Farmácias em risco
A bastonário da Ordem dos Farmacêuticos defendeu hoje que o Ministério da Saúde deve “estudar e equacionar” vários modelos...

“Se a solução passa por pagamentos de alguns serviços ligados à otimização da terapeuta em estreita ligação com os médicos ou se passa por olhar para medicamentos que hoje estão com preços muitíssimo baixos não sei, é preciso olhar para o serviço público que as farmácias prestam”, disse Ana Paula Martins.

Na sua opinião, os agentes, nomeadamente o Ministério da Saúde, o Infarmed e os farmacêuticos, têm de se sentar e equacionar um sistema que seja comportável e que responda às necessidades dos portugueses, não pondo em causa aquilo que é o orçamento do SNS.

A bastonária falava aos jornalistas na Farmácia Vitória, no Porto, onde juntamente com o bastonário da Ordem dos Médicos, Miguel Guimarães, assinou a petição pública “Salvar as Farmácias, Cumprir o SNS”, na qual se propõe um conjunto de objetivos para um programa legislativa dirigido ao setor farmacêutico.

A falta de alguns medicamentos nas farmácias tem vindo a piorar nos últimos dois anos, por esse motivo, Ana Paula Martins realçou que é “muito importante” encontrar soluções e garantir o acesso de medicação a todos os portugueses.

A dirigente vincou que as farmácias têm alvará público para fazer a distribuição e dispensa de medicamentos em segurança, o que torna o serviço que prestam um serviço público.

“A nossa missão é garantir o acesso a medicamentos em todo o território nacional, não há portugueses de primeira e portugueses de segunda”, ressalvou.

Ana Paula Martins afirmou que o financiamento que o SNS tem não é suficiente e o Governo tem de encarar essa realidade.

Quase um quarto das farmácias portuguesas estão em situação de risco, por enfrentarem processos de penhora ou insolvência, segundo dados da principal associação do setor.

A Associação Nacional de Farmácias lançou há menos de duas semanas uma petição pública que defende um programa legislativo dirigido ao setor farmacêutico, para evitar o fecho de farmácias em situação mais frágil e para pedir igualdade no acesso de todos os portugueses aos medicamentos.

Segundo dados da associação, são 679 as farmácias em risco, com processos de penhora e insolvência, que representam quase 25% da rede de mais de 2.900 farmácias.

Ordem dos Médicos
O bastonário da Ordem dos Médicos, Miguel Guimarães, disse hoje que o Governo, ao garantir a continuidade de subsistema de...

“Fiquei tranquilo com as palavras do primeiro-ministro porque mostrou e mostra aos portugueses que a ADSE é importante, não só para os funcionários públicos que a ela tem acesso, mas para todos os portugueses”, referiu.

Miguel Guimarães falava aos jornalistas na Farmácia Vitória, no Porto, onde juntamente com a bastonário da Ordem dos Farmacêuticos, Ana Paula Martins, assinou a petição pública "Salvar as Farmácias, Cumprir o SNS".

A existência da ADSE significa que um conjunto de pessoas, cerca de um milhão, utilizam outros serviços para além do Serviço Nacional de Saúde (SNS) e, se porventura terminasse, o SNS teria potencialmente mais estes utentes todos, vincou.

Neste momento, o SNS está na “linha vermelha” do que é o acesso aos cuidados de saúde, não tendo capacidade para dar resposta a todos os portugueses porque tem “graves deficiências”, considerou.

“Mas, a existência ou não da ADSE não depende do primeiro-ministro, depende dos seus beneficiários”, disse ainda Miguel Guimarães.

O primeiro-ministro, António Costa, garantiu na quinta-feira que a ADSE não vai acabar e reafirmou a intenção do Governo de negociar preços justos com os grupos privados prestadores de cuidados de saúde.

"Acho que é preciso uma palavra de confiança a todos os beneficiários da ADSE. Os cuidados de saúde não estão em causa, estarão integralmente assegurados, assim como também está assegurada a continuidade da ADSE. Para isso, é essencial que a ADSE mantenha boas condições de solidez financeira e boas condições comerciais", afirmou o chefe do Governo.

Os três maiores grupos de saúde privada do país anunciaram que vão romper as convenções com a ADSE, o subsistema de saúde dos funcionários públicos.

 

Apoio
O Secretário de Estado das Comunidades Portuguesas garantiu hoje que medicamentos continuam a chegar aos portugueses na...

“Esta associação recebeu apoios [do Governo português] e, em dezembro, tinha de apresentar nova candidatura, cumprindo as regras estabelecidas para o uso de dinheiros públicos. Não quis. Continuaremos a desenvolver o nosso trabalho com toda a rede que temos na Venezuela e vários médicos da associação manifestaram discordância com a direção e a intenção de continuar a trabalhar connosco”, explicou à Lusa José Luís Carneiro, no Porto, à margem da assinatura de um protocolo para a realização do I Congresso Mundial de Redes da Diáspora Portuguesa.

De acordo com o secretário de Estado, mesmo sem a colaboração da associação que hoje anunciou ter desistido de esperar pela ajuda do Governo, o Estado português continua com a rede atualmente existente, a apoiar cerca de 40 mil portugueses “de todo o território da Venezuela”, que desde 2017 receberam “mais de 500 quilos de medicamentos via mala diplomática”.

De acordo com José Luís Carneiro, o facto de a associação não se ter formalizado a candidatura a novos apoios obriga o Governo “a reorganizar a rede estabilizada em outubro”.

O secretário de Estado lembra que o Governo tem “em vista alargar toda a rede de apoio em termos de saúde e cuidados médicos na Venezuela”, no âmbito de um protocolo com o Ministério da Saúde.

“As circunstâncias que se estão a viver agora dificultam alguns passos na operacionalização de alguns canais que tínhamos em curso”, observou.

O governante vincou que, “para aprofundar e alargar a rede”, o Estado português “conta com os consulados de carreira, conselheiros sociais e com os cônsules honorários que cobrem praticamente todo o território Venezuela”.

“Temos um conjunto de associações da Venezuela que alcançam cerca de 40 mil portugueses de todo o território”, disse.

José Luís Carneiro referiu-se ainda à “rede de permanências sociais portuguesas em 23 estados”, que permitiu “identificar mais de três mil pessoas” e colocá-las “em contacto com embaixada”.

“É contando com toda esta rede que continuaremos a dar o nosso melhor para ajudar portugueses na Venezuela”, garantiu.

Quanto aos 500 quilos de medicamentos que entre 2017 e a atualidade foram enviados para portugueses na Venezuela, o secretário de Estado especificou que “correspondem às substâncias ativas ou são equivalentes terapêuticos em 11 categorias, entre as quais antibióticos, antiarrítmicos, antiepiléticos, protetores gástricos, diabetes, insuficiência coronária e hipertensão”.

“Foram ainda fornecidos um conjunto alargado de outros medicamentos, como antibacterianos, para o aparelho cardiovascular e para o tratamento da demência de Alzheimer”, acrescentou.

Relativamente à associação, José Luís Carneiro disse poder garantir “que todos os médicos que dizem discordar com opções da direção vão continuar a contar com todo o esforço do Estado português”.

“Antes do protocolo com esta associação já, desde 2017, o Estado português desenvolvia trabalho aturado, sendo o primeiro país europeu que desenvolvia trabalho no envio de medicamentos e apoio alimentar àqueles que começavam já a conhecer condições de vida especialmente greves”, recordou.

O governante notou que, em Portugal, "é preciso continuar a contar com boa cooperação institucional da Madeira e dos municípios", revelando que o presidente da autarquia portuense manifestou "disponibilidade para acolher" famílias "nalguma disponibilidade de alojamento municipal".

A Associação de Médicos Luso-venezuelanos, que acompanha lusodescendentes doentes na Venezuela, desistiu da ajuda do Governo português e passou a contar com apoio da AMI, tendo desistido de esperar por uma ajuda prometida que, segundo os médicos, nunca chegou.

Carla Dias, uma das responsáveis da associação, disse que “a única coisa que chegou foram medicamentos desajustados das doenças indicadas numa extensa lista, alguns até fora de prazo”.

SNS
O bastonário da Ordem dos Médicos, Miguel Guimarães, afirmou hoje que os protestos que têm acontecido na área da Saúde mostram...

“Os protestos, sejam que protestos forem, que têm acontecido na área da Saúde mostram que alguma coisa não vai bem, não vale a pena alguém do Governo vir dizer que está tudo bem, nós já sabemos que não está tudo bem, os portugueses já perceberam que não está tudo bem”, disse, no Porto.

Miguel Guimarães falava aos jornalistas na Farmácia Vitória, no Porto, onde, juntamente com a bastonária da Ordem dos Farmacêuticos, Ana Paula Martins, assinou a petição pública “Salvar as Farmácias, Cumprir o SNS”.

O bastonário realçou que são todos os profissionais de saúde que estão em protesto, uns de uma forma, outros de outra, havendo mesmo várias pessoas a não querer assumir cargos de direção em vários hospitais, o que é “preocupante”.

Na sua opinião, é essencial reforçar o Serviço Nacional de Saúde (SNS) na prática, investindo nele.

“Escusamos de andar sempre a pensar em novas legislações quando, de facto, não se está a apostar no que é serviço público. Apostar no serviço público é investir nele a todos os níveis”, considerou.

Por isso, Miguel Guimarães entendeu ser fundamental valorizar o papel do farmacêutico, acrescentando que o acesso aos cuidados de saúde não se limita aos hospitais e centros de saúde.

As farmácias fazem parte da causa pública no que ao acesso ao SNS diz respeito, vincou.

 

Saúde Mental
Na sociedade de hoje, falar da doença física é normal, mas falar da doença psicológica é ainda tabu,

Falar do que sentimos é estranho, falar das emoções é muitas vezes interpretado como sinal de fraqueza, e muitas vezes desvalorizado.

Neste sentido é essencial percebermos as necessidades do doente como um todo, física e mental, uma vez que muitas das doenças físicas podem levar a futuras doenças psicológicas e vice-versa. A vivência da doença física pode ser de tal maneira intensa ou traumática que é possível desenvolver, por exemplo, níveis elevados de ansiedade, entre outras patologias do foro psicológico. Por outro lado, as doenças psicológicas podem ser de tal modo incapacitantes, que condicionam a saúde física das pessoas.

É nosso dever, enquanto prestadores de cuidados de saúde psicológica, ajudar estes doentes e familiares a desmistificar a doença psicológica, para que percebam que não estão sozinhos nesta luta. Se nos sentimos de determinada maneira e não conseguimos ultrapassar, não é porque somos fracos, mas sim, porque o que vivemos ou experienciamos é de tal forma intenso e doloroso que nos limita no nosso dia-a-dia.

A propósito deste dia tão importante, devemos parar todos e refletir sobre a importância da nossa saúde física e também da nossa saúde mental. Valorizá-las como um todo e perceber que a doença psicológica é tanto ou mais incapacitante que a doença física.

 

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As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico, Enfermeiro, Farmacêutico e/ou Nutricionista.
Eurostat
Portugal tinha, em 2017, a segunda maior taxa de crianças com necessidades de cuidados médicos dentários não atendidas (6%),...

A maior taxa de crianças com menos de 16 anos e falta de cuidados médicos dentários foi identificada na Letónia (7,3%), seguindo-se Portugal (6%), Espanha e Roménia (5,7% cada).

Segundo o gabinete estatístico europeu, sete estados-membros apresentaram, em 2017, taxas de menos de 1%: Hungria (0,3%), Croácia (0,4%), Alemanha (0,5%), Luxemburgo (0,7%), França, Áustria e Eslováquia (0,9% cada).

No que respeita aos cuidados médicos em geral, na UE, em 2017, 1,8% das crianças com menos de 16 anos não receberam os necessários cuidados médicos, com a Bélgica a apresentar a maior taxa (8,7%), seguida da Roménia (7,4%) e da Suécia (4,2%).

No extremo oposto, com menos de 1% de crianças sem necessidades médicas atendidas estavam a Áustria (0,0%), Alemanha (0,1%), Hungria (0,2%), Espanha (0,3%), Croácia (0,4%), Malta (0,5%), Eslováquia (0,6%) e Portugal (0,9%).

Greve dos enfermeiros
A Comissão Nacional de Proteção de Dados considera que a ASAE pode aceder aos dados de quem contribuiu para o financiamento das...

Segundo uma nota publicada no ‘site’ da Comissão Nacional de Proteção de Dados (CNPD), foi dito à plataforma PPL, que gere o fundo, que “nada obsta” à disponibilização à ASAE da informação pedida para averiguar a origem dos fundos recolhidos.

A Autoridade para a Segurança Alimentar e Económica (ASAE) pretende investigar a origem dos fundos recolhidos pelos enfermeiros através de uma plataforma de financiamento colaborativo, 'crowdfunding', para as greves em blocos operatórios.

A PPL pediu no início desta semana um parecer à Comissão Nacional de Proteção de Dados que lhe respondeu na quinta-feira, afirmando que, de acordo com a legislação de proteção de dados pessoais, “nada obsta” à disponibilização à ASAE da informação solicitada, para “a prossecução das atribuições e o estrito exercício das competências em que está legalmente investida”.

A Comissão Nacional de Proteção de Dados refere ainda que este tipo de plataformas está obrigado a manter um registo com a identificação completa dos beneficiários e dos apoiantes, bem como com o montante dos apoios concedidos, individualizados por apoiante e por operação, nos termos de legislação de combate ao branqueamento de capitais, competindo à ASAE verificar especificamente o respeito dessas obrigações legais, bem como fiscalizar e aplicar sanções no âmbito da atividade de financiamento colaborativo”.

“Tal compreende o poder de aceder a esse registo, pelo que a CNPD considerou estar preenchida a condição de licitude do tratamento de dados pretendido”, por se tratar de “uma operação de tratamento necessária ao exercício da autoridade pública em que está investida por lei a ASAE”, sublinha a nota da CNPD.

Através da recolha de fundos, os enfermeiros conseguiram angariar mais de 720 mil euros para financiar os profissionais em greve.

Oncologia pediátrica
Fundação Rui Osório de Castro ajuda a esclarecer dúvidas e preocupações de familiares das crianças com cancro. ...

Hoje assinala-se o Dia Internacional da Criança com Cancro. Que mitos e verdades estão associados à alimentação e ao cancro, em especial quando se trata de uma criança? São realmente as escolas inclusivas para as crianças que passam por um diagnóstico de cancro? Em que estado se encontra a investigação em oncologia pediátrica? Que necessidades têm os cuidadores da criança com cancro? Estas serão algumas questões em debate no 5º Seminário de Oncologia Pediátrica, uma iniciativa da Fundação Rui Osório de Castro (FROC), que decorre amanhã, dia 16 de fevereiro, no IPO do Porto, e que recebeu o Alto Patrocínio de sua Excelência o Presidente da República.

Sobre os temas, Cristina Potier, diretora-geral da FROC, começa por adiantar que é preciso diferenciar o que é verdade do que é mito no que respeita à alimentação das crianças com cancro. “Existem muitos mitos à volta da alimentação… muitas propostas ‘milagrosas’. A alimentação é fundamental como complemento ao tratamento e não como substituição. Também queremos falar aqui sobre a importância de uma alimentação saudável, mesmo no pós-tratamento, para o bem-estar e também como prevenção do cancro no adulto.”

A escola inclusiva estará também em debate, depois de, em 2017, ter saído uma portaria que pretendia regulamentar “o procedimento a adotar para a concessão das medidas educativas especiais [para a criança com doença oncológica], assim como as condições para beneficiar das mesmas e o regime da sua implementação e acompanhamento”. Saber se estas medidas estão efetivamente a ser cumpridas é um dos objetivos da discussão do tema no seminário, isto porque, adianta a diretora-geral da FROC, “até aqui, o que se sentia é que esta resposta dependia de escola para escola, de professor para professor e isto não podia ser.”

A promoção da investigação em oncologia pediátrica, escassa não só no nosso país, mas também lá fora,  é parte integrante da missão da FROC e um dos temas que será levado também a debate. Esta é uma realidade que ainda não está enraizada, nem mesmo junto dos familiares da criança com cancro. “A preocupação dos pais é garantir que, de facto, o tratamento que o médico prescreveu é o melhor para o seu filho. Se existe investigação, não é para a maioria uma prioridade.” Sobre os tratamentos, Cristina Potier aproveita para tranquilizar os pais e garantir que, “em Portugal, existem tratamentos de excelência e que se porventura o médico considerar que existe um tratamento mais adequado para a criança fora do País, esta será encaminhada.”

Falar dos pais e restantes familiares, sobretudo daqueles que têm o papel de cuidador da criança com cancro é também importante e, por isso, um dos temas escolhidos, isto porque “um pai ou uma mãe com uma criança doente esquece-se, na grande maioria das vezes, de si próprio e é preciso que entendam a importância do seu bem-estar para melhor poderem apoiar o seu filho/a.”

De ano para ano, a escolha dos temas tem em conta o feedback recolhido durante estes seminários e os contactos que a FROC vai recebendo. “Pontualmente somos contactados por pais, com questões sobretudo ligadas a possíveis causas, tratamentos e apoios existentes. Mas recebemos também muitos desabafos, onde o desespero e impotência é muitas vezes sentido”, afirma a diretora-geral da FROC, que considera, por isso, ser fundamental organizar este tipo de eventos pelo País. “As três primeiras edições deste seminário realizaram-se em Lisboa, em 2018 em Coimbra e agora em 2019 no Porto. Queremos desta forma dar oportunidade às famílias de outras zonas do País de participarem neste seminário, procurando em cada um dos painéis ter profissionais que esclareçam e também testemunhos de quem, por experiência, sabe do que fala”.

Para Cristina Potier “este é um momento em que realmente percebemos o que preocupa os familiares destas crianças, sendo um evento dirigido sobretudo a estes, mas também aberto a todos os que acompanham ou acompanharam esta realidade no seu dia a dia – sobreviventes e suas famílias, voluntários, estudantes e profissionais de Oncologia Pediátrica –  que, com a sua experiência, em muito enriquecem esta partilha de informação, acabando por ser um ponto de encontro único no ano em que todas as partes de juntam para debater um tema que interessa a todos”.

No decorrer do seminário será ainda entregue o prémio no valor de 15.000€ ao vencedor da 3ª edição do Prémio Rui Osório de Castro/Millennium BCP, que apoia projetos que promovam a melhoria dos cuidados prestados a crianças com doença oncológica.

15 de fevereiro | Dia Internacional da Criança com Cancro
Ao longo da vida o ser humano depara-se inúmeras vezes com o processo de adoecer, no entanto há pato

O cancro é uma doença com elevada incidência, sendo que não escolhe géneros, classes sociais ou idades. Em Portugal está a aumentar o número de crianças/adolescentes com cancro, do mesmo modo que aumenta também o número de doentes que sobrevivem ao fim de cinco anos (Costa e Silva, 2005).

Embora seja uma doença grave, cada vez mais as taxas de cura e de sobrevivência aumentam dada a evolução de novas terapêuticas mais eficazes. Os meios de diagnóstico mais evoluídos permitem uma deteção mais pormenorizada das caraterísticas do tumor de modo a adequar da melhor forma os meios de tratamento a utilizar (cirurgia, quimioterapia, radioterapia, hormonoterapia).

Enfermeiro é elemento fulcral no apoio ao doente e família

No entanto, receber um diagnóstico de cancro continua a ser um momento de grande impacto, tanto para a criança/adolescente, como para a família. Nesse momento tudo é colocado em causa. O enfermeiro, desde o diagnóstico, é um elemento fulcral para o apoio ao doente e família, ajudando-a na adaptação a todas as fases do processo de doença.

Como referem Lima et al. (1996), a hospitalização da criança com cancro implica um sem número de características específicas, a possibilidade de um mau prognóstico, a cronicidade da doença, os efeitos secundários agressivos da terapêutica, a alteração da auto-imagem, os internamentos prolongados e frequentes, bem como uma alteração de todo o curso de vida da criança (ausências escolares, distancia da família e amigos).

A dinâmica familiar destas crianças/adolescentes e das suas famílias também é bastante alterada. Sendo enfermeira a exercer funções num serviço de Oncologia Pediátrica, e apesar de no serviço onde trabalho um dos pais poder permanecer junto da criança 24h/dia, é compreensível que estes se sintam exaustos e ansiosos por vários motivos como: impotência por assistirem ao sofrimento dos filhos durante a hospitalização, insegurança de saberem resultados acerca da eficácia da terapêutica, distância da restante família e impedimento transitório de seguirem a sua vida profissional.

Família culpabiliza-se por não ter detetado sintomas da doença

Quando uma criança adoece toda a rede familiar é afectada tanto nas rotinas, afastamento do domicílio e rede social de apoio, absentismo a nível laboral dos pais, perda de capacidade económica. Sendo a doença oncológica uma patologia crónica, esta ansiedade é mantida no tempo e alocada a diversos motivos como culpabilização por não terem detectado os sintomas da doença do filho precocemente, incerteza e insegurança vivenciadas durante o tratamento e o cariz negativo da doença, muitas das vezes associada a morte (quando se trata de uma criança é ainda um acontecimento antinatural).

Para o enfermeiro que exerce funções em oncologia pediátrica todos os dias são um desafio. Durante o acolhimento os pais são, desde logo, “assaltados” pela insegurança quando veem o nome do serviço à entrada, quando veem crianças sem cabelo (alopécia) no corredor. A doença ainda é extremamente estigmatizante e muitas pessoas ainda a vêem como uma fatalidade, cabendo ao enfermeiro desmistificar esta crença.

Fazer acreditar que a pessoa que faz o penso do cateter também pode brincar e cantar

As crianças, apesar de doentes, têm o direito de continuar a brincar e o mais complicado, a meu ver, é ganhar a sua confiança. É fazê-las acreditar que a pessoa que lhe faz o penso do cateter central pode ser também aquela que brinca com ela e lhe canta músicas infantis.

Relativamente aos adolescentes, é compreensível que haja uma maior dificuldade ao ajustamento a um diagnóstico e tratamento de um tumor. A adolescência é uma fase do ciclo vital de transição à qual está implícita uma crise de desenvolvimento que, quando acoplada ao aparecimento de uma doença oncológica, faz com que ocorram duas crises em simultâneo, a de desenvolvimento e uma crise situacional (surgimento de doença), o que vai dificultar ao adolescente o processo de lidar com esta doença e seus efeitos sociais, físicos e emocionais.

Sendo o cancro uma patologia à qual ainda se associa socialmente sofrimento e morte, e estando o adolescente numa fase de desenvolvimento da sua independência e construção da identidade, um diagnóstico de cancro nesta fase da vida implica várias perdas: saúde, alteração da imagem corporal, objetivos de vida, planos para o futuro, com consequentes mudanças no estilo de vida (Barros, 2008).

Enfermeiro confidente do adolescente, dos medos e sentimentos sobre a doença

Devido à facticidade da doença e às alterações que esta implica, o enfermeiro é muitas das vezes o profissional a quem o adolescente confia muitos dos seus medos e sentimentos perante a doença assumindo o papel de ajudar o adolescente a desenvolver um processo de ajustamento e adaptação às diferentes fases da patologia.

O enfermeiro de oncologia pediátrica é um elo fundamental da equipa de saúde, sendo muitas das vezes, dada a quantidade de internamentos e duração longa dos mesmos, encarado como um elemento essencial no desenrolar do curso da patologia dos seus doentes, vivenciando os seus medos, angústias, fracassos e vitórias. Pelo que, tem também de se proteger e tentar não carregar os problemas dos doentes e famílias consigo quando se ausenta do hospital, uma vez que este serviço tem uma carga emocional bastante pesada.

Para mim, como enfermeira nesta área, torna-se essencial acompanhar o percurso dos doentes e famílias, mesmo após a saída do internamento. Tanto quando as situações têm um desfecho menos bom - e acompanhamos a família no processo de luto disponibilizando-nos sempre para telefonarem ou virem ao serviço quando sentirem necessidade (o que acontece frequentemente) -, ou acompanhando os nossos meninos e jovens após saírem de tratamento, quando entram na faculdade, quando retomam a sua vida no domicílio e só regressam ao hospital para consultas de rotina.

É de salientar que esta é uma área bastante gratificante para o enfermeiro. Apesar de exigir muito deste profissional de saúde, tanto tecnicamente, como a nível emocional, também traz recompensas de enorme gratidão por parte de crianças/adolescentes e suas famílias. Isto é o mais importante, pois é para eles que estamos presentes todos os dias a dar o nosso melhor.

Bibliografia
- BARROS, Sónia – O contributo do enfermeiro no processo adaptativo do adolescente a uma doença oncológica. Dissertação de Mestrado em Ciências de Enfermagem. Instituto de Ciências Biomédicas Abel Salazar: Universidade do Porto (2008).
- COSTA e SILVA, E. – Há mais crianças com cancro. Diário de Notícias. 31 Janeiro, 2005
- LIMA, et al. – Assistência á criança hospitalizada: reflexões acerca da participação dos pais. Revista Latino-Americana de Enfermagem. 7 (2). P.33-39.

Ana Filipa Cavaleiro Pascoinho, Enfermeira com Pós-licenciatura em Enfermagem de Saúde Mental e Psiquiatria. Serviço Oncologia Pediátrica – Departamento Hospital Pediátrico - Centro Hospitalar Universitário de Coimbra

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As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico, Enfermeiro e/ou Farmacêutico.
Função Pública
Mais de duas dezenas de hospitais de várias zonas do país apresentaram uma adesão entre os 75% e os 100% no turno da noite...

Na base do protesto, que envolve sindicatos da CGTP e da UGT, está o facto de o Governo prolongar o congelamento salarial por mais um ano, limitando-se a aumentar o nível remuneratório mais baixo da administração pública, de 580 para 635,07 euros, na sequência do aumento do salário mínimo nacional para os 600 euros.

De acordo com os dados disponibilizados hoje de madrugada pela Frente Comum relativos ao turno da noite, os hospitais de S. José e de Santa Maria (urgência e bloco), em Lisboa, registaram uma adesão de 100% e o Hospital D. Estefânia 98%.

Os hospitais Amadora/Sintra, de Gaia e de Chaves registaram 90% de adesão e nas unidades hospitalares de S. Francisco Xavier, de Santo António e Pedro Hispano, ambos no Porto, foi de 80%.

No Hospital de S. João, no Porto, a adesão relativa ao turno da noite foi de 75%.

Os dados da Frente Comum indicam também que em Coimbra, o Hospital da Universidade de Coimbra, a Maternidade Daniel de Matos, a Maternidade Byssaia Barreto, o Hospital Geral dos Covões e o Hospital Pediátrico estiveram só com os serviços mínimos.

Ainda na Região Centro, o Hospital de Pombal, Hospital da Figueira da Foz, Centro Hospitalar Entre Douro e Vouga (Santa Maria da Feira), Centro Hospitalar Baixo Vouga (Aveiro), Centro Hospital Tondela/Viseu, Unidade de Saúde Local da Guarda, Centro Hospitalar de Leiria e Centro Hospitalar do Oeste (Caldas da Rainha) também estiveram no turno da noite só com serviços mínimos.

Quanto à recolha noturna de resíduos, dados do Sindicato Nacional dos Trabalhadores da Administração Local e Regional (STAL) indicam que os serviços estiveram encerrados nos concelhos de Almada, Alcochete, Amadora, Évora, Loures e Odivelas, Moita, Palmela, Seixal e Setúbal.

No Funchal foi registada uma adesão de 60% no Funchal, 70% em Lisboa – Garagem dos Olivais, 50% em Sintra e 60% em Vila Franca de Xira.

A greve dos funcionários públicos deverá ter uma elevada adesão, com um impacto mais visível nos setores da saúde, educação, finanças e autarquias, podendo levar ao encerramento de escolas e deixar lixo por recolher, segundo as estruturas sindicais que convocaram esta paralisação nacional.

A paralisação começou por ser marcada pela Frente Comum de Sindicatos da Administração Pública (CGTP), há cerca de um mês, na expectativa de que o Governo ainda apresentasse uma proposta de aumentos generalizados para a função pública, o que não veio a concretizar-se.

A Federação Sindical da Administração Pública (FESAP) e a Federação Nacional da Educação (FNE), filiadas na UGT, marcaram dias depois greve para a mesma data, pelos mesmos motivos.

A última greve nacional da administração pública ocorreu em 26 de outubro e foi convocada pela Frente Comum, pela FESAP e pelo Sindicato dos Quadros Técnicos do Estado (STE).

Os trabalhadores da função pública têm os salários congelados desde 2009.

Associação
Quase um quarto das farmácias portuguesas estão em situação de risco, por enfrentarem processos de penhora ou insolvência,...

A Associação Nacional de Farmácias lançou há menos de duas semanas uma petição pública que defende um programa legislativo dirigido ao setor farmacêutico, para evitar o fecho de farmácias em situação mais frágil e para pedir igualdade no acesso de todos os portugueses aos medicamentos.

Hoje de manhã, os bastonários da Ordem dos Médicos e dos Farmacêuticos vão assinar a petição “Salvar as Farmácias, Cumprir o SNS” durante a visita a uma farmácia no Porto.

Segundo dados da associação do setor, são 679 as farmácias em risco, com processos de penhora e insolvência, que representam quase 25% da rede de mais de 2.900 farmácias.

Portalegre, Guarda, Santarém e Setúbal são os distritos onde 30% ou mais das farmácias estão em risco.

De acordo com os dados da Associação Nacional de Farmácias a que a agência Lusa teve acesso, Aveiro tem em risco 30 farmácias, Beja tem 15, Braga 28, Bragança sete, Castelo Branco dez, Coimbra 34, Évora cinco, Faro 34, Guarda 18, Leiria 28, Lisboa 189, Portalegre 16, Porto 81, Santarém 45, Setúbal 63, Viana do Castelo 12, Vila Real 17, Viseu 30, Açores seis e Madeira 11.

Ao assinar hoje a petição para “Salvar as Farmácias”, as ordens dos Médicos e dos Farmacêuticos indicam que “subscrevem as preocupações dos promotores da iniciativa, que alertam para as dificuldades sentidas pela rede de farmácias e também para os problemas relacionados com as falhas de abastecimento de medicamentos”

Segundo a petição, foram reportadas 64 milhões de embalagens de medicamentos em falta nas farmácias só no ano passado.

“A austeridade sobre o setor do medicamento não pode ser eterna. É urgente salvar a rede de farmácias”, pede o texto da petição.

Entretanto, na quinta-feira, a Autoridade do Medicamento (Infarmed) anunciou que vai intensificar as inspeções ao circuito do medicamento para detetar eventuais falhas de medicamentos, depois de no ano passado ter realizado quase 400 inspeções a farmácias e distribuidores.

Num comunicado, o Infarmed adianta que nas inspeções realizadas em 2018 foram identificadas algumas “questões relacionadas com faltas de medicamentos”, mas “nenhuma situação que justificasse uma intervenção”.

 

Investigação espanhola
O Hospital Puerta de Hierro de Majadahonda avisou na quinta-feira que a disfunção erétil afeta mais de 40% dos homens em...

Estes dados depreendem-se do estudo da Associação para a Investigação em Disfunções Sexuais em Cuidados Primários, realizado com 3.600 homens de toda a Espanha, divulgado através de comunicado da instituição.

Assim, mais de 40% (42,68%) dos homens que vão às consultas de cuidados primários apresentam problemas de ereção com gravidade distinta. Calcula-se que em 2025 este problema afete 322 milhões de homens em todo o mundo.

As causas são múltiplas, com fatores psicológicos, farmacológicos, neuronais, hormonais e vasculares, entre outros. Estes últimos são os mais frequentes nas idades mais avançadas, segundo o comunicado.

Cerca de um terço dos doentes não responde a medicamentos específicos. Além dos tratamentos farmacológicos, existem duas alternativas com evidência científica comprovada: as injeções intra-cavernosas e a opção cirúrgica com a prótese do pénis.

Em Espanha realizam-se mais de 800 intervenções por ano, se bem que o número de pessoas que poderiam beneficiar destas técnicas é muito superior, uma vez, que segundo a informação disponível, quase um em cada quatro homens sofre de disfunção erétil.

“Apesar do seu bom resultado, os espanhóis recorrem dez vezes menos do que os norte-americanos a estes implantes”, afirmou Juan Ignacio Martínez Salamanca, urologista do Hospital Universitário Puerta de Hierro-Majadahonda.

Os implantes são uns cilindros de silicone ou ‘bioflex’ (substância biocompatível), de estrutura anatómica, que se introduzem nos corpos cavernosos do pénis “e produzem a rigidez necessária para uma boa e adequada relação sexual”, destacou o especialista.

Atualmente, há próteses inovadoras que “podem provocar uma ereção sempre que seja pretendida pelo paciente, que deve acionar para isso uma bomba colocada no escroto”, sendo que, “depois de ter uma relação sexual, o paciente pode desativar a prótese através de um botão e o pénis regressa ao estado de flacidez”, acrescentou.

Segundo o hospital, mais de 85% dos pacientes que fizeram a operação “afirmaram que voltariam a fazer a operação”.

Os médicos salientaram ainda que o aparecimento da disfunção erétil é um sintoma de alerta para a possível existência de uma doença cardiovascular.

ADSE
A Associação Portuguesa de Hospitalização Privada considerou que “ainda há espaço” para três grandes grupos de saúde privada...

Em declarações aos jornalistas no parlamento, depois de reuniões com as bancadas parlamentares de PSD e CDS-PP, o presidente da Associação Portuguesa de Hospitalização Privada (APHP), Óscar Gaspar, afirmou que “com certeza que há espaço” para os hospitais privados recuarem na decisão de cessar a prestação de serviços ao abrigo da ADSE.

“A Associação Portuguesa dos Hospitais Privados sempre esteve aberta para o diálogo, e aquilo que nos espanta é que, de facto, tenha havido apenas silêncio do lado da ADSE pelo menos desde outubro”, referiu.

Óscar Gaspar salientou que, “se a ADSE quiser negociar, embora de forma firme, como disse o senhor primeiro-ministro, e de forma muito correta, obviamente que há condições” de chegar a “uma convenção que seja equitativa e transparente” na ótica dos hospitais privados.

O primeiro-ministro, António Costa, garantiu ontem que a ADSE não vai acabar e reafirmou a intenção do Governo de negociar preços justos com os grupos privados prestadores de cuidados de saúde.

O presidente da APHP considerou que foi “uma intervenção muito positiva da parte do senhor primeiro-ministro”, que vem em linha com os apelos do “Presidente da República, do bastonário da Ordem dos Médicos, até do presidente da Associação de Administradores Hospitalares”, que apelaram ao diálogo e ao retomar das negociações.

Óscar Gaspar salientou “até agora” não sentiu “abertura da parte do Governo para essa fase de negociação” e, por isso, espera que “a ADSE também tenha tomado boa nota e esperamos a qualquer momento então que se inicie esse período de negociação, que é importante que se faça”.

Porém, até hoje ainda não foram notificados para nenhum encontro.

Os grupos José de Mello Saúde (rede CUF), Luz Saúde e Lusíadas Saúde comunicaram esta semana que vão romper as convenções com a ADSE, o subsistema de saúde dos funcionários públicos, com efeito a partir de abril.

Aos jornalistas, o presidente da APHP assinalou que na reunião de Assembleia-Geral da associação, “não foram dois, nem três, nem quatro, nem cinco os hospitais privados que disseram que com esta atual convenção não há condições de prosseguir”, o que demonstra que este “não é um problema de dois ou três grupos, é um problema mais alargado”.

Apontando que não responde “por aqueles três grupos”, Óscar Gaspar referiu que “aquilo que fizeram foi comunicar em devido tempo à ADSE o que é que ia acontecer”, recusando que estejam a fazer chantagem.

“Não há nenhum tipo de chantagem. A questão é muito clara e nem sequer é do conhecimento da ADSE há uma semana ou há um mês ou há dois meses”, salientou o dirigente.

Apontando que os hospitais privados são “contra esta regra das regularizações desde o início”, o responsável recordou que “no ano passado” foi interposto “um processo em tribunal que corre os seus trâmites”.

“Aquilo que os grupos que já comunicaram à ADSE disseram foi que, com esta convenção, não há condições de prosseguir. Não há nenhuma ameaça, é apenas a realidade dos factos”, vincou.

Já no final de dezembro, a Associação Portuguesa de Hospitalização Privada revelou que alguns prestadores admitiam deixar de ter convenção com a ADSE, após esta ter exigido 38 milhões de euros por excessos de faturação em 2015 e 2016, pedindo a anulação desse processo ao Governo.

O Conselho Geral e de Supervisão da ADSE aprovou na terça-feira, por unanimidade, uma resolução em que apela para um “urgente diálogo” entre os prestadores de saúde e o conselho diretivo do instituto público.

Ontem, estava também previsto que a APHP se reunisse com o PS, mas tal acabou por não acontecer “por indisponibilidade” do grupo parlamentar. Hoje, a associação encontra-se com o BE.

Greve dos enfermeiros
O Ministério da Saúde afirmou ontem que vai indicar "factos comprovativos" do incumprimento dos serviços mínimos na...

Numa resposta escrita, o Ministério da Saúde entende que a ação de intimação admitida pelo Supremo Tribunal Administrativo “significa apenas que o tribunal a irá apreciar”.

O Sindicato Democrático dos Enfermeiros (Sindepor) tinha interposto a intimação na sequência da requisição civil decretada na semana passada pelo Governo como resposta à paralisação dos enfermeiros nos blocos operatórios de quatro dos dez hospitais onde até ao final do mês decorre a “greve cirúrgica”.

“O Governo foi citado esta tarde relativamente à segunda versão da intimação apresentada pelo Sindepor, uma vez que a primeira apresentava deficiências. O facto de a ação ter sido admitida pelo Supremo Tribunal Administrativo, depois de retificada, significa apenas que o Tribunal a irá apreciar”, indica o Ministério.

O gabinete da ministra Marta Temido acrescenta que irá ser apresentada defesa nos próximos cinco dias, “com as alegações e os factos comprovativos do incumprimento dos serviços mínimos estabelecidos pelo Tribunal Arbitral”.

“O Ministério da Saúde, em articulação com os conselhos de administração, mantém o acompanhamento da situação dos hospitais abrangidos pela greve, para verificar o cumprimento de serviços mínimos”, que são atualmente dez unidades.

O Supremo Tribunal Administrativo decidiu hoje admitir a intimação do Sindicato Democrático dos Enfermeiros a contestar a requisição civil decretada pelo Governo, mas essa decisão não suspende os efeitos da requisição civil.

Garcia Pereira, advogado que representa o Sindepor neste caso, considerou, contudo, que se tratou de uma decisão “muito importante”, porque este tribunal veio reconhecer que a intimação é “o meio mais adequado” para “assegurar a tutela célere e efetiva do direito fundamental à greve”.

Instituto Ricardo Jorge
A gripe baixou de intensidade e encontra-se em tendência decrescente, de acordo com o Boletim de Vigilância Epidemiológica...

A taxa de incidência de síndroma gripal foi de 40,9 por 100.000 habitantes, indica o documento divulgado pelo Instituto Nacional de Saúde Doutor Ricardo Jorge.

“Na semana 6 (04 a 10 de fevereiro) foram predominantemente detetados em circulação os vírus da gripe dos subtipos A(H1), pdm 09 e A (H3)”, lê-se no boletim.

Os vírus do tipo B foram detetados “esporadicamente e em número reduzido”, desde o início da época de vigilância.

Foram reportados 17 casos de gripe pelas 24 unidades de cuidados intensivos que enviaram informação.

Na semana anterior (5), a maioria dos países reportou “atividade gripal baixa-moderada, com tendência crescente”.

Em Portugal, estimava-se já uma taxa de incidência de 40,9 por cada 100.00 habitantes, em tendência decrescente.

 

Infarmed
A Autoridade do Medicamento anunciou ontem que vai intensificar as ações de inspeção para detetar eventuais falhas de...

Em comunicado, o Infarmed adianta que nas inspeções realizadas em 2018 foram identificadas algumas “questões relacionadas com faltas de medicamentos”, mas “nenhuma situação que justificasse uma intervenção”.

Este anúncio de intensificação de ações inspetivas surge depois de queixas do setor das farmácias sobre falhas no abastecimento de medicamentos.

Apesar de indicar que as inspeções realizadas não detetaram qualquer questão que justificasse uma intervenção, o Infarmed decidiu avançar com “um programa inspetivo” que incide sobretudo “em questões relacionadas com a disponibilidade de medicamentos”, sendo as ações dirigidas a distribuidores, farmácias e titulares dos medicamentos.

Segundo a Autoridade, as inspeções devem averiguar “práticas relativas às obrigações dos vários intervenientes” no circuito do medicamento.

Paralelamente, o Infarmed indica que pretende avançar com outras medidas de “promoção ao acesso a medicamentos”, como a clarificação de funções e responsabilidades dos vários intervenientes.

Na sexta-feira, os bastonários da Ordem dos Médicos e dos Farmacêuticos vão deslocar-se a uma farmácia no Porto, onde vão assinar a petição pública “Salvar as Farmácias”, documento que propõe medidas para garantir o acesso de todos os cidadãos aos medicamentos.

Segundo um comunicado divulgado pelas duas ordens profissionais, os bastonários vão “subscrever as preocupações” dos promotores da petição, “que alertam para as dificuldades sentidas pela rede de farmácias e para os problemas relacionados com as falhas de abastecimento de medicamentos”.

O setor das farmácias indicou já que foram reportadas 64 milhões de embalagens de medicamentos em falta nas farmácias só no ano passado.

 

ADSE
A Santa Casa da Misericórdia do Porto está disponível para alargar em pelo menos 20% o acordo com a ADSE, disse ontem o...

“Hoje temos um acordo que se conseguíssemos aumentá-lo em 20%, 30% teríamos capacidade para isso e até para chegar um bocadinho mais longe em função da própria disponibilidade da ADSE”, disse o provedor da Misericórdia do Porto.

Desde abril do ano passado que os beneficiários da ADSE podem aceder a todos os serviços do Hospital da Prelada, da Misericórdia do Porto, ao abrigo da convenção firmada entre as duas entidades.

António Tavares adiantou que da parte da Misericórdia do Porto existe “uma grande disponibilidade” para aprofundar este relacionamento, alargando a convenção a mais especialidades.

A instituição tem também o Centro Hospitalar Conde Ferreira, “mais vocacionado para a área da psiquiatria e da psicologia e as demências, que é um problema que começa a afligir um bocadinho a sociedade devido ao envelhecimento das pessoas”, adiantou.

Como o processo de envelhecimento da população “vai trazer novos desafios à saúde”, explicou, referindo que, nesse domínio, em diálogo e cooperação com a ADSE, é possível estudar novas respostas.

“Tudo isto obriga, neste novo contexto dos tempos que vivemos, a uma disponibilidade da nossa parte”, afirmou, acrescentando que não se resume só a novas especialidades médicas, mas também a toda envolvente que acompanha este processo.

O provedor recordou ainda a “tradição muito grande” das misericórdias na área da saúde: “Sempre tivemos hospitais, ainda hoje um dos grandes nossos hospitais está ao serviço do Serviço Nacional de Saúde”, o Santo António.

Nesse contexto, “é perfeitamente normal que sendo a ADSE um financiador com relevo, com cerca de 1,2 milhões de beneficiários que a Santa Casa da Misericórdia do Porto esteja disponível não só para fazer essa parceria como aprofundar essa parceria”.

A ADSE tem estado no centro da atenção mediática e política nos últimos dias, com a suspensão de convenções por parte de dois grupos, a José de Mello Saúde (que gere os hospitais CUF) e o Grupo Luz Saúde.

O conselho de administração do grupo Lusíadas Saúde também anunciou na quarta-feira que está a “analisar opções para a cessação das atuais convenções existentes” com o subsistema público de saúde da ADSE.

Portal das Finanças
O prazo para os contribuintes atualizarem o seu agregado familiar no Portal das Finanças termina hoje, sendo a informação que...

A atualização do agregado familiar é relevante para os contribuintes que ao longo de 2018 mudaram de estado civil, assistiram ao nascimento de filhos ou os viram ultrapassar a idade a partir da qual deixam de ser considerados dependentes no que ao IRS diz respeito.

A alteração de morada é outro dos motivos relevante nesta atualização do agregado familiar que, este ano, tem ainda a novidade de os pais com filhos em guarda conjunta poderem assinalar a percentagem de cada um na partilha das despesas.

A par desta indicação, os pais com guarda conjunta devem ainda indicar (se for esse o caso) a existência de residência alternada. Sem estas duas informações, a Autoridade Tributária e Aduaneira considerará que não existe residência alternada e dividirá ao meio as despesas e deduções relativas ao dependente e que são relevantes no apuramento do IRS a pagar.

Além de uma dedução específica por dependente – que é de 600 euros se este tiver mais de três anos e de 725 euros com idade inferior – os pais podem usar as despesas relacionadas com a educação e saúde dos filhos para abater ao imposto.

Toda esta a informação é a que AT terá em conta quando iniciar o processo de pré-preenchimento do IRS ou o IRS automático. Sem este passo, usará os últimos dados de que dispõe.

ADSE
A Fundação Champalimaud admite conseguir absorver alguns beneficiários da ADSE provenientes de hospitais que suspendam as suas...

Em declarações, a presidente da Fundação Champalimaud, Leonor Beleza, descreveu como sereno e “perfeitamente normal” o relacionamento que a instituição mantém com a ADSE, sem registo de problemas.

“A convenção [com a ADSE] está a funcionar em termos normais. O que precisamos de discutir com a ADSE discutimos tranquilamente. Não temos intenção de provocar qualquer tipo de alteração”, afirmou Leonor Beleza em declarações à Lusa numa altura em que três grandes grupos privados ameaçam suspender a convenção com o subsistema de saúde dos funcionários públicos.

A Fundação recebeu no ano passado cerca de oito mil doentes da ADSE, que representam cerca de 20% do total dos doentes tratados na instituição.

A presidente indica que “se for preciso receber mais alguns doentes” a Fundação poderá “certamente fazê-lo”, lembrando que na Champalimaud são seguidos essencialmente casos de cancro.

Por se dirigir sobretudo a doentes oncológicos, Leonor Beleza diz que a Fundação tem “o maior respeito possível pela necessidade de estabilidade” e de continuidade dos tratamentos.

“Temos imenso respeito pela estabilidade e nunca poríamos em insegurança os que escolhem por ser tratados por nós. Somos, como hospital, basicamente um hospital de cancro. Os doentes que tratamos têm características especiais e são situações que implicam tempo relativamente prolongado de tratamento. É preciso respeitar a tranquilidade e estabilidade”, afirmou.

A Fundação Champalimaud, uma fundação privada de interesse público, faz essencialmente investigação científica e médica, mas presta também cuidados de saúde e tem um regime de convenção com a ADSE.

ADSE
A presidente da ADSE afirma que tem em análise “largas centenas” de pedidos de novas convenções, mas indica que estão a ser...

Em entrevista, Sofia Portela lembra que todos os prestadores são importantes para os beneficiários da ADSE e que está “em diálogo permanente” com os prestadores de cuidados, esperando ter “sucesso nesse diálogo”.

A presidente da ADSE indica que as notícias sobre grupos privados que podem suspender convenções com o subsistema dos funcionários públicos geram ansiedade nos beneficiários.

“Geram ansiedade, sobretudo em quem tem tratamentos em curso. Gostava de dar uma palavra de tranquilidade. Os serviços de saúde e o seu acesso está completamente assegurado e podem aceder como sempre fizeram aos prestadores. A ADSE está a desenvolver todos os esforços para que não haja quebras de acesso”, afirmou.

Até ao momento, a ADSE não tem tido pedidos de desistência ou renúncia por parte de beneficiários, embora a responsável entenda que as notícias desta semana possam causar inquietação e ansiedade.

Sublinhando que a ADSE está a trabalhar para “encontrar formas que satisfaçam todos os interessados neste processo”, Sofia Portela indica que o subsistema “está constantemente a receber pedidos para novas convenções nas mais diversas áreas”.

Neste momento, a ADSE tem para avaliar “largas centenas” de pedidos de convenções com novos prestadores de cuidados, que poderiam juntar-se aos cerca de 1.600 prestadores que atualmente já têm regime de convenção e que prestam assistência ou cuidados aos beneficiários do subsistema público.

“A ADSE tem uma rede alargada de prestadores de cuidados de saúde e todos são bastante importantes para a ADSE e para os beneficiários”, frisa Sofia Portela.

A responsável indicou já que até ao momento hospitais privados ainda não formalizaram qualquer cancelamento de convenções com a ADSE.

A presidente adianta que a ADSE está a trabalhar para estabelecer uma tabela de preço fixo para os casos em que atualmente os prestadores ainda têm preços abertos e que são depois sujeitos a regularização, um processo que está a ser contestado agora por alguns grupos privados.

A regularização de faturas referentes a 2015 e 2016, em que a ADSE pede aos privados o pagamento de 38 milhões de euros, tem estado na base da contestação dos hospitais privados, havendo já três grandes grupos a ponderar cancelar convenções com o subsistema de saúde dos funcionários públicos.

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