Coronavírus
Um especialista chinês confirmou esta segunda-feira que o vírus desconhecido na China é transmissível entre humanos, depois de...

Segundo Zhong Nanshan, um cientista chinês da Comissão Nacional de Saúde, foram detectados pelo menos dois casos em que o vírus se transmitiu entre humanos na província de Guangdong, no sudeste do país. Entretanto, ocorreram 14 infeções entre profissionais de saúde, que estiveram em contacto com um dos doentes.

As autoridades chinesas dizem ainda que o número de pessoas infetadas com o vírus mais do que triplicou no fim de semana depois de ter chegado a algumas das maiores cidades chinesas. Cinco novos casos foram confirmados em Pequim e 14 na província de Guango. Também Xangai confirmou ontem o primeiro caso.

Entretanto, foi entratato confirmada uma terceira morte causada pelo vírus e há já mais de 217 novos casos de coronavírus detectados na China, 198 dos quais em Wuhan, a cidade onde a doença parece ter tido início. O vírus também já está no Japão, Tailândia e Coreia do Sul.

"Atualmente, não há uma cura especial para esse novo coronavírus e [estamos] a fazer alguns testes em animais", disse Zhong. A poucas semanas das celebrações do Ano Novo lunar, em que milhões de chineses viajam dentro do país, "temos de evitar o aparecimento do vírus", reforçou. Segundo o ministério chinês dos Transportes, a China deve registar um total de três mil milhões de viagens internas durante os próximos 40 dias.

Recorde-se que os primeiros relatos da doença surgiram em Dezembro. Alguns dos primeiros infetados trabalhavam num mercado de peixe, onde também seriam vendidos pássaros, coelhos ou cobras. Desde então, o mercado está fechado para desinfeção, uma vez que a transmissão da doença dos animais para os humanos não foi posta de parte pelas autoridades.

O último surto do género começou no Sul da China e foram registados mais de oito mil casos em todo o mundo. Matou mais de 800 pessoas entre 2002 e 2003. Mais tarde, descobriu-se que as autoridades chinesas encobriram novos casos durante meses, o que agravou a sua propagação. Desde 2004 que não havia registo de nenhum novo caso, a nível mundial, e a comunidade médica chegou a considerar  a síndrome respiratória aguda grave erradicada.

Especialistas britânicos disseram à “BBC” que o número de infetados pode ser muito maior do que os números oficiais sugerem, apontando para perto de 1.700 casos.

Reunião
A inteligência artificial como apoio ao diagnóstico no uso da cápsula endoscópica já é uma realidade e é um dos temas que vai...

“Este é um tema de grande atualidade, que vamos poder abordar nesta reunião ibérica que já é um espaço indispensável de partilha de experiências entre gastrenterologistas espanhóis e portugueses com particular interesse na cápsula endoscópica”, explica Cristina Chagas, presidente da comissão organizadora da RICE 2020.

Além da palestra sobre inteligência artificial, que estará a cargo da especialista internacional Laurence Keselbrener, os mais recentes avanços na utilização da cápsula para diagnóstico da Doença de Crohn serão apresentados pelo professor Rami Eliakim.

“A qualidade da cápsula endoscópica, em especial a otimização do desempenho e da interpretação da cápsula do intestino delgado e do colon, é outro dos focos deste encontro, que vai juntar cerca de 200 especialistas portugueses e espanhóis em Lisboa”, acrescenta a presidente da comissão organizadora.

A reunião decorre a 25 de janeiro, no SANA Malhoa Hotel e será também espaço de debate das mais recentes guidelines disponibilizadas pela European Society of Gastrointestinal Endoscopy.

Sobreviventes
Um estudo realizado na Austrália mostrou que, apesar dos progressos nos tratamentos, as crianças que desenvolvem cancro têm 5...

Os autores da pesquisa, publicada no Medical Journal of Australia, afirmaram que as descobertas mostram que os sobreviventes de cancro infantil necessitam de uma vigilância “apertada” depois de o cancro inicial ter sido tratado.

“Os sobreviventes de cancro infantil devem ser monitorizados quanto à possibilidade de desenvolverem um segundo cancro primário, uma vez que permanecem em risco aumentado na idade adulta”, escreveram os autores.

“É necessário que existam pesquisas que tentem minimizar os efeitos deletérios tardios do tratamento do cancro infantil”.

Os cientistas usaram o Australian Childhood Cancer Registry para rastrear crianças que haviam sido diagnosticadas antes dos 15 anos, entre 1983 e 2013, e que tivessem sobrevivido, pelo menos, 2 meses após o diagnóstico. No total, mais de 18 mil crianças foram acompanhadas até ao final do ano 2015.

O estudo descobriu que, desse grupo, 388 participantes, ou 2%, foram diagnosticados posteriormente com um segundo cancro primário, o que significa que o risco geral de um novo cancro era 5 vezes maior do que o risco da população em geral.

Os investigadores descobriram que o risco de desenvolver um segundo cancro era maior em pacientes que inicialmente sofriam de rabdomiossarcoma infantil e também era particularmente alto em crianças submetidas a quimioterapia e radioterapia.

Os segundos cancros primários mais frequentes foram os cancros da tiroide e as leucemias mieloides agudas.

“A descoberta de que os sobreviventes de cancro infantil têm um risco significativamente maior de desenvolver um cancro subsequente é amplamente consistente com os resultados de estudos anteriores realizados por todo o mundo”, afirmaram os autores.

“O aumento do risco diminui gradualmente ao longo do tempo desde o primeiro diagnóstico, mas o nível de risco nunca retorna ao encontrado na população em geral”.

“Os avanços no tratamento do cancro infantil nas últimas décadas melhoraram significativamente a sobrevivência de muitas pessoas com doenças malignas na infância; o desafio agora é reduzir a morbidade associada ao tratamento sem reduzir a sobrevida”.

O risco relativo de desenvolver cancro pela segunda vez atingiu o pico durante os 5 anos após o primeiro diagnóstico, mas ainda era significativo até 33 anos depois.

O estudo foi realizado pela Universidade de Griffith, na Austrália, em parceria com várias outras instituições dedicadas à investigação na área da oncologia.

 

Previsão CEFAR
O pico da gripe em Portugal ocorreu na primeira semana do ano. Na maioria do território, o surto epidémico foi de grau 3 ...

Confirmou-se a previsão avançada pelo Centro de Estudos e Avaliação em Saúde (CEFAR), da Associação Nacional das Farmácias, em conferência de imprensa realizada no dia 11 de Dezembro de 2019.

As farmácias atendem, em média, 520 mil pessoas por dia. A partir dos dados estatísticos relativos à procura de medicamentos e produtos de saúde para infeções respiratórias, conseguem antecipar a evolução da epidemia em duas semanas. O impacto da epidemia nas urgências hospitalares e nos cuidados primários só acontece mais tarde.

"Esperamos ter contribuído para melhorar a planificação e diminuir o impacto da gripe nos serviços de saúde, assim como para reforçar as atitudes preventivas da população quando isso era mais necessário", declara António Teixeira Rodrigues, diretor do CEFAR. 

O Despertador das Farmácias fornece dados seguros concelho a concelho. «A epidemia iniciou-se com maior intensidade em Lisboa e Algarve, e também na região Norte. Atingido o pico, podemos dizer que os distritos em que se verificou maior atividade gripal foram Faro, Braga e Vila Real», descreve Peter Heudtlass, investigador do CEFAR.

"Atualmente, a atividade gripal está a decrescer em todos os distritos de Portugal continental e também na Madeira. Nos Açores, a atividade gripal ainda não está a decrescer, mas mantem-se baixa", nota Peter Heudtlass.

"O objetivo das farmácias é colaborar com as autoridades de saúde nos grandes objetivos de Saúde Pública. No caso da gripe, o primeiro alerta só é possível a partir dos nossos sistemas de informação. O Despertador das Farmácias é para nós uma questão de responsabilidade e de compromisso", conclui Humberto Martins, diretor para a área profissional da ANF.

 

Sintomas e tratamento
Apesar da dor muscular ser o sintoma predominante da fibromialgia, a doença cursa com muitos outros
Mulher com ar preocupado sentada à mesa

A fibromialgia é uma doença que se caracteriza por dor músculoesquelética generalizada, difusa, muitas vezes migratória e por um aumento da sensibilidade a uma variedade de estímulos que podem causar dor e desconforto, como o esforço, stresse ou os ruídos.

Em Portugal, estima-se que existam cerca de 300 mil doentes diagnosticados e, embora se desconheça o motivo, as mulheres são as mais atingidas, sobretudo depois dos 40 anos. De acordo com o especialista em reumatologia, José António Pereira da Silva, para além de este ser um reconhecido fator de risco, “a história familiar da doença, especialmente na mãe ou no pai”, aumenta também o risco de desenvolver a patologia. Por outro lado, o especialista admite que, “com base na ciência e na experiência pessoal”, “os antecedentes de depressão e, sobretudo, os traços de personalidade caracterizados por preocupação permanente, tendência a remoer nos problemas, perfeccionismo e necessidade de estar permanentemente ativo, a trabalhar, são indicadores de um terreno fértil para a fibromialgia no futuro”.

Quanto à forma como se manifesta, e embora a dor seja o sintoma predominante, o cansaço excessivo, “por vezes ao ponto de exaustão”, é apontado pelo especialista como uma manifestação “quase universal entre estes doentes”.

Outros sintomas como as perturbações da concentração e da memória, a par das dificuldades com o sono – “é bastante frequente o doente acordar tão cansado como quando se deitou” –, são também comuns. “Alguns doentes têm episódios recorrentes de sintomas que sugerem a infeção urinária sem que os exames confirmem a presença de bactérias”, acrescenta o reumatologista.

No entanto, apesar de estes serem sintomas comuns, a verdade é que cada doente apresenta um conjunto próprio de sintomas, que podem até variar consoante as fases ou dias, constituindo um verdadeiro desafio ao seu diagnóstico. “Consoante os sintomas predominantes e a sua descrição, os médicos podem ser levados a pensar numa variedade de doenças”, admite o médico.

“O sofrimento é indubitavelmente real e intenso”

Apesar de hoje, mais do que nunca, se falar sobre a patologia, a verdade é o seu diagnóstico nem sempre é claro ou chega com a rapidez que o doente deseja. Para além do carácter inespecífico dos sintomas, “o problema é agravado pelo facto de que todos os exames, laboratoriais e de imagem”, não apresentam quaisquer alterações. “Isto exige do médico que tenha conhecimento e, sobretudo, sensibilidade para estas manifestações”, explica José António Pereira da Silva, para quem “há ainda muito por fazer para evitar que os doentes sejam expostos a essa causa adicional e sumamente injusta de sofrimento” que é a desvalorização das suas queixas.

De acordo com este especialista, é fundamental destruir o mito “que parece persistir na cabeça de muitas pessoas, e até alguns profissionais de saúde, de que os doentes com fibromialgia inventam ou, pelo menos, exageram grandemente nas dores que descrevem”. “A ciência atual não deixa qualquer margem para dúvida: o sofrimento é indubitavelmente real e intenso. O facto de não o sabermos explicar completamente não é, certamente, culpa do doente! Não é aceitável que acrescentemos às dores e ao cansaço, o sofrimento de ver invalidados os sintomas que deveras têm”, afirma José António Pereira da Silva.

Entre as patologias com que a doença se pode confundir estão as doenças reumáticas. “Artrose, Artrite Reumatóide, Espondilite Aquilosante e Miosites (inflamação dos músculos) estão entre as dúvidas mais frequentes”, admite o especialista revelando ainda que a prevalência da fibromialgia “é muito alta em coexistência com as doenças reumáticas inflamatórias e autoimunes como o Lúpus e a Síndrome de Sjogren”. Segundo José António Pereira da Silva, também a depressão, o hipertiroidismo e a falta de vitamina D podem simular a fibromialgia e devem, por isso, ser estudadas.

“A felicidade pode vencer a fibromialgia”

Quando fala em tratamento, o especialista reconhece que esta é uma doença “difícil de tratar”. Para já, sem cura conhecida e sem que exista um fármaco específico para a controlar, podem ser recomendadas várias classes de medicamentos como os antidepressivos, relaxantes musculares e analgésicos. No entanto, a sua eficácia “em geral, deixa muito a desejar”.

“Com base na ciência disponível e do meu conhecimento profundo de mais de 2000 doentes prescrevo, há anos, uma receita em que tenho profunda confiança e provas dadas: construir felicidade, fazer exercício físico regular, saborear banhos quentes e todas as outras formas de mimos”, revela o especialista segundo o qual é possível, com esta estratégia, obter excelentes resultados sobre as dores e sobre a vida em geral. “Acredito firmemente que a Felicidade pode, de facto, vencer a fibromialgia. É um caminho difícil, longo e exigente, mas não há caminhos fáceis para controlar esta doença”, afirma.

Segundo o especialista, para controlar e combater a fibromilagia, o doente deve compreender bem a doença e os fatores que agravam os seus sintomas “e conduzir a vida de acordo com isso”. “O doente tem que conhecer-se muito bem, sem subterfúgios, abrir a mente para aceitar o papel fundamental do stresse na sua vida e na sua doença, para reconhecer o poder absoluto da mente sobre o corpo, e usar isso para, no fundo de si mesmo, refazer o seu contra com a vida”, sublinha.

Foi a pensar nesta premissa que foi criado o Instituto Virtual de Fibromialgia, uma ferramenta clínica online que oferece uma variedade de instrumentos que procuram ajudar o doente a conhecer a melhor forma de diminuir o stress, aumentar o seu bem-estar e tranquilidade, promovendo a diminuição progressiva dos sintomas que potenciam a doença.

Em Myfibromyalgia® (www.myfibro.org) é possível encontrar informação atual sobre Fibromialgia, ferramentas de rastreio da doença e ter acesso a testemunhos reais de doentes. Para além disso, mediante subscrição, os doentes podem aceder a conteúdos exclusivos como um curso sobre o modelo de entendimento e tratamento da Fibromialgia, recomendações ajustadas ao perfil de cada um, aconselhamento individualizado através de consultas virtuais e um fórum de discussão e partilha.

“Esperamos melhorar continuamente os serviços que prestamos, pelo contributo dos utilizadores, pelo recurso a novos instrumentos e tecnologias, e também pela investigação própria que aqui pretendemos desenvolver. Myfibromyalgia® almeja constituir-se numa grande comunidade de entreajuda e de investigação em Fibromialgia”, afirma José António Pereira da Silva, diretor científico deste projeto pioneiro.

Artigos relacionados:

Vivências de um homem com Fibromialgia

Conviver com a dor fibromiálgica 

Cerca de 90% dos fibromiálgicos são mulheres

Foto: 
Nota: 
As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico, Enfermeiro, Farmacêutico e/ou Nutricionista.
Investigação abre portas à inovação terapêutica
Um novo estudo levado a cabo por uma equipa de cientistas do Instituto de Psiquiatria do King’s College e do Imperial College...

Os investigadores conseguiram confirmar pela primeira vez estas alterações in-vivo através do recurso à técnica avançada de imagem PET (Tomografia de Emissão de Positrões). “A proteína SV2A é uma proteína-chave que está presente em todas as sinapses cerebrais. Ou seja, é um marcador das sinapses cerebrais. O que desenvolvemos foi um radiomarcador (uma substância radioativa) que se liga a essa proteína e que permite visualizá-la com recurso à Tomografia de Emissão de Positrões (PET)”, explica Tiago Reis Marques.

O ponto de partida foi, acrescenta, “perceber se existia alguma alteração nas sinapses cerebrais nesta doença, se existia alguma redução do seu número. Nós já tínhamos algumas pistas que este era o caso, partindo de dados de autópsias de cérebros de pessoas com esquizofrenia, mas não tínhamos forma de o ver in-vivo. Daí termos escolhido esta proteína, que é um ótimo marcador das sinapses cerebrais”.

O estudo, de que o especialista português foi coautor, descobriu que o cérebro das pessoas com esquizofrenia apresenta níveis mais baixos da proteína SV2A, do que o cérebro das pessoas sem a patologia. “Em primeiro lugar, permite-nos compreender melhor a neurobiologia da doença, ou seja, o que se passa no cérebro de doentes com esta doença mental. A esquizofrenia é uma doença complexa e das que menos se sabe sobre as suas causas e estes resultados permitem-nos compreender melhor os mecanismos a ela associados”, explica o investigador nacional. “Ter uma nova ferramenta que permite caracterizar a distribuição dos cerca de 100 triliões de sinapses que existem no cérebro humano e perceber a diferença na sua distribuição e número representa um avanço significativo na compreensão desta doença.”

Tiago Reis Marques acrescenta ainda que, “ao descobrir-se que existe uma redução desta proteína, mostramos também uma possível nova área terapêutica. O desenvolvimento de fármacos que consigam atuar sobre esta proteína e, de alguma forma, restaurar a função sináptica, pode constituir no futuro uma nova área terapêutica”. De referir que há mais de 60 anos que não surge um fármaco com um novo mecanismo de ação para o tratamento desta doença.

A investigação promete continuar, garante, e os próximos passos vão no sentido de perceber quando é que esta redução acontece, ou seja, “se é um mecanismo primário, que ocorre logo no início da doença ou mesmo se precede o início desta. Para isso, vamos estudar pessoas em risco e doentes logo no início da sua doença. É um novo campo de investigação sobre o qual, de certeza, muitos outros grupos de investigação em todo o mundo se vão debruçar na sequência do nosso estudo”.

A esquizofrenia é uma doença mental grave que afeta aproximadamente 1% da população. Esta é uma das mais complexas e graves doenças cerebrais, e os mecanismos cerebrais subjacentes à doença são ainda pouco conhecidos. “Sabe-se que menos de 70% dos doentes respondem aos tratamentos atuais, e só 10% responde totalmente, sendo que a maioria dos doentes, apesar de responderem parcialmente à medicação, continuam ainda a apresentar sintomas”, refere o médico, que confirma que “desde a descoberta, nos anos 50, dos primeiros antipsicóticos, nunca mais surgiu um medicamento com um novo mecanismo de ação. São 60 anos sem descobrir novas formas de tratar a doença e qualquer investigação que permita avançar com possíveis novas formas de a tratar constitui um grande avanço na compreensão da esquizofrenia”.

Estudo
Um grupo de investigadores do Centro de Neurociências e Biologia Celular da Universidade de Coimbra (CNC-UC) elaborou uma...

Nos últimos anos têm surgido diversas estratégias de entrega de fármacos utilizando sequências de ARN não-codificantes – pequenas sequências do código genético humano com papel regulador no organismo – para o tratamento de várias doenças da pele. No entanto, estas estratégias têm tido grandes dificuldades, atendendo ao carácter sensível destas moléculas e à dificuldade de entrada nas células da nossa pele.

"Nós pretendíamos desenvolver uma formulação que conseguisse entregar os ARN não-codificantes de maneira mais eficiente. Há uma vasta classe de novas terapias que não têm resultado: primeiro, existem enzimas na nossa pele que degradam material genético externo; segundo, moléculas tão grandes como esta têm dificuldade em entrar nas células da pele, e para atuarem têm de ser integradas nas células. É precisa uma ferramenta para tornar esta entrega possível", refere Josephine Blersch, investigadora do CNC-UC e primeira autora do estudo.

"Outras formulações já aprovadas apresentam grande toxicidade e uma resposta imunológica forte. Portanto, é necessário que a ferramenta seja de rápida absorção e eficácia, sem provocar respostas indesejadas. Deste modo, decidimos desenvolver uma formulação cuja ação fosse sensível à luz, que permite controlo sobre localidade e tempo da entrega do seu princípio ativo", explica a investigadora.

O estudo, publicado na Angewandte Chemie International, uma revista científica alemã na área da química, demonstrou o desenvolvimento de uma plataforma inovadora para a entrega destas sequências, melhor do que as atualmente existentes no mercado, para aplicação em doenças da pele. Para isso, os investigadores procuraram formulações baseadas em nanopartículas que fossem biodegradáveis, orgânicas e que causassem nenhuma ou pouca toxicidade. Nesse sentido, começaram com o desenvolvimento de uma biblioteca de nanopartículas que contassem com estas características, e que fossem ativáveis pela luz, ou seja, que libertassem o material que transportavam dentro das células, antes de serem expulsas pelas mesmas.

"Em primeira instância procurámos desenvolver uma biblioteca de nanopartículas com diversidade físico-química. De seguida queríamos filtrar as melhores formulações, utilizando microscopia automatizada, algoritmos de machine-learning, entre outros métodos do processamento em alto rendimento", acrescenta Vítor Francisco, também investigador do CNC e autor do estudo.

"Identificámos cerca de 160 formulações, cuja ação fosse controlável pela luz. Observámos que 6 destas formulações eram bastante mais rápidas e eficientes que grande parte das formulações comercialmente disponíveis", relata.

Inicialmente, os investigadores testaram estas diferentes formulações em células da pele, e observaram uma rápida entrada e entrega da molécula de ARN que transportavam nas mesmas após estimulação com luz. De seguida, com um ARN de princípio ativo inovador, observaram que, em modelos animais com lesões agudas na pele, promoviam uma aceleração da cicatrização, comparando com os animais controlo. Futuramente, o grupo de investigadores quer testar estas mesmas formulações noutros contextos de lesões de pele mais graves.

Este material "apresentou-se bastante promissor na aplicação local na pele, ou noutros tecidos que seja possível estimular com luz azul. Este tipo de formulações poderá ser bastante útil para o tratamento de lesões graves da pele, associadas a outro tipo de doenças com grande prevalência a nível mundial, como a diabetes do tipo II, psoríase, ou outras doenças do foro inflamatório. Gostaríamos de testar em modelos animais destas doenças", afirma Josephine Blersch.

"Com este estudo pretendíamos desenvolver formulações que consigamos controlar de modo a diminuir possíveis efeitos colaterais e que simultaneamente aumentem a eficácia intracelular do ARN libertado. É a grande vantagem deste sistema, não só libertamos o seu conteúdo, mas também controlamos esta libertação. Poderá ter um grande impacto no futuro", conclui Vítor Francisco.

Para além de Josephine Blersch e Vítor Francisco, participaram no estudo, coordenado por Lino Ferreira, líder de grupo no CNC-UC, Catarina Rebelo, Adrian Jiménez-Balsa, Helena Antunes, Sandra Pinto e Susana Simões, também investigadores do CNC.

O trabalho foi financiado pela Marie Curie Actions, através da rede internacional de treino (ITN) NanoDrug, projeto ERA Chair, pela Fundação para a Ciência e a Tecnologia (FCT) e pela Fundação para o Desenvolvimento Regional (FEDER) através do projeto LIghtBRARY.
 

Formação
A residência Coimbra Sénior vai organizar um workshop de "COACHING E GESTÃO EMOCIONAL", que irá decorrer no dia 27 de...

Direcionado para técnicos superiores de ciências sociais e humanas que exerçam atividade profissional em Hospitais, IPSS, UCCI ou com contacto com o público em geral, este workshop, uma iniciativa da residência Coimbra Sénior, do grupo ORPEA, visa formar e/ou reciclar conhecimentos na área da gestão emocional e dar a conhecer e ensinar a potenciar estratégias e práticas de gestão de tempo, em prol de um desempenho e autocuidado melhores.

A sessão de abertura, marcada para as 09h30, está a cargo da Diretora Técnica da residência Coimbra Sénior, Susana Couceiro. O encontro prossegue com o Vítor Anjos, Psicólogo Clínico e Coach profissional, responsável pela palestra da manhã, intitulada "Gestão Emocional e Motivação", onde será abordada a definição e identificação de emoções, a definição de sentimentos, a relação entre sentimentos e emoções, a gestão de sentimentos e emoções e a motivação intrínseca e extrínseca.

A sessão da tarde tem início às 14h00, com abertura novamente a cargo da Diretora Técnica da residência Coimbra Sénior, Susana Couceiro, que fará a introdução à palestra da tarde, "Gestão de Tempo: Desempenho e Autocuidado", lecionada por Filipa Pereira, Coach profissional com Certificação Internacional em Coaching Neurolinguístico, que vai ajudar a avaliar a forma como é feita a gestão de tempo, a fixar prioridades e planificar tarefas, a evitar adiamentos e interrupções e que dará a conhecer estratégias práticas de gestão de tempo com vista ao desempenho e ao autocuidado.

A ORPEA é uma empresa que trabalha, diariamente, com o processo de coaching junto dos colaboradores, focando-os na oportunidade de visualização clara dos pontos individuais, de aumento da autoconfiança, de quebra de crenças limitantes, de forma a que possam conhecer e atingir o seu potencial máximo, bem como alcançar as metas que têm definidas de forma objetiva e, principalmente, assertiva. Por isso mesmo, este workshop tem um segundo objetivo, de mostrar a forma como se trabalham as competências profissionais dentro do grupo ORPEA.

Esta formação, de caráter formativo e com formadores de renome, conta com um número limitado de vagas e com uma inscrição prévia obrigatória, sujeita a confirmação, para o contato geral da residência Coimbra Sénior.

Cuidados no Inverno
É adepto dos aquecedores elétricos em casa, ou prefere lareira?

Com o frio, chegam também as mais variadas táticas para nos aquecermos, porém existem pequenos erros que fazemos de forma inconsciente que podem pôr em causa a nossa segurança. É neste âmbito que a APSEI – Associação Portuguesa de Segurança lhe traz três dicas que o ajudarão a manter-se quente sem colocar vidas em risco.

Tenha atenção ao aquecimento em casa: Se precisa de aquecer a casa, opte por desligar os aparelhos elétricos não necessários de forma a evitar a sobrecarga do sistema de eletricidade e tenha atenção aos mesmos, para prevenir potenciais incêndios – na via das dúvidas, tenha sempre por perto uma lanterna a pilhas.  Se, por outro lado, utiliza sistemas de aquecimento por combustão, como lareiras, braseiras, salamandras ou sistemas de aquecimento a gás certifique-se de que há renovação de ar – a combustão incompleta de combustível origina monóxido de carbono que, quando não libertado, pode ser letal.  Opte por ter um pouco da janela aberta, ainda que não seja do espaço da casa onde se encontra nesse momento.

Os agasalhos são seus amigos: Se estiver exposto ao frio, utilize luvas, gorro e cachecol para cobrir a boca e o nariz, impedindo a entrada de ar frio nos pulmões, e adapte o calçado às condições. Abrigue-se do vento e da chuva para que o seu corpo não arrefeça e, se estiver num local propício a neve, evite caminhar sobre a mesma ou sobre gelo, de forma a prevenir possíveis quedas.

Tenha uma atenção especial no carro: É importante manter uma velocidade reduzida e ter uma atenção especial às zonas mais sombrias da estrada, onde existe a possibilidade de se formar placas de gelo. Se gosta de ligar o aquecimento do veículo, deixe uma frecha da janela oposta ao vento aberta e ligue-o apenas durante 10 minutos, de hora a hora, de forma a não sobreaquecer nem ficar exposto a vapores possivelmente tóxicos.

Além das dicas acima expostas, é também importante prestar atenção aos noticiários e às indicações da Proteção Civil, para que esteja a par de todos os acontecimentos.

 

Fonte: 
Foto: 
Nota: 
As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico, Enfermeiro, Farmacêutico e/ou Nutricionista.
Profilaxia pré-exposição
A Diretora do Programa Nacional para a Infeção VIH/sida admitiu que o medicamento que previne o VIH e que é de uso exclusivo...

Cerca de 1.200 pessoas estão a fazer profilaxia pré-exposição da infeção por VIH (PrEP) em Portugal, mas para se atingir um valor desejável será preciso aumentar por dez o número destas pessoas, defendeu Isabel Aldir, num evento na Câmara de Lisboa, no qual o presidente da autarquia, Fernando Medina, anunciou que a capital portuguesa vai acolher em setembro a conferência internacional Fast-Track Cities 2020.

A médica infeciologista explicou que a PrEP, que consiste na toma de medicação antirretroviral por pessoas que não vivem com o VIH, mas que se encontram em situação de elevada vulnerabilidade à infeção, “funciona de uma forma muito robusta», mas para tirar «todos os dividendos em termos de saúde pública” seria necessário abranger entre 10 mil e 15 mil pessoas.

Para alcançar este objetivo, defendeu algumas estratégias como rever a forma como é disponibilizado este medicamento classificado pelo Infarmed – Autoridade Nacional do Medicamento e Produtos de Saúde  como de uso exclusivo das farmácias hospitalares.

“Isso pode passar por alterar essa classificação para que possa também existir na farmácia comunitária como tantos outros”, disse Isabel Aldir no final do evento.

A diretora do Programa Nacional para a Infeção VIH/Sida e Hepatites Virais explicou que a profilaxia de pré-exposição assenta atualmente apenas na rede e nos clínicos que recebem as pessoas com infeção por VIH.

“Só que estamos a falar de uma prevenção e a prevenção deve estar o mais próximo possível da população e temos ainda de ter consciência de que estamos a tratar, por vezes, de populações que, por múltiplas razões, têm um acesso mais dificultado às estruturas formais de saúde”, salientou

Para a infeciologista, uma das «formas mais rápidas» e eficazes de chegar a estas pessoas é “trabalhar com organizações de base comunitária que conhecem essas populações” e que têm “uma facilidade muito grande” no contacto com elas.

“Não se exclui aqui os cuidados de saúde primários, nem os cuidados hospitalares, que também têm um papel muito importante a fazer, mas este trabalho conjunto com as organizações de base comunitária será certamente” fundamental.

No seu entender, é também necessário aumentar a literacia dos profissionais de saúde para que poderem identificar e disseminar a informação junto das suas populações.

“E eventualmente se virmos que estão esgotadas todas as capacidades de resposta dentro do SNS equacionar a possibilidade de poder haver acesso à PrEP em termos de medicina privada”, uma realidade que existe em muitos países, admitiu.

Neste caso, sublinhou que a sua única reserva é garantir que a utilização e os dados referentes a essa utilização sejam obrigatoriamente monitorizados.

“O que me importa é qualquer pessoa que precise de PrEP tenha acesso a ela e isso é que deve ser de facto o nosso objetivo”, disse, rematando: “Temos ainda um longo caminho a percorrer, mas temos que o percorrer de uma forma rápida porque se não o fizermos todo o benefício que poderíamos tirar da PrEP não vai ser conseguido da forma como poderia ser feito”.

Segundo o relatório “Infeção VIH e sida – situação em Portugal em 2019”, a maioria das pessoas que estão a fazer profilaxia PrEP são homens, muito escolarizados e que vivem nas grandes cidades.

95 mil utentes
No âmbito do alargamento do projeto “Saúde Oral para Todos”, a Ministra da Saúde, Marta Temido, o Presidente da Câmara...

Este projeto vem reforçar os cuidados de saúde de proximidade às populações e tem contado com a parceria da autarquia. “Este investimento só foi possível graças à parceria com o poder local”, sublinhou a Ministra da Saúde.

Na ocasião, Marta Temido enalteceu também o esforço do Agrupamento de Centros de Saúde (ACES) Maia Valongo, da ARS do Norte e da Câmara Municipal de Valongo para cumprir a meta “Mais Saúde Oral para Todos”.

“Além do cheque dentista, temos vindo a fazer este esforço e hoje inauguramos mais dois gabinetes de saúde oral”, destacou a Governante.

Os dois consultórios vão servir aproximadamente, 95 mil utentes inscritos, de um total de mais de 1.800.000 na Região de Saúde do Norte.

 

Projeto pioneiro de investigação
Portugal é um dos países mais envelhecidos do mundo, com uma das maiores incidências de doenças crónicas associadas ao...

Lançado pela Universidade de Coimbra (UC) em parceria com a CCDRC (Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Centro) e o Instituto Pedro Nunes, o novo MIA- Portugal Instituto Multidisciplinar do Envelhecimento, será um projeto pioneiro a nível nacional na área da investigação do envelhecimento.

O MIA-Portugal é financiado pela União Europeia com comparticipação da Universidade de Coimbra e da CCDRC num montante total de 49 milhões de euros, dos quais 15 milhões são investimento direto do programa Teaming da EU.

De acordo com Rodrigo Cunha, Coordenador do Projeto, «o MIA-Portugal visa responder à ‘armadilha’ do envelhecimento, resultante do aumento da esperança de vida que está diretamente ligado ao aumento do número de idosos com doenças crónicas. O envelhecimento é o principal fator de risco para doenças crónicas como a diabetes, Alzheimer, as doenças cardiovasculares, a osteoporose ou o cancro, as quais são tratadas de modo independente.»

E acrescenta: «A ideia é identificar as bases biológicas do envelhecimento e desenhar estratégias novas que diminuam o processo de envelhecimento de modo a atrasar ou suprimir em simultâneo as várias doenças crónicas associadas ao envelhecimento. O objetivo não é aumentar a esperança de vida mas sim, aumentar a qualidade de vida da pessoa idosa.»

Coimbra cidade de referência a nível da investigação do envelhecimento

A aprovação pela União Europeia do MIA-Portugal, em Coimbra, decorre do reconhecimento do serviço de excelência na área biomédica da Faculdade de Medicina da Universidade de Coimbra (uma referência no ensino em Portugal), dos Hospitais da Universidade de Coimbra (o maior do país), do Centro de Neurociências e Biologia Celular (o primeiro e mais produtivo centro de investigação biomédica do pais), bem como do Instituto Pedro Nunes e do Biocant (incubadoras de start-ups premiadas).

Além da contribuição para a génese de conhecimento, a atividade do MIA-Portugal estará direcionada para a exploração clínica e empresarial, com vista a desenvolver novas estratégias profiláticas e terapêuticas para atenuar a incidência e desenvolvimento de doenças crónicas associadas ao envelhecimento, assim como desenvolver novas metodologias de promoção de qualidade de vida do idoso.

Por outro lado, os grupos de investigação do MIA-Portugal irão desenvolver a sua atividade científica de investigação clínica em colaboração com grupos dos parceiros internacionais (Groningen Medical School, Newcastle University, Mayo Clinics e University of Copenhagen), com o objetivo de identificar os mecanismos biológicos responsáveis pelo processo de envelhecimento, de longe o maior fator de risco para o aparecimento das várias doenças crónicas associadas ao envelhecimento.

Infarmed
O Infarmed aprovou, o ano passado, mais de 70 novos medicamentos e reduziu em mais de 200 milhões de euros as condições...

Estes números foram avançados pelo Presidente do Infarmed, Rui Ivo, durante cerimónia do 27.º aniversário da instituição, que se realizou na passada quarta-feira.

“Posso dizer-vos que as 74 novas soluções terapêuticas abrangem áreas tão diversas como, entre outras, a oncologia, a infeciologia e o sistema nervoso central. No seu conjunto, sublinho, permitiram reduzir as condições propostas pelas empresas em mais de 200 milhões de euros”, afirmou Rui Ivo acrescentando que é necessário encontrar “soluções para o equilíbrio entre o acesso a medicamentos inovadores e a sua sustentabilidade financeira”.

Em jeito de balanço, referiu que foram aprovados 74 medicamentos inovadores no último ano, tendo este sido um dos períodos com maior número de aprovações de inovação terapêutica.

Rui Ivo relembrou que estes “são processos exigentes ao longo de todas as fases de avaliação: regulamentar, técnica, clínica, económica e financeira”.

Do balanço da atividade da Autoridade Nacional do Medicamento, Rui Ivo anunciou ainda que em 2019 se realizaram mais de 1.600 inspeções a todo o circuito do medicamento, um “número nunca antes atingido”.

Muitas dessas ações de inspeção foram dirigidas à garantia de acesso e de disponibilidade dos medicamentos, um problema que se foi agravando em Portugal e que levou até a mudar a legislação.

 

“DIABETES O que posso comer?”
Segundo os últimos dados do Observatório da Diabetes, em Portugal, mais de 1 milhão de pessoas tem diabetes. Destas, mais de um...

Sob a coordenação dos médicos especialistas em Medicina Interna, Estevão Pape e Edite Nascimento, o novo livro conta também com o know-how e experiência clínica das nutricionistas Mariana Afra Pedro, Paula Cristina Almeida e Vera Ruivo Dias.

Diariamente, quem é diabético tem de tomar decisões sobre o que (pode) comer que influencia diretamente a sua saúde no presente e no futuro, pois só o tratamento com medicamentos não é suficiente para manter os níveis de açúcar no sangue equilibrados.

Segundo os autores, a arte consiste em conciliar uma alimentação equilibrada com a satisfação pela comida e pelo ato de comer. Investir em refeições simples, saborosas e variadas; beber água, evitando o consumo de refrigerantes e bebidas alcoólicas; preferir o consumo de hidratos de carbono com alto teor de fibras e menor índice glicémico como vegetais, legumes e fruta, são alguns cuidados determinantes.

“Este livro não é mais um sobre alimentação para as pessoas com diabetes: é um livro sobre nutrição e saúde para aqueles que, embora sofrendo de uma perturbação do metabolismo, podem ter uma vida equilibrada. É, também, um texto que capacita estas pessoas dos conhecimentos para uma autonomia responsável. As escolhas alimentares podem ser saudáveis e, simultaneamente, agradáveis, satisfazendo os gostos e hábitos de cada um”, escreve Lelita Santos, Vice-Presidente da Sociedade Portuguesa de Medicina Interna

 

Tratamento
As alterações do crescimento da face, essencialmente na pré-adolescência, podem levar a problemas gr

Apenas os casos mais graves que não se corrigem com ortodontia são elegíveis para esta cirurgia. “Falamos de casos que ocorrem quando os ossos dos maxilares têm dimensões e posições desproporcionadas, o que, para além de não permitir que os dentes ocluam corretamente na mastigação dos alimentos, implica que as faces desses pacientes se tornem inestéticas. Estas anomalias chamam-se de deformidades dento-faciais. E, para as tratar, é necessária uma equipa capaz de fazer uma terapêutica interdisciplinar denominada por tratamento ortodôntico-cirúrgico-ortognático (TOCO), com pelo menos um ortodontista e um cirurgião maxilofacial.”

Estes casos manifestam-se na fase da adolescência, porque “com o crescimento dos ossos do rosto na pré-adolescência pode-se dar a alteração na posição ou no tamanho do maxilar e/ou mandíbula em relação ao esqueleto do crânio.  Existem sinais, como o queixo muito avançado ou recuado, ou até mesmo desviado para um dos lados, que desfeiam a face que devem ser motivo de preocupação. Outras situações passam por um sorriso demasiado gengival, ou uma oclusão em que os dentes anteriores não contactam uns com os outros, ou ainda, uma supraoclusão grave onde os incisivos superiores tapam completamente os inferiores. Muitas vezes, estas alterações, além de prejudicarem a estética do rosto, fazem-se acompanhar por problemas de mastigação, pelo aparecimento de ruídos ou dor nas articulações temporomandibulares, que podem piorar com a idade. Podem ainda surgir problemas a nível do selamento labial, com graves consequências para a fala e deglutição, para além do impacto na auto-estima e possíveis dificuldades a nível de integração social”.


O antes e depois de uma cirurgia cirurgia ortognática realizada pelos especialistas da BQDC - Best Quality Dental Centers

O TOCO é dos tratamentos disponíveis, a nível de cirurgia ortognática, mais compensadores do ponto de vista da reabilitação oclusal funcional e de melhoria da estética dentofacial. De acordo com Afonso Pinhão Ferreira, este “é hoje um procedimento rotineiro onde a tecnologia e a experiência clínica permitem, sem qualquer cicatriz, uma alteração fantástica ao nível da face, maxilares e dentes, extraordinariamente vantajosa para o paciente no que se refere à sua capacidade de influência relacional e ao aumento da sua autoestima. Há hoje equipas interdisciplinares bem preparadas que realizam um estudo aprofundado de quantificação dos desvios e de planificação do tratamento".

O tratamento é complexo, garante resultados incríveis, e consta habitualmente de três fases:

  1. Uma preparação ortodôntica antes da cirurgia, onde se alinham os dentes de cada arcada dentária de forma independente, tendo em vista a convergência oclusal aquando da cirurgia corretiva.
  2. Uma cirurgia ortognática feita sob anestesia geral e por acesso intraoral que não deixa qualquer cicatriz. Tem como objetivo dimensionar e posicionar os maxilares proporcionalmente ao resto do crânio/face do paciente, restituindo-lhe a estética facial e dentária. 
  3. Um acabamento e finalização ortodôntica.
Fonte: 
Foto: 
Nota: 
As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico, Enfermeiro, Farmacêutico e/ou Nutricionista.
Obesidade
O Centro Hospitalar de Tâmega e Sousa realizou os primeiros procedimentos cirúrgicos de tratamento da obesidade mórbida no...

De acordo com fonte hospitalar estas “intervenções e o recobro imediato decorreram sem qualquer tipo de intercorrências e ambos os doentes tiveram alta no dia 11 de janeiro com as devidas indicações, orientações e planos nutricionais”.

Nos próximos meses, estes doentes vão ser reavaliados, “em consulta externa das diversas especialidades envolvidas neste programa multidisciplinar, para manter uma vigilância contínua da evolução após a cirurgia bariátrica efetuada”.

Para Carlos Alberto, presidente do Conselho de Administração do CHTS, “este é mais um passo em frente na melhoria dos cuidados à vasta população da nossa região. O apoio do Centro Hospitalar de São João foi absolutamente fundamental na formação e acompanhamento dos nossos profissionais”.

“Numa área em que as respostas a nível nacional são muito poucas, temos consciência que não seremos capazes de mudar o mundo, mas certamente daremos o nosso contributo para que alguns doentes vejam significativamente melhorada a sua qualidade de vida”, acrescenta Carlos Alberto.

A obesidade é considerada uma doença crónica, representa um problema de saúde pública e é definida como uma patologia na qual o excesso de gordura corporal acumulada afeta a saúde.

Diabetes, hipertensão, patologias do foro osteoarticular e cardiovascular são algumas das complicações que podem ser causadas ou exacerbadas pela obesidade. Como consequências da obesidade e das suas complicações, verifica-se nestes doentes um absentismo laboral elevado e gastos avultados com medicamentos e consultas.

As estatísticas mostram que mais de 15% da população portuguesa sofre de obesidade. A área de influência do CHTS tem uma população estimada de 520 mil habitantes, pelo que será fácil prever a existência de um número bastante elevado de doentes obesos na área de influência do centro hospitalar.

Assumindo a responsabilidade para com a população que serve e pretendendo cumprir de forma exemplar a sua missão de prestar cuidados de proximidade aos seus utentes, o CHTS afiança que “tudo tem feito nesta área da obesidade para desenvolver, de forma autónoma, capacidades que vão de encontro ao interesse geral da saúde pública no país, colaborando com a tutela e com o Serviço Nacional de Saúde (SNS) para dar resposta a este problema sério”

“Desde início que o objetivo da Instituição foi a de criar condições para iniciar, desenvolver e disponibilizar um programa de tratamento cirúrgico da obesidade, sendo importante referir que o CHTS segue na íntegra as normas e orientações da Direção-Geral de Saúde, motivo pelo qual obteve o reconhecimento ao ser designado como Centro de Tratamento Cirúrgico da Obesidade. Neste ponto, reconhece com enorme gratidão todo o apoio e orientação do Centro de Elevada Diferenciação de Tratamento Cirúrgico da Obesidade do Centro Hospitalar e Universitário de São João”, acrescenta a esta Unidade de Saúde em comunicado.

Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra
O Serviço de Medicina Intensiva (SMI) do Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra (CHUC) completa, este mês, 60 anos de...

A efeméride vai ser assinalada no  17 de janeiro, no auditório do CHUC, pelas 16 horas.

De acordo com Paulo Martins, responsável do serviço, este “foi o primeiro serviço de medicina intensiva a ser implementado no país e um dos primeiros da península ibérica” tendo sido pioneiro “não só na implementação de técnicas como no desenvolvimento de modelos organizativos nos quais assentam hoje os modernos serviços de medicina intensiva, influenciando a evolução destes serviços tanto a nível nacional quanto internacional”.

“O seu grau de diferenciação e multidisciplinaridade concorre também para que o hospital onde se insere seja centro de referência na sua região para múltiplas patologias, contribuindo, deste modo, para que o CHUC seja o Centro Hospitalar líder nacional no processo de doação de órgãos”, a acrescenta o responsável.  

De acordo com o CHUC, o Serviço de Medicina Intensiva conta atualmente com 29 camas de nível III, possui nos seus quadros 21 médicos intensivistas  e 109 enfermeiros, internando um total de 700 doentes por ano com patologia médica, cirúrgica e traumatológica.

 

Evento ibérico
O III Congresso Virtual de Vacinas, um evento organizado pela MSD, que decorre exclusivamente em ambiente virtual, inclui mais...

Sob o mote “Comprometidos com a Prevenção”, o Congresso proporciona aos seus participantes a oportunidade de consolidarem os seus conhecimentos sobre vacinas através da participação em diversas conferências, sessões de resolução de casos clínicos e mesas de debate com especialistas. Ao longo dos cinco dias de Congresso, serão abordados diversos temas, alguns dos quais controversos, como a vacinação obrigatória, a vacinação em grupos de risco e aspetos legais da vacinação, entre outros. 

Num evento de dimensão ibérica, destaque para a participação das especialistas portuguesas de infeciologia pediátrica:  Maria João Brito, Filipa Prata e  Isabel Esteves, que irão abordar temas como: mitos e factos na vacinação, vacinação em grupos de risco e desenvolvimentos futuros em vacinas.

Uma das vantagens do Congresso em ambiente digital é a oportunidade de se poder consultar o programa e adicionar à agenda apenas os temas que mais lhe interessam. Todas as palestras estarão disponíveis para assistir em direto ou em diferido, nas 48 horas após a realização da mesmas.

 As inscrições, exclusivas para Profissionais de Saúde, podem ser realizadas através deste link.

 

Medicamentos
As farmácias e associações de farmácias devem notificar as faltas de medicamentos numa plataforma electrónica. A medida entrou...

De acordo com a circular informativa publicada no site do Infarmed – Autoridade Nacional do Medicamento e Produtos de Saúde, o webservice para comunicação automática das faltas de medicamentos já está disponível, sendo que o pedido de acesso à plataforma pode ser feito junto do Infarmed ou através da Associação Nacional de Farmácias (ANF) e da Associação de Farmácias de Portugal (AFP).

No caso de o pedido ser remetido diretamente ao Infarmed, a farmácia solicita a criação de dados de acesso, através do email [email protected], indicando o código de conferência de faturas (CCF).

Através da ANF ou AFP, a farmácia deve contactar a associação, solicitando que o reporte seja efetuado por esta via.

A notificação de faltas de medicamentos só pode ser efetuada por e-mail até à disponibilização da plataforma eletrónica. Neste sentido, as farmácias devem solicitar os acessos o mais rapidamente possível, salienta a circular.

Gestão da Disponibilidade do Medicamento

O Regulamento de Gestão da Disponibilidade do Medicamento, aprovado em novembro de 2019, visa «a fixação de regras e procedimentos para gerir a disponibilidade do medicamento, designadamente no que se refere às notificações de faltas ou ruturas de medicamentos».

As notificações devem ser observadas por titulares de autorização de introdução no mercado, distribuidores por grosso, farmácias e outras entidades legalmente habilitadas a dispensar medicamentos ao público em Portugal.

Segundo o regulamento, as farmácias estão obrigadas a notificar, através de plataforma eletrónica, a falta de uma determinada apresentação de um medicamento que se traduza na inviabilidade de satisfazer uma prescrição, por período superior a 12 horas após a apresentação da mesma.

De acordo com o regulamento, as ruturas são classificadas quanto ao risco para a saúde pública em “Baixo” (medicamentos com similares), «Médio» (medicamentos com alternativas terapêuticas limitadas ou insuficientes) e «Elevado» (medicamentos sem alternativa terapêutica).

 

 

Surto de doença viral
A Direção-Geral da Saúde (DGS) recomenda a quem viajar para a China cuidados redobrados devido ao surto de uma doença...

Assim, se está pensar em viajar para esta região deve evitar o contacto próximo com pessoas que sofram de infeções respiratórias agudas e evitar o contacto com animais.

Outra medida recomendada pela DGS é manter a mãos limpas, lavando-as com frequência, sobretudo, se tiver tido contacto com pessoas doentes. Além disso, deve adotar medidas de etiqueta respiratória, tais como: tapar o nariz e boca quando espirrar ou tossir (com lenço de papel ou com o braço, nunca com as mãos; deitar o lenço de papel no lixo).

A DGS recorda que, entre 31 de dezembro de 2019 e 11 de janeiro de 2020 foram reportados 59 casos de pneumonia associados à frequência de um mercado em Wuhan, China.

Foi identificado um novo coronavírus como estando na origem da doença, tendo sido obtidos resultados positivos em 41 dos 59 casos, incluindo um óbito, e também notificado um caso na Tailândia, num viajante originário de Wuhan, capital da província chinesa de Hubei.

De acordo com a autoridade nacional de saúde, “se os viajantes para aquela região da China apresentarem sintomas sugestivos de doença respiratória, durante ou após a viagem, devem procurar atendimento médico e informar o médico sobre a história da viagem ou poderão ainda ligar para o Centro de Contacto do Serviço Nacional de Saúde (SNS 24), através do número 808 24 24 24 para esclarecimento de dúvidas”.

O surto continua em investigação, adianta a DGS, sublinhando que “os dados preliminares não revelam evidência de transmissão pessoa-a-pessoa”.

A Direção-Geral da Saúde encontra-se a acompanhar a situação, alinhada com as organizações internacionais, em particular com a Organização Mundial da Saúde, para manter a população atualizada sobre o tema.

 

Páginas