"In4Med"
Vários especialistas de renome internacional participam no oitavo Congresso Médico-Científico "In4Med" de Coimbra,...

Organizado por estudantes do Núcleo de Estudantes de Medicina da Associação Académica de Coimbra, a iniciativa, no Convento São Francisco, reúne cerca de 500 estudantes de medicina, muitos deles estrangeiros, dividindo-se em três painéis: traumatologia, transição e medicina do desporto e reabilitação.

"Este congresso tem como principal objetivo dar a oportunidade a estudantes de medicina e de outras áreas médico-científicas de conhecer e contactar com áreas e temas menos abordados ao longo do percurso académico, apresentando-se como um complemento à formação", disse hoje à agência Lusa a coordenadora Sofia Reimão.

A estudante do 4.º ano do Mestrado Integrado de Medicina da Faculdade de Medicina da Universidade de Coimbra salientou o aumento da dimensão do congresso, que, nas edições anteriores, "esgotavam as vagas em oito minutos", deixando centenas de estudantes de fora.

"O tema deste congresso tem a ver com o que queremos demonstrar este ano: a mudança - com o grande salto que demos", sublinhou Sofia Reimão, acrescentando que o lema é "desafiar a norma, ousar transformar".

Esta edição será marcada pela presença pela contribuição de Ada E. Yonath e Leland Hartwell, vencedores dos prémios Nobel da Química, em 2009, e de Fisiologia ou Medicina, em 2001.

Participam também Nick Littlehales, treinador de hábitos do sono de atletas de elite como Cristiano Ronaldo, Aubrey de Grey, especialista no envelhecimento, e Youri Yordanov, médico especialista em Emergência Médica.

Os especialistas portugueses Luís Cabral, Susana Renca, Helena Ganhão e Paulo Beckert vão ser também oradores no congresso "In4Med", que nesta edição introduz, pela primeira vez, um debate subordinado ao tema do impacto da evolução tecnológica na medicina.

Além das 56 sessões práticas à disposição dos participantes, está também associada ao "In4Med" a atividade "Ready. Set. Go!", um conjunto de pré-cursos com grande aplicabilidade prática, representando uma oportunidade extracurricular para que os estudantes possam desenvolver a suas capacidades com recurso à simulação.

Assembleia da República
A Associação de Proteção e Socorro questionou hoje a Assembleia da República sobre quais as escolas e recintos desportivos que...

No pedido de informação que a Associação de Proteção e Socorro (APROSOC) enviou aos diversos grupos parlamentares, a que a Lusa teve acesso, a associação questiona também os deputados sobre quantos e quais as escolas e recintos desportivos que estão dotados de pessoal formado em suporte básico de vida e desfibrilhação automática externa.

O pedido de informação da APROSOC surge na sequência da morte, na quarta-feira, de um aluno durante uma aula de ginástica numa escola do concelho de Espinho, após ter sofrido uma paragem cardiorrespiratória.

Segundo escreve hoje o Correio das Manhã, o aluno ainda foi assistido por uma equipa do Instituto Nacional de Emergência Médica (INEM), que realizou manobras de reanimação durante 20 minutos, transportando depois o jovem para o Hospital de S. João, onde foi declarado o óbito.

A APROSOC pergunta ainda aos deputados onde pode ser consultada a lista de escolas que têm equipamentos de desfibrilhação automática externa, “de modo a que os encarregados de educação e os jovens possam escolher os estabelecimentos de ensino e desporto que lhes oferecem proteção e segurança”.

“A continuidade da morte de jovens em ambiente escolar ou desportivo deve, em nosso entendimento, gerar ações consequentes de fiscalização dos grupos parlamentares ao cumprimento das boas práticas contemporâneas para tentar travar o crescente número de mortes súbitas”, escreve a associação, que pede aos grupos parlamentares para questionarem os ministros da Educação, Saúde e Juventude e Desporto.

A APROSOC enviou ainda um pedido de esclarecimento ao ministro da Educação, perguntando a Tiago Brandão Rodrigues se a escola onde ocorreu o incidente (Escola Básica e Secundária Dr. Manuel Laranjeira) está equipada com desfibrilhador e se, até à chegada da ambulância, foi ou não assegurado por funcionário ou docente o suporte básico de vida e desfibrilhação automática externa.

A instalação de desfibrilhadores automáticos externos (DAE) em locais públicos, segundo a lei (de 2012), é obrigatória em zonas que, pela elevada concentração de pessoas ou pelo risco elevado da população envolvida, a ocorrência de casos de paragem cardiorrespiratória é mais provável.

Entre estes espaços estão os conjuntos comerciais com área bruta locável igual ou superior a 8.000 m2, aeroportos e portos comerciais, estabelecimentos de comércio a retalho (dentro ou fora de coentros comerciais) que tenham uma área de venda igual ou superior a 2.000m2, estações ferroviárias, de metro e camionagem com fluxo médio diário superior a 10.000 passageiros e recintos desportivos de lazer e recreio com lotação superior a 5.000 pessoas.

Contudo, no ano passado, foi criado pelo Ministério da Saúde um Grupo de Trabalho para analisar e fazer propostas para melhorar o Programa Nacional de Desfibrilhação Automática Externa que recomendou uma série de alterações.

No relatório final divulgado em agosto de 2018, o grupo de trabalho recomendava um reforço de desfibrilhadores em locais onde passam em média mil pessoas por dia, como escolas, centros comerciais, unidades hoteleiras, monumentos, áreas de diversão, ginásios e complexos desportivos e unidades de saúde, entre outros.

Recomendava ainda a obrigatoriedade de formação no uso de desfibrilhadores para quem vai tirar a carta de condução, alunos do ensino superior das áreas das Ciências da Saúde e do Desporto.

A proposta visava ainda grupos profissionais específicos, como os profissionais de saúde, todos os nadadores-salvadores do Instituto de Socorros a Náufragos, agentes da GNR integrados no Grupo de Intervenção Proteção e Socorro (GIPS) e novos elementos incorporados nas forças de segurança (PSP, Polícia Municipal, GNR e polícia marítima).

"SNS in Black"
O médico e fundador do movimento “SNS in Black” António Diniz afirma que em 40 anos nunca viu tantos exames a serem feitos nos...

“A fatia dos meios complementares de diagnóstico e terapêutica [a pedido do SNS] que é feita fora dos hospitais públicos tem vindo progressivamente a aumentar. É preciso perceber o que tem sido e é transferido para o privado, até para o Governo programar recursos”, afirmou à agência Lusa António Diniz.

Em 2017, segundo o último relatório do acesso ao SNS que está publicado, foram pagos mais de 450 milhões de euros a unidades privadas ou sociais com convenções com o Estado, tendo havido um aumento de 2,37% em relação ao ano anterior.

Só ao nível das análises clínicas, o SNS pagou a outros prestadores mais de 170 milhões de euros em 2017.

Entre 2013 e 2017 os encargos com entidades convencionadas foram sempre crescendo em cada ano.

Também o médico Filipe Froes, igualmente fundador do “SNS in Black”, dá conta deste aumento de exames feitos fora dos hospitais públicos.

“É raro ver um doente que traz um exame feito no SNS, sobretudo na área da imagiologia”, referiu em entrevista à Lusa.

Os fundadores do “SNS in Black” ou “SNS: o lado B”, que surgiu há um ano, defendem ainda que é urgente esclarecer o significado aumento do investimento no SNS que tem sido defendido pelo Governo.

“Onde foi gasto, o quanto foi gasto e quanto foi transferido para o setor privado por perda de capacidade de resposta do SNS”, especifica Filipe Froes, defendendo que não basta dizer “que se gasta mais”, sendo antes necessário explicar e provar que se gasta melhor, com planeamento.

Governo
Os fundadores do movimento “SNS in Black” consideram uma falácia o saldo positivo de 9.000 profissionais no Serviço Nacional de...

Um ano depois da constituição deste movimento, também conhecido como “SNS: o lado B”, os três médicos fundadores entendem que o Serviço Nacional de Saúde está agora “estagnado ou até pior” do que estava há um ano.

Ana Paiva Nunes, António Diniz e Filipe Froes pretendem que este movimento se constitua como um grupo multiprofissional que dá voz a quem trabalha diariamente no SNS e conhece a realidade, prescindindo de dados de tabelas Excel.

Em entrevista, o pneumologista e intensivista Filipe Froes afirma que se tem verificado “uma sangria de profissionais diferenciados e qualificados” e não acredita no acréscimo de 9.000 profissionais a trabalhar no SNS.

“Ninguém notou este saldo positivo de nove mil profissionais. Todos os colegas, unidades e hospitais com quem falamos dizem o mesmo, que não sentem este acréscimo”, indica.

Na mesma linha, António Diniz, que chegou a ser coordenador do programa nacional para o VIH/sida, diz que duvida deste acréscimo de profissionais, face à informação de vários hospitais.

“Que nos expliquem quem são, o que é que fazem e onde estão estes profissionais. Porque consideramos que é legítimo duvidar. Além disso, recordamos que é o Governo que envia os seus próprios dados às instâncias internacionais para posteriores estudos e comparações”, declara à Lusa António Diniz.

Filipe Froes alerta ainda para o “total desconhecimento” do número de profissionais especializados que terminaram funções no SNS, lembrando que não se pode comparar diretamente a saída de médicos especialistas com a entrada de médicos em formação.

“Se um hospital perder 30 especialistas e receber 40 médicos recém-licenciados para internato, não há um saldo positivo de 10 médicos. Há uma perda irreparável de 30 especialistas que tem repercussões nos serviços e na qualidade da assistência e da segurança aos doentes”, argumenta.

Para os fundadores do “SNS in Black”, que promove as “sextas-feiras negras” no SNS, nas quais os profissionais trajam de preto, o SNS vive sem estratégia definida, sem visão para o futuro, com “grave subfinanciamento”, com carência de pessoal e défice de estruturas e de equipamentos.

Sendo um movimento muito vivido nas redes sociais, com cerca de 25 mil seguidores nomeadamente na página do Facebook “SNS: o Lado B”, os fundadores assumem que pretendem ser uma espécie de “’fact-check’ da realidade do SNS”.

Além da “falácia” do acréscimo de profissionais, Filipe Froes salienta também o argumento do Governo sobre o investimento sem precedentes no SNS.

“Não basta dizer que se investiu mais. É preciso explicar em quê e onde. O SNS gastou por ano 100 milhões em médicos tarefeiros. Isso não é investimento e pode equivaler a deitar dinheiro pela janela”, argumenta.

Surgido em fevereiro de 2018, o movimento lançou a primeira “sexta-feira negra” no dia 23 de fevereiro do ano passado. Começou por ser uma iniciativa mensal que depois, com a crescente adesão, se tornou semanal.

Além de se vestirem de negro às sextas-feiras, os profissionais aderentes usam um crachá alusivo ao movimento, que já distribuiu 10 mil a 12 mil crachás por vários trabalhadores do SNS de todo o país.

“Conquistámos um espaço no debate e na crítica construtiva em torno do SNS e colaboramos para um debate mais alargado, participativo e esclarecido sobre a realidade”, resume Filipe Froes.

Serviço Nacional de Saúde
A Assembleia da República vota hoje um projeto de Lei resultante de uma iniciativa legislativa de cidadãos sobre a manutenção e...

Em 2009 foi publicado um decreto-lei que estabeleceu o regime de instalação, abertura e funcionamento de farmácias de dispensa ao público em hospitais do Serviço Nacional de Saúde que foi revogado pelo atual Governo em 2016, por entender que “os princípios do interesse público e da acessibilidade não se demonstraram”.

Hoje, os deputados vão debater e votar em plenário uma iniciativa legislativa de cidadãos e um projeto de lei do partido Pessoas-Animais-Natureza (PAN) – que defendem a “repristinação do regime referente à manutenção e abertura de farmácias nas instalações dos hospitais do SNS”.

Vai também ser debatido um projeto de lei do Bloco de Esquerda (BE) que se opõe à abertura de farmácias em hospitais públicos e defende “a dispensa de medicamentos ao público pelas farmácias hospitalares do Serviço Nacional de Saúde”.

Seis farmácias de venda ao público instaladas nos hospitais fecharam, ficando apenas aberta a Farmácia HBA, que funciona no Hospital Beatriz Ângelo, em Loures, mas que terá de encerrar portas em 01 de abril, quando termina o contrato, se a iniciativa dos cidadãos não for aprovada.

Por esta razão, “fizemos uma iniciativa legislativa de cidadãos, juntamente com os utentes, a farmácia, a comissão de utentes que visa voltar à lei anterior de permitir que haja este tipo de farmácias nos hospitais do SNS”, disse à agência Lusa Eunice Barata, farmacêutica e proprietária da concessão da farmácia,

A petição, que reuniu mais de 23.000 assinaturas, contou ainda com o apoio das quatro autarquias abrangidas pelo hospital (Loures, Mafra, Odivelas e Sobral de Monte Agraço) e da entidade gestora do edifício do hospital.

O PAN diz que a sua iniciativa se prende “única e exclusivamente com a proteção dos doentes/utentes, havendo sido bastante refletida a respetiva apresentação, em virtude da oposição de algumas farmácias que consideraram existir uma realidade predatória onde a farmácia presente em ambiente hospitalar ‘sugaria’ todos os doentes/clientes”.

Contudo, o “estudo do impacto nacional da existência de farmácias em hospitais do SNS”, realizado pelo Instituto Nacional de Estatística e pela Pordata, concluiu que a existência de uma farmácia localizada no hospital não exerce qualquer impacto negativo, quer na variação do número de farmácias nas áreas de influência dos hospitais, quer nas respetivas cidades, sublinha o PAN.

Considerando que “não existe qualquer impacto negativo advindo da existência de farmácias em meio hospitalar”, o PAN defende que deve ser permitida a presença deste tipo de farmácia nos hospitais.

Para o Bloco de Esquerda, o Governo “revogou, e bem, o anterior decreto-lei” face “ao falhanço da ideia de abrir farmácias privadas dentro das instalações dos hospitais públicos”.

“Mesmo relativamente a esta farmácia, foi aprovada uma moção por maioria na Assembleia Municipal de Loures onde se insta a que se encontre uma alternativa pública que permita a dispensa de medicamentos de ambulatório do hospital Beatriz Ângelo, considerando que este hospital ‘fica situado num local de difícil acesso, mal servido de transportes públicos, o que leva muitos dos utentes a deslocarem-se àquela unidade de saúde de táxi, transportados pelos bombeiros ou por outras vias, sendo difícil deslocarem-se numa segunda viagem em busca de uma farmácia de serviço”, refere o BE.

Por estas razões, o Bloco de Esquerda defende um regime de dispensa de medicamentos ao público pelas farmácias hospitalares do SNS.

Propõe que o Ministério da Saúde possa, “a pedido do órgão de gestão hospitalar respetivo, autorizar farmácias hospitalares do SNS a dispensar medicamentos a utentes do hospital que se encontrem em regime de ambulatório, quer seja consulta externa, hospital de dia, urgência ou outro serviço equivalente”.

ONU
As autoridades da Coreia do Norte pediram ajuda às Nações Unidas e a outras organizações humanitárias devido à falta de...

“O Governo solicitou assistência das organizações humanitárias internacionais presentes no país para responder ao impacto da situação de segurança alimentar”, disse Stéphane Dujarric, porta-voz das Nações Unidas.

O porta-voz referiu que as Nações Unidas estão em contacto com as autoridades norte-coreanas para analisar o impacto que a falta de alimentos pode ter sobre a população mais vulnerável e agir cedo para suprimir as necessidades humanitárias.

Stéphane Dujarric explicou que, de acordo com dados fornecidos por Pyongyang, é esperado que em 2019 o país tenha uma escassez de cerca de 1,4 milhões de toneladas de alimentos básicos, como trigo, arroz, batata ou soja.

“As Nações Unidas estão preocupadas com a deterioração da situação de segurança alimentar na Coreia do Norte e estão a analisar com governo”, defendeu.

O país asiático foi o cenário nos anos 1990 de uma fome severa que, de acordo com diferentes estimativas, custou a vida de entre 250 mil e mais de três milhões de pessoas.

A Coreia do Norte está sujeita a sanções internacionais significativas como resultado do seu programa nuclear e de mísseis e, embora haja isenções humanitárias, muitos especialistas reconhecem que as punições contra o regime também afetam a população.

Países como a Rússia pediram o levantamento de algumas dessas sanções para encorajar Pyongyang a avançar nas negociações de desnuclearização com os Estados Unidos, que querem ver resultados concretos antes de dar esse passo.

O Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, e o líder da Coreia do Norte, Kim Jong-un, vão realizar na próxima semana a segunda cimeira em Hanói, no Vietname, com o objetivo de chegar a acordo sobre uma "definição compartilhada" do que significa desnuclearização, depois de meses de impasse nas negociações.

Trump e Kim realizaram uma primeira reunião histórica em Singapura em junho passado para dar os primeiros passos neste processo.

Ministro da Defesa
O ministro da Defesa Nacional disse ontem que o diálogo entre o Instituto de Ação Social das Forças Armadas e os prestadores de...

João Gomes Cravinho, que falava na tomada de posse do novo presidente do Instituto de Ação Social das Forças Armadas (IASFA), abordou a questão das “denúncias dos protocolos com a ADM [Assistência na Doença aos Militares] que foram feitas no início de fevereiro por alguns dos grupos privados de prestação de cuidados de saúde”.

“De forma alinhada com a ADSE, eu considero que há espaço para que o IASFA encontre caminhos para a resolução desta situação, procurando garantir os direitos dos beneficiários, sem descurar a necessária racionalidade financeira nas decisões que venham a ser tomadas”, disse o ministro na cerimónia que decorreu no Ministério da Defesa Nacional, em Lisboa.

Sobre este assunto, Gomes Cravinho apontou também que “o processo de diálogo já teve início", e que "fará naturalmente parte desse processo de estabelecimento de novas bases de entendimento um plano para a regularização das dívidas”.

Na quarta-feira, ouvido numa audição regimental sobre a política de Defesa, na Assembleia da República, o ministro afirmou que a saúde militar é uma prioridade nos meses que faltam até terminar o mandato, esperando ver aprovada até lá legislação para "lançar as bases para um sistema de saúde militar mais coeso e integrado", envolvendo o IASFA, a ADM (Assistência na Doença aos Militares), o Hospital das Forças Armadas, as unidades de saúde dos ramos e o Laboratório Militar.

"Ao longo dos últimos 15 anos houve tentativas incompletas para reformas e hoje estamos numa situação de crise no sistema de saúde militar", disse, adiantando que pretende manter o IASFA a gerir as diferentes componentes, "mas com uma separação clara".

João Gomes Cravinho referiu que dará instruções ao novo presidente do IASFA, que tomou hoje posse, para “fazer uma separação clara das diferentes componentes", ação social, ADM e gestão do património.

Nessa ocasião, o ministro lamentou a denúncia unilateral, por parte de dois grupos privados de saúde, dos protocolos com o IASFA, e adiantou que a nova direção do Instituto “tem como incumbência reatar o diálogo” com aquelas entidades.

'Biodiversidade para Alimentação e Nutrição'
Um projeto internacional selecionou 195 plantações indígenas devido às suas capacidades de melhorar a nutrição no Brasil,...

A iniciativa 'Biodiversidade para Alimentação e Nutrição' recolheu, nos últimos sete anos, informações sobre o potencial que as espécies nativas ricas em nutrientes e pouco consumidas possuem, informou ontem a especialista Teresa Borelli, do centro de pesquisa da Bioversity International.

Os quatro países escolhidos têm em comum o facto de serem "lugares muito ricos em biodiversidade, mas que dependem muito de cultivos básicos" e que "as suas dietas são homogéneas e sofrem de degradação e perda de diversidade biológica", apontou.

Uma equipa de especialistas encarregou-se de procurar espécies que foram localmente adaptadas e capazes de resistir a pragas e condições climáticas extremas, como a seca, além de serem comercializadas a preços razoáveis e fazerem parte de uma dieta tradicional.

No Brasil, goiaba, camu camu, coyol ou caju foram algumas das 78 espécies que foram adicionadas ao banco de dados nacional e o seu consumo foi promovido em festivais gastronómicos, feiras, livros de receitas, programas de televisão e escolas.

Teresa Borelli observou que no Quénia foi dada especial ênfase a vegetais com folhas, como o espinafre de Malabar, a mostarda etíope ou a moringa, ao mesmo tempo que se desenvolviam escolas de negócios para agricultores interessados nesse tipo de culturas e programas de alimentação escolar que passaram a incluir essa classe de produtos locais.

Na Turquia, realizaram-se concursos e festivais com a intenção de promover o consumo de espécies selvagens comestíveis que integram a cultura tradicional, enquanto que no Sri Lanka uma conhecida cadeia de restaurantes uniu esforços para usar culturas menos conhecidas.

O projeto, financiado pelo Fundo para o Meio Ambiente Mundial, foi coordenado pelo projeto Bioversidade Internacional, com o apoio do Programa das Nações Unidas para o Ambiente (PNUMA) e da Organização da ONU para a Alimentação e Agricultura (FAO).

A diretora de nutrição da FAO, Anna Lartey, destacou que a iniciativa, que termina este ano, tem servido de exemplo sobre a importância de investigar os benefícios de "diferentes espécies que não são mais vistos nos pratos" e de procurar maneiras para vincular a sua produção aos mercados.

Boletim
A gripe baixou de intensidade e encontra-se em tendência decrescente, de acordo com o Boletim de Vigilância Epidemiológica...

A taxa de incidência de síndroma gripal foi de 37,6 por cada 100.000 habitantes, indica o documento divulgado ontem pelo Instituto Nacional de Saúde Doutor Ricardo Jorge (INSA).

"Na semana 7/2019 (de 11 a 17 de fevereiro) foram predominantemente detetados em circulação os vírus da gripe dos subtipos A(H1)pdm09 e A(H3). Foi observada uma diminuição dos casos positivos para gripe, confirmados laboratorialmente, nas últimas duas semanas", refere o INSA.

Foram reportados 16 casos de gripe pelas 27 Unidades de Cuidados Intensivos que enviaram informação, tendo sido identificado o vírus Influenza A em todos os doentes: quatro A(H1)pdm09, quatro A(H3) e oito não subtipados. Foram ainda reportados sete casos de gripe por uma enfermaria, tendo sido identificado o vírus Influenza A(H1)pdm09 em três doentes e o A(H3) em quatro.

Segundo o IPMA, a "mortalidade registou valores de acordo com o esperado".

Na semana 7/2019 o valor médio da temperatura mínima do ar foi de 4,52ºC, a que correspondeu uma anomalia de -1,05°C relativamente ao valor normal (1971-2000) para o mês de fevereiro

O boletim refere ainda que a atividade gripal disseminada na Europa na semana 6/2019, apresentou uma co-circulação dos vírus A(H1N1)pdm09 e A(H3) e com uma mortalidade acima do esperado.

Investigadores japoneses
O Governo japonês aprovou a realização de um estudo clínico em humanos para avaliar o uso de células estaminais pluripotentes...

Este estudo clínico é anunciado na sequência de outros estudos pré-clínicos e clínicos já realizados para testar o uso de células estaminais no tratamento de lesões da espinal medula.

“Neste estudo em particular recorre-se às células estaminais pluripotentes induzidas, que mais não são do que uma reprogramação das células adultas, para que se diferenciem em células estaminais com potencial de diferenciação quando injetadas nas células e tecidos que se pretende recuperar”, explica João Sousa.

Vários grupos de investigação em todo o mundo têm dado atenção a esta área, numa tentativa de encontrar nas terapias celulares soluções para tratar lesões de espinal medula.

João Sousa conclui que “este estudo reforça que as células estaminais podem vir a ser usadas no tratamento de doenças que, à data de hoje, ainda não têm tratamento, daí ser importante considerar a criopreservação durante a gravidez”.

Associação de Jovens Diabéticos de Portugal
A Associação de Jovens Diabéticos de Portugal lança, uma campanha para a consignação do IRS, que terá como objetivo criar...

Esta angariação de fundos irá permitir a organização de mais atividades que promovam a atividade física e desmistifiquem as ideias erradas associadas à diabetes, mostrando que a diabetes não é uma limitação para quem quer ter um estilo de vida ativo. Para ajudar a Associação de Jovens Diabéticos de Portugal (AJDP) com 0,5% do seu IRS basta escolher a opção de consignar o seu IRS e indicar o NIF da associação: 503763055.

“A AJDP tem como principal objetivo ajudar crianças, jovens e as suas famílias a lidar com a diabetes de uma forma mais natural. Nesse sentido, ao longo do ano desenvolvemos várias iniciativas como caminhadas, palestras nas escolas e colónias de férias, onde os jovens podem aprender a viver com a diabetes tipo 1, tendo como exemplo os membros da associação que já vivem há muitos anos com diabetes tipo 1. Portanto, pretendemos que esta angariação de fundos sirva para conseguirmos desenvolver cada vez mais iniciativas, que permitam à AJDP chegar a cada vez mais pessoas”, realça Paula Klose, presidente da Associação de Jovens Diabéticos de Portugal.

Para consignar o IRS deverá colocar o Número de Identificação Fiscal da entidade que pretende que beneficie com 0,5% do seu IRS. Assim, bastará apenas aceder ao Portal das Finanças e escolher a opção “Comunicação do agregado familiar/Entidade a consignar”, escolhendo posteriormente a opção “instituições particulares de solidariedade social ou pessoas coletivas de utilidade pública”. Para doar parte do seu IRS para a AJDP, deverá indicar o NIF 503 763 055. A consignação é feita com base no montante que teria de pagar ao Estado, sendo que, desta forma, o seu reembolso será o mesmo. No caso de optar por consignar também o IVA, este montante irá ser retirado do valor que seria creditado no seu saldo de IRS.

A AJDP, procura ainda o apoio de voluntários durante todo o ano que queiram participar nos projetos da AJDP ou que pretendem estender a atuação da AJDP para outras zonas do país. Para além disso é ainda possível ser associado, através do pagamento de quotas como forma de contribuição. 

Governo
A Deco vai pedir ao Governo e aos grupos parlamentares que aplique a taxa de 6% de IVA a alimentos como leguminosas em conserva...

Na edição de fevereiro da revista 'Teste Saúde', a Deco defende "uma tributação justa" para uma alimentação equilibrada e saudável, enumerando uma lista de alimentos que devem pagar a taxa reduzida, entre os quais também os legumes cozidos, cogumelos laminados, cremes vegetais ou as especiarias.

A associação de defesa dos consumidores diz que "são vários os exemplos" de alimentos saudáveis que são penalizados com a taxa máxima de Imposto sobre o Valor Acrescentado (IVA), de 23%.

"Daremos conta desta situação inaceitável e discriminatória ao Governo e aos grupos parlamentares", afirma a Deco naquela publicação, especificando "exigir" o acesso facilitado a um conjunto de produtos através da redução da carga fiscal aplicada.

A associação conclui: "Mas não vamos ficar por aqui. Não descansaremos enquanto o alívio fiscal que reivindicamos não se refletir no preço final destes produtos".

Atualmente os alimentos mais processados já pagam mais IVA do que os alimentos mais saudáveis, mas a Deco quer alargar a lista de bens com a taxa reduzida.

DGS aconselha
A Direção-Geral da Saúde recomendou hoje aos portugueses que viajem para o Brasil que se vacinem contra a febre amarela e...

Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), em dezembro de 2018 teve início o período epidémico de febre amarela no Brasil, que se estima durar até maio de 2019.

Até ao momento, foram notificados 36 casos confirmados, dos quais oito pessoas morreram, nos Estados de São Paulo e Paraná, refere a Direção-Geral da Saúde (DGS) num comunicado publicado no seu ‘site’.

Desde maio de 2018 que a OMS recomenda a vacinação contra a doença a todos os viajantes internacionais, com idade superior a nove meses, com destino ao Brasil.

“Dado o risco acrescido de febre amarela para cidadãos portugueses que viajem para o Brasil”, a Direção-Geral da Saúde emitiu hoje várias recomendações, como a marcação de Consulta do Viajante ou com o médico assistente, pelo menos quatro semanas antes da partida.

Recomenda também quem viajar para o Brasil, e que nunca foi vacinado, para se vacinar contra a febre amarela pelo menos 10 dias antes da partida.

A DGS aconselha ainda os viajantes a adotarem medidas de proteção individual contra a picada de mosquito, como a aplicação de repelentes, de acordo com as instruções do fabricante.

“Se tiver de utilizar protetor solar e repelente, deverá aplicar primeiro o protetor solar e depois aplicar o repelente”, explica a autoridade de saúde.

Outra medida de precaução apontada pela DGS é a utilização de redes mosquiteiras em carrinhos de bebé, berços e alcofas para proteger as crianças e “sobre a cama, entaladas no colchão, depois de verificar que não há nenhum mosquito no seu interior e de confirmar se a rede não está rasgada”.

As redes mosquiteiras também devem ser utilizadas durante o dia em janelas, portais e beirais.

Os viajantes devem também optar por alojamento com ar condicionado e utilizar vestuário largo que cubra a maior área corporal possível, de forma a diminuir a exposição corporal à picada (camisas de manga comprida, calças e calçado fechado).

A Direção-Geral da Saúde recomenda aos viajantes que, até 12 dias após o regresso, apresentem sintomas sugestivos da doença (febre, calafrios, dores de cabeça intensas, dores musculares, fadiga, náuseas e vómitos), contactem o SNS 24 (808 24 24 24 - http://sns24.gov.pt/ ou consultem o médico, referindo a viagem recente.

Em 2016/2017 foram registados 778 casos de febre amarela em pessoas (incluindo 262 óbitos) e 1.376 casos (incluindo 483 óbitos), em 2017-2018.

Estudo
Ingerir bebidas ácidas, como chá de fruta ou águas aromatizadas, pode corroer os dentes e prejudicar o esmalte dentário,...

Segundo os cientistas, tomar este tipo de bebidas ácidas entre refeições e saboreá-las aumenta o risco de erosão dentária. No estudo publicado no "British Dental Journal", os investigadores analisaram a dieta de 300 pessoas com erosão dentária severa.

De acordo com a análise, as bebidas concentradas, chás de frutas, refrigerantes diet, sumos com açúcar e águas aromatizadas são considerados bebidas ácidas e podem corroer os dentes. O risco de ficar com o esmalte dentário danificado é ainda maior quando o consumidor passa "muito tempo a beber e a saborear estas bebidas antes de as engolir", frisa a investigação.

Por outro lado, os cientistas responsáveis pelo estudo adiantam que os refrigerantes sem açúcar são quase tão erosivos como os que contêm açúcar. O vinagre e conservas também podem agravar a erosão dentária, escreve o Sapo.

"Se toma bebidas [ácidas] por longos períodos de tempo, por mais de cinco minutos, por exemplo, ou se brinca com a fruta nos dentes antes de a ingerir, isso pode realmente deteriorar a sua dentição", alerta Saoirse O'Toole, do Instituto de Medicina Dentária do King's College, uma das autoras citada pela BBC.

"Depois de comer uma maçã, tente não ingerir nada ácido ao final do dia", recomenda. "Se vai tomar vinho à noite, não tome chá de fruta no dia seguinte. É só equilibrar a dieta", afirma.

Bebidas e refeições: o que escolher?
Os investigadores descobriram que as pessoas que bebem água com rodelas de limão ou chá quente de fruta entre as refeições tinham 11 vezes mais hipóteses de apresentar erosão dentária média ou severa. No entanto, esse número baixava para metade quando as bebidas eram ingeridas durante as refeições.

Segundo Russ Ladwa, do comité de saúde e ciência da Associação Britânica de Medicina Dentária, tomar bebidas ácidas durante uma refeição minimiza os danos porque mastigar comida aumenta a produção de saliva que é alcalina e anula a acidez.

"Deveríamos promover o consumo de bebidas sem as saborear por um longo período, como se fossem um shot, e limitar assim os refrigerantes às refeições", diz.

O uso de palhinhas nas bebidas também pode evitar que o ácido das mesmas entre em contacto com os dentes. Ladwa recomenda ainda beber água e bebidas nutritivas como o leite, além de alimentos que neutralizam o ácido, como o queijo.

O estudo elenca um conjunto de bebidas ácidas - álcool, chá de fruta, água aromatizada, sumos concentrados, refrigerantes diet e bebidas adocicadas - e não ácidas - água, chá, café, leite, água com gás.

A erosão dentária é a perda progressiva do revestimento dentário por processos químicos que não envolvem a ação bacteriana.

A acidez dos alimentos e bebidas é mais relevante para a erosão do que o açúcar.

A dieta, estilo de vida, ambiente e, em alguns casos, os medicamentos podem aumentar os riscos de erosão dentária. Usar pasta de dentes com flúor, elixir e modificar a dieta pode reduzir o risco de erosão.

Fenprof
Professores com doenças incapacitantes, como acidentes vasculares cerebrais ou doenças oncológicas, estão a ser obrigados a...

“Temos casos um pouco por todo o país. Já recebemos uma vintena de casos”, disse o secretário-geral da Federação Nacional dos Professores (Fenprof), Mário Nogueira, lembrando a história de uma professora que teve um acidente vascular cerebral (AVC) e foi obrigada a apresentar-se na escola apesar de ter grandes dificuldades em falar e de ser muito difícil perceber o que diz.

Quando têm doenças prolongadas, os docentes podem estar de baixa durante 36 meses (dois períodos de 18 meses), tendo depois de regressar ao serviço ou submeter-se a uma junta médica, explicou.

Até há pouco tempo, escreve o Sapo, os serviços do Ministério da Educação tinham as suas juntas médicas, mas, entretanto, os docentes passaram a ser examinados pelas juntas da Caixa Geral de Aposentações.

Segundo Mário Nogueira, estas juntas “começaram a decidir que afinal as pessoas, com doenças prolongadas, estavam em condições de retomar a atividade”, obrigando os docentes a regressar à escola indicando que estas lhes deveriam atribuir “serviços moderados”.

“Não estamos a falar de uma gripe ou uma constipação. Estamos a falar de doenças oncológicas, AVC ou transplantes”, sublinhou Mário Nogueira, questionando a ideia do regresso à escola.

“Mas o que é isto dos serviços moderados? É ter menos turmas a quem der aulas? Não ter turmas? As próprias escolas não sabem bem e o problema é que quando estes professores se apresentam na escola, os docentes contratados para substituir o professor têm de sair”, explica, sublinhando que o docente doente é obrigado a permanecer ao serviço durante 30 dias seguidos sob pena de passar para situação de licença sem vencimento.

Resultado: “Perdem todos” - O professor doente que não está capaz de dar aulas, o professor contratado que é mandado embora e os alunos que deixam de ter aulas, enumerou Mário Nogueira.

A Fenprof diz que já pediu várias reuniões aos responsáveis do Ministério da Educação para discutir esta matéria, mas ninguém responde aos pedidos de reunião, tendo também já apresentado o problema aos grupos parlamentares para que possam intervir no âmbito das suas competências, e também à Ordem dos Médicos.

Instituto Português do Mar e da Atmosfera
A temperatura máxima vai subir nos próximos dias em Portugal continental, com a máxima a variar entre os 20 e os 26 graus...

“Prevê-se para os próximos dias um aumento gradual da temperatura máxima. No fim de semana, os valores da temperatura máxima deverão variar entre 20 a 26°C e entre 17 a 20°C nas regiões do interior Norte e Centro”, refere o Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA) em comunicado.

Segundo o documento,  escreve o Sapo, os valores estão acima do valor médio para esta época do ano, sendo esperado que o domingo seja o dia com a temperatura mais elevada, 7 a 9°C acima do normal.

“A temperatura mínima terá uma pequena subida na quinta-feira, não registando alterações significativas até ao fim de semana, com valores entre 5 a 7°C, exceto do interior Norte e Centro, onde deverá variar entre 2 a 5°C e no Algarve entre 10 a 12°C”, acrescenta.

De acordo com o IPMA, estes valores configuram uma “elevada amplitude térmica”, traduzindo-se nos próximos dias “num acentuado arrefecimento noturno”.

“A partir da tarde de quinta-feira prevê-se também um aumento da agitação marítima em toda a costa ocidental, com ondas de oeste-noroeste entre 2,5 a 3,5 metros. Na costa sul do Algarve preveem-se ondas de sudoeste com 1 a 2 metros”, conclui.

Brexit
O Tribunal Superior de Londres determinou que a Agência Europeia de Medicamentos deverá cumprir o contrato de arrendamento da...

O juiz deu razão à empresa proprietária do imóvel, no bairro de negócios de Canary Wharf, ocupado até agora pela agência europeia encarregada de supervisionar a segurança dos medicamentos de uso humano e veterinário na União Europeia.

A agência terá de assumir os cerca de 500 milhões de libras (575 milhões de euros) de um contrato que, segundo o Tribunal, não é invalidado pela decisão do Governo britânico de sair do bloco comunitário.

Para o magistrado judicial, a agência não estava obrigada por lei a abandonar o Reino Unido devido ao ‘Brexit’.

“Este é um caso em que os efeitos legais sobre a agência da saída britânica de União Europeia poderiam ter sido – mas não foram – suavizados pela União Europeia”, considerou o juiz Marcus Smith.

"O facto de não ter sido feito é relevante para a questão da frustração (término do contrato)”, acrescentou o juiz, que decidirá, numa sessão posterior, se há possibilidade de recurso.

A advogada da Canary Wharf Group, Joanne Wicks, argumentou durante o processo que se a justiça desse razão à Agência Europeia de Medicamentos "outros arrendatários estariam tentados a seguir este exemplo".

Já o representante legal da agência europeia, Jonathan Seitler, sustentou, por seu lado, que “as excecionais circunstâncias” em que se encontra o organismo tornam injusto que seja obrigado a “pagar uma renda dupla por 21 anos”.

Greve dos enfermeiros
O Governo afirma que os serviços mínimos foram desrespeitados em cerca de 450 cirurgias em quatro centros hospitalares durante...

Na argumentação enviada na terça-feira ao Supremo Tribunal Administrativo (STA), o executivo aponta exemplos que diz terem ocorrido no Centro Hospitalar Entre o Douro e Vouga, no Centro Hospitalar Tondela-Viseu, no Centro Hospitalar e Universitário de São João e no Centro Hospitalar e Universitário do Porto, as quatro instituições abrangidas pela requisição civil.

A requisição civil foi contestada na quinta-feira pelo Sindicato Democrático dos Enfermeiros Portugueses (Sindepor), uma das duas estruturas que convocaram a paralisação, através de uma intimação que foi aceite no STA e que deverá ter uma decisão nos próximos dias.

Na contestação à intimação do Sindepor, o Governo reafirma que a requisição civil foi justificada pelo desrespeito dos serviços mínimos naqueles centros hospitalares, descrevendo 51 casos concretos.

O Centro Universitário Hospitalar de São João, no Porto, é o que apresenta mais casos, com cerca de 240 operações adiadas por falta de enfermeiros, entre 31 de janeiro, dia do início da paralisação, e 07 de fevereiro, data do Conselho de Ministros que decretou os serviços mínimos.

Segue-se o Centro Hospitalar e Universitário do Porto, onde foram adiados mais de 160 atos cirúrgicos, “todos por indisponibilidade de enfermeiros”.

No Centro Hospitalar de Entre o Douro e Vouga, foram contabilizadas 38 cirurgias adiadas e no Centro Hospitalar de Tondela-Viseu é dito apenas que a greve dos enfermeiros foi “causa direta do adiamento de mais de uma dezena de cirurgias”.

O Governo elenca os serviços mínimos determinados para esta greve para concluir que “cai por terra” a argumentação da intimação do Sindepor de que os centros hospitalares teriam aproveitado para operar mais e criar situações “propositadamente” que levariam ao incumprimento do que foi determinado pelo tribunal arbitral.

Sobre casos concretos elencados pelos enfermeiros, o executivo argumenta que “grande parte” diz respeito a centros hospitalares que não estavam abrangidos pela requisição civil e outros referiam-se a situações posteriores à data do decreto.

Na resposta à intimação, o Governo considerou que as alegações do Sindepor assentam, "fundamentalmente, em suposições e efabulações, totalmente indemonstradas ou sem correspondência com a realidade", pelo que, em seu entender, não têm qualquer relevância para a discussão da pretendida ilegalidade da resolução do Conselho de Ministros e da portaria do Ministério da Saúde.

Na resposta, estruturada em três secções, o Governo refere, em primeiro lugar, que a requisição civil foi autorizada pelo Conselho de Ministros e decretada pela ministra da Saúde e que, ao invés do que pretende fazer crer o Sindepor, existe "pleno fundamento legal na ordem jurídica portuguesa".

Lembra que requisição civil correspondeu a uma medida administrativa "necessária para, em circunstâncias particularmente graves, se assegurar o regular funcionamento de serviços essenciais de interesse público" - em concreto, a prestação de cuidados hospitalares, médicos e medicamentosos.

O Governo sustenta que se tratou de uma medida específica de reação às situações de efetivo incumprimento daqueles serviços mínimos no quadro da atual "segunda" greve cirúrgica e que não se verificam quaisquer "ilegalidades formais e materiais assacadas" pelo sindicato à resolução do Conselho de Ministros.

Por fim, o Governo alega, na resposta, que o abstrato "direito à greve" que serve de base à intimação "não merece sequer ser objeto de tutela", em função da "manifesta ilicitude com que foi e vem sendo exercido pelo requerente (Sindepor) e pelos seus representados, de forma sucessiva e continuada, há já longos meses".

O Governo diz esperar que o STA tome uma "decisão de mérito" desfavorável ao Sindepor e que, caso venha a entender o STA pela necessidade de realização de algumas diligências, designadamente a inquirição de testemunhas, indica desde já as arroladas pelo Ministério da Saúde.

São elas Fátima Menezes, Diretora Clínica do Centro Hospitalar de Entre o Douro e Vouga, Helena Isabel Duarte e Pinho, Diretora Clínica do Centro Hospitalar de Tondela-Viseu, José Artur Paiva, Diretor Clínico do Centro Hospitalar Universitário de São João e José Barros, Diretor Clínico do Centro Hospitalar Universitário do Porto.

Na resposta enviada ao STA, o Governo levanta ainda duas questões prévias, a primeira sobre a alegada "ambiguidade" do pedido formulado pelo Sindepor, já que este pede que o tribunal revogue a resolução do Conselho de Ministros e da portaria do Governo e, subsidiariamente imponha ao Governo e à ministra da Saúde "a conduta negativa de se absterem de quaisquer atos de execução" da requisição civil.

Na segunda questão prévia, o Governo invoca a nulidade do processo por ineptidão da petição inicial apresentada pelo Sindepor, por violar os "traços nucleares da revogação dos atos administrativos na ordem jurídica portuguesa".

O Conselho de Ministros decretou a 07 de fevereiro uma requisição civil na greve dos enfermeiros em curso desde 31 de janeiro nos blocos operatórios de quatro centros hospitalares, alegando incumprimento dos serviços mínimos.

A “greve cirúrgica” foi convocada pela Associação Sindical Portuguesa dos Enfermeiros (ASPE) e pelo Sindicato Democráticos dos Enfermeiros (Sindepor) em dez centros hospitalares, até 28 de fevereiro, depois de uma paralisação idêntica de 45 dias no final de 2018.

As duas greves foram convocadas após um movimento de enfermeiros ter lançado recolhas de fundos numa plataforma ‘online’ para financiar as paralisações, conseguindo um total de 740 mil euros.

Os principais pontos de discórdia são o descongelamento das progressões na carreira e o aumento do salário base dos enfermeiros.

A requisição civil foi contestada pelo Sindepor no Supremo Tribunal Administrativo, que se deverá pronunciar nos próximos dias.

No final da semana passada, o Conselho Consultivo da Procuradoria-Geral da República considerou que a greve é ilícita, um parecer que foi de imediato homologado pela ministra da Saúde, ordenando a marcação de faltas injustificadas aos enfermeiros em greve a partir de hoje.

A ASPE pediu a suspensão imediata da paralisação, mas o Sindepor vai mantê-la e o seu presidente iniciou uma greve de fome.

679 farmácias enfrentam processos de penhora e insolvência
Quarenta e dois mil portugueses já assinaram uma petição para “salvar as farmácias” em situação mais frágil, tornando...

Lançada pela Associação Nacional das Farmácias (ANF), a petição “Salvar as Farmácias, Cumprir o SNS”, que já ultrapassou largamente as 4.000 assinaturas necessárias para debate parlamentar, defende um programa legislativo dirigido ao setor farmacêutico, para evitar o fecho de farmácias em situação mais frágil.

“Os portugueses pedem aos deputados um pacote de medidas para evitar a falência de 25% das farmácias e para garantir a igualdade do direito à Saúde em qualquer ponto do território”, refere a ANF em comunicado divulgado hoje.

Neste momento, 679 farmácias enfrentam processos de penhora e insolvência, mais quatro do que no início do ano, adianta a ANF, que representa 2.750 farmácias.

O bastonário da Ordem dos Médicos, Miguel Guimarães, foi um dos primeiros subscritores, justificando que “o acesso dos doentes aos medicamentos está mais uma vez em risco. As farmácias estão em grandes dificuldades”.

Segundo a ANF, a petição, cuja recolha de assinaturas foi iniciada há uma semana, será assinada na quinta-feira, na Farmácia Nova de Famões, em Odivelas, pela bastonária da Ordem dos Enfermeiros, Ana Rita Cavaco, e pela bastonária da Ordem dos Farmacêuticos, Ana Paula Martins.

“A adesão dos mais altos representantes das profissões da saúde é para nós uma honra e uma responsabilidade”, afirma o presidente da Associação Nacional das Farmácias, Paulo Cleto Duarte, no comunicado.

Paulo Cleto Duarte adianta que “as farmácias querem trabalhar de forma cada vez mais articulada com médicos, enfermeiros e outros profissionais de saúde, para que cada português encontre sempre rapidamente a solução adequada aos seus problemas de saúde, quer viva nas grandes cidades ou nas aldeias mais isoladas”.

Segundo dados da associação, Portalegre, Guarda, Santarém e Setúbal são os distritos onde 30% ou mais das farmácias estão em risco.

A petição adianta que foram reportadas 64 milhões de embalagens de medicamentos em falta nas farmácias só no ano passado, afirmando que “a austeridade sobre o setor do medicamento não pode ser eterna”.

“É urgente salvar a rede de farmácias”, pede o texto da petição, que, segundo a ANF, supera a última petição nacional das farmácias realizada em 2014.

Conta com a parceria de 34 serviços alimentares
Uma 'startup' instalada no Parque da Ciência e Tecnologia da Universidade do Porto, criou uma plataforma que permite...

Em entrevista à Lusa, Carlos Pereira, coordenador em Portugal da empresa de base tecnológica em fase de desenvolvimento FairMeals, explicou que o projeto, iniciado em 2016, tem como propósito "ajudar os serviços de alimentação a venderem o excesso produzido", permitindo a redução do prejuízo financeiro, assim como do desperdício alimentar.

"Existem algumas organizações não governamentais que já enfrentam a batalha do desperdício alimentar, só que normalmente focam-se apenas no desperdício. Nós queríamos que a FairMeals fosse além disso, unindo não só a sustentabilidade com a redução do desperdício, mas também considerando o lado do empreendedor, que ao mesmo tempo consegue obter algum retorno financeiro", contou Carlos Pereira.

A ‘startup’, que surge da "indignação face ao desperdício alimentar" de dois colegas da Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto (FEUP), Christian Wimmler e Tiago Fernandes, opera na Alemanha e em Portugal.

A nível nacional, a ‘startup’ conta com a parceria de 34 serviços alimentares, desde padarias, pastelarias e restaurantes, sendo que 32 parceiros se localizam no Porto, um em Lisboa e outro em Coimbra.

Desenvolvida em janeiro de 2018, a plataforma, que é gratuita tanto para consumidores como para estabelecimentos, funciona através de "ofertas de excedente" de alimentos, onde o proprietário do estabelecimento define o produto, a quantidade e o horário em que se encontra disponível para levantamento.

"Todas as ofertas que são colocadas na plataforma tem um desconto mínimo obrigatório de 20%. Definimos esse desconto porque não são refeições frescas, ou seja, produzidas na hora e porque o consumo não é feito no estabelecimento", esclareceu.

Para os consumidores, o 'site' funciona como um sistema de "reserva de produtos", que, ao gerar um código, permite o pagamento e a recolha dos alimentos no estabelecimento.

Segundo Carlos Pereira, atualmente, a plataforma conta com cerca de 700 utilizadores registados em Portugal e na Alemanha.

A equipa da FairMeals, que lançou em outubro de 2018 a aplicação para o sistema operacional da Android e está agora a trabalhar na adaptação da mesma ao sistema operacional da Apple (iOS), contabiliza, diariamente, uma média de 19 ofertas.

Neste momento, a equipa encontra-se a "melhorar o 'site'" e em negociações com uma Instituição Particular de Solidariedade Social (IPSS), que opera a nível nacional, e com uma empresa de tratamento de resíduos com o objetivo de "aproveitar os alimentos" que não são vendidos através da plataforma.

"O que não for vendido pode ser doado a instituições de cariz social. Caso não seja vendido, nem possa ser doado, queremos dar o tratamento adequado a esses produtos, como para a produção de energia ou até alimentação animal", frisou Carlos Pereira.

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