Opinião
As efemérides e dias consagrados a um tema têm o propósito de nos recordar o caminho percorrido pelo

A Medicina e as Mulheres mudaram muitíssimo em Portugal nas últimas décadas. Antes do 25 de Abril contavam-se os casos raros de médicas, e particularmente, internistas. Com a assinalável democratização do ensino básico e secundário e igualdade de oportunidades no acesso ao patamar seguinte, o número de jovens mulheres a entrar no ensino superior foi crescendo tanto, que já ultrapassa o de homens há muito. Na área da Medicina, em 1992, quando entrei na universidade, apenas numa escola médica nacional houve paridade, com predomínio de mulheres nas restantes. Começava a discussão de aplicação de cotas de acesso a Medicina para jovens do sexo masculino, o que nunca se veio a implementar. Vinte anos depois, é natural que os serviços médicos sejam maioritariamente constituídos por mulheres, com algumas diferenças entre áreas.

As especialidades tradicionalmente escolhidas por homens, como Ortopedia ou Urologia, já têm muitas internas e algumas especialistas, ainda que minoritárias. Especialidades como Medicina Geral e Familiar, Dermatologia, Pediatria e Medicina Interna, há muito que são a primeira escolha de mulheres. Debate-se há anos, a hierarquização das motivações das escolhas das especialidades médicas, pois não são todas iguais. As especialidades médicas hospitalares mais abrangentes, como Medicina Interna ou Pediatria, que abarcam o tratamento do doente agudo, desde a sala de emergência até ao ambulatório (consulta), em serviços assegurados 24h durante todo o ano, têm em si mesmas características causadoras de stress aos seus profissionais: o desgaste é maior e não pode deixar de haver preenchimento de escalas (as urgências e doentes graves internados são podem ser deixados para tratar “amanhã”), pelo que a escolha é sempre corajosa, tanto para mulheres como para homens. O que se exige é uma planificação rigorosa e condições laborais que tornem todos os médicos felizes, pois assim tratarão melhor os seus doentes e sentir-se-ão realizados. A almejada qualidade de vida deve incluir o tempo dedicado ao trabalho, que deve ser em geral prazeroso, ainda que por momentos possa ser monótono ou árduo.

Nos Estados Unidos da América mantém-se o debate sobre a discriminação no local de trabalho, diferenças de salário entre médicos e médicas, o tratamento diferente no meio académico, com publicações em revistas científicas médicas e com grupos privados nas redes sociais, confinados a mulheres, onde são tratados temas como condições laborais, legislação, maternidade e relação com os superiores hierárquicos.

Tal é também atual em vários campos profissionais em Portugal, mas a organização do Serviço Nacional de Saúde, com o acesso igual, remuneração igual e condições de trabalho semelhantes, não têm sido entraves à realização profissional das médicas portuguesas e particularmente das internistas.

Outra reflexão que faço é a da percepção social do trabalho médico. Em publicações da América do norte, continua a haver evidência de existir subvalorização do trabalho feito por médicas, em áreas tecnológicas ou de grande complexidade. Na área que melhor conheço, ainda se continua a notar, por parte dos doentes, o tratamento por Sr. Dr. ao interno acabado de chegar da faculdade e Menina Doutora a médicas especialistas há anos. Quanto de isto é negativo, ou quanto demonstra uma relação carinhosa e empática, é difícil de saber. O que asseguro é não ter sentido menos confiança no meu trabalho por parte dos doentes que assim me tratam.

Quanto à conciliação da vida familiar com a profissional, caminha-se para a paridade nas tarefas domésticas e, portanto, tal dever-se-á refletir na disponibilidade para todas as outras atividades. Quanto à maternidade, não deveria ser adiada pela escolha desta profissão. Ainda é um ato corajoso a gravidez durante o internato médico, pois é um percurso de imensa dedicação intelectual e física ao trabalho, entre os 25 e os 30 anos de idade. Mas, será justo pedir às médicas que adiem os seus projetos? As organizações, no planeamento dos seus recursos humanos, têm que ter este facto em mente: a maioria das mulheres quer ter filhos, algumas não; muitas vão ficar grávidas; umas querem estar o maior tempo possível de licença, outras o mínimo; umas vão querer amamentar, outras não, mas todas querem que tal seja encarado com a naturalidade de uma sociedade saudável.

Os cargos de gestão ainda agora estão dominados por homens, mas será uma questão de tempo e às vezes de vontade.

Neste dia, o que mais gostaria de comemorar é que a paridade não deve ser encarada como uma meta, mas como uma igualdade de oportunidades, em que cada um possa fazer as suas escolhas em total liberdade.

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Alerta especialista
A propósito do Dia Internacional da Mulher, que se assinala no próximo domingo, dia 08 de março, João Braga, médico dentista do...

O especialista do BQDC começa por explicar que “a principal causa da gengivite (inflamação das gengivas) na gravidez é a existência de placa bacteriana, e não a alteração hormonal como se pensa popularmente. A gengivite, se não for tratada pode evoluir para uma periodontite que, por sua vez, pode provocar a perda dentária. Durante a gravidez, pode também aumentar a sensibilidade dentária, uma vez que a cavidade oral é mais exposta ao ácido gástrico, devido ao aumento da possibilidade de refluxo gastro esofágico e vómitos. A presença dos sucos gástricos na boca (ácidos) potência a erosão do esmalte dentário e, consequentemente, favorece o aparecimento da cárie dentária.”

Para evitar problemas maiores, uma mulher deve ter cuidados orais em toda a sua vida mas nesta fase tem de existir um reforço. João Braga dá alguns conselhos importantes a este nível: “deve consultar o seu médico dentista (antes de engravidar e durante a gravidez) para um diagnóstico e tratamento completo, escovar os dentes no mínimo duas vezes por dia durante, pelo menos, dois minutos, usar o fio dentário, fazer uma dieta equilibrada e (no pós parto) é importante evitar a partilha da colher com o bebé para que não haja transmissão de bactérias”. 

O especialista termina ao explicar que, “se tiver de fazer algum tratamento médico-dentário, mesmo com anestesia, não tem nada que temer. É apenas aconselhado que não faça radiografias sem a devida proteção do abdómen e, no primeiro trimestre, devem-se evitar procedimentos demasiado invasivos. A melhor atitude é sempre a prevenção e o diagnóstico precoce para evitar males maiores e de mais difícil resolução.”

 

Medidas de proteção
As farmácias estão a prestar aos portugueses, em todo o território, aconselhamento especializado para fazerem face ao surto...

A Associação Nacional das Farmácias (ANF) fez chegar às 2.750 farmácias associadas informação científica sobre o vírus e as recomendações a prestar à população.

“Como maior rede de Saúde Pública em Portugal, temos o dever de ajudar a população a enfrentar esta crise com eficácia e tranquilidade”, declara Nuno Flora, secretário-geral da ANF.

Há duas semanas, a ANF promoveu sessões de formação descentralizadas para preparar as equipas das farmácias. Todas as 2.750 farmácias da rede da ANF receberam também documentação técnica, elaborada pelo CEDIME - Centro de Informação do Medicamento e Intervenções em Saúde, sobre a deteção precoce e o encaminhamento de casos suspeitos.

“O nosso primeiro objetivo é contribuir para conter ao máximo a transmissão do vírus em território nacional”, declara Lígia Garcia, gestora da Área de Literacia em Saúde do CEDIME. “Por outro lado, acreditamos que o esclarecimento prestado pelos farmacêuticos é decisivo para tranquilizar e evitar o pânico entre a população”, acrescenta a farmacêutica.

A ANF está a produzir um milhão de folhetos com as principais medidas de proteção individual para serem distribuídos pelas farmácias de todo o país.

“Estamos a acompanhar o evoluir da situação, em articulação com a Direção-Geral da Saúde, e disponíveis para colaborar em tudo o que for considerado útil pelas autoridades de saúde”, garante o secretário-geral, Nuno Flora.

O Grupo ANF ativou o seu próprio plano de contingência e está a apoiar as farmácias na implementação dos seus planos individuais.

 

 

Higiene do Sono
Um sono reparador tem um impacto extremamente positivo ao nível da saúde global, pelo que é importan
Mulher a dormir na cama

De acordo com a Associação Portuguesa do Sono, dormir é determinante para o bom funcionamento global do organismo, sendo essencial para os “processos de concentração, memorização e capacidade de aprendizagem”. No entanto os seus benefícios não ficam por aqui. Dormir bem ajuda a reforçar o sistema imunitário, a melhorar as funções respiratórias, a manter saudável o coração, para além de ajudar a regular a produção hormonal.

Assim, tendo em conta a sua influência para a saúde em geral, é essencial que mantenha uma boa higienização do sono e alguns hábitos de vida saudáveis. Tome nota:

  1. Tenha uma dieta saudável. Não fume, não beba álcool ou cafeína nas quatro horas anteriores ao início do sono;
  2. Tenha um horário regular de deitar ou acordar;
  3. A hora de acordar deve ser a mesma todos os dias. Ao fim de semana, se necessário, durma não mais do que uma hora para além do habitual;
  4. Não leve problemas para a cama. Registe (em papel, por exemplo), o que não fez hoje para resolver no dia seguinte;
  5. Se tem por hábito dormir a sesta depois do almoço, não ultrapasse os 20 minutos. As sestas no sofá depois do jantar são proibidas;
  6. A cama deve estar a 30 centímetros do chão e o colchão deve ter pelo menos 30 centímetros de espessura;
  7. A temperatura do quarto deve situar-se entre os 18 e os 20º C. O ambiente deve ser silencioso e escuro;
  8. O anoitecer induz a produção de melatonina que promove o sono. Esta hormona é inibida pela luz dos “LED”, presentes nas lâmpadas modernas, nos televisores, nos telemóveis ou tablets. Assim, é obrigatório que evite o uso de todos estes dispositivos antes de se deitar;
  9. A atividade física regular moderada ao início da manhã ou ao final da tarde recomendada. Pelo contrário, o exercício vigoroso nas horas que antecedem o adormecer interfere com o sono;
  10. Assim que acordar, procure imediatamente a exposição solar. A luz da manhã tem propriedades – a chamada radiação azul – que o ajudam a preparar para um dia ativo.

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Dia Mundial do Sono | 13 de março
Aproxima-se o Dia Mundial do Sono, que este ano se assinala a 13 de março, e a Associação Portuguesa do Sono alerta para o...

A Associação Portuguesa do Sono (APS) associa-se às comemorações do Dia Mundial do Sono, uma iniciativa da World Sleep Society, que este ano se assinala no dia 13 de março, subordinada ao tema "Melhor Sono, melhor vida, melhor planeta". Na comemoração desta data, que é uma chamada de atenção para a importância do sono na saúde e bem-estar, a APS pretende alertar para o impacto das alterações climáticas na qualidade do sono da população mundial e para a necessidade de adoção de medidas conscientes.

Estudos recentes estabeleceram a ligação entre o aquecimento do planeta e as noites mal dormidas. Demonstrou-se que o aumento da temperatura ambiental tem impacto na capacidade de termorregulação do organismo, ao dificultar a diminuição da temperatura corporal, estando assim associada a dificuldades de sono.

Evidências científicas mostram assim que o aumento da temperatura está associado à diminuição da duração e qualidade de sono e agravamento de patologias de sono, como o Síndrome de Apneia Obstrutiva do Sono.

Segundo Mariana Miller, psicóloga clínica e colaboradora da APS, “a termorregulação influencia não só o processo de adormecer, como a manutenção do sono. À medida que o organismo se prepara para adormecer, ocorre uma diminuição da temperatura corporal que se mantém baixa durante o período de sono, aumentando com a aproximação do acordar. Desta forma, ao influenciar a termorregulação, a temperatura ambiente pode afetar o normal funcionamento do sono”.

Nas últimas décadas, tem-se verificado o aumento da temperatura média da Terra, em particular da temperatura noturna. Nos primeiros seis meses de 2019, a temperatura aumentou quase 1ºC e projeta-se que, se a tendência se mantiver, as temperaturas poderão subir entre 3ºC e 5ºC até ao final do século. Desta forma, as alterações climáticas começam já a demonstrar, de forma direta e indireta (pelos stress e trauma causado por desastres naturais), influência na prevalência de problemas e qualidade de sono.

Um estudo conduzido nos Estados Unidos da América demonstrou que o aumento de 1ºC na temperatura noturna se associou a um aumento de três noites de sono insuficiente por 100 pessoas, sendo este efeito mais forte nos meses de verão e na população com baixo rendimento e idosa.

Os autores fizeram ainda uma projeção do número de noites de sono insuficiente, em 2050 e 2099, revelando uma probabilidade de aumento das dificuldades de sono pelo efeito das futuras alterações climáticas.

Atualmente, inúmeros autores e entidades de saúde a nível global consideram o sono insuficiente como um problema de saúde pública.

“Hoje sabemos que desempenhamos um papel ativo na nossa vida e no nosso planeta e, cada vez mais, conseguimos distinguir as relações entre aquilo que se passa connosco e com o nosso planeta”, acrescenta a psicóloga clínica, esperando que “no Dia Mundial do Sono que se aproxima, reflitamos sobre a adoção de medidas conscientes para atingir um “melhor sono, melhor vida, melhor planeta”".

O papel do Terapeuta
Existem algumas ideias preconcebidas, que ouço diariamente, e que levam a que o diagnóstico seja fei
Criança com mãos na cara e ar triste

O Terapeuta da Fala é um profissional de saúde, com competências para intervir desde o nascimento, isto é, intervém em recém-nascidos, na área da alimentação e no desenvolvimento de competências comunicativas, junto dos seus pais e equipa multidisciplinar nas Unidades de Cuidados Neonatais; com crianças em idade pré-escolar, centrando-se na prevenção, diagnostico e intervenção na promoção das competências linguísticas, vocais e de comunicação assim como na intervenção das suas perturbações.  Por sua vez, em crianças e jovens em idade escolar a nossa intervenção centra-se nas perturbações da leitura e da escrita, patologia vocal, na potencialização da comunicação e na gaguez. Sendo que nos dois últimos grupos etárias é essencial desenvolvermos o nosso trabalho junto dos educadores, professores, médicos e da família.

Finalmente, na idade adulta, o nosso campo  de atuação é maioritariamente em perturbações da linguagem adquiridas, após Acidente Vascular Cerebral (AVC), demências, tumores, Parkinson ou Traumatismo Crânio Encefálico (TCE), patologias vocais e da deglutição (dificuldade a beber líquidos e/ou engolir pastosos e/ou sólidos), sendo que mais uma vez o trabalho em equipa multidisciplinar é essencial.

É importante que as pessoas estejam atentas a vários sinais de alerta, para que seja possível, ao Terapeuta da Fala, avaliar e diagnosticar precocemente possíveis patologias e intervir adequadamente.

Assim, e ao contrário do que muitas vezes é sugerido, podemos recorrer a um Terapeuta da Fala, mesmo quando ainda não sabemos falar; se a criança tem dificuldades em mastigar ou fazer uma boa sucção devemos pedir uma avaliação por um Terapeuta da Fala; em casos de troca de sons ao falar ou se aponta para fazer pedidos, junto da família ou dos seus pares na escola, é importante que não se rotule como “preguiçosa” ou “trapalhona” e uma avaliação atempada é essencial.

Há, ainda, a ideia de que antes dos 5 anos não vale a pena pedir uma avaliação contudo, se esta ideia não é aceitável aos 3 anos está completamente errada aos 5 anos. Há guidelines que apontam os indicadores linguísticos e comunicativos e os fatores de risco para cada etapa de desenvolvimento e que nos permitem identificar e diagnosticar uma perturbação e/ou orientar a família a estimular adequadamente a criança. Se a criança não se faz entender com os seus pares ou se os pais não percebem o que ela diz com 3 anos é um sinal de alerta importante, assim como ter dificuldade em ter interesse para os sons do ambiente ou para o seu nome. Nem todas as crianças ficam em intervenção direta precisamente porque temos conhecimentos técnicos/científicos que nos permitem realizar uma prevenção primária e secundária para cada caso. Muitas vezes não irá ser trabalhado logo a fala, mas sim um conjunto de competências essenciais ao desenvolvimento da comunicação e da linguagem, que irão preparar a criança para produzir sons e usar as palavras. Nos casos, de crianças ou adultos, em que uma gaguez já dura há mais de 6 meses, deve-se pedir uma avaliação por um Terapeuta da Fala, assim como nos casos onde a rouquidão dura há mais de 15 dias, sendo que, nesta última, também devemos pedir uma avaliação por um Otorrinolaringologista.

Como se verificou, o campo de atuação de um Terapeuta da Fala é muito vasto e simplificar corremos o risco de tornar leviano o problema. Há muitas questões que não foram abordadas e patologias concomitantes que podem levar a dificuldades na Comunicação Humana, seja ela verbal ou não-verbal.

Gostaria de enaltecer que a idade não é o fator determinante para procurar ou não a opinião de um Terapeuta da Fala, mas sim as dificuldades que a criança ou o adulto poderá apresentar. Eu costumo dizer que não há que ter medo dos diagnósticos, eles não são permanentes assim como a terapia da fala não é para sempre. 

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Terapia da fala: “mitos" impedem diagnóstico e intervenção adequada

Terapeuta da Fala: o que faz?

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Estudo
A diminuição do stress e a melhoria da saúde mental, ambos processos relacionados com os espaços verdes, são a resposta para um...

Publicada na revista Environment International, a investigação baseia-se em dados de 1.955 mulheres, que participaram no Estudo Europeu de Saúde Respiratória (ECRHS, é a sigla em inglês) e que pertencem a nove países distintos (Espanha, França, Alemanha, Bélgica, Reino Unido, Suécia, Estónia, Islândia e Noruega). Durante mais de vinte anos, responderam a vários questionários sobre os seus hábitos de vida e o seu estado de saúde, submeteram-se a análises sanguíneas e receberam um seguimento sobre a quantidade de vegetação em redor das suas casas.

De acordo com os resultados do estudo, as mulheres que vivem em áreas com mais escassez de vegetação desenvolvem menopausa 1,4 anos antes do que as que vivem em bairros onde abundam zonas verdes. Assim, a idade média em que se desenvolve a menopausa nas participantes que vivem em zonas com altos níveis de vegetação foi de 51,7 anos, enquanto que nas mulheres que vivem em zonas pobres em espaços verdes rondava os 50,3 anos.

O momento em que aparece a menopausa depende de fatores genéticos e de hábitos de vida como o tabagismo, a obesidade, a atividade física e o uso de anticoncecionais orais. A associação com os espaços verdes pode dever-se a vários processos biológicos. “Por um lado, sabemos que o stress provoca um aumento do cortisol no sangue e, segundo apontam inúmeras investigações, a exposição aos espaços verdes leva à sua redução”, afirma Kai Triebner, primeiro autor do estudo e investigador convidado no ISGlobal. “Os níveis baixos de cortisol estão associados ao aumento dos níveis de estradiol, uma importante hormona sexual feminina. Talvez as mulheres que vivem perto de espaços verdes apresentem níveis mais baixos de cortisol que lhes permitem manter altos níveis de estradiol e, por isso, têm a menopausa mais tarde”. Por outro lado, a exposição a espaços verdes também se associa a uma diminuição de certas doenças mentais, como a depressão, que por sua vez está relacionada com uma idade mais precoce na menopausa”.

Menopausa, um indicador de saúde

“A menopausa é um indicador de saúde e pode relacionar-se tanto com patologias físicas como mentais”, assegura Payam Dadvand, coordenador do estudo e investigador do ISGlobal. De facto, mais tarde, este fenómeno natural tem sido associado à sobrevivência em geral, à esperança de vida e à redução da mortalidade. “A confirmar-se, os resultados da nossa investigação serão adicionados ao conjunto de evidências que demonstram os benefícios dos espaços verdes para a saúde das pessoas, além de ajudar as administrações a implementar intervenções destinadas a retardar o envelhecimento reprodutivo em uma sociedade como a nossa, em rápida urbanização”.

Rastreios gratuitos
As Farmácias Holon e a Europacolon Portugal promovem, pelo 7º ano consecutivo, uma campanha de sensibilização a nível nacional...

“Durante os meses de março e abril, 64 Farmácias Holon, de norte a sul do país, e a Europacolon Portugal, com o apoio dos Laboratório Joaquim Chaves Saúde, promovem o rastreio do cancro colorretal através da Pesquisa de Sangue Oculto nas Fezes (PSOF). O rastreio é um processo simples, que não causa dor, e poderá salvar vidas.

 A idade é um dos principais fatores de risco e, por esse motivo, a partir dos 50 e até aos 74 anos, todas as pessoas deverão realizar o rastreio.

Este método permite identificar a presença de pequenas quantidades de sangue nas fezes que resultam do sangramento de um tumor ou de pólipos no intestino. Em caso positivo, a pessoa é imediatamente encaminhada para o médico assistente ou de família para a realização de uma colonoscopia”, explica Joana Brito, Farmacêutica e responsável pela implementação deste projeto a nível nacional.

O cancro colorretal é uma das doenças oncológicas mais comuns em Portugal e nos países desenvolvidos. O número de casos diagnosticados anualmente aumentou de 7.000 para 10.000 nos últimos anos.

“A sintomatologia da doença, por ser comum a outras patologias, poderá atrasar o diagnostico, além disso, estudos recentes indicam que cerca de 50% dos portugueses desconhece os sintomas do cancro colorretal.

 Assim, se sentir alteração do trânsito intestinal, com diarreias ou obstipação constantes, dor abdominal sem explicação ou se identificar sangue nas fezes, emagrecimento e/ou cansaço sem motivo aparente deve fazer o rastreio. A doença tem uma progressão lenta e silenciosa!

Estas campanhas de rastreio permitem-nos promover uma maior atitude preventiva e diminuir a mortalidade em cerca de 35%”, alerta o presidente da Europacolon, Vítor Neves.

Em Portugal são diagnosticados anualmente mais de 10.000 novos casos e registadas mais de 4.000 mil mortes. No entanto, quando detetado a tempo, o cancro do intestino tem cura em 90% dos casos.

 

Dia Europeu da Terapia da Fala | 6 de março
As perturbações da leitura e da escrita comprometem o processo de aprendizagem e interferem com o sucesso escolar da criança,...

Sob o mote “Ler e escrever não tem de fazer sofrer”, a iniciativa pretende alertar pais e professores para uma realidade que se estima que atinja cerca de 5% das crianças em idade escolar. Divulgada junto de várias ARS, a Associação de Terapeutas da Fala pretende chegar a um maior número de pessoas de modo a “sensibilizar a comunidade para a necessidade da valorização dos défices de linguagem apresentadas por algumas crianças e, consequentemente, para o sofrimento que pode acarretar a aprendizagem da leitura e da escrita para estas mesmas crianças”.

Muitas vezes mal interpretada como preguiça, a verdade é a dificuldade em ler e escrever “não deve ser desvalorizada”.

Dislexia, disortografia ou disgrafia são algumas perturbações que, quando não identificada, causam grande estigma nas crianças. Na página https://www.oterapeutadafalapodefazeradiferenca.org/ , estão identificados os principais sinais de alerta que levantam a suspeita para estas perturbações. Alguns chegam antes de idade escolar. “Embora o diagnóstico de Perturbação Específica de Aprendizagem só possa ser realizado após o início da escolaridade, é possível identificar alguns sinais de alerta durante a 1ª infância que devem ser alvo de avaliação especializada”, alerta a Associação.

Sinais de alerta
As perturbações da leitura e escrita comprometem todo o processo de aprendizagem e interferem com o
Criança com ar traquina

Clinicamente, as perturbações da leitura e da escrita são classificadas como “Perturbação Específica da Aprendizagem”. É uma perturbação do neurodesenvolvimento que dificulta a capacidade de aprender ou utilizar competências académicas específicas de leitura e escrita que são a base fundamental para as restantes aprendizagens escolares (DSM-5).

A Perturbação Específica da Aprendizagem tem uma incidência na população escolar de pelo menos 5%.

A identificação e avaliação

É fundamental a avaliação precoce de sinais de dificuldades na aprendizagem da leitura e escrita. Todas as crianças têm o seu ritmo de aprendizagem mas havendo um padrão persistente destas dificuldades torna-se fundamental uma avaliação especializada.

O Terapeuta da Fala tem um papel preponderante na avaliação, diagnóstico diferencial e intervenção destas perturbações. Desenvolve a sua intervenção em colaboração com os educadores e professores, outros profissionais de saúde e as famílias.

Diagnóstico diferencial

Atualmente é definido do diagnóstico de Perturbação Específica de Aprendizagem com défice na leitura e/ou na expressão escrita, ao que se classificava como:

  • Perturbação de Leitura e Escrita consequente de atraso/dificuldade em diferentes componentes da linguagem ou perturbação específica da linguagem;
  • Dislexia – perturbação do neurodesenvolvimento multifatorial caracterizada por um défice no processamento fonológico e na memória de trabalho verbal (componentes da linguagem) apesar do nível cognitivo adequado e da condição educativa;
  • Disortografia – perturbação que envolve a organização e codificação da escrita, apresentando-se os textos mal estruturados e verificando-se inúmeros erros ortográficos;
  • Disgrafia – alteração funcional no ato motor da escrita, que afeta a qualidade da escrita, sendo a caligrafia bastante irregular no traçado e na forma das letras.

Sinais de alerta na 1ª infância

Embora o diagnóstico de Perturbação Específica de Aprendizagem só possa ser realizado após o início da escolaridade, é possível identificar alguns sinais de alerta durante a 1ª infância que devem ser alvo de avaliação especializada:

  • Atraso na aquisição da linguagem oral;
  • Dificuldade na produção dos sons da fala, referida como “linguagem de bebé” que continua para além do tempo “normal”. Pelos cinco anos de idade a criança deve pronunciar corretamente a maioria das palavras;
  • Dificuldade em aprender os nomes das cores, de pessoas, de objetos, de lugares;
  • Dificuldade na evocação e definição de palavras;
  • Dificuldade na nomeação de imagens. Utiliza, frequentemente, as palavras “isto”, “aquilo”, “a coisa que serve para”;
  • Dificuldade em memorizar canções, lengalengas e recontar uma história;
  • Dificuldade em perceber que as frases são formadas por palavras e que as palavras se podem segmentar em sílabas.

Sinais de alerta durante a escolaridade

  • Dificuldade em compreender que as palavras se podem segmentar em sílabas e fonemas (sons);
  • Dificuldade em associar as letras aos seus sons;
  • Dificuldade na discriminação auditiva dos sons da fala;
  • Omissão de letras, adição de fonemas, sílabas ou inversão de letras nas palavras;
  • Erros na escrita referentes à pontuação e/ou acentuação, junção ou separação de palavras inadequadamente;
  • Leitura lenta com baixa expressividade e com pouco ritmo;
  • Dificuldade na leitura e interpretação de problemas matemáticos;
  • Substituição de letras visualmente semelhantes ou escrita de palavras em espelho;
  • Desorganização espacial na folha ou nos textos;
  • Recusa ou insistência em adiar as tarefas de leitura e escrita;
  • História familiar de dificuldades de leitura e ortografia noutros membros da família.

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Medicina de precisão
A OncoKDM, desenvolvida pela OncoDNA, empresa especializada em medicina de precisão para o tratamento e diagnóstico do cancro,...

Apresentada internacionalmente num evento realizado no Mónaco, também está disponível na Península Ibérica, onde a OncoDNA tem uma presença importante. Torna-se, assim, uma ferramenta eficaz para os especialistas em oncologia, que poderão tomar decisões de tratamento rapidamente, incluindo ensaios clínicos, graças às recomendações inseridas no relatório gerado pela plataforma OncoKDM e que podem ser personalizadas de acordo com o seu destinatário final: oncologista, doente, laboratório, etc. “Com uma interface muito mais intuitiva, esta ferramenta pode dar-nos detalhes de variantes acionáveis e interpretá-las, além de priorizar e recomendar terapias por impacto clínico”, afirma Adriana Terrádez, diretora da OncoDNA para Espanha e Portugal.

 O seu funcionamento é simples e automático e é resumido em quatro etapas, realizadas em menos de 60 segundos:

1.     Após realizar o perfil da amostra, o especialista do laboratório carrega na aplicação os arquivos VCF obtidos com a informação do doente, estabelecendo os parâmetros das análises que se devem ter em conta para a interpretação final.

2.     O algoritmo desenvolvido pela OncoKDM filtra e interpreta inserções e deleções, bem como variações de nucleotídeos únicos dos dados de NGS de tumores somáticos.

3.     As variantes filtradas são classificadas a nível biológico e terapêutico (TIER), de acordo com as diretrizes clínicas padronizadas do American College of Medical Genetics (ACMG) e da Comissão de Medicina Personalizada (ComPerMed), entre outras, que incluem os impactos biológicos e terapêutico de cada variante. 

4.     O algoritmo classifica, com base no impacto terapêutico, quais são os medicamentos recomendados para cada caso, levando em consideração as terapias aprovadas e os ensaios clínicos registados pelas agências europeias e americanas de medicamentos, a EMA e a FDA, respetivamente

 Ao longo da sua história, a OncoKDM evoluiu no ambiente de saúde europeu, o que significa que todas as informações médicas, pessoais e outras informações processadas foram armazenadas e geridas em conformidade com o Regulamento Geral de Proteção de Dados (GDPR) 2016 / 679 da União Europeia.

Além disso, possui diversas certificações que garantem a sua qualidade e eficiência:

ISO 13485:2016: Esta normativa especifica os requisitos para sistemas de gestão da qualidade (SGQ) no setor dos dispositivos médicos. Desta forma, a OncoKDM credencia a conformidade com os requisitos regulamentares e do cliente aplicáveis a este campo.

ISO 27001:2013: O sistema de gestão de segurança da informação subjacente desta certificação facilita o cumprimento do RGPD através da implementação das medidas técnicas e organizacionais necessárias para garantir a integridade, confidencialidade e segurança adequada dos dados pessoais, incluindo a sua proteção contra o tratamento não autorizado ou ilegal e sua perda, destruição ou dano acidental.

Lei de Portabilidade e Responsabilidade do Seguro de Saúde de 1996 (HIPAA): Este é um regulamento dos EUA que fornece disposições de privacidade e segurança de dados para proteger as informações médicas. Nos círculos de saúde, a adesão ao HIPAA exige que as organizações de saúde implementem um acesso eletrónico seguro aos dados de saúde e cumpram os regulamentos de privacidade.

“Desde as suas primeiras versões, lançadas há dois anos, conseguimos melhorar os padrões de qualidade da OncoKDM, validar o seu potencial e transformá-lo graças à colaboração de vários hospitais europeus onde foi testado. Através do projeto Moncodaneum, a OncoKDM tem sido utilizada em laboratórios de referência na Europa e no mundo. O nosso próximo passo é acelerar a sua comercialização e promover a ligação entre laboratórios moleculares e empresas biofarmacêuticas a nível nacional e internacional”, afirmaAdriana Terrádez.

Para perceber melhor o seu funcionamento, a OncoDNA programou um webinar on-line que será realizado na quinta-feira, 12 de março. O seminário intitulado “Aproveitar ao máximo o NGS como suporte para a tomada de decisão clínica do oncologista”, será ministrado pelo Dr. Antoun Al Absi, especialista no software de interpretação OncoKDM. Os interessados pode inscrever-se neste seminário através do link:https://register.gotowebinar.com/register/1841138123246422541

Distinção
Um trabalho de investigação liderado pelo imunologista português Caetano Reis e Sousa, do Laboratório de Imunobiologia do...

O estudo ‘Cyclooxygenase-Dependent Tumor Growth through Evasion of Immunity’ distinguido com o BIAL Award in Biomedicine, publicado na revista Cell, e que envolveu um total de doze investigadores de várias nacionalidades, insere-se na área da imunologia tumoral, que serve de base para a imunoterapia do cancro, vista atualmente como potencial tratamento de primeira linha para vários tumores e decisiva no tratamento do cancro. Esta estratégia baseia-se na potenciação do sistema imunitário individual de cada paciente para combater as células cancerígenas e transformou, na última década, o tratamento de vários cancros metastáticos resistentes às terapêuticas convencionais, nomeadamente à quimioterapia.

Tendo como ponto de partida o facto de apenas uma minoria dos doentes obter respostas completas e duradouras à imunoterapia, o grupo liderado por Caetano Reis e Sousa analisou as causas de insucesso terapêutico e identificou uma possível explicação para o mecanismo de “fuga” tumoral ao sistema imunitário e consequente resistência à imunoterapia: a enzima ciclooxigenase e um dos seus produtos principais, o lípido inflamatório prostaglandina E2. Estas moléculas são essenciais para que as células cancerígenas consigam escapar ao reconhecimento e eliminação pelo sistema imunitário. Quando manipularam geneticamente a capacidade das células tumorais produzirem estas moléculas, os autores observaram um ataque imunitário maciço aos tumores, que perderam volume até desaparecerem.

A equipa distinguida estudou ainda a capacidade dos inibidores de ciclooxigenase, utilizados nas doenças inflamatórias, caso da aspirina, de aumentar a eficácia da imunoterapia no tratamento de vários cancros, como o melanoma ou os carcinomas do pulmão e do rim. Os resultados mostram um aumento notável de eficácia da combinação da aspirina com a imunoterapia, em relação aos tratamentos individuais, resultando na erradicação dos tumores nos modelos pré-clínicos em estudo.

A vice-presidente do júri do BIAL Award in Biomedicine, Maria do Carmo Fonseca, salienta que “este trabalho pioneiro inspirou novos ensaios clínicos, atualmente em curso à escala mundial, em que a combinação de fármacos anti-inflamatórios como a aspirina com a imunoterapia está a ser testada em vários tipos de cancros, tais como os da mama e do cólon”.

Caetano Reis e Sousa confessa que “foi com grande alegria que recebi um telefonema do júri a anunciar que um estudo do meu laboratório tinha sido o vencedor do BIAL Award in Biomedicine 2019. Trata-se de uma investigação pré-clínica sobre um dos mecanismos utilizados pelos cancros para evitar a deteção do sistema imunitário. O estudo foi realizado por uma equipa de talentosos investigadores do nosso laboratório e colaboradores externos e estamos todos muito entusiasmados e honrados por receber este prestigiante prémio. Para mim, como cidadão português, receber o BIAL Award in Biomedicine tem um significado especial. Em nome de todos os que participaram no estudo, agradeço ao júri por escolher o nosso trabalho e à Fundação BIAL que patrocina o prémio.”

Caetano Reis e Sousa nasceu em Lisboa, em 1968, e foi viver para o Reino Unido na adolescência. Licenciou-se em biologia no Imperial College de Londres e fez o doutoramento em imunologia na Universidade de Oxford. No ano passado, Caetano Reis e Sousa foi eleito membro da Royal Society, tornando-se o primeiro português em 200 anos a entrar como fellow para a academia de ciências britânica, a mais antiga do mundo. Em 2009, Caetano Reis e Sousa foi distinguido com a Ordem portuguesa de Sant'Iago da Espada e em 2017 recebeu o Prémio Louis-Jeantet de Medicina.

Doença Coronária mata 1 em cada 3 mulheres
A Sociedade Portuguesa de Cardiologia (SPC) alerta as mulheres para a importância da prevenção da doença cardiovascular, no Dia...

A doença coronária é a principal causa de morte na mulher das sociedades ocidentais, ultrapassando o cancro da mama, cancro uterino e a mortalidade periparto (entre o último mês de gestação e os 5 meses após o nascimento do bebé).

A SPC vai lançar a Campanha de sensibilização e Awareness (“Bem Me Quero”) sobre as doenças cardiovasculares na mulher, de forma a construir uma plataforma de conhecimento entre o público feminino que está menos desperto para esta doença. A campanha promovida pela SPC será lançada muito em breve e promete falar do tema, com rostos bem conhecidos da população.

De acordo com a American Heart Association, as doenças cardíacas e o AVC matam 1 em cada 3 Mulheres, sendo que na Europa, 23% da mortalidade no sexo feminino deve-se à doença coronária. Sabe-se também que as doenças cardíacas matam mais mulheres que homens e são mais fatais que todas as causas de cancro combinadas.

Segundo a Sociedade Portuguesa de Cardiologia, 80 por cento destas mortes podem ser prevenidas com alterações nos estilos de vida e educação, além de se considerar que a doença coronária na mulher está subdiagnosticada e há um reconhecido subtratamento.

Embora a dor no peito também seja a apresentação mais frequente nas mulheres, estas têm mais frequentemente apresentações atípicas como falta de ar, náuseas e vómitos, dor no pescoço ou nas costas.

 

Alerta
De acordo com a Associação Protectora dos Diabéticos de Portugal (APDP), as pessoas com diabetes enfrentam um grande risco de...

“A população idosa, assim como pessoas com outras patologias cardiovasculares, diabetes, doenças respiratórias crónicas, hipertensão e cancro, estão mais vulneráveis ao COVID-19. É importante tranquilizar as pessoas com diabetes e seus cuidadores e esclarecer como pode ser prevenida esta doença infeciosa”, refere José Manuel Boavida, presidente da APDP, e reforça que “Os sintomas do COVID-19 são semelhantes aos sintomas da gripe. Incluem febre, tosse, falta de ar e cansaço. Assim, o impacto do coronavírus numa pessoa com diabetes é, também, igual ao da gripe, isto é, afeta a compensação da diabetes.”

À semelhança de outras situações, as pessoas com diabetes devem ter em casa medicação para a diabetes em quantidade suficiente para um mês, assim como material de autovigilância da diabetes e toda a medicação que toma habitualmente para outras condições. É ainda conveniente ter medicação para a febre, necessitando de uma maior vigilância e controlo.

“Procuramos sempre a melhor abordagem, decisões estratégias adequadas e perspetivação de informações que permitam uma maior vigilância e controlo da diabetes” afirma José Manuel Boavida, presidente da APDP. “Afinal, existem três milhões de pessoas com diabetes ou pré-diabetes, o que representa 40% da população portuguesa, é crucial reforçar as mensagens partilhadas pela Direção Geral de Saúde”, conclui.

As medidas recomendadas para pessoas com diabetes são iguais às partilhadas com a população em geral e é crucial o individuo manter-se hidratado, controlar a sua glicemia, controlar a sua temperatura corporal, seguir as recomendações da equipa de saúde e, em caso de diabetes tipo 1, controlar os corpos cetónicos.

A APDP conta ainda com uma linha de apoio que funciona aos feriados e fins de semana e que se destina a todos os utentes da associação.

Saiba mais na página da APDP.

Impacto na população feminina
Milhões de mulheres em todo o mundo têm dor crónica. Segundo a IASP – International Association for the Study of Pain - esta...

Os tipos de dor que afetam as mulheres têm um impacto global significativo. Destacam-se a fibromialgia, caracterizada por dor crónica generalizada, em que 80 a 90% dos casos diagnosticados são mulheres. Síndrome do intestino irritável, artrite reumatoide, osteoartrite, lombalgia, desordem da articulação temporomandibular, dor pélvica crónica e enxaquecas são outras das condições que afetam de forma desproporcional o género feminino. Apesar de menos conhecidas, outras situações ligadas a problemas ginecológicos como a dor pélvica da endometriose, vulvodinia ou as dores pós-mastectomia são muito frequentes, mas muitas vezes não diagnosticadas.

Segundo Ana Pedro, Presidente da Associação Portuguesa para o Estudo da Dor (APED), “todas as pessoas podem sofrer de dor crónica nalgum momento da sua vida, mas a população feminina é, sem dúvida, uma das mais afetadas, muito pelo facto de a dor crónica estar associada a doenças que são mais frequentes nas mulheres. Por esta razão, muitas vezes a condição, por ser tão vulgar e frequente, não é valorizada”.

E acrescenta: “Neste dia [Dia Internacional da Mulher] é importante relembrar que a dor crónica é uma doença por si própria. Trata-se de um problema grave de saúde pública pela extensão de população abrangida e um tratamento eficaz só é possível através de um acompanhamento médico adequado”.

A dor é crónica quando, de modo geral, persiste após o período estimado para a recuperação normal de uma lesão. Esta pode surgir no contexto de várias doenças (cancro, artrose, diabetes, zona, etc.), ser agravada por traumatismos ou posições forçadas ou incorretas, estar associada a uma cirurgia ou surgir sem causa aparente. A dor crónica é a segunda doença mais prevalente em Portugal e é causadora de morbilidade, absentismo e incapacidade temporária ou permanente, gerando elevados custos aos sistemas de saúde, com grande impacto na qualidade de vida do doente e das famílias.

 

Cuidados a ter
A obesidade atinge cerca de um milhão de portugueses, no entanto, estima-se que metade da população
Médica a medir barriga de homem obeso

Considerada pela Organização Mundial de Saúde como uma epidemia, a obesidade afeta não só a longevidade como a qualidade de vida de quem dela padece. Além de ser considerada uma doença, a obesidade comporta um risco acrescido de desenvolvimento de outras patologias como a diabetes tipo 2, hipertensão arterial, várias neoplasias, síndrome de apneia obstrutiva do sono, patologia osteoarticular degenerativa ou dislipidemia.

Associada sobretudo a hábitos de vida sedentários e a uma alimentação rica em açúcar e gordura, a obesidade é, no entanto, uma doença de fisiopatologia complexa e de tratamento difícil. Quer isto dizer que, cortar nas calorias que ingere pode não ser suficiente. No entanto, saiba que com alguns cuidados, onde se inclui a prática de exercício físico, pode diminuir os riscos associados.

De acordo com a Fundação Portuguesa de Cardiologia, há um conjunto de “regras” que deve seguir:

  1. Siga uma dieta equilibrada e variada. E coma as porções recomendadas! Consulte a Roda dos Alimentos e não coma mais do que o recomendado, devendo apostar nos legumes, cereais integrais, peixe e fruta. Corte nos alimentos processados, com açúcar e gorduras saturadas. Reduza ainda o consumo de carnes vermelhas, bem como a manteiga ou os lacticínios com alto teor de gordura.
  2. Conheça os alimentos que ingere. E não estamos a sugerir que conte as calorias! É importante é que conheça o valor nutricional de cada alimento, para saber que tipo de nutrientes está a fornecer ao seu organismo, de forma a fazer as melhores escolhas para si.
  3. Não fique mais de três horas sem comer. Fazer uma refeição a cada 3 horas, para além de o ajudar a manter-se saciado, também ajuda a estabilizar o açúcar no sangue e a insulina, nas pessoas com resistência à insulina. No entanto, tenha atenção: as porções devem ser mais pequenas. O truque é comer pouco e mais vezes ao dia, tendo em conta em não ultrapassar o aporte calórico recomendado para o seu caso.
  4. Pratique exercício físico. Este conselho já não é novidade! E embora pense que quando se fala em exercício físico significa que tem de começar a praticar um desporto mais intenso, a verdade é que basta escolher uma atividade que lhe dê prazer, como uma caminhada. O que interesse é que se mexa e o faça com regularidade! A Fundação Portuguesa de Cardiologia, aconselha: “sempre que possível ande a pé nas suas deslocações e privilegie o contacto com a natureza com pequenos passeios ou caminhadas ao ar livre”.
  5. Diga não às dietas “relâmpago”: aconselhe-se com um especialista. Emagrecer pode ser fácil, o difícil é manter o peso dentro dos valores recomendados. Por isso, se quer perder peso e manter-se saudável procure ajuda especializada. O seu médico ou nutricionista, depois de avaliar o seu caso, pode aconselhá-lo melhor que ninguém sobre o que pode ou não comer, quais os exercícios que pode ou não praticar. O importante é focar-se no seu objetivo a longo prazo!

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As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico, Enfermeiro, Farmacêutico e/ou Nutricionista.
Dia Mundial da Audição
A OMS lançou a aplicação gratuita “hearWHO” para dispositivos móveis que permite aos utilizadores verificar o nível da sua...

Entre os destinatários desta nova app estão pessoas frequentemente expostas a elevados níveis de som. Entre elas, pessoas que ouvem música com volume alto ou trabalham em lugares com muito barulho, que tomam medicamentos prejudiciais para a audição e ainda, pessoas com idade acima dos 60 anos.

A OMS estima que mais de 5% da população mundial, 466 milhões de pessoas, têm deficiência auditiva incapacitante. Destes, 34 milhões são crianças. Estima-se que em 2050 mais de 900 milhões de pessoas – uma em cada dez – sofrerão com perda auditiva, a menos que sejam tomadas medidas para prevenir e tratar a perda auditiva.

Este ano, o tema para assinalar o Dia Mundial da Audição, assinalado hoje, é “Uma audição para a vida. Não deixe que a surdez o limite”.

Em Portugal, o Serviço de Otorrinolaringologia do Hospital de Braga associa-se à iniciativa e organiza, esta terça-feira, uma tertúlia com o objetivo de discutir a importância de implementar estratégias para consciencializar a sociedade para o tema e promove também um rastreio para aferir a saúde auditiva da população.

 

Mapa interativo
Desde o início do mês de fevereiro, já foram publicadas, em todo o mundo, mais de cinco milhões de notícias sobre o novo...

Para facilitar o acompanhamento deste impressionante volume de informação, a Cision criou o Dashboard Coronavirus COVID-19 Global Coverage, um mapa interativo, através do qual é possível aceder, em tempo real, a toda a informação sobre a doença, publicada a nível global.

Com esta ferramenta da Cision é possível conhecer, a cada momento, o número de notícias difundidas, em todo o mundo, sobre o vírus que foi identificado na China, em dezembro de 2019 e, desde então, se disseminou para outros países.

Entre outras funcionalidades, o Dashboard Coronavirus COVID-19 Global Coverage permite, ainda, saber o volume de informação publicada diariamente em cada país e quais os termos mais usados nos media (através duma nuvem de palavras).

Os dados que alimentam esta plataforma, fundamental para quem quer acompanhar a evolução da doença, são fornecidos pela Cision, que monitoriza, regularmente, mais de 138 mil meios de informação online, de 190 países.

O Dashboard Coronavirus COVID-19 Global Coverage está disponível em http://pt.cision.com/Coronavirusdashboard/.

Saúde ocular
Estima-se que sete em cada 10 pessoas que vão a uma consulta de oftalmologia apresentam problemas na
Olho com borbulha com pus na pálpebra

Embora algumas pessoas apresentem predisposição para o seu desenvolvimento, a Blefarite corresponde a uma inflamação do bordo das pálpebras que pode atingir qualquer pessoa em qualquer idade.

Frequentemente menosprezada, a verdade é que esta doença pode causar bastantes incómodos sobretudo nos casos em que apresenta um carácter crónico.  A sua recorrência está, habitualmente, associada com a colonização exacerbada das pálpebras por bactérias que constituem a flora normal da pele, em resultado do excesso de oleosidade nesta região. No entanto, as suas causas podem ser variadas, levando a que esta doença possa ser classificada em vários tipos:

Blefarite Seborreica – muitos pacientes com blefarite seborreica têm dermatite seborreica na face e couro cabeludo ou rosácea. Nestes casos, há tendência para a produção lípidica excessiva ao nível das glândulas de Zeiss e, sobretudo das glândulas de Meibomius conduzindo à sua obstrução.  

Na blefarite seborreica é muitas vezes observado eritema do bordo palpebral, escamas tipo crostas de cor amarela na base das pestanas.

Este tipo de blefarite é considerado crónico.

Blefarite Estafilocócica – provocada por bactérias (estafilococos) decorre com edema do bordo palpebral, prurido ou eritema. Nestes casos é frequente a perda, desvio ou despigmentação das pestanas. Por vezes podem surgir pequenos abcessos de pus na base do cílios e, posteriormente, dando origem a úlceras superficiais.

Blefarite Alérgica – Nestes casos a inflamação do bordo das pálpebras surge após a picada de um insecto, administração ou exposição a um fármaco ou produto de cosmética (como é o caso da maquilhagem). Para além do inchaço, manifesta-se com prurido, olho vermelho, descamação e conjuntivite papilar.

Este tipo de blefarite pode surgir associada à asma ou febre dos fenos.

Como se trata?

O tratamento desta doença ocular vai depender do tipo de blefarite que está presente. No caso de se tratar de uma blefarite estafilocócica, o tratamento consiste na administração de antibióticos e anti-inflamatórios, em pomada ou colírios.

Caso se trate de uma blefarite seborreica faz-se uso de anti-inflamatórios e limpeza das pálpebras. O objetivo é manter a margem das pálpebras tão limpa quanto possível, utilizando uma compressa embebida em água morna.

A aplicação de calor local, com a ajuda de compressas, que ajuda a remover as crostas e as secreções gordurosas, deve ser feita pelo menos duas vezes por dia, durante alguns minutos. É ainda aconselhado massajar a área suavemente para ajudar a fluidificar as secreções das glândulas.

Em ambos os casos, e sempre que exista desconforto e irritação ocular, pode ser aconselhado a aplicação de lágrimas artificiais.

Esteja atento aos sinais

  • Vermelhidão
  • Prurido
  • Sensação de corpo estranho
  • Olhos lacrimejantes
  • Pálpebras avermelhadas e/ou inchadas
  • Crostas ou caspa na base das pestanas
  • Hipersensibilidade ocular

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