Dados Eurostat
Portugal é um dos dez Estados-membros onde um maior número de famílias classificou os gastos com cuidados médicos, dentários e...

De acordo com a notícia avançada por este jornal, os portugueses estão entre os que mais sentem e se queixam do peso que os cuidados médicos representam nas suas despesas mensais. O mesmo se aplica aos cuidados dentários e aos gastos com os medicamentos. No entanto, ainda há quem considere que as despesas médicas não sobrecarregam o orçamento.

Segundo os dados do Eurostat relativos a 2017, cerca de 34% dos portugueses disseram que os cuidados médicos tinham algum peso no orçamento, e metade apontou que não tinha influência nos gastos.

Também no que toca aos cuidados dentários, aproximadamente um quinto dos portugueses sente o peso dos gastos na carteira. Nesta área já não chegam a metade aqueles que classificam como não sendo um fardo, fixando-se nos 43,9%.

O gabinete de estatísticas da UE realça que aqueles que vivem em agregados familiares de duas pessoas que incluem pelo menos uma pessoa com 65 anos ou mais são os que sentem mais o peso dos cuidados. Também as famílias sem filhos dependentes e os agregados de dois adultos relataram que os cuidados de saúde representam uma pressão para o orçamento.

 

Solução
O grupo José de Mello Saúde, que integra a CUF, comunicou aos beneficiários da ADSE que, tendo em conta a suspensão da...

"Continuamos disponíveis para trabalhar com a ADSE, no entanto, não tendo sido possível, até à data, alcançar uma solução de equilíbrio, disponibilizamos uma tabela de preços que minimiza o esforço dos beneficiários e permite as melhores condições para a utilização do regime livre, nos hospitais e clínicas da rede CUF", diz a mensagem enviada aos beneficiários da ADSE, a que a Lusa teve acesso.

Na missiva, salienta-se que, apesar da suspensão da convenção existente com a ADSE com efeitos a 12 de abril, o grupo José de Mello Saúde, "consciente dos constrangimentos" que tal situação pode causar a todos aqueles que ao longo de anos lhe confiaram a sua saúde, esclarece que permanecem asseguradas as marcações existentes, nomeadamente para todos os tratamentos prolongados, bem como para partos, mesmo que agendados para data posterior a 12 de abril.

Assim, para as marcações para data posterior a 12 de abril foi criada uma tabela especial que teve por base um conjunto de princípios estabelecidos pelo grupo José de Mello Saúde.

Um dos princípios é a criação de preços especiais face a clientes particulares em linha com as principais seguradoras, ou seja, aplicar aos beneficiários "uma tabela de preços equilibrada", em linha com as condições existentes com as principais seguradoras.

A outra regra prende-se com a tabela da Ordem dos Médicos, com a aplicação da tabela de atos médicos.

Pretende-se ainda o reequilíbrio de preços entre rubricas de faturação, ou seja reequilibrar a tabela de preços suprindo desequilíbrios existentes entre as várias áreas clínicas.

"A tabela especial para beneficiários mantém valores na oncologia, imagiologia, fármacos, entre outros, atualiza valores de consultas que se mantinham inalterados há 20 anos, reduz o valor em algumas áreas, nomeadamente nas diárias de internamento", precisa o grupo José de Mello Saúde.

A tabela especial de preços é aplicável a todos os beneficiários da ADSE, sem restrições, o "mais ajustada possível ao regime livre", para posterior pedido de reembolso, esclarece ainda o grupo que detém as clínicas e hospitais CUF.

A José de Mello Saúde explica na mensagem aos beneficiários da ADSE que tentou, durante muito tempo, e "até ao limite do possível", evitar a suspensão da convenção com a ADSE, e manifesta-se "sempre disponível" para encontrar "um entendimento equilibrado e justo" para as partes, que tenha em consideração os superiores interesses dos beneficiários da ADSE.

Opinião
A Associação Portuguesa Contra a Leucemia juntamente com a Sociedade Portuguesa de Hematologia e com

Os linfócitos são uma das 5 variedades de glóbulos brancos que circulam no sangue e que se encontram igualmente na medula óssea e nos gânglios linfáticos.

Há 3 tipos principais de linfócitos: B, T e NK. Todos eles fazem parte do sistema imunitário do nosso organismo e, como tal, desempenham um papel importante nos mecanismos de defesa do organismo.

As neoplasias de linfócitos B resultam da transformação maligna dessas células e classificam-se em leucemias e linfomas de células B.

As leucemias por linfócitos B podem surgir de uma forma aguda com um quadro clínico exuberante e necessitando da rápida instituição de um tratamento de quimioterapia intensiva.

Por outro lado, as leucemias crónicas por linfócitos B, das quais a mais frequente é a leucemia linfática crónica, têm uma apresentação indolente. São muitas vezes detectadas em análises de rotina e podem não necessitar de tratamento durante muito tempo. Tal como tem acontecido em outras formas de leucemia, também nas leucemias linfáticas crónicas o tratamento tem conhecido evoluções significativas.

Se até há poucos anos a quimioterapia era a única alternativa para os doentes que necessitavam de tratamento atualmente não é sempre assim. Graças ao desenvolvimento de conhecimentos baseados na biologia molecular e genética, que permitiram conhecer as alterações moleculares associadas ao desenvolvimento da doença, foi possível desenvolver outras abordagens utilizando medicamentos inovadores. Assim, surgiram medicamentos como o idelalisib e o ibrutinib que bloqueiam as vias intracelulares associadas à proliferação descontrolada das células, e o venetoclax que restabelece os mecanismos que permitem ás células serem eliminadas quando cumprido o seu ciclo de vida.

São medicamentos muito potentes, com efeitos secundários relevantes, mas que permitem controlar a doença quando outras alternativas de tratamento, como a quimioterapia ou a quimio-imunoterapia falharam.

No sentido de promover a investigação neste grupo de doenças, a Associação Portuguesa contra a Leucemia (APCL) e a Sociedade Portuguesa de Hematologia (SPH), com o apoio da Gilead, disponibilizam uma bolsa para investigação, no valor de 15.000€. Destina-se esta bolsa a apoiar um projecto a ser desenvolvido em instituições nacionais, na área das doenças por linfócitos B maduros, com a duração de 1 ano e cujo regulamento pode ser consultado no site da APCL ou da SPH.

Em resumo, o tratamento destas doenças está a travessar uma fase em que situações anteriormente sem alternativa encontram hoje uma possibilidade de tratamento por vezes com resultados verdadeiramente extraordinários.

Prof. Manuel Abecasis - médico hematologista e Presidente da APCL

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Nota: 
As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico, Enfermeiro, Farmacêutico e/ou Nutricionista.
Ordem
A Ordem dos Enfermeiros estranha que uma greve com serviços mínimos decretados por um tribunal arbitral seja considerada...

Numa primeira reação ao facto de o conselho consultivo da Procuradoria-geral da República (PGR) ter considerado ilícita a primeira greve cirúrgica dos enfermeiros, a bastonária Ana Rita Cavaco lembra ainda que seria importante divulgar o resultado da investigação ao fundo que recolheu donativos para ajudar os grevistas.

“Durante semanas os enfermeiros foram fustigados com essas suspeitas e era importa agora divulgar essa informação”, afirma à agência Lusa a bastonária, indicando que o resultado dessa investigação mostra que não há participação de grupos económicos nem da Ordem dos Enfermeiros na recolha de fundos para compensar os enfermeiros em greve.

A forma de financiamento da greve foi um dos motivos que levou a PGR a entender a greve como ilícita. Segundo o parecer, “não é admissível” que os trabalhadores vejam compensados os salários que perderam como resultado dessa adesão, através de um fundo que não foi constituído nem gerido pelos sindicatos que decretaram a paralisação.

O parecer refere ainda que a primeira greve cirúrgica foi ilícita porque a paralisação teve uma modalidade que não constava do aviso prévio emitido pelos sindicatos que a decretaram.

A bastonária afirma que vê com estranheza que “haja uma greve com serviços mínimos decretados pelo tribunal arbitral e que vem a ser considerada ilícita”.

“Há muito ruído à volta do protesto dos enfermeiros e uma coisa sabemos, e é o mais importante, é que o que os enfermeiros pedem é legítimo”, declarou Ana Rita Cavaco.

A Ordem repete ainda palavras do Presidente da República, indicando que importa mais aguardar a decisão do Supremo Tribunal Administrativo sobre a intimação apresentada por um dos sindicatos que contesta a requisição civil determinada pelo Governo em relação à segunda greve cirúrgica, que ainda decorre em 10 blocos operatórios.

Sobre a eventualidade de serem marcadas faltas injustificadas aos enfermeiros em greve, a bastonária recorda que a questão não é nova e que chegou a concretizar-se num protesto que ocorreu há dois anos nos blocos de parto, motivado pelos enfermeiros especialistas em saúde materna e obstétrica.

“Na altura foram efetivamente marcadas faltas e inclusive com perda de vencimento e esses processos ainda decorrem”, indica.

O protesto dos enfermeiros especialistas em blocos de parto também foi alvo de um parecer do conselho consultivo da PGR, tendo a Ordem atacado juridicamente esse parecer, porque era “uma questão que lhe competia”.

O protesto em blocos de parto não era uma greve, não tendo tido o envolvimento de sindicatos. Os enfermeiros s recusavam-se a prestar cuidados especializados enquanto não recebesse enquanto enfermeiros especialistas.

Em sinal de protesto
A Associação Nacional dos Cuidados Continuados (ANCC) anunciou hoje que vai colocar uma bandeira preta nas receções das...

O diferendo com o Governo devido às verbas que a associação reclama tem sido alvo de vários comunicados e tomadas de posição de ambas as partes nos últimos meses.

A associação diz que o Governo está a deixar as Unidades de Cuidados Continuados “numa situação verdadeiramente negra, condenando-as à morte”, ou seja, à falência “pelo facto de pagar abaixo do preço de custo”.

Além da colocação da bandeira, está também a ser solicitado aos trabalhadores das Unidades de Cuidados Continuados que usem uma braçadeira negra, como protesto pelo “desgaste de tratar doentes cada vez mais complexos”, por não auferirem uma melhor remuneração e pelos casos de salários em atraso.

“Muitos já disseram [que vão] aderir”, afirmou a associação em comunicado.

A 13 de fevereiro, o Tribunal Administrativo declarou extinta uma providência cautelar interposta pela ANCC, segundo o Ministério da Saúde.

A ANCC anunciou em 27 de dezembro a providência cautelar contra o Estado português, acusando os ministérios da Saúde e da Segurança Social de não cumprirem com os acordos de cooperação e de colocarem o setor em risco.

A associação promete agora colocar uma ação em tribunal contra o Estado português, que “oportunamente será comunicada” à comunicação social.

Na providência cautelar, a Associação Nacional de Cuidados Continuados reclamava o pagamento de um valor superior a um milhão de euros, tendo por base a não emissão de uma portaria de atualização de preços no âmbito dos cuidados continuados.

PR pede entendimento
O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, afirmou hoje que a ADSE não pode acabar porque é importante para Portugal e...

“Eu acho que estamos todos de acordo quanto ao facto de a ADSE não poder acabar, não vai acabar e, para não acabar, é preciso que haja naturalmente bom senso e capacidade de entendimento para que se resolva aquilo que, neste momento, surgiu como um problema”, sustentou.

O chefe de Estado falava à entrada da 20.ª edição do Correntes d´Escritas, na Póvoa de Varzim, distrito do Porto.

Para Marcelo Rebelo de Sousa, há uma meta clara que assenta no facto de a ADSE ser importante para Portugal e para os portugueses e, por esse motivo, não poder acabar.

O Conselho Geral e de Supervisão (CGS) da ADSE reúne-se hoje com a ministra da Saúde, Marta Temido, após o apelo deste órgão ao "diálogo urgente" entre os prestadores privados e o instituto público.

O encontro, que contará também com a presença do secretário de Estado Adjunto e da Saúde, Francisco Ramos, foi pedido pelo CGS após a última reunião deste órgão consultivo onde têm assento representantes dos beneficiários e do Governo.

Nestes últimos dias tem vindo a público a intenção de grupos de saúde privada, entre os quais a José Mello Saúde (que gere os hospitais CUF), a Luz Saúde e os Lusíadas, suspenderem as convenções com a ADSE a partir de abril.

A ADSE exige o pagamento de 38 milhões de euros aos privados por excesso de faturação referente a 2015 e 2016, uma exigência que é contestada pelos hospitais.

 

Esclarecimento da tutela
O Ministério da Saúde esclareceu hoje que a aplicação de faltas aos enfermeiros em greve será feita caso a caso até ao dia de...

“As faltas relativas ao exercício da greve até à publicação do parecer do Conselho Consultivo da Procuradoria-Geral da República serão consideradas mediante uma análise que terá em conta a forma como cada enfermeiro exerceu a greve”, indica um esclarecimento do Ministério da Saúde.

Fonte oficial do gabinete da ministra explicou que esta análise mediante a forma de adesão se aplica até ao dia de hoje, sendo que a partir de quarta-feira serão atribuídas faltas por adesão à greve a todos os grevistas que cumpram a paralisação dos enfermeiros em curso até ao fim do mês.

“A partir de amanhã [quarta-feira], tendo em conta que este parecer da PGR representa uma interpretação oficial, serão atribuídas faltas por adesão à greve”, diz o esclarecimento.

Numa primeira resposta enviada à agência Lusa, o Ministério da Saúde tinha dito que “as faltas serão atribuídas mediante uma análise caso a caso, contemplando a forma como cada enfermeiro exerceu a greve”. “Tendo em conta que este parecer da PGR representa uma interpretação oficial, as faltas motivadas por adesão a uma greve ilícita serão consideradas a partir de amanhã”.

Contudo, nesta primeira resposta, o Ministério não esclarecia que a análise à forma como cada enfermeiro exerceu a greve valia apenas até quarta-feira.

"A Administração Central do Sistema de Saúde (ACSS) irá emitir uma circular informativa aos hospitais ainda hoje, com orientações relativas aos procedimentos a adotar para cumprimento do parecer, competindo aos hospitais afetados pela greve a posterior operacionalização", acrescenta a tutela.

O esclarecimento do Ministério da Saúde surge na sequência do parecer do Conselho Consultivo da Procuradoria-geral da República, que considera a primeira “greve cirúrgica” dos enfermeiros como ilícita, por ter decorrido de um modo diferente do que constava no pré-aviso e devido à forma como foi feita a recolha de fundos para compensar os grevistas.

No comunicado, a tutela sublinha que o parecer da PGR representa uma interpretação oficial, diz acreditar que os enfermeiros "respeitarão o que está estabelecido no parecer" e considera positiva a suspensão da greve anunciada por uma das estruturas sindicais.

Depois de conhecer o conteúdo do parecer, que se refere à primeira greve dos enfermeiros nos blocos operatórios, que decorreu entre 22 de novembro e 31 de dezembro, a Associação Sindical Portuguesa dos Enfermeiros (ASPE) pediu hoje de manhã que a greve fosse suspensa de imediato, face às ameaças de marcação de faltas injustificadas a quem adere à paralisação.

Num vídeo em direto no Facebook, a presidente da ASPE, Lúcia Leite, pediu aos enfermeiros que têm aderido à greve cirúrgica que “suspendam imediatamente a greve”, mas que “não abandonem a luta”.

“Entendemos que não é o caminho para os enfermeiros entrarem em batalhas judiciais desta natureza”, afirmou Lúcia Leite.

Posição diferente teve a outra estrutura sindical que convocou a paralisação - o Sindicato Democrático dos Enfermeiros de Portugal (Sindepor) -, que disse não abdicar do direito à greve e acrescentou que, se os enfermeiros forem notificados para prescindir desse direito, trabalharão sob protesto e vão apresentar uma queixa-crime contra o Governo.

“Se os enfermeiros forem notificados, por escrito, pelos conselhos de administração, para o facto de terem de prescindir desse direito e serem obrigados a trabalhar, irão trabalhar, mas vão preencher um documento a dizer que estão a ser coagidos e obrigados a trabalhar e a abdicar de um direito como é o direito a greve”, disse à Lusa Carlos ramalho, do Sindepor.

O sindicalista afirmou ainda: “Se formos obrigados, vamos trabalhar, sob protesto, e apresentar uma queixa-crime contra aqueles que nos estão a coagir e ameaçar ilegitimamente”.

No parecer publicado em Diário da República, a PGR considera a greve ilícita e sublinha que os trabalhadores que aderem a uma greve ilícita devem ter faltas injustificadas, sendo as ausências consideradas como infração disciplinar.

Reação do Sindicato Democrático dos Enfermeiros de Portugal
O Sindicato Democrático dos Enfermeiros de Portugal (Sindepor) diz que não abdica do direito à greve e que, se os enfermeiros...

“O Sindepor não vai prescindir daquilo que é um direito legítimo que é o direito à greve. Vamos manter a nossa posição e vamos dizer aos enfermeiros que temos de nos manter em greve”, disse à agência Lusa Carlos Ramalho, do Sindepor.

O responsável acrescentou ainda que, “se os enfermeiros forem notificados, por escrito, pelos conselhos de administração, para o facto de terem de prescindir desse direito e serem obrigados a trabalhar, irão trabalhar, mas vão preencher um documento a dizer que estão a ser coagidos e obrigados a trabalhar e a abdicar de um direito como é o direito a greve”.

“Se formos obrigados, vamos trabalhar, sob protesto, e apresentar uma queixa crime contra aqueles que nos estão a coagir e ameaçar ilegitimamente”, disse Carlos Ramalho, acrescentando: “Lembro que a homologação do parecer da Procuradoria-Geral da República apenas torna oficial aquilo que é uma posição do Governo. Não é uma decisão jurídica”.

Carlos Ramalho falava depois de a outra estrutura sindical que convocou a greve dos enfermeiros aos blocos operatórios – a Associação Sindical Portuguesa dos Enfermeiros (ASPE) – ter pedido para que a paralisação seja suspensa de imediato, dadas as ameaças de marcação de faltas injustificadas a quem faz greve.

Num vídeo em direto no Facebook, a presidente da ASPE, Lúcia Leite, pede que os enfermeiros que têm aderido à greve cirúrgica “suspendam imediatamente a greve”, mas que “não abandonem a luta”.

“Entendemos que não é o caminho para os enfermeiros entrarem em batalhas judiciais desta natureza”, afirmou Lúcia Leite, depois de ser conhecido o parecer do conselho consultivo da Procuradoria-Geral da República (PGR) que considerou a greve ilícita.

No parecer, que se refere à primeira greve dos enfermeiros em blocos operatórios, que decorreu entre 22 de novembro e 31 de dezembro de 2018, a PGR considerou a greve dos enfermeiros ilegal por não corresponder ao pré-aviso e porque o fundo usado para compensar a perda de salário não foi constituído nem gerido pelos sindicatos que decretaram a paralisação.

O documento diz ainda que os enfermeiros, apesar de terem paralisado de forma intercalada, devem perder o salário referente a todo o período da greve.

Quanto ao financiamento colaborativo (crowdfunding) usado pelos enfermeiros, o parecer considera que "não é admissível que os trabalhadores aderentes a uma greve vejam compensados os salários que perderam como resultado dessa adesão através da utilização de um fundo de greve que não seja constituído, nem gerido pelos sindicatos que decretaram a greve".

A segunda e atual greve em blocos operatórios decorre em 10 hospitais até ao fim deste mês, sendo que em quatro unidades está decretada pelo Governo a requisição civil por alegado incumprimento dos serviços mínimos.

Estudo propõe melhoria no acesso aos cuidados de saúde da visão em Portugal
Um estudo realizado pela Nova Healthcare Initiative – Research, da Universidade Nova de Lisboa, revela que 25 por cento dos...

Esta é uma das resoluções apresentadas por este trabalho de investigação, e que visa “a generalização dos programas de rastreio e a redução ou mesmo eliminação dos tempos de espera para consulta de oftalmologia”.

Segundo dados do Ministério da Saúde, apenas cerca de 53 por cento das consultas de oftalmologia são realizadas em conformidade com o tempo máximo de resposta garantida. No entanto, os números apontam para um tempo de espera de cerca de seis meses com máximos de aproximadamente três anos, os segundos piores resultados para uma especialidade do SNS.

Para Raúl de Sousa, presidente da Associação de Profissionais Licenciados de Optometria (APLO), “esta é uma realidade que poderia ser retificada através da regulamentação e integração de optometristas no SNS, uma vez que que esta especialidade está preparada para fornecer cuidados extensivos em visão e sistema visual, que incluem refração e prescrição, deteção e acompanhamento de doenças oculares e o tratamento de condições do sistema visual. Esta capacidade dos optometristas é fundamentada na sua formação específica e distinta das outras profissões de saúde da visão, enquadrada na área de saúde pela Direção-Geral de Ensino Superior, e realizada na Faculdade de Ciência de Saúde da Universidade da Beira Interior e na Escola de Ciências com a cooperação da Escola de Medicina da Universidade do Minho”.

Com isto, acrescenta o especialista, “se considerarmos que um optometrista pode realizar em média 6.000 consultas por ano, a implementação desta classe profissional no SNS conseguiria minimizar as listas de espera, através da triagem de casos que seriam posteriormente encaminhados para os cuidados de saúde diferenciados de oftalmologia”.

“Tomamos estas recomendações em muito boa conta e concordamos com a abordagem multidisciplinar proposta de cooperação entre os optometristas e oftalmologistas, a qual beneficiará, e muito, o utente. As conclusões e recomendações do referido estudo são de tal importância e preveem tal impacto na saúde dos portugueses, que não podem deixar de ser analisadas e considerada no atual processo de elaboração da Estratégia Nacional para a Saúde da Visão”.

Mais de dois milhões de pessoas apresentam dificuldades de visão em Portugal, sendo os erros refrativos a principal causa de disfunção da visão, atingindo, segundo as estimativas, mais de 50 por cento dos portugueses. De seguida surgem a ambliopia, a diabetes ocular, a catarata, entre outros. O número de pessoas com problemas de visão tende a aumentar conforme a idade, alcançando entre 30 a 32 por cento no grupo etário entre os 45 e os 74 anos.

Este estudo, conduzido pela Nova Healthcare Initiative – Research, teve como objetivo analisar o acesso dos doentes aos cuidados de saúde da visão em Portugal e propor recomendações de melhoria do SNS. O documento pode ser consultado em: http://healthcare.novasbe.unl.pt/our-research/other-publications/29-relatorio-sobre-cuidados-de-saude-da-visao

Procurada tanto por mulheres como por homens
Técnica inovadora permite eliminar de forma segura a gordura abdominal ou dos flancos.

Cada vez mais os homens e as mulheres têm um maior interesse na sua aparência e na sua saúde e bem-estar. Apesar da prática do exercício físico e dos esforços por uma dieta alimentar equilibrada e correta, muitas vezes surge a necessidade de corrigir pequenas imperfeições do corpo, como alguma gordura abdominal ou localizada na zona dos flancos.

Para David Rasteiro, cirurgião plástico, “é nestas situações e nestes casos clínicos que se deve procurar a lipoaspiração de alta definição como uma alternativa, segura e eficaz”.

Esta técnica cirúrgica pode variar entre 1 a 4 horas, dependendo do volume de gordura a aspirar. A lipoaspiração de alta definição realiza-se sob anestesia geral com anestesia local. Trata-se de um procedimento cirúrgico onde é removida a gordura em excesso de modo a delinear os músculos e os seus contornos, respeitando a anatomia da parede abdominal. Em determinados casos a lipoaspiração de alta resolução é a única forma de esculpir o corpo à imagem que o paciente pretende atingir.

Uma das recomendações assinaladas pelo especialista prende-se com a recuperação desta cirurgia. De acordo com David Rasteiro, “é importante que um paciente perceba que o internamento após uma lipoaspiração de alta definição depende sempre do volume de gordura aspirado. Pode variar entre ambulatório ou até 1 noites de internamento”. Importa saber que uma das vantagens da realização da lipoaspiração de alta definição é a definição dos músculos abdominais nomeadamente dos rectos abdominais.

Atualmente são utilizadas técnicas como a vibrolipoaspiracao e a Vaser para ter os melhores resultados possíveis.

Cuidados pós-operatórios a não esquecer:

Os cuidados pós-operatórios de uma lipoaspiração de alta definição são essenciais para a plena recuperação de um paciente e alcance de melhores resultados. O paciente terá sempre de utilizar uma cinta de compressão elástica e realizar drenagens linfáticas manuais ou outras técnicas reafirmantes. Um paciente sujeito a esta cirurgia poder retomar a atividade laboral ao fim de 3 a 4 dias e praticar desporto ao fim de 1 mês.

Greve de enfermeiros
A Associação Sindical Portuguesa dos Enfermeiros (ASPE) pede para que a greve em blocos operatórios seja suspensa de imediato,...

Num vídeo em direto no Facebook, a presidente da ASPE, Lúcia Leite, pede que os enfermeiros que têm aderido à greve cirúrgica “suspendam imediatamente a greve”, mas que “não abandonem a luta”.

“Entendemos que não é o caminho para os enfermeiros entrarem em batalhas judiciais desta natureza”, afirmou Lúcia Leite, depois de ser conhecido o parecer do conselho consultivo da Procuradoria-geral da República que considerou a greve ilícita.

Lúcia Leite lamenta o que considera ser a atuação de um Governo com “má-fé e fabricação de provas” e apela aos enfermeiros que, “mantendo uma conduta correta” exijam o cumprimento da lei.

“Não aceitem escalas (de serviço) com horas a mais e não cumpram horas extra, só as decorrentes de situações imprevisíveis”, indicou, exemplificando com ações que são o “cumprimento da lei”, mas podem ser encaradas como formas de luta.

No vídeo, a presidente da ASPE indica que alguns enfermeiros foram ameaçados com faltas injustificadas a partir de hoje caso não se apresentem ao serviço, após o parecer do conselho consultivo da Procuradoria-Geral da República (PGR) sobre a greve em blocos operatórios.

O parecer considera ilícita a greve dos enfermeiros que decorreu entre novembro e dezembro, a primeira greve cirúrgica.

A segunda e atual greve em blocos operatórios decorre em 10 hospitais até ao fim deste mês, sendo que em quatro unidades está decretada pelo Governo em quatro dessas unidades por alegado incumprimento dos serviços mínimos.

O conselho consultivo da PGR considera que a primeira greve foi ilícita porque a paralisação teve uma modalidade que não constava do aviso prévio emitido pelos sindicatos que a decretaram.

Sobre o fundo de financiamento aos grevistas, o parecer considera que “não é admissível” que os trabalhadores vejam compensados os salários que perderam como resultado dessa adesão, através de um fundo que não foi constituído nem gerido pelos sindicatos que decretaram a paralisação.

Trata-se, diz a PGR, de "uma ingerência inadmissível na atividade de gestão da greve", que deve ser exclusivamente das associações sindicais, o que "pode determinar a ilicitude da greve realizada com utilização daqueles fundos", caso o fundo tenha sido determinante dos termos em que a greve se desenrolou.

Piso vinílico e produtos com retardador de chamas
Uma investigação norte-americana afirma que crianças que vivem em casas com piso vinílico ou que estejam em contacto com...

De acordo com a investigação da Duke University, as crianças que estão em contacto com estes materiais apresentam concentrações mais elevadas, tanto no sangue como na urina, de compostos orgânicos semivoláteis potencialmente prejudiciais, quando comparadas com as que vivem em ambientes onde esses materiais não estão presentes.

Segundo os investigadores, a exposição a retardantes de chamas no sofá está associada a atrasos no desenvolvimento neurológico, obesidade, doenças endócrinas, disfunção tireoideia e cancro, entre outras doenças. Já as crianças com contacto com piso vinílico apresentaram concentrações de dibutilftalato na urina 15 vezes maiores que as crianças que não estão expostas a esse tipo de pisos. Esta concentração está associada a distúrbios respiratórios e reprodutivos e a irritações da pele. 

“Estas substâncias tóxicas são utilizadas em eletrodomésticos, móveis e materiais de construção e podem ser detetadas praticamente em todos os ambientes internos”, revela Heather Stapleton, uma das investigadoras. A responsável lembra ainda que “a exposição humana a estas substâncias acontece de forma generalizada, principalmente no caso das crianças, uma vez que estas passam a maior parte do tempo dentro de casa e, como tal, têm maior exposição a estas substâncias químicas”. 

Ainda assim, os investidores reconhecem que há poucos estudos em torno destas matérias. Para combater esta falta de investigação, Stapleton, juntamente com os seus colegas da Duke University, iniciou um estudo de três anos sobre este tipo de exposições, analisando 203 crianças de 190 famílias. “O nosso objetivo era investigar as ligações entre produtos específicos e as exposições de crianças de forma a determinar como ocorreu esse contacto: através da pele ou por inalação de poeira inadvertidamente”, revela a investigadora.

 

 

Investigação
Uma equipa internacional de cientistas descodificou o genoma do tubarão branco, descobrindo razões para o sucesso evolutivo de...

A equipa de investigadores foi liderada por cientistas da universidade Nova Southeastern, da Florida, Estados Unidos, que compararam o genoma do tubarão branco ('Carcharodon carcharias') com o de outras espécies, dos humanos ao tubarão baleia.

O genoma do tubarão branco, que pode medir até seis metros de comprimento e pesar mais de três toneladas, é 1,5 vezes maior que o dos seres humanos e os cientistas encontraram provas de adaptação molecular em genes responsáveis pela estabilidade da composição genética do tubarão, que agem como defesas contra estragos no ADN.

A instabilidade genética, que resulta de estragos acumulados no ADN, predispõe os humanos ao cancro e a doenças relacionadas com o envelhecimento.

"A instabilidade no genoma é uma questão muito importante em muitas doenças graves dos humanos, mas agora estamos a descobrir que a natureza desenvolveu estratégias inteligentes para manter a estabilidade do genoma nestes tubarões grandes e longevos", afirmou Mahmood Shivji, diretor do centro de investigação de tubarões da Nova Southeastern.

O investigador salientou que "ainda há muito a aprender com estas maravilhas evolucionárias, incluindo informação que poderá ser útil para combater o cancro e as doenças do envelhecimento, e melhorar o tratamento de ferimentos em humanos, à medida que descobrimos como estes animais o fazem".

O artigo que condensa a investigação foi hoje publicado no boletim da Academia Nacional das Ciências norte-americana e nele participaram investigadores da universidade do Porto, da estadual da Califórina, da universidade Clemson e do Centro Theodosius Dobzhansky, da Rússia.

A descodificação do genoma do tubarão branco também ajudará aos esforços para conservar esta e outras espécies de tubarões, muitos dos quais estão ameaçados pela pesca excessiva, apontou Steven O'Brien, geneticista na Nova Southeastern.

Parecer sobre Greve Cirúrgica
Os trabalhadores que aderem a uma greve ilícita devem ter faltas injustificadas, sendo as ausências consideradas como infração...

O parecer do conselho consultivo da PGR, hoje publicado em Diário da República, considera ilícita a greve dos enfermeiros que decorreu entre novembro e dezembro.

Sobre as consequências de uma greve ilícita, o parecer indica que as ausências dos trabalhadores devem ser consideradas faltas injustificadas.

Além de corresponder a uma perda de remuneração, as faltas injustificadas determinam a “qualificação da ausência como infração disciplinar, com a inerente possibilidade de aplicação de uma sanção”.

Contudo, o desconhecimento pelo trabalhador do caráter ilícito da greve a que aderiu pode ser considerado para descontar à aplicação de uma pena disciplinar.

O parecer recorda que, além da responsabilidade disciplinar, a adesão a uma greve ilegítima pode também fazer incorrer o trabalhador em responsabilidade civil extracontratual.

Esta responsabilidade civil pode também abranger os sindicatos que decretaram e geriram essa greve ilícita.

O parecer do conselho consultivo da PGR considera que a greve que decorreu entre novembro e dezembro foi ilícita porque a paralisação teve uma modalidade que não constava do aviso prévio emitido pelos sindicatos que a decretaram.

Sobre o fundo de financiamento aos grevistas, o parecer considera que “não é admissível” que os trabalhadores vejam compensados os salários que perderam como resultado dessa adesão, através de um fundo que não foi constituído nem gerido pelos sindicatos que decretaram a paralisação.

Trata-se, diz a PGR, de "uma ingerência inadmissível na atividade de gestão da greve", que deve ser exclusivamente das associações sindicais, o que "pode determinar a ilicitude da greve realizada com utilização daqueles fundos", caso o fundo tenha sido determinante dos termos em que a greve se desenrolou.

Administradores Hospitalares
As administrações dos hospitais onde decorre a greve cirúrgica dos enfermeiros aguardam instruções do Ministério da Saúde para...

O presidente da Associação dos Administradores Hospitalares, Alexandre Lourenço, disse à agência Lusa que as administrações dos hospitais têm de aguardar por indicações do Ministério da Saúde “para saber como devem atuar”, depois da homologação e publicação do parecer do conselho consultivo da PGR sobre a greve dos enfermeiros em blocos operatórios.

O parecer considera a greve ilícita por não corresponder ao pré-aviso e porque o fundo usado para compensar a perda de salário não foi constituído nem gerido pelos sindicatos que decretaram a paralisação.

Este parecer refere-se à primeira greve cirúrgica, que decorreu entre novembro e dezembro, e não à greve que ainda decorre até ao final do mês, uma paralisação nos mesmos moldes e que também recorreu ao fundo de financiamento.

 

Direito à greve
O Sindicato Democrático dos Enfermeiros de Portugal (Sindepor) reafirmou hoje que “só os tribunais” podem proibir o direito à...

O apelo foi feito na página oficial do Sindepor no Facebook depois de ter sido publicado em Diário da República o parecer complementar do Conselho Consultivo da Procuradoria-Geral da República (PGR) relativo à greve dos enfermeiros nos blocos operatórios decretada em novembro e dezembro.

A Procuradoria-Geral da República considerou a greve dos enfermeiros ilícita por não corresponder ao pré-aviso e porque o fundo usado para compensar a perda de salário não foi constituído nem gerido pelos sindicatos que decretaram a paralisação.

Para o Sindepor, o facto de “o Governo ter homologado o parecer da Procuradoria-Geral da República sobre a ilicitude da greve em curso, em nada altera o direito dos trabalhadores para se manter em greve”

“Só os tribunais podem proibir o direito à greve. E isso não aconteceu”, afirma o sindicato, apelando aos enfermeiros para se manterem “serenos” e não prescindirem desse direito, “cumprindo escrupulosamente os serviços mínimos”.

O Sindepor, que convocou a greve cirúrgica juntamente com a Associação Sindical Portuguesa dos Enfermeiros (ASPE), sublinha ainda que “caberá aos conselhos de administração notificar por escrito os enfermeiros para os informar que estão restringidos desse direito, e que caso não o façam, incorrem em procedimento disciplinar”.

Pede ainda aos enfermeiros que exijam essas ordens dos conselhos de administração dos hospitais por escrito e que as façam chegar ao sindicato.

“Se isso acontecer, apesar de ser ilícito e ilegal, recomendamos aos enfermeiros que cumpram as ordens recebidas”, lê-se na nota assinada pelo presidente do sindicato, Carlos Ramalho, que pede ao profissionais de saúde para não se “deixarem intimidar por ameaças verbais, porque é isso que tentarão fazer para não serem responsabilizados.

Segundo o parecer complementar do Conselho Consultivo da Procuradoria-Geral da República (PGR) publicado em Diário da República, os enfermeiros, apesar de terem paralisado de forma intercalada, devem perder o salário referente a todo o período da greve.

“Não deve ser admitida a desproporção entre os prejuízos causados à entidade patronal e as perdas salariais sofridas pelos trabalhadores em greve, pelo que os descontos salariais devem ter em conta não só o período efetivo em que cada trabalhador se encontrou na situação de aderente à greve, mas também os restantes períodos que, em resultado daquela ação concertada, os serviços estiveram paralisados”, refere documento.

Quanto ao financiamento colaborativo (crowdfunding) usado pelos enfermeiros, o parecer considera que "não é admissível que os trabalhadores aderentes a uma greve vejam compensados os salários que perderam como resultado dessa adesão através da utilização de um fundo de greve que não seja constituído, nem gerido pelos sindicatos que decretaram a greve".

Estudo
Um doente com espondilite anquilosante perde em média 110 dias de trabalho por ano devido a baixas, dispensas médicas ou falta...

O prejuízo causado na economia por esta doença reumática crónica chega a vários milhões de euros, conclui o estudo arEA - Avaliação de resultados na espondilite anquilosante, que visou perceber o impacto da doença na vida dos doentes e averiguar a perceção e resposta dos cuidados primários no diagnóstico e referência atempada dos doentes para a especialidade.

A amostra do estudo arEA, um projeto NOVA IMS e Novartis, que será divulgado na conferência Doença Crónica – Saúde, Trabalho e Sociedade, em Lisboa, foi constituída por doentes e especialistas de Medicina Geral e Familiar, tendo a recolha de dados decorrido entre maio e novembro de 2018 e sido obtidas 354 respostas.

Mais de sete em cada dez doentes (71%) referem que a doença tem um impacto razoável ou forte no trabalho, sendo que 69% teve que se reformar antecipadamente ou entrar em baixa permanente, refere a investigação realizado em parceria com a Sociedade Portuguesa de Reumatologia, Liga Portuguesa contra as Doenças Reumáticas e Associação Nacional de Espondilite Anquilosante.

Em declarações à agência Lusa, o presidente da Sociedade Portuguesa de Reumatologia, Luís Miranda, afirmou que os resultados do estudo são “muito importantes relativamente aquilo que é uma doença reumática crónica” incapacitante, que atinge 0,7% da população portuguesa.

“Esta é uma das doenças reumáticas crónicas e todas elas têm um impacto semelhante (como o lúpus ou artrite reumatoide) na pessoa, no trabalhador, na família”, disse o reumatologista, observando que a espondilite anquilosante acaba por interferir anualmente num terço da vida laboral do doente.

Isto também acontece fundamentalmente pela “falta de acessibilidade à especialidade” e não pela falta de especialistas, afirmou.

“Enquanto especialidade de reumatologia conseguimos transformar estes números, mas o sistema nacional de saúde não tem isso em conta e, portanto, mantemos estes números perfeitamente aterrorizadores”, sublinhou.

Segundo o especialista, “14 dos hospitais que estão na rede de referenciação hospitalar não têm reumatologia” e “51% dos doentes em Portugal têm mau acesso ou não têm acesso à reumatologia e muito é por não haver um planeamento estratégico das vagas”.

Para Luís Miranda, “é inaceitável” que hospitais como o Santo António, no Porto, os hospitais civis de Lisboa, Guimarães, Amadora-Sintra “não tenham reumatologia quando existem pessoas disponíveis para irem para lá e abrir os serviços”.

“Não é tanto falta de recursos humanos, é má gestão de recursos humanos e fundamentalmente é a desvalorização destas doenças”, criticou.

O estudo também demonstra que “há muitos doentes que acabam por ir ao [serviço] privado nem que seja por uma questão de mais rapidamente terem acessibilidade à reumatologia, que existe em todas as clínicas e hospitais privados, mas não existe nos hospitais públicos”, salientou.

Luís Miranda advertiu que Portugal vai ser “um país de doenças crónicas” e que se não se começar a pensar como se pode “cuidar melhor destas pessoas o impacto vai ser cada vez pior”.

“Quando temos uma pessoa que não trabalha um terço do seu ano o impacto é tremendo, estamos provavelmente a falar de centenas de milhões de euros com uma única doença reumática e este é apenas um dos impactos” destas doenças.

Para o reumatologista, é preciso saber o que se pretende fazer com estes doentes, de que forma se podem integrar na sociedade e como Portugal pode “voltar a tê-los como plenos cidadãos, num país do primeiro mundo e não ter cada vez mais um sistema de saúde para ricos e um sistema de saúde para pobres”.

“Se um país não pensar globalmente onde ter os seus recursos humanos e qual o impacto destas doenças, se continuarmos a pensar que o financiamento dos hospitais deve ser por cirurgia, por ato médico ou apostar apenas em pagar por urgências e cirurgias, nós nunca iremos conseguir ter um sistema equilibrado porque não conseguimos tratar doenças crónicas, incapacitantes e que se vão prolongar no tempo”, sustentou.

Nas Filipinas
O surto de sarampo continua a agravar-se nas Filipinas, com 8.443 casos confirmados desde o início do ano e 136 mortes causadas...

De acordo com os últimos dados do Departamento da Saúde, mais de 80% das vítimas são crianças não vacinadas.

A situação é especialmente grave na área metropolitana de Manila, uma capital densamente povoada com 13 milhões de habitantes, onde as infeções por sarampo cresceram 1.000% em comparação com o mesmo período do ano passado.

O país sofreu uma queda acentuada na taxa de vacinação, em parte causada pelo escândalo da Dengvaxia, uma vacina contra a dengue que foi administrada nas escolas entre 2016 e 2017 e está ligada à morte de várias crianças no país.

Com o objetivo de conter o surto até abril, as autoridades sanitárias lançaram na semana passada uma vasta campanha de imunização em Manila, onde cerca de 130 mil crianças já foram vacinadas, de um total estimado de 450 mil que precisam de vacinação.

Em todo o país, estima-se que 2,6 milhões de crianças não estejam devidamente imunizadas devido à perda de confiança nas vacinas, pelo que a campanha também será levada para outras províncias.

"Pouco a pouco, a fé nas vacinas irá retomar. A única resposta ao surto é a imunização", disse na segunda-feira à imprensa o secretário da Saúde, Francisco Duque.

Numa declaração emitida na semana passada, também o Presidente filipino pediu às famílias para vacinarem rapidamente os filhos e assim evitarem a propagação da doença.

Instituto de Investigação e Inovação em Saúde
O investigador Delfim Duarte, da Universidade do Porto, venceu hoje a Bolsa D. Manuel de Mello, no valor de 50.000 euros, com...

Em entrevista, Delfim Duarte, investigador do Instituto de Investigação e Inovação em Saúde (i3S) e interno de dermatologia no IPO-Porto, explicou que o projeto hoje distinguido pretende “explorar o papel da proteína CD18 na adesão celular”, ou seja, no processo de interação e ligação entre as células da leucemia e da medula óssea.

“A adesão celular é muito importante, porque é graças a ela que as células da leucemia recebem sinais que lhes permitem proliferar, expandir e, por outro lado, sobreviver à quimioterapia”, frisou Delfim Duarte, também docente da Faculdade de Medicina da Universidade do Porto.

A leucemia mieloide aguda, doença “rara” e “bastante agressiva”, tem uma maior incidência em pessoas com mais de 65 anos e é provocada pela “proliferação descontrolada de glóbulos brancos”, tendo como consequência para o doente a perda de células normais do sangue, o aparecimento de cansaço, hemorragias e várias infeções.

Segundo Delfim Duarte, o facto de os vasos sanguíneos da medula óssea, quando expostos a estímulos inflamatórios, aumentarem a expressão desta proteína leva os investigadores a acreditar que a proteína CD18 poderá vir a “promover a ligação entre o microambiente inflamado e as células da leucemia”.

“Esta ligação entre as células e o microambiente vai favorecer o aparecimento de sinais que permitem a resistência à quimioterapia e o reaparecimento da leucemia”, esclareceu.

Delfim Duarte adiantou que caso se prove a “importância da proteína na adesão celular e na sobrevivência à quimioterapia”, será então possível usar fármacos e terapêuticas dirigidas com o objetivo “desprender as células da leucemia do microambiente”.

“Se ela [proteína CD18] for realmente importante para a leucemia, então o objetivo é derrotá-la, usando a estratégia de a retirar dessa adesão para depois a combater”, salientou o investigador.

Além de averiguar o papel da proteína CD18 no reaparecimento da leucemia mieloide aguda, a investigação, que vai decorrer nos próximos dois anos, pretende ainda perceber qual a “percentagem de doentes que a expressam”.

“Já temos alguns dados que sugerem que em alguns subtipos de leucemia mieloide aguda, a sua expressão está aumentada. Queremos ver se é só nesses subtipos ou se é em todos”, acrescentou Delfim Duarte.

A Bolsa D. Manuel de Mello é atribuída anualmente pela Fundação Amélia de Mello com o objetivo de contribuir para a investigação e progresso das Ciências da Saúde, e destina-se a premiar jovens médicos, até aos 40 anos, que desenvolvam projetos de investigação clínica, no âmbito das Unidades de Investigação e Desenvolvimento das faculdades de medicina portuguesas.

 

Já conhece a Nutrigenética?
Quantas vezes já pensou que, mesmo mantendo um regime alimentar saudável, não consegue obter a silhu

“A grande maioria das pessoas tem uma ideia generalizada do que significa ter uma alimentação saudável”, o que inclui a redução de hidratos de carbono, ingestão de carne brancas, leguminosas e frutas, aliada à prática de exercício físico regular. Mas no que diz respeito à perda ou manutenção do peso há, de acordo com Carla Guilhas, um elemento determinante para o sucesso do seu estilo de vida: a genética. “Os genes podem ser comparados a uma impressão digital. São únicos em cada pessoa e, por isso, definem as nossas características individuais”, revela acrescentando que, quase sempre, são estas características que ditam o sucesso ou não de uma dieta.

Nestes casos, a nutrigenética pode ser a solução. “Conhecendo o seu perfil genético, é possível obter os resultados pretendidos com mais facilidade”, afiança a especialista em Medicina Preventiva e Personalizada da Synlab.

A nutrigenética é, por assim dizer, a base da nutrição personalizada, permitindo conhecer as necessidades do organismo e elaborar um plano alimentar personalizado que faça frente às suas necessidades nutricionais.

No entanto, de acordo com a especialista, não é apenas na alimentação que a genética tem influência. “Através de estudos de nutrigenética de prevenção, é possível descobrir qual a eficácia do metabolismo da gordura, do açúcar, da cafeína, do álcool e da lactose (fatores importantes na perda de peso), identificar o risco de lesões e obter informação sobre a predisposição para determinado tipo de patologias, como a obesidade, tendências (consumo de açucares e envelhecimento) ou dependências (álcool e nicotina).

Os resultados chegam através da análise de uma pequena amostra de saliva. “Existem laboratórios de análises clínicas que incluem a oferta de um relatório com as recomendações para a elaboração de um plano de saúde completo e personalizado, com base na genética da pessoa. Mas é importante fazer uma distinção entre os vários tipos de testes disponíveis no mercado”, adverte a especialista que afirma que “um bom teste” é aquele que faz uma análise genética tendo como base os vários genes para os quais existem estudos comprovados sobre a sua influência na saúde e bem-estar.

Carla Guilhas chama ainda a atenção para que não se confunda a análise nutrigenética com o estudo de intolerâncias alimentares. Ainda que complementares, não são a mesma coisa! “Os estudos de intolerância alimentar ou hipersensibilidade alimentar avaliam a resposta do sistema imunitário face a determinados alimentos”, explica adiantando que estes permitem identificar a que alimentos apresentamos elevada reatividade, e que deve ser excluídos ou limitados no nosso plano alimentar.

Quanto à análise nutrigenética, esta permite determinar quais os alimentos a incluir ou excluir em função do nosso perfil genético. No entanto, ao contrário do que acontece nos estudos de intolerância alimentar, esta “não analisa as reações à hipersensibilidade alimentar”.

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As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico, Enfermeiro, Farmacêutico e/ou Nutricionista.

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