Resultados de estudo indicam:
Uma proteína pode ser a chave para determinar se a vítima de um ataque isquémico recuperará ou não de um acidente vascular...

Segundo uma pesquisa realizada por cientistas da Universidade de Medicina de Graz, na Áustria, e divulgado no Congresso Mundial de Neurologia, realizado em Viena, uma proteína pode ser a chave para determinar se a vítima de um ataque isquémico recuperará ou não de um acidente vascular cerebral (AVC).

Os cientistas, liderados pelo neurologista Thomas Seifert-Held, conseguiram prever qual será a evolução dos doentes que tiveram um ataque isquémico (perda de irrigação sanguínea no cérebro por embolia). "Estudamos a relação que existe entre a proteína Lipocalina Associada a Gelatinase de Neutrófilos (NGAL) e as vítimas de um ataque isquémico”, explicou Seifert-Held. "Após analisar o sangue das vítimas de AVC, comprovamos que aqueles com níveis mais altos de NGAL depois do ataque tiveram uma recuperação muito pior do que os que têm níveis baixos da proteína”, acrescentou.

O estudo desses biomarcadores serve para a realização de um diagnóstico mais urgente do doente, permitindo prever como evoluirá o corpo após o AVC e o grau de sucesso do tratamento. O diagnóstico com os dados deve conter outras informações, como idade e pressão arterial do doente, para ser o mais confiável possível.

A pesquisa de parâmetros biológicos para as isquemias ainda é muito recente, "tem somente cinco ou seis anos”, ressaltou Seifert-Held. "Estamos a procurar, por exemplo, biomarcadores que indiquem se o ataque é isquémico ou hemorrágico, porque à primeira vista os sintomas são os mesmos”, detalhou.

Eles diferenciam-se porque um acontece quando uma artéria que leva oxigénio ao cérebro é obstruída por um coágulo de sangue (isquémico) ou se rompe (hemorrágico).

"Esta diferenciação ajudaria muito a alcançar um diagnóstico rápido, especialmente numa emergência como é um AVC, porque até agora só dá para saber essa informação com uma tomografia”, destacou.

"O nosso trabalho contribuiu para sublinhar a relevância que podem ter os biomarcadores e a tarefa agora é identificá-los com mais sensibilidade e especificidade”, concluiu Seifert-Held.

Segundo Estudo Consumos e Estilos de Vida no Ensino Superior:
Um quarto dos alunos de licenciatura e mestrado integrado da Universidade de Lisboa consideram pouco ou nada prejudicial para a...

Segundo um estudo relativo ao ano lectivo de 2012-2013 sobre os Consumos e Estilos de Vida no Ensino Superior, um quarto dos alunos de licenciatura e mestrado integrado da Universidade de Lisboa consideram pouco ou nada prejudicial para a sua saúde fumar cannabis ocasionalmente.

O estudo procurou aferir os hábitos dos universitários em aspectos como prática de desporto, alimentação, actividades de lazer, ingestão de bebidas alcoólicas e consumo de substâncias psicoactivas, inquirindo pela Internet mais de três mil alunos.

Segundo os resultados e relativamente ao consumo de smart drugs há uma percepção semelhante de ausência de efeitos para a saúde, ainda que a percentagem de alunos que acham que esse consumo ocasional pouco ou nada prejudicial fique abaixo dos 10%. Ainda assim, entre os universitários que responderam ao inquérito, mais de 70% considera esse consumo muito prejudicial à saúde.

Sobre o consumo de cannabis em concreto, 40% dos estudantes admitiram já a ter consumido pelo menos uma vez na vida, sendo que a maioria (77,6%) iniciou o consumo entre os 15 e os 19 anos.

O consumo de drogas mais pesadas, como a cocaína ou a heroína, é residual comparado com a ‘cannabis' ou as smart drugs. Costuma iniciar-se maioritariamente entre os 15 e 19 anos, de acordo com as respostas no inquérito, ainda que a prevalência do início do consumo aumente consideravelmente na faixa etária a partir dos 19 anos.

A faixa etária dos 15 aos 19 anos é declarada pelos universitários como sendo aquela em maioritariamente iniciaram o consumo de drogas lícitas e ilícitas, mas também de bebidas alcoólicas.

A grande maioria dos inquiridos (82,4%) concorda com a ideia de que o consumo de quatro ou cinco bebidas alcoólicas quase todos os dias tem um efeito muito prejudicial para a saúde, mas são cerca de 15% os estudantes que entendem que conduzir depois de ingerir três cervejas não tem efeitos, ou tem efeitos muito reduzidos.

Mais de 36% dos alunos admitiu ter bebido a sua primeira bebida alcoólica antes dos 15 anos.

Fumar cigarros regularmente é entendido pelos alunos como prejudicial (15,6%) ou muito prejudicial (83%) para a saúde.

Mais de 80% dos inquiridos consideram a toma de medicamentos sem receita médica como sendo prejudicial ou muito prejudicial à saúde.

A mistura de substâncias, ou policonsumos, tem valores abaixo dos 30%, sendo a mais frequente a junção de bebidas energéticas com bebidas alcoólicas e 3,5% dos estudantes inquiridos admitiram já ter misturado tranquilizantes, antidepressivos ou sedativos com bebidas alcoólicas.

A cerveja, as bebidas espirituosas e o vinho são as preferidas entre os universitários e 37% dos estudantes admitiram ter bebido mais de cinco copos, no caso das mulheres, ou mais de seis copos, no caso dos homens, numa mesma ocasião, um tipo de consumo denominado ‘binge drinking'.

O Estudo Consumos e Estilos de Vida no Ensino Superior foi realizado em conjunto pelo Serviço de Intervenção nos Comportamentos Aditivos e Dependências (SICAD), Observatório Permanente da Juventude do Instituto de Ciência Sociais da Universidade de Lisboa (OPJ/ICS-UL) e Conselho Nacional da Juventude (CNJ).

Cientistas fazem descoberta:
Uma equipa de cientistas do Centro de Investigação Médica Aplicada e da Clínica Universidade de Navarro descreveram um...

Até agora sabia-se que um componente da imunidade inata, o sistema de complemento, está activado nas células tumorais do pulmão e promove a progressão da doença, mas não se conheciam os mecanismos nem as proteínas criadas após a activação.

A investigação permitiu ver que "uma proteína daquele sistema, denominada C4d, está aumentada nos doentes com cancro do pulmão”, disse Daniel Ajona, principal autor do trabalho.

O estudo demonstra que "a presença de C4d está associada a uma maior mortalidade e que os seus níveis se reduzem após a extracção cirúrgica do tumor”.

Além disso, "esta proteína aumenta o risco de existência da doença em pessoas assintomáticas, pelo que se pode tornar um biomarcador para detectar e tratar precocemente o cancro do pulmão”, adiantou Ajona.

Ajona disse que o uso de biomarcadores "pode servir para identificar a população com maior risco de sofrer da doença (susceptível de realizar uma tomografia axial computadorizada (TAC), confirmar a presença de células tumorais ou fornecer mais informação sobre o prognóstico da doença para se escolher o tratamento mais adequado”.

O cancro do pulmão é a primeira causa de morte por cancro em todo o mundo, segundo dados fornecidos pelo Centro de Investigação Médica Aplicada (CIMA), que indicou que os números podem diminuir com a redução do consumo de tabaco e a detecção precoce através de técnicas de imagem, como TAC.

No trabalho, cujos resultados foram publicados na revista Journal of the National Cancer Institute, participaram também cientistas do Centro Médico Universitário Vanderbilt (Estados Unidos) e do Hospital Geral Universitário de Valência.

Dados do Instituto Nacional de Estatística:
Em Portugal, nove em cada 100 bebés nasce antes das 37 semanas de gestação. A prematuridade é um factor de risco.

A taxa de mortalidade infantil (até um ano de idade) voltou a ter um aumento ligeiro no ano passado face a 2011, passou de 3,1 para 3,4 por mil nados-vivos, revelam os últimos dados do Instituto Nacional de Estatística. Cerca de dois terços destes óbitos aconteceram até aos 28 dias de vida, sendo a prematuridade uma das causas.

Paulo Nogueira, chefe de Divisão de Estatísticas de Saúde da Direcção-Geral da Saúde (DGS) e um dos autores de um estudo recente sobre a evolução da mortalidade infantil, nota que em termos absolutos a diferença é de apenas uma morte, só que, com a diminuição do número de nascimentos em Portugal, faz-se sentir com mais evidência. Assim, enquanto em 2011 tinham morrido 302 crianças até um ano (num total de 96.856 nados-vivos), no ano passado foram 303 em 89.841 nados-vivos, o que teve logo reflexos na taxa de mortalidade infantil, que voltou aos níveis de 2008 e 2009, nota.

Paulo Nogueira refere que Portugal continua a encontrar-se, ao nível da mortalidade infantil, "num patamar excelente a nível mundial do qual é difícil descer”. As melhorias têm que ser encontradas no grosso das mortes nestas idades, na chamada mortalidade neonatal (até aos 28 dias). Das 303 mortes infantis ocorridas no ano passado, 199 foram de até aos 28 dias. O peso da mortalidade neonatal tem-se mantido nos últimos anos em cerca de dois terços do total, diz o especialista.

O especialista da DGS lembra que "existem actualmente capacidades técnicas para fazer nascimentos de baixo peso”, neste caso está-se a falar de bebés que podem ter 500 a 600 gramas, mas nestes apenas cerca de 50% irão sobreviver, diz.

O problema já tinha sido detectado no estudo comparativo do número de óbitos e causas de morte da mortalidade infantil e suas componentes (2009-2011), em que Paulo Nogueira é um dos autores. Nas conclusões deste trabalho, recomendava-se "a definição de estratégias para a melhoria da mortalidade neonatal, tendo em atenção as questões da prematuridade, do baixo peso e da gemelaridade”.

Na análise das mortes neonatais de 2011, constatou-se que 188 foram partos simples, mas 43 foram partos de gémeos.

 

Nascer em Portugal, que futuro?

Decorre hoje em Lisboa um encontro para discutir as formas de melhorar os cuidados aos bebés prematuros. O evento tem lugar no Hotel Tivoli Oriente e é a primeira reunião do Grupo Querer Crescer, composto por profissionais de saúde, membros de associações de pais e políticos, criado com o objectivo de garantir os melhores cuidados de saúde para os bebés prematuros. Em Portugal, nove em cada 100 bebés nascem antes das 37 semanas de gestação.

Subordinada ao tema Nascer em Portugal, que futuro?, a reunião foca-se na prematuridade e na mortalidade infantil. Hercília Guimarães, Neonatologista do Centro Hospitalar de São João, no Porto, e presidente do Querer Crescer, diz que um dos problemas é "a lacuna, também a nível europeu, relativa aos dados referentes aos custos de internamento de um bebé prematuro e dos bebés com sequelas”.

Como proceder
Portugal está situado numa zona onde existem várias falhas na crosta terrestre que produzem vibraçõe
Tremor de terra

Embora na sua maior parte não sejam sentidos pelo homem, é de facto um fenómeno recorrente no nosso País e que pode acontecer a qualquer momento. Assim e como existem relatos históricos de sismos com consequências catastróficas, é importante que se saiba o que fazer na altura em que tal acontecimento suceder.

O primeiro dado a reter é que nunca se sabe qual será a intensidade do sismo quando este se der. Por outro lado é também importante saber que após o primeiro abalo, espaçadamente outros acontecem num fenómeno denominado por réplicas.

É possível identificar as principais causas de acidentes na ocorrência de um terramoto:

- Actuação humana precipitada devida ao pânico.

- Desmoronamento total ou parcial dos edifícios.

- Incêndios, agravados normalmente por falta de água e dificuldade nos acessos.

- Queda de móveis, candeeiros e outros objectos.

- Queda de cabos de energia eléctrica.

- Vidros partidos.

Os sismos moderados causam muitas vezes grandes perdas em locais muito densamente povoados e em construções de fraca qualidade.

Por isso aqui aconselhamos as medidas de auto-protecção a executar antes, durante e após um terramoto

Que Fazer antes de um Tremor de Terra?

Procure ler algo sobre sismos e seus efeitos:

Fale sobre terramotos de forma tranquila e serena.

Em sua casa:

- Prepare a sua casa de forma a facilitar os movimentos em caso de sismo, libertando os corredores e arrumando os móveis, brinquedos, etc.

- Estude os locais de maior protecção distribuindo os seus familiares por eles.

- Oriente as crianças e responsabilize os adultos pela segurança de cada uma.

- Fixe as estantes e as botijas de gás à parede.

- Coloque os objectos pesados ou de grande volume no chão ou nas estantes mais baixas.

- Ensine a todos os familiares como desligar a electricidade e cortar a água e o gás.

- Tenha à mão uma lanterna eléctrica e um transistor portátil e pilhas de reserva para ambos, bem como um extintor e um estojo de primeiros socorros.

- Armazene água em recipientes de plástico fechados e alimentos enlatados para 2 ou 3 dias. Renove-os de tempos a tempos.

- Fixe os vasos e floreiras às paredes de sua casa.

Pense no que deve fazer quando ocorrer um terramoto e estiver:

  • Em sua casa.
  • Em casa de amigos.
  • No local de trabalho.
  • Numa sala de espectáculos.
  • Na rua.

Realize em casa ou no local de trabalho exercícios de treino das presentes medidas.

Que fazer durante um Tremor de Terra?
Evite o Pânico por todos os meios ao seu alcance. Mantenha serenidade e acalme as outras pessoas.

Se está em casa ou dentro de um edifício:

- Nas habitações colectivas não vá para a rua. As saídas e escadas poderão estar obstruídas. Nunca utilize os elevadores.

- Tenha cuidado com a queda de objectos, candeeiros ou móveis.

- Mantenha-se afastado das janelas, espelhos e chaminés.

- Proteja-se no vão de uma porta interior, no canto de uma sala ou debaixo de uma mesa ou mesmo de uma cama.

Se está na rua:

- Dirija-se para um local aberto, com calma e serenidade.

- Enquanto durar o sismo não vá para casa.

- Mantenha-se afastado dos edifícios velhos, altos ou dos postos de electricidade e outros objectos que lhe possam cair em cima.

- Afaste-se de taludes ou muros que possam desabar.

Se está num local com muita gente (Cinema, Teatro,...):

- Não se precipite para as saídas.

Se vai a conduzir:

- Pare a viatura afastada de edifícios, muros, taludes, postes e cabos eléctricos, e permaneça dentro dela.

Que fazer depois de um Tremor de Terra?

Nos primeiros minutos após:

- Domine o PÂNICO mantenha a CALMA. Vá pensando no que deve fazer.

- Não se precipite para a escada ou para as saídas.

- Conte com a ocorrência de uma possível réplica.

- Não fume nem faça lume. Não ligue os interruptores. Pode haver fugas de gás ou curto circuitos. Utilize a lanterna eléctrica.

- Corte a água e o gás, desligue a electricidade.

- Calce sapatos e proteja a cabeça e a cara com um casaco, uma manta, um capacete ou um objecto resistente e prepare agasalho.

- Verifique se há incêndios. Tente apagá-los. Se o não conseguir, avise os Bombeiros da sua zona.

- Verifique se há feridos e preste-lhes os primeiros socorros se necessário. Se houver feridos graves não os remova a menos que corram perigo.

- Limpe os produtos inflamáveis que se tenham derramado (álcool, tintas, etc.).

- Se puder solte os animais domésticos. Eles tratarão de si próprios.

- Afaste-se da costa marítima. Pode ocorrer uma onda gigante (tsunami).

- Ligue o transístor e cumpra as recomendações que ouvir pela rádio.

Nas horas seguintes:

- Mantenha a calma e cumpra as instruções que a rádio difundir. Esteja preparado para outros abalos (réplicas) que costumam suceder-se ao sismo principal.

- Se encontrar feridos graves, chame as equipas de socorro para promover a sua evacuação.
- Se houver pessoas soterradas, informe as equipas de salvamento. Entretanto se for capaz, sem perigo, de os começar a libertar, tente fazê-lo retirando os escombros um a um, começando pelo de cima. Não se precipite, não agrave a situação dos feridos ou a sua própria.

- Evite passar por onde haja fios eléctricos soltos e tocar em objectos metálicos em contacto com eles.

- Não beba água de recipientes abertos sem a ter examinado e filtrado por coador, filtro ou simples pano lavado.

- Verifique se os canos de esgoto estão em bom estado e permitem utilização.

- Não utilize o telefone excepto em caso de extrema urgência (ferido grave, fuga de gás, incêndio, etc.).

- Não propague boatos que podem causar muitos danos após uma catástrofe.

- Coma alguma coisa. Sentir-se-á melhor e o seu moral ficará reforçado e portanto mais capaz de ajudar os outros.

- Se a sua casa estiver muito danificada abandone-a. Reúna os recipientes de água, os alimentos e os medicamentos necessários (cardíacos, diabéticos, etc.).

- Acate as instruções que a rádio difundir.

- Não preocupe com os edifícios com grandes estragos nem se aproxime das estruturas danificadas.

- Acalme os seus familiares, os mais jovens e os idosos. São os que mais sofrem com o medo.

- Corresponda aos apelos que forem divulgados e caso lhe seja possível colabore com as equipas de socorro.

- Não circule pelas ruas para observar o que aconteceu. Liberte-as para as viaturas de socorro.

Por último queremos dizer-lhe que não existem normas rígidas para eliminar todos os riscos que um tremor de terra pode originar. No entanto, muitos acidentes pessoais e prejuízos poderão ser evitados se estas regras que lhe recomendamos forem integralmente cumpridas e se pais, professores, autoridades, empresários e educadores em geral as difundirem e ensinarem às crianças e aos que não sabem ler. A difusão destas medidas NÃO significa que esteja iminente a ocorrência de um sismo. Significa que ficamos mais capazes de agir correctamente quando algum acontecer.

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As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico e/ou Farmacêutico.
Impacto na saúde pública
O conjunto de doenças que afectam o aparelho cardiovascular - o coração e os vasos sanguíneos – desi

As doenças cardiovasculares (DCV) incluem um grupo muito vasto de doenças que afectam o coração e os grandes vasos - as artérias e veias que constituem a rede de distribuição de sangue no organismo. Apesar desta definição genérica, a expressão é geralmente utilizada para designar as doenças especificamente relacionadas com a aterosclerose, um processo inflamatório crónico que afecta, de forma progressiva e silenciosa, a parede das artérias, promovendo a deposição de placas complexas de gordura no seu interior. Estas placas de gordura - os ateromas - vão endurecendo, deformando e até rompendo a parede das artérias, o que condiciona um estreitamento do lúmen deste canal que compromete ou pode mesmo obstruir totalmente o fluxo de sangue com os coágulos entretanto formados.

A isquémia que daí resulta faz sofrer os tecidos afectados, podendo, em última análise, levar à perda completa da sua função. As formas mais comuns de manifestação de doença - o enfarte agudo do miocárdio (EAM) e o acidente vascular cerebral (AVC) - são acontecimentos súbitos e devastadores, um primeiro sinal tardio de uma doença grave que é então impossível prevenir.

A nível mundial, as DCV são motivo de grande preocupação e segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), continuam a ser a principal causa de mortalidade a nível mundial, particularmente no sexo feminino. Efectivamente, segundo os dados disponíveis de 2008, as DCV são responsáveis por 32 por cento do total de mortes no sexo feminino e 27 por cento no sexo masculino, em todo o mundo.

Prevê-se que no ano 2030 as DCV sejam a primeira causa de morte em todo o mundo. As previsões apontam para que ocorra, no período de 2004 a 2030, um ligeiro aumento do número de mortes por causa cardiovascular nos países de rendimento intermédio e elevado, prevendo-se também um aumento significativo das mesmas nos países de baixo rendimento.

No entanto, o número de mortes por DCV projectadas para o período 2004-2030 deve-se apenas ao crescimento e ao envelhecimento populacional, sendo contrabalançado no sentido positivo por alterações epidemiológicas resultantes da implementação de campanhas de prevenção primária e secundária das DCV.

A nível europeu as DCV causam anualmente mais de 4,8 milhões de mortes (48 por cento do total de mortes) e mais de 2 milhões na União Europeia a 27 (42 por cento do total de mortes). São a primeira causa de morte nas mulheres em todos os países da Europa, e nos homens também, com excepção neste caso para a França, a Holanda e a Espanha (European Heart Network , 2008).

Em Portugal, as doenças do aparelho circulatório, nomeadamente os acidentes vasculares cerebrais (AVC) e a doença isquémica cardíaca (DIC), continuam a ser a primeira causa de morte também em Portugal.

Também é de referir que a mortalidade precoce diminuiu muito: a grande maioria (73 por cento) morre depois dos 75 anos, e muitos só depois dos 100 anos, estando neste momento as doenças cardiocerebrovasculares associadas ao envelhecimento de uma forma notória.

Ao contrário do que acontece na maioria dos países da Europa, a taxa de mortalidade por AVC é em Portugal superior à taxa de mortalidade por DIC, representando cerca de metade dos óbitos de origem cardiovascular.

Também a morbilidade associada às DCV é uma enorme preocupação em termos de saúde pública, dado que está na origem de situações de incapacidade que afectam a nível pessoal, familiar e social, e que culmina em elevados custos socioeconómicos.

Morbilidade
Diversos indicadores podem ser utilizados para avaliar o impacto de morbilidade de uma etiologia específica na Saúde Pública de uma comunidade, ou para proceder a análises comparativas entre diferentes comunidades, nomeadamente a prevalência, a incidência, os anos de vida ajustados à incapacidade (DALYs - disability ajusted life years) ou ainda índices que agregam a informação de vários indicadores como a Carga de Doença (Burden of Disease). A OMS preconiza a utilização preferencial deste índice para avaliar e comparar a morbilidade por patologias específicas.

A nível mundial, e no ranking das dez principais causas de Carga de Doença, para todas as faixas etárias aparece em quarto lugar a doença isquémica cardíaca (responsável a nível mundial por 62,6 anos de vida perdidos ajustados à incapacidade (DALY's) e em sexto a doença cerebrovascular.

Quando os dados são analisados agrupando os países por níveis de rendimento, verifica-se que nos grupos de rendimento intermédio e elevado, a doença isquémica cardíaca e a doença cerebrovascular aparecem respectivamente em segundo e terceiro lugar na lista das principais causas de carga de doença. Mesmo nos países pertencentes ao grupo de rendimento baixo, a doença isquémica cardíaca aparece entre as 10 primeiras causas de anos de vida perdidos ajustados à incapacidade.

As projecções da OMS neste domínio também não são animadoras. Os dados projectados para o período de 2004 a 2030 apontam para que a doença isquémica cardíaca e a doença cerebrovascular, que em 2004 se encontravam a nível mundial em termos de principais causas de anos de vida perdidos, no 4º e 6º lugar respectivamente, passarão a ocupar o 2º e 4º lugar.

Analisando os dados, a nível europeu, as DCV são não só a principal causa de morte, mas também a principal causa de anos de vida ajustados à incapacidade, representando 23 por cento do total - mais de 34 milhões de DALY's (WHO, 2008).

Em Portugal as DCV estão entre as principais causas de morbilidade e invalidez. No ranking das 10 principais causas de incapacidade, em percentagem do total de anos de vida ajustados à incapacidade (DALY's) em ambos os sexos, as DCV aparecem em segundo lugar, tanto no sexo masculino como no feminino. Com base em informação disponibilizada pelo Instituto Nacional de Estatística, relativamente ao período 1999-2001, a doença isquémica cardíaca (DIC) constitui a terceira causa de Anos de Vida Potencialmente Perdidos (AVPP) e as doenças cerebrovasculares a quinta causa de AVPP.

Segundo a mesma entidade, a doença isquémica cardíaca foi a situação que sofreu uma pior evolução em termos de AVPP (morre-se mais ou mais cedo), tanto nos homens como nas mulheres, entre os períodos de 1999-2001 e 2003-2005, embora mais marcadamente no sexo masculino. Também as doenças cerebrovasculares sofreram uma evolução negativa neste intervalo, relativamente à média de AVPP, embora numa escala muito menor, e de forma semelhante nos dois sexos. Ainda de acordo com Inquérito Nacional de Saúde de 2005/2006, 1,6 por cento da população portuguesa de ambos os sexos inquirida reportou já ter tido um AVC, e 1,3 por cento um enfarte do miocárdio.

Com base nestes dados, as DCV têm vindo a ser apelidadas a nível nacional como as "novas epidemias", no entanto são escassas as informações publicadas que permitem estimar a sua incidência, nomeadamente dos AVC e dos enfartes do miocárdio. Os acidentes vasculares cerebrais são a principal causa de incapacidade nas pessoas idosas. Alguns autores consideram que a incidência do AVC em Portugal é de 1 a 2 por 1.000 habitantes por ano, considerando que o maior factor de risco é a idade. Com efeito 85 por cento dos doentes tinha mais de 65 anos, e acima dos 85 anos a incidência encontrada foi de 20/1.000 por ano.

É por demais sabido que as sequelas dos AVC's são frequentes, sendo o seu impacto social, económico e familiar muito grande. Se considerarmos as tendências demográficas actuais, é fácil constatar e prever que esta doença vai absorver uma considerável parte do orçamente destinado à saúde e exigir cuidados de saúde acrescidos, pelo menos em termos de quantidade.

Com base nos dados apresentados relativos à morbilidade cardiovascular em Portugal, torna-se evidente que as DCV são e continuarão a ser uma fonte de custos de grande dimensão. Nestes custos terão de ser contabilizados os custos directos, relacionados com a utilização dos serviços de saúde (consultas, internamentos, medicamentos, por exemplo), mas também os indirectos, relacionados com a perda de produtividade dos doentes e seus familiares. É assim necessário que as DCV sejam uma prioridade para os decisores das políticas de saúde a nível nacional, aquando da formulação das mesmas.

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As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde de A-Z não substituem o parecer/opinião do seu Médico e/ou Farmacêutico.
Apesar dos avanços, ainda estão subavaliadas
Os pulmões são sede de inúmeras doenças, sendo que as mais frequentes são as pneumonias, neoplasias
Duas pessoas com luvas, fatos e máscaras de protecção

O pulmão, com os seus 350 milhões de alvéolos, a que corresponde uma superfície aproximada de 70 metros quadrados, é a principal interface entre o organismo e o ambiente, estando assim sujeito às mais variadas exposições: fumos, poeiras, gases e vapores produzidos ou utilizados em meio laboral.

As doenças pulmonares de origem ocupacional, comummente chamadas de profissionais, devem-se à inalação de partículas nocivas, nuvens, vapores ou gases no local de trabalho. O local exacto das vias aéreas ou dos pulmões aonde chega a substância inalada e o tipo de doença pulmonar que desencadeia dependem do tamanho e do tipo das partículas.

As maiores podem ficar retidas no nariz ou nas vias aéreas superiores, mas as mais pequenas atingem os pulmões. Uma vez ali, algumas partículas dissolvem-se e podem passar para a corrente sanguínea; as defesas do corpo eliminam as mais sólidas que não se dissolvem.

O organismo tem vários mecanismos para eliminar as partículas aspiradas. Nas vias respiratórias, o muco cobre as partículas de modo que seja fácil expulsá-las através da tosse. Nos pulmões, existem células depuradoras especiais que engolem a maioria das partículas e as tornam inofensivas.

Mas os diversos tipos de partículas produzem diferentes acções no organismo. Algumas causam reacções alérgicas, como o pólen das plantas, responsável pela febre do feno ou por um tipo de asma. As partículas como o pó de carvão, o carvão e o óxido de estanho não produzem muita reacção nos pulmões. Outras, como o pó de quartzo e de amianto podem causar cicatrizes permanentes no tecido pulmonar (fibrose pulmonar). Em quantidades importantes, certas partículas, como o amianto, podem causar cancro nos fumadores.

Portugal não se afasta significativamente dos seus parceiros da União Europeia no que toca à incidência e prevalência de doenças respiratórias profissionais. No entanto, apesar de as doenças respiratórias possuírem uma elevada repercussão na qualidade de vida dos trabalhadores, existe um grupo destas doenças que se encontram subavaliadas.

De salientar que as doenças ocupacionais pulmonares podem ocorrer em várias profissões e com diferentes graus de gravidade, uma vez que vai depender da susceptibilidade do indivíduo, da intensidade da exposição, do tipo de exposição, do tipo de partículas (orgânicas, inorgânicas ou sintéticas), do seu tamanho, densidade, solubilidade e carga eléctrica. Por outro lado, a manifestação destas doenças pode ocorrer de uma forma aguda ou crónica, insidiosamente ao longo de décadas, constituindo um grupo de doenças com elevada repercussão na qualidade de vida dos trabalhadores afectados.

As várias doenças pulmonares ocupacionais
As principais doenças respiratórias ocupacionais são silicose, pulmão negro, asbestose, bronquite, beriliose, asma profissional, bissinose, exposição a gases e substâncias químicas, pneumoconiose benigna, pneumonites de hipersensibilidade, doenças infecciosas e cancro.

Contudo, entre as doenças profissionais respiratórias mais notificadas como tendo a sua origem/agravamento na actividade profissional ou no ambiente em que esta é desenvolvida, destacam-se a asma ocupacional, as pneumonites de hipersensibilidade e as pneumoconioses.

A asma profissional, que nos países industrializados é a causa mais frequente de doença ocupacional, manifesta-se por episódios de tosse, pieira e dispneia; podendo atingir, por exemplo, os padeiros, como consequência de uma exposição continuada ao pó dos cereais.

As pneumonites de hipersensibilidade, de que é exemplo a suberose que atinge os trabalhadores da indústria da cortiça, são doenças imunológicas do pulmão causadas por exposição a alergéneos orgânicos.

Já as pneumoconioses resultam da acumulação no interstício pulmonar de partículas inorgânicas (sílica, carvão, berílio, cobalto, etc.). A silicose é a doença fibrosante do pulmão com maior prevalência no mundo e atinge sobretudo trabalhadores da indústria da cerâmica, mineiros e pedreiros. Os profissionais de saúde estão, também eles, sujeitos a doenças profissionais, tendo neste contexto especial relevo a tuberculose pulmonar.

Das neoplasias pulmonares e pleurais ocupacionais realçam-se as provocadas pelas fibras de asbesto, presentes no amianto. Pelo facto de ser um excelente isolante, este material foi largamente utilizado na construção naval, civil e na indústria automóvel durante o século XX.

Reconhecer a atribuição de incapacidades
Consideram-se doenças profissionais todas aquelas cuja origem esteja relacionada com a actividade ou o ambiente em que a mesma se desenvolve.

Em Portugal, é ao Centro Nacional de Protecção contra os Riscos Profissionais que compete o reconhecimento e a atribuição de incapacidades resultantes de doença profissional.

Apesar do esforço que tem vindo a ser desenvolvido no sentido de identificar determinadas doenças, nem sempre existe uma associação directa da causa/efeito.

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As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico e/ou Farmacêutico.
Substâncias ilícitas
A comercialização e consumo das drogas são punidos por lei e está associada a comportamentos de risc
Droga

A história das drogas é a história da humanidade. Fizeram parte essencial da sua cultura, dos seus rituais religiosos, das suas relações humanas... evoluindo ao mesmo tempo que os homens e as mulheres que as consomem.

A amplitude do termo "droga" reflecte esta longa evolução, fazendo referência a um elevado número de substâncias com distintos efeitos sobre a percepção, o pensamento, o estado de ânimo ou as emoções, com diferente capacidade para produzir dependência e com significados diferentes para aqueles que as consomem.

Ainda há quem utilize terminologia não científica para classificar as substâncias a que chama drogas: quentes e frias; químicas e ecológicas; Leves ou pesadas; etc. No entanto, a classificação que mais se aproxima de conceitos científicos será a de Delay e Denicker: estimulantes; perturbadoras; sedativas. Outras classificações dividem as drogas em estimulantes, depressoras e alucinogénicas.

De acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS), o termo droga aplica-se a todas as substâncias que se caracterizam por:

  • Produzir alterações no equilíbrio do organismo ao serem introduzidas por diversas vias, como inalação, ingestão, injecção, etc.;
  • Provocar no indivíduo dependência física, psíquica ou ambas;
  • Conduzir o organismo à tolerância aos efeitos que produz;
  • Levar à síndroma de abstinência, quando deixam de ser consumidas.

Consumo de drogas
O consumo de drogas é um problema importante tanto do ponto de vista sanitário como social na UE e no resto do mundo. Apesar de haver uma tendência para a estabilização da maioria das formas de consumo, continuam a registar-se 6500 a 8500 mortes por ano relacionadas com a utilização destas substâncias.

O problema da droga está muito relacionado com outros problemas sociais e de saúde, por isso para que a acção contra a droga seja eficaz, é preciso contar com um leque variado de participantes e com o apoio das comunidades onde decorre. Tendo isso em conta, a União Europeia tem tomado várias medidas, entre as quais o delinear de uma estratégia europeia (Estratégia europeia em matéria de droga 2005-2012 -http://europa.eu/legislation_summaries/justice_freedom_security/combating_drugs/c22569_en.htm) que tem por objectivo proteger a saúde pública e fomentar a coesão social prevenindo e reduzindo o consumo de drogas. Centra-se em duas dimensões principais da política em matéria de droga - redução da oferta e redução da procura - e tem três temas horizontais: coordenação, cooperação e informação internacional, investigação e avaliação.

Classificação das drogas

Drogas estimulantes
Estimulam o sistema nervoso central (SNC) provocando euforia, diminuição da fadiga, aumenta o desejo sexual (libido) e reduz significativamente o apetite. Após este período de "alta” a necessidade em dormir pode aumentar desproporcionalmente, interferindo nos padrões normais de sono.

Entre as principais substâncias estimulantes (ilícitas e lícitas) encontram-se as anfetaminas, a cocaína, o crack, a cafeína e a nicotina. Todas estas substâncias são susceptíveis de abuso e dependência. Estima-se que 60 a 80 por cento dos consumidores de cocaína recorrem às anfetaminas, simultaneamente com o álcool.

Drogas depressoras
Proporcionam uma sensação de relaxe - bem-estar, alívio, controlo, tranquilidade - no SNC e diminui a percepção da dor. As substâncias depressoras incluem grande variedade de medicamentos analíticos, hipnóticos, analgésicos, etc. para além da heroína, a morfina, o ópio, ou a codeína.

Habitualmente consumidos concomitante com outras substancias, e mesmo com álcool, numa tentativa para alterar e/ou potenciar alguns dos seus efeito. Todas as drogas depressoras são potencialmente susceptíveis de abuso e dependência - física, mental e emocional.

Drogas alucinogénicas
Provocam alteração do nível da consciência, do humor, da percepção da realidade e induzem alucinações. Ou seja, estas drogas podem provocar sensações anormais de natureza predominantemente visual (ilusões e alucinações). A maioria destas drogas são adulteradas cujo fim é o lucro da venda. Podem gerar dependência psicológica, ex cannabinoides (haxixe e marijuana) e desencadear surtos psicóticos em indivíduos vulneráveis a esta substancia. São exemplo de substâncias alucinogénicas o haxixe, a marijuana, o LSD, o ecstasy, os aerossóis, os solventes ou as colas.

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Mais frequente em grupos fechados
As pneumonias atípicas são pneumonias causadas por microrganismos diferentes dos denominados tipicam
Médica a olhar para radiografia ao tórax

Habitualmente a pneumonia é causada por bactérias, vírus ou fungos. No entanto, existem pneumonias causadas por agentes diferentes dos referidos, sendo que os mais frequentes são Mycoplasma e Chlamydia, dois microrganismos semelhantes às bactérias.

O Mycoplasma pneumoniae é a causa mais frequente em indivíduos entre os 5 e os 35 anos de idade. As epidemias verificam-se especialmente em grupos fechados, tais como estudantes, pessoal militar e famílias.

As epidemias tendem a difundir-se lentamente, dado que o período de incubação dura entre 10 e 14 dias. Este tipo de pneumonia aparece com mais frequência na Primavera.

A pneumonia causada por micoplasmas começa, frequentemente, com cansaço, inflamação da garganta e tosse seca. Os sintomas pioram paulatinamente e os acessos de tosse forte podem eliminar a expectoração. Cerca de 10 a 20 por cento dos afectados apresentam erupção cutânea. Às vezes, apresentam anemia, dores articulares ou perturbações neurológicas.

Os sintomas costumam persistir durante uma a duas semanas e após este período o processo de melhoria é lento. Alguns doentes continuam débeis e cansados ao fim de várias semanas. Embora a pneumonia causada por micoplasmas possa ser grave, habitualmente é ligeira e a maioria dos doentes recupera sem qualquer tratamento.

A bactéria Chlamydia pneumoniae é outra causa frequente de pneumonia nas pessoas entre os 5 e os 35 anos de idade, embora possa também afectar pessoas mais velhas.

A doença transmite-se de pessoa a pessoa, pelas partículas expulsas com a tosse e os s sintomas são semelhantes aos da pneumonia causada por micoplasmas. A maioria dos casos não se reveste de gravidade, embora o índice de mortalidade entre os adultos de mais idade que contraem a doença seja de 5 a 10 por cento.

O diagnóstico de ambas as doenças baseia-se numa análise de sangue para detectar os anticorpos face ao microrganismo suspeito e nas radiografias ao tórax. Os dois tipos de pneumonia respondem a tratamento medicamentoso, mas não se deve interromper o tratamento demasiado cedo, uma vez que os sintomas podem reaparecer.

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Doença crónica da coagulação do sangue
A hemofilia caracteriza-se por distúrbios da coagulação hereditários, nos quais existe uma anomalia
Dedo a sangrar

A hemofilia é uma doença crónica e uma deficiência orgânica congénita no processo da coagulação do sangue. De transmissão genética, ligada ao cromossoma X, aparece quase exclusivamente nos indivíduos do sexo masculino e caracteriza-se pela ausência ou acentuada carência de um dos factores da coagulação. Por este motivo, a coagulação é mais demorada ou inexistente, provocando hemorragias frequentes, especialmente a nível articular e muscular.

A hemofilia é um distúrbio raro, cuja incidência na população em geral é de 1 em 10 mil habitantes (por isso aproximadamente 1 em cada 5 mil rapazes que nascem tem hemofilia).

Existem dois tipos de hemofilia, a A e a B. Uma pessoa com hemofilia A tem uma deficiência de factor de coagulação VIII. Já uma pessoa com hemofilia B tem uma deficiência de factor IX. Os factores da coagulação*, que estão presentes no sangue, são representados em numeração Romana de I a XII.

Ambos os tipos de hemofilia partilham os mesmos sintomas e padrão hereditário, somente as análises ao sangue podem identificar qual é o factor afectado. A gravidade da doença está relacionada com o grau de deficiência do factor da coagulação em causa, no sangue.

Diagnóstico da hemofilia

Em pelo menos 30% dos casos de hemofilia não existe história familiar conhecida e a ocorrência de hemofilia presume-se ser o resultado de uma mutação genética espontânea.

O processo do diagnóstico envolve muitos testes laboratoriais complexos a amostras de sangue. O tempo até se chegar a um diagnóstico concreto e preciso pode provocar ansiedade e ser um período difícil para as famílias.

Os casos de hemofilia grave podem tornar-se evidentes e ser diagnosticados numa idade precoce como resultado de uma cirurgia ou de um ferimento. Por exemplo, hemorragias prolongadas podem seguir-se a uma circuncisão, ou análises e imunizações de rotina.

Mais frequentemente, o primeiro sintoma de uma tendência hemorrágica é na forma de hematomas (nódoas negras) extensos à medida que a criança aprende a andar ou a gatinhar. Infelizmente isto é algumas vezes confundido como resultado de uma lesão não acidental, mas normalmente nestes casos é necessário que sejam realizados testes de coagulação para investigar a possibilidade da criança ter um distúrbio hemorrágico. O romper dos dentes é outra fase na qual o distúrbio se pode tornar aparente.

A hemofilia moderada ou ligeira pode só ser diagnosticada mais tarde na infância ou em alguns casos mesmo em adultos. Devido à presença de alguma quantidade de factor da coagulação, as lesões menores ficam curadas normalmente e por vezes, só quando ocorre uma lesão maior é que a deficiência é revelada.

Sintomas da hemofilia

O sintoma mais evidente da hemofilia é a perda de sangue exagerada, uma hemorragia que não para, marcas roxas pelo corpo e feridas que demoram muito tempo para cicatrizar.

Os sintomas da hemofilia grave podem ser observados logo no bebé quando começam a surgir os primeiros dentes e pelas marcas roxas (hematomas) que surgem por pequenas pancadas.

No caso da hemofilia ligeira ou moderada, os sintomas são mais leves e o diagnóstico da doença pode vir somente na vida adulta.

Transmissão da hemofilia

A hemofilia é uma condição hereditária. Contudo, é possível que esta possa aparecer em qualquer família – pensa-se que pelo menos 30% das pessoas com hemofilia não têm antecedentes familiares de distúrbio hemorrágico.

É difícil ser-se exacto acerca destes valores devido à forma como a hemofilia é transmitida. Tecnicamente tem um padrão "recessivo ligado ao sexo".

Isto significa que enquanto exclusivamente os homens são afectados pelo distúrbio, este é transmitido pelos elementos familiares femininos. Os seus filhos varões não serão afectados pela hemofilia nem serão "portadores". Um homem com hemofilia transmite o gene com hemofilia às suas filhas. Por isso, todas as filhas serão portadoras "obrigatórias" do gene da hemofilia. Apesar da filha de um homem com hemofilia não ter níveis de factor tão baixos como o seu pai, ela pode ter um nível abaixo do "normal".

Devido à possibilidade do gene anómalo permanecer escondido através de diversas gerações de filhas portadoras, pode ser difícil saber se não existe, realmente, história familiar ou se o problema ficou adormecido por diversas gerações.

Tratamento da hemofilia

Cada episódio hemorrágico deve ser tratado prontamente através de uma infusão intravenosa do factor da coagulação em falta. Uma vez que a hemorragia tenha parado, a dor diminui rapidamente e o membro afectado retoma a sua função normal.

O tratamento é administrado na forma de uma injecção intravenosa, constituída por um pó branco liofilizado que se mistura com a água destilada fornecida com o factor.

O tratamento domiciliário é o método ideal de tratamento, uma vez que é reduzido ao mínimo o tempo entre o reconhecimento de uma hemorragia e o seu tratamento, apresentando assim muitas vantagens: reduz a perturbação causada pelo episódio hemorrágico na pessoa com hemofilia e na sua família e o doente sente-se mais capaz de controlar o seu distúrbio.

Para além disso da independência, há também uma maior e mais regular assiduidade escolar e laboral e a participação em actividades sociais fica mais facilitada.

* Factor da coagulação

Proteína existente no sangue necessária à coagulação. O sangue é composto de diferentes elementos. Cada elemento desempenha um papel especial. Alguns componentes importantes do sangue ajudam a controlar as hemorragias e estes são chamados factores da coagulação.

Como funcionam? Quando um dos vasos sanguíneos sofre uma ruptura, forma-se uma pequena abertura e o sangue começa a fluir. Este derrame sanguíneo pode acontecer fora da pele (hematoma) ou para dentro, onde não pode ser observado (articulações e músculos). Quando há uma perfuração dos vasos sanguíneos, ou seja, quando a hemorragia começa, os factores da coagulação trabalham conjuntamente para produzir um coágulo que cubra essa perfuração. Um coágulo é uma espécie de “rolhão” que cobre o orifício e impede que o sangue se derrame fora do vaso sanguíneo.

Para que a coagulação aconteça normalmente, é necessário que todos os factores, convencionalmente identificados por numeração romana de I a XII, trabalhem na sequência dos seus próprios números. Cada um tem a sua importância e todos eles trabalham conjuntamente para que a coagulação possa ser levada a cabo.

Mas se um dos factores não actua como os outros, os restantes não actuam de modo a formar o coágulo e terminar a hemorragia. O coágulo sanguíneo será anómalo se faltar qualquer factor da coagulação ou se esse factor existir em quantidade insuficiente, sendo em geral, neste caso, maior o tempo de coagulação.

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Doenças

Consequências
Anemia falciforme Parto prematuro, atraso no crescimento intra-uterino
Bócio endémico Hipotiroidismo
Cardiopatia congénita cianótica Atraso no crescimento intra-uterino
Colestase Parto prematuro
Diabetes mellitus, leve Feto grande para a idade de gestação, hipoglicemia
Diabetes mellitus, grave Atraso de crescimento
Distrofia miotónica Distrofia miotónica neo-natal, contracturas congénitas, insuficiência respiratória
Doença de Graves Tireotoxicose neonatal transitória
Fenilcetonúria Microcefalia, atraso mental
Herpes de gestação Erupção ampolhosa
Hiperparatiroidismo Hipocalcemia neo-natal
Lúpus eritematoso disseminado Bloqueio cardíaco congénito, erupção cutânea, anemia, trombopenia, neutropenia
Melanoma Tumor placentário ou fetal
Miastenia grave Miastenia neo-natal transitória
Neutropenia o trombopenia1 Neutropenia ou trombopenia
Obesidade Macrossomia, hipoglicemia
Pré-eclâmpsia, eclâmpsia Atraso no crescimento intra-uterino, trombopenia, neutropenia, morte fetal
Púrpura trombocitopénica idiopática Trombocitopenia
Sensibilização Rh Anemia fetal, hipoalbuminemia, hidropisia, icterícia neo-natal
Toxicomanias Atraso no crescimento intra-uterino, síndrome de abstinência neo-natal
Transplante renal Atraso no crescimento intra-uterino
Hipertensão Atraso no crescimento intra-uterino, morte fetal intra-uterina
Infecções Modo de transmissão Consequências
Bactérias    
Borrelia burgdorferi Transplacentária Prematuridade, morte fetal
Chiamydia trachomatis Canal do parto Conjuntivite, pneumonia
Escherichia coli Cervical ascendente Sepsis, pneumonia
Estreptococos do grupo B Cervical ascendente Sepsis, pneumonia
Listeria monocytogenes Transplacentária Sepsis, pneumonia
Mycohacterium tuberculosis Transplacentária Prematuridade, morte fetal, tuberculose congénita
Mycoplasma hominis Cervical ascendente Pneumonia
Neisseria gonorrhoeae Canal do parto Oftalmia (conjuntivite)
Sífilis Transplacentária Sífilis congénita
Ureaplasma urealyticum Cervical ascendente Pneumonia, meningite
Vírus    
Citomegalovirus Transplacentária2 CMV congénito ou assintomático
Coriomeningitis linfocitaria Transplacentária Morte fetal ou neo-natal, hidrocefalia, coriorretinite
Epstein-Barr Transplacentária Malformação
Hepatite B Transplacentária 3 Hepatites neo-natal, portador crónico
Hepatite C Transplacentária Hepatites neo-natal, portador crónico
Herpes simples Transplacentária VHS congénito
Herpes simples Canal do parto Encefalites neo-natal, viremia disseminada
Parvovírus Transplacentária Anemia fetal, hidropsia
Poliomielite Fecal-oral Poliomielites congénita
Rubéola Transplacentária Rubéola congénita
Sarampo Transplacentária Aborto, sarampo neo-natal
Varicela zóster Transplacentária precoce Malformações congénitas
Vírus Coxsackie B Transplacentária tardio Varicela neo-natal
Vírus imunodeficiência humana Transplacentária Miocardites, meningites, hepatites
Vírus imunodeficiência humana Transplacentária 3

SIDA congénita

     
Paludismo Transplacentária Aborto, prematuridade, atraso no crescimento intra-uterino
Toxoplasmose Transplacentária Toxoplasmose congénita ou assintomática
Tripanossomíase Transplacentária Doença de Chagas congénita
Fungos    
Candida Cervical ascendente   Sepsis, pneumonia, erupção cutânea
Priões    
Doença de Creutzfeldt-Jakob Transplacentária5 Não há dados a longo prazo

1. Auto-imune
2. Também, leite materno, (raro)
3. Também, canal de parto ou leite materno
4. Ambas são possíveis, mas raras
5. Também, colostro

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A doença venosa resulta de uma alteração estrutural do sistema venoso dos membros inferiores, em que
Pernas elevadas com almofada ergonómica

A doença venosa crónica, doença que afecta mais de 1/3 dos portugueses e é uma das doenças crónicas mais frequentes na população portuguesa. Um número demasiado elevado, tendo em conta que é possível prevenir e travar o avanço das varizes, caso estas sejam diagnosticadas atempadamente, e caso se inicie desde logo uma terapêutica adequada, no sentido de atrasar o aparecimento da doença.

As mulheres são mais afectadas do que os homens, devido a acção das hormonas sexuais femininas, ao uso de anticonceptivos orais (pílula), à existência de menor massa muscular e à gravidez.

O aparecimento de varizes é motivado por dificuldades de drenagem sanguínea relacionadas com o estado das veias e com a insuficiência das válvulas existentes no interior das mesmas, afectando sobretudo os membros inferiores.

O que é a Doença Venosa Crónica

As veias dos membros inferiores têm como função conduzir o sangue de volta ao coração. Dentro delas existem pequenas válvulas que impedem o retorno venoso para os pés, devido à acção da gravidade. Quando estas válvulas se tornam insuficientes, não fecham adequadamente e o sangue não progride. Localmente, a quantidade de sangue aumenta, fica estagnado e faz com que as veias se dilatem e deformem tornando-se visíveis e com aspecto sinuoso. Assim as varizes são veias dilatadas com volume aumentado, tornando-se tortuosas e alongadas com o decorrer do tempo. No seu percurso pelo corpo, o sangue é transportado para as extremidades através das artérias.

Dentro das veias existem pequenas válvulas que impedem o retorno venoso para as extremidades. Quando essas válvulas não se fecham adequadamente, o refluxo é inevitável. É, então, que a quantidade de sangue dentro das veias começa a aumentar, obrigando-as a uma dilatação.

Os vários tipos de varizes

Existem dois tipos de varizes, as essenciais e as secundárias. O caso das varizes essenciais, responsáveis pela maior parte dos casos clínicos, trata-se de um problema de origem hereditária. Todavia, a predisposição genética de antecedentes familiares não significa que irá, forçosamente, ter varizes. Por sua vez, as varizes secundárias são provocadas por tromboflebites e, mais raramente, podem surgir por fístulas arteriovenosas na consequência de hábitos prejudiciais ou, por exemplo, depois de acidentes que obrigam a pessoa a ficar muito tempo acamada sem tomar as devidas precauções profilácticas.

Dito de outra forma…

Telangiectasias

Vulgarmente chamados “derrames”. São pequenas veias que aparecem por baixo da pele e se apresentam como pequenas linhas avermelhadas e sinuosas semelhantes a ramificações de uma árvore. Aparecem sem aviso e com maior frequência nas zonas das coxas, pernas e tornozelos.

Veias varicosas

Vulgarmente chamadas varizes, são veias dilatadas, tortuosas e alongadas, de maior ou menor calibre e profundidade. Têm cor azulada/arroxeada e resultam da falência valvular e perda da tonicidade e elasticidade da sua parede.

Causas mais frequentes

Na origem da doença venosa há sempre um ou mais factores determinantes, que podem ser de origem genética ou secundária a um factor circunstancial. O factor genético é responsável pela doença venosa primária, de início insidioso e com evolução mais ou menos lenta. Ocasiona uma diminuição da resistência das paredes das veias tornando-as mais frágeis e menos resistentes.

Os factores circunstanciais são vários, entre os quais se destacam, a trombose venosa profunda, os traumatismos, as terapêuticas hormonais femininas, a gravidez e um número considerável de factores causais como a obesidade, o ortostatismo prolongado, a toma excessiva de calor, etc. Assim, a doença venosa deve ser tratada desde os primeiros estádios da sua evolução, e deve ser prevenida eliminando ou evitando, quando possível, os factores de risco.

Mas há outros factores que desempenham, também, um papel importante no seu aparecimento ou agravamento, tais como: o tabaco, a ingestão exagerada de bebidas alcoólicas, o excesso de peso, a permanência prolongada na posição de pé ou sentada e actividades em que é necessário realizar grandes esforços, tal como sucede em muitas profissões.

Principais sintomas

A sintomatologia da doença venosa traduz-se por sensação de peso, dor, e frequente edema da perna e pé, geralmente de predomínio vespertino ao fim do dia. Nos estádios iniciais da doença ou seja, nos períodos pré-varicosos, as veias dilatadas, as varizes, não são evidentes, mas à medida que a doença progride o seu aparecimento é notório. As queixas mais frequentes são a sensação de cansaço, peso e dor nas pernas, prurido, edema (inchaço) dos pés e tornozelos, dormência e cãibras em, particular, durante a noite.

Estas queixas agravam-se após períodos prolongados na posição de pé e melhoram durante a noite. Vão-se agravando com o tempo e com a idade, a menos que se tomem medidas de prevenção ou um tratamento adequado. Se não tratadas podem dar origem a úlceras de difícil tratamento. Em casos graves podem contribuir para a incapacidade para o trabalho ou desenvolver tarefas domésticas.

Factores de Risco

O principal factor de risco é a idade. As varizes vão agravando ao ritmo do envelhecimento, o que não significa que uma pessoa jovem não as possa ter também. O sexo feminino é o mais afectado por este problema e a proporção é de sete mulheres para apenas um homem. As mulheres em fases de alterações hormonais pronunciadas devem ser mais vigiadas, como é o caso das grávidas e das que se encontram na menopausa. Desde a puberdade, à menopausa, as mulheres passam por várias etapas marcadas por autênticas revoluções hormonais. É precisamente nessas fases que ficam mais susceptíveis ao desenvolvimento de varizes.

A terapêutica anticoncepcional hormonal é mais um factor relevante. Não só a pílula, como todos os outros métodos hormonais (adesivo transdérmico, anel vaginal, implante) estão contra indicados em mulheres cuja tendência hereditária é por si só bastante pesada ou que tenham sofrido vários episódios de trombose venosa profunda.

A gravidez é o período de maior risco. Se não aparecerem na primeira gestação, as varizes poderão aparecer na segunda, sempre com tendência para agravar nas gravidezes seguintes. A hereditariedade, a idade, a obesidade e o clima hormonal são alguns dos factores de risco que fazem das mulheres o alvo preferido das varizes.

A exposição ao calor nas suas diversas formas é também um factor de risco apontado pelos especialistas. Especialmente nas mulheres que fazem depilação com cera quente, ou que gostam de apanhar banhos de sol durante longas horas.

Quanto ao consumo de álcool ou de tabaco, parece não haver uma influência no desenvolvimento da doença venosa. A não ser, em estádios mais avançados da doença, em que já se verificam grandes alterações cutâneas na perna e em que há falta de oxigenação. Se for fumador, o doente compromete ainda mais esta falta de oxigenação. O sangue que chega à perna tem menos oxigénio do que o de um não fumador.

Como prevenir as varizes

Para prevenir a doença venosa, é fundamental começar por eliminar os factores de risco, ou pelo menos minimizá-los. A primeira etapa para a prevenção consiste em detectar a hereditariedade, isto é, saber se na família há tendência para o desenvolvimento deste problema. Se houver, os cuidados devem ser reforçados. A segunda etapa será fazer um exame de diagnóstico para saber se tem ou não doença venosa, ou se já há presença de sintomas. Se houver dor, cansaço, peso, inchaço, então é porque já tem a doença. Neste caso deverá procurar um médico, de preferência especialista, para fazer um determinado número de exames e que aconselhe quais a medidas profiláticas. Entre estas medidas pode estar a prática de exercício físico como marcha, bicicleta, natação ou hidroginástica.

Depois, consoante os sintomas e o desenvolvimento da doença, é evidente que deve iniciar a medicação com fármacos que actuam sobre a elasticidade da veia e na micro circulação, na mesma situação recomenda-se ainda uso de meias elásticas.

A prevenção é fundamental e deverá ser feita o mais cedo possível. Os cuidados preventivos facilitam o retorno venoso, diminuem as queixas, o sofrimento, evitam a dilatação das veias e atrasam a evolução da doença, podendo evitar a necessidade de uma intervenção cirúrgica.

Tratamento farmacológico

Actualmente os tratamentos curativos são cada vez menos agressivos, os tratamentos paliativos mais eficazes, e os tratamentos preventivos mais frequentes. Isto deve-se a um melhor conhecimento da doença bem como ao seu diagnóstico precoce feito através de métodos como o triplex-scan e o ecodoppler a cores.

Em qualquer estádio da doença, a terapêutica medicamentosa com ventrópicos deve ser instaurada. Devem seleccionar-se os que, para além de outras acções terapêuticas, actuam sobre a micro circulação, eliminando assim a sintomatologia, e evitando as situações de dermatite, eczema venoso e a úlcera de perna.

Tratamento cirúrgico

Nas varizes mais volumosas ou nas dependentes dos sistemas das safenas interna ou externa, a cirurgia é a única solução.

A escleroterapia “secagem” e o laser transcutâneo, estão indicados no tratamento das telangiectasias e varizes reticulares (varizes de pequeno calibre).

Quando a indicação é correcta e a execução efectuada com rigor, tem excelentes resultados, não só no que respeita aos sintomas mas também no que se refere à estética.

Nos estadios iniciais a cirurgia pode ser efectuada em regime ambulatório, sob anestesia local ou locoregional, por procedimento endovascular com laser através de fibra óptica ou por ressecção das varizes com mini incisões cutâneas. A preocupação dominante do cirurgião vascular nesta doença é não só a cura da lesão mas também o resultado estético.

Nas situações mais avançadas e mais graves, a cirurgia é mais complicada, requerendo anestesia geral ou raquidiana, do que decorre a necessidade de internamento hospitalar, geralmente não por tempo superior a 24 horas.

Consequências do não tratamento

As úlceras varicosas, provocadas por varizes não tratadas causam um aumento de pressão exercida pelo sangue sobre a pele. Esta, ao estalar, provoca uma chaga que é difícil de tratar, porque só é possível curar a ferida na pele atacando a causa, que é o mau funcionamento do sistema venoso. O caso de maior gravidade decorre das flebotromboses: Quando um trombo de sangue que está preso numa veia se solta pode subir até aos pulmões e poder resultar numa embolia pulmonar e na morte.

Conselhos úteis

Se tem doença venosa dos membros inferiores deve ter atenção aos seguintes conselhos:

- Use meias elásticas principalmente durante a gravidez, ou durante actividades em que permaneça muitas horas de pé. São o principal meio de prevenção para o aparecimento de varizes. Os seus resultados são melhores se as calçar logo de manhã, mesmo antes de se levantar da cama.

- Mantenha um peso corporal adequado evitando o excesso de peso. Faça uma alimentação equilibrada rica em fibras e fruta. Substitua as carnes vermelhas e as gorduras por peixe e carne de aves. Evite os alimentos fritos e algumas especiarias (pimenta). Use de preferência o azeite. Beba cerca de um litro e meio de água por dia e evite bebidas alcoólicas. O tabaco prejudica a fluidez do sangue no retorno venoso para o coração, agravando o problema a quem sofre de varizes.

- Use roupas e sapatos confortáveis. Quando apertados dificultam a circulação e o retorno do sangue. Os saltos altos são prejudiciais.

- Evite a exposição prolongada dos membros inferiores a elevadas temperaturas tipo sauna, sessões de bronzeamento, banhos quentes, radiadores, exposição solar, braseiras, lareiras, depilação com cera muito quente, porque provocam dilatação das veias, o aparecimento de novos vasos, o edema e dificultam o retorno venoso.

- Evite estar muito tempo sentado. Se tiver que o fazer use meias elásticas, mobilize as pernas e mexa os tornozelos e os dedos dos pés com frequência.

- Evite cruzar as pernas quando se senta Ao fazê-lo está a aumentar a pressão na perna, que fica por baixo dificultando ainda mais a circulação do sangue.

- Durante o repouso, mantenha as pernas ligeiramente levantadas, ou pelo menos esticadas em cima de um banco, após um dia de actividades mais intensas ou após o exercício físico, de forma a favorecer o retorno venoso e melhorar a circulação do sangue. Se tiver cãibras durante a noite durma com o colchão um pouco elevado na zona dos pés (10 a 15 centímetros).

- Pratique regularmente exercícios físicos moderados, evitando peso excessivo nas pernas. Ande a pé, de bicicleta, corrida, dança, caminhe na praia junto à água, banho de mar, natação. Se costuma levar o carro para o emprego ou utiliza outros meios de transporte, autocarros ou metro desça uma estação antes e aproveite para andar algumas dezenas de metros a pé. Evite transportar pesos em excesso, ou realizar actividades físicas do tipo musculação, ou de grande impacto, porque provocam uma grande tensão nos vasos e, por conseguinte, a sua dilatação, ou a formação de novas varizes. Em casa, pode realizar alguns exercícios simples que lhe poderão ser indicados pelo seu médico assistente.

Questões Frequentes

A doença venosa pode ser agravada pelo calor? Porquê?

Obviamente que sim, sobretudo se o calor for intenso e tomado por longos períodos. A circulação venosa é muito sensível à temperatura e o calor provoca uma vasodilatação das veias e capilares que origina uma maior acumulação de sangue estagnado, com o consequente agravamento da doença.

Quem sofre de Doença venosa deve ter cuidados redobrados com a exposição aos raios solares?

É recomendável o uso de protectores solares de elevado índice de protecção; os banhos de sol devem ser tomados o mais perto possível da água; Nos primeiros dias de praia deve ter as pernas à sombra, expondo-se gradualmente ao sol. Os próprios que estejam já bronzeados devem ter o cuidado de, por cada 30 minutos de exposição solar fazer um banho de pelo menos 10 minutos. O sol em doses moderadas, o ar marítimo e a areia converte-se numa das melhores terapias que a Natureza, tão generosamente, põe ao nosso alcance. A água salgada contem cloreto de sódio, tem grande eficácia na redução dos edemas e a sua fresca temperatura é vasoconstritora sendo muito benéfica para quem sofre de varizes.

Quais as consequências de uma exposição solar que não tenha em conta os cuidados que acaba de referir?

A exposição prolongada e desregrada ao sol, sem a protecção adequada, tem como resultado imediato o eritema solar que consiste numa queimadura cutânea com vasodilatação intensa com descamação da pele. Associado ao calor intenso, a vasodilatação dos capilares, mesmo nas pessoas que não sofram da doença, pode originar o aparecimento dos «derrames». Quem já sofre de Doença venosa nomeadamente de varizes, o seu agravamento é inevitável.

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Bilingues:
As pessoas bilingues desde pequenas utilizam mais áreas cerebrais e têm uma maior capacidade cognitiva, indica um estudo.

Segundo os resultados de um estudo apresentado na Universidade Pompeu Fabra (UPF) de Barcelona, num encontro sobre Bilinguismo e Neurociência Cognitiva, as pessoas que bilingues utilizam mais áreas cerebrais e têm uma maior capacidade cognitiva. Para além disso têm ainda uma maior capacidade de se adaptarem às mudanças do que os monolingues, embora tenham um processamento da linguagem menos eficiente, concluiu o estudo "Consolider Brainglot”.

A investigação, com seis anos, estudou os mecanismos de cognição neurológica que possibilitam a aquisição e o uso de línguas diferentes e permitiu compreender que a morfologia do cérebro é determinada pelo número de línguas que são aprendidas simultaneamente, disse Núria Sebastián, coordenadora do estudo e professora na UPF.

O estudo foi realizado em Espanha porque o país constitui o "cenário perfeito” para tal, dada a existência de muitos indivíduos que utilizam línguas muito semelhantes, como o catalão e o castelhano, ou diferentes, como o castelhano e o basco.

As pessoas bilingues desde que aprendem a falar têm um processamento da linguagem menos eficiente porque "o seu cérebro tem que estar sempre a escolher o idioma em falam (…) e capacidade neurológica (…) tecnicamente conhecida como flexibilidade cognitiva”, referiu Núria Sebastián.

O estudo também analisou a aprendizagem de uma segunda língua, explicando a maior dificuldade em aprender uma segunda língua mais tarde com o facto de a primeira ter ocupado um espaço prioritário no cérebro.

A investigação, que observou diferenças cerebrais morfológicas entre os indivíduos nativos e os que aprendem uma segunda língua quando são mais velhos, abre caminho à identificação de padrões cerebrais relacionados com as melhores estratégias de aprendizagem.

Resultados de estudo indicam:
Um estudo revela que 30% das crianças têm desordens ao nível da coordenação motora e, por isso, tendem a ser sedentárias,...

A pesquisa, realizada pela investigadora em motricidade humana Cidália Freitas, da Faculdade de Ciências do Desporto da Universidade do Porto, envolveu 319 crianças dos quatro aos 12 anos, em escolas da área metropolitana do Porto.

Os resultados revelaram que 25,3% das crianças destras analisadas (que têm mais agilidade com a mão direita do que com a esquerda) sofrem de Desordens de Coordenação de Desenvolvimento (DCD), tendência que se revela ainda mais entre as canhotas (36,1%).

Investigadores querem:
O Instituto de Engenharia de Sistemas e Computadores do Porto anunciou que integra um consórcio internacional que está a...

Designado PICTURE o objectivo do projecto é "desenvolver um protótipo de uma ferramenta que permita prever qual será o aspecto da mama depois de submetida a uma cirurgia conservadora", diz o comunicado referido no JN Online.

"Para além de tranquilizar as doentes acerca dos efeitos cosméticos a longo prazo da cirurgia, a ferramenta poderá ser usada para avaliar os resultados de diversas opções terapêuticas. Desta forma, poderá ser um importante contributo para as discussões entre médicos e doentes relativamente à melhor opção de tratamento - clínica e esteticamente - para cada doente", explica o mesmo documento.

Adicionalmente, a ferramenta "tem potencial para apoiar os cirurgiões na optimização aspectos relacionados com a cirurgia, tais como o tamanho e localização da incisão, de forma a minimizar as alterações na aparência da mama".

Com as ferramentas desenvolvidas no âmbito do PICTURE, as doentes terão um "papel mais consciente na decisão do processo terapêutico", sentindo "mais controlo sobre o próprio tratamento, o que lhes transmitirá segurança e permitirá melhorar os resultados visuais".

Para o efeito, o consórcio internacional responsável pelo PICTURE propõe-se desenvolver técnicas de modelação biomecânica baseadas em fotografias a três dimensões e em exames de diagnóstico comuns (como mamografias, ecografias e ressonâncias magnéticas) para criar uma representação digital da anatomia da mama.

Uma vez desenvolvida, a ferramenta protótipo será validada através de dados fornecidos voluntariamente por pacientes que já foram submetidas ao tratamento do cancro da mama.

O projecto PICTURE (Patient Information Combined for the Assessment of Specific Surgical Outcomes in Breast Câncer) reúne o Instituto de Engenharia de Sistemas e Computadores do Porto (INESC Porto), o University Medical Center Leiden (Holanda), a University College London (Reino Unido), o King's College London (Reino Unido) e a Philips (Alemanha).

"O cancro da mama é cada vez mais uma doença tratável, mas muitas mulheres viverão vários anos com as consequências da sua terapia. As alterações no aspecto da mama podem ter um impacto muito significativo na sua auto-estima e no seu dia-a-dia, mas não existia até agora uma forma objectiva de avaliar o resultado estético de um tratamento ao cancro da mama", refere a médica Maria João Cardoso, investigadora no INESC TEC e cirurgiã chefe na Unidade de Cancro da Mama da Fundação Champalimaud, em Lisboa.

Com a duração de três anos, o projecto PICTURE ficará concluído em Janeiro de 2016 e conta com um financiamento de 2,15 milhões de euros do 7.º Programa-Quadro da União Europeia.

Colonoscopia a cada 10 anos
Uma colonoscopia feita a cada 10 anos a partir dos 50 anos evitaria 40% dos cancros colo-rectais, indica um estudo realizado...

A frequência do exame deve ser maior se existem antecedentes familiares daquele cancro, responsável por 1,2 milhões de mortes anuais em todo o mundo, sublinham os autores da investigação divulgada no New England Journal of Medicine.

Os resultados confirmam as actuais recomendações de uma colonoscopia de 10 em 10 anos para as pessoas com um risco moderado e afastam as dúvidas que existiam em relação à eficácia do exame.

A colonoscopia é eficaz na prevenção do cancro da parte superior do cólon ou proximal.

Os investigadores analisaram dados de 88902 participantes em dois estudos de longo prazo, tendo por base respostas a um questionário realizado de dois em dois anos entre 1988 e 2008. Obtiveram também informações sobre as colonoscopias e recto-sigmoidoscopias feitas e analisaram 1815 casos de cancro colo-rectal e as 474 mortes resultantes.

A recto-sigmoidoscopia é um exame limitado à parte inferior do cólon, enquanto a colonoscopia examina a sua totalidade através de tubo flexível com uma câmara e instrumentos para remover quistos e tumores benignos.

“O nosso estudo fornece provas sólidas de que a colonoscopia é uma técnica eficaz de prevenção do cancro do cólon distal - perto do recto - e proximal, enquanto a sigmoidoscopia é insuficiente para evitar o cancro do cólon proximal”, disse Shuji Ogino, epidemiologista da faculdade de saúde pública de Harvard e co-autor do estudo.

Organização Mundial de Saúde:
As doenças mentais são responsáveis por 17% das incapacidades a nível mundial, segundo o mais recente relatório do inquérito...

O inquérito, coordenado por Jordi Alonso, director do Programa de Investigação em Epidemiologia e Saúde Pública do Instituto Hospital del Mar de Investigações Médicas (INIM) de Barcelona, e que estudou mais de 150 mil pessoas de 24 países, tem por objectivo calcular os custos directos de oferecer cuidados adequados juntamente com os custos sociais que implicará não o fazer, revela o Diário Digital.

Com esse objectivo, a Organização Mundial de Saúde (OMS) realiza inquéritos mundiais de saúde mental que pretendem apresentar um retrato completo da situação das doenças mentais no mundo.

Jordi Alonso explicou que se trata do estudo epidemiológico de saúde mental “mais amplo, profundo e metodologicamente mais homogéneo realizado até agora”. “A análise dos resultados inclui como as doenças mentais se reflectem no nível de instrução, na estabilidade e violência conjugais, na estabilidade laboral, no absentismo e no rendimento das pessoas afectadas”, acrescentou.

O estudo também permitirá avaliar como a doença se transmite à descendência, a associação das doenças mentais com o posterior desenvolvimento de doenças crónicas e qual é o custo pessoal e social destes transtornos.

O inquérito revela um vazio de atenção sanitária nas doenças mentais em todos os países, e não só nos menos desenvolvidos, e aponta a necessidade de investir para melhorar o planeamento, a organização e a prestação de serviços na área da saúde mental, bem como a sua avaliação ao nível mundial.

As grandes dimensões deste inquérito, a representatividade geográfica das amostras, a avaliação exaustiva e bem padronizada das doenças, os seus resultados na saúde e o uso de ângulos analíticos sofisticados, permitiram fazer uma análise em profundidade e avaliar comparativamente a incapacidade nos 24 países distribuídos pelas seis regiões do mundo que a OMS tem estado a estudar.

Segundo Jordi Alonso, os resultados do inquérito permitem, pela primeira vez, ter uma “importante contribuição empírica para a tomada de decisões de saúde pública”. “Acreditamos firmemente que a informação que este relatório reúne será muito valiosa para qualquer pessoa envolvida na definição de políticas de saúde mental, incluindo epidemiologistas, médicos, administradores, gestores de serviços e economistas da saúde”, concluiu o coordenador do estudo.

Doenças
A vacinação é o meio mais seguro e por vezes, o único que permite resistir a infecções.
Enfermeira a vacinar criança

A importância das vacinas

As vacinas são o meio mais eficaz e seguro de protecção contra certas doenças. Mesmo quando a imunidade não é total, quem está vacinado tem maior capacidade de resistência na eventualidade da doença surgir. No entanto, não basta vacinar-se uma vez para ficar devidamente protegido. Em geral, é preciso receber várias doses da mesma vacina para que esta seja eficaz. Outras vezes é também necessário fazer doses de reforço, nalguns casos ao longo de toda a vida.

A vacinação, além da protecção pessoal, traz também benefícios para toda a comunidade, pois quando a maior parte da população está vacinada interrompe-se a transmissão da doença.

Vacinação infantil

A maior parte das vacinas são administradas na infância e o principal objectivo é imunizar a criança para as proteger das doenças infecciosas. As vacinas são muito seguras e eficazes, ainda que excepcionalmente algumas crianças apresentem uma ligeira reacção perante elas. A maioria das vacinas injecta-se, embora algumas (como a da poliomielite) se administrem por via oral.

A primeira vacina que se administra a um bebé é a vacina contra a hepatite B, cuja primeira dose se aplica durante a primeira semana de vida, às vezes quando o bebé ainda está no hospital. Outras imunizações sistemáticas começam depois da sexta ou oitava semana, ou pouco depois. Não é necessário atrasar a vacinação se o bebé tem um pouco de febre por causa de uma infecção ligeira, como uma constipação comum, no entanto todas as indicações são dadas pelo médico que acompanha a criança.

Conforme já referimos muitas vacinas requerem mais de uma dose para proporcionar uma imunidade completa e a maioria dos médicos segue a planificação de imunização recomendada pelos organismos sanitários correspondentes. No entanto, há quem defenda que as idades recomendadas para as vacinações não devem ser seguidas de maneira rígida. Por exemplo, 2 meses podem significar de 6 a 10 semanas. Embora os pais devam vacinar as crianças segundo a dita planificação, alguns atrasos não interferem na imunidade que se alcança no final nem exigem o reinício da série de injecções desde o princípio.

Numa única visita médica pode administrar-se mais de uma vacina, embora frequentemente se combinem várias delas numa só injecção. É o caso, por exemplo, das vacinas contra a tosse convulsa, a difteria, o tétano e o Hemophilus influenzae tipo B. A combinação de vacinas pretende apenas reduzir o número de injecções necessárias e não comprometem a segurança ou a eficácia das mesmas.

A imunização desempenha um papel importante na manutenção da saúde dos bebés e das crianças. Veja o Programa Nacional de Vacinação em vigor.

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As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico e/ou Farmacêutico.
Cancro dos ossos
O sarcoma de Ewing é um tumor maligno relativamente raro.
Sarcoma de Ewing

O sarcoma de Ewing representa 6% de todos os tumores ósseos malignos, com uma incidência anual de 200 casos. É mais frequente nas crianças e adolescentes e o pico de incidência é na segunda década de vida. É o segundo tumor ósseo primário pediátrico mais frequente, representando cerca de 2% das doenças malignas da criança. O tumor é mais frequente no sexo masculino, sendo que se trata de uma doença muito rara em crianças negras e asiáticas.

Os locais mais comuns são as extremidades inferiores, com 40 a 45% dos novos casos, especialmente no fémur (atingido em 20 a 22% dos casos). A pélvis é a segunda localização mais frequente (20 a 25% dos casos). As extremidades superiores são atingidas em 10% dos casos, sendo o úmero o osso mais envolvido. São os tumores mais frequentes da parede torácica nas crianças.

Pode atingir estruturas extra-ósseas, como os tecidos moles, aparelho digestivo, rim, pulmão, supra-renais, etc. São tumores que metastizam precocemente. Quando não diagnosticados, entre 10 a 35% têm metástases à distância, especialmente por via hematogénea para os pulmões, ossos, fígado e medula óssea. Raramente metastizam para os gânglios linfáticos. Excepcionalmente, têm sido descritas metástases para o sistema nervoso central, incluindo as meninges.

Causas
O tumor é causado por uma proliferação anárquica das células da medula óssea. As causas deste fenómeno não são conhecidas, apesar de se pensar que provavelmente existe uma ligação com radioactividade. Alguns estudos têm efectivamente demonstrado que as pessoas expostas a doses elevadas de radiações estão mais sujeitas ao risco de contrair este tumor.

Sintomas
O sarcoma de Ewing começa geralmente com sintomas difusos tais como febre e uma sensação de cansaço. Podem-se manifestar também tumefacções e dores ósseas localizadas, ou progressivo enrijecimento das articulações.

Em correspondência do tumor, a pele torna-se muitas vezes mais quente e nalguns casos sente-se à palpação um nódulo no ponto onde se está a formar o tumor.

Pode também verificar-se fracturas ósseas espontâneas, dado que o esqueleto enfraqueceu. O tumor pode progressivamente formar metástases.

Cansaço, febre, perda de apetite e emagrecimento podem também estar presentes em cerca de um terço dos doentes.

Diagnóstico
O exame físico mostra uma massa palpável. No entanto, são vários os exames auxiliares preliminares de diagnóstico que ajudam a fazer o diagnóstico.

As lesões ósseas líticas podem ser visíveis ao Rx, enquanto o cintilograma ósseo identifica 10% das metástases a nível do esqueleto. Por outro lado, o Rx torácico é necessário em todos os doentes, para excluir metástases pulmonares.

Exames radiológicos mais sensíveis que permitem uma definição do estádio evolutivo do tumor incluem a tomografia axial computorizada (TAC) dos pulmões, a ressonância nuclear magnética (MRI) ou a TAC dos órgãos envolvidos. A biopsia é fundamental para o diagnóstico. A tomografia por emissão de positrões (PET) é muito sensível no despiste de metástases ósseas, embora o seu papel ainda esteja por definir.

Tratamento
O tratamento do sarcoma de Ewing consiste em intervenção cirúrgica, radioterapia e quimioterapia. A intensidade e o número de sessões dependem do estadio da doença, localização e da condição geral de saúde do doente.

Se o tumor for muito extenso pode tornar-se necessária a amputação. Uma vez terminada a terapia, o doente deve submeter-se a controlos regulares durante muitos anos.

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Estudo sobre consumo de bebidas alcoólicas
6 anos é a idade média em que muitas crianças começam a beber álcool. Esta é a grande conclusão do primeiro estudo feito em...

Segundo as conclusões do primeiro estudo feito em Portugal sobre o consumo de bebidas alcoólicas em crianças, 6 anos é a idade média em que muitas crianças começam a beber álcool. E a grande maioria fá-lo com familiares, em casa.

A autora do estudo, Teresa Correia Gomes, especialista em saúde mental e psiquiatria da Escola Superior de Saúde de Viseu, garante que este fenómeno “sempre existiu” sendo “uma questão cultural”, e alerta para o facto de ter aumentado nos últimos anos, sobretudo em meio rural.

O estudo realizado em 2011/2012 em 175 crianças do 1.º ciclo num agrupamento de escolas do distrito de Viseu, não deixa margem para dúvidas: as crianças consomem bebidas alcoólicas. Cerca de 42% dos rapazes e 20, 3% das raparigas entre os sete e os nove anos já consumiram este tipo de bebida.

cerveja e o vinho são as mais frequentes: 3,4% dos rapazes bebem cerveja todos os dias e 3,7% consomem vinho semanalmente. Quanto às raparigas, 8, 3% ingerem cerveja, pelo menos, uma vez por mês, e 11% opta pelo vinho. Do total, perto de 2% das crianças dizem já ter ficado embriagadas.

A idade em que têm o primeiro contacto com as bebidas alcoólicas é outro dos factores preocupantes. Dos inquiridos, 40% disseram ter começado aos seis anos, 30% aos sete e 11% aos oito. E 16,1% admitem mesmo ter bebido pela primeira vez aos cinco anos.

Já quanto ao local escolhido para as primeiras experiências, os menores referem ter sido em casa. Aliás, a esmagadora maioria conta que bebe com familiares (92, 5% dos rapazes e 87,5% das raparigas). E como motivo para experimentar, 40% apontam a curiosidade e 30,4% o incentivo dado pelos próprios pais.

Por isso, segundo o estudo “81, 5% dos pais e 71% das mães sabem que” os filhos, menores de seis, sete e oito anos bebem álcool.

No trabalho foram também analisados os hábitos dos familiares dos alunos, verificando-se que “70% dos pais e cerca de 30% das mães e 30% dos avós consomem bebidas alcoólicas”.

Perante estes dados a especialista congratula-se com as medidas que estão a ser preparadas pelo Governo no Plano Nacional para a Redução dos Comportamentos Aditivos e nas Dependências que, pela primeira vez, prevê acções específicas para crianças até aos 9 anos.

“É urgente criar formas de combate ao consumo na primeira infância mais eficazes, através das campanhas mais agressivas que estão previstas neste novo plano”, diz Teresa Gomes, acrescentando: “o plano veio generalizar as medidas que são efectuadas em várias zonas do país e criar um combate nacional e articulado”

O plano está em discussão pública até final de Setembro e resultou de um alerta da Direcção-geral da Saúde, após verificar que, em 2011, 12 crianças com menos de nove anos tinham sido internadas com cirrose hepática e hepatites devido ao consumo de álcool. A maioria na zona centro do país – precisamente a região onde Teresa Correia Gomes realizou o primeiro trabalho sobre o tema.

As autoridades de saúde admitem que a situação é preocupante e estão agora a definir as medidas concretas previstas no Plano Nacional, desde acções de sensibilização nas escolas a campanhas de prevenção. “Temos de perceber se esta é apenas a ponta de um iceberg e agir”, diz João Goulão, presidente do Serviço de Intervenção nos Comportamentos Aditivos e nas Dependências. “Quanto mais precoce é a educação para a prevenção, mais eficaz é”, acrescenta.

Até porque, lembra o especialista em problemas de alcoolismo Rui Tato Marinho, está provado que “quanto mais precoce é o início do consumo, maior a possibilidade de o relacionamento com a bebida evoluir para um padrão nocivo. Aos 18 anos, a probabilidade de se criar uma dependência é de 15%; quando o consumo se inicia aos 16 sobe para o dobro. E aos 13 anos, a idade de início na Europa, é de 50%”.

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