Projeto piloto DGS, ARS- LVT e farmácias
As farmácias de Loures vacinaram contra a gripe 9.500 pessoas com mais de 65 anos, até ao final da primeira semana de Janeiro....

No dia 10 de Janeiro o presidente da Câmara de Loures, Bernardino Soares visita a Farmácia de Frielas, no âmbito de uma semana dedicada à Saúde, para fazer um balanço da atuação deste programa. No encontro estão presentes representantes do Movimento Loures Tem Mais Saúde e da Associação Nacional das Farmácias.

As farmácias de Loures esperam atingir as 10 mil vacinas da gripe para administrar gratuitamente à população com mais de 65 anos do concelho. Estas vacinas vêm do lote do Serviço Nacional de Saúde (SNS) e resultam da renovação do projeto-piloto desenvolvido pela Administração Regional de Saúde de Lisboa e Vale do Tejo (ARS-LVT) e Direção-Geral de Saúde, em parceria com as farmácias do concelho.

As vacinas vão estar disponíveis até 31 de janeiro de 2020. Não é necessária a apresentação de receita médica e a administração é gratuita. Em Portugal há cerca de 2.500 farmácias certificadas a administrar a vacina contra a gripe, com total segurança, conveniência, rapidez e conforto.

 

Novos médicos
Oitenta e dois médicos iniciaram esta semana a especialidade em medicina geral e familiar (MGF) nas unidades de saúde familiar...

A ARS do Centro (ARSC) afirma que estes profissionais de saúde, mais 22 do que no ano transato, vêm dar continuidade ao trabalho que tem vindo a ser desenvolvido pela Administração Regional de Saúde do Centro (ARSC) na área da formação pós-graduada técnico-científica, no reforço das equipas e na criação de condições para se renovar, progressivamente os médicos de família que se aposentaram na região Centro.

Organizada pela Coordenação de Internato MGF – Zona Centro, a receção aos novos médicos internos decorreu durante o dia de hoje, com a apresentação de temas ligados à organização, formação e atividades no âmbito do internato médico em MGF e a apresentação dos médicos internos e respetivos orientadores.

Na sessão de boas-vindas aos futuros médicos de família, hoje na Escola Superior de Enfermagem de Coimbra, o vice-presidente da ARS do Centro, João Rodrigues, destacou a “importância do acordo alargado existente” entre o Colégio de Medicina Geral e Familiar da Ordem dos Médicos, a Coordenação do Internato de MGF da Região Centro e a ARSC.

O Internato Médico realiza-se após a licenciatura em Medicina e corresponde a um processo único de formação médica especializada teórica e prática, tendo como objetivo habilitar o médico ao exercício tecnicamente diferenciado na respetiva área profissional de especialização.

Após a conclusão do curso de Medicina, os médicos candidatam-se a um concurso nacional para admissão no Internato Médico, que se destina à escolha dos locais e das áreas de formação (especialidades) e que terá a duração de quatro anos.

 

 

Profissionais e instituições de saúde
António Lacerda Sales apelou aos profissionais e às instituições de saúde para que façam a participação dos casos de violência...

No seguimento da visita ao Centro de Contacto do Serviço Nacional de Saúde (SNS24), em Lisboa, o Secretário de Estado da Saúde manifestou a solidariedade do Governo e do Ministério da Saúde para com todos os profissionais de saúde.

O secretário de Estado lembrou ainda as medidas anunciadas na segunda-feira, nomeadamente a criação de um gabinete de segurança na tutela do Ministério da Saúde, e avançou que até ao final do mês será apresentado, no âmbito do Programa Nacional de Prevenção da Violência, um plano específico para esta situação de violência contra profissionais de saúde.

Este plano contemplará também medidas operativas, como a disposição do mobiliário dentro das salas, a reserva de circuitos internos dentro das instituições, como por exemplo botões de pânico, entre outras.

 

Descubra o que é
A dor no pescoço pode ser causada por uma lesão, um problema muscular, um nervo preso ou uma artrite
Homem com dor no pescoço

 

Esta dor é também conhecida como dor cervical e pode variar de muito leve, a grave ou até a severa. Por vezes, pode passar para o braço, mão, cabeça, ombro ou omoplata. É categorizada como dor crónica se durar mais de três meses.

 

Principais causas:

A maioria das dores cervicais está relacionada com distúrbios na coluna, como contraturas musculares, artroses e artrite, distúrbios do disco intervertebral como as hérnias discais e ainda por lesões causadas por traumatismo, como o golpe de chicote provocado por acidentes de viação.

  1. Contraturas musculares: O uso excessivo de músculos, a preocupação, stress, adormecer numa posição desconfortável ou mesmo o uso prolongado de um teclado de computador são alguns dos motivos que podem provocar tensão nos músculos do pescoço. Esta tensão provoca a redução de mobilidade, desconforto e dor.
  2. Artroses: A idade é amplamente aceite como causa, pois as articulações do pescoço também tendem a deteriorar-se como outras articulações.
  3. Distúrbios do disco intervertebral: Os discos de amortecimento entre as vértebras ficam desidratados, estreitando os espaços de saída dos nervos na coluna vertebral. A degeneração dos discos pode ainda levar a que estes se fragmentem e acabem por sair do espaço intradiscal, provocando a compressão do nervo e, portanto, dor.
  4. Lesões traumáticas: Os traumatismos da região cervical, comuns em acidentes de viação, provocam alterações no disco intravertebral e nas articulações da coluna, resultando muitas vezes em dor crónica.

Principais sintomas:

A dor pode ser contínua ou intermitente.

Para além da dor localizada no pescoço, outros sintomas associados são:

  • Irradiação da dor para os ombros, braços, mãos, omoplata e cabeça
  • Sensação de formigueiro e dormência
  • Diminuição da força muscular
  • Dificuldade nos movimentos do pescoço

Diagnóstico e tratamento:

Obter o diagnóstico correto é essencial para individualizar o plano de tratamento. Para identificar a origem da dor são realizados exames como raio-x, TAC e ressonância magnética, que permitem investigar com pormenor a causa da dor.

As principais formas de tratamento incluem:

  • Farmacoterapia
  • Injeções epidurais, facetárias e articulares
  • Radiofrequência cervical
  • Nucleólise da hérnia discal com ozono e fibra ótica
  • Neuroestimulação elétrica transcutânea (TENS)

A dor no pescoço também pode ser um sintoma de meningite quando acompanhado por outros sintomas: febre alta repentina, forte dor de cabeça, pescoço rígido, vómitos em jato, náusea, confusão mental e dificuldade de concentração, convulsões, sonolência, fotossensibilidade e falta de apetite. Esteja atento!

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As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico, Enfermeiro, Farmacêutico e/ou Nutricionista.
26º Congresso da Sociedade Portuguesa de Medicina Interna
A Sociedade Portuguesa de Medicina Interna acaba de disponibilizar a plataforma de inscrição e de submissão de resumos para o...

A diabetes mellitus e as suas incidências, o AVC, a insuficiência cardíaca, a auto-imunidade, os cuidados paliativos, a hospitalização domiciliária, a formação e questões como as implicações das alterações do ambiente, o papel na medicina em novas áreas como a nanotecnologia ou as tecnologias de informação serão alguns dos temas em destaque.

O congresso terá como lema central “Degrau a degrau, construir o futuro” que, segundo Narciso Oliveira, presidente do congresso, “resulta na inspiração e na dinâmica dos internistas na vontade de fazer melhor pelos nossos doentes, com a persistência e a dedicação necessárias à superação das dificuldades que diariamente enfrentamos”.

A submissão de trabalhos deverá ser feita até 19 de fevereiro de 2020 e as inscrições para o congresso até dia 16 de abril de 2020, devem ser efetuadas online: https://www.spmi.pt/26congresso/inscricoes-congresso/.

 

 

 

Dados DGS
Dos cerca de 312 mil beneficiários do cheque-dentista para consultas e tratamentos, 106 mil não utilizaram os cheques-dentista...

A taxa de não utilização destes vales que o Estado dá a certos grupos da população (como crianças e grávidas) para serem usados em clínicas e consultórios privados ronda os 30%, mas atingiu em 2019 o valor mais alto desde 2014: 33,8%.

“Não prevemos que haja um grande aumento [da percentagem de utilizadores], porque há muitas pessoas que têm seguros de saúde ou a ADSE”, explica à mesma publicação Margarida Jordão, da equipa de Saúde Oral da DGS.

Este facto pode dever-se a falhas das escolas e centros de saúde (onde são distribuídos os cheques-dentista); ao facto de os encarregados de educação (no caso das crianças, as principais beneficiárias) deixarem passar a validade do voucher e à falta de vontade de mudar de profissional de saúde oral.

 

Iniciativa
A Associação Nacional de Centros de Diálise (ANADIAL) vai realizar várias sessões de esclarecimento sobre a doença renal...

São cinco as instituições que vão receber estas ações de consciencialização e cujos alunos vão ter oportunidade de aprender como cuidar da saúde dos seus rins: Escola Básica Júlio Dinis, em Gondomar, Escola Secundária de Santa Maria da Feira, Escola Básica Dr. Abranches Ferrão, Escola Secundária de Seia e Agrupamento de Escolas Severim de Faria, em Évora.

“A ANADIAL está empenhada em aumentar a visibilidade pública da doença renal e em consciencializar a população para a importância da sua prevenção, mobilizando-a (em particular os mais jovens) nesse sentido. Para isso, iremos promover diversas ações de consciencialização, ministradas por médicos e enfermeiros, em escolas básicas e secundárias de norte a sul do país”, explica Jaime Tavares, presidente da ANADIAL. E adianta: “Esperamos com esta iniciativa contribuir para a promoção de programas de prevenção, que contribuam para reduzir a incidência da doença renal crónica.”

A campanha “A vitória contra a doença renal começa na prevenção” conta com o apoio da Associação de Doentes Renais de Portugal, da Associação Portuguesa de Enfermeiros de Diálise e Transplantação, da Associação Portuguesa de Insuficientes Renais, da Sociedade Portuguesa de Nefrologia e da Sociedade Portuguesa de Transplantação.

A doença renal crónica carateriza-se pela deterioração lenta e irreversível da função dos rins. Como consequência da perda desta função, existe retenção no sangue de substâncias que normalmente seriam excretadas pelo rim, resultando na acumulação de produtos metabólicos tóxicos no sangue (azotemia ou uremia). Os doentes com diabetes, hipertensão arterial, obesidade e historial familiar de doença renal podem estar em risco de desenvolver esta doença.

Para prevenir a doença renal crónica, é necessário: vigiar o peso; ter uma alimentação saudável, com redução do consumo de gorduras e de sal, bem como das porções; deixar de fumar (os fumadores têm uma probabilidade três vezes maior de apresentar uma função renal diminuída); fazer exercício físico; controlar a hipertensão e a diabetes; não beber álcool; não proceder a automedicação; e fazer rastreios regulares.

Sistema auditivo
Vento e baixas temperaturas podem ser prejudiciais para o sistema auditivo.
Homem com o dedo no ouvido e sinal de dor

De acordo com o Institute of Health Metrics and Evaluation (IHME) a perda auditiva é a patologia mais frequente no Mundo.

As otites médias, caracterizadas pela acumulação de fluidos no ouvido interno, podem ser responsáveis por esta situação.

60% dos casos de otite são diagnosticados no Inverno. A explicação está na diminuição das defesas das mucosas das vias aéreas.

Durante esta época, as pessoas passam a frequentar mais ambientes fechados que, em conjunto com a instabilidade climatérica, aumentam consideravelmente o risco de transmissão de bactérias.

Por outro lado, um estudo recente da Universidade de New Castle conclui que as infeções, que nos afetam durante a infância, como as otites, podem levar ao desenvolvimento de problemas auditivos depois dos 60 anos.

Estes são alguns dos motivos pelos quais não deve descurar a saúde dos seus ouvidos. E para o ajudar elaborámos uma lista de cuidados a ter, sobretudo durante esta estação:

1. Seque bem os ouvidos depois do banho com a ajuda de uma toalha

2. Evite usar cotonetes ou outros objetos finos para limpar os ouvidos. Estes podem, para além de empurrar a cera, perfurar o tímpano

3. Se necessário, use gorros ou tapa-orelhas para proteger os ouvidos do frio

4. Proteja-se de gripes e constipações e tenha especial atenção às infeções do trato respiratório superior

5. Mantenha o nariz limpo para evitar que as bactérias se acumulem e passem para os ouvidos através do canal que os liga

6. Aposte numa dieta rica em vitaminas, em particular vitamina B12 - que se pode encontrar no leite e derivados, ovos e carnes vermelhas -, uma vez que ajuda a fortalecer o sistema auditivo

7. Consulte o médico se desenvolver sintomas que possam sugerir infeção no ouvido como dor, vermelhidão, inchaço ou febre.

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Dor de ouvido

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As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico, Enfermeiro, Farmacêutico e/ou Nutricionista.
Técnica inovadora
O serviço de Oftalmologia do Centro Hospitalar Universitário Lisboa Norte (CHULN), liderado pelo médico Walter Rodrigues, é...

O CHULN realizou quatro destas cirurgias nos últimos meses e prevê realizar mais três transplantes até ao final de janeiro com recurso a esta técnica inovadora, usada em poucos centros a nível mundial, que se mostra 100% eficaz em casos que até há pouco tempo não tinham solução.

O buraco macular atinge a espessura total na parte central da retina, a mácula, responsável pela visão fina, central e das cores. Tem uma prevalência de 0.3% em pessoas com mais de 55 anos de idade. Até 1990 não havia tratamento cirúrgico conhecido para este problema. A partir dessa altura surgiram técnicas que permitiram encerrar os buracos maculares em algumas situações e hoje a taxa de sucesso ronda já os 90%. No entanto, nos casos em que não se conseguia o encerramento ou quando os buracos maculares tinham grandes dimensões, não havia mais tratamento possível.

A partir de 2017, surgiram técnicas para estes casos particulares, como o transplante de retina autólogo, cirurgia introduzida no CHULN por Carlos Marques Neves, diretor da Clinica Universitária de Oftalmologia. Em meados de 2019, o Centro Hospitalar Universitário Lisboa Norte evoluiu para o encerramento do buraco macular com transplante de membrana amniótica, tendo realizado já quatro cirurgias, todas com 100% de sucesso.

“Muito recentemente passámos a realizar uma intervenção ainda mais eficaz, com membrana amniótica, da placenta”, explica a Mun Faria, médica oftalmologista e coordenadora do departamento de Retina Cirúrgica do CHULN, que adianta os pormenores desta técnica inovadora. «Colocamos uma porção de membrana no buraco macular e temos conseguido uma taxa de encerramento de 100%, com os doentes a recuperarem a visão».

Uma descoberta que pode abrir portas para outros tratamentos. “É uma solução de continuidade num tecido nervoso”, sublinha a Mun Faria. “Nós sabemos que quando há lesão num tecido nervoso não há recuperação. O globo ocular tem na sua zona central uma extensão do sistema nervoso, com camadas de células nervosas. Conseguindo estes resultados, não só tratamos os doentes como podemos abrir perspetivas para novos tratamentos neurológicos”.

 

Entrada gratuita
No dia 11 de janeiro, a Associação de Apoio aos Doentes com Insuficiência Cardíaca, em parceria com a Clínica de Insuficiência...

“A AADIC tem como objetivo fomentar a divulgação da insuficiência cardíaca e melhorar o diagnóstico e tratamento desta patologia e, acima de tudo, melhorar a qualidade de vida dos doentes e seus familiares. Nesse sentido, pretende realizar um ciclo de workshops em vários hospitais, tendo já realizado dois, um em Lisboa e outro em Setúbal.

 A cidade de Penafiel recebe o III workshop, que conta com a intervenção de vários especialistas, que pretendem esclarecer sobre os sinais e sintomas da insuficiência cardíaca, como se trata esta patologia, a importância da atividade física adaptada e de uma alimentação equilibrada e saudável nos doentes com insuficiência cardíaca ”, explica o Dr. Luís Filipe Pereira, presidente da AADIC.

 O III Workshop “Juntos na Insuficiência Cardíaca” decorre em parceria com a Clínica de Insuficiência Cardíaca do Centro Hospitalar Tâmega e Sousa, no dia 11 de janeiro, sábado, entre as 8h30 e as 13h00, e apresenta um programa científico, com a participação dos profissionais de saúde do Centro Hospitalar e relatos na 1ª pessoa de doentes com insuficiência cardíaca e seus cuidadores.

 

Violência contra profissionais de saúde
O Governo vai criar um gabinete de segurança na saúde, na dependência da Ministra da Saúde, para ter uma abordagem mais...

No final de uma reunião com o Ministro da Administração Interna, a Ministra da Saúde, Marta Temido, referiu que este gabinete será uma estrutura semelhante ao que existe na área governativa da Educação “para a saúde escolar e que terá uma função de apoio técnico” à área governativa da Saúde “para que possamos ter uma abordagem mais sistemática dos problemas da violência contra os profissionais de saúde”.

Oficial de segurança

Eduardo Cabrita, por sua vez, referiu que será colocado um oficial das forças de segurança junto do gabinete da Ministra da Saúde, e que será responsável por coordenar a avaliação das “áreas de maior risco”, já identificadas, bem como avaliar “as características físicas numa perspetiva de segurança de algumas instalações de saúde, fundamentalmente de hospitais e, se necessário, de centros de saúde para que sejam dadas as recomendações adequadas que permitam melhorar as condições de segurança dos profissionais e dos utentes do Serviço Nacional de Saúde”.

Marta Temido disse que espera, com esta medida, “intervenções mais pró-ativas de formação dos profissionais de saúde para lidar com episódios deste tipo” e “um diagnóstico daquilo que sejam as eventuais insuficiências ou falhas” das instalações físicas em termos de proteção de quem nelas trabalha. Pretende-se ainda obter “aconselhamento em estratégias preventivas e de instituição de uma cultura de não tolerância face às ações de violência contra os profissionais de saúde para garantir que estão a trabalhar em segurança”. O objetivo é que os profissionais de saúde não sejam vítimas de “nenhum tipo de agressão, seja física ou verbal”, frisou.

A reunião entre os dois ministros, em Lisboa, teve como objetivo analisar os episódios recentes de violência e estudar novas medidas para garantir a melhoria da segurança de todos os profissionais que trabalham nas unidades de saúde.

Cerca de 1000 casos em 2019

De acordo com dados do Governo quase 1000 casos de violência contra profissionais de saúde no local de trabalho foram reportados até ao final de setembro de 2019.

Os dados disponíveis indicam também que, só nos primeiros nove meses de 2019, foram reportados 995 casos na plataforma criada pela Direção-Geral da Saúde, envolvendo vários grupos profissionais.

Em 2018, foram comunicados 953 casos, sendo as injúrias o principal tipo de notificação, representando cerca de 80% do total.

Em doentes que receberam transplante de medula óssea
A Autoridade Nacional do Medicamento e Produtos de Saúde acaba de aprovar o financiamento do letermovir, antivírico que previne...

Os doentes CMV-positivos submetidos a um transplante alogénico de células estaminais hematopoiéticas (TCEH) correm elevado risco de reativação do CMV devido à imunossupressão a que são sujeitos. A infeção por CMV é uma complicação clinicamente significativa comum nestes doentes e qualquer grau de reativação do CMV após o transplante está associado ao aumento da mortalidade. Atualmente, existem três tipos de abordagens disponíveis: profilática, preemptiva e tratamento, sendo que as duas últimas não previnem a reativação do CMV.

O letermovir está indicado na profilaxia da reativação e da doença por citomegalovírus (CMV) em adultos CMV-positivos recetores [R+] de um TCEH alogénico. O letermovir é um medicamento antivírico first-in-class que inibe a replicação do CMV por inibição do complexo terminase do CMV.

Esta aprovação tem por base um ensaio clínico de fase III (P001) em que o letermovir demonstrou eficácia superior ao placebo no endpoint primário (infeção por CMV clinicamente significativa à semana 24). Um número significativamente inferior de doentes no grupo letermovir (37,5%, n=122/325) em comparação com o grupo placebo (60,6%, n=103/170) desenvolveu infeção por CMV clinicamente significativa, interrompeu o tratamento ou apresentou dados em falta até à semana 24 pós‑TCEH [diferença do tratamento: -23,5 (intervalo de confiança de 95% -32,5 a -14,6), (p<0,0001)]. A eficácia favoreceu de forma consistente o antivírico nos subgrupos incluindo risco baixo e elevado de reativação do CMV, regimes de condicionamento e regimes imunossupressores concomitantes.

Este medicamento demonstrou ainda benefícios significativos em comparação com o placebo no tempo para infeção ou doença por CMV clinicamente significativa até à semana 24 pós-TCEH (taxa cumulativa de 18,9% vs. 44,3%, teste de Log-rank estratificado, valor p bilateral <0,0001). Não houve diferenças na incidência ou no tempo para engraftment entre o letermovir e os grupos placebo.

Neste estudo, as reações adversas mais frequentemente notificadas, que ocorreram em pelo menos 1% dos doentes no grupo do antivírico e com uma frequência superior ao do grupo do placebo foram: náuseas (7,2%), diarreia (2,4%) e vómitos (1,9%). As reações adversas mais frequentemente notificadas que levaram à descontinuação do letermovir  foram náuseas (1,6%), vómitos (0,8%) e dor abdominal (0,5%).

“Esta decisão de financiamento vem alterar o paradigma da gestão do CMV nos doentes submetidos a transplante alogénico de medula óssea, do tratamento para a prevenção da reativação e da doença por CMV. Com esta inovação, sentimo-nos orgulhosos por continuar a fazer a diferença na área das doenças infeciosas ”, referiu o diretor geral da MSD Portugal, Vitor Virgínia.

Parecer chega ao Parlamento
O presidente da Associação Portuguesa de Bioética (APB), Rui Nunes, entregou hoje na Assembleia da República um parecer com...

“Volvidos quase oito anos após a legalização do Testamento Vital a maioria dos portugueses desconhece a sua existência”, salienta Rui Nunes, considerado o “pai” desta medida que permite aos utentes estabelecer os cuidados de saúde que deseja ou não receber caso, por qualquer razão, se encontre incapaz de expressar a sua vontade pessoal e autonomamente.

Atualmente são cerca de 25 mil os registos existentes do Registo Nacional do Testamento Vital (RENTEV) o que se explica, de acordo com o presidente da APB, “pela falta de literacia em saúde da população, pela escassa mobilização de médicos e outros profissionais de saúde para a capacitação dos doentes e familiares, bem como a ausência de uma estratégia educativa na escola, desde logo na área da educação para a cidadania, e pela falta de uma estratégia que promova esta discussão em jovens na fase formativa da personalidade”.

Com o intuito de aumentar o conhecimento da população sobre a existência do RENTEV e, consequentemente, aumentar o número de registos efetuados, no parecer entregue esta manhã ao Vice-presidente da Assembleia da República, António Filipe, a APB propõe uma alteração da legislação de modo a determinar que na admissão hospitalar, tanto no setor público, como no privado ou social, existam condições para que os utentes e suas famílias sejam adequadamente informados desta possibilidade.

De acordo com o presidente da APB, “não está aqui implícita a obrigatoriedade de todos os utentes efetuarem o seu registo, pois qualquer pessoa é, e será sempre, livre de querer ou não efetuar uma diretiva antecipada de vontade”. “O que se pretende com esta alteração agora proposta à Casa da Democracia, é que sejam criadas condições para a informação fluir com maior facilidade e assim chegar mais facilmente aos utentes dos hospitais portugueses”, adianta.

Rui Nunes assegura que esta medida não implica um significativo aumento de custos para o Ministério da Saúde nem exige grandes alterações a nível organizativo. “Trata-se apenas de dotar o pessoal administrativo responsável pela admissão de doentes dos conhecimentos básicos para proceder a este tipo de informação, sinalizando o utente para um profissional de saúde quando se pretenda obter esclarecimentos adicionais sobre o tema”, explica.

Para a implementação desta alteração à lei, assevera o “pai” do Testamento Vital, “é suficiente utilizar algum tempo do pessoal administrativo bem como, complementarmente, elaborar um folheto explicativo onde conste uma descrição sumária das opções possíveis”.

“O sistema de saúde português tem a obrigação de se adaptar a uma evolução civilizacional ímpar da nossa sociedade, pelo que deve assumir a responsabilidade de contribuir para uma melhor formação da população portuguesa”, assegura Rui Nunes. Concluindo que, desta forma, “se contribui para o respeito dos direitos inalienáveis dos doentes à informação e ao consentimento”.

 

Curso
O Núcleo de Estudos de Formação em Medicina Interna (NEForMI) da Sociedade Portuguesa de Medicina Interna (SPMI), vai realizar...

Este curso, em formato b-learning, destina-se a estabelecer fundamentos sólidos de investigação clínica em especialistas e internos de Medicina Interna. A coordenação é da responsabilidade de José Mariz e de Nuno Bernardino Vieira e conta com a seguinte equipa de formadores: Andreia Vilas-Boas, José Mariz, Inês Chora, Nadine Santos e Nuno Bernardino Vieira.

A par de conceitos básicos de Epidemiologia, serão abordadas questões éticas e de aplicabilidade da investigação clínica à realidade portuguesa. Paralelamente, serão dados os fundamentos para a utilização de ferramentas em investigação, procurando que os conceitos ministrados se adaptem a um projeto de investigação clínica concreto, que irá sendo desenvolvido pelos alunos do curso, em grupos. No final, será realizado um mini-congresso, onde cada um dos alunos irá apresentar o seu projeto de investigação e tentar convencer um júri de peritos para obter a sua aprovação de realização e financiamento.

A principal finalidade do curso passa por fomentar o desenvolvimento da atividade de investigação clínica no seio dos Internistas portugueses, dotando-os das ferramentas necessárias e do know-how essencial para a elaboração e aplicação prática dum projecto de investigação.

 

Infeção bacteriana
A escarlatina é uma doença infeciosa aguda, causada por uma bactéria chamada estreptococo beta hemol
Rapaz de boca aberta a verem-se as amigdalas

Por ser a altura do ano em que ocorrem mais infeções respiratórias e em que as crianças passam mais tempo fechadas em locais pouco arejados, o inverno é a estação em que se regista maior número de casos de escarlatina – uma doença que resulta não da ação direta do estreptococo em si, mas antes de uma reação de hipersensibilidade às toxinas produzidas por esta bactéria e que resulta nas tão característica manchas na pele. Quer isto dizer que, embora o estreptococo responsável pela escarlatina seja o mesmo que está na origem da amigdalite ou faringite, a escarlatina é, por assim dizer, uma complicação desta infeção bacteriana.

O contágio é feito de pessoa para pessoa, através de gotículas de saliva ou secreções infetadas, provenientes de doentes ou de portadores sãos (ou seja, pessoas saudáveis que transportam a bactéria na garganta ou no nariz sem apresentarem sintomas).  

Sintomas e tratamento

Com um período de incubação que pode ir de um a sete dias - embora seja habitual os sintomas surgirem ao fim de dois a quatro dias -, a doença manifesta-se de forma abrupta com febre (que pode ser alta nos dois primeiros dias e manter-se baixa até uma semana), mal-estar, dores de garganta, dores musculares, dores de barriga, por vezes náuseas e/ou vómitos, e prostração.

A erupção cutânea surge geralmente entre 12 a 48 horas após o início da febre, afetando inicialmente o pescoço e o tronco, e só depois a face e os membros. As manchas, de cor avermelhada e com o tamanho da cabeça de um alfinete, tendem a ser mais intensas na face, nas axilas e nas virilhas.

A língua também pode ser atingida, apresentando-se inicialmente pálida e depois avermelhada (com o aspecto de um morango) devido ao aumento das papilas.


As manchas vermelhas, visíveis na língua, devem-se à dilatação dos vasos sanguíneos da pele, provocada por uma toxina produzida pelo Estreptococo

Numa fase mais tardia pode ocorrer a descamação da pele.

Quanto ao seu tratamento, este é feito com a administração de antibióticos - penicilina ou amoxicilina - e tem como objetivo reduzir a duração e gravidade da doença, assim como prevenir a sua transmissão. Nos doentes com alergia à penicilina o medicamento habitualmente utilizado é a eritromicina.

Os doentes são ainda aconselhados a ingerir alimentos moles e a aumentar a ingestão de líquidos durante o período de tratamento.

Principais complicações da escarlatina

A escarlatina pode apresentar complicações durante a fase aguda da doença, ou estas surgirem semanas após o seu tratamento.

As complicações na fase aguda da doença resultam essencialmente da disseminação da infeção por estreptococos a outros locais do organismo, causando otite, sinusite, laringite ou meningite, por exemplo.

Já as infeções tardias, que surgem após o tratamento da doença, podem incluir febre reumática (lesão das válvulas do coração) e a glomerulonefrite (lesão do rim que pode evoluir para insuficiência renal). No entanto, embora estas complicações sejam potencialmente graves, são bastante raras.

Diagnóstico e outros cuidados

Embora o diagnóstico de escarlatina seja feito com base na observação clínica (associação de febre, inflamação da garganta e erupção puntiforme de cor vermelho vivo e de distribuição típica), deve ser confirmado através da pesquisa do estreptococo. A confirmação da doença também pode ser feita após tratamento através de exames de sangue (ou seja, testes serológicos).

Quanto a outros cuidados, quando doente a criança deve ficar em casa para evitar o contágio. Os beijos devem ser evitados e não deve partilhar os seus talheres ou beber água pelo mesmo copo. Além disso, deve incentivar-se a lavagem frequente das mãos com água e sabão.

O regresso à escola pode ser feito após 24 horas do início do tratamento mas sempre com a indicação do seu médico.

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Iniciativa
A Fundação AFID Diferença instituída pela AFID - Associação Nacional de Famílias para a Integração da Pessoa com Deficiência –...

A AFID criou um calendário com o tema “espírito Olímpico e Paralímpico” no qual aparecem ilustradas 12 das modalidades que estarão representadas em Tóquio, aquando dos Jogos. Assentado no espírito Olímpico “CITUS” – mais rápido, “ALTIUS” – mais alto e “FORTIUS” mais forte, o projeto da Fundação AFID Diferença representa no seu calendário Boccia, Salto em comprimento, Salto com vara, Halterofilismo, Natação – estafeta -, Natação Sincronizada, Rugby, Atletismo – maratona -, Judo, Boxe e Ténis.

Protagonizado por clientes e colaboradores da Fundação, a AFID, pretende, com isto, associar-se à valorização do desporto de forma a homenagear o espírito Olímpico e Paralímpico, cujo lema - Citus, Altius e Fortius -foi proposto por Pierre de Coubertin – Fundador dos Jogos Olímpicos da Era Moderna - durante a criação do Comité Olímpico Internacional, em 1894, e introduzido nos Jogos de Paris em 1924. 

O presidente do Conselho de Administração da Fundação AFID Diferença, Domingos Rosa, conta que “o desporto para Pessoas com Deficiência foi concebido inicialmente como uma experiência clínica”, mas que atualmente “é visto de uma forma diferente, isto é, o seu alcance vai além da terapia. Hoje o desporto contribui para a (re)integração da Pessoas com Deficiência na comunidade, assumindo o conceito de Normalização”, acrescentando ainda que o desporto surge como uma “forma positiva de integração é a competição entre atletas com e sem Deficiência, criando motivação extra para a prática desportiva, sendo este o aspeto mais importante para a obtenção de boas performances; ao estar motivado o valor terapêutico, psicológico e o conceito de normalização estão implícitos”.

Com a ideia base das imagens, Paulo Castanheira – fotógrafo do calendário -, explica que “este ano foi para dar voz aos cuidadores e utentes de todas as valências da Fundação AFID Diferença. Em 2020 realizam-se os Jogos Olímpicos e Paralímpicos, em Tóquio, cujo ideal é enaltecer a amizade, a excelência, o respeito, bem como a determinação, a coragem, a igualdade e a inspiração.”.

O calendário solidário de 2020 está disponível na sede da Instituição e através do site, por um valor simbólico de 1€ (euro) e uma edição especial de parede com um custo de 1,5€ (euro).

Barómetro
Na primeira semana do ano, o surto de gripe vai alastrar a todo o país, de acordo com a previsão do “Despertador das Farmácias”...

Na Região Autónoma da Madeira, no distrito do Algarve e no concelho de Almodôvar o surto vai atingir o grau 4 (alto). É nestas regiões que se prevê maior afluência aos serviços de saúde. No restante território continental e nos Açores, o surto vai atingir grau 3 (moderado) na primeira semana do ano, mas ainda com tendência para o aumento de novos casos, de acordo com a previsão do Centro de Estudos e Avaliação em Saúde (CEFAR), da Associação Nacional das Farmácias.

«De acordo com os dados provenientes da atividade das farmácias, já alcançámos o nível de atividade epidémica correspondente ao pico de gripe da temporada do ano passado», declara António Teixeira Rodrigues, diretor do CEFAR.  «Como a atividade da gripe ainda deverá continuar a aumentar, podemos dizer que o surto que atravessamos é pelo menos tão severo quanto o anterior», acrescenta.

As farmácias rejeitam qualquer razão para alarmismos, «até porque o surto do ano passado foi moderado».  As pessoas devem é tomar de imediato medidas de prevenção dos contágios, como lavar frequentemente as mãos, evitar ambientes fechados com grande concentração de pessoas e usar lenços descartáveis, aconselham ainda as farmácias.

O “Despertador das Farmácias” prevê a atividade gripal, concelho a concelho, com base nos números diários da dispensa de medicamentos e produtos de saúde. A rede de farmácias atende, em média, 520 mil pessoas por dia. Esse contacto em massa com a população permite antecipar em duas semanas a evolução da epidemia. «Testámos o modelo com os dados reais dos últimos cinco anos. O poder de antecipação das farmácias é uma evidência», declara Peter Heudtlass, investigador do CEFAR.

 

 

Cuidados diferenciados
O Hospital de Guimarães abriu hoje, dia 2 de janeiro, a Unidade de AVC e a Unidade de Cuidados Intermédios de Medicina (UAVC...

As duas áreas funcionais têm capacidade de internamento diferenciado: a Unidade de AVC, para o tratamento específico do Acidente Vascular Cerebral (AVC) e a Unidade de Cuidados Intermédios de Medicina (UCIM), para o tratamento de pacientes mais complexos.

A abertura da UAVC era uma necessidade já identificada há alguns anos aquando da abertura da via verde do AVC e vai permitir um tratamento mais estruturado e com condições de maior segurança clínica, nomeadamente para pacientes mais complexos e de maior gravidade.

Em média, por ano, são internados cerca de 650 pacientes com esta patologia no Hospital de Guimarães. Com esta nova Unidade, pretende-se trabalhar, também, numa política de prevenção através da literacia em saúde, possibilitando-se, sempre que necessário, o acompanhamento do doente após alta hospitalar.

Em relação à abertura da UCIM, esta nova Unidade congrega, ao cuidado de uma mesma equipa médica e de enfermagem com rotinas bem definidas, os pacientes agudos mais complexos do Serviço de Medicina, através de uma estrutura equipada com as mais modernas tecnologias, permitindo suporte de órgão, nomeadamente ventilatório, vascular, metabólico, entre outros.

Com um investimento total de cerca de 500 mil euros, estas duas novas Unidades vão diferenciar os cuidados de saúde prestados, oferecendo-se uma assistência mais rigorosa, personalizada e multidisciplinar.

 

Opinião
Há algumas frases lapidares, que não esquecemos e nos guiam na nossa vida profissional.

Só ouve bem, e tem acesso a toda a informação, com capacidade para a descodificar, quem dá tempo ao outro, e lhe dá a importância de um igual. O tempo, é fundamental para uma relação médico-doente empática, que é uma condição determinante do exercício da medicina com humanidade.

O tempo que concedemos aos nossos doentes está ameaçado. A tecnologia dá-nos acesso ao conhecimento quase instantâneo, mas perturba-nos o olhar e o contacto físico. Às vezes, quase sem nos apercebermos, mostramos como estamos apressados. De soslaio, espreitamos o relógio e fazemos constantes interrupções no discurso do paciente, que deveria ser fluído, para ser completo. Esquecemos a parte não-verbal da comunicação, e estragamos tudo!

Querem tornar a relação médico-doente, património imaterial da humanidade. Acho que faz sentido fazê-lo, nestes tempos conturbados. Será uma forma de a preservar e de recordar o seu valor.

As máquinas terão tendência a substituir com vantagem, muito trabalho médico. Os relatórios dos exames de imagem ou de anatomia patológica, poderão ser feitos por computador, com maior precisão. A cirurgia robótica irá crescer cada vez mais, no local ou até à distância.

Há alguns aspetos do trabalho médico, que a tecnologia não substituirá: o Raciocínio Clínico, a Empatia e a Humanidade. Para tudo isto, o tempo que damos ao nosso doente para nos contar a sua história, não pode ser espartilhado, com índices cegos de produção. Os gestores da saúde têm de valorizar o exercício de uma medicina de alto valor e encontrar formas de medir e auditar a qualidade assistencial.

O financiamento apenas baseado nos números, sejam eles de consultas, internamentos ou cirurgias, já é obsoleto.

É um bom desejo de ano novo, que isto mude. Será bom para a nossa saúde, e para as nossas finanças, que se analisem os resultados, onde se inclui a satisfação dos doentes.

 

Fonte: 
Nota: 
As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico, Enfermeiro, Farmacêutico e/ou Nutricionista.
JAMA Cardiology
A Associação Portuguesa de Hipercolesterolemia Familiar (FH Portugal) juntamente com a World Heart Federation (WHF) e a FH...

De acordo com o comunicado enviado à comunicação social, este artigo identifica as dificuldades de identificação, terapêutica e prevenção da FH assim como nas recomendações estabelecidas para a FH, tendo sido redigido por um painel de médicos especialistas internacionais, autoridades de saúde, Sociedades Médicas e Associações de Doentes com FH de 40 países.

Para que entenda que doença é esta, a FH Portugal explica que se trata de “uma doença hereditária, autossómica dominante (transmite de pais para filhos) e caracteriza-se por valores patológicos de colesterol (C), LDL-C e partículas remanescentes não-HDL-C, sendo frequente em todas as raças e etnias”.

Segundo esta entidade, a deposição precoce de LDL-C nas artérias e tendões inicia-se na vida intrauterina – aterosclerose prematura, motivo pelo qual as crianças e adolescentes devem ser tratados com estilos de vida saudável, terapêutica dietética e/ou farmacológica.

Estima-se que, em todo o mundo, existam 34 milhões de pessoas com esta condição. Em Portugal são cerca de 20 a 30 mil os que sofrem de Hipercolesterolemia Familiar, no entanto admite-se que muitos casos permaneçam desconhecidos.

É importante ainda referir que os indivíduos portadores de FH apresentam um risco 20 vezes maior do que a população geral de doenças cardio-cerebro-vasculares prematuras (DCCV) e morte súbita.

As consequências da FH são evitáveis

A FH Portugal participou na reunião internacional organizada pela FHF e pela WHF para reavaliação e atualização das principais recomendações emitidas pela Organização Mundial da Saúde (OMS) no seu Relatório sobre FH, publicado em 1998. Após 20 anos deste relatório, apenas algumas recomendações foram implementadas em alguns países, contribuindo para que em cada 9 em 10 indivíduos portadores de FH não sejam diagnosticados.

“A Hipercolesterolemia Familiar, FH, é uma causa frequente das DCCV (enfarte do miocárdio, AVC, doença carotídea, doença arterial periférica, aneurismas) e morte súbita prematuras (≤55 anos nos homens e ≤ 60 anos nas mulheres) e que deve ser prevenida e tratada desde a infância e em toda a família”, disse Isabel Mendes Gaspar, coautora do artigo publicado na JAMA Cardiology, médica especialista em Genética Médica e Medicina Interna da FH Portugal (www.fhportugal.pt) e de 5 Centros de Referência Nacionais do Centro Hospitalar Ocidental de Lisboa.

A FH Portugal é membro da European FH Patient Network, FH Global Community e parceira da Red Iberoamericana de Hipercolesterolemia Familiar colaborando com médicos especialistas de todo o mundo, partilhando as melhores práticas médicas e defesa dos direitos dos indivíduos e doentes estabelecidas pela OMS, UNESCO, e Sociedades Médicas, para a identificação, vigilância, prevenção e terapêuticas das DCCVP e morte súbita.

A Global Call to Action on Familial Hypercholesterolemia partilha a informação científica, experiencia de médicos especialistas, informação sobre novas terapêuticas e avanços tecnológicos, contribuindo como um impulso adicional para que autoridades de saúde e governos de cada país se comprometam com a identificação precoce, vigilância, terapêuticas e prevenção das famílias em risco de DCCVP e morte súbita. A FH representa um problema de saúde pública a nível mundial, porque, apesar de ser frequente está subdiagnosticada, subtratada e é desconhecida da maioria da população.

As consequências da FH são evitáveis, mas requerem iniciativas e políticas de saúde eficazes para abordar as questões atuais e reduzir o impacto da doença.

"O sucesso das recomendações específicas que emitimos hoje dependerá do apoio dos governos, e é por isso que, agora, os estamos alertando como uma comunidade mundial", disse Jean-Luc Eiselé, CEO da WHF. “Cada uma das organizações parceiras está focada em alertar para melhorar a informação e expandir o conhecimento, prevenção e terapêutica da FH nos respectivos países. A Global Call to Action on Familial Hypercholesterolemia é uma oportunidade sem precedentes para prevenir doenças cardio-cerebro-vasculares prematuras nas gerações futuras em todo o mundo. ”

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