Falta de médicos

Hospital Amadora – Sintra: anestesistas começam hoje a greve

Os médicos anestesistas do Hospital Fernando Fonseca deram hoje início ao primeiro dos cinco dias greve convocados para exigir a contratação de mais médicos especialistas garantindo as condições de segurança clínica daquele hospital.

A greve, que termina às 20:00 de sexta-feira, visa reivindicar que a equipa de urgência tenha quatro especialistas para garantir a segurança clínica nas áreas de bloco operatório, bloco de partos, unidade de cuidados pós-anestésicos, reanimação intra-hospitalar e atividades fora do bloco operatório (como salas de TAC ou laboratório de hemodinâmica). O protesto foi convocado pelo Sindicato Independente dos Médicos (SIM) e o Sindicato dos Médicos da Zona Sul.

“Os médicos anestesistas do Hospital Amadora-Sintra há vários anos que têm chamado a atenção para a séria e grave limitação de anestesistas por excesso de trabalho sem qualquer tipo de resposta por parte do Ministério da Saúde ou mesmo do Conselho de Administração” do hospital, disse o secretário-geral do SIM, Roque da Cunha.

Embora se encontrem em greve, estão “assegurados os serviços mínimos com escalas dos serviços de urgência, lavrados pelos sindicatos, que vão ter mais médicos do que aqueles que ocorrem hoje nos serviços normais”, disse o sindicalista que espera que o "Ministério da Saúde acorde e que resolva o problema".

De acordo com Roque da Cunha, são necessários “mais especialistas e é preciso um plano para que, quando ocorrem situações de excesso de procura, num hospital com cerca de 120 mil utentes sem médico, onde os anestesistas têm um bloco operatório, bloco de partos, têm imensos exames (TAC, colonoscopias e endoscopias), não se conte” com “a exaustão dos responsáveis” do serviço da anestesia.

O sindicalista defendeu ainda que “é fundamental” que as escalas sejam organizadas e que “haja cumprimento dos descansos, porque só dessa forma é que é possível que os médicos ali continuem, porque são muito desejados por parte de outros hospitais”.

Em comunicado, os sindicatos já tinham feito saber que as escalas de urgência abaixo dos mínimos põem em causa a segurança dos doentes e dos profissionais, tendo esta situação sido denunciada por parte dos médicos

“A grande maioria dos anestesiologistas já ultrapassou ou está quase a ultrapassar os limites máximos de trabalho suplementar anual de 150 horas. Os médicos fazem e continuam a fazer milhares de horas extra por ano para os serviços não fecharem”, alertam.

Fonte: 
Sapo 24
Nota: 
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