O que é?
Embora se tenha tornado conhecida por levar o doente a formular insultos ou dizer palavrões de forma
Rapaz a tapar a boca com as mãos

Surge habitualmente na infância e, embora não tenha cura, algumas pessoas melhoram significativamente no final da adolescência ou no início da idade adulta. Caracterizada pelo aparecimento de movimentos ou vocalizações (os chamados tiques vocais) involuntárias, rápidas e recorrentes, a Síndrome de Tourette é uma perturbação neurológica crónica, frequentemente confundida com outros distúrbios como o Transtorno Obsessivo-Compulsivo, ansiedade ou perturbação de hiperatividade e défice de atenção. No entanto, e apesar de estas serem entidades clínicas distintas, a verdade é que se estima que alguns doentes possam apresentar, para além da Síndrome de Tourette, alguns destes distúrbios como comorbilidade. De acordo com o Centro de Controlo de Doenças e Prevenção (EUA), a perturbação de hiperatividade e défice de atenção é, aliás, a comorbilidade mais frequente, atingindo cerca de 63% das crianças com Tourette. Esta síndrome pode ainda associar-se a problemas de aprendizagem.

Sintomas e diagnóstico

Tipicamente, os tiques – sejam eles motores ou vocais – surgem entre os quatro e os seis anos de idade, aumentando de gravidade até à pré-adolescência. Com o tempo, a maioria desaparece espontaneamente, no entanto, estima-se que em cerca de 1% dos casos estes persistem na vida adulta.

Segundo algumas publicações, os tiques motores são os primeiros a manifestarem-se e podem incluir:

  • Piscar os olhos repetidamente
  • Fazer caretas
  • Franzir a testa
  • Encolher ou sacudir os ombros
  • Balançar a cabeça
  • Esticar os braços
  • Contorcer o tronco
  • Bater as palmas ou estalar os dedos e fazer gestos obscenos, entre outros.

No que diz respeito às vocalizações, estas podem constituir-se como uma mera emissão de sons sem sentido (gritar, gemer, grunhir) ou caracterizar-se pela repetição de determinadas palavras ou palavrões (coprolalia).

Para se concluir o seu diagnóstico, os tiques devem estar presentes há mais de um ano (podem estar presentes vários tiques motores ao mesmo tempo, no entanto estes não ocorrem com os vocais) e ocorre diversas vezes ao dia, quase todos os dias ou intermitentemente pelo menos durante três meses consecutivos. Para além disso, os sintomas deve iniciar-se antes dos 18 anos.

De acordo com a equipa de neurologia da Cuf, o médico pode pedir alguns exames, como um electroencefalograma ou uma ressonância magnética, para despistar outras doenças.

Tratamento

A Síndrome de Tourette não tem cura mas pode ser tratada com o objetivo de melhorar/controlar os seus sintomas. Na realidade, o tratamento é recomendado apenas para suprimir os tiques que interferem nas atividades ou autoimagem das crianças, não alterando a história natural do transtorno.

Para além dos medicamentos ansiolíticos ou neurolépticos, estudo clínicos têm vindo a demonstrar a importância da terapia comportamental cognitiva como tratamento de reversão de hábitos.

Alguns médicos recomendam a utilização de toxina botulínica (botox) para alguns casos de tiques localizados, e outros defendem que a estimulação cerebral profunda é outra técnica passível de utilização.

Por outro lado, e uma vez que se sabe que os tiques pioram em situações de stresse, as atividades como o yoga ou a meditação podem ser úteis para ajudar no controlo da doença.

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As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico, Enfermeiro, Farmacêutico e/ou Nutricionista.
Dados oficiais
A Direção-Geral da Saúde (DGS) continua a acompanhar a evolução do surto de pneumonia por novo Coronavírus, referindo que o...

De acordo com o comunicado da DGS, divulgado a 21 de janeiro, todos os casos reportados fora de Wuhan (China) referem ligação a esta cidade e a maioria dos casos está epidemiologicamente associada a um mercado específico de alimentos e animais vivos (peixe, mariscos e aves) em Wuhan (Wuhan’s Huanan Seafood Wholesale Market) que foi, entretanto, limpo e encerrado ao público a 1 de janeiro de 2020.

Mais, informa a DGS, “da investigação em curso não há evidência, até à data, de transmissão sustentável pessoa-a-pessoa” e é “baixa a probabilidade de importação de casos nos países da União Europeia/Espaço Económico Europeu (UE/EEE)”, segundo o European Centre for Disease Prevention and Control (ECDC).

De acordo com a informação disponibilizada pelo ECDC, de 21 de janeiro de 2020, desde 31 de dezembro, foram confirmados laboratorialmente 295 casos de infeção pelo novo coronavírus (2019-nCoV):

China:

  • 270 casos em Wuhan, incluindo 4 óbitos;
  • 15 casos confirmados em profissionais de saúde;
  • 14 casos na província de Guangdong;
  • 5 casos na província de Beijing;

2 casos em Shangai.

Tailândia: 2 casos;

Japão: 1 caso;

Coreia do Sul: 1 caso.

Neste sentido, a DGS reforça as recomendações previamente emitidas para os viajantes com destino para a cidade de Wuhan e ainda Beijing, Guangdonge Shanghai, na China:

  • Evitar contato próximo com pessoas que sofram de infeções respiratórias agudas;
  • Lavar frequentemente as mãos, especialmente após contato direto com pessoas doentes;
  • Evitar o contacto com animais;
  • Adotar medidas de etiqueta respiratória: tapar o nariz e boca quando espirrar ou tossir (com lenço de papel ou com o braço, nunca com as mãos; deitar o lenço de papel no lixo);
  • Lavar as mãos sempre que se assoar, espirrar ou tossir.

Se os viajantes com estadia em Wuhan apresentarem sintomas sugestivos de doença respiratória, durante ou após a viagem, deverão procurar atendimento médico, informando-o sobre a sua história de viagem.

Poderão ainda ligar 808 24 24 24 (SNS24) para esclarecimento de questões.

A DGS mantém-se em contacto com uma comissão de peritos, composta por representantes da DGS, Instituto Nacional de Saúde Dr. Ricardo Jorge (INSA), Serviços Partilhados do Ministério da Saúde (SPMS), Instituto Nacional de Emergência Médica (INEM).

A Organização Mundial de Saúde (OMS) irá reunir hoje, dia 22 de janeiro, o Comité de Emergência do Regulamento Sanitário Internacional.

Investigação
Um estudo sobre inflamações no interior da boca, em consequência de radio ou quimioterapia, em crianças com doença oncológica,...

Cerca de 90% das crianças com doença oncológica, que participaram num estudo no IPO do Porto, revelaram desconforto na cavidade oral – boca ou garganta - com queixas específicas de mucosite, uma inflamação causada pelos efeitos da radio ou quimioterapia. Os resultados são da investigação vencedora da 4ª edição do Prémio Rui Osório de Castro/Millennium bcp, que vai ser entregue a 8 de Fevereiro, durante o 6º Seminário de Oncologia Pediátrica, na Fundação Calouste Gulbenkian.

“Perceber Para Prevenir A Mucosite Oral Em Crianças Com Doença Oncológica”, liderada por Patrícia Nunes Correia, médica dentista odontopediatra, professora auxiliar da Faculdade de Medicina Dentária da Universidade Católica Portuguesa e colaboradora do Centro de Investigação Interdisciplinar em Saúde (CIIS), vai receber 15.000 euros. A quantia vai permitir a continuidade do projeto, que pretende compreender a relação entre variações nos genes e a mucosite oral dos pacientes.

O júri atribuiu ainda duas menções honrosas aos projetos “Crescimento Pós-Traumático Em Jovens Sobreviventes De Cancro E Suas Famílias”, de Margarida Custódio dos Santos, da Faculdade de Psicologia da Universidade de Lisboa e da Escola Superior de Tecnologia da Saúde de Lisboa, e “Terapia Dirigida Para Neuroblastoma Com Exossomas E Rna De Interferência”, de Sónia Guedes de Melo, do Instituto de Patologia e Imunologia Molecular da Universidade do Porto (IPATIMUP).

O cancro é a primeira causa de morte não acidental na população infanto-juvenil, pelo que a investigação é fundamental. Segundo Cristina Potier, diretora da Fundação Rui Osório de Castro, “este prémio tem sido uma peça fundamental para contribuir com recursos para o desenvolvimento e manutenção de projetos capazes de incentivar e promover a melhoria dos cuidados prestados às crianças com doença oncológica”.

A importância dos avanços neste domínio também levou a Fundação Millennium bcp, que tem na Ciência e Conhecimento uma das suas principais áreas de atuação, a apoiar este prémio desde a primeira hora. O objetivo é “contribuir para o caminho de melhoria da qualidade de vida das crianças diagnosticadas com cancro e respetiva cura”, sublinha Fátima Dias, Administradora da Fundação.

Ainda durante o 6º Seminário de Oncologia Pediátrica vão ser conhecidos os mais recentes resultados da investigação vencedora em 2019, o projeto “Interleucina 6 (IL-6) e interleucina 8 (IL-8) como preditores de infeção bacteriana em doentes oncológicos pediátricos com neutropenia febril”, de Ana Catarina Cordeiro, Interna de Pediatria no Hospital Pediátrico de Coimbra.

Solidariedade
A 5ª edição da campanha solidária “Dê troco a Quem Precisa”, de recolha de fundos em farmácias, angariou um apoio monetário de...

A campanha, que decorreu entre 16 e 25 de dezembro, convidou os portugueses a doar o troco resultante das compras efetuadas nas farmácias ao Fundo Solidário abem:. Este fundo é inteiramente aplicado na aquisição dos medicamentos dos beneficiários da rede, que no final de dezembro eram já cerca de 12 mil, dos quais 13% são crianças.

Em Portugal, uma em cada 10 pessoas não consegue adquirir todos os medicamentos prescritos pelo médico. "Estamos gratos pela solidariedade que os portugueses demonstraram, mais uma vez, através de uma forte adesão à campanha. Contamos com a ajuda de todos para, até final deste ano, conseguirmos ajudar 20.000 pessoas em situação de carência de medicação", refere Maria de Belém Roseira, uma das embaixadoras da Associação Dignitude, entidade dinamizadora do Programa abem:.

 

Dia aberto
Fisioterapeutas, doentes de Parkinson e familiares reúnem-se na Escola Superior de Tecnologia da Saúde do Politécnico de...

A sessão, realizada em parceria com a Associação Portuguesa de Doentes de Parkinson (APDPk), representa “uma oportunidade única de interagir com as melhores referências na matéria da Doença de Parkinson”, garante Marta Pereira, diplomada em Fisioterapia pela ESTeSC-IPC e uma das responsáveis pela organização do evento. “A fisioterapia e o apoio familiar são peças fundamentais na qualidade de vida dos doentes de Parkinson”, acrescenta, justificando assim a abertura da sessão a fisioterapeutas, doentes e familiares.

Com início às 14H00, o “Dia Aberto… da Doença de Parkinson” inicia com a intervenção da médica neurologista do Centro Hospital e Universitário de Coimbra (CHUC), Cristina Januário, que fará uma contextualização da doença de Parkinson, abordando os principais sintomas e abordagens clínicas disponíveis. Em seguida, a fisioterapeuta especialista na Doença de Parkinson, Josefa Domingos, abordará o papel da Fisioterapia no controlo dos sintomas, na prevenção da incapacidade e na maximização da funcionalidade da pessoa com Doença de Parkinson, apresentando novas abordagens terapêuticas e atividades práticas. Note-se que os estudos apontam para uma progressão mais lenta da doença, quando introduzida Fisioterapia desde a fase inicial.

Intervém ainda na sessão o vice-presidente da APDPk, João Casaca, que falará acerca do papel da associação junto dos doentes e suas famílias. De acordo com a associação, existem entre 18 a 20 mil doentes de Parkinson em Portugal, sendo identificados cerca de dois mil novos casos a cada ano.

A sessão termina com a apresentação do trabalho científico que se pretende desenvolver no âmbito do Icanemusic – projeto inovador, nascido no departamento de Fisioterapia da ESTeSC-IPC. Vencedor da 16ª edição do concurso regional Poliempreende e finalista do concurso de ideias de negócio Born from Knowledge 2019, o Icanemusic está atualmente em fase de desenvolvimento por uma equipa multidisciplinar liderada por Marta Pereira. Integram ainda o projeto os docentes Anabela Correia Martins (ESTeSC), Fernanda Coutinho, Jorge Barreiros e Marco Silva (Instituto Superior de Engenharia do Politécnico de Coimbra).

Formação
A Associação Portuguesa de Intervenção Cardiovascular (APIC) vai promover a iniciativa formativa D@CL (Day at the Cath Lab),...

A doença coronária ostial é uma estenose superior a 50%, em vaso com mais de 2 mm de diâmetro, localizada a menos de 3 mm de origem desse vaso. Clinicamente é indistinta de outras formas de doenças coronárias aterosclerótica, sendo comum em apresentações como angina de peito crónica e síndromes coronárias agudas. As formas de apresentação menos distintas são a insuficiência cardíaca e a disfunção ventricular esquerda assintomática.

“A doença coronária ostial é uma temática complexa e muito atual, na qual a Cardiologia de Intervenção pode oferecer uma opção terapêutica percutânea, constituindo uma alternativa segura e eficaz relativamente à revascularização miocárdica cirúrgica”, afirma Carlos Braga, cardiologista de intervenção e coordenador do D@CL.

E continua: “Esta iniciativa da APIC tem como objetivo promover ações de formação dinâmicas de caráter hands-on, criando aos participantes oportunidades únicas de aquisição de conhecimento em técnicas e procedimentos mais recentes ou complexos.”

“Ainda não existem estudos randomizados nem séries retrospetivas com suficiente robustez para determinar uma forte evidência que nos condicione a uma abordagem técnica específica, seguimos o atual estado da “arte”, que nos chega através daquilo que é feito e revelado em casos isolados, assim como de pequenas séries que são publicadas e apresentadas em reuniões de Cardiologia de Intervenção. Em 2019, 7% das intervenções coronárias percutâneas que efetuámos foram consideradas em doença ostial. Tratámos 22% de toda a doença ostial que se apresentou anatomicamente no nosso Laboratório”, afirma Jorge Guardado, responsável do Laboratório de Hemodinâmica do Hospital de Santo André, ao falar da experiência do laboratório de Leiria.

 

Infeção viral
Detetado em Dezembro, na China, o novo coronavírus tem vindo a alarmar as autoridades de saúde um po
Ilustração do coronavírus

O que são coronavírus?

De acordo com a OMS (Organização Mundial de Saúde) os Coronavírus são uma grande família de vírus, conhecidos desde a década de 60 do século passado, que causam infeções respiratórias em seres humanos e outros animais. E, embora habitualmente sejam responsáveis por doenças respiratórias leves ou moderadas, em alguns casos podem resultar em infeções potencialmente mortais, uma vez que estes vírus têm a capacidade de debilitar o sistema imunitário.

O vírus recentemente identificado na China pertence a uma nova estirpe que apresenta algumas semelhanças com outros vírus que surgiram nos últimos anos, nomeadamente com a Síndrome Respiratória Aguda Grave (SARS), que entre 2002 e 2003 vitimou cerca de 650 pessoas na China e infetou mais 8000 pessoas na América do Norte, América do Sul, Europa e Asia. Na altura, o vírus surgiu na preparação de um prato típico confecionado com carne de galinha, gato e cobra.

O vírus atual já foi associado a mais 400 casos de pneumonia, tendo provocado pelo menos 17 mortes.

Visto ao microscópio, este vírus tem à sua volta uma espécie de coroa de espinhos, daí o nome coronavírus.

Como se transmite?

Embora até à data se afirmasse que não existia evidência de transmissão pessoa-a-pessoa, uma vez que esta nova estirpe ainda se encontraria em investigação - a diretora do Departamento de Doenças Emergentes da OMS, Maria Van Kerkhove, chegou mesmo a afirmar que possibilidade de contágio entre humanos era muito baixa, a verdade é que as autoridades chinesas já confirmam pelo menos dois casos em que o vírus se transmitiu entre profissionais de saúde.

Quais as manifestações clínicas?

Os sintomas mais frequentes de infeção por Coronavírus são semelhantes ao de uma gripe, cursando com febre, tosse e dificuldade em respirar.

Em casos mais graves pode dar origem a infeções respiratórias agudas, falha no funcionamento de alguns órgãos e conduzir à morte.

Como prevenir o contágio?

De acordo com a Direção Geral de Saúde, que tem acompanhado com especial atenção a situação, quem viajar para a China deve tomar algumas precauções, como:

  • Evitar o contacto próximo com pessoas que sofram de infeções respiratórias agudas;
  • Lavar frequentemente as mãos, especialmente após contacto direto com pessoas doentes;
  • Evitar o contacto com animais;
  • E adotar medidas de etiquetes respiratória: tapar o nariz e a boca quando espirrar ou tossir (com lenço de papel ou braço, nunca com as mãos; deitar lenço de papel no lixo); lavar as mãos sempre que se assoar, espirrar ou tossir.

A DGS recomenda ainda que, caso apresente sintomas, deve procurar atendimento médico e informar o médico sobre a história da viagem.

A OMS destaca ainda que a higiene nasal diária é também um fator importante a ter em conta, já que a mucosa nasal é a primeira barreira de defesa perante os microrganismos presentes no ar que respiramos.

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As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico, Enfermeiro, Farmacêutico e/ou Nutricionista.
Opinião
O cancro do colo do útero continua a ser um tumor relativamente frequente no nosso país, apesar de t
Dr Daniel Pereira da Silva

Estes dados demostram que temos feito um trajeto positivo. No entanto, se olharmos para a nossa posição no contexto dos 15 países mais desenvolvidos da União Europeia, verificamos que ainda não atingimos a média.

Estes resultados decorrem do facto de que um número elevado de mulheres não faz a prevenção adequada, pelas mais diversas razões: porque não valorizam o risco que correm; porque não têm o devido cuidado; porque julgam que isso só acontece às “outras”; porque andam distraídas; porque não têm tempo; porque não têm acesso fácil ao rastreio. Enfim... por inúmeras razões.

A verdade inquestionável é que o cancro do colo do útero atinge sobretudo mulheres com menos de 60 anos de idade e com menos recursos; mulheres que, pelas mais diversas razões, não cuidam da sua saúde. Contudo, este é um cancro totalmente evitável!

A história natural deste cancro é bem conhecida. O principal respon­sável é o vírus do papiloma humano de alto risco (HPV). Numa 1ª fase, o vírus infecta as células do colo do útero e, depois, perante deter­minadas condições, transforma-as progressivamente numa célula cancerosa. Na maior parte dos casos, esta evolução acontece sem qualquer sintoma, sem qualquer sinal. O vírus pode igualmente infetar e provocar lesões em todas as regiões de contacto sexual: vulva, vagina, cavidade oral e ânus. O homem também é alvo da infeção, mas tem menos carga de doença que a mulher.

As infecções pelo HPV são a doença sexualmente transmissível mais fre­quente na Europa. Em mulheres sexualmente activas, alguns estudos mostram uma prevalência de 70%, o que é muito elucidativo da facilidade com que se transmite. Não são necessários comportamentos considerados de risco para que uma mulher possa entrar em contacto com o vírus e adquirir a infecção. O vírus propaga-se com extrema facilidade através das relações sexuais, mas não é indispensável que haja penetração, basta um contacto da zona genital com o vírus. A infeção, por si só, não representa uma ameaça grave, na medida em que, na maior parte dos casos (95%), é debelada pelas defesas naturais do organismo, sem consequências. A dificuldade reside no facto de que não é possível distinguir, à partida, os 5% em que corre mal. Por isso, é fundamental a prevenção com a vacina e o rastreio.

Em Portugal, te­mos cerca de 2.850.000 mulheres que deviam fazer regularmente o rastreio. Destas, 20 a 30% faz exames todos os anos e às vezes mais do que uma vez por ano. As restantes nunca o fizeram ou fazem-no erraticamente, sem método e sem rigor! É sobretudo neste grupo que vamos encontrar a grande maioria dos casos que diagnosticamos todos os anos. Destas, cerca de 250 vão morrer, porque a doença é detectada numa fase tão avançada, que a cura não é possível!

No programa de rastreio da região centro, 90% das mulheres com cancro invasivo do colo não fazem rastreio há mais de 5 anos! São factos preocupantes que devem mobilizar homens e mulheres. As mulheres têm de fazer o rastreio com regularidade, os homens devem incentivar as suas companheiras ou amigas a fazerem o rastreio. O método de rastreio mudou: deixou de ser a citologia e passou a ser a pesquisa do vírus (HPV). Trata-se de um método mais sensível, o que permite dar muito mais garantia à mulher de que não tem doença quando o seu teste é negativo. Por essa razão, só é necessário repetir o teste de 5 em 5 anos! A realização do teste com essa periodicidade é um direito de todas as mulheres que residem no nosso país.

Um novo caminho foi aberto com a criação da vacina contra o HPV. Estão disponíveis duas vacinas. Ambas protegem contra o HPV 16 e 18, que são responsáveis por cerca de 70% dos casos de cancro do colo do útero, mas uma delas é nonavalente, ou seja, protege contra 9 tipos de HPV, o que alarga a proteção para mais de 90% dos cancros do colo do útero, mas também para tumores associados ao HPV em outras localizações. A vacina está incluída no plano nacional de vacinação para raparigas e rapazes, tornando-a de uso universal e gratuita para toda a população envolvida: jovens com 10-13 anos. É a altura ideal para se ser vacinado, mas as possibilidades não se esgotam nestas idades. Todas as mulheres devem ser vacinadas. Se não foram abrangidas pela proteção do estado, devem fazê-lo por sua iniciativa – a vacinação está indicada para todas as mulheres e há demonstração científica da sua validade em mulheres até aos 45 anos.

Uma pequena nota: - se não faz uma citologia há mais de 3 anos, se não foi vacinada, procure já o seu médico. Não queira correr riscos desnecessários!

Conto-vos uma pequena história real, com um nome fictício: a Maria voltou à minha consulta, agora com 32 anos. Já não vinha há 10 anos. O que a trouxe de volta foi o facto de ter feito o rastreio no médico de família, que apontou para a presença de uma lesão no colo do útero. Observei-a e confirmou-se a presença de uma lesão pré-cancerosa - do mal, o menos.

Revi a ficha clínica da Maria e verifiquei que a tinha aconselhado a ser vacinada na última consulta que lhe tinha feito 10 anos antes. Fiquei intrigado e perguntei-lhe se tinha seguido a minha recomendação. Ela hesitou e respondeu: “não fiz, Senhor Doutor; o custo era um problema para mim, por isso hesitei. Falei com o meu médico de família e ele desaconselhou-me por já ter tido relações.”

Infelizmente, o colega não estava bem informado e não aconselhou a Maria de forma adequada. Desdramatizei a situação de forma o mais isenta e rigorosa possível. Felizmente, a Maria fez o rastreio e foi possível detetar a lesão pré-cancerosa. Foi tratada e ficou bem, e, desta feita, aceitou fazer as 3 doses recomendadas da vacina. Mais vale tarde do que nunca!

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Prevenir infeções sexualmente transmissíveis

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Solidariedade
Donativo destina-se a grávidas, mulheres a amamentar e crianças até aos 5 anos. Esta ação conta com a colaboração da Cáritas...

As farmácias vão enviar mais de 10 mil unidades de suplementos alimentares destinadas a bebés, crianças e mulheres grávidas, em parceria com a Cáritas Portuguesa. O donativo será entregue a Eugénio Fonseca, presidente da Cáritas Portuguesa, esta quarta-feira, 22 de Janeiro, às 10h30, na sede da Cáritas Portuguesa, em Lisboa.

Esta iniciativa surge como resposta das farmácias portuguesas ao pedido da Cáritas Portuguesa. Serão enviadas 3.000 doses de Belibaby, gotas para patologias de cólicas, diarreia e prisão de ventre; 3.000 unidades de Belibaby Amamentação para mulheres a amamentar, e 5. 000 unidades de Belibaby Pré-natal. Este último é prescrito para grávidas e mulheres a amamentar e contém, entre outros componentes, ácido fólico e nutrientes fundamentais ao crescimento do tecido materno durante a gravidez, e ferro. 

“Acolhemos em Portugal alguns dos principais responsáveis da Cáritas e da Igreja na Venezuela que nos deixaram relatos e evidências das dificuldades vividas no país, nomeadamente, pelos bebés, pelas crianças e mulheres grávidas», relata a Cáritas Portuguesa. Entre as necessidades identificadas estão a «alimentação para bebés e crianças até aos cinco anos de idade e mulheres grávidas em situação de risco por má alimentação”.

 

Prevenir a morte súbita
É uma estreia em Castelo Branco: vai ser implantado, hoje, e pela primeira vez no distrito, no Hospital Amato Lusitano, um...

“O nosso centro está a funcionar há 16 anos e é a primeira vez que fazemos esta intervenção”, refere o especialista, que confirma que a mesma, até ao momento e em caso de necessidade, tinha de ser realizada em Coimbra. “Vamos contar com um eletrofisiologista do Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra, o Dr. Pedro Sousa e com a ajuda de um anestesista, uma vez que se trata de um procedimento diferente do habitual, com uma tecnologia diferente”, acrescenta o especialista.

O doente, um homem de 49 anos, apresenta manifestações de síncope e uma patologia potencialmente fatal por arritmias graves, que este aparelho deteta e trata através da administração de choques elétricos. “Trata-se de um CDI subcutâneo, diferente dos restantes uma vez que não é aqui necessário acesso vascular”, explica Francisco Paisana. “Ou seja, o risco de complicações é mais reduzido, sobretudo de infeções e dispensando a utilização de raios X.”

Este é o primeiro aparelho do género a ser implantado em Castelo Branco, abrindo a porta a outras intervenções do género. “Se houver mais doentes com indicação para esta tecnologia, passamos a dispor de know-how para o fazer. Até porque estes doentes são seguidos no nosso centro, nós já conhecemos a sua patologia e podemos atuar da melhor forma possível, isto para além da relação de proximidade.”

 

Apoio à Investigação
A Associação Portuguesa Contra a Leucemia (APCL) e a Sociedade Portuguesa de Hematologia, com o apoio da Amgen Biofarmacêutica,...

Esta Bolsa destina-se a estudar a Leucemia Linfocítica Aguda (LLA) em adultos e/ou em crianças. A incidência de LLA varia com a idade, ocorrendo o maior pico de incidência entre os 2 e os 5 anos de idade, diminuindo durante a adolescência e início da vida adulta, voltando a crescer de forma contínua com o envelhecimento. A LLA atinge 20%-30% das crianças com cancro (1) representando aproximadamente 25% dos diagnósticos em crianças menores de 15 anos (2). É o tipo de leucemia aguda mais comum na população pediátrica, representando cerca de 75-80% dos diagnósticos (3) e é responsável pela maioria das mortes por cancro em crianças (4). 

A Bolsa de Investigação em Leucemia Linfocítica Aguda, dirigida a investigadores nacionais ou estrangeiros a desenvolver projetos em instituições portuguesas, foi criada com o intuito de aumentar o conhecimento sobre esta doença, o diagnóstico, o tratamento, a monitorização e a qualidade de vida dos doentes, assim como conhecer a carga desta doença em Portugal. 

Para Manuel Abecasis, Presidente da APCL, “a Bolsa de Investigação Científica em Leucemia Linfocítica Aguda representa uma excelente oportunidade para todos aqueles que se interessam por esta doença poderem obter financiamento para um projeto de investigação a desenvolver sobre a mesma, não só na área clinica mas também noutros aspetos como a epidemiologia e a compatibilização da doença e seu tratamento com as atividades da vida diária dos doentes. A Amgen está novamente de parabéns ao apoiar esta iniciativa conjunta da SPH e da APCL”.

De acordo com Aida Botelho de Sousa, Presidente da SPH, “esta bolsa constitui um importante incentivo a projetos dos grupos envolvidos no diagnóstico e tratamento da LLA, patologia na qual é crítico melhorar os resultados, em particular no adulto”.

O Diretor-Geral da Amgen, Tiago Amieiro, afirma que “a Amgen apoia a investigação e o aumento do conhecimento sobre a Leucemia Linfocítica Aguda, o seu diagnóstico e tratamento, contribuindo assim desta forma para a melhoria da prática clínica atual e futura, pondo em prática a missão da AMGEN, melhorar a vida dos doentes”. 

Os projetos submetidos irão ser avaliados por um júri idóneo, composto por peritos de reconhecido mérito em investigação científica e experiência profissional e/ou académica em hemato-oncologia em Portugal e/ou internacional, nomeado pela APCL e SPH

Saúde Mental
A Clínica Psiquiátrica de São José, do Instituto das Irmãs Hospitaleiras do Sagrado Coração de Jesus, inaugura em fevereiro uma...

Esta nova unidade integrará três valências coordenadas, que permitem dar resposta a doentes que necessitem de apoio/intervenção especializada.

A primeira destas valências concretiza-se com a abertura da consulta externa de Psicogeriatria, que envolve não só consulta de Psiquiatria direcionada para a população em causa, como também a consulta de Neuropsicologia.

A segunda valência materializa-se com a abertura de uma unidade inovadora de internamento, também especializada, com avaliação e intervenção de uma equipa multidisciplinar, que surge como resposta de qualidade para apoiar e reabilitar as pessoas assistidas e suas famílias, tendo em conta as necessidades que conhecemos desta população.

Por fim, a abertura de uma área de dia, também especialmente vocacionada para pessoas com problemas de saúde mental, com mais de 65 anos, completando o circuito de intervenção, respondendo às necessidades verificadas das pessoas assistidas. A área de dia funcionará com planos individualizados de atividades, de forma a intervir nas necessidades mais prementes e específicas de cada pessoa. A intervenção em área de dia abrange não só o treino/estimulação de competências, como também o envolvimento em atividades de expressão emocional, de lazer e ocupacionais.

Curso
O Núcleo de Estudos de Geriatria da Sociedade Portuguesa de Medicina Interna (NEGERMI), da Sociedade Portuguesa de Medicina...

O curso destina-se a médicos e outros profissionais de saúde que trabalhem em instituições onde residam idosos como lares, centros de dia e unidades de cuidados continuados.

O curso tem como objetivo principal o reconhecimento da importância de uma abordagem dirigida, individualizada e sistemática do idoso.

Pretende-se capacitar os formandos de conhecimentos e ferramentas que lhes permitam: rever aspectos fisiológicos e fisiopatológicos do envelhecimento; reconhecer a importância da avaliação geriátrica global e do plano individual de cuidados; rever e aprimorar técnicas de comunicação com o idoso com demência; reconhecer, estratificar e orientar os principais problemas de saúde oral; gerir o plano terapêutico farmacológico; orientar plano nutricional e de hidratação; promover a prevenção de quedas e promover a reabilitação e envelhecimento activos; reconhecer os principais dispositivos médicos e a sua gestão no dia-a-dia; gerir os sintomas mais frequentes – respiratórios, astrointestinais/genitourinários, neuropsíquicos e a dor.

 

Espondilite Anquilosante
Realizou-se, no passado fim de semana, o II Torneio de Natação ANEA, uma iniciativa singular da Associação Nacional da...

O Torneio de Natação ANEA surge no âmbito do programa EA Team que visa promover um maior conhecimento da sociedade sobre a patologia, assim como incentivar os doentes a ter um papel mais ativo na gestão da sua doença procurando manter a sua vida normal e atividade física.

A competição de 2020 juntou 6 equipas compostas por atletas amadores da ANEA, atletas federados de natação e profissionais de saúde provenientes de Norte a Sul do país.  No torneio deste ano foram distinguidas as equipas que cumpriram a maior distância em estafetas, assim como os atletas individuais que registaram os melhores tempos na distância de 50 metros.

Na categoria equipas, os grandes vencedores do II Torneio ANEA foram os Swim4Change, compostos por Tiago Fernandes, Inês Fernandes e Filipe Araújo. Em 2º lugar ficaram Os Guerreiros que contavam com Jorge Matos, Juliana Freixo e Sandra Falcão. Para completar o pódio, em 3º lugar, ficou a equipa Bombordo da Sandra Gestosa, Alexis Santos e José Ludovico.

Os Atletas ANEA que subiram ao pódio por registarem os melhores tempos na distância de 50 metros livres foram em primeiro lugar Tiago Fernandes do Núcleo ANEA de Lisboa, o segundo lugar foi para Jorge Matos do Núcleo ANEA de Braga e Sandra Gestosa ficou na 3ª posição em representação do Núcleo ANEA do Algarve. O pódio dos atletas federados ficou composto por 1º lugar Alexis Santos (SCP), 2º lugar Miguel Marques (SLB) e 3º lugar João Francisco Lopes (SCB). No ranking dos atletas Médicos, Filipe Araújo ficou em 1º lugar, Maria Inês Cunha na 2º posição e José Ludovico foi o 3º classificado.

 

Na Península Ibérica
O Centro Hospitalar Universitário de São João (CHUSJ), no Porto, é o primeiro hospital em Portugal a implantar um dispositivo...

“A utilização deste dispositivo representa um importante avanço no tratamento de algumas doenças do movimento, como é o caso da Doença de Parkinson, ao ser capaz de permitir evoluir do tratamento da doença para o tratamento do doente ”, refere Rui Vaz, neurocirurgião e responsável pela equipa que fez o implante do primeiro dispositivo em Portugal, em 2002, e que desde então operou já cerca de 350 doentes.

A tecnologia BrainSense permite pela primeira vez registar sinais elétricos cerebrais específicos decorrentes da atividade neuronal na vida do dia a dia do doente, aumentando o conhecimento sobre a doença e da forma como esta atua no cérebro. Com essa informação torna-se possível adaptar com mais precisão a estimulação a fornecer às necessidades individuais de cada doente num tratamento personalizado capaz de resultados mais positivos, tanto para doentes como para os profissionais de saúde. 

“Este dispositivo fornece-nos informações muito importantes sobre o estado do doente e da doença e pode permitir administrar a terapêutica indicada pelo médico de um modo mais rigoroso e adaptado às necessidades do doente. É também importante que, comparativamente às terapêuticas já existentes, esta promete um maior potencial de eficiência que poderá levar a uma redução de custos, quer por uma maior longevidade do neuroestimulador, quer por uma utilização otimizada de fármacos ”, explica o diretor do Serviço de Neurocirurgia do CHUSJ.

O CHUSJ será o terceiro hospital no mundo a implantar este dispositivo. Até ao momento este dispositivo apenas foi implantado em 2 hospitais alemães, tornando a Europa pioneira na utilização desta tecnologia inovadora.

 

 

Coronavírus
Um especialista chinês confirmou esta segunda-feira que o vírus desconhecido na China é transmissível entre humanos, depois de...

Segundo Zhong Nanshan, um cientista chinês da Comissão Nacional de Saúde, foram detectados pelo menos dois casos em que o vírus se transmitiu entre humanos na província de Guangdong, no sudeste do país. Entretanto, ocorreram 14 infeções entre profissionais de saúde, que estiveram em contacto com um dos doentes.

As autoridades chinesas dizem ainda que o número de pessoas infetadas com o vírus mais do que triplicou no fim de semana depois de ter chegado a algumas das maiores cidades chinesas. Cinco novos casos foram confirmados em Pequim e 14 na província de Guango. Também Xangai confirmou ontem o primeiro caso.

Entretanto, foi entratato confirmada uma terceira morte causada pelo vírus e há já mais de 217 novos casos de coronavírus detectados na China, 198 dos quais em Wuhan, a cidade onde a doença parece ter tido início. O vírus também já está no Japão, Tailândia e Coreia do Sul.

"Atualmente, não há uma cura especial para esse novo coronavírus e [estamos] a fazer alguns testes em animais", disse Zhong. A poucas semanas das celebrações do Ano Novo lunar, em que milhões de chineses viajam dentro do país, "temos de evitar o aparecimento do vírus", reforçou. Segundo o ministério chinês dos Transportes, a China deve registar um total de três mil milhões de viagens internas durante os próximos 40 dias.

Recorde-se que os primeiros relatos da doença surgiram em Dezembro. Alguns dos primeiros infetados trabalhavam num mercado de peixe, onde também seriam vendidos pássaros, coelhos ou cobras. Desde então, o mercado está fechado para desinfeção, uma vez que a transmissão da doença dos animais para os humanos não foi posta de parte pelas autoridades.

O último surto do género começou no Sul da China e foram registados mais de oito mil casos em todo o mundo. Matou mais de 800 pessoas entre 2002 e 2003. Mais tarde, descobriu-se que as autoridades chinesas encobriram novos casos durante meses, o que agravou a sua propagação. Desde 2004 que não havia registo de nenhum novo caso, a nível mundial, e a comunidade médica chegou a considerar  a síndrome respiratória aguda grave erradicada.

Especialistas britânicos disseram à “BBC” que o número de infetados pode ser muito maior do que os números oficiais sugerem, apontando para perto de 1.700 casos.

Reunião
A inteligência artificial como apoio ao diagnóstico no uso da cápsula endoscópica já é uma realidade e é um dos temas que vai...

“Este é um tema de grande atualidade, que vamos poder abordar nesta reunião ibérica que já é um espaço indispensável de partilha de experiências entre gastrenterologistas espanhóis e portugueses com particular interesse na cápsula endoscópica”, explica Cristina Chagas, presidente da comissão organizadora da RICE 2020.

Além da palestra sobre inteligência artificial, que estará a cargo da especialista internacional Laurence Keselbrener, os mais recentes avanços na utilização da cápsula para diagnóstico da Doença de Crohn serão apresentados pelo professor Rami Eliakim.

“A qualidade da cápsula endoscópica, em especial a otimização do desempenho e da interpretação da cápsula do intestino delgado e do colon, é outro dos focos deste encontro, que vai juntar cerca de 200 especialistas portugueses e espanhóis em Lisboa”, acrescenta a presidente da comissão organizadora.

A reunião decorre a 25 de janeiro, no SANA Malhoa Hotel e será também espaço de debate das mais recentes guidelines disponibilizadas pela European Society of Gastrointestinal Endoscopy.

Sobreviventes
Um estudo realizado na Austrália mostrou que, apesar dos progressos nos tratamentos, as crianças que desenvolvem cancro têm 5...

Os autores da pesquisa, publicada no Medical Journal of Australia, afirmaram que as descobertas mostram que os sobreviventes de cancro infantil necessitam de uma vigilância “apertada” depois de o cancro inicial ter sido tratado.

“Os sobreviventes de cancro infantil devem ser monitorizados quanto à possibilidade de desenvolverem um segundo cancro primário, uma vez que permanecem em risco aumentado na idade adulta”, escreveram os autores.

“É necessário que existam pesquisas que tentem minimizar os efeitos deletérios tardios do tratamento do cancro infantil”.

Os cientistas usaram o Australian Childhood Cancer Registry para rastrear crianças que haviam sido diagnosticadas antes dos 15 anos, entre 1983 e 2013, e que tivessem sobrevivido, pelo menos, 2 meses após o diagnóstico. No total, mais de 18 mil crianças foram acompanhadas até ao final do ano 2015.

O estudo descobriu que, desse grupo, 388 participantes, ou 2%, foram diagnosticados posteriormente com um segundo cancro primário, o que significa que o risco geral de um novo cancro era 5 vezes maior do que o risco da população em geral.

Os investigadores descobriram que o risco de desenvolver um segundo cancro era maior em pacientes que inicialmente sofriam de rabdomiossarcoma infantil e também era particularmente alto em crianças submetidas a quimioterapia e radioterapia.

Os segundos cancros primários mais frequentes foram os cancros da tiroide e as leucemias mieloides agudas.

“A descoberta de que os sobreviventes de cancro infantil têm um risco significativamente maior de desenvolver um cancro subsequente é amplamente consistente com os resultados de estudos anteriores realizados por todo o mundo”, afirmaram os autores.

“O aumento do risco diminui gradualmente ao longo do tempo desde o primeiro diagnóstico, mas o nível de risco nunca retorna ao encontrado na população em geral”.

“Os avanços no tratamento do cancro infantil nas últimas décadas melhoraram significativamente a sobrevivência de muitas pessoas com doenças malignas na infância; o desafio agora é reduzir a morbidade associada ao tratamento sem reduzir a sobrevida”.

O risco relativo de desenvolver cancro pela segunda vez atingiu o pico durante os 5 anos após o primeiro diagnóstico, mas ainda era significativo até 33 anos depois.

O estudo foi realizado pela Universidade de Griffith, na Austrália, em parceria com várias outras instituições dedicadas à investigação na área da oncologia.

 

Previsão CEFAR
O pico da gripe em Portugal ocorreu na primeira semana do ano. Na maioria do território, o surto epidémico foi de grau 3 ...

Confirmou-se a previsão avançada pelo Centro de Estudos e Avaliação em Saúde (CEFAR), da Associação Nacional das Farmácias, em conferência de imprensa realizada no dia 11 de Dezembro de 2019.

As farmácias atendem, em média, 520 mil pessoas por dia. A partir dos dados estatísticos relativos à procura de medicamentos e produtos de saúde para infeções respiratórias, conseguem antecipar a evolução da epidemia em duas semanas. O impacto da epidemia nas urgências hospitalares e nos cuidados primários só acontece mais tarde.

"Esperamos ter contribuído para melhorar a planificação e diminuir o impacto da gripe nos serviços de saúde, assim como para reforçar as atitudes preventivas da população quando isso era mais necessário", declara António Teixeira Rodrigues, diretor do CEFAR. 

O Despertador das Farmácias fornece dados seguros concelho a concelho. «A epidemia iniciou-se com maior intensidade em Lisboa e Algarve, e também na região Norte. Atingido o pico, podemos dizer que os distritos em que se verificou maior atividade gripal foram Faro, Braga e Vila Real», descreve Peter Heudtlass, investigador do CEFAR.

"Atualmente, a atividade gripal está a decrescer em todos os distritos de Portugal continental e também na Madeira. Nos Açores, a atividade gripal ainda não está a decrescer, mas mantem-se baixa", nota Peter Heudtlass.

"O objetivo das farmácias é colaborar com as autoridades de saúde nos grandes objetivos de Saúde Pública. No caso da gripe, o primeiro alerta só é possível a partir dos nossos sistemas de informação. O Despertador das Farmácias é para nós uma questão de responsabilidade e de compromisso", conclui Humberto Martins, diretor para a área profissional da ANF.

 

Sintomas e tratamento
Apesar da dor muscular ser o sintoma predominante da fibromialgia, a doença cursa com muitos outros
Mulher com ar preocupado sentada à mesa

A fibromialgia é uma doença que se caracteriza por dor músculoesquelética generalizada, difusa, muitas vezes migratória e por um aumento da sensibilidade a uma variedade de estímulos que podem causar dor e desconforto, como o esforço, stresse ou os ruídos.

Em Portugal, estima-se que existam cerca de 300 mil doentes diagnosticados e, embora se desconheça o motivo, as mulheres são as mais atingidas, sobretudo depois dos 40 anos. De acordo com o especialista em reumatologia, José António Pereira da Silva, para além de este ser um reconhecido fator de risco, “a história familiar da doença, especialmente na mãe ou no pai”, aumenta também o risco de desenvolver a patologia. Por outro lado, o especialista admite que, “com base na ciência e na experiência pessoal”, “os antecedentes de depressão e, sobretudo, os traços de personalidade caracterizados por preocupação permanente, tendência a remoer nos problemas, perfeccionismo e necessidade de estar permanentemente ativo, a trabalhar, são indicadores de um terreno fértil para a fibromialgia no futuro”.

Quanto à forma como se manifesta, e embora a dor seja o sintoma predominante, o cansaço excessivo, “por vezes ao ponto de exaustão”, é apontado pelo especialista como uma manifestação “quase universal entre estes doentes”.

Outros sintomas como as perturbações da concentração e da memória, a par das dificuldades com o sono – “é bastante frequente o doente acordar tão cansado como quando se deitou” –, são também comuns. “Alguns doentes têm episódios recorrentes de sintomas que sugerem a infeção urinária sem que os exames confirmem a presença de bactérias”, acrescenta o reumatologista.

No entanto, apesar de estes serem sintomas comuns, a verdade é que cada doente apresenta um conjunto próprio de sintomas, que podem até variar consoante as fases ou dias, constituindo um verdadeiro desafio ao seu diagnóstico. “Consoante os sintomas predominantes e a sua descrição, os médicos podem ser levados a pensar numa variedade de doenças”, admite o médico.

“O sofrimento é indubitavelmente real e intenso”

Apesar de hoje, mais do que nunca, se falar sobre a patologia, a verdade é o seu diagnóstico nem sempre é claro ou chega com a rapidez que o doente deseja. Para além do carácter inespecífico dos sintomas, “o problema é agravado pelo facto de que todos os exames, laboratoriais e de imagem”, não apresentam quaisquer alterações. “Isto exige do médico que tenha conhecimento e, sobretudo, sensibilidade para estas manifestações”, explica José António Pereira da Silva, para quem “há ainda muito por fazer para evitar que os doentes sejam expostos a essa causa adicional e sumamente injusta de sofrimento” que é a desvalorização das suas queixas.

De acordo com este especialista, é fundamental destruir o mito “que parece persistir na cabeça de muitas pessoas, e até alguns profissionais de saúde, de que os doentes com fibromialgia inventam ou, pelo menos, exageram grandemente nas dores que descrevem”. “A ciência atual não deixa qualquer margem para dúvida: o sofrimento é indubitavelmente real e intenso. O facto de não o sabermos explicar completamente não é, certamente, culpa do doente! Não é aceitável que acrescentemos às dores e ao cansaço, o sofrimento de ver invalidados os sintomas que deveras têm”, afirma José António Pereira da Silva.

Entre as patologias com que a doença se pode confundir estão as doenças reumáticas. “Artrose, Artrite Reumatóide, Espondilite Aquilosante e Miosites (inflamação dos músculos) estão entre as dúvidas mais frequentes”, admite o especialista revelando ainda que a prevalência da fibromialgia “é muito alta em coexistência com as doenças reumáticas inflamatórias e autoimunes como o Lúpus e a Síndrome de Sjogren”. Segundo José António Pereira da Silva, também a depressão, o hipertiroidismo e a falta de vitamina D podem simular a fibromialgia e devem, por isso, ser estudadas.

“A felicidade pode vencer a fibromialgia”

Quando fala em tratamento, o especialista reconhece que esta é uma doença “difícil de tratar”. Para já, sem cura conhecida e sem que exista um fármaco específico para a controlar, podem ser recomendadas várias classes de medicamentos como os antidepressivos, relaxantes musculares e analgésicos. No entanto, a sua eficácia “em geral, deixa muito a desejar”.

“Com base na ciência disponível e do meu conhecimento profundo de mais de 2000 doentes prescrevo, há anos, uma receita em que tenho profunda confiança e provas dadas: construir felicidade, fazer exercício físico regular, saborear banhos quentes e todas as outras formas de mimos”, revela o especialista segundo o qual é possível, com esta estratégia, obter excelentes resultados sobre as dores e sobre a vida em geral. “Acredito firmemente que a Felicidade pode, de facto, vencer a fibromialgia. É um caminho difícil, longo e exigente, mas não há caminhos fáceis para controlar esta doença”, afirma.

Segundo o especialista, para controlar e combater a fibromilagia, o doente deve compreender bem a doença e os fatores que agravam os seus sintomas “e conduzir a vida de acordo com isso”. “O doente tem que conhecer-se muito bem, sem subterfúgios, abrir a mente para aceitar o papel fundamental do stresse na sua vida e na sua doença, para reconhecer o poder absoluto da mente sobre o corpo, e usar isso para, no fundo de si mesmo, refazer o seu contra com a vida”, sublinha.

Foi a pensar nesta premissa que foi criado o Instituto Virtual de Fibromialgia, uma ferramenta clínica online que oferece uma variedade de instrumentos que procuram ajudar o doente a conhecer a melhor forma de diminuir o stress, aumentar o seu bem-estar e tranquilidade, promovendo a diminuição progressiva dos sintomas que potenciam a doença.

Em Myfibromyalgia® (www.myfibro.org) é possível encontrar informação atual sobre Fibromialgia, ferramentas de rastreio da doença e ter acesso a testemunhos reais de doentes. Para além disso, mediante subscrição, os doentes podem aceder a conteúdos exclusivos como um curso sobre o modelo de entendimento e tratamento da Fibromialgia, recomendações ajustadas ao perfil de cada um, aconselhamento individualizado através de consultas virtuais e um fórum de discussão e partilha.

“Esperamos melhorar continuamente os serviços que prestamos, pelo contributo dos utilizadores, pelo recurso a novos instrumentos e tecnologias, e também pela investigação própria que aqui pretendemos desenvolver. Myfibromyalgia® almeja constituir-se numa grande comunidade de entreajuda e de investigação em Fibromialgia”, afirma José António Pereira da Silva, diretor científico deste projeto pioneiro.

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