Medicamentos
O Comité dos Medicamentos para Uso Humano (CHMP) da Agência Europeia de Medicamentos (EMA) emitiu um parecer positivo para a...

O ácido bempedóico está a ser desenvolvido como um medicamento oral de primeira linha, económico, de toma única diária, para doentes com hipercolesterolémia que não conseguem um controlo adequado dos níveis de C-LDL após uma otimização da terapêutica oral com antidislipidémicos e que permanecem com elevado risco de um evento cardiovascular, como um ataque cardíaco ou AVC.

O CHMP recomendou a concessão de autorização de comercialização do ácido bempedóico para tratamento de adultos com hipercolesterolémia primária (heterozigótica familiar e não familiar) ou dislipidémia mista, como terapêutica auxiliar ao regime alimentar em associação com uma estatina ou com uma estatina com outras terapêuticas antidislipidémicas em doentes que não conseguem alcançar os objetivos de C-LDL com a dose máxima tolerada de estatina, ou isolado ou em associação com outros antidislipidémicos em doentes intolerantes a estatinas ou para os quais as estatinas estão contraindicadas.

O CHMP recomendou ainda a concessão de autorização do comprimido ácido bempedóico/ezetimiba em dose fixa combinada para o tratamento de adultos com hipercolesterolémia primária (heterozigótica familiar e não familiar) ou dislipidémia mista, como terapêutica auxiliar ao regime alimentar em associação com uma estatina em doentes que não conseguem alcançar os objetivos de C-LDL com a dose máxima tolerada de estatina em complemento com ezetimiba ou isolado em doentes que, ou são intolerantes às estatinas, ou para os quais as estatinas estão contraindicadas e que não conseguem alcançar os objetivos de C-LDL unicamente com ezetimiba, ou em doentes que já estão a ser tratados com a combinação de ácido bempedóico e ezetimiba em comprimidos separados, com ou sem estatinas.

“As doenças cardiovasculares são a principal causa de morte na Europa, matando mais de quatro milhões de pessoas todos os anos, e o aumento dos níveis do C-LDL é um dos fatores de risco mais importante. No entanto, até 80% das pessoas que tomam estatinas não atingem as metas de C-LDL.  Isto não é apenas dececionante para elas, mas também desafiador para os seus profissionais de saúde”, disse Benoit Creveau, Diretor de Marketing Cardiovascular da Daiichi Sankyo Europa. “O programa de ensaio clínico para o ácido bempedóico demonstrou uma redução consistente do C-LDL numa ampla gama de doentes, incluindo aqueles que já estavam a receber terapêutica oral antidislipidémica otimizada. O parecer do CHMP é um reconhecimento destes resultados e aproxima-nos mais um passo do nosso compromisso de ajudar os doentes na União Europeia que ainda não tenham atingido os seus objetivos de C-LDL.”

As opiniões positivas do CHMP são suportadas por um programa global de ensaios clínicos de fase III que inclui mais de 4 mil doentes. O ácido bempedóico reduziu até 18% (corrigido por placebo) do C-LDL quando usado com estatinas de intensidade moderada e alta e 21-28% (corrigido por placebo) de redução do C-LDL quando usado com Estatinas em baixa doses ou sem estatinas.3,4,5  O comprimido de dose fixa combinada de ácido bempedóico/ezetimiba proporcionou uma redução de C-LDL de 38% (corrigido por placebo) quando utilizado com estatinas na dose máxima tolerada (o que pode significar sem qualquer estatina).6

O CHMP é um comité científico da European Medicines Agency (EMA) que analisa as aplicações de produtos médicos pelo seu mérito clínico e científico. A Comissão Europeia analisará o parecer do CHMP e espera-se que tome a sua decisão final no primeiro semestre de 2020. O ácido bempedóico e o comprimido de ácido bempedóico/ezetimiba em dose fixa combinada estão também, atualmente, em revisão regulatória pela Food and Drug Administration (FDA) dos EUA com datas da PDUFA (Prescription Drug User Fee Act) de 21 e 26 de fevereiro de 2020.

Farmacoterapia
A Escola Superior de Enfermagem de Coimbra (ESEnfC) está a participar, com instituições de ensino superior de 14 países, num...

Development of a model for nurses’ role in interprofessional pharmaceutical care (DeMoPhaC) – em português, Desenvolvimento de um modelo interprofissional para a função do enfermeiro no cuidado farmacêutico – é o nome deste projeto que beneficia de financiamento europeu (programa Erasmus +) e que visa, simultaneamente, otimizar o uso de medicamentos e melhorar os resultados em saúde.

Só na fase de validação do modelo, espera-se a participação, em Portugal, de 382 enfermeiros, 368 farmacêuticos e 382 médicos, elevando-se, na totalidade dos países abrangidos neste projeto, o número de profissionais envolvidos para 5329 enfermeiros, 3645 farmacêuticos e 5304 médicos (mais de 14 mil pessoas).

“Os enfermeiros têm tarefas claras e legalmente determinadas na preparação e administração de medicamentos, bem como na vigilância da resposta do doente à medicação administrada. No entanto, a sua função no cuidado farmacoterapêutico interprofissional não é claramente descrita em termos de tarefas e responsabilidades que transcendem a habilidade técnica de enfermagem” e “há uma grande diferença nesse papel entre os países europeus”, sendo que «a prescrição de medicamentos é a diferença mais visível”, lê-se na ficha de inscrição do projeto DeMoPhaC na Unidade de Investigação em Ciências da Saúde: Enfermagem (UICISA: E). Nesse documento é, ainda, referido que, segundo uma “análise preliminar de um estudo em 3300 enfermeiros/médicos/ farmacêuticos europeus (projeto EUPRON), a pontuação média da comunicação interprofissional no cuidado farmacoterapêutico foi de 5,2/10 (DP 2,6)”, sendo considerada “uma pontuação alarmante dada a ligação com a segurança do paciente”.

Falta de transparência e reconhecimento da função do enfermeiro

Luís Manuel da Cunha Batalha, professor que coordena a equipa de investigadores da ESEnfC envolvidos no projeto, observa que “as diferenças” entre os países europeus “são essencialmente de cariz cultural, com falta de transparência e reconhecimento da função do enfermeiro no seio da equipa, no plano legal e da prática”. De acordo com o investigador da ESEnfC, se “aparentemente apenas aos enfermeiros portugueses não era permitido a prescrição de medicamentos”, uma “análise mais profunda veio evidenciar que muitos enfermeiros afirmavam que prescreviam”, quando, “na prática, o que se passava era uma cultura de mútua confiança entre enfermeiro e médico, não sustentada legalmente ou mesmo por protocolos institucionais”. Ou seja, “em condições específicas, apenas em Espanha a prescrição é legalmente sustentada”, afirma Luís Batalha.

Na ótica do professor de Coimbra, “a preparação dos enfermeiros portugueses é, de uma forma geral, boa, mas o cuidado farmacoterapêutico na equipa interprofissional (que inclui enfermeiro, médico e farmacêutico) carece, na prática clínica, de uma clarificação de funções, que muito se deve à falta de comunicação e interesses corporativistas”.

A equipa de docentes investigadores da ESEnfC presente no projeto DeMoPhaC é, ainda, constituída por Isabel Fernandes, Paulo Alexandre Ferreira, Amélia Castilho (professores), José Miguel Seguro, Susana Calhindro e Inês Simões Pereira (estudantes do mestrado em Enfermagem Médico-Cirúrgica).

Além da Universidade de Antuérpia, na Bélgica, e da ESEnfC em Portugal, este projeto conta com instituições participantes da República Checa, Alemanha, Grécia, Hungria, Itália, Macedónia, Holanda, Noruega, Eslováquia, Eslovénia, Espanha e País de Gales.

Novos dados
A Direção-Geral da Saúde (DGS) fez saber, através de um comunicado, que o terceiro e quarto casos suspeitos de infeção por novo...

A autoridade de saúde informou ainda que, de acordo com a informação disponibilizada em 4 de fevereiro pelo European Centre for Disease Prevention and Control (ECDC), foram reportados, desde 31 de dezembro de 2019, um total de 20.626 casos confirmados de infeção pelo novo coronavírus e 427 mortes.

O surto continua em investigação.

Desde 23 de janeiro de 2020 e por decisão das Autoridades Chinesas foram cancelados todos os voos e transportes públicos na cidade de Wuhan, província de Hubei. Também noutras cidades vizinhas foram implementadas medidas semelhantes, tendo sido interrompida a circulação de transportes públicos e encerrados cinemas e outros espaços públicos com concentração de pessoas. A China implementou ainda medidas de rastreio de saúde para viajantes à saída do país nos aeroportos, portos e fronteiras terrestres.

De acordo com a informação veiculada, a possibilidade de importação de casos para os países da União Europeia/Espaço Económico Europeu é moderada a elevada, mas com baixa probabilidade de transmissão secundária, desde que sejam cumpridas as práticas de prevenção e controlo de infeção relacionadas com um eventual caso importado.

Deste modo a DGS continua a recomendar a quem viaja que:

  • Siga as recomendações das autoridades de saúde do país;
  • Evite contato próximo com pessoas com sinais e sintomas de infeções respiratórias agudas;
  • Lave frequentemente as mãos, especialmente após contato direto com pessoas doentes;
  • Evite contato com animais;
  • Adote medidas de etiqueta respiratória: tapar o nariz e boca quando espirrar ou tossir (com lenço de papel ou com o braço, nunca com as mãos; deitar o lenço de papel no lixo);
  • Lave as mãos sempre que se assoar, espirrar ou tossir;
  • No regresso, os viajantes com história de viagem ou permanência nas áreas afetadas nos últimos 14 dias que apresentarem febre, tosse e eventual dificuldade respiratória, devem evitar deslocar-se aos serviços de saúde e ligar para o SNS24 (808 24 24 24), seguindo as orientações dadas.
Campanha
As farmácias vão ser as protagonistas de uma campanha de sensibilização e informação sob o lema “De 0 a 10. Quanto dói?”, de...

Neste sentido, a relação de proximidade e confiança que a farmácia estabelece com cada um dos seus utentes transforma o farmacêutico num profissional de saúde de fácil acesso para, desde logo, ajudar a identificar o tipo e intensidade da dor. Esta capacidade para funcionar como o primeiro contacto na cadeia de saúde, pode possibilitar uma antecipação do diagnóstico e, consequentemente, a minimização da dor ou encaminhamento para acompanhamento médico especializado. 

Esta campanha reveste-se também de uma vertente informativa e formativa, procurando clarificar os diferentes tipos e origens da dor, bem como explicar de que forma os utentes podem participar mais ativamente no seu próprio tratamento, de forma a potenciar os efeitos do mesmo e melhorar os resultados.

O promotor desta campanha de divulgação é a Cooprofar - Cooperativa dos Proprietários de Farmácia juntamente com as Farmácias, que lançam assim uma campanha de sensibilização em 1200 destes espaços de saúde.

Vão ser também organizados um conjunto de ações de formação destinado a profissionais de farmácia, com o objetivo de dotá-los de maiores competências para ajudar os seus utentes no combate à dor.

A Dor em Portugal

A dor é um dos fatores que mais influência a qualidade de vida das pessoas, com implicações relevantes quer na vertente familiar como laboral.

A dor crónica afeta mais de 3 milhões de portugueses, sendo a segunda doença mais prevalente no país, responsável por quase 50% de todas as ausências do trabalho e 60% de incapacidade permanente para trabalhar. 

Segundo um estudo da Universidade do Porto, Portugal gasta 4.610 milhões de euros anuais com tratamentos, baixas e reformas antecipadas devido à dor crónica. 

 

 

Diagnóstico
O cancro da mama é o mais frequente na mulher e a sua incidência continua a aumentar, apesar da mort
Técnica ajuda mulher a fazer mamografia

Atualmente cerca de 1 em cada 7 mulheres vai ter cancro da mama ao longo da vida (dados do cancer research UK) e representa uma das principais causas de morte por cancro nas mulheres.

Há fatores de risco não modificáveis como o sexo, idade, história familiar, idade da menarca e da menopausa, mas também existem fatores de risco modificáveis e que podem ajudar a reduzir a incidência do cancro e sendo os mais importantes a obesidade e o álcool.

O diagnóstico precoce é um elemento primordial no combate a esta doença. Quanto mais cedo for detetado maior a possibilidade de cura e de tratamentos mais conservadores e menos agressivos.

Hoje sabemos que há vários subtipos de cancro com agressividade e prognósticos distintos, requerendo também tratamentos distintos. Mas, para todos os subtipos, a fase em que se encontra o cancro no momento do diagnóstico é muito importante, com impacto nas formas de tratamento, na qualidade de vida e na sobrevivência.

O melhor exame para o diagnóstico precoce do cancro da mama é a mamografia e há 5 motivos para se fazer uma mamografia:

  1. É o único exame recomendado no rastreio de cancro da mama.
  2. Pode detetar cancros da mama iniciais, antes que produzam sintomas   
  3. Os cancros detetados numa mamografia têm melhor prognóstico do que os detetados por um nódulo palpável ou por outros sintomas
  4. Os cancros iniciais detetados numa mamografia permitem tratamentos menos agressivos
  5. A mamografia permite avaliar a necessidade de outros exames complementares

A mamografia moderna, totalmente digital, emite uma dose muito baixa de radiação, com um risco mínimo para a saúde decorrente da sua utilização e largamente superado pelo benefício da deteção precoce do cancro.

Todas as mulheres a partir dos 30 anos, em conjunto com os seus médicos assistentes, devem fazer uma avaliação do seu risco individual, com base na história familiar, nos antecedentes pessoais e outros fatores de risco de modo a estabelecer um plano de vigilância individualizado.

Quando não existem fatores de risco a mamografia é recomendada a partir dos 40 anos. Permite confirmar o padrão de densidade mamária, que por si só é um importante fator de risco e em conjunto com a restante informação clínica definir um plano de vigilância personalizado.

Este rastreio individualizado, consiste na realização em simultâneo e pelo mesmo médico radiologista de um exame clínico, da mamografia e frequentemente complementada por ecografia, sendo também conhecida por mamografia diagnóstica. 

Em oposição, o rastreio de base populacional, consiste apenas na realização de mamografia, com uma metodologia própria, sendo em Portugal realizado pela LPCC e dirigido às mulheres dos 50 aos 69 anos e de 2 em 2 anos. A leitura das mamografias no rastreio populacional é centralizada, sendo lidas por 2 radiologistas de forma independente, com decisão por consenso das discordâncias e com aferição diagnóstica dos exames positivos e só tendo encaminhamento hospitalar as que necessitarem de tratamento.

De acordo com as novas orientações da comissão europeia sobre rastreio e diagnóstico de cancro da mama, publicados muito recentemente, o rastreio populacional é fortemente recomendado a todas as mulheres entre os 50 e os 70 anos, tal como já é a prática em quase toda a Europa, mas agora vai mais longe, ao reconhecer que existe evidência para aconselhar o seu alargamento aos grupos etários 45-49 anos e 70-74 anos.

A evolução mais recente da mamografia, conhecida por tomossíntese ou mamografia 3D, consegue com a mesma dose de radiação, fornecer muito mais informação e aumentar a taxa de deteção de cancros iniciais. Em vez de 2 imagens por mama como sucede com a mamografia, com a tomossíntese obtemos múltiplas imagens de 1mm de espessura, eliminando a sobreposição dos tecidos e aumentando o detalhe. É a tecnologia cada vez mais utilizada em diagnóstico, a recomendada na aferição diagnóstica das mamografias de rastreio e o futuro da mamografia.

Artigos relacionados

A importância da deteção precoce do cancro da mama

Efeitos secundários do tratamento do cancro da mama

Quando o cancro da mama não leva a melhor

Foto: 
Nota: 
As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico, Enfermeiro, Farmacêutico e/ou Nutricionista.
INSA
Mais de metade dos portugueses são obesos ou pré-obesos e 43% têm hipertensão arterial, de acordo com um estudo do Instituto...

Segundo os autores deste estudo 68% dos portugueses apresenta dois ou mais fatores de risco para doenças cardiovasculares e 22% quatro ou mais. Os fatores de risco mais relevantes são a diabetes mellitus, colesterol elevado, hipertensão arterial, pré-obesidade/obesidade e tabagismo.

Para os investigadores, os dados desta análise mostram a necessidade de as autoridades de saúde “desenvolverem estratégias para rastrear a população em geral quanto aos fatores de risco para as doenças cardiovasculares e promovam medidas de estilo de vida adequadas e literacia em saúde”.

O estudo, que avaliou uma amostra de 1.688 pessoas através de exame físico, análises clínicas e um questionário, indica ainda que, “não obstante o decréscimo verificado nos últimos anos, as doenças cérebro-cardiovasculares continuam a ser a principal causa de morte em Portugal e a esperança de vida saudável aos 65 anos de idade é inferior à média europeia”.

Entre os principais fatores de risco associados, foi possível verificar que 71,3% da população tem uma dieta inadequada; 62, 1% são pré-obesos ou obesos;  43,1% sofre de hipertensão arterial; 25,4% fuma e quase 30% (29,2%)  tem um nível baixo de atividade física.

Por outro lado, os investigadores conseguiram concluir que ainda existe um “o elevado grau de desconhecimento dos indivíduos em relação à sua situação clínica e à medicação prescrita”, o que vem reforçar “a necessidade de melhorar a literacia em saúde”.

O relatório do Estudo e_COR – Prevalência de Fatores de Risco Cardiovasculares na População Portuguesa vai ser apresentado hoje, pelas 14h30, no auditório do INSA em Lisboa.

 

 

 

Coronavírus
O feito foi anunciado na passada sexta-feira e pode significar que pode estar para breve a descoberta de um tratamento eficaz...

Embora equipas chinesas e australianas também já tenham conseguido isolar estirpes do novo coronavírus, esta é a primeira vez que se consegue repetir a experiência na Europa.

Os cientistas do Instituto Pasteur recolheram amostras do coronavírus (2019-nCoV) de dois doentes franceses e conseguiram replicar vírus similares, usando células já conhecidas.

A produção em laboratório do ‘2019-nCoV’ torna-o, assim, “disponível para a investigação”, refere o Instituto Pasteur.

De acordo com o instituto, as culturas do coronavírus podem ser testadas e manipuladas com substâncias antivirais conhecidas ou novas (que possam ser candidatas a uma vacina).

Os investigadores podem ainda estudar como se comporta o novo coronavírus e, desta forma, identificar as suas fragilidades, que permitam ”desenvolver estratégias terapêuticas”.

Segundo a equipa de cientistas, a análise dos anticorpos presentes nas pessoas infetadas pelo ‘2019-nCoV’ permitirá também que seja desenvolvido um teste serológico adaptado à despistagem da infeção a uma escala maior.

Este teste permitirá saber, entre as pessoas que contactaram com o novo coronavírus, qual a proporção que pode ser infetada sem desenvolver sintomas, o que, para o Instituto Pasteur, facultará “dados mais precisos sobre a capacidade de transmissão deste vírus”.

 

Órgão de aconselhamento
No dia em que se assinala o Dia Mundial da Luta Contra o Cancro, o Instituto Português de Oncologia do Porto Francisco Gentil ...

O objetivo desta provedoria é ouvir o doente, desenvolver mecanismos facilitadores de comunicação, encorajá-lo a participar ativamente na sua vivência enquanto utilizador dos serviços disponíveis, partilhando experiências, expetativas, necessidades ou sugestões de melhoria.

Trata-se de um órgão de aconselhamento do Conselho de Administração com uma dinâmica própria e que se pretende que tenha impacto nas decisões que impliquem alterações na organização dos cuidados de saúde.

A Provedoria do Doente é composta por dois elementos, designados por três anos, que assumem o compromisso de manifestar junto do Conselho de Administração as preocupações e expetativas relativas à organização dos cuidados de saúde dos doentes.

Este órgão proporcionará atendimento presencial ao doente, todas as semanas, exceto no mês de agosto. Às segundas-feiras (segunda e quarta semanas do mês) entre as 09h00 e as 10h00. Às quintas-feiras (primeira e terceira semanas) entre as 12h30 e as 13h30.

Os elementos da Provedoria do Doentes estão obrigados ao dever de sigilo relativamente à informação de que tomem conhecimento no exercício das suas funções.

 

Imagens 2D e 3D
É um sistema de imagem inovador e único em Portugal, chamado EOS, que permite fazer estudo do corpo inteiro com imagens 2D e 3D...

O EOS acaba de chegar a Portugal e está disponível no Hospital CUF Descobertas.

Até agora, em Portugal, nos sistemas de Radiologia Convencional seriam necessárias várias exposições de radiação (RX) para adquirir imagens de estudos de coluna vertebral ou membros inferiores. Com o sistema EOS passa a ser possível, no Hospital CUF Descobertas, com uma única aquisição, adquirir imagens biplanares de coluna vertebral, membros inferiores e corpo inteiro.

Tem como grande vantagem, para o doente, a baixa dose de radiação em comparação com outros equipamentos de RX. A  dose de radiação poderá ser reduzida entre 50% a 85% em comparação com outros equipamentos de RX convencional e poderá chegar a cerca de 95% menos de radiação em exames específicos em comparação com sistemas de Tomografia Computorizada (TAC).

“Nos equipamentos de TAC e RX é emitida radiação ionizante - que é cumulativa. Pode, por isso, ao longo do tempo e com a frequência da sua realização, causar danos celulares. Com o EOS, ao reduzirmos a exposição do doente à radiação ionizante, estamos a minorar a probabilidade de desenvolver esses danos. Esta vantagem torna-se particularmente relevante em casos de escoliose, que afeta com maior frequência crianças e adolescentes e requer follow-ups”, evidência Jorge Mineiro, Coordenador de Ortopedia no Hospital CUF Descobertas.

Composto por um sistema de RX de baixa dose de radiação e um sistema informático de pós-processamento avançado, “o EOS permite a aquisição de imagens biplanares em simultâneo, que para além da baixa dose de radiação, diminui o tempo de exame e permite obter imagens de corpo inteiro com um pós-processamento avançado e diferenciador como são os modelos 3D”, afirma Gonçalo Marques, Técnico Coordenador do Serviço de Imagiologia do Hospital CUF Descobertas.

Do ponto de vista clínico, “fazer um RX através do EOS tem ainda a vantagem de, através do seu sistema informático, facultar medições precisas em 2D e 3D, calcular os mais diversos ângulos da coluna vertebral e outros parâmetros pélvicos, hoje essenciais para o diagnóstico correcto e preciso de muitas patologias da coluna vertebral. Permite perceber que a coluna não está apenas x milímetros mais para direita, como também está y milímetros inclinada”, exemplifica Jorge Mineiro, que já está a utilizar o EOS. 

“Com este sistema é possível um diagnóstico mais preciso e imparcial; bem como, obter informação de confiança para delinear um plano terapêutico avançado e avaliar o tratamento ortopédico”, valoriza o ortopedista.

Algumas das patologias mais comuns de adultos e crianças que podem beneficiar do EOS são: escoliose; patologias posturais; patologias deformativas e degenerativas da coluna; discrepâncias no comprimento da perna e osteoartrite do quadril e joelho.

O EOS, na patologia da coluna e mais precisamente em doentes pediátricos, permite realizar exames em follow-up com recurso a Micro Dose (dose de radiação ainda mais baixa).

O exame é realizado em ortostatismo (em pé), havendo também, a possibilidade de o realizar sentado - provando-se vantajoso para pessoas com algumas limitações.

Dia Mundial do Cancro
As doenças oncológicas são um flagelo na atualidade, constituindo a principal causa de anos potencia

A maior capacidade de diagnóstico, em consequência da melhoria do conhecimento científico e dos desenvolvimentos tecnológicos, e, principalmente, a maior longevidade das populações dos países mais desenvolvidos têm contribuído para o aumento progressivo da incidência das doenças oncológicas.

Em Portugal, em especial desde 1985, a esperança de vida ao nascer tem vindo a au­men­tar a um ritmo quase constante de mais um ano em cada quinquénio, passando de 73,23 naquele ano para 80,78 anos em 2017, considerando ambos os sexos. Sendo as doenças oncológicas, no geral, com maior incidência nos grupos etários mais avan­ça­dos, o progressivo aumento da sobrevida tem causado maior número de cidadãos que atinge as idades de maior susceptibilidade ao aparecimento de doenças oncológicas.

Neste aspecto, é curioso o que se verifica em Portugal e nos Países de Expressão Portuguesa, quando se compara a esperança média de vida com a mortalidade proporcional por doenças oncológicas (dados adaptados da OMS, 2011-2012): Portugal (80,0 anos/26%); Brasil (76,2 anos/16%); Cabo Verde (74,5 anos/10%); Moçambique (52,5 anos/3%); Angola (52,0 anos/3%); Guiné (50,0 anos/3%).

Um outro aspecto curioso é o da comparação da mortalidade proporcional por doen­ças de comunicação obrigatória (maioritariamente infeciosas), maternas e perinatais e mortalidade proporcional por doenças oncológicas (dados adaptados da OMS, 2011-2012): Portugal (9%/26%); Brasil (14%/16%); Moçambique (66%/3%). Nos países de elevadas taxas de mortalidade por causas que atingem grupos etários mais jovens, a mortalidade proporcional por cancro é muito baixa.

O panorama actual de Portugal não é significativamente diferente do dos países desenvolvidos. Os problemas individuais, familiares, sociais e económicos motivados pela “epidemia” de doenças oncológicas são um desafio constante à capacidade organizativa dos Serviços e das Instituições, com capacidades de resposta dependentes de decisões nem sempre as mais adequadas ou eficientes.

Algumas notas soltas, para reflexão:

  1. Educação para a Saúde: o cancro do pulmão foi o que causou mais mortes em 2017 no nosso País: mais de 4 000 óbitos. A principal causa associada a este tipo de neoplasias é o consumo de tabaco; foram legisladas muitas medidas de combate ao tabagismo, mas a sua aplicação não tem sido transversal e a sua eficácia pouco visível: continuamos a verificar elevada taxa de consumo em idades jovens, inclusivamente em estabelecimentos de ensino.
  2. Rastreios: o impacto dos rastreios na morbilidade e na mortalidade não é conhecido, salvo de leituras e comparações de dados soltos, de deficiente fiabilidade. Os Hospitais continuam a receber elevado número de doentes, pelas suas idades, rastreáveis, cujos diagnósticos são efectuados à margem dos rastreios.
  3. Diagnóstico precoce: a inexistência de normas de referenciação e de atendimento pré-diagnóstico para os doentes com manifestações sugestivas de doença oncológica tem causado enormes atrasos na confirmação do diagnóstico e na aplicação dos meios complementares indicados e, em consequência, no início dos tratamentos e resultados.
  4. Decisão terapêutica: a abordagem diagnóstica e terapêutica não se compadece, no estado actual do conhecimento e das técnicas diferenciadas, com decisões individuais de Profissionais, sem serem equacionadas todas as possibilidades de actuação de todas as Especialidades que, em cada caso, podem contribuir para o melhor resultado final. E não podem ser dispensados os contributos de Especialidades, como a Anatomia Patológica, a Imagiologia, a Genética e Biologia Molecular, que possibilitam fundamentar condutas terapêuticas dirigi­das a alvos celulares para os quais já existam fármacos específicos.
  5. Inovação e a Ética: recorrentemente são divulgados casos particulares de doen­tes a quem terão sido negados novos fármacos que, alegadamente, seriam a solução para as suas afecções. O elevado custo de alguns deles, com resultados nem sempre de significativa importância, levanta questões de ordem ética a merecerem atenta reflexão.
  6. Cuidados Paliativos: ainda estão a dar os seus primeiros passos na generalidade das Instituições. A sua importância é indiscutível, assim como deve ser o empenhamento de todos para colmatar as lacunas ainda existentes.
  7. Sobreviventes e a reintegração: cada vez maior número de doentes oncológicos atinge estados mais ou menos longos, mesmo “definitivos”, de doença onco­ló­gi­ca não detectável ou estável, readquirindo capacidade de retomar a vida so­cial e profissional. A marca da doença oncológica ainda dificulta, impede mesmo, a readmissão em pleno nas suas funções profissionais prévias, a conquista de um novo posto de trabalho, a progressão na carreira, o acesso a créditos bancários e a seguros, à compreensão por debilidades resultantes de sequelas dos tratamentos.

Não há soluções fáceis para nenhum dos pontos postos à reflexão. Permanen­te­men­te há que atender às necessidades e particularidades de cada um, propor­cio­nando melhorias progressivas no panorama global.

Hoje estamos muito melhor do que nas décadas precedentes. Continuemos a preparar o futuro com a mesma consciência de C. de Bode (OMS): “o cancro afecta todos, novos e velhos, ricos e pobres, homens, mulheres e crianças, e tem impacto enorme nas famílias e nas sociedades… mais de 30% dos casos podem ser evitados pela adopção de hábitos de vida saudáveis e por imunização para infecções causadoras de doenças oncológicas. Outros podem ser detectados precocemente, tratados e curados. Mesmo nos estádios avançados da doença, o sofrimento pode ser aliviado com bons Cuidados Paliativos”.

*este artigo não foi escrito ao abrigo do novo Acordo Ortográfico, por opção do autor

Rui San-Bento de Sousa Almeida
Assistente Graduado Sénior de Medicina Interna
Responsável pela Unidade de Oncologia Médica do Hospital do Divino Espírito Santo de Ponta Delgada EPER

Foto: 
Nota: 
As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico, Enfermeiro, Farmacêutico e/ou Nutricionista.
AVC
Calcula-se que a Doença Vascular Cerebral, onde se inclui o Acidente Vascular Cerebral (AVC), seja responsável por mais de 50%...

Segundo o médico neurologista e investigador do Instituto de Saúde Pública da Universidade do Porto, Vítor Tedim Cruz, a doença vascular cerebral, nas suas variadas formas, pode ser responsável por mais de 50% dos casos de demência diagnosticados em cada ano. “Mesmo quando se trata de um acidente isquémico transitório ou apenas se verifica a mera exposição prolongada a fatores de risco vascular não corrigidos (tabagismo, diabetes, fibrilhação auricular e hipertensão arterial), o risco de demência aumenta”, refere o médico.

Este tema será analisado na sessão “Doença vascular cerebral na comunidade”, agendada para o dia 7 de fevereiro, pelas 11h15, onde serão revelados os primeiros resultados do projeto MIND (Multiple Interventions to Prevent Cognitive Decline), cujo objetivo é reduzir a ocorrência de novos casos de demência através de intervenções não farmacológicas, de natureza multidisciplinar.

De acordo com Firmino Machado, investigador do Instituto de Saúde Pública da Universidade do Porto e coordenador do projeto, Portugal deverá ter mais de 160 mil utentes com demência, em indivíduos com 60 ou mais anos de idade.

O projeto arrancou em setembro do ano passado com quatro eixos prioritários de intervenção: treino cognitivo, atividade física, tratamento atempado de alterações auditivas e promoção da dieta mediterrânica, através de sessões de culinária.

O especialista antecipa que “o projeto foi implementado pelo Agrupamento de Centros de Saúde do Porto Ocidental, em parceria com 14 entidades, entre as quais a SPAVC e o Instituto de Saúde Pública da Universidade do Porto. Envolveu 46 utentes com uma média de idades de 68,3 anos. Ao fim de três meses, verificou-se uma adesão às sessões de treino cognitivo de 86,9%, 84,1% às sessões de atividade física e 88,6% no caso das sessões de culinária”.

Para além da sessão de apresentação formal do projeto, o MIND será igualmente demonstrado, com atividades práticas simuladas, na segunda parte da Sessão de Informação à População, incluindo quatro estações práticas – treino cognitivo, atividade física, demonstração culinária e avaliação auditiva.

Esta sessão, aberta ao público, terá lugar no último dia do congresso, sábado, 8 de fevereiro, pelas 15h, sendo introduzida por Castro Lopes, presidente da SPAVC. Esta primeira parte será dinamizada com a exibição de um vídeo, que procurou avaliar o conhecimento do público sobre AVC, aproveitando para esclarecer sobre as dúvidas mais comuns e reforçar as mensagens a reter, para que toda a audiência saiba prevenir e identificar um AVC.

O 14.º Congresso Português do AVC, que tem o patrocínio científico da European Stroke Organisation (ESO), da World Stroke Organization (WSO) e da Ordem dos Médicos, integra no seu programa científico preletores nacionais e estrangeiros mundialmente conhecidos. Para além disso, este ano, o Congresso terá um cariz comemorativo, uma vez que a SPAVC celebra o 15.º aniversário, assinalado com uma conferência especial na sessão de abertura, a cargo do Dr. Miguel Rodrigues, membro da Direção da SPAVC, e o lançamento do “Livro 15 anos SPAVC”.

Doença oncológica
Num ensaio clínico recente, publicado na revista científica The Lancet Haematology, a transplantação com sangue do cordão...

Entre os 22 doentes com vários tipos de neoplasias, desde leucemias, síndromes mielodisplásicas, linfomas e mieloma múltiplo, dez eram considerados de alto risco, cinco já tinham sido transplantados, sem sucesso, e outros cinco tinham doença agressiva, em recaída ou refratária.

Utilizando uma pequena molécula (UM171), os investigadores multiplicaram as células estaminais da unidade de sangue do cordão umbilical escolhida para cada doente. Em apenas sete dias, o número de células estaminais aumentou, em média, 35 vezes, relativamente ao valor inicial. Este processo de expansão permitiu que metade dos doentes fosse transplantada com uma unidade de sangue do cordão umbilical adequada em termos de dose celular e com melhor grau de compatibilidade, aumentando, dessa forma, as probabilidades de sucesso dos transplantes.

Segundo aos autores, os resultados revelaram-se muito positivos, tendo-se observado, em todos os casos, uma rápida e sólida recuperação da produção de células do sangue e sistema imunitário, uma elevada taxa de sobrevivência (90%) e reduzida incidência de complicações pós-transplante.

Segundo Bruna Moreira, Investigadora do Departamento de I&D da Crioestaminal, “para além deste, outros métodos têm sido desenvolvidos com vista à multiplicação das células do sangue do cordão umbilical em laboratório antes de um transplante, tendo sido reportados resultados muito promissores nos últimos anos”.

“O êxito de uma estratégia de expansão celular permitirá o acesso de mais doentes a uma fonte de células estaminais com elevado grau de compatibilidade, com repercussões positivas na taxa de sucesso destes transplantes”, acrescenta a investigadora.

Tendo em conta os bons resultados atingidos, os investigadores iniciaram outros dois ensaios clínicos para testar a utilização desta técnica, especificamente, em doentes com leucemias e síndromes mieodisplásicas de alto risco que, atualmente, apresentam opções de tratamento muito limitadas.

A possibilidade de expandir (multiplicar) as células presentes no sangue do cordão umbilical armazenado permite aumentar o número de doentes que pode beneficiar de um transplante de sangue do cordão umbilical, com todas as suas vantagens − menor probabilidade de transmissão de agentes infeciosos, disponibilidade imediata, menor incidência de doença do enxerto contra o hospedeiro – e com o melhor grau de compatibilidade possível. Entre os fatores determinantes do sucesso dos transplantes estão a compatibilidade entre o doente e as células do sangue do cordão umbilical e o número de células mais adequado para o mesmo. Não sendo necessário haver compatibilidade total, esta deve ser a mais elevada possível, de modo a maximizar as probabilidades de sucesso e reduzir as complicações associadas ao transplante. No entanto, verifica-se que nem sempre as unidades de sangue do cordão umbilical mais compatíveis com um doente correspondem às que têm o número de células mais adequado.

Opinião
Desde o início da década de setenta do século XX que se sabe que os Coronavírus são responsáveis por

O primeiro Coronavírus humano foi isolado no ano de 1965, numa amostra de secreções nasais dum doente com um resfriado comum, infecção aguda das vias aéreas superiores (VAS). Até hoje estão descritas sete estirpes diferentes de Coronavírus que provocam doença no ser humano, incluindo o novo Coronavírus 2019 (2019-nCoV), responsável pela actual epidemia que teve origem num mercado grossista de peixe em Wuhan, cidade da província de Hubei na China, em meados de dezembro de 2019. Quatro destas estirpes estão bem adaptadas aos humanos, não é conhecido nenhum reservatório animal delas, e provocam praticamente sempre uma doença ligeira das VAS que não exige tratamento específico e que se caracteriza pela presença de secreções nasais, mal-estar, dores de garganta, dores de cabeça, espirros e febre. Muito raramente podem causar dificuldade respiratória e pneumonia.

Desde o início do século XXI três novos Coronavírus, vindos de reservatórios animais, provocaram pela primeira vez doenças graves e com elevadas taxas de mortalidade em humanos. Duas destas doenças constituíram epidemias globais.

Em 2002 um surto de pneumonia grave, conhecida por síndrome respiratória aguda grave (SARS em inglês) teve origem na província de Guangdong na China e espalhou-se por mais de duas dúzias de países através da circulação internacional de pessoas. Este surto foi provocado por um Coronavírus, designado por SARS-CoV, cujo reservatório animal é o morcego. A transmissão do animal para o homem parece ser esporádica, não tendo voltado a ocorrer após este surto, mas a transmissão rápida e sustentada de pessoa a pessoa foi confirmada, sobretudo nos hospitais onde os doentes recorreram, não estando ainda esclarecida a forma como ela ocorre. A gravidade da doença levou a que 20 a 30% dos doentes tivessem que ser submetidos a ventilação mecânica por insuficiência respiratória aguda e cerca de 10% morreram. Foram confirmados 8.098 diagnósticos de SARS em 2002 – 2003, 5.327 na China. Medidas de saúde pública, implementadas a nível global, controlaram e eliminaram rapidamente a SARS.

Em 2012 um novo Coronavírus, o MERS-CoV, foi identificado num doente saudita que morreu por insuficiência respiratória aguda provocada por uma doença então designada por Síndrome Respiratória Aguda do Médio Oriente (MERS em inglês). O reservatório animal do MERS-CoV também é o morcego, mas o hospedeiro intermédio que o transmite ao homem foi identificado, é o camelo. A MERS caracteriza-se por transmissões esporádicas e autolimitadas animal-homem e por cadeias de transmissão pessoa a pessoa curtas e geograficamente localizadas, provocando pequenos surtos dentro dos hospitais, em alguns casos devidos a um único disseminador.  A MERS ainda não foi eliminada e até novembro de 2019 diagnosticaram-se 2.494 casos, a maioria na Arábia Saudita, e cerca de 34% dos doentes morreram.

Em 31 de Dezembro de 2019 as autoridades chinesas reportaram um conjunto de casos de pneumonia grave em Wuhan e em 10 de janeiro de 2020, investigadores do Centro Clínico de Saúde Pública e da Escola de Saúde Pública de Xangai, registaram a sequência genómica do 2019-nCoV nas bases de dados de saúde pública. O 2019-nCoV transmite-se de pessoa a pessoa e, segundo os dados epidemiológicos conhecidos, um doente contagia em média 2,2 pessoas (5 doentes contagiam 11 pessoas diferentes), uma taxa de contagiosidade inferior à verificada na SARS, em que cada doente contagiava em média 3 pessoas. Os principais transmissores da doença são os doentes com sintomas de infecção que, provavelmente, disseminam o vírus através da tosse e dos espirros, mas estão descritos casos que desconhecem contactos prévios com pessoas sintomáticas. A taxa de transmissão da doença ao pessoal de saúde parece ser inferior que a que foi verificada na SARS e a que se verifica na MERS. Até hoje já foram diagnosticados 14.411 casos nas 33 províncias da China, cerca de 15% considerados graves. Fora da China estão diagnosticados 146 casos em 23 países, números actualizados diariamente pela OMS. Em Portugal ainda não foi ainda confirmado nenhum caso.

O 2019-nCoV provoca uma doença semelhante à SARS, mas talvez menos grave, com cerca de metade dos casos a ocorrer em indivíduos acima dos 60 anos e com poucos diagnósticos em crianças e em jovens. Na fase inicial do surto cerca de 89% dos doentes não estavam internados no quinto dia de doença, o que significa que provavelmente existe uma percentagem elevada de pessoas infectadas com poucos ou nenhuns sintomas.

A taxa de mortalidade parece ser significativamente mais baixa que na SARS, não atingindo os 3% com os números que são conhecidos até à data e a maioria dos doentes que morrem são idosos ou têm doenças crónicas. Não se conhecendo ainda como se processa a transmissão directa pessoa a pessoa, se por contacto directo (aperto de mão, abraço, beijo) ou por gotículas ou aerossóis (espirros, tosse), não são ainda conhecidas as medidas mais adequadas para evitar o contágio.

Assim recomenda-se que todos os doentes com suspeita de infecção ou com infecção confirmada coloque uma máscara que cubra o naríz e a boca e sejam colocados em isolamento, e que o pessoal de saúde que tenha que contactar com eles utilizem o equipamento de protecção individual conforme recomendado pela DGS. As pessoas que estiveram em contacto directo com doentes infectados, ou com doentes em quem o diagnóstico se confirmou mais tarde, estão em risco de desenvolver a doença num espaço de tempo que pode ir até aos 14 dias depois do último contacto. Não estando garantido que o vírus não se transmite numa fase inicial de infecção, com poucos ou nenhuns sintomas, as pessoas que viajaram da China, sobretudo da província de Hubei, também estão em risco de desenvolverem sintomas de doença nos 14 dias seguintes ao último dia de permanência. As pessoas que estão nestas duas situações devem evitar o contacto próximo com outras pessoas durante os 14 dias do período de incubação da doença e devem andar de máscara e evitarem a emissão de aerossóis quando tossem e quando espirram, colocando o antebraço à frente da boca e do nariz. Idealmente deveriam permanecer em isolamento neste espaço de tempo.

As viagens à China devem ser evitadas e, a pessoas que viajarem devem evitar contacto com doentes ou pessoas com sintomas respiratórios, com animais vivos ou mortos e com carne e outros produtos de animais mortos, uma vez que não se sabe se a transmissão do animal para o homem foi esporádica ou se continua a ocorrer.

Esta doença pode provocar uma catástrofe mundial. O estudo das suas características e do seu comportamento no futuro irá fornecer dados importantes para melhorar o seu controlo. Talvez seja possível dentro de 3 ou 4 meses ter disponível uma vacina para ajudar a atingir este objectivo. Por enquanto, o mais importante para evitar, ou pelo menos, diminuir a sua propagação é estar atentos e cumprir as recomendações que vão sendo emitidas pela OMS, pela DGS e pelos serviços de saúde mais próximos. As medidas de saúde pública implementadas vão conter a disseminação da doença, mas os próximos tempos são muito importantes para conhecermos a sua capacidade de disseminação e persistência na espécie humana.

*este artigo não foi escrito ao abrigo do novo Acordo Ortográfico, por opção do autor

Nota: 
As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico, Enfermeiro, Farmacêutico e/ou Nutricionista.
Investigação
É um radar, mas não serve para monitorizar a velocidade dos automóveis nem o espaço aéreo. Monitoriza, isso sim, emoções....

O radar das emoções funciona através do envio de uma onda rádio que é refletida pelo tórax da pessoa monitorizada. Este eco recebido de volta pelo aparelho permite monitorizar o ritmo respiratório. Através deles, e com recurso a algoritmos de classificação, o radar consegue identificar três emoções: o medo, a alegria e um estado neutro, onde nenhuma emoção em particular está a ser sentida.

“Num futuro próximo pretende-se detetar também com o radar o sinal cardíaco”, explica Carolina Gouveia, investigadora do Instituto de Telecomunicações (IT), uma das unidades de investigação da UA. Com o auxílio deste sinal vital, antevê a cientista, “para além de termos mais informação que permita classificar ainda com mais precisão as emoções mencionadas, pretendemos avaliar também a possibilidade de identificar outras emoções como o nojo e a tristeza”.

Desenvolvido em conjunto com o IT e a UA, por uma equipa multidisciplinar proveniente não só do IT, mas também do Departamento de Eletrónica, Telecomunicações e Informática, do Instituto de Engenharia Eletrónica e Telemática de Aveiro, do Departamento de Educação e Psicologia, do Centro de Investigação em Tecnologias e Serviços de Saúde, do William James Center for Research e do Instituto Superior de Engenharia de Lisboa (ISEL), o trabalho foi publicado pela revista Biomedical Signal Processing and Control da Elsevier.

Esta investigação é assinada por Carolina Gouveia, e também por outros investigadores da UA e dos demais centros de investigação, entre eles Ana Tomé, Filipa Barros, Sandra Soares, José Vieira e Pedro Pinho.


O aparelho desenvolvido na Universidade de Aveiro permite avaliar estados emocionais 

Ajuda importante na saúde mental

O radar da UA pretende ser um instrumento privilegiado, dada a sua natureza informativa e não-invasiva, para avaliar estados emocionais associados a determinados padrões de ativação fisiológica, quer em contexto de investigação, quer em contextos mais práticos.

Em contexto clínico, exemplifica Filipa Barros, “poderá constituir um meio complementar de avaliação, diagnóstico e monitorização de algumas perturbações que têm associadas alterações fisiológicas” e “poderá ser especialmente relevante quando nos referimos a populações em que a avaliação destas alterações seria dificultada, como é o caso da hipersensibilidade ao toque ou da Perturbação do Espetro do Autismo”.

Para além disso, o radar das emoções poderá ser utilizado em muitos outros contextos, como no da investigação criminal ou no ramo automóvel (de forma a evitar acidentes derivados da automaticidade associada à condução).

A principal vantagem desta nova tecnologia é o facto de possibilitar a recolha de sinal sem ser necessário contacto direto com as pessoas, o que facilita a obtenção de medidas objetivas. Sobretudo, sublinha Filipa Barros, “nos contextos de saúde mental, onde este tipo de medida é frequentemente difícil de obter e em muito enriqueceria a avaliação, diagnóstico e controlo da eficácia da intervenção”.

Para além disso, o radar pode ser utilizado de forma discreta, permitindo a avaliação da atividade fisiológica de uma forma mais autêntica e fiel à realidade. Estas características são particularmente vantajosas em determinados cenários, nomeadamente quando a avaliação envolve crianças ou populações clínicas com dificuldades de comunicação ou comportamentais.

Saliente-se que o radar das emoções nasce de novas aplicações desenvolvidas e instaladas no Bio-Radar, um radar nascido em 2017 na UA e que, através de ondas rádio, permite registar à distância a frequência respiratória humana.

Alerta
A Organização Mundial da Saúde (OMS) já veio alertar que as vacinas contra a pneumonia atualmente existentes não protegem...

“O vírus é tão novo e diferente que precisa da sua própria vacina”, avança a OMS através de uma publicação informativa feita nas redes sociais. Nesta mesma publicação refere ainda que a comunidade científica já está a tentar encontrar uma vacina específica.

Com esta informação a OMS pretende esclarecer que as vacinas contra a pneumonia existentes no mercado ou nos programas nacionais de vacinação não protegem contra o novo coronavírus, o qual provoca pneumonias virais.

 

Dia Mundial do Cancro
O Instituto Português de Oncologia de Lisboa Francisco Gentil (IPO Lisboa) associa-se à campanha internacional do Dia Mundial...

Assim, durante o dia de amanhã, as portas do Serviço de Imunohemoterapia do IPO vão estar abertas, entre as 9h e as 20h, para que quem quiser possa dar sangue.

“Com o alargamento do horário de funcionamento do sector de dadores de sangue no Dia Mundial do Cancro, realçamos a importância da doação de sangue e de componentes sanguíneos para o tratamento dos doentes oncológicos, dando oportunidade a muitas pessoas que desejam ser dadoras no IPO e que não têm oportunidade de o fazer noutro horário”, realça o IPO.

No IPO, pode doar sangue total, plaquetas, plasma ou glóbulos vermelhos. Todos os componentes doados são usados para tratar doentes do Instituto.

Como não há substituto para o sangue humano, a disponibilidade de sangue depende exclusivamente da generosidade de dadores benévolos. O IPO Lisboa conta com o apoio de dadores regulares e pretende também sensibilizar os mais jovens, lembrando que a dádiva de sangue é um gesto simples, indolor e muito gratificante porque permite salvar vidas.

«Eu sou e eu vou» é uma campanha que convida à ação individual, das empresas e organizações. Lançada no Dia Mundial do Cancro, pretende o envolvimento das pessoas e da sociedade durante todos os dias do ano.

Vejo o vídeo da campanha: 

No Hospital Pulido Valente
A Ministra da Saúde afirmou ontem, em conferência de imprensa, que as 20 pessoas retiradas da China que chegaram a Lisboa vão...

Marta Temido fez saber ainda que as análises serão feitas pelo Instituto Nacional de Saúde Doutor Ricardo Jorge e adiantou que todos os repatriados concordaram em seguir o protocolo do "isolamento profilático", para o qual existem 13 quartos no Hospital Pulido Valente, integrado no Centro Hospitalar Lisboa Norte, e 10 no Parque da Saúde de Lisboa.

A Ministra realçou que, "à partida, essas pessoas não estão doentes" com o novo coronavírus que começou a propagar-se a partir da China, em dezembro.

Durante os 14 dias que passarão em isolamento, os 20 repatriados – que incluem dois diplomatas portugueses em serviço na China e duas cidadãs brasileiras – serão visitados duas vezes por dia por uma equipa de sanidade internacional, composta por dois médicos de saúde pública.

Durante o mesmo período, não poderão receber visitas, mesmo que controladas.

A Direção-Geral da Saúde fará um boletim clínico diário do grupo e o Ministério da Saúde realizará uma conferência de imprensa diária para dar conta da evolução da situação.

No avião de transporte C-130 da Força Aérea Portuguesa, as pessoas que decidiram sair de Wuhan, epicentro do contágio do coronavírus, foram acompanhadas por oito tripulantes e oito profissionais de saúde, incluindo uma equipa de sanidade internacional.

Recorde-se que Organização Mundial da Saúde declarou, na passada quinta-feira, dia 30 de janeiro, este surto como uma situação de emergência de saúde pública de âmbito internacional.

 

Onicomicose e Onicocriptose
Apesar de serem a nossa plataforma de movimento e o suporte do nosso organismo, os pés são ainda ass

À semelhança do nariz e das mãos, os pés estão naturalmente mais expostos ao frio e, consequentemente, encontram-se mais vulneráveis. Isto acontece também porque as baixas temperaturas provocam a contração dos vasos sanguíneos, dificultando a circulação até às extremidades do corpo, que pode resultar na sensação de frio nos pés devido a um fluxo sanguíneo lento. Além de pés frios, a pele fica sujeita a alterações, como pele seca (xerose cutânea) e irritada, com tendência a vermelhidão, e frieiras.

As lesões cutâneas são assim um problema relativamente frequente nesta altura do ano, como efeito das agressões por fatores externos, como as baixas temperaturas, a humidade e o vento. No entanto, também os duches demorados e com água muito quente contribuem para a desidratação da pele.

Paralelamente, a utilização de calçado fechado no inverno, com o objetivo de manter os pés quentes, não permite uma correta ventilação, criando o ambiente ideal para o desenvolvimento e proliferação de fungos causadores de micoses, que podem surgir na pele dos pés e unhas, sendo estas denominadas de onicomicoses. A onicocriptose, vulgarmente reconhecida como unha encravada, as calosidades e as bolhas são ainda problemas que podem surgir nesta estação do ano resultantes da má escolha de calçado, como sapatos não adequados à morfologia e tamanho dos pés, bem como aos dedos, dificultando também a circulação sanguínea.

Que cuidados devo ter no inverno para prevenir o desenvolvimento de problemas nos pés?

É essencial que tenha em mente a necessidade de manter os seus pés quentes e secos no inverno, por essa razão, caso as suas meias fiquem molhadas em dias de chuva, troque-as assim que possível.

Apesar desta máxima, as galochas/botas de borracha devem ser usadas apenas esporadicamente, pois embora mantenham os pés protegidos da chuva, por serem impermeáveis, não permitem uma correta ventilação do pé. O plástico de que são feitas irá contribuir assim para a concentração dos níveis de transpiração dentro do calçado, o que mantém os pés frios, provocando mal-estar e aumentando o risco infeções e de unhas encravadas, dado que as unhas se tornam mais moles e, por isso, ficam mais sujeitas a partir-se.

Concluindo, com o frio, os pés passam a andar escondidos, mas isso não significa que pode deixar de cuidar deles. Os seus pés são os que mais sofrem nesta altura do ano e, por isso, existem alguns cuidados a ter:

  • Lave diariamente os pés com água não muito quente;
  • Após o banho, seque bem os pés com uma toalha macia, especialmente os espaços entre os dedos;
  • Utilize diariamente um creme ou loção hidratante, uma vez que esta é uma medida fundamental para prevenir e tratar a xerose cutânea, também comum nos meses frios;
  • Opte por meias de algodão, de modo a prevenir a concentração de transpiração no calçado;
  • Quando chegar a casa, descalce-se e troque de meias;
  • Não aproxime demasiado os seus pés de fontes de calor;
  • Use calçado confortável e adequado ao seu pé, evitando os sapatos apertados, de modo a que circulação sanguínea não seja condicionada;
  • Faça exercício físico, para estimular a circulação sanguínea;
  • Alterne o seu calçado, permitindo que este seque e areje, dado que a humidade mantém os pés frios;
  • Visite regularmente um podologista.

E não se esqueça: examinar os pés diariamente é o primeiro passo para a deteção de possíveis alterações na pele e unhas, permitindo um diagnóstico precoce e um acompanhamento adequado, de modo a prevenir o agravamento de possíveis complicações resultantes de feridas, bolhas ou calos.

Fonte: 
Foto: 
Nota: 
As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico, Enfermeiro, Farmacêutico e/ou Nutricionista.
DST
O Grupo Parlamentar do PAN (Pessoas-Animais-Natureza) pretende que o Governo assuma, em sede do Orçamento do Estado 2020 (OE...

“Consideramos ser da maior importância que já, neste ano, o Governo assegure a existência das condições adequadas para que o SNS possa realizar um efetivo rastreio e diagnóstico da clamídia, contribuindo, desta forma, para uma prescrição do tratamento mais indicado desta infeção, ao mesmo tempo que se revela fundamental uma maior atenção e prevenção eficaz desta doença”, refere a deputada do PAN, Bebiana Cunha.

Com vista a que o objeto desta proposta seja materializado, o PAN pede ao Governo que proceda à elaboração da Norma de Orientação Clínica que permite a entrada em vigor do código 26179 (da tabela da Administração Central do Sistema de Saúde), referente ao rastreio preventivo da Chlamydia trachomatis, para que a prescrição possa ser realizada pelos clínicos do SNS que intervêm nesta área da saúde humana.

“Ora, acontece que, em Portugal, verifica-se uma grande dificuldade no acesso a este rastreio preventivo, dado que o código se encontra indisponível há vários anos remetendo para uma alínea que refere “A entrada em vigor deste código, carece de elaboração de Norma de Orientação Clínica da Direção-Geral de Saúde”, denuncia Bebiana Cunha. A indisponibilidade deste código faz com que seja impossível ao utente ter acesso à respetiva prescrição médica através do SNS, só o podendo fazer a expensas próprias fora do SNS. Com efeito, acrescenta a deputada, “o que acontece, em regra, é que só no âmbito das consultas de doenças sexualmente transmissíveis (DST) existentes em alguns hospitais é que, por requisição interna, dentro do próprio hospital, este poderá ser solicitado, reduzindo a sua utilização a uma população muito reduzida e específica”.

Face às dificuldades de prescrição de um exame que permitiria um diagnóstico mais acurado do agente patogénico e uma melhor monitorização do estado de saúde da população nesta área específica, “os clínicos optam, muitas vezes, por administrar antibióticos sem a assertividade e certeza clínicas necessárias face aos agentes infeciosos”, alerta Bebiana Cunha.

As infeções por Chlamydia trachomatis são, muitas vezes, assintomáticas – o que facilita a sua transmissão - e podem conduzir a doença inflamatória pélvica, gravidez ectópica e infertilidade entre outras complicações, com evidentes custos sociais e financeiros. De acordo com um estudo levado a cabo por uma equipa de investigadores, liderada pela Unidade de Microbiologia Médica, do Instituto de Higiene e Medicina Tropical (da Universidade Nova de Lisboa), realizado a um grupo de indivíduos, 90% dos casos mostraram-se assintomáticos no caso da clamídia.

De acordo com dados da Organização Mundial de Saúde, cerca de um milhão de pessoas são diariamente infetadas por DST, sendo o diagnóstico precoce e o tratamento adequado fundamentais para quebrar a cadeia de transmissão, prevenir complicações e sequelas graves. A Chlamydia trachomatis pode ser transmitida por via oral e sexual, podendo inclusive ser transmitida ao recém-nascido pela própria mãe, durante o parto vaginal.

O Centro Hospitalar de Lisboa Ocidental (CHLO) inicia esta segunda-feira, a atividade da Unidade de Hospitalização Domiciliária...

“Trata-se de materializar, para a população servida por este centro hospitalar, uma modalidade assistencial substitutiva do internamento convencional”, explica o CHLO em comunicado.   

O centro hospitalar, constituído pelos hospitais São Francisco Xavier, Egas Moniz e Santa Cruz, afirma que esta modalidade “é geradora de benefícios comprovados para os doentes e seus familiares”, demonstrando uma menor taxa de complicações, menor deterioração do estado funcional e maior satisfação com os cuidados prestados.

Além disso, estimula a “promoção da educação para a saúde" e promove uma maior articulação com os cuidados de saúde primários. De acordo com esta unidade hospital os benefícios também se estendem ao Serviço Nacional de Saúde (SNS), uma vez que possibilita “um maior estímulo e realização aos profissionais envolvidos com uma melhor alocação de recursos nos hospitais”. 

“A este título será oferecida assistência contínua e coordenada aos doentes cuja situação clínica e social permita, com segurança, serem tratados em sua casa”, salienta o centro hospitalar.

A 21 de janeiro, a ministra da Saúde, Marta Temido, assegurou que todos os hospitais do Serviço Nacional de Saúde (SNS) vão ter resposta de hospitalização domiciliária “no máximo em 2021”.

De acordo com a ministra, 25 hospitais do SNS já têm hospitalização domiciliária, dez vão passar a ter “garantidamente” este ano e os restantes vão ter em 2021.

 

Páginas