Reino Unido
Quando Bethany e Kieron Simpson foram confrontados com o diagnóstico da sua bebé, que mostrava uma malformação genética,...

Um processo inovador para tentar salvar um bebé diagnosticado com espinha bífida, uma malformação genética que causa deficiência nas crianças, foi realizado na passada semana no Reino Unido. O feto foi retirado do útero da mãe, submetido a cirurgia para reparar a coluna e depois foi colocado de volta para que a mãe continuasse a gravidez.

Quando Bethany Simpson, a mãe da criança, estava grávida de 20 semanas, uma consulta de rotina revelou que a cabeça do bebé não tinha as medidas corretas e que a medula espinal da criança não estava completamente desenvolvida, escreve o Diário de Notícias. Os médicos deram três opções a Bethany e ao marido: continuar a gravidez e aceitar os riscos, terminá-la ou realizar uma cirurgia ao feto para tentar corrigir o problema.

O casal optou pela operação. Para realizar a cirurgia, Bethany teve de passar por um processo longo e exigente. "Eu e o meu bebé tivemos de fazer várias amniocenteses e ressonâncias magnéticas. No dia 17 de dezembro, a nossa cirurgia foi aprovada. A partir daí, as nossas vidas tornaram-se uma montanha-russa durante as semanas seguintes" contou ao jornal britânico The Independent.

Simpson fez a operação no Hospital Universitário de Londres, a 8 de janeiro, onde médicos do Great Ormond Street Hospital trabalharam para reparar a espinha do bebé. Passada uma semana da operação, Bethan felicitou o trabalho dos médicos que realizaram a intervenção, no seu Facebook, e comentou ser muito triste que, mesmo nos dias de hoje, 80% das gravidezes continuem a ser terminadas quando os pais descobrem que o seu bebé tem espinha bífida. "Sim, há riscos de as coisas poderem correr mal, mas pensem mais sobre o que é a espinha bífida. Já não é o que era."

Mais recentemente, Bethan partilhou na sua rede social que o seu bebe já tem "a cabeça do tamanho normal de um bebé" e que "a lesão na espinha já não é visível". Foi a quarta vez que esta operação se realizou no Reino Unido. Bethan deverá dar à luz em abril.

Em Portugal são diagnosticados cerca de 4 mil casos por ano
A epilepsia é uma doença crónica com grande impacto a nível pessoal, familiar, social e profissional

Epilepsia é uma palavra com origem no termo grego epilambaneim que significa surpreender, pois carateriza-se pela predisposição para a ocorrência de crises epiléticas repetidas, que têm habitualmente início súbito e são imprevisíveis.

É a disfunção do sistema nervoso mais comum, afetando 65 milhões de pessoas em todo o mundo. Pode surgir em qualquer idade, sendo mais frequente nas crianças e nos idosos, constituindo uma das principais causas de doença crónica em idade pediátrica. Em Portugal são diagnosticados cerca de 4 mil novos casos por ano, a maioria em crianças e adolescentes.

As crises epiléticas resultam de uma disfunção temporária da atividade elétrica cerebral, ocorrendo uma atividade neuronal excessiva ou síncrona, com duração variável (geralmente entre alguns segundos a vários minutos).

As manifestações das crises dependem do local do cérebro afetado e da sua extensão, nomeadamente: sintomas motores (abalos dos membros), alteração da perceção de sensações (formigueiros, alterações da visão ou audição), paragem súbita de atividade sem responder a estímulos, automatismos, etc. Por outro lado, o mesmo doente pode ter diferentes tipos de crises.

A origem desta disfunção neurológica pode ser genética, estrutural (quando resulta de malformações cerebrais ou de lesões adquiridas após, por exemplo, traumatismo craniano grave, asfixia, acidente vascular cerebral, ou infecções), metabólica, como em certas doenças hereditárias do metabolismo, ou de causa desconhecida.

O diagnóstico é clínico, ou seja, na maioria dos casos faz-se apenas através do relato e/ou observação das crises, mas deve ser confirmado com a realização de um eletroencefalograma (EEG), que consta no registo da atividade elétrica cerebral à superfície do crânio através da colocação de elétrodos no couro cabeludo. De acordo com a situação clínica, para esclarecer a causa, o médico poderá necessitar de pedir exames imagiológicos (TAC ou Ressonância magnética crânio-encefálicas) ou outros (nomeadamente estudos genéticos, metabólicos ou autoimunes).

Alguns tipos de epilepsia da infância não necessitam de tratamento, pois as crises são esporádicas, de breve duração e a epilepsia tem resolução espontânea ao fim de alguns anos. Nos restantes casos é necessário recorrer a fármacos anti-epiléticos. Estes fármacos não curam a epilepsia, destinam-se a prevenir a ocorrência de crises epiléticas. 60-70% das pessoas podem ter a sua epilepsia controlada mediante a utilização de fármacos anti-epiléticos, mas nem sempre se encontra o fármaco adequado para uma determinada pessoa à primeira tentativa, sendo por vezes necessárias várias tentativas até encontrar o(s) medicamento(s) certos para o controlo das crises. Nos restantes casos, em que a epilepsia não se pode controlar com fármacos, poderá ter indicação um tratamento cirúrgico, removendo ou desconectando a zona onde se originam as crises epiléticas, ou de neuromodulação (neuroestimulador do vago ou estimulação cerebral profunda). Noutros casos ainda se pode recorrer a um tipo de dieta com elevado teor em gordura, a dieta cetogénica.

Embora a maioria das crises ocorra de forma espontânea, há alguns fatores conhecidos como possíveis desencadeantes: privação de sono, consumo de álcool, falha da toma da medicação, estímulos luminosos ou sonoros (em certos tipos de epilepsia), alterações hormonais, stress ou cansaço extremo e a febre.

A epilepsia é uma doença crónica com grande impacto a nível pessoal, familiar, social e profissional, sobretudo nos casos em que não se consegue um controlo adequado das crises. Mas a maioria das crianças e adultos com epilepsia pode fazer uma vida normal, sem limitações, desde que se evitem os fatores desencadeantes mencionados.

Foto: 
Nota: 
As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico, Enfermeiro, Farmacêutico e/ou Nutricionista.
Infarmed
A Autoridade Nacional do Medicamento determinou a retirada do mercado do remédio Pneumorel xarope e comprimidos para tratamento...

Numa nota hoje disponível na página da Internet, o Infarmed determina a retirada do mercado dos medicamentos Pneumorel, xarope, 2mg/ml e Pneumorel retard, comprimidos gastrorresistentes, 80 mg.

O Infarmed esclarece que o laboratório Servier Portugal – Especialidades Farmacêuticas, Lda, decidiu suspender e retirar do mercado aqueles medicamentos devido à identificação de um potencial efeito nocivo no ritmo cardíaco associado à utilização de medicamentos contendo a substância fenspirida.

Estes medicamentos estão indicados no tratamento de afeções das vias respiratórias como rinofaringites, laringites, manifestações respiratórias e otorrinológicas da alergia, otites e sinusites e das afeções das vias respiratórias inferiores como rinotraqueobronquites, bronquites, bronquites crónicas com ou sem insuficiência respiratória crónica.

Os medicamentos são também utilizados nas manifestações respiratórias da gripe e possível tratamento de fundo da asma pura ou complicada.

Por isso, o Infarmed informa que os médicos não devem prescrever estes medicamentos e os farmacêuticos não devem dispensá-los e proceder à sua devolução.

Aos doentes, o Infarmed recomenda a interrupção do tratamento e a devolução das embalagens às farmácias para destruição.

“Em simultâneo, deverão consultar o médico para prescrição de uma alternativa terapêutica, caso necessário”, refere o Infarmed.

 

ADSE
O Conselho Geral e de Supervisão da ADSE aprovou ontem, por unanimidade, uma resolução onde apela para um “urgente diálogo”...

“O Conselho Geral e de Supervisão (CGS) apela aos prestadores de saúde e ao conselho diretivo da ADSE para um urgente diálogo que, respeitando a lei e as convenções, permita encontrar soluções adequadas para a prestação de serviços de saúde de qualidade, a preços justos, sem discriminações e garantindo fiabilidade às diferentes entidades envolvidas”, lê-se na resolução aprovada após uma reunião de cerca de cinco horas.

Em discussão esteve a eventual suspensão das convenções com a ADSE por parte de vários grupos privados de saúde, entre os quais o grupo José Mello Saúde (que gere os hospitais CUF) e a Luz Saúde.

Na resolução, o órgão consultivo começa por sublinhar que manifesta “confiança no futuro da ADSE”, mas “vê com preocupação as práticas de alguns grandes grupos de prestadores de saúde que livremente celebraram convenções com a ADSE”.

“Os motivos invocados não justificam tais ações”, consideram os membros do conselho presidido por João Proença e onde têm assento representantes dos beneficiários, dos sindicatos, dos pensionistas e do Governo.

O CGS reitera a necessidade de “reforçar o controlo das despesas e de respeitar o disposto na lei”, salientando que a existência de regularizações “resulta de obrigações contratuais assumidas pelos prestadores de saúde em 2009 e revistas em 2014”.

Ao conselho diretivo da ADSE, presidido por Sofia Portela, o CGS pede uma “rápida apresentação de propostas que completem a revisão das tabelas do regime convencionado e de revisão das tabelas do regime livre, no respeito pelo disposto no Decreto-Lei de Execução Orçamental, de maio de 2018”.

Além disso, o órgão defende que deve ser retomada a celebração de convenções com prestadores de saúde, “de modo a garantir uma rede adequada de regime convencionado”.

O grupo Luz Saúde comunicou ontem aos seus colaboradores o fim das convenções com o subsistema de saúde da função pública a partir de 15 de abril.

“Informamos que os hospitais e clínicas da rede Hospital da Luz se veem obrigados, a partir de 15 de abril, a deixar de prestar os serviços ao abrigo das convenções celebradas com a ADSE. Fazemo-lo com a convicção de que tentámos, até ao limite, encontrar um entendimento com a ADSE", lê-se no comunicado interno.

Segundo a carta enviada aos trabalhadores dos hospitais e clínicas da rede Hospital da Luz, a suspensão deve-se à "impossibilidade de se encontrar um acordo equilibrado na negociação de uma tabela que se encontra desatualizada”.

A rede hospitalar justifica também com a não aplicação retroativa de regras de regularização de faturação, que considera “manifestamente ilegais”.

Também a José de Mello Saúde formalizou na segunda-feira a suspensão da convenção com a ADSE para prestação e cuidados de saúde aos seus beneficiários em toda a rede CUF, podendo evoluir para denúncia definitiva da convenção.

De acordo com uma nota interna da José Mello Saúde, assinada pelo presidente Salvador Mello a que o jornal Expresso teve acesso, a suspensão da convenção com a ADSE tem efeitos a partir do dia 12 de abril.

Já no final de dezembro, a Associação Portuguesa de Hospitalização Privada revelou que alguns prestadores admitiam deixar de ter convenção com a ADSE, após esta ter exigido 38 milhões de euros por excessos de faturação em 2015 e 2016.

Ministério da Saúde
O Ministério da Saúde esclareceu ontem que o Conselho Diretivo do Infarmed está em "plenas funções", apesar de o...

"O Ministério da Saúde ponderou a recondução dos atuais membros daquele Conselho, mas a presidente [Maria do Céu Machado] atingirá o limite de idade de exercício em funções públicas, em outubro próximo, o que desaconselha a nomeação para novo mandato", refere um comunicado divulgado pelo Ministério.

A tutela explica que o regime jurídico dos gestores públicos estabelece que estes se mantenham em plenas funções até à sua substituição.

O esclarecimento do Ministério da Saúde surge na sequência de uma notícia divulgada pelo jornal Público de que o Conselho de Administração da Autoridade Nacional do Medicamento e Produtos de Saúde (Infarmed) não iria ser reconduzido por mais três anos, apesar de a Comissão de Recrutamento e Seleção para a Administração Pública (Cresap) ter aprovado a continuação da liderança de Maria do Céu Machado, a presidente do conselho diretivo.

O conselho diretivo do Infarmed é integrado ainda por Rui Ivo, vice-presidente, e Sofia Oliveira Martins, vogal.

A pediatra Maria do Céu Machado foi nomeada para presidente da Autoridade do Medicamento em maio de 2017, tendo substituído no cardo Henrique Luz Rodrigues, que tinha atingido os 70 anos.

Ordem dos Enfermeiros
A bastonária da Ordem dos Enfermeiros classificou ontem como dramático o anúncio do fim das convenções com o subsistema de...

"É dramático, há espaço para todos coexistirem (...). Muitas das pessoas, eu incluída, que recorrem a esses hospitais [privados], porque têm uma convenção com a ADSE, vão ter que recorrer à rede de hospitais do SNS [Serviço Nacional de Saúde], que está com uma resposta muita deficiente", afirmou Ana Rita Cavaco aos jornalistas, na sede da Ordem, em Lisboa, no final de uma reunião com sindicatos e enfermeiros-diretores dos hospitais abrangidos pela greve nos blocos operatórios.

O Grupo Luz Saúde, que gere a rede de hospitais e clínicas Luz, comunicou ontem aos seus colaboradores o fim das convenções com o subsistema de saúde ADSE (dos funcionários públicos) a partir de 15 de abril.

A José de Mello Saúde, que gere a rede de hospitais e clínicas CUF, formalizou na segunda-feira a suspensão, com efeitos a 12 de abril, da convenção com a ADSE para prestação e cuidados de saúde aos seus beneficiários em toda a rede, podendo evoluir para denúncia definitiva da convenção, noticiou o jornal Expresso.

Os grupos de saúde privados invocam, entre outros motivos, alterações de regras e tabelas de preços desajustadas.

A bastonária da Ordem dos Enfermeiros entende que "tem que haver negociação e bom senso" e que à ministra da Saúde, Marta Temido, "falta-lhe talvez autorização para negociar".

O PSD pediu ontem a audição urgente da ministra da Saúde e várias entidades sobre a suspensão e o fim de convenções com a ADSE por dois grupos privados, alertando para os riscos de sobrecarregar um Serviço Nacional de Saúde "sem folgas".

O secretário-geral do PCP, Jerónimo de Sousa, acusou ontem os dois grupos da área da saúde de estarem a fazer chantagem com o SNS.

Greve dos enfermeiros
A bastonária da Ordem dos Enfermeiros disse ontem que os serviços mínimos estão a ser cumpridos nos dez hospitais públicos...

Ana Rita Cavaco falava aos jornalistas na sede da Ordem, em Lisboa, depois de se ter reunido com enfermeiros-diretores dos hospitais onde decorre desde 31 de janeiro, e até ao fim de fevereiro, a 'greve cirúrgica' dos enfermeiros.

No final da reunião, os enfermeiros-diretores optaram por sair das instalações da Ordem sem prestar declarações à imprensa.

A bastonária afirmou, referindo-se aos hospitais abrangidos pela paralisação, que "não há nenhuma infração que os enfermeiros-diretores possam reportar à Ordem" e, "não havendo violação dos serviços mínimos, à Ordem não lhe compete abrir inquéritos disciplinares".

"Não tem matéria para o fazer", frisou Ana Rita Cavaco, alegando que pela primeira vez "houve uma orientação" da tutela de "como os hospitais se deviam comportar" durante a greve.

A bastonária mencionou, sem concretizar se essa orientação foi cumprida em algum hospital, um 'email' da chefe de gabinete da ministra da Saúde que, "no limite, pede para que sejam escalados 100 por cento dos enfermeiros".

Sobre os efeitos da paralisação nas listas de espera de cirurgias, Ana Rita Cavaco disse que "a greve inicia-se já com um problema grave de listas de espera".

"Esta greve tem um efeito: hoje, o serviço nos blocos operatórios é muito melhor organizado, há mais produção cirúrgica", defendeu, sem enumerar as cirurgias que foram realizadas ou adiadas desde que a greve está em curso.

Na reunião com a bastonária estiveram igualmente representantes sindicais e do movimento de enfermeiros "Greve Cirúrgica", que, em declarações aos jornalistas, prometeram, sem especificar, "novas formas de luta" caso as reivindicações dos enfermeiros não sejam atendidas.

A paralisação, que abrangeu inicialmente sete hospitais aos quais se juntaram mais três na sexta-feira, foi convocada pela Associação Sindical Portuguesa dos Enfermeiros (ASPE) e pelo Sindicato Democrático dos Enfermeiros Portugueses (Sindepor), que pediu ao tribunal que declare a nulidade da requisição civil decretada pelo Governo.

Na quinta-feira, o Governo decretou uma requisição civil na greve dos enfermeiros em blocos operatórios, alegando incumprimento da prestação de serviços mínimos.

A requisição civil foi feita aos enfermeiros do Centro Hospitalar e Universitário de S. João, Centro Hospitalar e Universitário do Porto, Centro Hospitalar de Entre o Douro e Vouga e Centro Hospitalar de Tondela-Viseu.

A greve levou ao adiamento de mais de metade das 4.782 cirurgias previstas na primeira semana da paralisação, segundo o Ministério da Saúde, que divulgou na segunda-feira um balanço semanal.

Trata-se da segunda 'greve cirúrgica' convocada pelos sindicatos ASPE e Sindepor. A primeira decorreu em blocos operatórios de cinco centros hospitalares públicos entre 22 de novembro e 31 de dezembro de 2018, tendo provocado o adiamento de mais de 7.500 cirurgias, de acordo com a tutela.

As duas greves foram convocadas após um movimento de enfermeiros ter lançado recolhas de fundos numa plataforma na internet para financiar as paralisações, num total de 740 mil euros.

Segundo os sindicatos, os principais pontos de discórdia com o Governo são o descongelamento das progressões na carreira e o aumento do salário base dos enfermeiros.

Administração Regional de Saúde
A Administração Regional de Saúde do Algarve revelou ontem a existência de cinco casos de papeira, numa situação surgida em...

Perante informações que davam conta da existência de múltiplos casos desta doença numa escola de Vila Real de Santo António, distrito de Faro, quando questionada, a Administração Regional de Saúde (ARS) do Algarve e o seu Departamento de Saúde Pública e Planeamento reconheceu a existência de cinco casos de parotidite epidémica confirmados e dois em análise.

“Neste momento existem cinco casos confirmados, dois a aguardar repetição de análise no Instituto Nacional de Saúde Ricardo Jorge e alguns casos prováveis sob investigação, os quais ainda se aguarda mais informação”, adiantou aquele departamento numa resposta escrita enviada à agência Lusa.

A mesma fonte, que não precisou o número exato de casos prováveis “sob investigação” e a “aguardar mais informação”, esclareceu que se trata de uma “doença infecciosa provocada por um vírus (paramixovírus)”, que é “habitualmente benigna” e “se transmite através das gotículas de saliva, durante a tosse, espirro ou a conversação, ou através da partilha de objetos e utensílios como copos”.

O Departamento de Saúde Pública e Planeamento da ARS do Algarve referiu ainda que a transmissão pode “ocorrer ainda antes do aparecimento dos sintomas” e os sintomas principais são o “aparecimento de febre, dores de cabeça, dores musculares e cansaço, seguindo-se o aumento de volume das glândulas parótidas (glândulas salivares)”.

O organismo que gere a saúde no Algarve garantiu que “a equipa responsável pela investigação do surto, sob a coordenação do Departamento de Saúde Pública e Planeamento da ARS Algarve, está a trabalhar, em estreita colaboração com o Delegado de Saúde local, com os diferentes serviços de saúde e com a escola secundária de Vila Real de Santo António, de forma a conhecer a verdadeira dimensão do surto e a facilitar a implementação das medidas de prevenção e controlo”.

A ARS apelou às pessoas que tenham sintomas característicos da doença para que contactem telefonicamente a Linha Saúde 24 (808 24 24 24) ou a equipa de saúde familiar e cumpram todas as recomendações prescritas.

Ao ser detetado o aumento das glândulas parótidas é indicado um período de “‘afastamento social’ dos doentes durante um período de nove dias” e realizada “a vigilância dos contactos próximos”, assim como “verificação do seu estado vacinal e a atualização da vacinação, sempre que tal se verifique necessário”, acrescentou a ARS do Algarve.

A mesma fonte sublinhou, no entanto, que “a vacinação contra a parotidite epidémica não evita todos os casos de doença” e “não é rara a ocorrência de surtos em populações com elevada proporção de vacinados, em ambientes em que o contacto interpessoal é próximo e frequente”.

“O Departamento de Saúde Pública e Planeamento da ARS Algarve, a Unidade de Saúde Pública Local (Agrupamento de Centros de Saúde do Sotavento), o Centro Hospitalar Universitário do Algarve e a escola continuarão atentos à evolução deste surto e a desenvolver as medidas consideradas necessárias ao controlo da situação”, assegurou ainda a ARS.

Estudo
As mortes por insuficiência cardíaca vão aumentar 73% em 2036, comparando com a mortalidade em 2014, devido ao envelhecimento...

A projeção feita pelos investigadores do Centro de Medicina Baseada na Evidência da Faculdade de Medicina da Universidade de Lisboa prevê também que a carga total da doença, que engloba os anos de vida perdidos por morte e incapacidade, vai sofrer um aumento de 28% face a 2014, o equivalente a 16,8 mil anos de vida perdidos por morte prematura e 10,3 mil anos perdidos devido à incapacidade gerada pela insuficiência cardíaca.

“Vamos ter um aumento de pouco mais de 70% das mortes devido à insuficiência cardíaca, apenas pelo efeito do envelhecimento da população”, disse Miguel Gouveia, um dos investigadores do estudo divulgado a propósito do Dia do Doente Coronário, que se assinala na quinta-feira.

Apesar de a insuficiência cardíaca afetar as pessoas a partir da idade adulta, é mais prevalente em pessoas mais idosas e a população portuguesa está a envelhecer rapidamente.

“Portanto, esta é uma doença que não só é muito pesada agora como é uma doença que vai de certa maneira ter um peso muito crescente com o envelhecimento da população”, disse Miguel Gouveia, economista e professor da Universidade católica.

Miguel Gouveia adiantou que o estudo “tenta estabelecer factos e estimar tendências” e que “seria agora interessante começar a entrar em detalhes de como o sistema de saúde pode lidar com o problema”.

“É possível que o sistema de saúde invista na melhoria desta doença, na prevenção da mortalidade prematura, na melhoria da qualidade de vida, reduzindo a incapacidade das pessoas”, adiantou.

Para o investigador, este investimento será provavelmente “bastante rentável, porque é um problema grande e qualquer coisa que se consiga fazer” para o resolver dará “muitos resultados”.

“Este é um estudo que vale a pena fazer, como o sistema de saúde pode otimizar, pode melhorar a forma como lida com este problema de maneira a termos os melhores resultados possíveis”, defende o investigador.

A insuficiência cardíaca é uma situação clínica debilitante e potencialmente fatal, em que o coração não consegue bombear sangue suficiente para todo o corpo.

O estudo, realizado em colaboração com o Centro de Estudos Aplicados da faculdade de Economia e Gestão da Universidade Católica, e com o apoio de uma bolsa de investigação da farmacêutica Novartis, contou com a participação de investigadores da Unidade de Cuidados de Saúde Personalizada dos Olivais, da Unidade de Insuficiência Cardíaca do Departamento de Medicina Interna e Hospital de Dia do Hospital de São Francisco Xavier e da faculdade de Medicina da Universidade Nova de Lisboa.

Direção-Geral da Saúde
As autoridades de saúde distribuíram cerca de 4,9 milhões de preservativos em 2018, mais um milhão do que em 2014, em centros...

Os dados, divulgados a propósito do Dia Internacional do Preservativo, que se assinala na quarta-feira, indicam que, em 2018 foram distribuídos 4.732.261 preservativos masculinos e 170.291 femininos, num total de 4.902.553, contra 3.899.297 em 2014.

“Entre 2014 e 2018, o programa de distribuição gratuita de materiais preventivos e informativos permitiu a distribuição, anual, de cerca de cinco milhões de preservativos masculinos e femininos nos centros de saúde, hospitais, organizações não-governamentais, estabelecimentos de ensino secundário e universitário, estabelecimentos prisionais, etc”, adianta a Direção-Geral da Saúde (DGS).

Em 2017, foram diagnosticados 1.068 novos casos de infeção por VIH em Portugal, maioritariamente (99,6%) em pessoas 15 ou mais anos. Em 98,1% dos casos a transmissão ocorreu por via sexual.

Segundo dados do estudo “A saúde dos adolescentes portugueses após a recessão”, 28% de adolescentes referem não ter utilizado o preservativo na última relação sexual e 6,1% não se lembram de ter usado.

“Numa altura em que estão disponíveis novas estratégias de prevenção, como a Profilaxia pré-Exposição (PrEP) e Profilaxia Pós-Exposição, importa relembrar que o preservativo continua a ser um meio de fácil acesso e altamente eficaz na prevenção de infeções sexualmente transmissíveis e de gravidezes não desejadas”, sublinha a DGS.

O Dia Internacional do Preservativo celebra-se desde 2008, por iniciativa da ‘AIDS Health Care Foundation’, no dia 13 de fevereiro, com o objetivo de lembrar a importância do preservativo enquanto medida de prevenção de infeções sexualmente transmissíveis e gravidezes não desejadas.

Para assinalar a data, a Direção-Geral da Saúde em parceria com a Câmara Municipal de Lisboa e o GAT – Grupo de Ativistas em Tratamentos vai promover na quarta-feira uma ação de sensibilização na Alameda, em Lisboa.

Uma equipa de voluntários (GAT) em conjunto com um elemento da do Programa Nacional para a Infeção VIH e Sida da DGS irá distribuir material preventivo, gratuito, e esclarecer dúvidas sobre a temática.

Em articulação com as 10 cidades signatárias da Declaração de Paris que se comprometeram acelerar até 2020 a sua resposta local à infeção por VIH e por vírus da hepatite, a Direção-Geral da Saúde difundiu também “uma campanha publicitária de incentivo ao uso consistente do preservativo, através da divulgação em redes sociais, rádios e distribuição gratuita de preservativos à população”.

Hospitais e clínicas
O Grupo Luz Saúde comunicou hoje aos seus colaboradores o fim das convenções com o subsistema de saúde ADSE a partir de 15 de...

“Informamos que os hospitais e clínicas da rede Hospital da Luz se veem obrigados, a partir de 15 de abril, a deixar de prestar os serviços ao abrigo das convenções celebradas com a ADSE. Fazemo-lo com a convicção de que tentámos, até ao limite, encontrar um entendimento com a ADSE", lê-se no comunicado interno.

Segundo a carta enviada aos trabalhadores dos hospitais e clínicas da rede Hospital da Luz, a suspensão deve-se à "impossibilidade de se encontrar um acordo equilibrado na negociação de uma tabela que se encontra desatualizada”.

A rede hospitalar justifica também com a não aplicação retroativa de regras de regularização de faturação, que considera “manifestamente ilegais”.

“Os elevados padrões de qualidade e de segurança de que os hospitais e clínicas da rede Hospital da Luz não prescindem no tratamento dos seus clientes são incompatíveis com os termos em que a ADSE pretende aplicar as convenções”, acrescenta a missiva, recordando que esta decisão afetara mais de 250 mil beneficiários deste subsistema de saúde.

No entanto, ressalva o documento, continuarão a ser prestados vários serviços ao abrigo do regime convencionado, desde que iniciados antes do dia 15 de abril, nomeadamente o acompanhamento a grávidas, os tratamentos relacionados com doença oncológica e os cuidados de saúde de internamento.

Mantêm-se também dentro do regime convencionado todas as marcações feitas pelos beneficiários da ADSE até hoje, mesmo que se realizem depois de 15 de abril.

A rede Hospital da Luz integra 14 hospitais, 13 clínicas ambulatórias de proximidade e um centro clínico digital.

 

Organizações internacionais alertam
Cerca de 420.000 pessoas morrem anualmente por causa de alimentos contaminados com bactérias, parasitas ou químicos nocivos,...

"Atualmente, o mundo produz alimentos suficientes para toda a gente", mas estão mal distribuídos e uma parte significativa "não é segura", afirmou o diretor geral da agência das Nações Unidas para a Alimentação e Agricultura (FAO, na sigla em inglês), José Graziano da Silva.

A FAO, a Organização Mundial da Saúde (OMS) e a União Africana chamaram hoje a atenção para a falta de segurança alimentar, que provoca mais de 200 doenças diferentes, numa conferência inédita realizada na capital da Etiópia, Adis Abeba.

A OMS estima que um décimo da população mundial sofre de doenças provocadas por alimentos contaminados, especialmente as crianças com menos de cinco anos, mais vulneráveis às doenças diarreicas, que provocam mais mortes.

O impacto sente-se também nos serviços de saúde sobrecarregados e nos danos às economias nacionais, que totalizam 83,5 mil milhões de euros por ano, segundo a FAO.

Na primeira conferência internacional sobre inocuidade alimentar, que decorre até quarta-feira, estão representados 125 países que discutirão uma declaração comum não vinculativa em que se apela às nações para tomarem medidas.

"Há um interesse maior dos países africanos", disse à France Presse o diretor do departamento da segurança alimentar da OMS, Kazuaki Miyagishima.

Desde logo, o primeiro desafio apontado na declaração, é que se reconheçam "conceitos de inocuidade alimentar nas políticas nacionais e regionais" e que se defina "um compromisso político firme e ações coerentes" para que se promovam "dietas saudáveis e diversificadas".

Defende-se também maior investimento nos "sistemas nacionais de controlo alimentar" para os tornar capazes de enfrentar emergências e garantir alimentos com segurança, "com atenção especial aos segmentos populacionais mais vulneráveis".

No Porto
A necessidade dos cuidadores de crianças com cancro “cuidarem de si, sem sentimentos de culpa” será um dos temas em análise no...

“O foco não é tanto a questão das obrigações do Estado para com o cuidador, mas a importância do cuidar de si”, disse a diretora-geral da Fundação Rui Osório de Castro (FROC), que organiza o encontro.

Em declarações, Cristina Potier sublinhou que “um pai ou uma mãe com uma criança doente esquece-se, na grande maioria das vezes, de si próprio e é preciso que entendam a importância do seu bem-estar para melhor poderem apoiar o seu filho”.

“A questão é que em 90% dos casos abdica-se de tudo, daí a necessidade de entenderem que pararem um bocadinho é mesmo importante, não podem ter ‘guilty feelings’ [sentimentos de culpa], não se podem sentir culpados”, acrescentou.

Cristina Potier explicou que de ano para ano, a escolha dos temas tem em conta o ‘feedback’ recolhido durante estes seminários e os contactos que a FROC vai recebendo.

“Pontualmente somos contactados por pais, com questões sobretudo ligadas a possíveis causas, tratamentos e apoios existentes. Mas recebemos também muitos desabafos, onde o desespero e impotência é muitas vezes sentido”, afirmou a diretora-geral da FROC, que considera, por isso, fundamental organizar este tipo de eventos pelo país.

As três primeiras edições deste seminário realizaram-se em Lisboa, em 2018 em Coimbra e agora no Porto.

“Queremos desta forma dar oportunidade às famílias de outras zonas do país de participarem neste seminário, procurando em cada um dos painéis ter profissionais que esclareçam e também testemunhos de quem, por experiência, sabe do que fala”, referiu.

Para Cristina Potier, “este é um momento em que realmente se compreende o que preocupa os familiares destas crianças, sendo um evento dirigido sobretudo a estes, mas também aberto a todos os que acompanham ou acompanharam esta realidade no seu dia a dia – sobreviventes e suas famílias, voluntários, estudantes e profissionais de oncologia pediátrica”.

Neste 5.º seminário serão ainda debatidos os mitos e verdades associados à alimentação e ao cancro, em especial quando se trata de uma criança, a escola inclusiva e a investigação em oncologia pediátrica.

No que se refere à investigação em oncologia pediátrica, a responsável disse que “a preocupação dos pais é garantir que, de facto, o tratamento que o médico prescreveu é o melhor para o seu filho. Se existe investigação não é para a maioria uma prioridade”.

Neste âmbito, Cristina Potier tranquiliza os pais considerando que, “em Portugal, existem tratamentos de excelência e que se porventura o médico considerar que existe um tratamento mais adequado para a criança fora do país, esta será encaminhada”.

No decorrer do seminário, será ainda entregue o prémio no valor de 15 mil euros ao vencedor da 3.ª edição do Prémio Rui Osório de Castro/Millennium BCP, que apoia projetos que promovam a melhoria dos cuidados prestados a crianças com doença oncológica.

A vencedora desta edição foi Ana Catarina Cordeiro, do Serviço de Oncologia do Hospital Pediátrico de Coimbra, com o projeto “Interleucina 6 (il-6) e interleucina 8 (il-8) como preditores de infeção bacteriana em doentes oncológicos pediátricos com neutropenia febril”.

13 de fevereiro | Dia Internacional do Preservativo
O Grupo de Ativistas em Tratamento apelou hoje às autoridades para que os preservativos sejam disponibilizados gratuitamente e...

Apesar de já serem distribuídos alguns preservativos nestes locais, ainda não é suficiente, além dos entraves que existem no seu acesso, porque é sempre necessário passar por um intermediário para os obter, disse o diretor-executivo do Grupo de Ativistas em Tratamento (GAT), Ricardo Fernandes, que falava a propósito do Dia Internacional do Preservativo, que se assinala na quarta-feira.

“Temos sempre de passar por pessoas para obter o preservativo. Nas escolas e noutros sítios temos de ir à psicóloga, nos centros de saúde temos de ir a uma consulta” de planeamento familiar, exemplificou Ricardo Fernandes.

O que o GAT pretende é que “o preservativo esteja acessível às populações que dele necessitam em primeira mão, que não seja preciso intermediários”, sugerindo a sua distribuição em “caixas automáticas” nestes locais.

Segundo a organização, a utilização do preservativo tem vindo a diminuir nos últimos 10 anos, considerando que o problema não está tanto na falta de informação, mas no acesso ao preservativo como demonstra o estudo "Vida Sem SIDA", da Universidade de Lisboa, segundo o qual cerca de 97% dos jovens estão bem informados relativamente à sua importância, mas mais de 60% assumem ter relações sem o seu uso.

Ricardo Fernandes adiantou que as populações vulneráveis sabem que o preservativo consegue controlar as infeções sexualmente transmissíveis, mas não o usam.

“Muitas das vezes a razão porque não o usam, e as pessoas não questionam isso, é porque de facto não tem acesso a ele. O preservativo comprado continua a ser dispendioso e gratuitamente não é de fácil acesso”, sublinhou.

Para o diretor-executivo do GAT, não é compreensível que “em pleno século XXI” a maioria das escolas não tenha preservativos disponíveis para os jovens que estão a iniciar a sua vida sexual.

“Às escolas juntam-se as prisões, onde também infelizmente o preservativo não existe ou não existe de uma forma de fácil acesso, as pessoas têm de pedir a alguém” para o obter.

Há anos que o GAT defende a criação de um programa ou um plano de prevenção para o VIH e para as doenças sexualmente transmissíveis que indique quais são as populações prioritárias e como se deve atuar em termos de prevenção.

“Hoje em dia a prevenção não é só o preservativo, temos a prevenção combinada temos vários meios preventivos que as pessoas poderão usar em determinadas alturas da sua vida”, mas o preservativo é “o mais barato e é extremamente eficaz” na prevenção de infeções sexualmente transmissíveis.

Para ultrapassar a falta deste plano, uma situação que deve ser “colmatada com alguma urgência”, o GAT lançou no ano passado o projeto “LOVE Condom”, uma unidade móvel que disponibiliza preservativos em lugares estratégicos (grandes eventos como festivais, zonas de diversão noturna, zonas de trabalho sexual) e onde as infeções são mais prevalentes.

Num ano, foram distribuídos 1,5 milhões de preservativos, o que representa “uma grande conquista”, disse Ricardo Fernandes, adiantando que o objetivo é aumentar este número em 2019.

14 de fevereiro | Dia Nacional do Doente Coronário
Apesar dos avanços no diagnóstico e tratamento do enfarte agudo do miocárdio (EAM), que contribuem significativamente para a...

A presença de comorbilidades, como diabetes, doença renal crónica, doença arterial periférica ou doença aterosclerótica em múltiplos territórios vasculares, associada ao mau controlo dos fatores de risco cardiovasculares e a uma terapêutica desadequada ou, não raras vezes, ao abandono precoce da medicação prescrita, potenciam um segundo evento cardíaco. Neste seguimento, Sílvia Monteiro aproveita o Dia Nacional do Doente Coronário para alertar para a importância “de uma abordagem estruturada e integrada de prevenção secundária, com uma colaboração estreita entre a Cardiologia e a Medicina Geral e Familiar no acompanhamento do doente pós-EAM”, determinantes para a melhoria do prognóstico destes doentes e para evitar um novo ‘ataque’.

A prevenção da repetição dos eventos cardiovasculares está ainda dependente de uma terapêutica adequada, que, segundo a especialista, deverá passar pela utilização de antiagregantes plaquetares que assumem “um papel fundamental no tratamento de fase aguda do enfarte e na prevenção da recorrência de eventos a longo prazo, pelo que é recomendada a manutenção de dupla antiagregação plaquetar durante pelo menos 12 meses após EAM, exceto quando o risco hemorrágico é proibitivo. A descontinuação ou suspensão prematura desta terapêutica constitui um fator de risco importante na recorrência de EAM.” A especialista afirma ainda que “têm sido investigados novos alvos terapêuticos e novas estratégias de prevenção, incluindo o prolongamento desta terapêutica para além dos 12 meses habitualmente recomendados em doentes de alto risco isquémico”, sendo, por isso, fundamental “a seleção criteriosa e individualizada da terapêutica antiagregante plaquetar e da sua duração, de acordo com o risco isquémico e hemorrágico do doente”.

Para o sucesso de qualquer terapêutica, é importante que o doente assuma também o seu papel no tratamento pós enfarte e na prevenção de um segundo evento cardíaco. Isto implica respeitar a medicação prescrita e adotar um estilo de vida saudável, que passa pela cessação tabágica, pela adoção de uma dieta equilibrada, prática de atividade física e controlo de fatores de risco, como a diabetes, pressão arterial e níveis de colesterol. Segundo Sílvia Monteiro, é importante ainda gerir a ansiedade do doente face à probabilidade de um novo evento cardíaco. Para tal, a especialista afirma que “a informação e educação do doente coronário e das respetivas famílias são essenciais para a compreensão do evento agudo e para a gestão das expetativas de vida a longo-prazo. A comunicação clara dos objetivos terapêuticos, o envolvimento do doente no plano terapêutico e a tomada de consciência de que o futuro depende essencialmente das escolhas feitas pelo próprio doente são fatores decisivos para gerir o medo da recorrência de eventos cardiovasculares e morte após EAM.”

Maior amostra utilizada em investigação científica mundial
Intitulada “Total motile sperm count trend over time across two continents: evaluation of semen analyses from 119,972 infertile...

A amostra, formada por cerca de 120.000 homens, é a maior utilizada até ao momento atribuindo a este trabalho um notável peso científico.

A investigação recebeu ainda, em outubro de 2018, um prémio da Sociedade para a Reprodução Masculina e Urologia entregue na última edição da Sociedade Americana de Medicina da Reprodução.

A infertilidade masculina representa metade dos casos atendidos atualmente nas clínicas de procriação medicamente assistida. “Nas últimas décadas assistimos a uma crescente preocupação com a diminuição das taxas de natalidade a nível global. Para explicar este facto, a sociedade tem, até então, apontado o dedo sobretudo ao aumento da idade média na qual os casais decidem ter o primeiro filho. O que este estudo vem demonstrar é que o problema poderá ser muito mais abrangente e que a fertilidade masculina poderá também estar a diminuir. Tendo em conta que as razões desta alteração na qualidade espermática dos homens são de momento desconhecidas, torna-se importante monitorizar a evolução desta tendência, que poderá manter-se ou agravar-se no futuro”, alerta o Samuel Ribeiro, coordenador científico do IVI Lisboa.

“Trata-se do estudo com a amostra maior até ao momento o que aliado à principal conclusão obtida, abre uma grande incógnita a investigar, acerca das causas que podem estar na sua origem, e confirma com dados objetivos o observamos em consulta e que até ao momento não tinha confirmação científica tão determinada. Depois destes resultados, é necessário analisar com mais detalhe as suas causas e medidas a tomar”, acrescenta o Nicolás Garrido, diretor da Fundação IVI e um dos coautores deste estudo. 

Ainda relativamente às possíveis causas, o médico acrescenta que “existem muitas investigações acerca dos efeitos adversos do estilo de vida tóxico e a exposição constante a fatores ambientais adversos sobre a qualidade dos espermatozoides, mas ainda não se sabe com exatidão o quão nocivos são. Torna-se obrigatório um estudo contínuo e mais preciso dos fatores que podem afetar negativamente a qualidade do esperma”.

Veganismo ou vegetarianismo
Uma das preocupações mais comuns de quem segue uma dieta vegan ou vegetariana é a de que pode existi
Salada de beringela

De facto, existem certas plantas e vegetais que podem conter significativamente mais proteínas do que algumas carnes. E, como sabe, uma dieta rica em proteínas promove um fortalecimento da massa muscular, uma sensação de saciedade e perda de peso.

Levar uma alimentação vegan ou vegetariana está directamente ligado a benefícios na saúde, incluindo baixo colesterol, menor pressão arterial e um menor índice de massa corporal. No entanto, caso esteja a pensar em seguir uma dieta deste cariz, terá de se certificar que ingere nutrientes core, como a vitamina B12, ferro e ómega 3.

Seja qual for o motivo pelo qual pretende seguir uma alimentação vegetariana ou vegan, deve estar à procura de ideias de receitas para fazer. Para além dos tradicionais vegetais e frutas, foi elaborada uma lista com alguns substitutos da proteína animal que farão com que esqueça a carne e saboreie na mesma deliciosas refeições.

Beringela

Este vegetal oferece uma textura suculenta e um sabor natural, podendo ser preparada de várias formas, desde grelhada e cozida, a frita ou mesmo com recheio.

Cogumelos

É muito popular substituírem-se alguns tipos de bifes por cogumelos, sendo um alimento com enormes potencialidades. Cortados, fatiados ou moídos proporcionam uma textura suculenta e um sabor defumado que resulta muito bem em substituição da carne.

Tofu

É semelhante à carne de galinha. Este alimento, baseado em soja vegetariana com bastante proteína (85 gramas contêm 9 gramas de proteína), serve pratos cozinhados durante todo o ano. Se tentarmos usar um termo mais poético, o tofu é como uma tela em branco pronto para dar sabor a centenas de outros alimentos vegans ou vegetarianos.

Seitan

Conhecido como a carne branca do vegetarianismo, esta proteína de trigo é uma excelente opção e fornece uma sensação semelhante à da galinha, quando provada (de facto, muitas imitações de produtos com galinha no mercado são feitos com seitan). Actualmente consegue comprar este alimento na maioria dos supermercados.

Lentilhas

Este legume é surpreendentemente alto em proteínas, possuindo 9 gramas por meio copo. A sua textura e sabor apimentado fazem dele um bom substituto à carne picada em várias receitas. As lentilhas existem em várias cores, incluindo vermelho, castanho, preto e verde, custando menos do que a carne. Pode comê-las cozinhadas ou em conserva.

Feijões

Semelhantes às lentilhas, os feijões são uma boa forma de substituir bifes em diversas receitas. Para cada meio copo servido, este alimento fornece 8 gramas de proteína e 8 de fibras, sendo que pode variar dependendo do tipo de feijão.

Tempeh

O tempeh é um alimento fermentado com um fungo do género "Rhizopus", a partir de sementes de soja branca da Indonésia, com um aroma a nozes e uma textura densa e ligeiramente carnuda. Esta proteína tem todos os aminoácidos essenciais e, como é fermentado, possui probióticos, isto é, bactérias essenciais ao bom funcionamento da flora intestinal.

Quinoa

Esta pequena semente está cheia de proteína, é fácil de cozinhar e muito versátil. Um copo de quinoa cozinhada tem 8 gramas. Para além disso, é um dos poucos substitutos da carne que fornece os nove aminoácidos essenciais que o corpo humano não produz e contém fibra, ferro, magnésio e manganésio.

Quais as diferenças entre vegetarianismo e veganismo?

O vegetarianismo e o veganismo são duas opções alimentares de bases parecidas. No entanto, divergem em termos de posicionamento, uma vez que os vegetarianos e as vegetarianas excluem carne e peixe, mas não produtos de origem animal. Este grupo consome, por exemplo, ovos, lacticínios e mel. De uma forma genérica:

Ovo-lacto-vegetarianismo: consomem lacticínios e ovos;

Lacto-vegetarianismo: consomem lacticínios mas não ovos;

Ovo-vegetarianismo: consomem ovos mas não lacticínios;

Veganismo: não consomem ovos, lacticínios ou outros derivados de origem animal.

Por seu turno, o veganismo exclui tudo o que é de origem animal da sua alimentação e também da roupa, produtos de higiene e detergentes. Se optar por um destes estilos de vida, está a contribuir para que haja menos poluição e sejam gastos menos recursos naturais.

A Associação Vegetariana Portuguesa, por exemplo, afirma que a maioria das pessoas decide ser vegetariana para evitar a morte de animais, mas também há quem opte por este tipo de alimentação devido a problemas de saúde, crenças religiosas, entre outros motivos.

Janeiro, Outubro e Agosto foram os meses com mais procura por nutricionistas

De acordo com dados recolhidos, em 2018 houve mais procura por um ou uma nutricionista por motivos de saúde do que desportivos, num ano em que os meses com mais pedidos por este serviço na plataforma foram Janeiro, Outubro e Agosto, respectivamente.

Artigos relacionados

Será a dieta vegan adequada para os bebés?

Alimentação vegan é saudável?

Alimentação saudável é a que nos mantém sem inflamação

Fonte: 
Foto: 
Nota: 
As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico, Enfermeiro, Farmacêutico e/ou Nutricionista.
Relatório revela
Pior do que Portugal - que teve uma taxa de quase 20% -, estava a Bulgária, a Itália, a Polónia e a República Checa, sendo que...

Portugal foi, em 2018, o quinto pior país da União Europeia (UE) na taxa de abandono de chamadas para o número europeu de emergência (112), que rondou os 20%, por problemas como a rede ou congestionamento da linha.

Os dados, escreve o Sapo, constam do relatório divulgado pela Comissão Europeia referente ao 28.º aniversário da implementação do número de emergência europeu, demonstrando que Portugal é o quinto país pior classificado (do total dos 28 Estados-membros, sendo que três países não responderam) no que toca às chamadas feitas para o 112 e que “terminam antes de uma resposta por um operador humano”.

“O abandono das chamadas pode ser causado por problemas de rede, congestionamento de chamadas, entre outros fatores”, assinala Bruxelas no relatório.

Pior do que Portugal - que teve uma taxa de quase 20% -, estava a Bulgária, a Itália, a Polónia e a República Checa, sendo que neste último caso a taxa subiu para quase 50%.

Ao todo, foram feitas cerca de 8.500.000 chamadas para o 112 em Portugal no ano passado, de um total de 141.141.731 feitas em toda a UE.

No que toca ao tempo de resposta, mais de 90% das chamadas foram atendidas em 10 segundos em 13 Estados-Membros, em 2018, incluindo Portugal, no qual o tempo médio foi seis segundos.

Em Portugal, o 112 é o número mais usado para reportar emergências.

O país está a instalar um sistema de geolocalização das chamadas, projeto que conta com fundos comunitários.

Bruxelas prevê que, até 2020, 15 Estados-membros tenham este sistema instalado, sendo que, para já, só existe na Bélgica, Estónia, Finlândia, Irlanda, Lituânia, Malta, Eslovénia e Reino Unido.

Em Portugal foram, porém, já criados alertas por mensagens de texto (por entidades como a Proteção Civil, entre outras), sendo este um dos cinco Estados-membros onde isso acontece – juntamente com países como a Bélgica, Irlanda, Luxemburgo e Espanha.

Pessoas carenciadas
Cerca de 80 mil pessoas receberam cabazes de alimentos através do Programa Operacional de Apoio às Pessoas Mais Carenciadas, o...

Ontem, em Santarém, decorreu o primeiro Encontro FEAC – Fundo Europeu de Apoio às Pessoas Mais Carenciadas, onde foi feito um balanço e uma reflexão do Programa Operacional de Apoio às Pessoas Mais Carenciadas (PO APMC) e a sua respetiva execução.

De acordo com dados do Ministério do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social, através do PO APMC foi possível entregar cabazes mensais de alimentos a cerca de 80 mil pessoas, entre mais de 30 mil agregados familiares.

“Foram distribuídas mais de 13.500 toneladas de bens desde novembro de 2017 (data da entrega dos primeiros cabazes alimentares)”, refere o Ministério.

Estes cabazes foram concebidos pela Direção-Geral de Saúde que definiu não só os alimentos a incluir, mas também as respetivas quantidades, “de forma a assegurar a oferta de cabazes alimentares nutricionalmente adequados e que permitam assegurar 50% das necessidades energéticas e nutricionais mensais dos beneficiários do programa”.

Antes da programação do próximo concurso de aquisição de alimentos, foi feito um questionário de satisfação aos beneficiários do programa, ao qual responderam mais de 90% das pessoas.

Segundo o Ministério, 74% das pessoas que receberam um cabaz disseram que este programa “é melhor do que os anteriores”, por comparação com outros em que participaram para receber apoio alimentar.

Por outro lado, disseram que esta distribuição mensal de alimentos permitiu diminuir os níveis de privação dos agregados familiares, sendo que em 72% dos casos permitiu fazer face atempadamente a despesas como a água ou a luz.

Cinquenta e três por cento dos beneficiários referem que graças ao cabaz conseguiram “pagar atempadamente a renda de casa ou o empréstimo da casa”, enquanto em 43% dos casos a distribuição mensal de alimentos permitiu comprar medicamentos.

O Ministério refere que os resultados do inquérito serviram de base à conceção do novo cabaz de alimentos, que “não só vai ao encontro dos hábitos de consumo e preferências alimentares dos beneficiários do programa, como também aumenta substancialmente a diversidade dos alimentos incluídos”.

O PO APMC tem como objetivo o combate à pobreza e às situações de exclusão, através do financiamento de aquisição, transporte, armazenamento e distribuição de alimentos e medidas de acompanhamento.

O processo é assegurado por organizações públicas ou privadas sem fins lucrativos, através de uma parceria com 135 entidades coordenadoras, responsáveis pela receção dos alimentos, e 600 entidades mediadoras, que, em parceria com as entidades coordenadoras, fazem a distribuição aos beneficiários finais.

Estudo
Quase metade de todas as espécies de insetos, vitais para os ecossistemas e economias, está em declínio acentuado em todo o...

"A conclusão é clara: a menos que mudemos as nossas formas de produzir alimentos, os insetos entrarão em vias de extinção em algumas décadas", dizem os autores deste balanço "assustador", síntese de 73 estudos, que apontam, em particular, para o papel da agricultura intensiva no destino dos insetos.

Hoje, escreve o Sapo, cerca de um terço de todas as espécies está ameaçada "e, a cada ano, cerca de 1% a mais é adicionada à lista", calculam Francisco Sanchez-Bayo e Kris Wyckhuys, das universidades de Sydney e Queensland. O que representa, observam, "o episódio mais massivo de extinção", desde o desaparecimento dos dinossauros.

"A proporção de espécies de insetos em declínio (41%) é duas vezes maior do que a dos vertebrados e a taxa de extinção de espécies locais (10%) é oito vezes maior", destacam.

A função dos insetos
Quando se fala de perda de biodiversidade, o que chama a atenção é o destino de grandes animais. Mas os insetos são "de importância vital para os ecossistemas: um tal evento não pode ser ignorado e deve fazer com que atuemos para evitar um colapso, que seria catastrófico, dos ecossistemas naturais", insistem os cientistas nas conclusões publicadas na revista Biological Conservation.

Exemplo do serviço vital prestado pelos insetos está a polinização de culturas. No sentido contrário, um exemplo do impacto do seu desaparecimento é o declínio "vertiginoso" das aves de campo, um fenómeno já observado em França em 2018.

"Quase não há mais insetos, esse é o problema número um", explicou um dos investigadores, Vincent Bretagnolle: "porque até os pássaros devoradores de grãos precisam de insetos numa época do ano, para as suas crias".

Como causas da perda dos insetos, os investigadores australianos apontam o desaparecimento dos seus habitats e o uso de pesticidas sintéticos na agricultura nos últimos 60 anos.

O estudo baseia-se, em particular, no caso da Europa e dos Estados Unidos, onde a vigilância é  mais comum e regular. "Mas, como esses fatores se aplicam a todos os países do mundo, a realidade dos insetos não deve ser diferentes em países tropicais e em desenvolvimento", apontam.

A estas razões somam-se os agentes patogénicos, espécies invasoras e, finalmente, as alterações climática, especialmente em regiões tropicais.

Páginas