Como surge e como se trata a Hipertensão?
Como surge a hipertensão:
A circulação do sangue, que tem por destino chegar a todos os tecidos e células do organismo, implica que haja alguma pressão sobre as paredes das artérias. Esta pressão, que é normal e até essencial para que o sangue atinja o seu destino, é a chamada “tensão arterial”.
Existem, no entanto, uma série de fatores de ordem genética ou ambiental que podem fazer com que esta pressão sobre as paredes das artérias aumente em excesso e se crie um cenário de hipertensão.
Neste cenário de hipertensão, o coração tem de se esforçar mais para fazer o sangue circular. Nestes casos, o esforço pode levar a que a massa muscular do coração aumente, fazendo com que o volume do coração se torne maior — a chamada hipertrofia cardíaca.
Numa primeira fase, o aumento muscular cardíaco não representa qualquer problema. Contudo, com o passar do tempo, esta hipertrofia pode levar a insuficiência cardíaca, angina de peito ou arritmia.
Para além disso, esse aumento da pressão nas paredes dos vasos sanguíneos provoca a deterioração das paredes das artérias , o que aumenta o risco de aterosclerose e trombose (formação de coágulos). Nos casos mais graves, podem até levar à formação de aneurismas e hemorragias cerebrais, devido ao enfraquecimento das paredes das artérias.
Embora os valores de pressão arterial considerados suficientemente altos para justificarem a toma de medicamentos dependam de pessoa para pessoa, valores superiores a 140/90 mmHg são sempre considerados elevados, independentemente da idade e de outras doenças de que um indivíduo sofra.
Causas de Hipertensão:
A hipertensão pode ser causada por doenças renais, doenças endócrinas ou pela toma de alguns fármacos como os anticoncetivos orais. Mas em 95% dos casos a hipertensão não tem uma causa evidente.
No entanto, certas situações podem contribuir para um aumento da pressão arterial: como o envelhecimento; obesidade; diabetes; ingestão elevada de sal e stress emocional.
A hipertensão arterial geralmente não tem sintomas, mas podem existir alguns sinais de alarme como tonturas, hemorragias nasais ou dores de cabeça repetidas e intensas. Assim sendo, é muito importante o controlo dos níveis da pressão arterial com regularidade.
Para que a medição seja o mais correta possível: faça-a de forma relaxada, e em repouso; não fume antes da medição; não tome café ou chá, antes da medição e não esteja com a bexiga cheia.
Medidas não farmacológicas:
Está provado que mudar alguns hábitos de vida é muitas vezes suficiente para baixar os níveis da pressão arterial.
A prática de uma atividade física regular consegue, em muitos casos, uma descida significativa dos níveis da tensão. Para tal devem realizar-se exercícios que compreendam movimentos cíclicos (como a natação, a marcha, a corrida ou a dança) e evitar esforços físicos bruscos (por exemplo, levantar pesos ou empurrar objetos pesados) que aumentam a pressão arterial durante o esforço.
Para um melhor controlo tensional deve também deixar de se utilizar sal de mesa e substituí-lo por condimentos alternativos, como ervas aromáticas ou sumo de limão. Evitar também todos os alimentos naturalmente salgados ou aos quais tenha sido adicionado sal durante a sua preparação: caso dos enchidos, enlatados, comidas pré-preparadas, aperitivos ou águas minerais com gás.
Outras medidas a adotar devem ser: evitar as bebidas alcoólicas e reduzir o excesso de peso, através de uma dieta moderada base de frutas, legumes e saladas.
O cumprimento das medidas não farmacológicas de controlo da pressão arterial permite, seguramente, reduzir as doses e até interromper o uso de medicamentos numa
percentagem significativa de doentes com hipertensão moderada.
Medidas Farmacológicas:
Quando o tratamento sem fármacos não é suficiente, deve então recorrer-se aos antihipertensores. Estes devem ser prescritos pelo médico, segundo as características de cada paciente.
Importante não esquecer que nem todos os doentes reagem da mesma maneira aos diferentes fármacos antihipertensores. Um mesmo fármaco, que controla facilmente a hipertensão num doente, pode causar efeitos secundários intoleráveis noutro. No entanto,
dispomos hoje em dia de um arsenal terapêutico em constante progresso
que, quando criteriosamente utilizado, permite controlar a hipertensão na esmagadora maioria dos casos, sem interferir com o bem-estar do doente.