal.

É transmitida por via aérea embora também possa ser transmitida pelo contacto com as lesões da pele. O período entre o contágio e o aparecimento dos primeiros sintomas é de cerca de 15 dias. Uma vez debelada, a varicela normalmente não reaparece. Ou seja, a doença gera imunidade que persiste para toda a vida, evitando que volte a surgir. No entanto, o vírus permanece alojado no tecido nervoso, como que adormecido (não activo), podendo reactivar-se mais tarde, causando zona.

Apesar de a doença não ser normalmente perigosa em crianças saudáveis, causa mal-estar e pode levar ao absentismo das crianças á escola e dos pais ao emprego. Em crianças mais velhas e em especial nos adultos, os sintomas são normalmente mais graves e podem originar outros problemas. Apesar de raras, podem ocorrer infecções bacterianas, encefalite e pneumonia. A grávida pode estar sujeita a um risco superior relativamente ao aparecimento de complicações para o feto, pelo que deve evitar a exposição à doença.

Transmissão

O vírus é transmitido pelo ar, quando a pessoa infectada tosse, espirra ou fala, ou pelo contacto directo com as lesões do doente. É, portanto, altamente contagiosa.

As crianças que estiverem em contacto com outras que tenham a doença têm uma elevada probabilidade (80-90%) de serem contagiadas. Se forem saudáveis, o melhor é mesmo terem a doença enquanto crianças, uma vez que assim estarão protegidas de contrair varicela mais tarde, podendo ser mais grave nessa altura.

Também os adultos que nunca tiveram varicela poderão contrai-la através dos filhos. A varicela é uma doença grave nos adultos, por isso, nestes casos, é aconselhável contactar o médico. A mulher grávida pode estar sujeita a um risco ainda mais elevado no que respeita ao aparecimento de complicações, devendo evitar a exposição à doença, considerando o risco que esta pode trazer para o feto.

A varicela é também grave para todos aqueles com um sistema imunitário enfraquecido.

Prevenção

A prevenção pode ser feita através da vacina contra a varicela. Trata-se de uma vacina que não está incluída no Plano Nacional de Vacinação mas está autorizada pelo INFARMED e disponível por prescrição médica.

Pode ser administrada a partir dos 12 meses de idade ou a pessoas que estejam expostas à doença. Se administrada no período de três dias após exposição à doença pode prevenir uma infecção clinicamente aparente ou modificar o curso da infecção.

Sintomas

O primeiro sintoma é febre ligeira. Surge depois um mal-estar geral e cansaço. Um ou dois dias mais tarde aparecem manchas vermelhas, normalmente primeiro no couro cabeludo e espalhando-se mais tarde pela cara, tronco, axilas, braços, pernas, boca e por vezes na traqueia e brônquios. Evoluem mais tarde para a formação de pequenas bolhas que se tornam purulentas, secam e dão origem a crostas. Estas borbulhas aparecem durante 5 dias e a maioria forma crosta em 6 a 7 dias.

O quadro acompanha-se de comichão, que pode ser intensa. As lesões evoluem espontaneamente para a cura, com a eliminação das crostas, embora possam deixar cicatrizes na pele.

Fases da Doença

Período de incubação

Cerca de 14-15 dias contados a partir do contacto com o infectado.

Período de contágio

A varicela pode ser transmitida a outra pessoa desde aproximadamente 10 dias após ser contagiada, até todas as bolhas se transformarem em crostas. O isolamento de um doente infectado previne a transmissão da infecção.

Tratamento

No caso de ser uma varicela ligeira o tratamento efectuado visa o alívio sintomático, repouso e ingestão de líquidos.

Pode ser administrado paracetamol para alívio das dores e febre, dar banhos de água morna e aplicar loções para alívio da comichão e desinfectar as vesículas. Não se deve dar ácido acetilsalicílico (aspirina) ou derivados às crianças com varicela por poder causar a síndroma de Reye, que é uma complicação grave caracterizada por alterações neurológicas e hepáticas.

Nos casos de doença grave, ou quando adolescentes e adultos forem afectados, o tratamento é diferente e pode ser indicada medicação antiviral que ajuda à redução da duração da doença, permitindo que o doente se sinta melhor num espaço de tempo mais curto. Os antibióticos poderão ser usados quando existe o risco de infecção.

Artigos relacionados

Varicela

Varicela: contágio que passa despercebido

Foto: 
Nota: 
As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico e/ou Farmacêutico.
Mantenha os valores correctos
Os triglicéridos são gorduras que em excesso no organismo podem causar várias doenças, principalment
Seringa e tubo de colheita de sangue

O que são?

As duas principais substâncias gordas presentes no sangue são o colesterol e os triglicéridos. Qualquer uma delas é essencial ao organismo, no entanto se pelo sangue circularem em valores anormais (elevados) surgem problemas a médio/longo prazo.

Os triglicéridos resultam da transformação de alguns açúcares em gordura (lípidos), necessários no metabolismo das células e absorvidos a nível intestinal. O organismo obtém os triglicéridos através da produção no fígado (origem endógena) e da alimentação (origem exógena).

Contudo, em excesso no sangue (hipertrigliceridemia) origina o aparecimento de placas de gordura nas paredes internas das artérias, diminuindo consideravelmente a sua capacidade de acção e, consequentemente, obrigá-las a um maior esforço para realizarem o seu trabalho habitual, aumentando a probabilidade de surgirem doenças cardíacas e tromboses. Em geral, as pessoas que têm os triglicéridos elevados também têm o colesterol.

Valores

O problema da acumulação dos triglicéridos surge quando os seus níveis estão acima dos 150 mg/dl, dado que incrementam de forma acentuada a possibilidade da ocorrência de acidentes coronários. Por isso, o seu controlo é absolutamente fundamental para que se possa estar mais protegido contra as doenças cardiovasculares, que continuam a ser a principal causa de morte do século XXI.

Se os valores ultrapassam os 400 ou 500 mg/dl, poderá ter graves problemas pancreáticos, apenas resolvidos com o recurso a medicamentos e dietas restritivas.

Os erros alimentares são uma das causas dos triglicéridos elevados, embora haja muitas pessoas que comem grandes quantidades de gorduras e têm os valores dentro do normal. O que acontece é que nestes, as gorduras são processadas mais rapidamente para fora da circulação sanguínea. No entanto, a hereditariedade é o principal factor de risco para desenvolver hipertrigliceridemia. Ou seja, os filhos de pais com colesterol e triglicéridos elevados têm grande probabilidade de sofrer da mesma alteração.

Aconselha-se, por isso, uma alimentação pobre em gorduras, de forma a manter os níveis de triglicéridos normais. Deve evitar comer alimentos gordos, cozinhados em manteiga ou óleo, fritos e refogados, produtos ricos em açúcar ou sal, carnes vermelhas (especialmente suíno), enlatados e conservas ou molhos sintéticos (contrariamente aos de ervas ou caseiros que não sejam apimentados).

Nos alimentos que pode consumir encontram-se o café, chá, sumos de fruta naturais leite e iogurtes magros ou naturais, queijos de cabra ou ovelha, pão integral, hortaliças, verduras e legumes, carne branca (sobretudo de aves), peixe e fruta.

Sinais e sintomas

Os valores elevados de triglicéridos não costumam apresentar manifestações no organismo. Geralmente, as pessoas sabem dos valores alterados quando realizam análises, devido a outros sintomas, muitas vezes não associados ou em análises de rotina.

Valores bastantes elevados de triglicéridos podem desencadear uma infecção no pâncreas (pancreatite), que se manifesta por dor abdominal (barriga) intensa e numa fase posterior febre.

Factores de risco

- Haver pessoas na família com os triglicéridos e colesterol elevados;
- Maus hábitos alimentares (gorduras, doces e sal);
- Obesidade;
- Ingestão de álcool;
- Tabagismo;
- Diabetes;
- Pancreatite aguda;
- Alterações renais;
- Sedentarismo.

Tratamento

O objectivo do tratamento é baixar os valores de triglicéridos, para diminuir o risco de eventos cardiovasculares. A terapêutica pode ser uma conjugação de hábitos alimentares com medicamentos, nos casos mais difíceis de controlar.

Para muitos, pode mesmo ser necessário o acompanhamento de um nutricionista para o guiar numa dieta alimentar correcta, tendo em conta os alimentos proibidos e os benéficos. Também lhe será recomendada a prática de exercício físico, para evitar o sedentarismo e o excesso de peso.

Ao diminuir os valores de triglicéridos, diminui o risco de doenças cardíacas, tromboses, aterosclerose, etc.

Alimentos proibidos:

  • Açúcar, mel e doces em geral;
  • Massas: lasanha, canelone, ravioli, pizzas;
  • Farinhas (mandioca, milho, trigo);
  • Refrigerantes;
  • Bebidas alcoólicas.

Alimentos a consumir com moderação:

  • Bolachas de água e sal, e torradas;
  • Batata, mandioca, beterraba, arroz, macarrão, milho verde;
  • Leguminosas - feijões, ervilha, soja, lentilha, vagem.

Alimentos permitidos:

  • Leite desnatado;
  • Sumo de frutas;
  • Queijos magros;
  • Carnes magras;
  • Óleo vegetal em pouca quantidade (de preferência ao óleo de canola ou de milho);
  • Frutas e hortaliças.

Artigos relacionados

Plantas que ajudam a combater o colesterol

Factores de risco cardiovascular

Foto: 
Nota: 
As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico e/ou Farmacêutico.
Teste da Deco
Um estudo da associação de defesa dos consumidores Deco a 25 marcas de azeite revelou que uma não era azeite e que quatro eram ...

No teste, cujos resultados são publicados na edição de Setembro da revista Deco Proteste, e hoje divulgados, apenas duas marcas apresentaram excelente qualidade.

De acordo com a Deco, a marca "Alfandagh", descrita no rótulo como "azeite virgem extra", de origem biológica, nem sequer é azeite, "tendo as análises comprovado a presença de outros óleos vegetais refinados que não o originário da azeitona".

As marcas "Auchan" (DOP Moura), "É" (Continente), "Grão Mestre" e "Naturfoods", que se apresentam no rótulo como "azeite virgem extra", deveriam, segundo a associação de defesa dos consumidores, "ser classificadas como 'azeite virgem' apenas".

Um teste sensorial comprovou que amostras de azeite destas quatro últimas marcas "apresentaram defeitos que, por lei, o azeite virgem extra não pode manifestar".

A Deco adianta que os casos de fraude e de desrespeito da denominação de venda do rótulo foram denunciados à Autoridade de Segurança Alimentar e Económica (ASAE) para agir em conformidade.

As marcas "Dia Clássico" (Minipreço) e "Gallo Clássico", das mais baratas, foram as únicas consideradas de excelente qualidade.

Sem mencionar marcas, a Autoridade de Segurança Alimentar e Económica (ASAE) assinala, numa curta nota, que "todos os processos estão a seguir a sua tramitação normal, tendentes à retirada destes azeites do mercado", devido a fraude económica ou a deficiente informação ao consumidor. A ASAE ressalva que nenhum dos casos "é susceptível de pôr em risco a segurança e a saúde dos consumidores".

O estudo da Deco avaliou parâmetros como a qualidade e a frescura, através da acidez, do índice de peróxido e da absorção no ultravioleta, tendo sido feita, igualmente, uma prova de degustação.

A associação de defesa dos consumidores defende que "é fundamental reforçar a fiscalização, desde os lagares, passando pelos embaladores, até aos hiper e supermercados".

Estudo afirma:
Cientistas israelitas descobriram que os bebés que se alimentam de leite materno têm menos probabilidades de desenvolver o...

Os pediatras incentivam as mães a amamentar os recém-nascidos com leite materno, já que é uma nutrição completa e fácil de digerir, além de conter anticorpos que ajudam o sistema imunológico e hormonas que tranquilizam a criança. Entre todos estes benefícios, agora também pode constar a prevenção do transtorno de défice de atenção e hiperactividade (TDAH), de acordo com um estudo dirigido por Aviva Mimouni-Bloch da Faculdade de Medicina de Telavive, que demonstrou que, entre as crianças que apresentam o transtorno, há uma proporção menor de bebés que foram amamentados.

Embora os investigadores sejam cautelosos e alertem que só provaram a existência de uma relação significativa entre o aleitamento materno e uma menor incidência da hiperactividade na infância (inclusive levando em conta factores típicos de risco), o estudo sugere que amamentar poderia servir como potente protector contra o TDAH.

Este é um dos transtornos de conduta mais comuns diagnosticados em crianças e adolescentes, de natureza heterogénea e multifactorial e é improvável encontrar uma única causa. O estudo já foi publicado na revista Breastfeeding Medicin.

Equilibrada e variada
As necessidades calóricas diminuem com a idade.
Idosa acompanhada por enfermeira à hora da refeição

Uma boa nutrição é fundamental desde a infância até aos anos mais avançados. Optar por uma dieta bem planeada e equilibrada com frutos frescos e vegetais e poucos alimentos processados pode ajudar a baixar o risco de problemas de coração, certos tipos de cancro, AVC e diabetes, para além de gerir a elevada tensão arterial, o colesterol elevado e manter um peso saudável. Tudo isto ajuda ainda a manter um nível de energia adequado para poder praticar exercício físico, um factor também importante para manter uma vida saudável.

Os especialistas referem que o que come afecta a sua qualidade de vida e o tempo que vive. Assim, uma dieta equilibrada é uma boa forma para ser saudável, especialmente quando se envelhece, altura em que pode não sentir vontade de comer, os alimentos podem não ter o mesmo sabor, ou pode não ser capaz ou ter vontade de cozinhar.

O seu corpo precisa de um fornecimento regular de nutrientes para crescer, substituir os tecidos desgastados e fornecer energia. A quantidade de cada nutriente que necessita todos os dias é denominada Dose Diária Recomendada (DDR) ou, mais recentemente, valores de referência de ingestão dietética e a maior parte dos nutrientes necessários devem vir dos alimentos que consome. Para ter a certeza que ingere os nutrientes suficientes na sua dieta, precisa saber quais os nutrientes que os alimentos que consome têm.

A mais recente pirâmide alimentar pode ajudar a fazer escolhas de alimentos saudáveis, uma vez que contempla uma lista variada de ingredientes dos seis grupos de alimentos para que possa obter o máximo de nutrientes.

Ler o rótulo dos alimentos

Uma maneira de escolher alimentos saudáveis é comparar os rótulos dos alimentos de produtos semelhantes. Nas embalagens dos alimentos, pode utilizar os rótulos dos mesmos para ver que tipo de nutrientes estes fornecem. Muitos dos alimentos embalados têm um rótulo com a “Tabelas de Nutrientes”. Pode utilizar esta ferramenta de forma a fazer escolhas inteligentes. As Tabelas de Nutrientes dizem-lhe se o alimento é uma boa fonte de nutrientes. A quantidade de nutrientes de que necessita todos os dias é denominada de Dose Diária Recomendada (DDR). A coluna da “Percentagem de Valor Diário” diz-lhe a quantidade de nutriente que está no alimento e quantas das suas necessidades satisfaz (vitamina A e C, cálcio, ferro).

Verifique as calorias no rótulo. Compare com os nutrientes que está a consumir e decida se o alimento vale a pena.

Tamanho de porção

Diz-lhe quantas porções estão na caixa, saco ou outro tipo de embalagem. Se duplicar a porção dose, irá também duplicar as calorias e nutrientes.

Gordura total

diz-lhe a quantidade de gordura numa dose. A quantidade de gordura (transformadas a partir de ácidos gordos insaturados) e o colesterol é listado no rótulo. Grande parte destas gorduras aumenta os níveis de colesterol e aumenta também o seu risco de doença cardiovascular. 

Nutrientes

Lista alguns dos nutrientes que o produto contém.

Calorias

Diz-lhe a quantidade de energia que o alimento tem.

Valores percentuais diários

Diz-lhe a percentagem de nutrientes que este produto fornece baseado nas DDR. É baseado numa dieta de 2000 calorias, o que é mais do que aquilo que as mulheres mais velhas necessitam (normalmente cerca de 1600-1800 calorias) a menos que sejam muito activas.

Utilize os suplementos com cuidado

Algumas pessoas necessitam tomar suplementos uma vez que não conseguem ingerir todos os nutrientes que necessita. No entanto, convém que à semelhança dos medicamentos, os suplementos sejam aconselhados pelo seu médico. É que algumas vitaminas, como a vitamina A e o selénio, podem ser perigosas quando tomadas em grandes quantidades. Por outro lado, há vitaminas que podem não funcionar correctamente com outros medicamentos que esteja a tomar e há também medicamentos que podem modificar as necessidades de nutrientes ou a quantidade de alimentos que as pessoas querem consumir.

É importante tomar vitamina D em quantidades suficientes, o que ajuda o corpo a reabsorver o cálcio, um suplemento tomado por muitas mulheres para alcançar a dose diária recomendada. Por esta razão a vitamina D é muitas vezes adicionada ao leite. A exposição solar também pode ajudar o corpo a produzir vitamina D. Contudo, a maioria das mulheres deve ingerir 400 a 800 UI de vitamina D diariamente. O cálcio e a vitamina D ajudam a prevenir a osteoporose.

Boas fontes de cálcio

Leite e produtos lácteos Vegetais de folha verde Frutos Secos Alimentos do mar Outros alimentos

Queijo

Gelado

Leite meio gordo ou magro

Iogurte natural magro

Brócolos

Couves

Espinafre

Nabiças ou grelos

Amêndoas

Sementes de sésamo secas e descascadas

Vieiras

Camarão

Chili com carne e feijões

Figos secos

Pudim

Uvas passas

Cereais fortificados e leite

Ferro

O ferro é necessário para produzir as células do sangue. Se não ingerir ferro em quantidade suficiente, pode surgir a anemia. A anemia pode fazê-la sentir-se cansada. Se se tornar grave, pode enfraquecê-la e torná-la pálida.

Uma porção de cereais de pequeno-almoço com ferro deve atingir a sua dose diária recomendada de ferro. Mas existem outros alimentos que são boas fontes de ferro como os espinafres, o feijão (feijão de soja, feijão branco, lentilhas, feijão encarnado), o grão-de-bico, as amêijoas e ostras e as carnes de porco, pato e borrego.

Por outro lado, se comer alimentos ricos em vitamina C, tais como a laranja, na mesma refeição com os alimentos ricos em ferro, a vitamina C ajudará o seu corpo a usar o ferro da melhor forma.

Gordura

A gordura é uma parte da dieta saudável. É necessária para transportar as vitaminas por todo organismo e ajuda na manutenção das funções do mesmo. A quantidade e o tipo de gordura que ingere podem fazer a diferença.

Existem dois tipos básicos de gordura que se encontram nos alimentos – a saturada e a não saturada. A gordura saturada é sólida à temperatura normal. A manteiga é um exemplo de um alimento com gordura saturada. A gordura insaturada é líquida à temperatura normal. Exemplos de gorduras insaturadas são o azeite e o óleo de canola.

As gorduras insaturadas são melhores escolhas do que as saturadas uma vez que não fazem aumentar o seu nível de colesterol. Pode encontrar a quantidade de gordura (gordura total, tanto a saturada como a insaturada) no rótulo do alimento.

Nos rótulos também vem listado outro tipo de gordura – gordura trans. A gordura trans é feita ao adicionar-se hidrogénio aos óleos vegetais para melhorar o seu cheiro, paladar e duração. É muitas vezes encontrada nas batatas para fritar, nas batatas fritas, alimentos processados e refeições congeladas. Este tipo de gordura também faz aumentar os níveis de colesterol.

Assim, conseguirá diminuir os seus níveis de colesterol ingerindo refeições com baixas quantidades de gordura saturada, gordura trans e colesterol. O exercício físico regular também diminui os seus níveis de colesterol.

Se escolher alimentos como carne, carne de aves, alimentos fritos, pastéis ou produtos lácteos, procure alimentos magros, com pouca gordura. Pode também modificar a maneira como prepara os alimentos: e optar pelos grelhados ou cozidos em vez de fritos. Por outro lado, tire a gordura das sopas e das carnes, remova a pele da carne das aves e reduza o consumo de manteiga, margarina, natas, óleos e maionese.

Sódio

O sódio, ou sal, está associado ao risco de elevada tensão arterial. Tipicamente, quanto mais sal come, mais alta é a sua tensão arterial. Desta forma, escolha e prepare os alimentos com menos sal e ao mesmo tempo, ingira alimentos ricos em potássio, tais como vegetais de cor laranja. O potássio ajuda a manter a tensão arterial baixa. Verifique a embalagem de um produto, quanto ao seu teor de sal, lendo o rótulo. As diferentes marcas de produtos semelhantes podem conter diferentes quantidades de sal. Tente escolher a marca com menor quantidade de sal.

Fibras

A fibra é uma importante parte de uma dieta saudável, pois ajuda a reduzir o risco de doenças cardiovasculares, ajuda no controlo do peso e diminui o risco de outras doenças crónicas, para além de reduzirem os problemas de prisão de ventre. Para uma dieta rica em fibra, escolha frutos ricos em fibra, vegetais e cereais (tais como massa e arroz integrais). Estes poderão causar gases no início, mas melhorará ao longo do tempo.

Açúcares

Os açúcares podem ser naturais ou adicionados, sendo que este últimos fornecem calorias, mas poucos ou nenhuns nutrientes. Os açúcares naturais são aqueles que encontramos nos frutos, vegetais e são boas fontes de fibra. Já os açúcares adicionados são aqueles que juntamos aos alimentos à mesa, por exemplo, no café, nas panquecas ou durante a confecção dos alimentos na fábrica.

Artigos relacionados

A importância dos cuidados domiciliários

Doenças hematológicas na terceira idade

Conselhos para a medicação na terceira idade

Foto: 
Nota: 
As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico e/ou Farmacêutico.
Como funciona
O transplante pode trazer enormes benefícios às pessoas afectadas por doenças que, de outro modo, se
Médico cirurgião em cirurgia de transplantação de órgão

Transplantar um órgão significa substituí-lo por outro. Isto acontece, quando determinado órgão não consegue realizar a sua função devido a lesão irreversível; se o órgão em causa for vital e não existir alternativa de tratamento que substitua a sua função, o doente morrerá em período mais ou menos curto. Mesmo que esse espaço de tempo possa ser um pouco longo, a qualidade de vida será má ou péssima. Mas, para substituir o órgão doente, é preciso dispor de um órgão são, isto é, é preciso que haja um dador.

O organismo humano tem uma identidade própria que lhe é dada pelo seu código genético; por isso, cada ser humano é diferente de todos os outros, à excepção de gémeos que provenham do mesmo ovo. Para manter essa integridade face ao mundo que o rodeia, existe um "exército”pronto a defendê-lo de tudo o que lhe é estranho. Esse "exército” é o sistema imunológico que, através de vários mecanismos, tenta destruir tudo aquilo que entre no organismo e ele não reconheça como seu.

Rejeição

Se este sistema é fundamental para nos defender das infecções e outras agressões, constitui, por outro lado, o grande obstáculo à transplantação; com efeito, ao reconhecer como estranho o órgão transplantado, irá mobilizar todas as defesas para destrui-lo. É preciso, por isso, procurar evitar esta acção, sem contudo deixar o organismo indefeso face à infecção. É o que se chama evitar a rejeição do órgão transplantado sem, ao mesmo tempo, diminuir tanto as defesas o que, a acontecer, deixaria o organismo à mercê de qualquer infecção que o conduziria à morte - É neste balançar instável de evitar a rejeição, por um lado e prevenir ou dominar a infecção, por outro, que reside a essência do sucesso da transplantação.

Para que a rejeição seja o menos intensa possível, deve transplantar-se um órgão que seja parecido com o órgão a substituir; isto quer dizer que o enxerto (órgão novo) deve ter um tamanho semelhante ao do órgão que vai substituir e deve provir de um dador com o mesmo grupo sanguíneo e o maior número de afinidades. A isto se chama compatibilidade entre o receptor (doente que vai receber o novo órgão) e o dador (em regra cadáver de que se colhe o enxerto).

Procedimento

O órgão a transplantar pode colher-se num ser humano vivo (dador vivo) ou num cadáver; o primeiro caso é raro e só pode fazer-se, obviamente, quando o órgão é duplo (caso do rim) ou, não o sendo, basta transplantar parte do órgão (fígado, pâncreas, intestino). A quase totalidade dos transplantes é feita com órgãos colhidos em cadáver. Para que tal seja viável, o órgão a colher tem de ser são e manter a circulação sanguínea normal. Ora tal acontece no caso de morte cerebral – a pessoa está morta devido a lesão irreversível do tronco cerebral mas, com a ajuda de ventilação mecânica e de suporte circulatório, é possível manter por algum tempo a irrigação sanguínea adequada dos órgãos a colher.

O processo normal para um transplante é iniciado por um médico, que em consulta com o doente lhe indica o diagnóstico e a terapia mais adequada, que neste caso poderá passar por um transplante. O doente terá sempre o direito de escolha entre fazer ou não fazer um transplante depois de devidamente informado pelo médico.

Tempo de espera

O período de espera é variável e, geralmente, um pouco demorado tendo em conta a pouca disponibilidade de órgãos para transplante. Quando um órgão fica disponível, o doente é contactado para que num espaço de tempo muito reduzido a intervenção se realize. Os órgãos, regra geral, não sobrevivem muito tempo fora do corpo humano pelo que se um doente não estiver contactável perde a vez para outro.

Depois do transplante, efectuam-se consultas de acompanhamento periódicas. Muito embora, a compatibilidade entre dador e receptor seja testada antes de um transplante, a prescrição de medicamentos imunossupressores é obrigatória de forma permanente, excepto nos transplantes de medula óssea. Em casos de rejeição, poderá ser oferecido ao doente um novo transplante.

Não pense, contudo, que a transplantação é só o destino final dos doentes moribundos e desalentados. Antes, pelo contrário, ela deve, sempre que possível, ser programada atempadamente para daí resultarem os maiores benefícios.

Como em todas as grandes atitudes médicas e cirúrgicas o apoio familiar, psicológico e social ao doente é muito importante e ajuda a melhorar significativamente os êxitos do transplante.

Artigos relacionados

Transplante em idade pediátrica

“Doação é um ato de generosidade”

Foto: 
Nota: 
As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico e/ou Farmacêutico.
Cuidados de saúde
Actualmente a esperança de vida da população feminina atinge os 78-82 anos, significando que a mulhe
Mulher feliz em fase da menopausa

A chegada da menopausa, que geralmente ocorre entre os 48 e 50 anos, caracteriza-se por uma queda brusca nos níveis de estrogénio no organismo feminino. Esta nova fase na vida das mulheres, não pode, no entanto, corresponder a um decréscimo nas suas actividades ou nos cuidados com a sua saúde.

Nas últimas décadas as mulheres passaram a ter um papel mais activo na sociedade e a desempenhar outras funções que não apenas a de mãe e dona de casa. Por outro lado com o aumento da sobrevida, as mulheres passam pelo menos um terço da vida após a menopausa, com vidas activas e preenchidas.

Esta fase tão peculiar da mulher, deve ser vivida o mais saudável possível mantendo os seus exames de rotina e escolhas de vida saudáveis, tais como uma alimentação equilibrada e exercício físico regular. Isto pode ajudar a prevenir problemas de saúde nos anos posteriores.

Cuidados de saúde rotineiros

Ter um papel importante na sua própria saúde à medida que se envelhece é importante. Até porque corre um maior risco de ter doenças crónicas do que as mulheres mais jovens e poderá também ter de tomar mais medicamentos do que tomava há 30 anos atrás.

Por todas estas razões, todas as mulheres com 65 anos ou mais, devem fazer um exame físico anualmente. O exame deve incluir alguns rastreios de rotina, incluindo mamografia, rastreio do cancro do cólon, do recto e rastreio de densidade óssea, entre outros.

Exames de Rastreio

Teste de Papanicolau

É um exame no qual as células do colo do útero e da vagina são examinadas ao microscópio.

Mamografia

Técnica com baixa dosagem de raio-X usada para estudar os tecidos mamários.

Avaliação do perfil lipídico

É um exame ao sangue que mede o nível de substâncias gordas no sangue (colesterol total, colesterol LDL, colesterol HDL e triglicerídos).

Exame ao sangue oculto nas fezes

É um exame a uma amostra de fezes para a detecção de sangue, que pode ser um sinal de cancro do cólon ou recto.

Sigmoidoscopia

É um teste no qual uma sonda fina é introduzida no recto e no cólon inferior para procurar sinais de cancro.

Colonoscopia

É um exame a todo o cólon usando uma sonda pequena e iluminada.

Rastreio da densidade óssea

É um exame que verifica a força dos seus ossos através da medição dos minerais, incluindo cálcio, nos seus ossos através de raio-X, tomografia computorizada ou ultrasonografia.

Ionograma urinário

É um exame no qual uma análise da urina é estudada para verificar se existem algumas substâncias anormais.

Rastreio de hormona tiroi-estimulante

É um exame sanguíneo utilizado para verificar os níveis hormonais que desencadeiam (estimulam) a glândula da tiróide para fazer e libertar mais hormonais tiroideias.

Exame de glicose em jejum

É um exame que ajuda a diagnosticar a diabetes.

Por outro lado, com base nos seus factores de risco, o seu médico pode recomendar que faça outros testes, como exame auditivo para verificar perda de audição, exame de pele para verificar alterações em verrugas para a detecção precoce de cancro e pré-cancro, exame dental para verificar problemas dentários e manter os dentes limpos ou mesmo, exames visuais para verificar a visão.

É também importante que se assegure de que a imunização de que poderá necessitar está actualizada. As mulheres com mais de 65 anos podem ficar muito doentes com uma gripe. Na maioria dos casos, as gripes podem ser prevenidas com uma vacina contra a gripe. As mulheres mais velhas também devem tomar a vacina contra a pneumonia. Existe também uma vacina disponível para mulheres com mais de 60 anos para prevenir a herpes zoster (zona). A zona é uma inflamação dolorosa da pele que é causada pelo mesmo vírus que causa a varicela. O risco de ter zona cresce à medida que se envelhece. Tire o máximo partido da sua visita médica anual e viva saudável.

Artigos relacionados

Sexualidade da mulher na menopausa

Alimentação na menopausa

Exercício na menopausa

Foto: 
Nota: 
As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico e/ou Farmacêutico.
"Binge eating"
"Binge eating", em português transtorno de compulsão alimentar periódica, caracteriza-se p
Mulher a comer junto a frigorífico a ilustrar binge eating

Quase todos já experimentaram, em alguma ocasião, a sensação de comer até não poder mais, seguindo-se sentimentos de culpa e mal-estar. Existem, no entanto, pessoas que experimentam essa sensação duas/três vezes por semana, ou mesmo com maior frequência, apesar de se prometerem a si mesmas seguir uma dieta equilibrada. A esse comportamento os especialistas chamam de binge-eating (traduzido designa-se por transtorno da compulsão alimentar periódica), que se caracteriza pela ingestão de grande quantidade de alimentos num período de tempo delimitado (até duas horas), acompanhado da sensação de perda de controlo sobre o quê ou o quanto se come.

Trata-se de um transtorno muito comum, descrito pela primeira vez em 1959 por Stunkard, sendo mesmo considerado o mais comum de todos os transtornos alimentares. Estima-se que nos EUA afecte 3,5 por cento de todas as mulheres e 2 por cento de todos os homens em algum momento das suas vidas.

Calcula-se ainda que uma elevada percentagem de doentes submetidos a cirurgia bariátrica tenha esta desordem, para além de que doentes com a síndrome do pânico são mais vulneráveis a desenvolver este problema como forma de aliviar a sua ansiedade. De forma semelhante, doentes com transtornos de humor podem desenvolver binge eating, em consequência do não controlo das suas emoções.

Assim como outros transtornos alimentares, o binge eating geralmente começa na infância ou na adolescência por influência da família, mas também devido a factores hereditários, ambientais e socioculturais.

Os doentes possuem auto-estima mais baixa, preocupam-se mais com o peso e a forma física do que outros indivíduos que também possuem excesso de peso mas não possuem o transtorno. Por outro lado, além da sensação de perda de controlo e da quantidade de alimento consumido, esta desordem é frequentemente acompanhada de sentimentos de angústia, vergonha e culpa.

Apesar de ser uma condição generalizada, não consta na lista oficial do Manual de Diagnóstico e Estatística das Desordens Mentais da Associação Americana de Psiquiatria de Transtornos Mentais (American Psychiatric Association’s Diagnostic and Statistical Manual of Mental Disorders - DSM), embora já tenha sido proposta a sua inclusão.

Diagnóstico

Para um correcto diagnóstico desta desordem a American Psychiatric Association’s Diagnostic and Statistical estabeleceu um conjunto de critérios de diagnóstico que incluem:

  • Comer mais rapidamente do que o normal
  • Comer até se sentir desconfortavelmente cheio
  • Comer grandes quantidades de comida, mesmo quando não está fisicamente faminto
  • Comer sozinho por vergonha uma grande quantidade de alimentos
  • Sentimentos de depressão, desgosto ou culpa com os excessos cometidos.
  • Um doente tem de apresentar pelo menos três destes sintomas e devem ocorrer duas vezes por semana, ao longo de 6 meses, sem condutas de compensação (purga, laxantes ou outros meios inapropriados para compensar excessos).

Tratamento

O tratamento baseia-se na combinação de medidas farmacológicas e comportamentais. Existem diferentes classes de medicamentos utilizados no tratamento deste transtorno e que têm sido descritos como capazes de reduzir os sintomas de baixa auto-estima, dificuldades interpessoais, no humor e na qualidade de vida, além de um aumento do sentimento subjectivo de bem-estar.

Por outro lado, a terapia comportamental ajuda a reduzir significativamente o comportamento de compulsão alimentar.

Artigos relacionados

Anorexia nervosa não se resume a dietas rígidas

Anorexia nervosa

Bulimia nervosa

Fonte: 
Foto: 
Nota: 
As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico e/ou Farmacêutico.
Estudo conclui
Uma equipa internacional de investigadores, com elementos da Universidade de Coimbra, concluiu que o consumo de cafeína durante...

A nota de imprensa da Universidade de Coimbra (UC), revelando que o estudo foi já publicado na "Science Translational Medicine" (publicação do grupo "Science"), explica que "a equipa avaliou o seu impacto durante o período de gestação e descreveu, pela primeira vez, os efeitos nocivos do consumo de cafeína (em ratos fêmeas) durante a gravidez, sobre o cérebro dos seus filhotes".

"Este trabalho, apesar de realizado em roedores, sugere que devem ser realizados estudos cuidadosos para avaliar as consequências do consumo de cafeína por mulheres grávidas", diz ainda a nota da UC.

Para avaliar os efeitos da cafeína, os investigadores reproduziram, em ratos fêmeas, o consumo regular de café, em doses equivalentes ao consumo humano de três chávenas de café por dia, durante toda a gestação e até ao desmame das crias.

O coordenador da equipa portuguesa, Rodrigo Cunha, diz que os ratinhos jovens "mostraram maior suscetibilidade de desenvolver epilepsia e, quando atingiram a idade adulta, detectaram-se problemas de memória espacial".

A equipa de investigadores conseguiu identificar o mecanismo responsável pelos efeitos nocivos da cafeína no cérebro em construção.

Durante o desenvolvimento, "a cafeína altera a migração e inserção de neurónios que libertam GABA - o principal mediador químico inibidor no cérebro". "Estes neurónios formam-se numa região particular e depois migram para, entre outros lugares, o hipocampo, uma região do cérebro que desempenha um papel fundamental na formação da memória", descreve Rodrigo Cunha.

Constatou-se, "que a cafeína influencia directamente a migração destes neurónios, por bloquear a acção de um recetor específico, chamado A2A, diminuindo a velocidade de migração dos neurónios. Assim, as células vão chegar ao seu destino mais tarde do que o previsto. Esta migração tardia afecta a construção do cérebro com efeitos observados após o nascimento (alterações da excitabilidade celular e aumento da suscetibilidade a episódios convulsivos) e, durante a vida adulta, perda de neurónios e défices de memória".

Para o investigador, este estudo "é a primeira demonstração dos efeitos nocivos da exposição à cafeína sobre o cérebro em desenvolvimento e, embora questione o consumo de cafeína por mulheres grávidas, é necessário realçar o cuidado em extrapolar os resultados obtidos em modelos animais para a população humana, sem ter em consideração as diferenças no desenvolvimento do cérebro e da maturação entre as espécies".

A pesquisa, feita por investigadores da UC através do Centro de Neurociências e Biologia Celular (CNC) e das Faculdades de Medicina (FMUC) e de Ciências e Tecnologia (FCTUC), envolveu ainda cientistas da Alemanha e da Croácia.

Estudo Americano
Um estudo do Hospital Infantil de Boston, nos Estados Unidos, promete mudar a forma como os médicos tratam uma grande variedade...

O grupo descobriu que a dor causada nesses quadros de infecção não se dá pela resposta imunológica do corpo, como todos acreditavam, mas sim devido à acção da própria bactéria que gera a infecção. A dor é intensificada ainda mais quando a bactéria “conversa” com o sistema nervoso do corpo: quando os “neurónios da dor” percebem a sua presença, eles “relaxam” o sistema imunológico, permitindo mais actuação do microorganismo.

O neuroimunologista Isaac Chiu, que coordenou a pesquisa, ficou surpreso com a revelação, pois não imaginava que o corpo não accionava o sistema imunológico na chegada das bactérias. Mas, segundo o próprio, isso ocorre como uma tentativa de preservar os tecidos cutâneos envolvidos no quadro de infecção, minimizando as áreas de inflamação. É como se o corpo deixasse de lutar para guardar forças para a longa batalha que está em curso.

“Se pudermos bloquear a dor nos tecidos infectados e também prevenir a acção dos neurónios sensíveis a ela (que alertam o corpo da presença da bactéria, favorecendo a sua acção), poderemos tratar infecções bacterianas de forma muito mais eficiente», explicou.

No estudo divulgado na revista Nature, Chiu afirma que a ideia surgiu durante o cultivo de neurónios sensíveis a dor e células do sistema imunológico em laboratório. «Surpreendentemente observámos que os neurónios respondiam de imediato à presença de bactérias», disse.

Para chegar ao resultado, a equipa utilizou roedores com infecções cutâneas estafilocócicas e analisaram factores como dor, inchaço dos tecidos, número de células imunitárias e número de bactérias vivas nas cobaias.

Assim, descobriram que o nível de dor tinha uma relação directa com o número de bactérias presentes na infecção, com o seu pico no inchaço dos tecidos - que é causado pela acção da bactéria e não por uma resposta do corpo no local inflamado. Por isso, diz Chiu, a descoberta indica um avanço no tratamento de infecções.

Estudo conclui
Um grupo de investigadores norte-americanos concluiu que o consumo de framboesas promove a fertilidade nos homens e nas...

A responsabilidade é do alto nível de antioxidantes presentes neste fruto, que protegem o esperma de stress oxidativo.

Para além do controlo do peso, as framboesas revelam, assim, novos benefícios para a saúde. As conclusões são de um estudo levado a cabo pelo Departamento de Energia do Laboratório Nacional Lawrence Berkeley que diz que, a chave está nos altos níveis de vitamina C - um nutriente fulcral na fertilidade masculina -e de magnésio - que contribui para a produção de testosterona - deste fruto vermelho.

Segundo a investigação, os homens com mais de 44 anos que ingeriram uma maior quantidade de Vitamina C revelaram menos 20% de problemas a nível do ADN do esperma, do que aqueles que não ingeriram esse tipo de alimentos.

"As framboesas são fonte de nutrientes essenciais para promover a fertilidade tanto nos homens como nas mulheres", diz a nutricionista Juliet Wilson.

Ácido fólico promove fertilidade feminina

A especialista acrescenta que o mesmo tipo de nutrientes pode ser encontrado em alimentos como brócolos e batatas: "as framboesas ainda não são devidamente reconhecidas pelos benefícios que apresentam para a saúde. Além de muitas outras coisas, é um “snack” perfeito para os casais que quiserem ter filhos".

"Juntamente com o seu alto teor de vitamina C - uma única porção de framboesas fornece a mesma quantidade que 173 uvas - são uma excelente fonte de ácido fólico, que é essencial para as fases mais importantes da fertilidade feminina e para desenvolvimento inicial do embrião", explica Juliet Wilson.

Segundo a nutricionista, as framboesas são ainda um excelente controlador de peso, devido ao baixo teor de açúcar, lenta absorção do organismo e alto teor de fibras, que ajudam a diminuir a fome.

Saiba quais são
A diminuição do número de doenças profissionais e/ou acidentes de trabalho está intimamente ligado a
Vários trabalhadores ilustram factores de risco das doenças profissionais

As estatísticas de acidentes de trabalho e de doenças profissionais constituem-se como as únicas fontes de informação anual, disponíveis para efeitos de avaliação das condições de saúde e segurança no trabalho. Por isso, o estudo dos factores de risco laborais é essencial para que se compreenda a problemática dos acidentes e doenças profissionais e a forma como estes afectam a performance das organizações e da sociedade em geral.

Assim, as organizações devem dotar-se dos recursos necessários para combater e diminuir os acidentes de trabalho e doenças profissionais, nomeadamente através de processos de avaliação e prevenção dos riscos, bem como do desenvolvimento e adopção de políticas que fortaleçam e incrementem uma cultura de saúde e segurança organizacional.

Nos locais de trabalho, os riscos profissionais são inerentes ao ambiente ou ao processo operacional das diferentes actividades. Estes reflectem as condições inseguras do trabalho, capazes de afectar a saúde, a segurança e o bem-estar do trabalhador.

As condições inseguras relativas ao processo operacional - por exemplo, pisos molhados ou escorregadios, degradação do equipamento, utilização de material/equipamento frágil, etc. - são designadas por riscos de operação. Já as condições inseguras relativas ao ambiente de trabalho - por exemplo: presença de substância/preparação perigosa/restrita, presença de ambiente térmico inadequado, presença de ruído, etc. - são chamadas riscos de ambiente.

Por outro lado, os agentes agressivos do ambiente que podem afectar a saúde dos trabalhadores são de quatro tipos: químicos - poeiras, fibras, fumos, neblinas, aerossóis, gases e vapores -; físicos - ruído, vibrações, ambiente térmico, radiações ionizantes e não ionizantes, pressões anormais -; biológicos - vírus, bactérias, fungos, etc. - e ergonómicos - relacionados com factores fisiológicos e psicológicos inerentes à execução das actividades profissionais.

Principais factores de risco

Os principais factores de risco, aos quais os trabalhadores se encontram expostos no desenrolar da sua actividade de trabalho, são os seguintes:
- Riscos associados a agentes físicos;
- Riscos associados a agentes químicos;
- Riscos associados a agentes biológicos;
- Riscos associados ao posto e local de trabalho;
- Riscos associados a equipamentos;
- Riscos associados à movimentação de cargas;
- Riscos específicos (eléctricos, incêndio e explosão);
- Riscos ergonómicos;
- Riscos organizacionais;
- Riscos associados ao tempo de trabalho;
- Riscos psicossociais;
- Riscos pessoais ou individuais.

Intimamente relacionados com estes factores de risco, mas dotados de grande especificidade, estão os factores de risco associados ao tempo de trabalho, como seja, o número de horas de trabalho, o trabalho por turnos, o trabalho nocturno, o trabalho ao fim-de-semana e padrões de tempo de trabalho irregulares.

As maiores dificuldades no estudo dos factores de risco profissionais têm lugar quando deparados com os factores de risco psicossociais, pela impossibilidade de estabelecer um nexo causal entre as condições de trabalho e a manifestação de patologias psicossomáticas, devido à interferência de múltiplas variáveis entre as quais os factores pessoais ou individuais.

Artigos relacionados

Dicas ergonómicas

Lesões músculo-esqueléticas

As 10 profissões que provocam mais dores nas costas

Foto: 
Nota: 
As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico e/ou Farmacêutico.

Páginas