ADSE
A regularização de faturas por parte da ADSE, contestada pelo privado, vai acabar em breve, segundo a presidente do subsistema...

Em entrevista hoje, a presidente do conselho diretivo da ADSE, Sofia Portela, disse que está a trabalhar para estabelecer uma tabela de preço fixo para os casos em que atualmente os prestadores ainda têm preços abertos e que são depois sujeitos a regularização.

A regularização de faturas referentes a 2015 e 2016, em que a ADSE pede aos privados o pagamento de 38 milhões de euros, tem estado na base da contestação dos hospitais privados, havendo já três grandes grupos a ponderar cancelar convenções com o subsistema de saúde dos funcionários públicos.

Sofia Portela lembra que a regra das regularizações de faturas “é um tema com 10 anos” e que não é de agora.

“Há um passado relativamente às regularizações e queremos que haja um futuro diferente e é nesse sentido que estamos a trabalhar, de uma forma muito séria e rigorosa, para estabelecer uma tabela de preços para cada um destes itens [que ainda têm prelo aberto]. A ADSE está a fazer este trabalho e contamos em breve terminá-lo e, a partir desse momento, em diálogo com os prestadores, vai ser lançada uma tabela com valores fixos e a regra das regularizações desaparece”, afirmou a presidente da ADSE à Lusa.

Recordando que a questão das regularizações foi, em 2009, alvo de assinatura de contratos entre prestadores privados e ADSE, a responsável refere também que neste momento o processo de regularização dos 38 milhões de euros referentes a 2015 e 2016 ainda está em curso.

Segundo Sofia Portela, a ADSE mostrou também já aos privados que tem flexibilidade para encontrar uma “calendarização para esse pagamento”.

A regularização de faturas levou a Associação da Hospitalização Privada a interpor uma providência cautelar a alegar a irregularidade dessas regras, mas o juiz não deu provimento a essa ação. Depois, o então ministro da Saúde Adalberto Campos Fernandes pediu um parecer ao conselho consultivo da Procuradoria-geral da República, que apontou no sentido da legalidade da regra das regularizações das faturas.

A presidente da ADSE recorda que o parecer foi homologado pelos ministérios da Saúde e das Finanças e que já está publicado em Diário da República, o que obriga a ADSE a executá-lo.

Sofia Portela entende que a ADSE “foi flexível em dois campos”: na possibilidade de calendarização do pagamento e no período de contraditório dado aos prestadores.

O período de contraditório para os privados se pronunciarem sobre as farturas a regularizar ainda está a decorrer até ao final do mês, depois de a ADSE ter dado mais 30 dias aos prestadores para um contraditório.

Sofia Portela admite que o valor global de 38 milhões de euros de regularização de faturas possa ser ainda reduzido depois deste período de pronúncia.

“Neste momento estamos numa fase em que os prestadores se estão a pronunciar e a fazer prova de faturas, para que a ADSE tome decisões sobre um valor final. Mas este valor de 38 milhões até pode vir a ser reduzido”, admitiu.

O que está em causa neste processo de regularização são faturas referentes a três áreas – cirurgias, medicamentos do foro oncológico e dispositivos médicos, áreas em que as tabelas da ADSE no regime convencionado têm um preço aberto, que não é fixo, podendo os prestadores cobrar o que entenderem.

Uma vez que o preço é aberto, a regularização serve para a ADSE poder fazer depois uma tentativa de uniformização dos preços.

Sofia Portela sublinha que a ADSE não recebeu até ao momento “qualquer pedido de denúncia de nenhum prestador” privado, embora três grandes grupos tenham comunicado que estão a analisar o tema e dois deles que suspenderam agendamentos de atos médicos para datas depois de meados de abril.

Opinião
Depois de um primeiro evento cardíaco, a maioria das pessoas pode esperar uma vida longa e produtiva

“Doutor, de repente, senti uma dor no peito, uma dor aguda, persistente… Durou muito tempo, um bom período da noite. A certa altura a pressão no peito era tão grande que julguei que ia morrer. Tentei não dar importância, até porque já tinha, de vez em quando, um ardor no peito, um formigueiro. Tentei andar, mas faltava-me força nas pernas, tive vontade de vomitar e deu-me uns suores muito frios e comecei a suar. Não é que eu seja medroso, mas fiquei muito preocupado. O coração mete-nos sempre medo. A minha mulher chamou logo o 112. Foi um enfarte do miocárdio. Agora o que mais me preocupa é que volte a acontecer, que torne a dar-me qualquer coisa.”

As declarações anteriores representam a normal abordagem que um doente tem após sofrer um enfarte agudo do miocárdio. Infelizmente, este não é um caso único. A Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico sublinha que as doenças cardiovasculares (DCV) são a principal causa de morte nos estados membros da União Europeia, com cerca de 36 por cento das mortes em 2010. Apesar de, em 2016, ter havido um decréscimo de 8,1 por cento nos internamentos por doenças do aparelho circulatório, com relevo especial para a diminuição das hospitalizações por enfarte agudo do miocárdio, as DCV foram nesse mesmo ano responsáveis por 29,6 por cento dos óbitos (7.368 mortes), sem haver qualquer alteração no número de mortes por Doença Isquémica Cardíaca, e com um agravar, merecedor de reflexão, da mortalidade prematura abaixo dos 70 anos.

Não surpreende que o nosso doente se sinta assustado e confuso após o enfarte do miocárdio. Mas agora vai querer continuar a viver com esperança e alegria. Vai, naturalmente, receber muitas informações e instruções do seu médico. Vai começar a tomar novos medicamentos que pretendem protegê-lo a ele e ao seu coração. Nasce um “novo” tempo de reflexão, de ponderação, em que se tenta entender tudo o que aconteceu e em que se começa a compreender que também tem uma responsabilidade partilhada, talvez a maior, com o seu médico, com a sua equipa de saúde, na sua recuperação, na diminuição do risco de novos problemas e no prolongar da sua esperança e qualidade de vida. 

Depois de um primeiro evento cardíaco, felizmente, a maioria das pessoas podem esperar uma vida longa e produtiva. Mas cerca de 20 por cento dos doentes, depois dos 45 anos, pode ter um outro episódio cardíaco, especialmente nos primeiros cinco anos após o evento inicial. Por isso, é importante ressalvar algumas recomendações para evitar um novo enfarte, assim como é fundamental apreender que se tem de fazer da prevenção (cardiovascular) uma prioridade:

  • Tome os seus medicamentos tal como lhe foi indicado. Cumpra a sua medicação, nas doses e número de tomas que lhe foram prescritas. Os medicamentos vão diminuir o risco de ocorrência de outro evento cardíaco e cardiovascular. Por isso é importante entender que deve manter a sua medicação e tomá-la corretamente.
  • Mantenha e respeite o acompanhamento regular e indicado pelo seu médico. Faz parte da tal responsabilidade compartilhada. Afinal, é a única maneira do seu médico, e da sua equipa de saúde, acompanharem a sua condição e recuperação clínica. Aproveite ao máximo o tempo de consulta do médico, transmita-lhe as dúvidas, as incertezas e, porque não, também alguns dos seus receios e dos seus sucessos.
  • Participe, sempre que possível, em programas de reabilitação cardíaca. Este é um plano, supervisionado por um médico, que o ajudará a recuperar do enfarte do miocárdio, a melhorar a sua saúde e bem-estar, e a mudar os seus hábitos de vida, através de treino físico, educação e aconselhamento, reduzindo o stress, ao mesmo tempo que pretende diminuir a possibilidade de ocorrência futura de novos aborrecimentos e preocupações. Em princípio deve ter recebido, na altura da alta, indicações para ser encaminhado para a reabilitação cardíaca, mas se por acaso isto não ocorreu, diga ao seu médico que gostava de saber mais sobre reabilitação cardíaca.
  • Mantenha um bom suporte psicossocial. Já dissemos que é normal sentir-se aturdido, preocupado e confuso depois de um enfarte cardíaco. Partilhe essas apreensões com a sua família, com os seus amigos, mas, não se esqueça, também com o seu médico. Às vezes pode ser útil ter um apoio mais diferenciado, com um psicólogo clínico, por exemplo, ou fazer alguma medicação particular, como no controlo da ansiedade desproporcionada.

E não se esqueça de saber quais são os fatores de risco que favoreceram o desenvolvimento e a ocorrência do seu enfarte. Não se esqueça que 55 por cento dos portugueses entre os 18 e os 79 anos tem dois ou mais fatores de risco. Não queira pertencer ao grupo. É preciso reconhecer, tratar e controlar os fatores de risco (a pressão arterial elevada, o colesterol aumentado, a presença da diabetes). Pare de fumar, escolha uma alimentação equilibrada e saudável, mantenha uma vida ativa e, se for caso disso, controle e mantenha o seu peso. Fale com a equipa de saúde sobre os seus fatores de risco e aprenda o que deve fazer para os tratar e controlar. São anos que ganha de vida feliz e saudável, pois você merece.

Dr. Pedro Marques da Silva
Internista e Coordenador do NEPRV (Núcleo de Estudos de Prevenção e Risco Vascular) da Sociedade Portuguesa da Medicina Interna

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As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico, Enfermeiro, Farmacêutico e/ou Nutricionista.
Greve dos enfermeiros
A decisão do Supremo Tribunal Administrativo de admitir a intimação do sindicato dos enfermeiros a contestar a requisição civil...

O advogado, que representa o Sindicato Democrático dos Enfermeiros (Sindepor) neste caso, considerou, contudo, que se tratou de uma decisão “muito importante” do STA porque este tribunal veio reconhecer que a intimação é “o meio mais adequado” para “assegurar a tutela célere e efetiva do direito fundamental à greve”.

O STA, ao admitir a intimação, deu um prazo de cinco dias ao Ministério da Saúde para apresentar a sua defesa.

O Sindepor tinha interposto a intimação na sequência da requisição civil decretada na semana passada pelo Governo como resposta à paralisação dos enfermeiros nos blocos operatórios de quatro dos 10 hospitais onde até final do mês decorre a greve cirúrgica.

A requisição civil, que foi decretada alegando o não cumprimento dos serviços mínimos, abrange o Centro Hospitalar e Universitário de S. João, Centro Hospitalar e Universitário do Porto, Centro Hospitalar de Entre o Douro e Vouga e Centro Hospitalar de Tondela-Viseu.

Contactado, o Ministério da Saúde disse apenas que ainda não foi notificado da decisão do STA.

Segundo os dados divulgados na segunda-feira pelo Ministério da Saúde, 2.657 cirurgias (56%) foram adiadas na primeira semana da greve, que decorre desde 31 de janeiro.

 

InSignals Neurotech
Um grupo de investigadores portugueses criaram um dispositivo wireless vestível que avalia a rigidez do pulso para apoio a...

O aumento da rigidez muscular é um dos principais sintomas da doença de Parkinson, que é frequentemente tratada com o implante de elétrodos de estimulação cerebral profunda quando as drogas não têm mais efeito. Durante a cirurgia, os médicos avaliam a rigidez do pulso, de forma a decidir qual a melhor posição para o implante, escreve o Sapo.

Esta cirurgia, hoje em dia, é feita por dois cirurgiões que manipulam manualmente o pulso, o que significa que a avaliação subjetiva que fazem é influenciada pela sua experiência e perceção.

Existem ainda alguns sistemas que ajudam a fornecer uma avaliação objetiva e quantitativa, mas que são, no entanto, complicados de configurar e impraticáveis para uso durante procedimentos cirúrgicos. A tecnologia desenvolvida pelos investigadores responde, assim, a estas necessidades, sendo fácil de configurar e de utilizar pelos médicos durante uma cirurgia.

Inovação já tem nome
A novidade, que conta já com um pedido internacional de patente, é resultado da investigação do Instituto de Engenharia de Sistemas e Computadores, Tecnologia e Ciência (INESC TEC), com o apoio do Hospital Universitário de São João, na área da Engenharia Biomédica. Vai chamar-se InSignals Neurotech.

Aplicações potenciais desta tecnologia desenvolvida pelos investigadores do INESC TEC, e que vão passar a ser comercializadas pela InSignals Neurotech, incluem ajudar instituições farmacêuticas a monitorizar ou a avaliar o impacto de medicamentos novos ou aprovados na redução da rigidez durante os ensaios clínicos.

A mais recente spin-off do INESC TEC já recebeu o interesse por parte de potenciais parceiros industriais e está a tentar celebrar alguns acordos de colaboração para aumentar o número de ensaios clínicos para testar as suas tecnologias – atualmente já realizou dois – em Portugal, Reino Unido e Alemanha.

Para João Paulo Cunha, coordenador do Centro de Investigação em Engenharia Biomédica (C-BER) do INESC TEC e docente na Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto (FEUP), "a criação da empresa que vai chamar-se InSignals Neurotech, juntamente com os parceiros da Frontier IP, vai funcionar como um forte veículo de inovação para consolidar as tecnologias relacionadas com o cérebro que os investigadores do INESC TEC têm vindo a desenvolver desde há vários anos com a Universidade do Porto – através da FEUP e do Hospital Universitário de São João – e, assim, dar um passo para o mercado internacional".

 

Greve dos enfermeiros
O Supremo Tribunal Administrativo admitiu hoje a intimação apresentada pelo Sindicato Democrático dos Enfermeiros Portugueses,...

A informação foi avançada pelo advogado Garcia Pereira, que integra a equipa de advogados que apresentou uma intimação para contestar a requisição civil imposta pelo Governo à greve cirúrgica dos enfermeiros.

Segundo Garcia Pereira, o Supremo Tribunal Administrativo (STA) considerou que, tendo em conta a situação concreta e o processo urgente, a intimação “mostra-se como o mais adequado para assegurar a tutela célere e efetiva do direito fundamental à greve” dos enfermeiros.

O Sindicato Democrático dos Enfermeiros (Sindepor) entregou na segunda-feira a intimação para a proteção de direitos, liberdades e garantias da classe, contestando a requisição civil decretada pelo Governo, que abrange quatro dos 10 hospitais onde decorre a greve em blocos operatórios, conhecida como greve cirúrgica.

No despacho liminar hoje proferido pelo STA, considera-se que “é de admitir a presente intimação”, ordenando-se a notificação da decisão tomada às “entidades demandadas” (Ministério da Saúde) e dando o prazo de cinco dias para que apresentem a sua defesa.

O Governo decretou uma requisição civil aos enfermeiros em greve nos blocos operatórios de quatro dos 10 hospitais onde até final do mês decorre a greve cirúrgica.

Na intimação entregue na segunda-feira ao Supremo Tribunal Administrativo, o Sindicato Democrático dos Enfermeiros pedia ao tribunal que declarasse em 48 horas a nulidade da requisição civil decretada pelo Governo, alegando “especial urgência”, e defende o pagamento de 10 mil euros diários se o executivo mantiver a decisão.

Por considerar a requisição civil de enfermeiros decretada pelo Governo na quinta-feira passada de “insanável invalidade”, o sindicato defende que o tribunal condene a ministra da Saúde “e, solidariamente, todos os membros do Conselho de Ministros, a começar pelo primeiro-ministro” a receber uma sanção compulsória.

O pedido é justificado “dada a relevância dos bens jurídicos violados, o elevado número de pessoas atingidas e a gravidade e elevado grau de intencionalidade da conduta”, lê-se na intimação para a proteção de direitos, liberdades e garantias da classe

O Conselho de Ministros decretou a 07 de fevereiro uma requisição civil na greve dos enfermeiros em blocos operatórios em curso desde 31 de janeiro, alegando incumprimento da prestação de serviços mínimos.

A requisição civil foi feita aos enfermeiros do Centro Hospitalar e Universitário de S. João, Centro Hospitalar e Universitário do Porto, Centro Hospitalar de Entre o Douro e Vouga e Centro Hospitalar de Tondela-Viseu.

Dados divulgados na segunda-feira pelo Ministério da Saúde indicam que a greve, que decorre desde 31 de janeiro, levou ao adiamento de 56% das 4.782 cirurgias previstas na primeira semana da paralisação.

A primeira “greve cirúrgica”, decretada pelo Sindepor e pela Associação Sindical dos Enfermeiros Portugueses (APSE) decorreu em blocos operatórios de cinco centros hospitalares entre 22 de novembro e 31 de dezembro de 2018, tendo levado ao adiamento de mais de 7.500 cirurgias.

Ministério da Saúde
O número de urgências hospitalares registou uma subida ligeira no ano passado, com mais de 6,36 milhões de atendimentos, depois...

Os dados da Administração Central do Sistema de Saúde (ACSS) mostram que entre 2017 e 2018 os atendimentos em urgência nos hospitais do SNS subiram 0,8%, correspondendo a um acréscimo de cerca de 48 mil episódios.

Segundo os números, no total os hospitais públicos receberam no ano passado cerca de 6.366.000 episódios de urgência, o que dá uma média diária superior a 17 mil casos atendidos.

Em 2017, o número de episódios de urgência tinha registado uma redução de 1,4% quando comparado com 2016, indo no sentido dos objetivos traçados pelo então ministro Adalberto Campos Fernandes, que definia, contudo, uma diminuição das urgências mais ambiciosa e que não se concretizou.

Aliás, no relatório do acesso aos cuidados de saúde no SNS de 2017, o Ministério traçava o objetivo de ir reduzindo a atividade dos serviços de urgência e de redirecionar os utentes para cuidados programados de proximidade.

Numa análise temporal mais alargada, de nove anos, 2018 surge como o quarto ano com maior número de urgências registadas, a par com 2010, 2011 e 2016.

De 2010 a 2018, o SNS registou anualmente quase sempre mais do que seis milhões de episódios de urgência, com exceção de 2012, em que se ficou nos 5,93 milhões.

Administração Central do Sistema de Saúde
Os centros de saúde fizeram no ano passado mais cerca de 370 mil consultas nos cuidados primários do que em 2017, representando...

Números da Administração Central do Sistema de Saúde mostram que foram feitas em 2018 mais de 31 milhões de consultas médicas nos centros de saúde e unidades de saúde familiares.

Os números, ainda provisórios, do Ministério da Saúde apontam também para mais consultas realizadas nos hospitais públicos e para uma ligeira redução do número de cirurgias em 2018, ano em que decorreu a primeira greve dos enfermeiros em blocos operatórios.

No que respeita aos cuidados primários, o número de consultas médicas ultrapassou os 31 milhões pela primeira vez desde 2013.

Nos seis anos analisados, 2018 foi o ano com maior número de consultas nos centros de saúde e 2014 foi o ano com número mais reduzido.

Aumentaram também no ano passado as consultas de enfermagem, atingindo um total superior a 19 milhões, um acréscimo de 1,5% em relação a 2017.

Um ligeiro crescimento do número de consultas no SNS foi registado também nos hospitais, com uma variação de 0,8% entre 2017 e 2018, ano em que se fizeram mais de 12,1 milhões de consultas hospitalares.

A variação nas primeiras consultas foi de apenas 0,5%, sendo de 0,9% nas consultas subsequentes, quando comparados valores entre 2017 e 2018.

No caso das cirurgias, os hospitais do SNS registaram no ano passado uma redução de 0,5%, como a própria ministra da Saúde já tinha anunciado na semana passada no parlamento.

Assim, em 2018 os hospitais do SNS realizaram 670.455 cirurgias, quase menos quatro mil do que no ano anterior.

Na semana passada, a ministra Marta Temido tinha destacado na comissão parlamentar de Saúde que as cirurgias tiveram “apenas uma contração de 0,5%”, isto num ano “particularmente difícil”.

A ministra não aludiu diretamente à greve dos enfermeiros em blocos operatórios, mas no final de 2018, entre 22 de novembro e final de dezembro, os enfermeiros estiveram em greve às cirurgias programadas em cinco hospitais público.

Segundo os dados do próprio Ministério da Saúde, a primeira greve cirúrgica levou ao cancelamento ou adiamento de mais de 7.500 cirurgias naqueles cinco hospitais.

Na análise aos dados assistenciais dos hospitais referentes a 2018, volta a haver um incremento da percentagem de cirurgias realizadas em ambulatório, que já ultrapassam os 65%, tendo registado um aumento de dois pontos percentuais face ao ano anterior.

A percentagem de cirurgias feitas sem necessidade de internamento tem vindo sempre a aumentar desde 2013, passando de 55,9% do total de cirurgias nesse ano para 65,5% em 2018.

Estudo
Uma boa noite de sono pode prevenir doenças cardiovasculares ao regular um mecanismo anti-inflamatório que foi identificado por...

Os resultados do estudo, descritos num comunicado do Instituto Nacional do Coração, Pulmão e Sangue dos Estados Unidos, onde a experiência foi feita, serão publicados pela revista científica Nature.

O autor principal do estudo, Filip Swirski, explicou, citado no comunicado, que se trata de um mecanismo biológico em que uma hormona do cérebro, a hipocretina, controla a produção de células inflamatórias na medula óssea e ajuda a proteger os vasos sanguíneos de lesões.

"Este mecanismo anti-inflamatório é regulado pelo sono e diminui quando o sono é frequentemente perturbado ou perde qualidade", defendeu o investigador.

No estudo, os cientistas focaram-se num grupo de ratinhos que foram geneticamente modificados para desenvolverem aterosclerose, doença que se caracteriza pela acumulação de gorduras nas paredes das artérias e que pode dificultar o fluxo do sangue.

O grupo foi dividido ao meio: metade dos roedores foram privados de um sono normal, enquanto os restantes não.

Com o passar do tempo, os ratinhos que tinham perturbações no sono desenvolveram maiores lesões nas artérias, como depósitos de gorduras, do que os animais que mantinham padrões de sono normais. Além disso, os ratinhos com problemas no sono produziram mais células inflamatórias no sistema circulatório e menos hipocretina, hormona do cérebro que terá um papel-chave na regulação dos estados de sono e vigília.

Ao darem um suplemento de hipocretina a ratinhos com aterosclerose e com perturbações no sono, os cientistas verificaram que tendiam a produzir menos células inflamatórias e a desenvolver lesões nas artérias mais pequenas, ao contrário dos roedores com os mesmos problemas de base, mas que não receberam uma dose reforçada da mesma hormona.

Segundo os autores do estudo, os resultados sugerem que a perda da hormona cerebral hipocretina durante noites mal dormidas contribui para a inflamação e a aterosclerose.

Contudo, ressalvam que tem de ser feito mais trabalho de investigação, em particular com pessoas, para se validar os resultados e testar o uso terapêutico da hipocretina em doenças cardiovasculares ou distúrbios do sono.

ADSE
O conselho de administração do grupo Lusíadas Saúde anunciou ontem que está a “analisar opções para a cessação das atuais...

“O conselho de administração do grupo Lusíadas Saúde está a analisar opções para a cessação das atuais convenções existentes com a ADSE, por considerar que o imperativo de garantia de qualidade e segurança clínica dos seus clientes (beneficiários desse subsistema público) poderá vir a ser sistemicamente afetado com as regras e procedimentos atualmente vigentes”, refere o grupo em comunicado.

Segundo o documento, em causa estão as regularizações 'a posteriori' e a definição da tabela de preços.

“A regularização dos preços dos atos médicos 'a posteriori' (mais de dois anos depois nos casos atuais em discussão) por parte da ADSE, sem ter em linha de conta o tratamento e atos prestados a cada cliente, de acordo com as suas necessidades específicas, e sem que o grupo Lusíadas Saúde possa ter conhecimento dos elementos comparadores que pudessem justificar tal redução”, salienta.

Já em relação à tabela de preços, o grupo refere que existe uma tabela “desajustada da realidade atual”.

“Tratam-se de valores incompatíveis com os padrões de segurança e qualidade com que alinhamos a nossa prestação de serviços e com o nível de experiência que fazemos questão de garantir a todos os clientes que nos procuram, incluindo os beneficiários da ADSE”, frisa o comunicado.

O grupo Lusíadas Saúde salienta que no contexto de cessação das atuais convenções, e depois de diversas reuniões internas com as suas unidades operacionais e respetivas direções clínicas, vai assegurar “o adequado acompanhamento e tratamento aos clientes” da ADSE que se encontrem a ser assistidos nas unidades do grupo e que criará uma “tabela própria para que os mesmos beneficiários possam aceder” às unidades de saúde, podendo depois “pedir o reembolso à ADSE em regime livre”.

“O Grupo Lusíadas Saúde continua a manter-se, no entanto, totalmente disponível para a construção de soluções de parceria que garantam um compromisso justo, equilibrado, seguro, previsível e sustentável para todos os intervenientes, passível de garantir, acima de tudo, a qualidade dos atos e a segurança clínica para os clientes das suas unidades de saúde”, explica.

O documento diz ainda que após a análise do conteúdo contratual das convenções em vigor, serão comunicados às partes os procedimentos operacionais relevantes, em especial “quanto aos prazos da cessação das convenções e consequente cessação da marcação de atos em regime convencionado”.

A Lusíadas Saúde tem uma rede de 12 hospitais e clínicas de norte a sul do país.

A ADSE tem estado no centro da atenção mediática e política nos últimos dias, com a suspensão de convenções por parte de dois grupos, a José de Mello Saúde (que gere os hospitais CUF) e o Grupo Luz Saúde.

OMS
A Organização Mundial de Saúde recomendou a toma da vacina da febre amarela para viajantes estrangeiros que tencionem visitar o...

Segundo o comunicado ontem difundido pela organização, a vacina deve ser tomada pelo menos 10 dias antes da viagem, por quem pretender visitem os estados brasileiros do Acre, Amapá, Amazonas, Bahia, Distrito Federal, Espírito Santo, Goiás, Maranhão, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, Pará, Paraná, Piauí, Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul, Rondônia, Roraima, Tocantins, Santa Catarina e São Paulo.

A Organização Mundial de Saúde (OMS), na sua página da internet, declara que, de dezembro de 2018 a janeiro de 2019, registaram-se 36 casos de febre amarela confirmados em humanos, que culminaram oito mortes, em 11 municípios brasileiros.

Desses 11 municípios afetados, nove estão localizados no estado de São Paulo e os outros dois pertencem ao Paraná, estado que desde 2015 não tinha casos confirmados de febre amarela, e que faz fronteira com a Argentina e o Paraguai.

A febre amarela é transmitida por mosquitos e tem como sintomas dor de cabeça, febre baixa, fraqueza e vómitos, dores musculares e nas articulações. Na sua fase mais grave, pode causar inflamação no fígado e nos rins, sangramentos corporais, e pode levar à morte, sendo que a vacina é a forma de prevenção mais eficaz.

Ainda de acordo com a OMS, o Brasil pode estar a atravessar a terceira onda de um surto de febre amarela. A primeira aconteceu durante o período sazonal de 2016–2017, com 778 casos humanos, incluindo 262 mortes, e a segunda durante o período sazonal de 2017–2018, com 1.376 casos em humanos, incluindo 483 mortes.

"Embora seja cedo para determinar se este ano terá os altos números de casos em humanos observados nos dois últimos grandes picos sazonais, há indicações de que a transmissão do vírus continua a propagar-se em direção ao sul e em áreas com baixa cobertura vacinal", diz o comunicado da Organização Mundial de Saúde.

ADSE
A ADSE precisa de 80 mil novos beneficiários nos próximos cinco anos para compensar os que vão abandonando a instituição,...

O mesmo estudo, divulgado em finais do ano passado, mostra que um terço dos beneficiários da ADSE terá mais de 70 anos em 2022 sem a entrada de novos utentes.

Feito por uma consultora a pedido da Associação Portuguesa de Hospitalização Privada, o estudo identifica o envelhecimento e um maior consumo por parte dos utentes como os “principais riscos da ADSE”, sugerindo a necessidade de alargar o universo dos beneficiários, bem como criar regras para moderar o consumo.

A ADSE tem estado no centro da atenção mediática e política nos últimos dias, estando em causa a suspensão de convenções por parte de dois grupos, a José de Mello Saúde (que gere os hospitais CUF) e o Grupo Luz Saúde.

A análise feita a pedido da associação que representa os privados indica que a ADSE “tem sido sustentável”, apresentando saldos positivos, mas a manutenção da situação atual “levará a uma situação de défice a partir de 2021”.

Entre 2012 e 2017 o número de beneficiários da ADSE caiu em média 1,9% ao ano, prevendo-se que a este ritmo o subsistema tenha 1,118 milhões de beneficiários dentro de cinco anos. Para que em 2022 se atinja de novo o atual valor de 1,2 milhões de beneficiários, o estudo sugere que é preciso que entrem no sistema 82 mil.

O estudo mostra ainda que entre 2012 e 2017 o número de renúncias de beneficiários quase duplicou.

O estudo elaborado pela empresa Deloitte identifica como um dos principais riscos à sustentabilidade o padrão de consumo dos beneficiários da ADSE, que consomem em média mais 26% que os utentes dos seguros.

Utentes da ADSE ou dos seguros consomem o mesmo tipo de valências, tendo ambos como utilizações mais frequentes as consultas, seguidas da imagiologia. Contudo, o consumo pelos beneficiários da ADSE é superior.

Os utentes com ADSE têm uma média de 6,7 episódios por ano, enquanto no caso dos utentes dos seguros a média é de 5,3.

É recomendado pela análise encomendada pela hospitalização privada que seja promovida uma “moderação de consumo”, nomeadamente através de mecanismos de regulação, rejeitando que um corte nos preços pagos pela ADSE resolva as questões da sustentabilidade.

A estrutura etária mais envelhecida dos utentes da ADSE em comparação com os dos seguros é uma das explicações para os “consumos mais elevados”.

Aliás, o estudo alerta que, caso não entrem novos beneficiários, a estrutura etária vai envelhecer, conduzindo a um aumento dos níveis de consumo, o que terá impacto na despesa da ADSE.

Quanto à parte financeira, a ADSE mostra-se sustentável por enquanto. Em 2017, as receitas foram de 619 milhões de euros e os custos de 561 milhões, com um excedente de 66 milhões.

Contudo, as previsões do estudo apontam para um défice num futuro próximo, com um saldo negativo de 17 milhões em 2022.

A ADSE, que desde 2012 é um subsistema autossuficiente e sem financiamento do Orçamento do Estado, vive das contribuições dos seus beneficiários. Atualmente, 5,2% de titulares estão isentos de pagamento.

O estudo da Deloitte promovido pelos hospitais privados recorreu aos planos de atividade e relatórios de conta públicos da ADSE e ainda a uma amostra anonimizada de cidadãos em que metade são beneficiários da ADSE e outra metade tem seguro de saúde.

ADSE
Os cinco maiores grupos privados da saúde faturaram à ADSE 878 milhões de euros entre 2015 e 2018, 58,3% da despesa total que o...

A análise do economista, eleito pelos representantes dos beneficiários para o conselho diretivo da ADSE, aponta para “um grande problema de concentração” nos grandes prestadores privados da saúde, referiu Eugénio Rosa.

Nos anos de 2015, 2016, 2017 e 2018, quase 60% da despesa total que a ADSE teve com o regime convencionado (em que os prestadores têm uma relação contratual com o subsistema) foi para cinco grupos privados: Luz, José de Mello Saúde, Lusíadas, Trofa e Grupo Hospitais Privados do Algarve.

“Foram feitas no passado muitas convenções com estes cinco grupos e permitiu-se que dominassem grande parte da faturação da ADSE”, afirmou à Lusa o economista.

Num documento de análise publicado no seu site na Internet, Eugénio Rosa afirma que a “captura da ADSE por parte” dos cinco grandes grupos privados de saúde ajudou esses prestadores a eliminar também a concorrência e a aumentar o “poder sobre a ADSE”.

“É urgente alterar esta situação, reduzindo o poder destes cinco grandes grupos privados e saúde sobre a ADSE, e criar uma situação de maior equilíbrio”, refere Eugénio Rosa no documento publicado no final do mês passado.

O economista ressalva que os cinco grandes grupos privados de saúde são, contudo, “indispensáveis à prestação de serviços aos beneficiários”, mas insiste na necessidade de “assinar novas convenções com pequenos e médios prestadores”.

Ontem, em declarações, Eugénio Rosa sublinha que, ao diversificar as convenções, a ADSE “estaria mais à vontade”, ao mesmo tempo que a concorrência no setor seria impulsionada.

A ADSE tem estado no centro da atenção mediática e política nos últimos dias, estando em causa a suspensão de convenções por parte de dois grupos, a José de Mello Saúde (que gere os hospitais CUF) e o Grupo Luz Saúde.

Dados do final do ano passado da Associação Portuguesa de Hospitalização Privada indicam que quatro milhões de portugueses recorrem por ano aos hospitais privados, sendo que 800 mil são beneficiários da ADSE.

Números da mesma associação mostram que os hospitais privados representam quase metade dos hospitais do país e um terço das camas hospitalares.

"Cleanman"
Uma equipa do Instituto de Ciência e Inovação em Engenharia Mecânica e Engenharia Industrial (INEGI), no Porto, desenvolveu o ...

Em declarações, Ana Reis, investigadora do INEGI responsável pelo projeto, contou que tudo surgiu a "partir da identificação de uma necessidade" por parte de uma empresa de produtos de higiene sediada no Norte do país, que recorreu ao INEGI para a criação do equipamento.

"A empresa contactou-nos e explicou-nos que procurava um sistema que pudesse dispensar toalhetes e que, ao mesmo tempo, estando incorporado no próprio urinol, fizesse a limpeza antibacteriana", afirmou.

O "cleanman", que segundo a investigadora, foi desenvolvido com o propósito de ser o "menos intrusivo possível para os utilizadores", é colocado ao lado do urinol e integra um sistema "inteligente e automatizado".

Assim, após usarem o urinol, "os homens retiram uma toalhita, fazem a sua higiene e colocam-na no vaso coletor, que vai automaticamente esconder os resíduos e ativar a descarga para a higiene do urinol e do cesto onde são colocadas as toalhitas", explicou Ana Reis.

Segundo a investigadora, apesar do sistema incluir "funcionalidades que já existem", é o único que "incorpora tudo num só produto", tornando-se assim "inovador em termos de hábitos".

"Tentamos criar um sistema do qual se conseguisse tirar um toalhete sem tocar em nada, sem odor e sem contacto visual. No fundo, a nossa ideia foi incorporar tudo num só produto, de maneira a ser também mais apelativo para o utilizador", frisou.

Ana Reis adiantou que o "cleanman", apesar de ser ainda "um protótipo", já foi testado no instituto e num restaurante em Ovar, distrito de Aveiro, onde os resultados "foram surpreendentes".

"O equipamento esteve várias semanas em teste, contávamos as pessoas que entravam, fazíamos a contagem do consumo de papéis e depois fazíamos algumas entrevistas, para termos uma ideia da utilização. Os resultados foram bastante interessantes, a maioria dos homens disseram-nos que esta ideia já deveria ter sido feita e que era realmente uma necessidade", contou.

A equipa do INEGI, que já submeteu o pedido de patente europeia, está neste momento a estabelecer contactos com eventuais parceiros para "comercializar o equipamento".

"Este é um produto que torna também a higiene masculina mais eficiente, e que permite melhorar a higiene das casas de banho públicas masculinas", acrescentou.

 

No Porto
Investigadores do Instituto de Saúde Pública da Universidade do Porto desenvolveram um algoritmo que, ao recorrer a um...

Em entrevista, Mariana Farraia, investigadora do Instituto de Saúde Pública da Universidade do Porto (ISPUP), explicou que o estudo, recentemente distinguido pela European Academy of Allergy & Clinical Immunology, surgiu da "necessidade que existe na área, de pesquisar novas tecnologias e ferramentas" que auxiliem os clínicos no diagnóstico e monitorização de doentes com asma.

O estudo, denominado Human Volatilome Analysis To Identify Individuals With Asthma In Clinical Settings, que está agora em fase de revisão para ser submetido a publicação, desenvolveu-se em duas fases: na criação de um algoritmo e na validação clínica, tendo recrutado 207 pacientes do Centro Hospitalar de São João, no Porto.

"O objetivo era testar esta tecnologia [nariz eletrónico] para avaliar asmáticos durante as consultas e perceber de que forma é que a avaliação do ar exalado poderia ajudar no próprio diagnóstico da asma", afirmou Mariana Farraia, adiantando que “existem diferenças no ar exalado de pessoas que têm sintomas de asma".

"Através de um tubo, recolhemos as amostras do ar exalado dos pacientes. As amostras foram posteriormente colocadas no dispositivo, que avaliou e analisou os perfis dos compostos presentes no ar", esclareceu.

Segundo a investigadora, bolseira da Fundação para a Ciência e Tecnologia (FCT), o recurso a este dispositivo médico, que está a ser "amplamente estudado a nível europeu", poderá também vir a ajudar "no ‘target’ de terapias".

"Queremos contribuir para facilitar no diagnóstico desta doença. O diagnóstico da doença é complicado, porque o médico tem de avaliar muitas condicionantes, e a aplicação do tratamento é feita consoante as recomendações internacionais, na medida em que se vai aumentando ou diminuindo as doses consoante o estado sintomático dos doentes", afirmou.

Dados do Inquérito Nacional de Saúde (INS) estimam que em Portugal, a prevalência da asma seja de 5,3%, aproximadamente 530 mil pessoas, sendo que 1,4% dos portugueses sofrem de formas mais graves da doença.

Mariana Farraia adiantou que pretende agora fazer "um estudo longitudinal" e perceber se "as mudanças se traduzem no ar exalado ao nível da monitorização da doença", assim como "se é possível que as mudanças a nível inflamatório e sintomático se reflitam no ar exalado".

O trabalho dos investigadores do ISPUP foi também distinguido, em novembro de 2018, no ISAF - International Severe Asthma Forum, que decorreu em Madrid.

ADSE
A Frente Comum pediu ontem “bom senso” no processo de suspensão das convenções entre grupos privados e o sistema de saúde dos...

“Acho que quem está a ameaçar sob chantagem rescindir os acordos devia pôr na opinião pública todo o dinheiro que já ganhou e que lhe permitiu prosperar e abrir mais hospitais durante estes anos todos”, disse a coordenadora da Frente Comum, Ana Avoila em conferência de imprensa.

Por outro lado, continuou, é preciso “bom-senso e calma” para todas as partes envolvidas se sentarem à mesa para discutir.

O Conselho Geral e de Supervisão (CGS) da ADSE aprovou na terça-feira, por unanimidade, uma resolução na qual apela para um “urgente diálogo” entre os prestadores de saúde e o conselho diretivo do instituto público.

“O CGS apela aos prestadores de saúde e ao conselho diretivo da ADSE para um urgente diálogo que, respeitando a lei e as convenções, permita encontrar soluções adequadas para a prestação de serviços de saúde de qualidade, a preços justos, sem discriminações e garantindo fiabilidade às diferentes entidades envolvidas”, lê-se na resolução aprovada após uma reunião de cerca de cinco horas.

Em discussão esteve a eventual suspensão das convenções com a ADSE por parte de vários grupos privados de saúde, entre os quais o grupo José Mello Saúde (que gere os hospitais CUF) e a Luz Saúde.

ADSE
A Associação 30 de Julho, de defesa dos interesses de beneficiários da ADSE, enviou uma carta aos associados apelando à...

“A gravidade da situação exige o alerta e a intervenção dos beneficiários”, afirma a associação na carta que foi ontem também divulgada aos órgãos de comunicação social.

Para assegurar uma intervenção ativa dos beneficiários da ADSE, e a defesa dos seus interesses, a Associação 30 de Julho anunciou que vai promover sessões de esclarecimento e de debate sobre a situação atual e futura da ADSE.

Sessões nas cidades de Lisboa, Porto e Coimbra estão já agendadas, tendo lugar a primeira em menos de duas semanas, a 25 de fevereiro, em Lisboa.

A associação diz ainda ter solicitado reuniões “com todos” os grupos parlamentares e “reiterado” pedidos de entrevista ao Governo e ao Conselho Diretivo da ADSE, com vista a transmitir as suas preocupações com a situação da ADSE.

"É pois indispensável que o Conselho Diretivo da ADSE e o Governo, responsável pelo modelo de gestão imposto à ADSE e que persiste em não dar resposta às propostas e recomendações do Conselho Geral e de Supervisão, encontrem rapidamente uma solução que defenda os legítimos interesses dos beneficiários utilizadores dos serviços dos hospitais privados com os quais a ADSE tem atualmente convenção, sem prejuízo de assegurar o necessário alargamento da rede a novos prestadores convencionados", defende naquela carta.

Vários grupos privados, entre os quais o grupo José de Mello Saúde e Luz Saúde, pretendem suspender a partir de abril as convenções com o sistema de saúde dos funcionários públicos ADSE, segundo uma notícia do Expresso divulgada na semana passada.

No mesmo dia, o conselho diretivo da ADSE disse não ter recebido "formalmente, de nenhum destes grupos, a comunicação da denúncia ou resolução das convenções em vigor", sublinhando que existem prazos contratuais que têm de ser cumpridos quando se procede à denúncia.

Na terça-feira, o grupo Luz Saúde comunicou aos seus colaboradores o fim das convenções com o subsistema de saúde da função pública a partir de 15 de abril.

“Informamos que os hospitais e clínicas da rede Hospital da Luz se veem obrigados, a partir de 15 de abril, a deixar de prestar os serviços ao abrigo das convenções celebradas com a ADSE. Fazemo-lo com a convicção de que tentámos, até ao limite, encontrar um entendimento com a ADSE", lê-se no comunicado interno.

Também a José de Mello Saúde formalizou na segunda-feira a suspensão da convenção com a ADSE para prestação e cuidados de saúde aos seus beneficiários em toda a rede CUF, podendo evoluir para denúncia definitiva da convenção.

De acordo com uma nota interna da José Mello Saúde, assinada pelo presidente Salvador Mello a que o jornal Expresso teve acesso, a suspensão da convenção com a ADSE tem efeitos a partir do dia 12 de abril.

Já no final de dezembro, a Associação Portuguesa de Hospitalização Privada revelou que alguns prestadores admitiam deixar de ter convenção com a ADSE, após esta ter exigido 38 milhões de euros por excessos de faturação em 2015 e 2016.

ADSE
A ADSE conta com 1,2 milhões de beneficiários, entre funcionários públicos no ativo, aposentados do Estado e familiares, sendo...

O sistema existe há mais de meio século e funciona como uma espécie de seguro de saúde dos funcionários públicos e reformados que, a troco de um desconto mensal de 3,5% sobre o seu salário ou pensão, podem ter acesso a prestadores de saúde privados a preços mais baixos (regime convencionado). Podem ainda optar pelo regime livre, sendo reembolsados mais tarde.

Nos últimos meses, a ADSE tem estado envolta em polémica devido a um diferendo com alguns hospitais privados, já que o instituto público de gestão participada exige a devolução de 38 milhões de euros por excesso de faturação em 2015 e 2016.

Esta situação, que se seguiu a um agitado período de negociação em torno da tabela de preços da ADSE, levou a que dois dos maiores grupos de saúde privados – José de Mello Saúde e Luz Saúde - tenham ameaçado romper as convenções com a ADSE a partir da segunda semana de abril.

Eis alguns pontos essenciais sobre o tema:

ADSE existe há mais de 50 anos
A ADSE (Assistência na Doença aos Servidores Civis do Estado) foi criada em 1963 e os seus beneficiários não efetuavam qualquer desconto para o sistema. No início, abrangia apenas os funcionários públicos no ativo, mas foi sendo alargada aos dependentes, cônjuges e aposentados.

Os beneficiários começaram a contribuir para o sistema de saúde em 1979 com 0,5% do salário, ficando os reformados isentos. Um ano depois, a ADSE foi transformada na Direção-Geral de Proteção Social aos Trabalhadores em Funções Públicas e o desconto aumentou para 1% e assim se manteve durante mais de 20 anos.

Inscrição é facultativa e renúncia passa a ser possível
Em 2006, com o Governo de José Sócrates entraram em vigor várias alterações ao funcionamento e ao esquema de benefícios da ADSE, passando esta a ser equiparada a entidade administradora das receitas provenientes do desconto obrigatório.

A inscrição na ADSE deixou de ser obrigatória e os beneficiários passaram a poder renunciar ao subsistema de saúde, ficando, no entanto, sem hipótese de regressar.

O desconto aumentou em 2007 para 1,5% no caso dos funcionários no ativo e os aposentados passaram a contribuir com 1% da sua pensão, percentagem que foi subindo gradualmente até atingir 1,5%. Os descontos passaram então a constituir receita própria da ADSE.

Contribuição mais do que duplicou durante a ‘troika’
Durante o programa de ajustamento, com o Governo de Passos Coelho, a taxa de desconto dos beneficiários aumentou num primeiro momento para 2,5% e, menos de um ano depois, em maio de 2014, voltou a subir para 3,5%, valor que se mantém até hoje.

Nesse ano, as receitas provenientes dos descontos ultrapassaram 520 milhões de euros (contra cerca de 280 milhões de euros em 2013).

Foi nessa altura que o sistema deixou de receber verbas do Orçamento do Estado e passou a ser suportado integralmente pelos descontos dos beneficiários, tendo registado o seu primeiro excedente, de 63 milhões de euros, em 2015.

Encargos da ADSE com saúde em 2016
De acordo com o último relatório de contas publicado pela ADSE, o universo dos prestadores convencionados, em 2016, abrangeu 1.613 entidades. Cerca de 908 mil beneficiários procuraram a rede da ADSE, enquanto 475 mil optaram pelo regime livre.

De acordo com a demonstração de resultados de 2016, os custos com o sistema de financiamento de cuidados de saúde, suportados diretamente pela ADSE totalizaram 538,8 milhões de euros, um acréscimo de 19,6% face ao ano anterior.

A faturação dos prestadores da rede convencionada aumentou 26,3% entre 2015 e 2016 para 405,3 milhões de euros.

Segundo o relatório, o custo médio de financiamento por beneficiário da ADSE no regime convencionado “tem vindo aumentar substancialmente ao longo dos últimos anos”, tendo crescido 29,6% entre 2015 e 2016, para 331,45 euros. Já o custo médio por beneficiários em regime livre foi de 137,74 euros.

ADSE transforma-se em instituto público
A ADSE passou para a tutela do Ministério da Saúde em 2015 e no ano seguinte foi criada a Comissão de Reforma do modelo da ADSE, tendo esta passado a ser um instituto público de gestão participada a partir de 01 de janeiro de 2017. Foi no final desse ano que começou a ser discutida a atualização das tabelas da ADSE e que estalou o diferendo entre o instituto público e os hospitais privados.

Discussão sobre novas tabelas não foi pacífica
As novas tabelas de preços que a ADSE apresentou ao setor privado motivaram fortes críticas do setor, tendo a Associação Portuguesa de Hospitalização Privada (APHP) considerado que os valores representavam "perdas incomportáveis" para os privados e punham em causa o acesso dos beneficiários aos cuidados de saúde.

O bastonário da Ordem dos Médicos, Miguel Guimarães, em declarações à Lusa em janeiro de 2018, classificou como “absolutamente escandalosos” os preços que a ADSE paga por alguns atos médicos.

“Não me admira que quem gere a medicina privada em Portugal possa recusar ter o seguro da ADSE nestas circunstâncias, disse Miguel Guimarães na altura.

Devolução de 38 milhões de euros agravou discórdia
A discórdia entre os privados e a ADSE agravou-se nos últimos meses quando, em dezembro, o conselho diretivo do instituto público comunicou aos hospitais e clínicas privados que estes teriam de devolver 38 milhões de euros devido a excessos de faturação efetuados entre 2015 e 2016.

A decisão da ADSE teve por base um parecer da Procuradoria Geral da República (PGR) que surgiu na sequência de um recurso à justiça por parte da APHP onde contestava as regularizações.

O que está em causa nas regularizações
Segundo o conselho diretivo da ADSE, os prestadores de saúde podem faturar o valor que entenderem sobre atos médicos, sobretudo medicamentos, dispositivos ou cirurgias, sem que esteja definido um valor máximo. Porém, estão sujeitos a uma regularização posterior, já que em 2009 foi introduzido o princípio da regularização.

Porém, a APHP disse desconhecer o parecer da PGR, sublinhando que o assunto estava a ser dirimido nos tribunais, tendo a associação um outro parecer em seu poder, da autoria de Vital Moreira, a defender exatamente o contrário.

Segundo a associação, “não é razoável pretender fazer regularizações retroativas de faturas conferidas e pagas, com base em valores que ninguém sabe quais são e em que contexto foram praticados”.

Privados ameaçam romper convenções com ADSE
Já no final do ano passado a APHP realizou uma assembleia-geral extraordinária para analisar a situação e o presidente da associação, Óscar Gaspar, contou que alguns prestadores admitiam deixar de ter convenção com a ADSE.

Esta semana, a José de Mello Saúde (que gere os hospitais e clínicas CUF) e a Luz Saúde anunciaram romper as convenções com a ADSE a partir da segunda semana de abril, motivando reações de vários partidos políticos e do Presidente da República, que apelou a um entendimento.

Governo
O Governo vai testar, em projetos experimentais, a possibilidade de os trabalhadores do regime de proteção social convergente...

Esta medida está prevista no Plano de Ação para a Segurança e Saúde no Trabalho na Administração Pública 2020, hoje publicado em Diário da República, no qual o Governo define as medidas que lhe vão permitir ponderar novos modelos ajustados a cada realidade organizacional.

Quanto ao regime de ausência por doença de curta duração, o plano prevê “desenvolver projetos experimentais em organismos piloto” que envolvam a introdução, para os trabalhadores no regime de proteção social convergente, da possibilidade de dispensa de apresentação de atestado médico para ausências até dois dias, e num máximo de sete dias por ano.

Ainda neste âmbito, o plano prevê a avaliação desta introdução de alterações ao regime legal da justificação da doença “que conduza a uma simplificação dos procedimentos e à convergência do regime previsto na Lei Geral do Trabalho em Funções Públicas com o Código do Trabalho”.

O regime de proteção social convergente (RPSC) abrange os trabalhadores admitidos na Administração Pública até 31 de dezembro de 2005 e que estavam inscritos na Caixa Geral de Aposentações (CGA).

O plano de ação determina ainda o controlo das ausências por doença e acidente de trabalho, no sentido de reforçar a eficácia e eficiência dos sistemas de verificação de incapacidades, designadamente nas situações de reincidência de baixas médicas ou baixas prolongadas, bem como dos sistemas de acompanhamento e monitorização em sede de emissão dos Certificados de Incapacidade Temporária.

Quanto a este controlo das ausências por doença e acidente de trabalho, o plano também determina a promoção da realização de projetos experimentais “que visem encontrar soluções inovadoras”.

“A intervenção no quadro da Segurança e Saúde no Trabalho (SST) pode ser facilitada através da atuação em rede”, afirma o executivo no diploma, precisando que a rede colaborativa, através do plano de ação hoje publicado, vai “implementar e reforçar os serviços SST para que todos os trabalhadores” da Administração Pública tenham acesso a estes serviços até ao final de 2020.

A rede é coordenada pelo ministro que tutela o emprego público, em articulação com os membros do Governo responsáveis pelas áreas do emprego e da saúde, e integra o inspetor-geral da Autoridade para as Condições do Trabalho e os diretores gerais da Direção-Geral da Saúde, da Direção-Geral da Administração e do Emprego Público (DGAEP), da Direção-Geral da Qualificação dos Trabalhadores em Funções Públicas, entre outros membros.

Dia Internacional do Preservativo
No Dia Internacional do Preservativo, que se assinala hoje, o GAT apela à criação de um plano nacional de prevenção, que aborde...

Em 2018, o GAT (Grupo de Ativistas em Tratamento) distribuiu cerca de 1,5 milhões de preservativos, muitos dos quais disponibilizados pela organização AIDS Healthcare Foundation Europe (AHF) e pela Direção-Geral de Saúde (DGS). Para Ricardo Fernandes, diretor executivo do GAT, “apesar dos esforços das autoridades nacionais, os preservativos distribuídos pela DGS continuam a ser amplamente insuficientes e não estão a chegar onde deveriam, como por exemplo às escolas”.

De acordo com o estudo “Vida Sem Sida”, publicado em 2018 pela Universidade de Lisboa, um terço dos infetados pelo VIH/SIDA tem menos de 30 anos. Cerca de 97% dos jovens portugueses entre os 18 e os 24 anos estão genericamente bem informados relativamente à importância do preservativo, mas mais de 60% assumem ter relações sem o seu uso. “Estes dados mostram que o problema poderá não estar tanto na falta de informação, mas sim na falta de acesso”, salienta o diretor executivo do GAT.

Ricardo Fernandes vai mais longe, referindo que “mesmo onde os preservativos existem, há sempre entraves ao seu acesso. Nas escolas é preciso passar pelo psicólogo, nos centros de saúde pela consulta de planeamento familiar”. Na visão do GAT, de forma a evitar quaisquer constrangimentos, “os preservativos deviam estar disponíveis em locais de fácil acesso e sem qualquer obstáculo, como em caixas distribuidoras. É urgente criar um plano nacional de prevenção que indique de que forma será feita a distribuição de preservativos para que estejam disponíveis onde são precisos e sem mais barreiras”.

Segundo o estudo “Atitudes e Comportamentos da População Portuguesa face ao VIH” (2015), somente cerca de 19% dos inquiridos utiliza sempre preservativo nas suas relações sexuais. Quase 10% das pessoas concordaria também em ter relações sexuais com um novo parceiro sem utilizar o preservativo e 16% acredita que o material do preservativo não é suficientemente forte para prevenir o VIH. De notar que 76% dos não teve acesso gratuito a preservativos no ano anterior ao inquérito.

Segundo o Programa Conjunto das Nações Unidas para o HIV/SIDA estima-se que, em todo o mundo, 45 milhões de infecções pelo VIH tenham sido evitadas graças ao uso do preservativo desde 1990. Se se atingir a meta de distribuição global de preservativos até 2020, evitar-se-ão 3,4 milhões de novas infecções. O custo por infeção evitada seria de aproximadamente 450 dólares, bem abaixo do custo com o tratamento antirretroviral.

OMS
A Organização Mundial da Saúde publicou ontem uma recomendação para que os fabricantes de smartphones e outros leitores de...

Estes sistemas devem permitir informar os utilizadores destes aparelhos sobre o nível sonoro e a duração da escuta e alertá-los para o perigo, explicou ontem a organização em conferência de imprensa realizada em Genebra, na Suíça.

“Para já, estamos só a basear-nos no nosso instinto” para se saber se o volume de som está demasiado elevado, referiu a consultora de otorrinolaringologia da OMS.

A atual situação “é como se conduzíssemos numa autoestrada sem mostrador de velocidade no carro nem limite de velocidade”, explicou.

“O que propomos é que os smartphones passem a estar equipados com um ‘mostrador de velocidade’, ou seja, um sistema que meça e informe sobre a quantidade de som que está a ser recebida e que indique se o limite está a ser ultrapassado”, acrescentou a especialista.

A Organização Mundial de Saúde propõe também, segundo o Sapo, que seja criado um controlo parental do volume ou uma limitação automática do som.

Cerca de metade dos jovens entre os 12 e os 35 anos, ou seja, 1,1 mil milhões de pessoas, estão em risco de sofrer perdas auditivas devido a “uma exposição prolongada e excessiva a sons fortes”, adiantou a OMS.

"Temos os conhecimentos necessários para evitar a perda de audição, [por isso] não deveria haver tantos jovens a prejudicar a sua audição para ouvir música", sublinhou o diretor-geral da OMS, Tedros Adhanom Ghebreyesus.

Atualmente, 5% da população mundial, ou seja, cerca de 466 milhões de pessoas, incluindo 34 milhões de crianças, sofrem de perdas auditivas, mas a OMS não sabe que parte está relacionada com o uso indevido de dispositivos de áudio.

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