Arritmia hereditária
A Síndrome de Brugada é a causa mais comum de morte súbita (12% dos casos) em indivíduos sem alteraç
Coração

Dos pontos de vista anatómico e de contracção, o coração é normal (o ecocardiograma não mostra anormalidades). Até ao presente momento, sabe-se que alguns destes pacientes apresentam uma exuberante instabilidade eléctrica do coração (ventricular).

 

O que é a Síndrome de Brugada?

A Síndrome de Brugada é uma arritmia hereditária que faz com os ventrículos batam tão rapidamente que podem impedir que o sangue circule eficientemente no corpo. Quando esta situação ocorre (também chamada fibrilhação ventricular), o indivíduo desmaia e pode morrer em alguns minutos se o ritmo do coração não for restabelecido. Esta doença tem maior incidência em indivíduos do sexo masculino na idade adulta, sendo que os casos de morte súbita aparecem por volta dos 40 anos de idade, mas tem vindo a ser diagnosticada em todas as idades. Por isso, é importante fazer um rastreio em toda a família. Nem todos os que têm a doença terão arritmias. Assim, não se pode prever aqueles que irão ter problemas. Se o paciente tiver algum desmaio, este poderá estar relacionado com a Síndrome de Brugada, indicando a prática que essa pessoa tem um risco muito elevado de arritmias malignas.

Pode provocar morte súbita (através de fibrilhação ventricular), principalmente em indivíduos em repouso ou durante o sono.

O que é uma arritmia?

O ciclo regular de contracções faz com que o sangue seja bombeado eficazmente para fora do coração. Os problemas de ritmo podem ocorrer em qualquer lugar no sistema eléctrico e interferir com o bombeamento eficaz do sangue. O coração pode bater demasiado rápido (taquicardia), demasiado lento (bradicardia), ou de forma irregular. Estas batidas anormais são conhecidas como arritmias. Durante uma arritmia o paciente pode sentir sensações diferentes como: não sentir nada, sentir um martelamento no coração ou vibração, uma dor no peito ou falta de ar. Entretanto, quando a arritmia é muito severa o coração não pode bombear eficientemente o sangue, o que pode provocar o desmaio ou até mesmo a morte.

Há alguma medicamentação para a Síndrome de Brugada?

A Síndrome de Brugada foi descoberta há pouco mais de 15 anos e ainda não há nenhuma medicação para impedir os “black outs”.

Existe alguma forma de recuperar o batimento normal do coração quando este bate demasiado rápido?

Sim, há um dispositivo especial que se implanta debaixo da pele do tórax, chamado desfibrilhador, que quando detecta batimentos rápidos e irregulares, liberta uma carga eléctrica directamente no coração, fazendo aquilo que os informáticos chamam de “Reset”.

Se um de meus pais ou irmãos tem a Síndrome de Brugada o que devo fazer?

Contacte o seu médico que, provavelmente, irá executar um exame físico e um electrocardiograma. O padrão da Síndrome de Brugada pode ser visto em algumas ocasiões imediatamente a um esforço físico num electrocardiograma, mas às vezes, poderá ser necessária a administração de um medicamento.

Se o electrocardiograma mostrar o padrão da Síndrome, ou se teve alguns sinais de que o seu coração funciona mal, como a perda de consciência ou desmaios, o seu médico pode recomendar que se submeta a um teste electrofisiológico. Este é um teste que verifica a actividade eléctrica do seu coração e também se existe algum problema eléctrico que leve ao seu mau funcionamento.

Porque a Síndrome é hereditária, o médico pode pedir uma amostra de sangue para fazer uma análise genética na família.

Sinais e sintomas

Os pacientes portadores desta síndrome são assintomáticos fora das crises de arritmia cardíaca. Quando essas arritmias ocorrem, pode haver palpitações, tonturas, falta de ar, sensação de desmaio, desmaio e paragem cardíaca, podendo ocorrer uma morte súbita.

Diagnóstico

A documentação de arritmias ventriculares graves, história de síncope (desmaio) ou paragem cardíaca, um histórico familiar de morte súbita, o eletrocardiograma característico e um ecocardiograma sem alterações estruturais, levam ao diagnóstico.

Tratamento

Além do uso de antiarrítmicos, o desfibrilhador automático implantável (CDI – aparelho que identifica e trata as arritmias cardíacas com um choque eléctrico), é a única forma de tratamento dos pacientes portadores da Síndrome de Brugada.

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Como eliminar?
Se por um lado as tão frequentes dietas proporcionam umas linhas corporais mais definidas, por outro
Mulher com a mão no rabo

Procuramos deixar-lhe algumas sugestões do que pode fazer para ajudar a eliminar a flacidez da sua pele após uma tão esforçada dieta.

Mantenha uma alimentação equilibrada

Mesmo após ter atingido o peso pretendido na sua dieta, procure manter uma alimentação saudável dando preferência à fruta e aos legumes. Tenha em consideração que todos estes alimentos, especialmente os de casca laranja ou avermelhada por serem mais ricos em Vitamina C, contribuem bastante para a boa saúde da pele.

Carboxiterapia

A carboxiterapia consiste num método não cirúrgico, para tratar a celulite e combater a flacidez e a estrias. São aplicadas na pele injecções de dióxido de carbono medicinal, que estimula a produção de colagénio, deixando a mesma mais lisa e mais firme.

Tratamento com raios infravermelhos

Com resultados quase sempre garantidos, o recurso a este tipo de tratamento é por norma um pouco dispendioso. Normalmente feitos em clínicas de estética, estes tratamentos actuam retraindo os músculos, que por sua vez estimula a produção de colagénio.

Trate a sua pele com cremes

Existe uma grande variedade destes produtos no mercado. Procure utilizar cremes específicos para o combate à flacidez da pele. Deve saber que os cremes à base de silício aumentam a firmeza da pele e que existem produtos cujos ingredientes aceleram a produção de colagénio.

Pratique exercício físico

Como se sabe a prática de exercício físico contribui para o bem-estar da população em geral. Deverá procurar um tipo de actividade que vá de encontro com as suas necessidades e que acima de tudo lhe dê prazer em praticar, pois este é um factor que vai fazer com que a sua prática seja regular e sem sacrifício. Com o exercício não vai apenas melhorar a saúde da sua pele como vai também tonificar os músculos. Os exercícios físicos localizados podem ser de grande utilidade para a sua prevenção e tratamento.

Melhore a circulação

Para isso, não é apenas essencial realizar uma dieta baixa em gordura, mas o recurso a medicamentos ou a produtos naturais que melhorem a circulação do sangue podem ser úteis, uma vez que vão melhorar a chegada de nutrientes essenciais à pele. Consulte o seu médico ou farmacêutico, uma vez que eles poderão facultar-lhe indicações sobre as várias alternativas disponíveis e mais adequadas ao seu caso.

Aplicação de duches frios

Dados populares referem, que a aplicação de duches/banhos frios sobre a pele flácida, conseguem contrair a pele e dar-lhe firmeza.

Cirurgia

Nos indivíduos que se submeteram a cirurgia de emagrecimento, pode haver necessidade do recurso à cirurgia plástica para eliminar o excesso de pele.

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Hospitais Amigos dos Bebés
Com o intuito de uma política de promoção do aleitamento materno a UNICEF desenvolve, desde 1992, a

Uma gestação planeada ou desejada parece ser um pré-requisito importante para o sucesso do aleitamento materno, sugerindo a importância das consultas de planeamento familiar.

Parece especialmente importante a definição prévia da duração do aleitamento materno, pelo que a futura mãe deverá ser motivada para um maior compromisso em termos de amamentação. Para uma maior motivação materna, a mãe deverá ser elucidada sobre as vantagens do aleitamento materno para a mãe e para o bebé, o efeito de “dose-resposta” e o prazer que a amamentação pode constituir para uma mãe bem preparada para amamentar.

Alguns autores sugerem que a frequência de aulas de preparação para o parto durante a gestação deverá ainda fazer parte da rotina da futura mãe, no sentido de a familiarizar com os procedimentos do trabalho de parto e do parto, bem como do início da amamentação.

O 3.º trimestre da gestação tem sido apontado como o primeiro ponto de viragem em termos de sucesso do aleitamento materno, constituindo uma oportunidade privilegiada para uma primeira conversa entre a futura mãe e o pediatra do bebé, a fim de discutir o regime alimentar do bebé. Neste primeiro contacto devem veicular-se conhecimentos sobre a prática e a técnica do aleitamento materno, averiguar-se os conhecimentos e atitudes dos futuros pais face ao aleitamento materno e a existência, ou não, de mitos relacionados com a amamentação.

Para além de veicular informações quanto às vantagens do aleitamento materno para o bebé, é importante esclarecer as futuras mães sobre as vantagens do aleitamento materno para a própria mãe, nomeadamente sobre o prazer que uma mãe esclarecida e apoiada pode encontrar no aleitamento materno, pondo assim a tónica não no dever, mas no direito e no prazer de amamentar.

Em Portugal existe, constituída, uma Comissão Nacional Iniciativa Hospitais Amigos dos Bebés com sede na UNICEF, com objectivos claros nesta matéria. A Comissão tem vindo a desenvolver trabalho desde 1992, na formação de profissionais de saúde (enfermeiros, médicos, nutricionistas, entre outros) que se pretende contribua consistentemente para a saúde e bem-estar dos cidadãos.

Na sequência da actividade desenvolvida pela Comissão Nacional Iniciativa Hospitais Amigos dos Bebés, vários hospitais e maternidades portugueses têm-se candidatado a “Hospital Amigo dos Bebés”, estando actualmente em curso a avaliação das candidaturas.

Os objectivos desta iniciativa passam por:

1. Ter uma política de promoção do aleitamento materno, afixada, a transmitir regularmente a toda a equipa de cuidados de saúde.

2. Dar formação à equipa de cuidados de saúde para que implemente esta política.

3. Informar todas as grávidas sobre as vantagens e a prática do aleitamento materno.

4. Ajudar as mães a iniciarem o aleitamento materno na primeira meia hora após o nascimento.

5. Mostrar às mães como amamentar e manter a lactação, mesmo que tenham de ser separadas dos seus filhos temporariamente.

6. Não dar ao recém-nascido nenhum outro alimento ou líquido além do leite materno, a não ser que seja segundo indicação médica.

7. Praticar o alojamento conjunto: permitir que as mães e os bebés permaneçam juntos 24 horas por dia.

8. Dar de mamar sempre que o bebé queira.

9. Não dar tetinas ou chupetas às crianças amamentadas ao peito.

10. Encorajar a criação de grupos de apoio ao aleitamento materno, encaminhando as mães para estes, após a alta do hospital ou da maternidade.

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Comparando com a morfina
O veneno da centopeia contém uma molécula que pode ser mais eficaz do que a morfina no alívio da dor, indicam os resultados de...

A descoberta de que o veneno da centopeia pode ser mais eficaz do que a morfina para a aliviar a dor pode contribuir para o desenvolvimento de medicamentos destinados a pessoas que sofrem de dor crónica, disse Glenn King, investigador da Universidade de Queensland.

Os cientistas analisaram os canais de sódio, proteínas humanas que desempenham um papel importante na emissão de sinais eléctricos aos neurónios e células excitáveis, particularmente a proteína "Nav1.7", crucial na transmissão da dor e cuja mutação provoca uma ausência desta sensação, noticia o JN Online.

"A dificuldade estava em encontrar moléculas que fossem selectivas para aquele canal específico”, explicou Glenn King. Os investigadores descobriram que o veneno da centopeia chinesa de cabeça vermelha (Scolopendra subspinipes mutilans) tem 150 vezes mais possibilidades de afectar a "Nav1.7" em relação aos outros canais de sódio, alguns ligados a funções do coração e dos músculos.

O veneno foi injectado em ratos de laboratório e estes não tiveram efeitos secundários ao nível da pressão arterial ou da pulsação.

Nalgumas experiências o efeito do veneno da centopeia foi semelhante ao da morfina e noutras foi muito mais potente, tendo King destacado que o primeiro não causa adição porque não bloqueia os receptores como acontece com a morfina.

Os cientistas, cujo trabalho foi publicado na revista Proceedings of the National Academy of Sciences, esperam que aquela proteína funcione contra todos os tipos de dor.

Segundo King, 20% das pessoas já sofreram em algum momento de dor crónica, a que persiste durante três meses ou mais e cujos custos económicos foram estimados recentemente em 600 mil milhões de dólares (443.655 milhões de euros) anuais.

Cientistas da Universidade de Ciência de Tóquio
Investigadores criaram glândulas salivares e glândulas lacrimais utilizando células precursoras de ratos, um avanço na busca de...

Uma equipa de cientistas conduzida por Takashi Tsuji, da Universidade de Ciência de Tóquio, criou glândulas salivares e glândulas lacrimais utilizando células precursoras e transplantou os órgãos para os ratos.

Ambas as glândulas transplantadas uniram-se bem ao tecido adjacente, ligando-se aos vasos e fibras nervosas, adiantaram os cientistas. As glândulas lacrimais produziram lágrimas e as salivares responderam normalmente a estímulos da comida e protegeram o rato contra a infecção oral.

A equipa de Tsuji advertiu que é necessário criar um banco de células estaminais adequadas e resolver "vários problemas" antes de se poderem usar as glândulas secretoras de bioengenharia.

O trabalho foi publicado na revista científica Nature Communications, e tem potencial para ser utilizado no tratamento do mau funcionamento glandular causador das síndromes do "olho seco" ou "boca seca", que afectam dezenas de milhões de pessoas em todo o mundo.

O que fazer?
Infelizmente, o acidente vascular cerebral deixa frequentemente sequelas causadoras de incapacidade.
Homem a andar com andarilho

Um acidente vascular cerebral (AVC) ocorre quando uma parte do cérebro deixa de ser irrigada pelo sangue. Isto sucede sempre que um coágulo se forma num vaso sanguíneo cerebral ou é transportado para o cérebro depois de se ter formado noutra parte do corpo, interrompendo o fornecimento de sangue a uma região do cérebro.

Habitualmente ocorre hemiplegia (esquerda ou direita), ou seja, paralisia de um dos lados do corpo; perda da capacidade da linguagem chama-se, ou seja, afasia; podem ainda ocorrer perda da sensibilidade ou da força no lado afectado, perturbações do equilíbrio e alterações da visão.

Uma pessoa que sofre um AVC deve sempre ser observada num hospital, no mais curto espaço de tempo, para se avaliar a necessidade de internamento e ser estabelecido tratamento adequado, até para evitar que o acidente se repita.

Quando vai para casa, não obstante a sua incapacidade, é importante que o doente procure executar tarefas da vida diária, como sejam, virar-se na cama, levantar-se e sentar-se na beira da cama, lavar-se, comer, reeducar os intestinos e a bexiga ou utilizar a cadeira de rodas.

A maior parte das pessoas consegue, após um AVC, voltar a executar, sozinhas, essas actividades, desde que tenham a ajuda e o encorajamento adequados; outras aprendem o suficiente para necessitarem de pouca assistência. Contudo, os doentes devem, por si próprios e o mais cedo possível, procurar a autonomia e desempenhar um papel activo na sua recuperação. É natural que tenham receio de experimentar novas ocupações.

De início, devem ser estimuladas a realizar tarefas simples que estejam ao seu alcance, sendo-lhes dada a ajuda suficiente para que obtenham bons resultados.

Alguns aspectos a valorizar pelos familiares quando prestam cuidados aos doentes com AVC:

1. Deve ser dada apenas a ajuda necessária para que a pessoa consiga executar determinada tarefa. Há famílias que, com boas intenções, prestam demasiada ajuda, o que leva a que o doente não faça o suficiente pelos seus próprios meios e, por conseguinte, perca a confiança em si próprio. Deve deixar que execute sozinho as tarefas mesmo que demore mais tempo.

2. Deve-se encorajar o doente sem se lhe exigir demasiado. É necessário ser firme, mas compreensivo, e nunca se mostrar impaciente ou zangado.

Depois do AVC, o doente pode ter reacções estranhas, como chorar ou rir, sem motivo aparente. Isto não deve causar preocupação, porque se trata de uma manifestação normal da doença, que desaparece progressivamente com a sua evolução.

3. O doente deve ser encorajado a receber visitas, a sentar-se na varanda ou no jardim e a passear na rua. Não deve ficar isolado.

4. Não esquecer que, apesar da sua incapacidade, este doente deverá ser tratado com respeito, ser integrado nos assuntos da família, sendo-lhe pedida ajuda em pequenos trabalhos domésticos.

5. Deve estimular-se o doente a sair de casa e a integrar-se na comunidade. Existem centros de dia para pessoas idosas e com incapacidades, que podem proporcionar-lhe outras companhias e actividades. Quanto mais ocupado e activo estiver, melhor será a sua atitude, disposição e recuperação.

Apoio especializado

Para ajudar as pessoas que tiveram um AVC, para além do contributo da sua família e amigos, pode ser necessária a intervenção de vários profissionais.

Médico Assistente

Um acidente vascular cerebral ocorre, geralmente, em indivíduos que antes do AVC já tinham outra doença, tal como tensão alta, doenças do coração ou diabetes. Assim, a pessoa poderá ter de fazer dieta, tomar medicamentos ou ter outros cuidados para controlar essa situação. Poderá, ainda, necessitar de um analgésico, devido a um problema articular que tenha surgido no lado afectado. O médico assistente prestará ajuda e encaminhá-la-á, se necessário, para um fisioterapeuta ou outro profissional, acompanhando o trabalho deste.

Enfermeiro

Cabe ao enfermeiro orientar o doente e estimulá-lo a fazer os exercícios em casa, assim como aconselhar quanto aos cuidados a ter com a pele, bexiga e intestinos e ajudá-lo na escolha e utilização de dispositivos e aparelhos de que necessita.

Cabe-lhe também dar informações, apoio e orientações à família e a outras pessoas envolvidas na prestação de cuidados.

Fisioterapeuta

Fará os tratamentos indicados pelo médico e treinará a pessoa na execução de exercícios e no uso das ajudas técnicas (bengala, cadeira de rodas, etc.). Apesar de não reverter as lesões cerebrais, a fisioterapia pode melhorar substancialmente a capacidade motora e a qualidade de vida.

Terapeuta ocupacional

Ajudará o doente a automatizar-se, com as capacidades restantes, nas actividades da vida diária.

Terapeuta da fala

Procederá à avaliação e tratamento, ou ensinará os familiares a encarregarem-se dos exercícios de reeducação da fala.

Assistente social

A assistente social, que pode estar ligada a qualquer entidade ou organização local (autarquia, centro de saúde, paróquia, etc.), dará informações sobre os direitos relativos à assistência financeira (incluindo apoio no preenchimento dos impressos e elaboração dos pedidos) e sobre os serviços disponibilizados pelas entidades e organizações locais.

Saúde Mental

A depressão é frequente nos sobreviventes de um AVC, que muitas vezes necessitam de apoio dos profissionais de saúde mental. O apoio emocional de familiares e amigos é também muito importante para se aprender a viver com as consequências de um AVC.

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São múltiplas e reconhecidas
As vantagens do aleitamento materno são múltiplas e já bastante reconhecidas.
Vantagens dar de mamar

O leite materno é um alimento vivo, completo e natural, adequado para quase todos os recém-nascidos, salvo raras excepções. As vantagens do aleitamento materno são múltiplas e já bastante reconhecidas, quer a curto, quer a longo prazo, existindo um consenso mundial de que a sua prática exclusiva é a melhor maneira de alimentar as crianças até aos 6 meses de vida.

O aleitamento materno tem vantagens para a mãe e para o bebé, uma vez que previne infecções gastrointestinais, respiratórias e urinárias, tem um efeito protector sobre as alergias, nomeadamente as específicas para as proteínas do leite de vaca para além que o leite materno faz com que os bebés tenham uma melhor adaptação a outros alimentos. A longo prazo, os especialistas referem também benefícios na prevenção da diabetes e de linfomas.

No que diz respeito às vantagens para a mãe, o aleitamento materno facilita uma involução uterina mais precoce, e associa-se a uma menor probabilidade de ter cancro da mama entre outros. Sobretudo, permite à mãe sentir o prazer único de amamentar.

Para além de todas estas vantagens, o leite materno constitui o método mais barato e seguro de alimentar os bebés.

Existe actualmente o consenso entre os pediatras de que a duração ideal do aleitamento materno exclusivo, ou seja, sem que seja oferecido ao bebé mais nenhum alimento, é de 6 meses. No entanto, é preciso que o bebé tenha um bom estado nutricional, ou seja, aumente de peso de maneira adequada e tenha um bom desenvolvimento psicomotor.

O sucesso do aleitamento materno tem também de ter em conta o projecto materno sob o ponto de vista da mãe. Ou seja, a prática do aleitamento materno de curta duração pode ser um sucesso desde que corresponda às suas expectativas. Até porque a decisão de amamentar é uma decisão pessoal, sujeita a muitas influências, resultantes da socialização de cada mulher. Muitas mulheres nem sabem bem por que decidiram amamentar e, quando lhes é perguntada a razão, dizem que vão amamentar porque sim. Provavelmente estas mulheres cresceram naquilo que alguns autores chamam meio aleitante, ou seja, um ambiente em que o aleitamento materno era praticado de maneira natural, sem ser posta a questão de como alimentar os bebés.

Outras mães decidem amamentar porque valorizam positivamente as consequências do aleitamento materno, quando comparado com outro tipo de alimentação, podendo ser ou não influenciadas pelo seu companheiro, amigas, mãe ou profissionais de saúde.

Seja qual for a decisão, não se deve culpabilizar uma mãe que não quer ou não pode amamentar, providenciando nestes casos os conselhos adequados à prática de uma alimentação com leites artificiais.

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O maior órgão do corpo humano
Os cuidados com a pele vão para além de questões estéticas.
Pele

A pele é o maior e mais pesado órgão do corpo humano. Num adulto mede quase 2 m2 e pesa aproximadamente entre 4 e 9 Kg. A pele é um órgão vital e, sem ela, a sobrevivência seria impossível.

Ela envolve o corpo e determina o seu limite com o meio externo exercendo funções como a regulação térmica, a defesa orgânica, o controle do fluxo sanguíneo, a protecção contra diversos agentes do meio ambiente e funções sensoriais (calor, frio, pressão, dor e tacto).

Ou seja, actua como barreira protectora contra agentes do meio ambiente como bactérias ou vírus e tem ainda uma função excretora de substâncias que necessitam ser eliminadas pelo organismo.

É formada por três camadas: epiderme, derme e hipoderme, da mais externa para a mais profunda, respectivamente.

Epiderme
A epiderme, camada mais superficial, é composta por vários tipos de células, cada qual com a sua função. Os queratinócitos, as principais células da epiderme, estão em constante renovação, sendo as células exteriores mais “velhas”continuamente eliminadas, de forma imperceptível.

Nas camadas mais externas os queratinóticos transformam-se em cornéocitos (células quase mortas) e são embebidos num cimento lipídico, formando a chamada “camada córnea”. Esta camada é responsável pela protecção contra as agressões exteriores e pela impermeabilização da pele, mantendo a água na superfície da pele dando-lhe elasticidade e suavidade ao toque.

Nesta camada mais superficial encontram-se também os melanócitos, células responsáveis pelo pigmento que dá cor à pele (a melanina). Existem ainda células que têm como função a defesa imunológica e que são chamadas células de Langerhans, e outras com actividade neuro-sensorial (células de Merkel).

É também na epiderme que têm origem os anexos cutâneos: unhas, pêlos, glândulas sudoríparas e glândulas sebáceas. As unhas são estruturas ricas em queratina e actuam como protectoras das extremidades dos dedos das mãos e dos pés.

Os pêlos existem praticamente em todo o corpo, excepto nas palmas das mãos e plantas dos pés. No couro cabeludo, por exemplo, existem em média 100 a 150 mil cabelos, dos quais perdemos 70 a 100 por dia, sendo renovados ciclicamente. Este ciclo de renovação apresenta três fases: anágena (fase de crescimento) - dura cerca de dois a cinco anos, catágena (fase de interrupção do crescimento) - dura cerca de três semanas e telógena (fase de queda) - dura cerca de três a quatro meses.

As glândulas sudoríparas e as glândulas sebáceas são, respectivamente, responsáveis por regular a temperatura corporal (através da eliminação de substâncias que dão origem ao suor) e por produzir e excretar a oleosidade ou sebo na pele.

Derme
A derme, camada localizada entre a epiderme e a hipoderme, é responsável pela resistência e elasticidade da pele. É constituída por tecido conjuntivo (fibras colágenas e elásticas envoltas por substância fundamental), vasos sanguíneos e linfáticos, nervos e terminações nervosas que estabelecem a comunicação da pele com o restante organismo.

Os folículos pilossebáceos e glândulas sudoríparas, originadas na epiderme, também localizam-se na derme.

Hipoderme
A hipoderme, também chamada de tecido celular subcutâneo, é a porção mais profunda da pele. É composta por feixes de tecido conjuntivo que envolvem células gordurosas (adipócitos) e formam lobos de gordura.

A sua estrutura fornece protecção contra traumas físicos, além de ser um depósito de calorias.

Cuidados com a pele

Higiene da pele
A pele necessita de cuidados de higiene regular, ainda que não seja absolutamente necessário o banho completo diário, em particular nas pessoas de mais idade e de pele mais seca.

Na lavagem da pele devem ser utilizadas água tépida e os produtos de higiene devem ser suaves com pouco efeito detergente, de forma a não deteriorar a camada córnea mais externa da pele, responsável pelo equilíbrio em termos de hidratação da pele e das outras funções de defesa da pele.

Nas pessoas com pele mais seca, a aplicação de um creme hidratante logo após o banho, pode aumentar a fixação da água na pele e pode levar à pele um complemento de gordura que melhora a textura da pele.

Protecção solar
O sol é fonte de energia e de vida e tem efeitos benéficos sobre a saúde, sendo reconhecido o seu papel na síntese da vitamina D, podendo ainda afectar de forma positiva o humor, através de acção anti-depressiva.

No entanto, as preocupações em relação às consequências negativas da exposição solar surgiram quando o comportamento natural, de procurar a sombra nas horas de maior intensidade da radiação solar, foi substituído pela exposição, deliberada e excessiva, ao sol com o intuito de obter uma tonalidade bronzeada.

A consequência imediata foi o aumento do número de queimaduras solares, envelhecimento prematuro da pele e, sobretudo, o aumento marcado da incidência de vários tipos de cancro da pele.

É permitido desfrutar do sol mas de uma forma segura, sem colocar a saúde em risco. Para isso há que respeitar as regras básicas: evitar a exposição solar directa entre as 12 e as 16 horas e utilizar um protector solar adequado ao seu tipo de pele.

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Muito frequente em ambiente hospitalar
Este tipo de pneumonia apresenta elevada prevalência em pessoas mais velhas, em situação de ambiente
Pneumonia estafilocócica

Vários milhões de pessoas desenvolvem pneumonias, provocadas por diferentes agentes, e grande número morre todos os anos. A pneumonia estafilocócica é provocada pela bactéria com o nome de Staphylococcus aureus. É responsável por apenas 2 por cento dos casos de pneumonia adquirida fora do hospital, mas, em contrapartida, provoca entre 10 e 15 por cento das pneumonias que se adquirem nos hospitais onde estes doentes foram internados para receber tratamento por outras perturbações.

O nome Staphylococcus deriva da palavra grega estafilo ou “cacho de uvas”, devido à característica da bactéria se parecer com um cacho quando examinada ao microscópio.

Existem 32 espécies de staphylococci, mas apenas 17 são inerentes ao homem.

O Staphylococcus aureus é especialmente prevalecente devido às suas proteínas de superfície, que permitem ao organismo ligar-se a tecidos e corpos estranhos revestidos. Isto permite que a bactéria adira a dispositivos como suturas, cateteres urinários fixos e próteses valvulares, úlceras de pressão, muito frequentes em doentes internados ou que foram submetidos a uma grande cirurgia.

O índice de mortalidade é elevado - 15 a 40 por cento – graças ao facto de os indivíduos que contraem pneumonia estafilocócica, em geral, já estarem gravemente doentes. Por isso, a doença é mais prevalente em pessoas de idade avançada e em indivíduos debilitados por outras doenças, mas também é muito frequente encontrar a doença em crianças. Também tende a verificar-se nos alcoólicos.

Sintomas
O Staphylcoccus provoca os sintomas clássicos da pneumonia, mas os arrepios e a febre são mais persistentes na pneumonia estafilocócica do que na pneumocócica.

O Staphylococcus pode originar abcessos (acumulações de pus) nos pulmões e produzir quistos pulmonares que contêm ar (pneumatocelos), especialmente nas crianças. Esta bactéria pode ser transportada pela corrente sanguínea a partir do pulmão e produzir abcessos em qualquer lugar.

A acumulação de pus no espaço pleural (empiema) é relativamente frequente. Estas acumulações esvaziam-se utilizando uma agulha ou um tubo introduzido no tórax.

Propagação
Muitos recém-nascidos e a maioria das crianças e dos adultos são colonizados intermitentemente pelo Staphylococcus aureus, que se pode alojar na zona naso-faríngea, ocasionalmente na pele e na roupa, e mais raramente na vagina e no recto. A partir destes locais, o Staphylococcus aureus pode contaminar qualquer zona da pele ou das membranas mucosas, ou outras pessoas, por transferência directa ou aerossol.

A pele e as membranas mucosas intactas são barreiras eficazes contra a invasão local. No entanto, se estas barreiras forem rompidas devido a trauma, cirurgia ou dispositivos existentes, o Staphylococcus aureus pode passar a ter acesso ao tecido subjacente e originar um abcesso local que consiste em tecido necrosado, fibrina e glóbulos brancos vivos ou mortos.

Em qualquer altura, a multiplicação do Staphylococcus aureus pode subjugar os mecanismos de defesa locais e invadir o sistema linfático ou a corrente sanguínea – uma complicação grave que permite que a bactéria invada outros tecidos, incluindo o coração (endocardite), pulmões (pneumonia) ou ossos (osteomielite).

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Estudo identifica:
Investigadores do Instituto de Investigação Biomédica de Bellvitge (Idibell), em Espanha, identificaram as características dos...

O estudo, liderado por Manel Esteller, director do programa de Epigenética e Biologia do Cancro do Idibell, que permitiu identificar tumores do pulmão minúsculos, mas altamente malignos, foi publicado na revista científica Journal of Clinical Oncology.

O cancro do pulmão é actualmente o mais letal e é diagnosticado sobretudo num estágio avançado, o que limita o tratamento.

Os tumores pulmonares pequenos são um subtipo que, devido aos avanços no diagnóstico, se podem detectar em fases precoces e em relação aos quais a cirurgia pode ser curativa. No entanto, um terço destes tumores é altamente agressivo e extremamente propenso a gerar metástases.

O estudo, um projecto internacional financiado pela União Europeia, analisou "o cancro do pulmão no estádio I, aqueles tumores em que a cirurgia pode ser curativa", disse Manel Esteller.

"Descobrimos que um em cada três pequenos tumores reaparecerá e estará associado à morte do paciente. Mas o mais importante é já podermos começar a identificar que cancro se comportará desse modo tão agressivo", adiantou.

Os investigadores analisaram o ADN daqueles tumores e detectaram "alterações no seu programa genético, as designadas lesões epigenéticas, associadas a uma maior facilidade de crescerem e de se estenderem ao resto do corpo", explicou Esteller.

Anualmente são diagnosticados na Europa mais de 150.000 casos de cancro do pulmão, dos quais apenas entre 10 a 15% sobrevivem cinco anos depois.

Fique a saber
Os soluços não se controlam, são inofensivos e não representam um problema de saúde.
Mulher a tapar a boca com a mão

Já todos passámos por situações de algum constrangimento quando de repente e sem aviso prévio surgem, descontroladamente, os soluços. Capazes de provocar uma gargalhada nas pessoas que nos rodeiam, não deixam de ser incómodos para quem os tem.

Estes acontecem devido a um estímulo involuntário dos músculos relacionados com a respiração, quase sempre o diafragma. As contracções do diafragma e dos músculos intercostais aceleram a inspiração com o fecho súbito da glote e geram uma respiração rápida e curta, não sincronizada com o ciclo respiratório e com um ruído característico devido ao encerramento das cordas vocais.

Não há uma causa específica para os soluços, no entanto existem alguns factores que podem favorecer a sua ocorrência, são eles:

  • Distensão gástrica causada pela ingestão de bebidas com gás;
  • Entrada no estômago de ar ou alimentos em grande volume;
  • Mudanças súbitas de temperaturas dos alimentos ingeridos ou mesmo da pele;
  • Ingestão de álcool;
  • Stress, excitação ou gargalhadas.

Para parar os soluços é necessário interromper o ciclo respiratório, sustendo a respiração até que o seu ritmo volte ao normal.

Conheça algumas técnicas usadas para parar os soluços:

  • Beber um copo de água de uma só vez, sem respirar;
  • Respirar profundamente e regularmente até que os soluços parem;
  • Engolir bocados de pão seco;
  • Comer gelo triturado;
  • Ingerir uma colher de açúcar;
  • Dobrar as pernas sobre o abdómen;
  • Respirar para dentro de um saco;
  • Apanhar um "susto";

Normalmente e na maior parte dos casos os soluços duram curtos períodos de tempo sem prejudicar a respiração, no entanto quando acontecem por longos períodos, como horas ou até mesmo dias, poderão indicar um problema de saúde grave. Estes casos estão associados a causas metabólicas e neurológicas, podendo reflectir a presença de um traumatismo, acidente vascular cerebral ou mesmo um tumor cerebral. A insuficiência renal com altos níveis de ureia no sangue ou uma diminuição de dióxido de carbono no sangue podem igualmente desencadear soluços, tal como uma introdução acidental de objectos no ouvido.

Nestes casos a consulta médica é aconselhável.

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Insulinodependentes
Devidamente tratada, a diabetes não impede o doente de ter uma vida perfeitamente normal e autónoma.
Diabetes

A diabetes é uma doença crónica que se caracteriza pelo aumento dos níveis de açúcar (glicose) no sangue e pela incapacidade do organismo em transformar toda a glicose proveniente dos alimentos. À quantidade de glicose no sangue chama-se glicemia e quando esta aumenta diz-se que o doente está com hiperglicemia.

É uma doença em crescimento, que atinge cada vez mais pessoas em todo o mundo e em idades mais jovens. De acordo com os dados do Relatório Anual do Observatório Nacional da Diabetes 2012 estima-se que em Portugal existam 991 mil portugueses com diabetes, embora só 56% estejam diagnosticados. A doença afectava, em 2011 mais de 3000 jovens até os 19 anos com diabetes tipo 1, manifestando uma ligeira tendência de crescimento desde 2002.

Existem diferentes tipos de diabetes - diabetes tipo 2 (diabetes não insulinodependente), diabetes tipo 1 (diabetes insulinodependente) e a diabetes gestacional. É sobre a diabete tipo 1 que agora nos centramos.

A diabetes tipo 1 é mais rara e designa-se também por diabetes insulinodependente. Isto porque o pâncreas produz insulina em quantidade insuficiente ou em qualidade deficiente ou ambas as situações. Como resultado, as células do organismo não conseguem absorver, do sangue, o açúcar necessário, ainda que o seu nível se mantenha elevado e seja expelido para a urina.

Contrariamente à diabetes tipo 2, a diabetes tipo 1 aparece com maior frequência nas crianças e nos jovens, podendo também aparecer em adultos e até em idosos. Não está directamente relacionada, como no caso da diabetes tipo 2, com hábitos de vida ou de alimentação errados, mas sim com a manifesta falta de insulina. Os doentes necessitam de uma terapêutica com insulina para toda a vida, porque o pâncreas deixa de a produzir, devendo ser acompanhados em permanência pelo médico e outros profissionais de saúde.

Os doentes podem ter uma vida saudável, plena e sem grandes limitações, bastando que façam o tratamento prescrito pelo médico correctamente. O objectivo do tratamento é manter o açúcar (glicose) no sangue o mais próximo possível dos valores considerados normais (bom controlo da diabetes) para que se sintam bem e sem nenhum sintoma da doença.

Serve ainda para prevenir o desenvolvimento das manifestações tardias da doença e ainda para diminuir o risco das descompensações agudas, nomeadamente da hiperglicemia e da cetoacidose (acidez do sangue).

Este tratamento, que deve ser acompanhado obrigatoriamente pelo médico de família, engloba três vertentes fundamentais: adopção de uma dieta alimentar adequada, prática regular de exercício físico e o uso da insulina.

Um bom controlo da doença significa que os níveis de açúcar no sangue se encontram dentro dos parâmetros definidos pelos especialistas. É o médico que, de acordo com factores como a idade, tipo de vida, actividade e existência de outras doenças, define quais os valores de glicemia que o doente deve ter em jejum e depois das refeições.

O doente deve diariamente analisar-se e vigiar-se a si próprio, quer através do seguimento da alimentação correcta e da prática de exercício, quer da realização de testes de glicemia capilar (picada no dedo) diariamente e várias vezes ao dia. São esses testes que permitem saber se o açúcar no sangue está elevado, baixo ou normal e que, posteriormente, lhe permitem o ajustamento de todo o tratamento.

O tratamento da diabetes tipo 1 é feito com insulina. A insulina é uma hormonal hipoglicemiante segregada pelas células beta dos ilhéus de Langerhans do pâncreas, que é usada no tratamento dos doentes diabéticos. Pode ser obtida a partir do pâncreas do porco ou feita quimicamente e de forma idêntica à insulina humana através do uso de tecnologia do ADN recombinante ou da modificação química da insulina do porco.

Em Portugal só é comercializada insulina igual à insulina humana, produzida com recurso a técnicas de engenharia genética, sendo as reacções alérgicas muito raras em virtude da sua grande pureza. No mercado estão disponíveis diversas concentrações de insulina.

O tratamento com insulina é feito através de injecção na gordura por baixo da pele ou através da utilização da bomba de perfusão subcutânea de insulina. A insulina pode ser injectada na região abdominal, nas coxas, nos braços e nas nádegas. A parede abdominal é o local de eleição para uma mais breve absorção da insulina de acção rápida. Deve ser usada para as injecções realizadas durante o dia. A coxa utiliza-se preferencialmente para as injecções de insulina de acção intermédia, sendo a região das nádegas uma boa alternativa. Deve proceder-se à rotação dos locais onde se administra a injecção, de forma a evitar a formação de nódulos, porque estes podem interferir na absorção da insulina.

Os frascos de insulina, as cargas instaladas nas canetas e as seringas pré-cheias descartáveis em uso devem ser conservados à temperatura ambiente, mas afastados da luz solar directa e de locais como a televisão e o porta-luvas do carro.

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Pesquisa identifica:
Numa investigação com ratinhos, os cientistas conseguiram identificar um circuito cerebral que leva os animais a continuarem a...

Uma descoberta realizada por cientistas da Universidade da Carolina do Norte, nos Estados Unidos, e do Centro Médico de Utrecht, na Holanda, pode reforçar as armas da ciência no tratamento de distúrbios alimentares e obesidade.

Cientistas conseguiram, a partir da observação do cérebro de roedores, identificar um circuito cerebral que leva os animais a continuarem a comer mesmo quando já estavam cheios - e também a recusar comida mesmo quando famintos.

Esse circuito é composto por neurónios que agem sobre o hipotálamo lateral, região do cérebro responsável por controlar impulsos como o acto de comer.

A equipa de investigadores estudou a actividade desses neurónios, localizados na área do cérebro chamada núcleo leito da estria terminal (NLET).

Ao serem activados durante o processo de alimentação, inibiram a actuação do hipotálamo lateral.

Para manipular os neurónios da NLET, os cientistas usaram a técnica da optogenética, activando-os um a um. Dessa forma, os cientistas suprimiram a actividade dos neurónios sobre o hipotálamo lateral, fazendo os roedores continuarem a comer mesmo após já terem ingerido quantidade suficiente de alimento.

Com essa supressão de actividade provocada artificialmente, os animais de laboratório acabaram por procurar alimentar-se além da conta, e pior, escolhendo alimentos de alto nível calórico.

Segundo o estudo, publicado na revista a Science, descoberta deve explicar como o rompimento desse mecanismo de sinalização de satisfação ao cérebro pode desencadear comportamentos alimentares inadequados.

Saiba como:
A nova roda dos alimentos tem como objectivo generalizar orientações para uma alimentação saudável.
Roda dos alimentos

Uma alimentação completa, equilibrada e variada são as principais orientações que, a nova roda dos alimentos, quer passar à população. Ou seja, deve comer-se, diariamente, alimentos de cada grupo e beber águas; comer maior quantidade de alimentos pertencentes aos grupos de maior dimensão e menor quantidade dos que se encontram nos grupos de menor dimensão, de forma a ingerir o número de porções recomendado e comer alimentos diferentes dentro de cada grupo variando diariamente, semanalmente e nas diferentes épocas do ano.

O número de porções recomendado pela roda dos alimentos depende das necessidades energéticas individuais. Isto é, as crianças de 1 a 3 anos devem guiar-se pelos limites inferiores e os homens activos e os rapazes adolescentes pelos limites superiores. A restante população deve orientar-se pelos valores intermédios.

Os valores limite (mínimo e máximo) das porções recomendadas foram calculados para os valores energéticos de 1300Kcal e 3000Kcal, sendo a quantidade intermédia correspondente a um plano alimentar de 2200Kcal.

Cereais e derivados, tubérculos - 4 a 11 porções

  • 1 Pão (50g)
  • 1 Fatia fina de broa (70g)
  • 1 e 1/2 batata - tamanho médio (125g)
  • 5 Colheres de sopa de cereais de pequeno-almoço (35g)
  • 6 Bolachas - tipo Maria / água e sal (35g)
  • 2 Colheres de sopa de arroz / massa crus (35g)
  • 4 Colheres de sopa de arroz / massa cozinhados (110g)

Hortícolas - 3 a 5 porções

  • 2 Chávenas almoçadeiras de hortícolas crus (180g)
  • 1 Chávena almoçadeira de hortícolas cozinhados (140g)

Fruta - 3 a 5 porções

  • 1 Peça de fruta - tamanho médio (160g)

Lacticínios - 2 a 3 porções

A generalidade da população deve consumir 2 porções, com excepção de crianças e adolescentes, que necessitam de 3 porções.

  • 1 Chávena almoçadeira de leite (250ml)
  • 1 Iogurte líquido ou 1 e 1/2 iogurte sólido (200g)
  • 2 Fatias finas de queijo (40g)
  • 1/4 de queijo fresco - tamanho médio (50g)
  • 1/2 Requeijão - tamanho médio (100g)

Carnes, pescado e ovos - 1,5 a 4,5 porções

  • Carnes / pescado crus (30g)
  • Carnes / pescado cozinhados (25g)
  • 1 Ovo - tamanho médio (55g)

Leguminosas - 1 a 2 porções

  • 1 Colher de sopa de leguminosas secas cruas (ex: grão de bico, feijão, lentilhas) (25g)
  • 3 Colheres de sopa de leguminosas frescas cruas (ex: ervilhas, favas) (80g)
  • 3 Colheres de sopa de leguminosas secas / frescas cozinhadas (80g)

Gorduras e óleos - 1 a 3 porções

  • 1 Colher de sopa de azeite / óleo (10g)
  • 1 Colher de chá de banha (10g)
  • 4 Colheres de sopa de nata (30ml)
  • 1 Colher de sobremesa de manteiga / margarina (15g)

Água
A água, não possuindo um grupo próprio, está também representada em todos eles, pois faz parte da constituição de quase todos os alimentos. Sendo a água imprescindível à vida, é fundamental que se beba em abundância diariamente. As necessidades de água podem variar entre 1,5 e 3 litros por dia.

Não esquecer
Embora a água seja a melhor bebida para satisfazer a sede, pode também recorrer-se a outras bebidas que não contenham adição de açúcar, álcool ou cafeína. Os sumos de fruta naturais e os chás sem cafeína (camomila, cidreira, limão, tília...) são exemplos destas bebidas.

O café e alguns chás e refrigerantes contêm cafeína, substância estimulante cuja ingestão deve ser limitada a um máximo de 300mg por dia. No caso de crianças e adolescentes o seu consumo está desaconselhado.

Teores médios de cafeína (mg)

1 Café cheio

1 Café médio

1 Café curto

1 Refrigerante cola

1 Chávena de chá

1 Descafeinado

125

115

104

46

36

2

As bebidas alcoólicas contêm por definição, álcool etílico ou etanol. O seu consumo é totalmente desaconselhado a crianças, jovens, grávidas e aleitantes. Com moderação, e a acompanhar as refeições, os adultos podem consumi-las sem risco.

Açúcar e produtos açucarados
Refrigerantes, bolos, chocolates, compotas, rebuçados e outros doces são exemplo de alimentos especialmente ricos em açúcar. O consumo deste tipo de alimentos deve ser feito, preferencialmente, no final das refeições, e a sua ingestão não deve ser diária mas restrita a ocasiões festivas.

A leitura cuidadosa dos rótulos é fundamental na selecção de alimentos com reduzido teor em açúcares. Sob a designação de açúcares engloba-se, por exemplo, sacarose (vulgar açúcar de mesa), glucose, dextrose, frutose, maltose, lactose, açúcar invertido, mel, melaço, etc.

Sal e produtos salgados
A quantidade de sal ingerida por dia deve ser inferior a 5g. A melhor forma de satisfazer esta recomendação é moderar não só o consumo de produtos salgados (por exemplo produtos de salsicharia/charcutaria, alimentos enlatados, batatas fritas, aperitivos, …) mas também a utilização de sal em natureza.

A leitura atenta dos rótulos é fundamental na selecção de alimentos com reduzido teor de sal e sódio. O termo sódio isolado ou em combinação com outras palavras (por exemplo, cloreto de sódio) é utilizado para descrever a fonte de sódio presente no alimento.

A substituição do sal por ervas aromáticas (aipo, alecrim, alho, cebolinho, coentro, estragão, hortelã, louro, orégão, salsa, …) e especiarias (açafrão, baunilha, canela, caril, colorau, noz-moscada, …) na preparação e confecção de alimentos é uma boa forma de adicionar sabor e realçar a cor aos alimentos.

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As várias escolhas
A história da contracepção oral tem mais de 40 anos.
Contraceptivos Mulher

O aparecimento da pílula foi uma das maiores revoluções do século XX. O controlo por parte da mulher da sua capacidade de concepção foi, sem sombra de dúvida, um forte contributo para a revolução social que caracterizou o período pós-guerra, tornando-se o símbolo da liberdade e da emancipação da mulher.

Desde 1959, a utilização de contraceptivos orais hormonais tem estado disponível como um método altamente eficaz e bem aceite para o controlo da natalidade.

Até ao momento presente, mais de 150 milhões de mulheres já utilizaram este método e, actualmente 60 a 80 milhões de mulheres utilizam diariamente contraceptivos orais como método contraceptivo.

Contudo, as utilizadoras deste método não esperam dele apenas eficácia contraceptiva ou um perfil de segurança fiável, mas também benefícios adicionais para o bem-estar geral.

O que é a contracepção?
A contracepção é qualquer processo que evite a fertilização do óvulo ou a implantação do ovo e ocorra uma gravidez indesejada. Os métodos de contracepção são múltiplos, podendo ser classificados de acordo com o seu objectivo.

As várias escolhas contraceptivas

  • Abstinência
  • Aleitamento
  • Coito interrompido
  • Contracepção Hormonal Injectável
  • Contracepção Oral Hormonal
  • Diafragma
  • Dispositivos intra-uterinos (D.I.U.)
  • Espumas, cremes e comprimidos vaginais espermicidas
  • Esterilização
  • Implantes contraceptivos
  • Períodos de abstinência
    • Método das Temperaturas
    • Método do Calendário
    • Método do Muco Cervical
  • Preservativo feminino
  • Preservativo masculino
  • Vasectomia
    Contracepção de emergência
    • Pílula do Dia Seguinte
    • Aborto cirúrgico

Contracepção hormonal oral
A pílula é um método contraceptivo muito seguro quando correctamente usado. Existe desde 1955. É um comprimido que contém hormonas sintéticas semelhantes às que são produzidas pelos ovários das mulheres: o estrogéneo e a progesterona.

Existem dois tipos fundamentais:

A pílula combinada que associa estrogéneos e progestagéneos e previne a ovulação. Disponíveis dois tipos de embalagens:

• As de 21 comprimidos que deverão ser tomadas durante 21 dias, abstendo-se a sua toma nos sete dias seguintes para permitir a ocorrência da menstruação, reiniciando-se a sua toma ao 29º dia, e assim sucessivamente;

• As de 28 comprimidos que deverão ser tomadas sem interrupção, mais apropriadas a quem tem receio de se enganar a fazer as contas aos dias do mês.

A mini-pílula, ou pílula progestagénea, sem estrogéneo, com eficácia sobreponível à anterior, desde que tomada com regularidade, e a sempre à mesma hora. É indicada no período de aleitamento materno, durante a fase precoce da menopausa, ou em mulheres com contra-indicações à toma de estrogéneos. Deve ser tomada ininterruptamente e pode originar ausência de fluxo menstrual durante a sua toma, o que pode ser desconfortável para a mulher que assim deixa de poder contar com o aparecimento do período como sinal de ausência de gravidez.

Apesar de todos estes avanços, continuamos a constatar a presença de problemas graves relacionados com o planeamento familiar. A incidência de gestações não desejadas e de abortos é excessivamente elevada. Atingem preferencialmente dois grupos populacionais: as adolescentes e as mulheres pré-menopáusicas.

Como actua a pílula?
As hormonas que compõem a pílula têm como missão principal suspender a produção hormonal habitual, impedindo a ovulação, ou seja a libertação mensal do óvulo. Ora se não existem óvulos, não pode haver fecundação nem tão pouco gravidez

Será a pílula benéfica para o organismo feminino?
Desde a sua introdução no mercado que a pílula contraceptiva é conhecida como sendo o “comprimido mágico” responsável pela emancipação feminina. Juntando a este, outros benefícios têm vindo a ser atribuídos à pílula contraceptiva, que não são mais do que o resultado da ausência de um verdadeiro ciclo menstrual (sob a influência hormonal da pílula, os diversos órgãos do aparelho reprodutor feminino encontram-se como que adormecidos):

-regularização dos ciclos menstruais
-hemorragias menos abundantes
-diminuição da dismenorreia
-redução da tensão pré-menstrual
-terapêutica da endometriose
-diminuição dos riscos de doença inflamatória pélvica aguda
-diminuição dos riscos de tumores mamários benignos
-diminuição dos riscos de quistos ováricos benignos
-diminuição dos riscos de carcinoma do endométrio
-diminuição dos riscos de carcinoma do ovário.

Quais os efeitos adversos da pílula?
Com uma interferência tão significativa sobre o biorritmo da mulher – podemos encarar a pílula contraceptiva como uma verdadeira ruptura com o ritmo biológico da natureza feminina – a pílula não pode deixar de trazer malefícios.

Claro que hoje se sabe que os efeitos adversos da pílula são dependentes da dose, pelo que se estima que nos contraceptivos orais de baixa dosagem actuais eles sejam bastantes menos frequentes do que nos primórdios da sua comercialização. Contudo, há estudos que confirmam a sua incidência em mulheres que tomam as pílulas modernas.

O principal grupo de efeitos adversos resulta principalmente da administração de estrogénios e corresponde ao grupo das doenças cardiovasculares:

-maior risco de doença tromboembólica venosa (por diminuição do fluxo sanguíneo venoso, por aumento da proliferação endotelial venosa e arterial e ainda por alterações nas funções das plaquetas e nas proteínas da cascata da coagulação, com o consequente aumento da coagulabilidade sanguínea);
-aparecimento / agravamento da hipertensão arterial (por estimulação do sistema nervoso simpático, por estimulação do sistema renina-angiotensina-aldosterona a nível hepático e por resposta compensatória renal ao edema com retenção de sódio e água);
-aparecimento / agravamento de dislipidémias;
-fenómenos de intolerância à glicose;
-aumento do risco de angina de peito, de enfarte do miocárdio e de acidentes vasculares cerebrais.

A estes efeitos adversos graves junta-se um rol de efeitos minor que, quando aparecem, conduzem a uma diminuição do bem-estar físico e/ou psíquico da mulher. Assim, aos estrogénios são normalmente atribuídos efeitos como:

-cefaleias
-irritabilidade
-fadiga
-náuseas e vómitos
-cólicas abdominais
-retenção hídrica
-congestão varicosa
-tensão mamária

Enquanto aos progestagénios, devido à sua actividade androgénica, se ficam a dever:

-tendências depressivas
-hirsutismo
-acne
-aumento de peso
-diminuição da libido.

As inúmeras vantagens que a pílula apresenta:

  • Regularização dos ciclos menstruais
  • Redução do fluxo menstrual (diminui o risco de anemia)
  • Tratamento das dores menstruais
  • Redução da incidência de doença inflamatória pélvica
  • Melhoria da pele (acne e seborreia ou pele oleosa)
  • Prevenção do cancro do endométrio e dos ovários
  • Redução da incidência de doença benigna da mama.
  • Redução do risco de gravidez ectópica
  • Redução da incidência de quistos do ovário
  • Redução da incidência de miomas
  • Melhoria da artrite reumatóide
  • Redução da perda de massa óssea
  • Redução do risco de esterilidade

Outros métodos

Contracepção hormonal injectável
Consiste na administração de uma injecção com um progestagéneo com intervalos de três meses. Eficaz ao fim de 24 horas, pode, no entanto, originar ausência do fluxo menstrual. De efeito reversível apenas ao fim de alguns meses para retomar ovulação e ciclos menstruais normais.

Contracepção hormonal – Implantes
Consiste num implante, colocado cirurgicamente no braço, que vai libertando gradualmente doses de um progestagénio. Eficaz, tem duração de três anos. Necessita de nova intervenção cirúrgica para retirar o implante ao fim de três anos. Consiste numa pequena cirurgia, feita em minutos, com anestesia local. Mal é retirado o implante, o nível de fertilidade volta ao normal.

Contracepção hormonal – O anel vaginal
Último método a aparecer no mercado nacional. O anel vaginal consiste num anel de plástico flexível (5cm de diâmetro e 4mm de espessura) que é introduzido no fundo da vagina durante três semanas, período durante o qual vai libertando hormonas, semelhantes às que entram na constituição das pílulas combinadas referidas anteriormente. Ao fim das três semanas, o anel deverá ser retirado e deixar-se decorrer uma semana para que ocorra a menstruação. Ao fim de sete dias, à semelhança das pílulas combinadas, dever-se-á introduzir novo anel por mais três semanas e assim sucessivamente. A posição do anel no interior da vagina não é fundamental para que ocorra o efeito contraceptivo desejado. Esta apenas deverá depender do conforto da mulher. Não é necessário ser retirado durante o acto sexual mas, caso prefira fazê-lo, o anel nunca deverá estar fora da vagina por um período de tempo superior a três horas.

Contracepção hormonal – O adesivo transdérmico
O adesivo é um contraceptivo em forma de autocolante com a mesma eficácia da pílula e o mesmo modo de actuação. É aplicado em cima da pele e não tem a inconveniência dos habituais esquecimentos. É um adesivo que liberta hormonas através da pele. Estas entram na corrente sanguínea, impedindo a ovulação. Coloca-se durante três semanas consecutivas e, tal como na pílula, descansa-se na quarta semana, quando se dará a hemorragia de privação. Pode ser colocado e retirado quando se quiser. Quando se retira termina a protecção contraceptiva e pode haver uma hemorragia. Este adesivo pode ser colocado nas nádegas, no abdómen, no dorso superior ou no antebraço. Quanto aos efeitos secundários, são os mesmos que a pílula apresenta. Só pode ser adquirido mediante prescrição médica.

Dispositivo Intra-Uterino (DIU)
Existem dois tipos de DIUs: os DIUs com cobre e os DIUs com progestagéneo. Ambos interferem na fertilização do óvulo pelo espermatozóide, impedindo assim a gravidez. São colocados pelo médico e têm eficácia durante cinco anos, após os quais deverão ser removidos também por um médico e colocado um novo, caso a mulher mantenha desejo de permanecer com DIUs.

Os DIUs de cobre não são aconselhados a mulheres que tenham alergia ao cobre, que tenham fluxos menstruais abundantes, ou menstruações dolorosas, antecedentes de infecções pélvicas recorrentes, défices imunitários (infecção a HIV, por exemplo), ou que tenham múltiplos parceiros sexuais.

Os DIUs com progestagéneo podem ser uma óptima opção para as mulheres com fluxos menstruais abundantes e menstruações dolorosas pois o progestagéneo não só pode originar períodos de ausência do fluxo menstrual como alivia as dores menstruais.

Métodos de barreira
Em Portugal actualmente apenas existe o preservativo masculino. É o único método eficaz contra a transmissão das doenças transmitidas sexualmente (DTS), nomeadamente a hepatite B, hepatite C e HIV. Deve ser colocado no pénis apenas quando este estiver em erecção e não deverá em hipótese alguma ser reutilizado.

Espermicidas
Podem ser encontrados em forma de cremes, sprays, geleias, óvulos e esponjas cervicais. É introduzido na entrada do colo do útero, e deve ser aplicado cinco a dez minutos antes do acto sexual genital, excepto as esponjas / tampão contraceptivo que podem ser inseridas horas antes.

É um método contraceptivo que age quimicamente inactivando o esperma. Os efeitos indesejáveis conhecidos prendem-se com a possibilidade de causarem alergias. É um método pouco seguro que deve ser usado em combinação com outros métodos contraceptivos. Tem pouca protecção em relação às DTS.

Questões frequentes

Existe algum período do ciclo em que não haja risco de engravidar?
Em qualquer período do ciclo, excepto durante o período menstrual, existe risco, qualquer que seja a data do acto sexual não protegido ou mal protegido. É por esta razão que o método de cálculo dos dias (Ogino) é pouco eficaz.

Quais são os primeiros sinais de gravidez?
A gravidez é acompanhada de sintomas que se tornam necessários conhecer para se poder consultar um médico o mais rapidamente possível.

Os esquecimentos da pílula durante o "período fértil" são os que envolvem maior risco de engravidar?
Não. Contrariamente ao que se pensa, são os esquecimentos dos primeiros comprimidos que apresentam maiores riscos, ainda que nenhum dos períodos seja seguro em caso de esquecimento.

A eficácia da pílula não é assegurada se a pausa entre duas carteiras de comprimidos ultrapassar os 7 dias, visto que a ovulação pode reiniciar-se. Não deve, por isso, haver uma pausa superior a 7 dias e se houver esquecimento do último comprimido, é conveniente recomeçar a nova carteira de comprimidos mais cedo, para que não haja mais de 7 dias entre o último comprimido e o primeiro da carteira seguinte.

O que é a contracepção de emergência?
A contracepção de emergência tem por finalidade impedir a ovulação ou prevenir a implantação se a relação sexual ocorreu nas horas ou dias que antecederam a ovulação, ou seja: num momento em que existe maior probabilidade de ocorrer a fertilização. Também pode prevenir a implantação. Torna-se ineficaz logo que se inicia o processo de implantação do ovo. Este método não interrompe uma gravidez que já se tenha iniciado.

Quando é que se deve utilizar a contracepção emergência?
Contracepção de emergência até 72 horas após uma relação sexual não protegida ou em caso de falha de um método contraceptivo,

O que é o Planeamento Familiar?
Planeamento Familiar é um conjunto de cuidados de saúde que visa ajudar as mulheres e os homens a planearem o nascimento dos seus filhos e a viverem a sua sexualidade de uma forma gratificante, sem o receio de uma gravidez que naquele momento não desejem.

Para além disto, o Planeamento Familiar ajuda os casais que têm problemas de infertilidade, actua na prevenção das Doenças de Transmissão Sexual (DTS) e ajuda no diagnóstico precoce do cancro da mama e do colo do útero.

Glossário

Ciclo - É o período de tempo compreendido entre o 1° dia de uma menstruação e o 1° dia da menstruação seguinte. Um ciclo tem uma duração variável de mulher para mulher. Normalmente, tem uma duração entre 27 e 30 dias. Pode ser extremamente regular ou, contrariamente, variar bastante de um mês para o outro.

Menstruação - É uma mistura de sangue e células do útero, que são todos os meses expelidas do corpo. Do primeiro dia da menstruação (corresponde ao primeiro dia do ciclo) até à menstruação seguinte, a mucosa que se encontra no interior do útero prepara-se e modifica-se para poder receber um eventual óvulo fecundado e alimentá-lo para que uma gravidez se possa iniciar. O aparecimento da menstruação significa que não houve qualquer fecundação durante esse ciclo, e o corpo elimina o que já não é necessário. Começa então um novo ciclo.

Ovulação - É o momento em que o óvulo, que cresceu desde o início do ciclo, atinge a sua maturidade e é expelido do ovário em direcção às trompas. A ovulação dá-se em média 12 a 14 dias antes da menstruação seguinte.

Fecundação - É o encontro do espermatozóide com o óvulo. Se nos dias anteriores à ovulação houver lugar a uma relação sexual, nesse mesmo dia ou no dia seguinte, os espermatozóides que atingem as trompas ou os que já se lá encontram podem fecundar o óvulo, dando origem ao ovo ou zigoto. Este continua o seu caminho até ao útero, onde poderá implantar-se (nidação) alguns dias mais tarde, iniciando-se, só então uma gravidez.

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Investigadores concluem:
Um em cada dez bebés nascidos antes do tempo são afectados por um nível baixo de açúcar, que, se não for tratado, pode causar...

Investigadores da Nova Zelândia testaram a terapia que utiliza o gel de glicose em 242 bebés que estavam sob os seus cuidados e, com base nos resultados, sugeriram que a medida fosse adoptada como tratamento de primeira linha.

«O tratamento com gel de glicose é barato e é mais fácil de administrar do que a glicose dada por terapia intravenosa», disseram Jane Harding e a sua equipa da Universidade de Auckland, na Nova Zelândia.

O tratamento actual típico envolve suplementos alimentares e exames de sangue regulares para medir os níveis de açúcar.

Mas muitos bebés acabam em unidades de tratamento intensivo e passam a receber glicose intravenosa quando os níveis de açúcar no sangue permanecem baixos - uma condição que os médicos chamam de hipoglicemia.

O estudo procurou avaliar se o tratamento com açúcar em gel pode ser mais eficaz do que a alimentação suplementar em reverter a hipoglicemia.

Neil Marlow, do Instituto de Saúde da Mulher da University College London, disse que, embora o gel de glicose tenha caído em desuso, estes resultados sugerem que pode ser «ressuscitado» como um tratamento.

«Agora temos boas evidências de que o gel tem o seu valor», disse Marlow.

Pesquisa conclui:
Símbolo da culinária mediterrânea, o azeite, além de dar sabor e tempero aos pratos, pode ser um grande aliado na redução de...

«O azeite é um alimento milenar e que as pessoas não imaginam que pode ser incorporado no dia-a-dia. Ele ajuda na redução das doenças cardiovasculares, diabetes, depressão e cancro da próstata, de colo e mama», explicou a médica e responsável pela Unidade de lipídios da Policlínica Sant Carlos, Joima Panisello.

A pesquisa divulgada pela especialista identificou o consumo do azeite como um desafio alimentar e, por isso, 15 institutos espanhóis de ciências da saúde reuniram 7.500 pessoas saudáveis, mas com risco de doenças, para testar diferentes tipos de azeite e ver qual o de melhor potencial nutritivo.

Durante três meses, os participantes modificaram a alimentação e o resultado foi a redução das taxas de colesterol, açúcar e hipertensão através da dieta baseada no azeite.

Joima ressalta que esses resultados demonstram a importância de se perceber o azeite como um componente que oferece benefícios à saúde e vai além dos sabores, aromas e das histórias de plantações de oliveiras.

Cancros hematológicos
A hematologia é a área da medicina que estuda, investiga e trata as doenças do sangue.
Menina de olhos azuis com falta de cabelo devido a quimioterapia

Linfoma

Um linfoma é um tumor (cancro) que afecta o sistema linfático. Não se trata de uma única doença, mas sim de um conjunto de doenças distintas com uma origem comum – os gânglios linfáticos.

Ao longo dos séculos, este agrupamento de doenças tem sido classificado e descrito de formas distintas, originando sistemas de classificação complexos e confusos. Na origem de todas estas classificações encontra-se o grande incremento na quantidade de informação disponível acerca do mecanismo de funcionamento dos nódulos linfáticos e das células que o constituem, combinado com o desenvolvimento de testes diagnósticos cada vez mais sensíveis e específicos.

Adicionalmente, e como resultado da complexidade do sistema linfático existe a possibilidade de envolvimento simultâneo de diferentes órgãos e tipos celulares, o que representa uma dificuldade adicional na classificação deste tipo de tumores. No entanto, e para simplificar, todos os linfomas podem ser divididos em dois grandes grupos: linfomas de Hodgkin e linfomas não-Hodgkin.

Sintomas

Existem uma série de sinais ou sintomas que podem ser sugestivos de linfoma nomeadamente: perda de peso, febre, presença de nódulos ou gânglios aumentados, fadiga persistente, depressão e suores nocturnos.

No entanto, e aí reside a dificuldade inerente ao diagnóstico clínico desta neoplasia, estes sinais ou sintomas são regra geral pouco evidentes. Alguns doentes não apresentam qualquer tipo de sintomatologia aparente enquanto outros apenas referem uma febre baixa e persistente.

Geralmente, existem gânglios linfáticos aumentados, no entanto o nódulo pode não ser visível ou palpável quer pelo doente quer pelo seu médico. Fadiga persistente, perda de apetite e uma sensação geral de mal-estar são queixas comuns, sendo no entanto demasiado inespecíficas para fundamentar um diagnóstico. Por este motivo, o método clássico é a biopsia de um gânglio suspeito para posterior avaliação por um patologista.

Linfomas de Hodgkin

Em 1832, Thomas Hodgkin descreveu pela primeira vez uma doença maligna que afectava os gânglios linfáticos. Alguns anos mais tarde, o primeiro exame microscópico permitiu a identificação de células anormais características – as células de Reed- Sternberg.

Os linfomas de Hodgkin ocorrem mais frequentemente, mas não exclusivamente, em adultos com idade compreendida entre os 15 e os 39 anos e, por razões desconhecidas afecta mais os indivíduos do sexo masculino.

Existem uma série de teorias que pretendem explicar a origem dos linfomas de Hodgkin. No entanto, este assunto é alvo de intenso debate e investigação a nível da comunidade científica. Alguns investigadores sugerem que poderá ser desencadeado por uma infecção viral, enquanto outros afirmam que a ocorrência de uma mutação (alteração no ADN) de uma célula denominada histiócito será a responsável.

Os linfomas de Hodgkin podem ser classificados e subdivididos com base na estrutura anormal do gânglio linfático afectado e no tipo de células presentes. Desta forma, os gânglios linfáticos podem apresentar uma predominância de linfócitos de dimensões reduzidas, a presença ou ausência de fibrose, uma mistura de tipos celulares ou uma total ausência de linfócitos.

Linfomas Não-Hodgkin

Os linfomas não-Hodgkin podem ter origem em alterações malignas que afectem qualquer um dos tipos de células presentes num gânglio linfático. As células afectadas podem ser linfócitos maduros ou imaturos, macrófagos, células dendríticas, ou uma combinação de qualquer um destes tipos.

Por conseguinte, ao longo do tempo foram desenvolvidos vários sistemas para classificação deste tipo de tumores, baseados no tipo de células afectadas (classificação do NIH – National Institute of Health) e na sua função (classificação REAL – Revised European American Lymphoma).

A classificação mais recente – classificação WHO (World Health Organization) tenta combinar essas características morfológicas e biológicas com o estudo genético das células afectadas. Desta forma, a mesma doença pode ter designações diferentes conforme o s sistema de classificação utilizado, o que pode provocar uma confusão significativa no doente.

Leucemia

É uma doença maligna com origem nas células imaturas da medula óssea. A produção de glóbulos brancos fica descontrolada e o funcionamento da medula óssea saudável torna-se cada vez mais difícil, diminuindo progressivamente a produção de células normais, dando lugar ao aparecimento de anemia, infecções e hemorragias.

Existem vários tipos de leucemia caracterizadas pelo tipo de célula afectada. Pode ser aguda ou crónica dependendo da velocidade de proliferação das células leucémicas. Nalguns casos, as síndromes mielodisplásicos podem evoluir para leucemias agudas.

Em cada ano aparecem 60 a 100 novos casos por cada milhão de indivíduos. Alguns tipos de leucemia são mais frequentes em determinados grupos etários. A leucemia linfoblástica aguda é mais frequente nas crianças e nos jovens, enquanto a leucemia mieloblástica aguda é mais comum nos adultos. As leucemias crónicas ocorrem geralmente entre os 40 e 70 anos.

Desconhece-se qual a causa específica desta doença. Os cientistas suspeitam que alguns vírus bem como factores genéticos ambientais e imunológicos possam estar envolvidos.

Alguns vírus causam leucemia em animais. No homem causam apenas tipos muito raros de leucemia. Mesmo que tenha sido causada por um vírus, a leucemia não é contagiosa.

Poderá haver uma predisposição genética. Existem famílias (raras) em que as pessoas nascem com anomalias cromossómicas que poderão aumentar a probabilidade de virem a desenvolver a doença.

Factores ambientais com altas doses de radiações e exposição a certos produtos químicos tóxicos foram identificados como estando ligados ao aparecimento da doença. Mas isto só é verdade em casos extremos como nos sobreviventes da bomba atómica em Nagasaki e Hiroshima ou trabalhadores industriais do benzeno.

Pessoas com deficiências do sistema imunitário parecem ter um maior risco de desenvolverem doenças malignas porque o organismo perde a capacidade de resistir a células estranhas. Há evidência de que doentes tratados por outros tipos de cancro com quimioterapia e/ou radioterapia podem mais tarde vir a ter leucemia.

Os sintomas iniciais são geralmente a fadiga, perda de peso, palidez, infecções e hemorragias.

Mieloma Múltiplo

O mieloma múltiplo é um cancro que tem origem nas células plasmáticas, um tipo de glóbulos brancos. Para compreender o mieloma múltiplo, será vantajoso conhecer as células sanguíneas normais.

Células sanguíneas normais

A maior parte das células sanguíneas desenvolve-se a partir de células da medula óssea denominadas células estaminais. A medula óssea é um material gelatinoso que existe no interior dos ossos. As células estaminais dividem-se em diferentes tipos de células sanguíneas. Cada um dos tipos tem uma função específica:

Os glóbulos brancos ajudam a combater as infecções. Existem vários tipos de glóbulos brancos; Os glóbulos vermelhos transportam o oxigénio para os tecidos do organismo; As plaquetas ajudam a formar coágulos de sangue que controlam as hemorragias; As células plasmáticas são glóbulos brancos que produzem anticorpos.

Os anticorpos fazem parte do sistema imunitário. Trabalham em conjunto com outras partes do sistema imunitário para ajudar a proteger o organismo contra elementos "estranhos" (por exemplo, bactérias que invadiram o organismo) e outras substâncias nocivas.

Cada tipo de célula plasmática dá origem a um anticorpo diferente. As células plasmáticas normais ajudam a proteger o organismo de germes e de outras substâncias nocivas.

Células de mieloma

O mieloma, à semelhança dos outros cancros, tem origem nas células, a unidade básica do organismo. Normalmente, as células crescem e dividem-se para formar novas células à medida que o organismo delas necessita. Quando as células envelhecem, morrem e são substituídas por novas células. No cancro, este processo ocorre de forma desordenada e as células continuam a dividir-se mesmo quando não são necessárias.

Assim formam-se novas células sem que o organismo delas necessite, e sem que as células envelhecidas morram quando deviam. Este excesso de células pode dar origem à formação de uma massa de tecido a que se dá o nome de neoplasia ou tumor.

O mieloma desenvolve-se quando uma célula plasmática se torna anómala. As células anómalas dividem-se para formar cópias de si próprias. As novas células dividem-se uma e outra vez, produzindo mais e mais células anómalas. As células plasmáticas anómalas são as células do mieloma. Estas células produzem anticorpos designados por proteínas monoclonais (M).

Com o tempo, as células de mieloma acumulam-se na medula óssea impedindo o desenvolvimento normal das células sanguíneas. As células de mieloma também se acumulam na parte sólida do osso. A doença é designada por “mieloma múltiplo” uma vez que afecta múltiplos ossos. (Se as células do mieloma apenas se acumularem num osso, essa “massa única” recebe o nome de plasmacitoma.)

As células de mieloma (células plasmáticas anómalas) produzem proteínas monoclonais. O mieloma múltiplo é o tipo mais comum de tumor das células plasmáticas. O mieloma múltiplo não é um carcinoma dos ossos; Apesar de afectar os ossos, mieloma múltiplo tem origem nas células sanguíneas e não nas células do osso; O cancro ósseo é uma doença diferente. Tem origem nas células ósseas e não nas células sanguíneas; O cancro ósseo é diagnosticado e tratado de forma diferente do mieloma múltiplo.

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O envelhecimento não é uma doença mas muitos dos seus mecanismos ainda estão por elucidar e, por iss
Envelhecimento

O envelhecimento é um processo intrínseco, progressivo e generalizado de deterioração física que ocorre ao longo do tempo. O início do envelhecimento surge num período de vida precoce passando despercebido, dado que se considera que começa por volta da maturidade reprodutiva.

Definido a nível de órgão, tecido, célula ou matriz extra-celular, o envelhecimento consiste numa diminuição das funções e contribui para a deterioração da função do organismo como um todo. Os mecanismos implicados no envelhecimento são progressivos, nocivos, irreversíveis e comuns a todos os seres vivos.

Durante o envelhecimento, os órgãos sofrem uma diminuição funcional que afecta as suas capacidades de resposta a reacções orgânicas, traduzindo-se na incapacidade progressiva do organismo se adaptar às condições ambientais, contrariamente ao que era possível previamente.

A velocidade de envelhecimento não é a mesma para os diferentes órgãos e sistemas, sendo o declínio mais rápido para os tecidos elásticos, como os do sistema cardiovascular, respiratório e cutâneo. Contrariamente, o declínio do tecido nervoso é mais lento, admitindo-se que a condução nervosa só pelos 400 anos se anularia. Apesar dos indivíduos se queixarem frequentemente da falta de memória, a sua redução é lenta e progressiva e, para indivíduos mentalmente sãos, aos 100 anos só existe em média, uma perda de 20 por cento nas capacidades de memória.

Algumas das alterações que se processam com o envelhecimento podem ser quantificáveis sabendo-se contudo que apesar de ser individualizada, aos 80 anos de idade há um declínio de:

- 15 por cento da velocidade de condução nervosa;

- 30 por cento do débito cardíaco em repouso;

- 50 por cento da capacidade respiratória vital.

Há outras alterações observadas que não estão quantificadas, incluindo-se a redução da capacidade autonómica, com atraso e/ou maior dificuldade na resposta a estímulos, ocasionando mais frequente e facilmente hipotensão postural e dificuldade na regulação da temperatura corporal, o que predispõe o idoso para uma maior sensibilidade ao frio e ao calor, com as consequências que daí advêm.

Admite-se que o envelhecimento dos órgãos é tanto mais rápido quanto menor é a sua actividade, por isso é habitual dizer-se que "a função faz o órgão", isto é, órgãos pouco utilizados envelhecem mais rapidamente.

Tal como se passa com a velocidade de declínio orgânico, que não é igual para todos os órgãos e sistemas, também a idade cronológica afecta de forma desigual os diferentes indivíduos. A variabilidade inter-individual da velocidade de deterioração orgânica resulta de factores de ordem genética, da existência de doenças e das suas características e ainda, das condições de vida do indivíduo. Assim, o envelhecimento é multifactorial devendo ser visto como um intrincado de mecanismos para os quais ainda não há explicação perfeita e completa.

Ao longo da História, o envelhecimento tem sido alvo de muitas atenções e mitos quanto à possibilidade de ser parado ou evitado, através da busca pela juventude eterna. Pergunta-se frequentemente se o envelhecimento pode ser retardado, de facto existem algumas medidas que se poderão ser instituídas precocemente e que podem contribuir para o atraso do envelhecimento.

Factores de envelhecimento
São considerados como factores extrínsecos predisponentes para o envelhecimento: o sedentarismo, as deficiências alimentares, os contactos com agentes considerados tóxicos, o stress e a exposição a condições prejudiciais de ordem ambiental ou social.

Factores de atraso de envelhecimento
Dentro das medidas que se sabe oporem-se ao envelhecimento destacam-se a actividade física regular, a nutrição equilibrada, a evicção da exposição a agentes tóxicos, como o tabaco, ambiente poluído, radiações, drogas, e outros. Ainda, o equilíbrio social e a actividade psíquica são protectores. Incluem-se ainda, todas as medidas que podem ser tomadas no sentido de evitar o desencadear de doenças preveníveis.

A nutrição e o envelhecimento
A velocidade de envelhecimento também é influenciada pelas condições nutricionais e pelo estilo de nutrição que o indivíduo pratica ao longo da vida. Consideram-se como factores predisponentes para uma maior velocidade de envelhecimento, as carências de vitaminas e de sais minerais, a deficiência em agentes antioxidantes, o excesso de ingestão de proteínas animais e de gorduras saturadas, o excesso de ingestão de bebidas alcoólicas e de excesso de calorias.

As vitaminas são essenciais para a actividade de múltiplos sistemas enzimáticos que presidem às reacções orgânicas necessárias para o funcionamento normal das funções celulares. A deficiência em antioxidantes dificulta a resistência das membranas celulares aos processos oxidativos normais dos seres vivos, acelerando o processo de degradação.

É também sobejamente conhecido o efeito do excesso de peso e do desequilíbrio lipoproteíco na predisposição para o síndroma metabólico e com ele, o aumento do risco cardiovascular, a redução das capacidades do sistema cardiovascular e assim, a diminuição de múltiplas funções dele dependente, designadamente as renais, cerebrais e outras.

Alterações fisiológicas no sénior
Define-se como envelhecimento fisiológico, a diminuição progressiva da capacidade de cada órgão ou sistema para manter a homeostase face a desafios a que estão sujeitos. Esta incapacidade predispõe o idoso para a doença e para as reacções adversas aos medicamentos. As alterações fisiológicas observadas nos diferentes órgãos e sistemas têm influência na resposta, por exemplo, à utilização de medicamentos.

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Doença de Alzheimer
A Organização Mundial de Saúde reconhece as demências como uma prioridade de saúde pública.
Doença de Alzheimer

Em todo o mundo, cerca de 35,6 milhões de pessoas vivem com demência. Segundo Tatiana Nunes da Alzheimer Portugal, “este número deverá duplicar até 2030 (65,7 milhões) e mais que triplicar em 2050 (115,4 milhões)”. Ao contrário do que se possa pensar “a demência não é uma parte normal do envelhecimento” e, embora se saiba que o número de casos diagnosticados irá triplicar até 2050, a realidade continua a ser ignorada.

A demência afecta pessoas em todos os países, com mais de metade dos casos (58%) em países desenvolvidos. Prevê-se que em 2050, este número seja susceptível de aumentar para mais de 70%. Ou seja, 7,7 milhões de novos casos de demência são diagnosticados por ano, o que significa que um novo caso de demência é diagnosticado a cada quatro segundos. Em Portugal estima-se que existam mais de 160 mil pessoas com Demência, 90/100 mil das quais com doença de Alzheimer.

Apesar destes números assustadores, apenas oito países em todo o mundo têm um plano de actuação para as demências, mesmo sendo a Organização Mundial da Saúde a pedir aos governos de todo o mundo para desenvolverem um Plano Nacional para as Demências com soluções e abordagens que impulsionem o diagnóstico precoce, sensibilizem a opinião pública sobre a doença, reduzam o estigma e proporcionem um melhor atendimento e mais apoio aos cuidadores.

Actualmente, cuidar de pessoas com demência tem, conforme explica Tatiana Nunes, “um custo de mais de 604 mil milhões de dólares por ano, incluindo a prestação de cuidados de saúde e serviços sociais, assim como a redução ou perda de rendimentos das pessoas com demência e dos seus cuidadores”. É portanto “ urgente que os países incluam as demências nas suas agendas de saúde pública”.

É necessária uma acção sustentada e coordenação entre os vários níveis e com todas as partes interessadas - a nível internacional, nacional, regional e local. As pessoas com demência e os seus cuidadores são partes indispensáveis neste processo. Devem ser envolvidos na formulação das políticas, planos, leis e serviços que os afectam.

A responsável alerta ainda para a importância de: “promover uma sociedade ‘amiga da demência’ a nível mundial; tornar a demência uma prioridade de saúde pública nacional em todo o mundo; investir em sistemas sociais e de saúde para melhorar o atendimento e serviços para pessoas com demência e seus cuidadores; aumentar a prioridade dada à demência na agenda dos estudos na área da saúde e, por fim, que cada país desenvolva o seu próprio Plano Nacional para as Demências”.

Plano Nacional para as Demências

Uma das batalhas que a Alzheimer tem travado é a criação e implementação, em Portugal, de um Plano Nacional para as Demências. Na prática, criar uma rede de cuidados médicos e sociais e serviços especialmente concebidos para estas pessoas, para que a autonomia, dignidade e qualidade de vida destes doentes continuem a ser respeitados. Para Tatiana Nunes, isto consegue-se através de um Plano ou Estratégia Nacional que contemple três tópicos fundamentais:

1. Melhoria da qualidade de vida das pessoas com demência e dos seus cuidadores, abrangendo-se aqui as questões que se prendem com a intervenção farmacológica e não farmacológica, com os apoios sociais e com os equipamentos, através da criação e implementação de políticas de saúde e de enquadramento social específicas;

2. Investigação sobre as causas, prevenção e diagnóstico da doença de Alzheimer e recolha de dados epidemiológicos;

3. Criação de quadro jurídico definidor dos direitos das pessoas em situação de incapacidade, incluindo o enquadramento legal dos cuidados, da intervenção e da investigação.

Para além disso um plano nacional não poderá esquecer a importância:

  1. Do diagnóstico atempado;
  2. Da valorização do papel dos clínicos gerais na detecção dos primeiros sinais da demência e encaminhamento para consultas da especialidade;
  3. Da valorização do papel dos cuidadores e do reconhecimento das suas necessidades específicas;
  4. Da integração do estudo da demência como matéria obrigatória na formação médica;
  5. Do desenvolvimento de acções de formação para cuidadores profissionais e familiares;
  6. Da existência de serviços e equipamentos modelo, com vista à aprendizagem e partilha das melhores práticas.

Doença de Alzheimer

A doença de Alzheimer, assim como outros tipos de demência, sempre estiveram indevidamente associados ao estigma da idade e da falta de capacidade mental. Muitas vezes, diz Tatiana Nunes, “ouvem-se expressões como: ‘Não ligues que tem demência’, ‘É normal, é da idade, já é velhote’ ou ‘Está maluquinho’”.

Torna-se, por isso, importante combater esta crença e reconhecer que as pessoas com demência têm direito à sua dignidade e a estarem incluídas na sociedade com qualidade de vida. É certo que estes doentes têm necessidades específicas que carecem de intervenção especial e atempada que fará toda a diferença em termos da preservação das capacidades e do bem-estar do próprio e de quem cuida. Tem igualmente benefícios em termos de custos directos e indirectos associados à prestação de cuidados.

Sintomas e diagnóstico

Os sintomas de demência são frequentemente confundidos com sinais normais de envelhecimento. Embora o progresso científico e a crescente preocupação da classe médica tenham melhorado no que respeita à doença de Alzheimer, existe ainda um número significativo de pessoas cujo diagnóstico é feito numa fase moderada ou avançada da doença, ou que nunca chega a receber um diagnóstico.

A verdade é que não existe um único teste capaz de, por si só, diagnosticar definitivamente a Doença de Alzheimer. O diagnóstico deve ser realizado pelo médico especialista (Neurologista ou Psiquiatra) através de um processo de exclusão de outras causas que possam ser responsáveis pelos sinais e sintomas apresentados.

“O papel dos clínicos gerais é crucial na detecção dos primeiros sinais de demência e no encaminhamento imediato para consultas da especialidade, permitindo um diagnóstico precoce”, esclarece a responsável.

A realização de uma avaliação médica e psicológica completa pode permitir identificar uma situação tratável e assegurar o seu correcto tratamento ou confirmar a presença de demência. Por isso o diagnóstico pode incluir a realização de:

  • História clínica detalhada, fornecida, se possível, pela pessoa que apresenta a sintomatologia ou por um familiar ou amigo próximo. Esta história irá permitir estabelecer se os sintomas surgiram lenta ou subitamente e qual a sua progressão.
  • Um exame físico e neurológico aprofundado, incluindo testes aos sentidos e movimentos, de forma a excluir outras doenças e a identificar quaisquer outras situações que possam agravar a confusão associada à demência.
  • Exames laboratoriais, que incluem uma variedade de análises ao sangue e à urina, para despistarem qualquer doença responsável pelos sintomas.
  • Outros exames especializados, como por exemplo: Raio X, Electroencéfalograma (EEG), Tomografia Axial Computorizada (TAC), Análises do Líquido Raquidiano ou Ressonância Magnética.
  • Uma avaliação neuropsicológica para avaliar as funções intelectuais que podem ser afectadas pela Demência, como por exemplo: memória, capacidades de leitura, escrita e cálculo.
  • Uma avaliação psiquiátrica para identificar perturbações tratáveis que podem mimetizar a Demência - como por exemplo: depressão e monitorizar os sintomas psiquiátricos que podem ocorrer juntamente com a Demência – como por exemplo: ansiedade e delírios.

Os cuidadores

Cuidar de alguém com demência acarreta exigências físicas e emocionais elevadas. Não só a vida da pessoa diagnosticada com demência se altera, como também a dos seus familiares e cuidadores que, sobretudo com o progredir da doença, passam a ocupar maior parte do seu tempo com as tarefas de cuidar, chegando a uma fase em que a pessoa com demência necessita de acompanhamento 24 horas por dia.

“Ninguém está preparado para lidar com uma tal situação. Pode causar “stress”, angústia e fadiga mental, tanto para a pessoa que vai passar a ser o cuidador principal, como para os outros membros da família”, refere Tatiana Nunes e acrescenta: “a primeira necessidade, à luz deste diagnóstico brutal, é a de obter informação sobre o que é a doença de Alzheimer, e de como vai ser o futuro. A duração média da doença, desde o momento em que se recebe a informação até ao momento em que é feito o diagnóstico, é de 10 anos. Isto pode significar 10 ou mais anos de dificuldades, durante os quais se deve tentar proporcionar a essa pessoa mais felicidade e uma melhor qualidade de vida”.

É por tudo isto que o grande objectivo da Alzheimer Portugal é melhorar a qualidade de vida das pessoas com demência e dos seus cuidadores, no respeito absoluto pelos Direitos Fundamentais à Liberdade e à Autodeterminação, promovendo a sua autonomia e o seu envolvimento social. Lutamos por uma sociedade que integre as Pessoas com Demência e reconheça os seus Direitos.

Dia Mundial da Pessoa com Doença de Alzheimer

O Dia Mundial da Pessoa com Doença de Alzheimer assinala-se a 21 de Setembro e constitui, sem dúvida, um reconhecimento mundial da importância e impacto que esta doença tem na sociedade.

Para assinalar o dia a Alzheimer Portugal organiza todos os anos diferentes actividades, sempre com o objectivo de “informar e consciencializar para a importância de reduzir o risco de desenvolver demência, para os sinais de alerta da Doença de Alzheimer e, sobretudo, para a importância do diagnóstico atempado”, refere Tatiana Nunes.

Estas medidas/cuidados irão permitir a prescrição de medicação que alivia os sintomas e retarda a progressão da doença, irão possibilitar a intervenção não farmacológica, no sentido da promoção e manutenção das capacidades da pessoa com demência, através da ocupação e do envolvimento social e, deste modo, permitir o aumento do seu bem-estar e qualidade de vida, assim como a dos seus cuidadores.

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