Enfermagem em Emergências
A Escola Superior de Enfermagem de Coimbra premiou 24 dos seus melhores alunos na disciplina de Enfermagem em Emergências (4º...

Orientado por professores do Grupo de Projeto de Formação, Assessoria e Investigação em Reanimação (GPFAIR), estrutura pertencente à Escola Superior de Enfermagem de Coimbra (ESEnfC) que realiza formação acreditada pelo Conselho Português de Ressuscitação, este curso de dois dias, que hoje termina, decorreu no Centro de Simulação de Práticas Clínicas da ESEnfC.

Entre outros objetivos, o curso visa aprofundar conhecimentos e competências necessários à identificação de situações de doença suscetíveis de ameaçar a vida humana, capacitar para a tomada de decisões com vista à prevenção da paragem cardiorrespiratória numa pessoa gravemente doente, reanimar a pessoa em situação de paragem cardiorrespiratória e prestar cuidados de qualidade pós-reanimação, de forma a minimizar sequelas. Paralelamente, com o curso de Suporte Avançado de Vida no Adulto estimula-se a formação em liderança de equipa em contexto de primeiros socorros e de reanimação.

Luís Paiva, Luís Oliveira, Pedro Sousa, Rui Baptista, Rui Gonçalves e Verónica Coutinho (na foto com os formandos) foram os docentes responsáveis pela formação.

Em funcionamento desde 2006, o GPFAIR colabora com outras instituições na elaboração e implementação de projetos relacionados com os primeiros socorros e reanimação. A investigação na área das urgências/emergências, dos primeiros socorros e da reanimação constitui outro propósito deste Grupo.

APIFVET
A maior parte das pessoas considera que é em pleno verão que os parasitas atacam mais os seus animais. Contudo, é errado pensar...

O alerta é feito pelo presidente da APIFVET, Jorge Moreira da Silva, que afirma: “é preciso que as pessoas tenham noção que existem parasitas o ano todo e não é com o calor que existem mais, bem pelo contrário. Os parasitas gostam de climas temperados, com temperatura moderada e humidade.” Deve-se, assim, proteger os animais através de um plano de desparasitação estabelecido pelo médico-veterinário, adaptado a cada animal, e com especial atenção aos parasitas internos.

“A desparasitação interna deve ser feita três a quatro vezes por ano e assegurá-lo é de extrema importância, porque uma carga parasitária moderada ou excessiva pode levar a uma redução de uma série de nutrientes, o que gera problemas graves de saúde ao animal.” Extrema magreza, perda de apetite ou até a problemas cardíacos, são algumas das consequências apontadas pelo presidente da APIFVET. No caso dos parasitas externos, a desparasitação deve ter em conta a localização geográfica, devendo ser realizada no mínimo duas vezes por ano.

Além do uso de desparasitantes internos e externos, é importante garantir outros cuidados adicionais, como evitar andar ao ar livre com o animal em alturas de maior afluência de mosquitos ou locais com maior concentração de parasitas e ainda que o animal se aproxime das fezes de outros animais. É de reforçar que não existe uma solução única para desparasitar a totalidade dos parasitas internos e externos do animal. São medicamentos distintos com funcionalidades específicas para cada tipo de parasita.

Após a desparasitação é necessário ter em atenção a forma como o animal reage nas horas ou nos dias seguintes. Assim, deve verificar-se principalmente as fezes, pois pode haver uma expulsão de ténias e, nesses casos, é urgente consultar e avisar o médico-veterinário. Jorge Moreira da Silva deixa um último alerta: “os parasitas dos animais são um problema de saúde pública e, faz parte das boas práticas, que os donos façam uma ‘vistoria’ pelo menos uma vez por dia ao animal para verificar se o animal tem consigo parasitas externos”.

Workshop
A 3ª edição do Workshop “O doente no centro da imunoterapia”, dedicado ao tratamento no cancro do pulmão, vai decorrer no dia...

Ao longo do dia vão decorrer sessões interativas, que terão como base a análise multidisciplinar de casos clínicos reais, cujo propósito é traduzir a mais recente evidência dos ensaios clínicos de imunoterapia para a prática clínica diária, explorando também os desafios e oportunidades desta inovação terapêutica.

Os quatro workshops promovidos abordam perspetivas de diferentes especialidades com incursões técnicas e de cariz científico, avaliando o valor da imunoterapia para o doente: “Tratamento no cancro do pulmão de células não pequenas. O quê, para quem e quando?”, “Tratamento do CPCNP em populações especiais: A evidência científica e a prática clinica”, “A gestão do doente com CPCNP”, “O valor da imunoterapia para o farmacêutico” e “O impacto da anatomia patológica nos outcomes terapêuticos.”

Programa

09:30 – 09:45 | Sessão de boas vindas
- Dra. Encarnação Teixeira (Centro Hospitalar Universitário Lisboa Norte)
- Dra. Marta Soares (IPOFG, Porto)
- Dr. Fernando Barata (Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra)
- Prof. Doutor Venceslau Pinto Hespanhol (Centro Hospitalar Universitário de São João)
09:45 – 10:45 | Combination therapies in NSCLC: From rational to clinical practice
- Prof. Doutor António Araújo (Centro Hospitalar Universitário do Porto)
- Dr. Jesus Corral (Clínica Universidad de Navarra, Madrid, Spain)
10:45 – 12:15 | Workshop 1, 2, 3, 4
12:15 – 13:30 | Almoço
13:30 – 15:00 | Workshop 1, 2, 3, 4
15:00 – 15:30 | Sessão especial
15:30 | Encerramento

O Comité Científico do evento é composto por conceituados especialistas - Dra. Encarnação Teixeira (Centro Hospitalar Universitário Lisboa Norte), Dr. Fernando Barata (Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra) e Professor Doutor Venceslau Pinto Hespanhol (Centro Hospitalar Universitário de São João). Este workshop tem o patrocínio cientifico do Grupo de Estudos do Cancro do Pulmão, da Sociedade Portuguesa de Anatomia Patológica e da Associação Portuguesa de farmacêuticos hospitalares.

APIC
A Associação Portuguesa de Intervenção Cardiovascular (APIC) acaba de abrir as candidaturas para o Prémio Jovem Cardiologista...

De acordo com Pedro de Araújo Gonçalves, presidente da Reunião Anual 2019: “Com esta iniciativa pretendemos promover a realização de trabalhos científicos entre os médicos mais jovens, assim como a sua participação na Reunião Anual. Este ano, vamos admitir candidaturas para as categorias ‘Complicações em intervenção estrutural’ e ‘Complicações em intervenção coronária”.

Para concorrer a este Prémio é necessário submeter um caso clínico, sob a forma de apresentação power point, com um máximo de oito slides, até ao dia 31 de agosto, através da plataforma eletrónica http://spc.eventbase.pt/Login.aspx?EventoID=392.

A comissão de peritos fará a seleção dos 21 melhores trabalhos em cada categoria a concurso e os três melhores classificados serão apresentados sob a forma de comunicação oral. Os vencedores receberão uma bolsa de formação pós graduada e serão anunciados na sessão de encerramento da Reunião Anual da APIC 2019, no dia 9 de novembro, no Centro de Conferências de Tróia.

O regulamento deste Prémio está disponível em: www.reuniaoanualapic.pt

A Associação Portuguesa de Intervenção Cardiovascular (APIC) é uma entidade sem fins lucrativos, que tem por finalidade o estudo, investigação e promoção de atividades científicas no âmbito dos aspetos médicos, cirúrgicos, tecnológicos e organizacionais da Intervenção Cardiovascular. Para mais informações consulte: www.apic.pt.

 

Opinião
As doenças congénitas da glicosilação (CGD) são uma família de patologias metabólicas raras, de cari
Criança internada em cama de hospital

Os doentes com CGD apresentam uma relevante afetação neurológica, atraso global do desenvolvimento, problemas cardíacos, hepáticos, oftalmológicos, imunológicos, entre outros.

Tratam-se de doenças raras com sintomas e formas de manifestação semelhantes a uma grande variedade de outras situações clínicas, o que dificulta, muitas vezes, a sua deteção. No entanto, um diagnóstico atempado é essencial para que os doentes e as suas famílias possam receber o melhor acompanhamento clínico disponível para cada tipo de CDG.

Existem diversos métodos de diagnóstico, sendo que alguns são específicos para alguns subtipos da doença. A focagem isoelétrica da transferrina (uma proteína modificada com açúcares, presente no sangue) é o método mais comum de rastreio para um grande número de CDG e envolve apenas uma simples análise sanguínea. Contudo, este não deixa de ser um teste preliminar. Posteriormente, é necessário que se realizem outras técnicas adicionais mais complexas, como a análise genética, para que se obtenha um diagnóstico definitivo. 

Quando há um diagnóstico prévio na família, com alteração genética identificada, ou quando os sinais e sintomas exibidos pelo feto levem a suspeita de CGD, o diagnóstico pode e deve ser feito em período pré-natal.

Atualmente, a grande maioria das CDG não tem qualquer terapia disponível. Alguns subtipos parecem beneficiar da ingestão de alguns tipos de açúcares, sendo que, para a maior parte dos doentes, apenas é possível fazer a gestão das diferentes manifestações clínicas prevenindo e/ou tratando as complicações.

Muitos dos desenvolvimentos que se têm verificado na área das CGD prendem-se, sobretudo, com a identificação e descrição de novos tipos da doença e com os métodos de diagnóstico, existindo ainda uma grande lacuna e um longo caminho a percorrer na área da terapêutica.

Estima-se que, na sua forma mais frequente (CGDla), a doença afete 1 em cada 20 mil pessoas em todo o mundo.

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As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico, Enfermeiro, Farmacêutico e/ou Nutricionista.
Opinião
Celebra-se, a 28 de julho, o Dia Mundial das Hepatites, data em que pessoas e organizações de todo o

Existem cinco tipos de hepatite viral (A, B, C, D e E) mas as hepatites B e C são as mais importantes, pois evoluem para a cronicidade, constituindo um grave problema de saúde pública. Tratam-se de infeções provocadas por vírus que são transmitidos através da exposição ao sangue ou fluidos corporais de uma pessoa infetada.

Estes vírus afetam o fígado, podendo provocar inflamação, cirrose e, nalguns casos, cancro hepático. À escala mundial, as hepatites virais causam todos os anos a perda de 1,4 milhões de vidas, mas apesar do seu impacto, calcula-se que nove em cada dez pessoas com a doença desconheçam estar infetadas.

Estima-se que na União Europeia a prevalência seja de 0,9 por cento para a infeção pelo vírus da hepatite B e de 1,1 por cento para o vírus da hepatite C, o que corresponde à existência de 4,7 milhões e de 5,6 milhões de infetados, respetivamente. Em Portugal, o número real de casos não é conhecido, mas o número de infetados por cada um destes vírus poderá aproximar-se dos 100 mil. Alguns milhares de casos foram já identificados e sujeitos a tratamento, mas sabemos que existem ainda muitos casos não diagnosticados, tanto de hepatite B como de hepatite C.

O número de novos casos de hepatite B tem vindo a diminuir ao longo dos anos, fruto da vacinação universal de todos os recém-nascidos, implementada no nosso país há cerca de 20 anos, sendo certo que alguns anos antes fora iniciada a vacinação dos adolescentes na faixa etária dos 11 aos 13 anos. Já para a hepatite C não existe vacina disponível, pelo que a estratégia para a diminuição do número de novos casos se baseia na prevenção, evitando comportamentos de risco para contrair a infeção, e na identificação e tratamento dos casos de doença.

O diagnóstico precoce traz grandes benefícios para as pessoas infetadas, pois permite o tratamento antes que se instalem as lesões hepáticas, e para a saúde de toda a comunidade, já que ao eliminar o foco de infeção evita-se igualmente a sua propagação.

As hepatites crónicas são frequentemente assintomáticas. Quando existem sintomas, os mesmos são vagos e inespecíficos (fadiga, dores de cabeça, náuseas) ou surgem em fases avançadas da doença (icterícia, dor no quadrante direito do abdómen, distensão abdominal ou equimoses cutâneas espontâneas). Perante esta realidade, não é rentável que o diagnóstico seja realizado apenas quando há sintomas.

Assim, os testes de diagnóstico estão recomendados em qualquer pessoa com doença hepática e naqueles com algum risco de exposição a estes vírus, no passado ou no presente, inclusive em todos os casos em que se suspeite de alguma probabilidade, mesmo que mínima, de ter contraído a infeção.

Em Portugal, os testes de rastreio das hepatites são acessíveis através de todos os serviços de saúde, nomeadamente nos centros de saúde e nos hospitais, mas foram já legisladas medidas que facilitam o acesso aos testes, permitindo, às pessoas que os desejem realizar, recorrer diretamente às farmácias comunitárias e aos laboratórios de análises clínicas, onde poderão fazer testes de deteção rápida, sem necessidade de prévia prescrição médica. No entanto, a implementação destas medidas está a decorrer em ritmo muito lento, longe do que seria desejável.

O rastreio universal de toda a população seria a melhor forma de conseguir identificar a maioria dos casos de infeção, pois é a única que permite diagnosticar os casos em que não são reconhecidos fatores de risco ou os mesmos não são assumidos ou valorizados pelo próprio. No entanto, esta medida teria custos elevados para o Serviço Nacional de Saúde e um rendimento relativamente baixo, atendendo à baixa prevalência da infeção na população. A alternativa é o rastreio dirigido às pessoas e grupos que sabemos terem maior risco de estar infetados.

É um grande desafio conseguir identificar os portadores destes vírus em grupos populacionais em que a infeção tem elevada prevalência, mas que são de abordagem difícil, pois geralmente não procuram por sua iniciativa os serviços de saúde, como é o caso dos utilizadores ativos de drogas injetáveis. É também indispensável dar especial atenção a outros grupos vulneráveis: reclusos, trabalhadores do sexo, sem-abrigo e imigrantes. Estão em curso em todo o país iniciativas dirigidas a essas populações, indo ao encontro das pessoas em risco e oferecendo-lhes a possibilidade de rastreio e de tratamento.

Do ponto de vista de cada indivíduo infetado, é fortemente compensador o diagnóstico precoce da doença, pois todas as formas de hepatite são, atualmente, tratáveis. A hepatite C cura com tratamentos que duram, na maioria das vezes, 8 a 12 semanas. A hepatite B exige muitas vezes medicação crónica, mas que controla perfeitamente a infeção, impedindo a progressão da doença hepática.

O Dia Mundial das Hepatites é uma excelente oportunidade para divulgar o conhecimento sobre estas doenças, motivar os profissionais de saúde para aperfeiçoarem a sua prática no rastreio, diagnóstico e tratamento das mesmas, e sensibilizar as autoridades de saúde e os decisores políticos para a necessidade de alocarem os recursos indispensáveis.

No nosso país, já muito foi conseguido, mas o rastreio está ainda a ser feito de forma muito pontual, heterogénea e descoordenada, e existem alguns constrangimentos no acesso ao tratamento que, estando disponível para todos os que dele necessitarem, obriga frequentemente a tempos de espera exagerados. É preciso fazer mais e melhor, se quisermos cumprir a meta proposta pela Organização Mundial da Saúde de erradicar a hepatite C até 2030.

O reforço do rastreio nas situações já anteriormente referidas, realizando-o de forma mais sistemática e organizada para atingir o maior número possível de indivíduos no mais curto espaço de tempo, e o tratamento em tempo útil de todos os casos identificados, é indispensável à obtenção do objetivo da erradicação.

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A hepatite C é a única infeção crónica que o Homem é capaz de curar

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Estudo
Os sobreviventes de cancro infantil podem ser mais propensos a morrer por suicídio ou por causas relacionadas a comportamentos...

“Os suicídios e lesões estão entre as principais causas de morte em jovens a nível mundial; por outro lado, como as morbidades psiquiátricas são muito prevalentes em indivíduos sobreviventes de cancro infantil, existia uma necessidade real de avaliar se esta população tinha, ou não, uma maior propensão a experimentar pensamentos suicidas”, explicou Liisa M. Korhonen, investigadora do Hospital Universitário de Helsínquia, na Finlândia.

Um estudo anterior realizado na Dinamarca mostrou que as mulheres sobreviventes de cancro apresentavam um risco significativamente maior de sofrer de sintomas como ansiedade, depressão, distúrbios de personalidade, distúrbios neuróticos e distúrbios psicóticos, em comparação com as suas irmãs que não haviam sido diagnosticadas com cancro.

Outro estudo, desta vez realizado na Suécia, mostrou que os sobreviventes de cancro têm uma propensão a consumirem álcool em excesso, e com mais frequência, do que a população em geral.

Para o estudo atual, os investigadores usaram registos nacionais para identificar 29 285 pessoas da Dinamarca, Finlândia ou Suécia que tinham sido diagnosticadas com cancro antes dos 20 anos de idade.

A investigação também utilizou registos para avaliar as causas de morte, especificamente mortes por suicídios, mortes acidentais, mortes violentas e mortes por abuso de álcool ou drogas.

O acompanhamento teve uma duração média de 9,4 anos para os sobreviventes de cancro infantil e de 18,1 anos para a população que serviu como grupo de controlo; no final do estudo, 32,5% das pessoas diagnosticadas com cancro e 1,3% dos indivíduos que pertenciam ao grupo de controlo haviam morrido. Determinou-se que o cancro foi a causa de morte para 90,3% das pessoas diagnosticados com a doença na infância e para 10,3% das pessoas no grupo de controlo.

Os resultados mostraram que os sobreviventes de cancro infantil tinham um risco aumentado de morte devido a comportamentos de risco para a saúde; os resultados não variaram entre sobreviventes do sexo feminino e masculino.

Análises específicas revelaram que o envenenamento por álcool e o suicídio eram prevalentes entre sobreviventes de cancro infantil.

Quando os cientistas estratificaram os resultados por tipo de cancro, observaram um risco significativamente elevado de morte relacionada a comportamentos de risco para a saúde apenas entre pessoas que haviam sido tratadas por tumores do sistema nervoso central.

O risco de morte devido a comportamentos de risco também pareceu ser significativamente maior entre aqueles que foram diagnosticados com cancro entre os 5 e os 9 anos de idade e entre os 15 e os 19 anos.

“Embora a maioria dos pacientes não recorra ao suicídio ou morra devido a comportamentos de risco, a verdade é que existe uma percentagem, nomeadamente de pacientes que, enquanto crianças, fizeram tratamentos contra tumores do sistema nervoso central, que se mostrou ser um grupo particularmente vulnerável”, disseram os cientistas.

“Estas descobertas enfatizam a necessidade de garantir que exista um maior apoio psicossocial durante o acompanhamento a longo prazo de indivíduos diagnosticados com cancro durante a infância”.

Saiba mais
Estima-se que os distúrbios da tiroide afetem um milhão de portugueses e mais de 300 milhões de pess
Mulher com faca a cortar legumes

Situada na base do pescoço imediatamente abaixo da "maçã-de-adão", a tiroide é uma glândula que tem como função produzir e libertar para a circulação sanguínea duas hormonas importantes ao normal funcionamento do organismo: a tri-iodotironina (T3) e a tetraiodotironina (T4 ou tiroxina). Atuando em quase todas as células do nosso corpo, estas hormonas controlam o metabolismo. Para além de ajudarem a utilizar a energia, regulam a temperatura corporal, o crescimento e desenvolvimento intelectual nas crianças e permitem um normal funcionamento do cérebro, músculos, coração e outros órgãos.

Entre os distúrbios da tiroide mais frequentes encontram-se o hipotiroidismo e o hipertiroidismo. O primeiro caracteriza-se por uma produção insuficiente de hormonas tiroideas, o que compromete o normal funcionamento do organismo. Entre os principais sintomas destaca-se o aumento do peso, cansaço ou fadiga, aumento de sensibilidade ao frio, e outros sinais como queda de cabelo ou cabelo quebradiço, pele seca e irregularidades menstruais.

No outro extremo, temos o hipertiroidismo que se caracteriza pela produção em excesso destas hormonas. Aumento do apetite, perda de peso, irritabilidade, intolerância ao calor, aumento da frequência cardíaca ou insónia estão entre os principais sinais de que a sua tiroide está a produzir hormonas em excesso.

Para manter o bom funcionamento da tiroide, é necessário que sejam ingeridos, nas quantidades suficientes, alguns micronutrientes, como é o caso do iodo, selénio, zinco, cobre, ferro, vitamina A e vitamina D, que participam na síntese das hormonas tiroideas. É que apesar da disfunção da glândula tiroideia ser condicionada por múltiplos fatores genéticos e ambientais, que não são modificáveis, a evidência científica sugere que alguns dos fatores que podem ter um papel importante na prevenção de distúrbios metabólicos, endócrinos ou neoplásicos podem ser modificáveis, como é o caso da alimentação.

Conheça os nutrientes que contribuem para o bom funcionamento da tiroide

Iodo – trata-se um oligoelemento essencial para uma produção adequada das hormonas da tiroide. Condições como o bócio ou hipotiroidismo podem ter na sua origem a deficiência de iodo.

Por outro lado, o seu consumo em excesso pode levar a um aumento de hormonas, que está na origem do hipertiroidismo.

A ingestão recomendada de iodo é de 250 μg/dia para grávidas e mulheres a amamentar, e de 150 μg/dia para adultos.

Marisco, algas marinhas, ovos, cereais, leite e produtos lácteos, bem como algumas frutas e vegetais, são ótimas fontes de iodo.

No entanto tome nota: alimentos como repolho nabo, colza, amendoim, mandioca, couve-flor, brócolos e soja diminuem a captação de iodo pelas células do organismo.

Selénio – é um micronutriente importante para a síntese da T3 e T4, atuando em conjunto com o iodo. Ele é a peça-chave na conversão de T4 em T3 (a hormona ativo) em todos os órgãos e estruturas.

A ingestão recomendada para adultos é de 55 µg/dia; no caso de mulheres grávida ou em lactação, este valor aumenta para 60 e 70 µg/dia, respectivamente.

Ovo, cogumelos, castanha do Brasil e cereais são as principais fontes de selénio, embora este também possa ser encontrado em alimentos os brócolos, alho e cebola ou atum e sardinha.

Zinco – Tal como o selénio, o zinco desempenha um papel importante na conversão da T4 para T3.

A ingestão recomendada deste micronutriente é de 8 mg por dia para as mulheres, 11mg por dia para os homens. Para gestantes e lactantes as suas necessidades estão aumentadas. Os alimentos com maior teor em zinco são as ostras, carne vermelha, carne de aves, feijão, nozes e grãos integrais.

Cobre – O cobre estimula a produção da hormona T4 e impede que esta seja absorvida em excesso. Atua ainda com um antioxidante.

Marisco, vísceras e carnes ou frutos gordos, grãos de cereais e leguminosas são excelentes fontes de cobre. As doses de ingestão recomendadas são de 900μg por dia para adultos e entre 1000 a 1300 μg para grávidas e lactantes.

Ferro - intervém no metabolismo e atividade enzimática da tiroide. A ingestão recomendada de ferro nos adultos é de 8 mg/dia para homens e 18 mg/dia para mulheres.

Entre as principais fontes de ferro estão a carne vermelha e o marisco.

Vitamina A - é uma vitamina lipossolúvel fundamental na síntese de tireoglobulina e na captação de iodo pela tiróide. De acordo com alguns estudos, uma alimentação deficiente em vitamina A e iodo pode ser causa da elevada incidência do hipotiroidismo.

As melhores fontes alimentares de vitamina A são óleo de fígado de bacalhau, cereais fortificados, gema de ovo, fígado de animais, leite e produtos lácteos.

Recomenda-se a ingestão diária de 700µg para as mulheres de 900 µg para os homens.

Vitamina D – importante para a regulação do sistema imunitário, alguns estudos aponta a sua carência como uma das causas da Doença Autoimune da Tiroide.

Entre os alimentos a privilegiar para o aporte adequado desta vitamina estão o óleo de fígado de bacalhau, o salmão, a gema de ovo, os peixes e moluscos, o leite e os produtos lácteos.

Recomenda-se a ingestão de 5 μg por dia para adultos e de 10 μg para adultos com idade superior a 50 anos.

Alimentos a evitar

Quem já tem alguns distúrbios da tiroide deve evitar o consumo exagerado de soja e seus derivados. Alguns estudos mostram que estes alimentos podem contribuir para a desregulação desta glândula. No entanto, isto só acontece em pessoas com história familiar de doença da tiroide ou que não consomem iodo nas doses recomendadas.

A couve, os brócolos, o repolho e os espinafres contêm glucosinolatos e por isso não devem ser consumidos crus diariamente. Devem ser sempre cozinhados de modo a estas substâncias não interferiram na captação do iodo pelas células.

Por outro lado, deve evitar comer alimentos industrializados ricos em açúcar uma vez que estes afetam a capacidade desta glândula produzir hormonas. 

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Nódulos da tiroide

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Especialista
Neurocientista Verena Senn revela os processos biológicos que levam ao sono e o que acontece ao nosso corpo enquanto dormimos.

Não há nada melhor que uma boa noite de sono, e o primeiro passo para um descanso de qualidade é um bom colchão com a melhor ergonomia possível. Mas dormir bem pode ser mais complexo que isso. Quem o diz é a Dra. Verena Senn, Neurocientista.

Grande parte das pessoas não tem noção do impacto que o sono pode ter e, por isso, não dá a devida atenção a este tema e à sua importância para a vida. A própria ciência não tem uma conclusão exata que explique porque precisamos tanto de dormir, mas a verdade é que dormimos cerca de um terço das nossas vidas, e não somos os únicos.

“Todos os animais dormem, desde os mamíferos como o cão ou o gato, passando pelos peixes e pássaros, até aos répteis. Mas o tempo de sono é diferente de espécie para espécie. Enquanto que, por exemplo, a girafa precisa de dormir apenas duas horas por dia, os ratos dormem mais de 20 horas. Por outro lado, o tempo ideal de sono para um humano ronda as oito horas por noite”, explica a Neurocientista. “Nós dormimos porque ocorrem dois processos no nosso corpo que são responsáveis por regularizar a hora de dormir. Um deles é o nosso relógio circadiano interno, também chamado de ritmo circadiano que, alinhado com a luz do dia e o escuro da noite, nos diz quando devemos descansar. O segundo processo está relacionado com a adenosina, uma substância que acumulamos no cérebro ao longo do dia, aumentando a nossa necessidade de dormir. Quando a sua concentração é alta, depois de um dia inteiro acordado, bloqueia a secreção das moléculas, induzindo assim o sono", acrescenta.

Estes dois processos, em conjunto, são os principais motivos de termos sono. Mas afinal porque precisamos de dormir?

Durante a noite, o nosso cérebro processa o que aprendemos e as experiências que passamos durante o dia. Vários estudos demonstram, inclusive, que o sono aumenta o conhecimento ou as habilidades que adquirimos. O corpo utiliza o sono para arrumar as memórias e destacar aquelas que são mais importantes para uma parte do cérebro destinado ao armazenamento de memória a longo prazo. Assim, quanto mais tempo estivermos acordados, menos eficaz será o armazenamento de novos conhecimentos.

O sono também tem um grande impacto no nosso sistema imunológico. Dormir ajuda a recuperar de uma constipação mais rapidamente ou mesmo a evitar que se fique doente. “Dormir é o melhor remédio com a vantagem de não ter quaisquer efeitos adversos”, afirma a Dra. Verena Senn.

Se dormir é assim tão importante, do que precisamos para um bom descanso? A Neurocientista defende que a base para dormir bem é um bom colchão que permita uma postura confortável e ergonómica. Para além disso, é importante que o colchão seja respirável, permitindo a diminuição da temperatura do corpo, necessária para se conseguir entrar num sono profundo.

Este verão
Postura errada na praia, calçado e transporte de bagagem inadequados são alguns dos responsáveis pelas dores nas costas durante...

Todos os anos milhares de portugueses marcam o período anual de férias para a altura do verão. Há, por isso, um planeamento e atenção redobrada de todas as atividades a realizar, mas a saúde acaba por ficar para segundo plano. Em Portugal, as dores de costas atingem 7 em cada 10 pessoas, e o verão é uma das alturas em que há mais crises. Luís Teixeira, médico ortopedista e especialista em patologia da coluna vertebral, deixa alguns conselhos para que as suas férias sejam também um período de descanso para as suas costas.

"Culturalmente, estamos cada vez mais informados acerca dos perigos do verão, desde o tempo de exposição ao sol à alimentação. Contudo, no que diz respeito à coluna, a consciência ainda não é a mesma.", explica o médico ortopedista, mentor da Associação Portuguesa Spine Matters. De acordo com o especialista, nesta época do ano, há vários cuidados que pode adotar:

Escolha bem o seu calçado: na maior parte das vezes o calçado escolhido para o período de férias são chinelos de praia, contudo "a maioria dos modelos não oferece o suporte adequado ao pé, não promovendo estabilidade ao calcanhar. É importante procurar modelos com apoio na zona do arco, em vez de calçado totalmente reto”, refere Luís Teixeira. Neste sentido, deve optar por sapatilhas ergonómicas, mesmo que depois no local as substitua por chinelos ou sandálias, que se constituem como uma boa opção para os dois ambientes. 

Sestas na toalha: embora permita bronzear as costas, a posição de barriga para baixo deve ser evitada, uma vez que força o pescoço a um ângulo total para a esquerda ou para a direita, acumulando tensão nessa mesma zona e costas. Recorrer a uma almofada pode ser uma boa alternativa, tanto para a cabeça como para as pernas e tornozelos, que devem estar ligeiramente elevados. Também pode optar por cadeiras de praia, desde que confiram estabilidade ao corpo e que não sejam demasiado rígidas.

Aproveite o mar: “contrariamente ao que muitas vezes as pessoas pensam, a água fria e a sua alternância entre frio e quente não afeta quem tem dores reumáticas, apresentando até benefícios em casos de processos inflamatórios, como a artrite reumatóide, expõe o especialista. Além disso, as temperaturas quentes da praia permitem um relaxamento muscular que alivia, muitas vezes, alguns tipos de contraturas.

Realize alongamentos de forma assídua: nas férias acabamos por estar mais horas deitados ao sol e a descansar. “Esticar os braços, espreguiçar e nadar podem ser excelentes opções de alongamento e estiramento postural.”, acrescenta o médico ortopedista.

Escolha bem o tipo de bagagem que leva: utilize mochilas de dupla alça para garantir um bom apoio nas costas e ajuste-as adequadamente à sua lombar ou malas trolley para que o peso não prejudique a sua coluna. Tenha atenção também à forma como os objetos são organizados (coloque os itens mais pesados e de maior dimensão primeiro e de forma central e procure não ter desequilíbrios nas bolsas exteriores). O peso, deve, igualmente, ser o menor possível.

Atenção ao saco levado para a praia: a carga a transportar não deve ser superior a 5% do peso corporal, e mesmo assim é necessária uma mala adequada que permita a distribuição uniforme do peso pelos dois ombros, pelo que se recomenda a utilização de uma mochila.

Respire fundo: um exercício simples para movimentar o pescoço passa por rodar os ombros para trás e baixo, enterrar o queixo e imaginar que tem uma linha a puxar-lhe o topo da cabeça para cima. Mantenha esta posição durante 20 segundos e repita algumas vezes.

Hidrate-se: deve beber água em todos os momentos de grandes passeios ou caminhadas de forma a prevenir cãibras e a garantir que todos os músculos estão devidamente hidratados e a funcionar corretamente.

Cuidado com as brincadeiras: as cavalitas, por exemplo, são um movimento a evitar por várias razões, mas sobretudo pelo facto de ser repentino e inesperado e pelo excesso de peso sobre os ombros e região cervical. 

Mergulhos com precaução: os mergulhos em piscinas de pouca profundidade ou de alturas consideráveis, sem ser possível prever a zona em que o corpo cai na água, são os responsáveis por inúmeras lesões na coluna, muitas delas com danos irreversíveis; Examine e avalie bem o local antes de mergulhar e tenha atenção à postura com que mergulha: “Evite mergulhar na vertical. Procure entrar na água numa posição mais oblíqua de forma a atingir menor profundidade e velocidade. Mantenha os braços esticados e as mãos à frente, em extensão, de forma a antever o que se aproxima e a proteger a cabeça e pescoço ao longo do mergulho.”, acrescenta o presidente da Spine Matters.

Um bom colchão: mesmo no caso de ir acampar, procure ter uma boa espuma ou um colchão que seja confortável, mas também leve. Encontre um piso com o mínimo de irregularidades possível e leve a sua almofada de casa para um melhor apoio.

Conferência recebe especialistas de renome mundial
A Associação Portuguesa para as Doenças Congénitas da Glicosilação e outras Doenças Metabólicas Raras (APCDG) vai realizar a 4ª...

“Com o aumento de diagnósticos de CDG, é imperativo promover a partilha de conhecimento e experiência entre os players da comunidade CDG, e incentivar a discussão em torno daquilo que devem ser os passos, instituições e ferramentas cruciais para a criação de uma abordagem terapêutica que possa estar disponível e acessível a todos estes”, refere Vanessa Ferreira, cofundadora da APCDG.

Com o tema «O caminho das CDG – desde o diagnóstico até às terapias», sublinha, “a edição deste ano terá um formato inovador, em que as sessões serão divididas em workshops centrados em tópicos relevantes para o desenvolvimento de terapias. Os workshops serão seguidos de sessões Think Tank, onde grupos de especialistas terão a oportunidade de discutir assuntos de interesse e partilhar ideias para novas soluções de investigação científica no âmbito das doenças congénitas da glicosilação”.

A iniciativa vai contar com a presença de Jaak Jaeken, Eva Morava, David Coman, David Cassiman e Dulce Quelhas, especialistas na investigação e tratamento das CDG a nível nacional e internacional. Jaak Jaeken é o médico que descobriu as CDG e que muito tem contribuído para  avanços médico-científicos na área; Eva Morava é pediatra, geneticista e investigadora, sendo o seu foco atual o desenvolvimento de novas terapias para as CDG; David Coman é médico e está envolvido em vários projetos de investigação, que visam descobrir novas doenças e melhorar testes de diagnóstico e tratamentos para crianças com distúrbios genéticos hereditários; David Cassiman é médico e investigador, estando dedicado a melhorar a vida dos doentes afetados por distúrbios metabólicos; Dulce Quelhas é coordenadora da área de diagnóstico de desordens congénitas de glicosilação do Instituto de Genética Médica Dr. Jacinto de Magalhães/Centro Materno Infantil do Norte (CMIN), tem desenvolvido investigação nesta área e publicado inúmeros artigos.

No dia 25 de julho vai realizar-se ainda a primeira reunião satélite sobre CDG, na Faculdade de Psicologia da Universidade de Lisboa. Este momento vai juntar diversos especialistas com a perspetiva de alcançar uma clara definição e classificação para as CDG, fatores necessários para o desenvolvimento e aprovação de novas terapias.

As CDG são um grupo de doenças hereditárias que afetam a glicosilação, um processo pelo qual todas as células humanas acumulam açúcares de cadeia longa que estão ligados a proteínas, essenciais para muitas funções biológicas. Estas doenças são altamente incapacitantes, com uma elevada taxa de mortalidade pediátrica e com significativo impacto negativo na qualidade de vida dos pacientes e das famílias. As CDG são uma família de doenças muito raras, estimando-se que a forma mais comum (PMM2-CDG) tenha uma incidência de 1 em cada 20 mil pessoas.

Mais informações sobre a iniciativa estão disponíveis em: http://www.apcdg.com/events.html

Estudo
Um estudo pioneiro avaliou o potencial das células estaminais mesenquimais do tecido do cordão umbilical (UC-MSC) no tratamento...

O estudo incluiu três grupos de animais: os que sofreram HI; os que, após sofrer HI, foram tratados com UC-MSC; e animais saudáveis. Os resultados demonstraram que o tratamento com UC-MSC previne a perda de neurónios após HI, nomeadamente no hipocampo, uma região do cérebro crucial no processamento de memórias. Para além disso, evidenciou que esta ação neuroprotetora foi provavelmente mediada por um efeito anti-inflamatório, observado quer a nível cerebral quer pelo aumento de uma molécula anti-inflamatória no sangue.

Apesar dos bons resultados, os autores revelaram que o efeito neuroprotetor observado foi parcial e não preveniu totalmente a progressão da lesão cerebral após HI, sugerindo que, em estudos futuros, se avalie o benefício de múltiplas administrações de UC-MSC, bem como da combinação deste tratamento com a hipotermia, o procedimento a que atualmente se recorre nestes casos.

Comparativamente com estudos anteriores e tendo em vista a potencial aplicação futura deste método em humanos, estes investigadores tentaram otimizar a dose e a via de administração destas células, de modo a que o tratamento fosse eficaz e exequível na prática clínica. A aplicação intranasal não apresenta riscos para o doente e é uma forma ainda mais simples de dirigir as células para o local da lesão, comparativamente à via intravenosa, uma das formas de administração mais comummente utilizadas em estudos anteriores.

Segundo Bruna Moreira, Investigadora do Departamento de I&D da Crioestaminal, “o potencial destas células para o tratamento de lesões cerebrais baseia-se nas suas propriedades imunomoduladoras e na sua capacidade para libertar moléculas que promovem a sobrevivência e o crescimento dos neurónios”. E acrescenta ainda: “os resultados desta investigação apoiam futuros estudos com vista à utilização de UC-MSC no tratamento de lesões cerebrais”.

O tratamento atualmente utilizado para limitar a extensão dos danos cerebrais provocados por HI é a hipotermia induzida, que consiste em baixar a temperatura corporal para valores entre 33 e 34°C durante 72 horas, seguida de um reaquecimento progressivo. Embora seja eficaz em alguns casos, muitos recém-nascidos que sofrem episódios de HI acabam por sofrer danos neurológicos irreparáveis. Existe, portanto, urgência em desenvolver novas terapias que possam ser usadas em alternativa ou como complemento à hipotermia.

Nos países desenvolvidos, 1 em cada 400 recém-nascidos desenvolve paralisia cerebral como resultado de lesões neurológicas ocorridas durante o desenvolvimento intrauterino ou no período neonatal. Os episódios de HI cerebral, ou seja, de falta de irrigação sanguínea e oxigénio no cérebro, são a principal causa de lesão cerebral em recém-nascidos, podendo resultar em défices motores e cognitivos.

Referência:

McDonald CA, et al. Intranasal Intranasal Delivery of Mesenchymal Stromal Cells Protects against Neonatal Hypoxic-Ischemic Brain Injury. Int J Mol Sci. 2019. 17;20(10). pii: E2449.

Apenas 15% dos dadores são jovens entre os 18 e os 25 anos
No verão, as dádivas de sangue tendem a registar uma quebra. As férias costumam desviar os dadores frequentes dos locais de...

Este é um período crítico em termos de necessidades, já que as deslocações implicam, muitas vezes, um aumento do número de acidentes. Não admira, portanto, que os apelos do Instituto Português do Sangue e da Transplantação (IPST) se intensifiquem, ainda mais quando dados recentes revelam que há, em Portugal, cerca de 210 mil dadores, dos quais apenas 14% são jovens entre os 18 e os 25 anos. Em causa está a renovação dos dadores, fator de grande preocupação num país cuja população está cada vez mais envelhecida.

Com esperança de contornar, um pouco que seja, este cenário, o IPST marcará presença no dia 1 de agosto, entre as 14h00 e as 19h00, no parque exterior do MAR Shopping Matosinhos, junto à entrada MAR, onde estará a desenvolver mais uma ação de recolha de sangue. Antes, durante ou depois das férias, o que importa é dar sangue para que ele não falte a quem mais necessita.

Este é o oitavo ano consecutivo em que o IPST e o MAR Shopping Matosinhos se unem no apelo às dádivas de sangue. Ao longo destes anos, são já perto de 700 os dadores inscritos na sequência desta iniciativa que integra a política de responsabilidade social do centro comercial “AMAR quem mais precisa”.

Em média, Portugal precisa de 1000 unidades de sangue diárias para poder tratar dos doentes. “E, como este bem não se produz, só através da generosidade dos dadores se pode manter um banco de sangue autossuficiente. Por outro lado, doar sangue é apenas um gesto que pode alcançar um fim sem preço – salvar uma vida”, recorda Ofélia Alves, responsável de programação e colheitas do Centro de Sangue e Transplantação do Porto. “O sangue humano continua a não ter substituto, pelo que ser dador pode fazer toda a diferença na vida de alguém. E é tão simples. Basta ser uma pessoa saudável, ter mais de 18 anos e pesar mais de 50Kg”, acrescenta.

Alimentação evita progressão da doença renal
Realizou-se no passado dia 21 de julho, em Sintra, um workshop de nutrição, dedicado a doentes renais, familiares e cuidadores.

A iniciativa, orientada pela nutricionista Inês Moreira e apoiada pelo chefe de cozinha Rui Lopes, teve como objetivo a promoção de uma alimentação saudável, equilibrada e adequada às necessidades nutricionais das pessoas com doença renal, em diálise.

Cada pessoa com doença renal tem preferências alimentares e necessidades nutricionais diferentes, mas é importante que as escolhas sejam adaptadas para que seja possível manter a qualidade de vida à medida que a doença progride.

A doença renal crónica carateriza-se pela deterioração lenta e irreversível da função dos rins. Como consequência da perda desta função, existe retenção no sangue de substâncias que normalmente seriam excretadas pelo rim, resultando na acumulação de produtos metabólicos tóxicos no sangue (azotemia ou uremia). Os doentes com diabetes, hipertensão arterial, obesidade e historial familiar de doença renal podem estar em risco de desenvolver esta doença.

O curso teve uma duração de três horas, das 10h às 13h. Foi constituído por uma introdução teórica, feita pela nutricionista Inês Moreira; pela confeção de uma refeição completa, com a orientação do chefe Rui Lopes, que apresentou receitas práticas e nutricionalmente ricas, e por um momento final de convívio e degustação do menu – creme de abóbora com hortelã fresca; quinoa de bacalhau e legumes, aromatizada com funcho e hortelã da ribeira; e uma sobremesa de queijo quark, aveia e fruta fresca.

Receitas elaboradas

Creme de abóbora com hortelã fresca

Ingredientes para 12 pessoas: 4 abóboras-cabaça em cubos, 4 cebolas roxas picadas, 1 alho, 1 alho francês, azeite qb, 1 molho de hortelã, 6 ovos, sal marinho qb, 2 sacos de croutons.

Modo de preparação: Comece por cortar a cebola, o alho e o alho francês em pequenos cubos, assim como a abóbora. Mergulhe em água para que possam perder alguns dos minerais mais nefastos à sua saúde (potássio). Coza os ovos e reserve. Junte a cebola, o alho e o alho francês numa panela, com o azeite. Deixe suar ligeiramente. Junte depois a abóbora, cubra com água e deixe cozer. Triture, junte um ramo de hortelã durante 10 minutos, retire e guarneça com ovo picado e croutons.

Outras notas: Empratamento: numa terrina funda, guarnecer com os croutons, o ovo picado e a hortelã. Ervas em fresco, só depois de apagar o fogão, retirando ao fim de 10 minutos.

Quinoa de bacalhau e legumes, aromatizada com funcho e hortelã da ribeira

Ingredientes para 12 pessoas: 1 kg de bacalhau demolhado, 1 kg de tomate coração de boi, 250 g de grão de bico branqueado e cozido, 500 g de quinoa, 250 g de cenouras em cubos branqueada, 1 ramo de salsa, 2 folhas de louro, 1 colher de café de sementes de coentros, 2 cebolas picadas, sal marinho qb, 3 colheres de sopa de hortelã da ribeira fresca e picada, 6 colheres de sopa de azeite, orégãos secos qb.

Modo de preparação: Coza o bacalhau num caldo temperado com azeite, salsa e louro. Deixe arrefecer e despinhe, preservando a carne e o caldo coado. Branqueie a cenoura, rejeitando a água, arrefeça e reserve. Faça um suado com a cebola em azeite, adicionando as sementes de coentros e o tomate cortado em pequenos pedaços. Junte o caldo do bacalhau em dobro da quinoa. Adicione a quinoa quando o caldo ferver, junte também o grão de bico cozido. Deixe cozer a quinoa, verificando o ponto de cozedura (entre 10 a 15 minutos). Quando quase cozida, junte o bacalhau lascado, a cenoura e envolva. Deixe levantar fervura, adicionando de seguida a hortelã da ribeira fresca e os orégãos. Sirva de imediato.

Outras notas: Esta confeção deve ficar malandrinha, não deixe acabar o caldo na cozedura e vá adicionando aos poucos. Empratamento: sirva no próprio tacho, decorado com um ramo de hortelã da ribeira. Ervas em fresco, conferindo frescura à confeção. Sugestões: pode fazer esta confeção sem bacalhau, somente a quinoa e o grão, que será uma receita já com grande equilíbrio nutricional, completa em proteínas. Pode substituir o bacalhau por outro peixe (pescada, maruca ou perca).

Sobremesa de queijo quark, aveia e fruta fresca

Ingredientes: 3 chávenas de aveia, 3 chávenas de leite meio gordo, casca de um limão, 1 frasco de mel, 500 g de queijo quark, 2 maçãs Fuji, 2 peras Rocha, manjericão fresco qb, 1 pau de canela.

Modo de preparação: Previamente, coza a aveia no leite, ao qual adiciona a casca de limão bem fina e um pau de canela, deixando cozinhar até obter uma consistência cremosa idêntica ao arroz doce. Reserve no frigorífico, para que esteja fresca na hora de servir. Umas horas depois, começa por lascar as maçãs e peras com casca e corar numa frigideira antiaderente, com um pouco de manteiga se necessário. Adicione o mel e o manjericão picado no final. Reserve no frigorífico para que arrefeça. Tempere a aveia com um pouco de mel, envolvendo bem. Junte a maçã e a pera ao queijo e envolva juntamente com manjericão fresco. Coloque uma porção de aveia e, por cima, um tanto de queijo, com a nectarina e o manjericão envolvidos. Adicione um fio de mel e decore com um raminho de manjericão.

Outras notas: Empratamento: em taças bonitas de sobremesa. Ervas em fresco, conferindo frescura à confeção. Sugestões: pode fazer esta sobremesa sem manjericão. Nesse caso, pode substituir por hortelã ou tomilho-limão fresco ou outra aromática a gosto

Ordem dos Enfermeiros
Já se encontram abertas as candidaturas para a 3ª Edição do Orçamento Participativo da Secção Regional do Centro (SRCentro) da...

As candidaturas decorrerem até 15 de Setembro e todos os membros da SRCentro podem apresentar, individualmente ou em conjunto, as suas propostas.

Lançado pela primeira vez em 2017, o objectivo do Orçamento Participativo da SRCentro é alcançar novas ideias e soluções para a melhoria de problemas registados pela classe profissional; ou para a promoção e valorização da Enfermagem junto dos cidadãos; ou ainda, para resolver situações sociais mediante o trabalho dos enfermeiros.

Aberto aos membros da sua área de abrangência – distritos de Aveiro, Castelo Branco, Coimbra, Guarda, Leiria e Viseu – o OP 2020 tem uma dotação global de 5000€ para implementação dos projectos vencedores.

Lançado pela primeira vez em 2017, O Orçamento Participativo tem sido uma iniciativa estratégica da SRCentro e um importante instrumento de aproximação e participação dos membros no plano de actividades desta secção.

Para mais informações, aceda a este link.

Investigação
Uma recente investigação mostrou que o osteossarcoma, um tipo de cancro ósseo agressivo, é geneticamente similar em crianças...

A descoberta, feita por cientistas da Universidade de Tufts e do Translational Genomics Research Institute, nos Estados Unidos, pode ajudar a quebrar o impasse no tratamento desta doença, que não teve um avanço médico significativo em quase três décadas.

“Embora o osteossarcoma seja raro em crianças, é muito comum em algumas raças de cães, o que o torna esta doença uma excelente candidata para estudos comparativos que se foquem na biologia do cancro. Desta forma, acredito que possamos melhorar o desenvolvimento de fármacos, tanto para crianças como para os nossos amigos caninos”, disse Will Hendricks que, juntamente com Cheryl A. London e Heather L. Gardner, liderou o estudo.

Segundo o artigo publicado na revista Nature, Communications Biology ¸ este estudo utilizou múltiplas plataformas de testes a nível molecular, o que permitiu aos investigadores analisarem o genoma de 59 cães e descobrirem que o osteossarcoma canino partilha muitas caraterísticas genómicas com o osteossarcoma humano, incluindo baixas taxas de mutação, complexidade estrutural, vias celulares alteradas e caraterísticas genéticas únicas.

“Estas descobertas vão permitir que se estabeleçam novos contextos genómicos que, acreditamos, serão bastante úteis em futuras análises comparativas”, explicou Cheryl A. London.

A investigação também identificou novas caraterísticas do osteossarcoma canino, incluindo mutações recorrentes e potencialmente causadoras de cancro em dois genes, SETD2 e DMD, uma informação que os cientistas consideram que deve ser melhor explorada.

O osteossarcoma é o tumor ósseo primário mais comummente diagnosticado em crianças; embora a cirurgia e a quimioterapia possam prolongar a sobrevida, cerca de 30% dos pacientes pediátricos morrem devido a tumores metastáticos, num espaço temporal de 5 anos.

“A semelhança genética entre o osteossarcoma de crianças e de cães oferece uma oportunidade única e um modelo comparativo que permitirá o desenvolvimento de novas terapias dentro de uma linha de tempo mais reduzida”, disse Heather L. Gardner.

Outro dos investigadores, Jeffrey Trent, acredita que a abordagem oncológica comparativa é vital para o rápido desenvolvimento de novos tratamentos para o osteossarcoma, tanto para pessoas como para animais de estimação.

“Alavancar as semelhanças entre as formas humana e canina do osteossarcoma aumenta muito a nossa compreensão sobre a forma como este cancro agressivo se desenvolve e metastiza e, tal como já disseram os meus colegas, fornece uma oportunidade única para o desenvolvimento de terapias que façam a diferença na vida de crianças e de animais de estimação”.

Opinião
O AVC (de volta ao capítulo do sistema nervoso na 11º revisão do ICD após 62 anos de exílio) mantém-
Cérebro

Por fator de risco entende-se um comportamento ou doença que aumenta o risco de um acontecimento ou outra doença. Os fatores de risco demonstram uma associação forte (preditiva) e etiologicamente significativa (causal) com a doença que se pretende evitar.

Por promoção de saúde ou prevenção primordial entende-se medidas visando a população em geral. O objetivo é o desenvolvimento de estratégias que previnam o aparecimento de fatores de risco para AVC, atuando antes das doenças (ou fatores de risco) surgirem, evitando na medida do possível que estas apareçam. Destinam-se globalmente à população como um todo (…são para a toda a gente).

Por prevenção primária entende-se estratégias direcionadas para indivíduos presentes na população, já com um ou mais fatores de risco para AVC, visando a deteção e tratamento custo-efetivo dessas doenças (hipertensão arterial, tabagismo, diabetes mellitus, dislipidémia, fibrilhação auricular), antes de acontecer o AVC e tentando evitar que ele ocorra.

Ambas as estratégias são complementares e têm como objetivo a prevenção do AVC (tentam evitar a sua ocorrência).

Relativamente ao AVC sabemos que o principal fator de risco é a idade sendo, obviamente, não modificável (é o preço a pagar por nos irmos mantendo vivos).

Por fator de risco modificável entende-se comportamentos ou doenças, para os quais a sua prevenção ou tratamento irá no futuro reduzir o risco de vir a ter um AVC.

Sabemos que:

  • Mais de 90% do risco para AVC é atribuível a fatores de risco modificáveis
    - comportamentais, metabólicos ou ambientais;
  • Sendo que 74,2% do risco do AVC é atribuível a fatores de risco comportamentais
    - nomeadamente tabagismo, dieta inadequada e inatividade física.

Sabemos ainda que escolhas de vida saudáveis permitem uma redução de risco significativa.

Quais são então essas medidas? (AHA’s Life’s Simple 7)

Comportamentais - educação para a saúde, escolhendo um estilo de vida saudável:

  • Mantendo atividade física regular;
  • Valorizando uma dieta saudável (como a dieta mediterrânea), usando produtos frescos, de época, produzidos localmente (diversidade) equilibrando o consumo calórico com a atividade física (frugalidade), parando a epidemia do sal e do açúcar;
  • Mantendo um peso adequado, controlando a obesidade;
  • Prevenindo o tabagismo e intervindo na cessação tabágica.

Métricas

  • Controlar tensão arterial;
  • Controlar níveis de colesterol;
  • Controlar valores de glicémia.

Assim, mediante educação populacional para a saúde (estilo de vida saudável), com divulgação, prevenção, reconhecimento, deteção e intervenção terapêutica precoce nos principais fatores de risco vascular, podemos, a longo prazo, manter a progressiva redução da incidência e prevalência do AVC em Portugal e evitar as suas trágicas consequências em termos de mortalidade e morbilidade (dependência).

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Campanha “A saúde do coração não tira férias”
A Associação Portuguesa de Intervenção Cardiovascular (APIC) está a promover uma campanha de consciencialização com o mote “A...

“Hipertensão, dislipidemia, colesterol, diabetes, tabagismo, consumo de álcool em excesso, stress e sedentarismo, que leva ao excesso de peso e a alterações metabólicas, são alguns dos fatores de risco para a doença coronária. É importante consciencializar a população de que deve adotar um estilo de vida saudável como forma de prevenção”, afirma João Brum Silveira, presidente da APIC.

E acrescenta: “Mesmo em tempo de férias, é preciso manter os cuidados regulares com o coração: pratique exercício físico, mesmo que apenas 10 minutos por dia; evite o álcool; não fume; e controle a alimentação, optando por não consumir em excesso alimentos ricos em açúcar e gordura. Lembre-se que a Saúde do Coração não tira férias”.

A doença coronária carateriza-se pela acumulação de depósitos de gordura no interior das artérias que fornecem sangue ao coração. Esses depósitos causam um estreitamento ou obstrução das artérias o que provoca uma diminuição dos níveis de oxigénio e nutrientes que chegam às células do músculo cardíaco. As principais doenças coronárias são a angina de peito e o enfarte agudo do miocárdio.

A Associação Portuguesa de Intervenção Cardiovascular (APIC), uma entidade sem fins lucrativos, tem por finalidade o estudo, investigação e promoção de atividades científicas no âmbito dos aspetos médicos, cirúrgicos, tecnológicos e organizacionais da Intervenção Cardiovascular. Para mais informações consulte: www.apic.pt.

 

Publireportagem
As doenças de pele representam 20% dos motivos de consulta nos Cuidados de Saúde Primários e 5% da

As dermatoses que atingem o couro cabeludo estão entre as mais frequentes e são muitas vezes crónicas, causando impacto significativo na qualidade de vida do doente. O atraso no diagnóstico e a automedicação são ainda comuns, o que agrava as complicações das doenças nesta área anatómica.

O diagnóstico e correta orientação terapêutica destas dermatoses do couro cabeludo é, no entanto, difícil, uma vez que partilham as mesmas manifestações clı́nicas, como o prurido, vulgo comichão, e a descamação.

É assim necessário distinguir as principais doenças que dão estes sintomas e sinais, nomeadamente, a dermatite seborreica, eczema ou a psoríase do couro cabeludo.

Dermatite seborreica do couro cabeludo

A Pitirıasis Capitis ou Dermatite Seborreica do Couro Cabeludo, vulgo caspa, é uma das dermatoses mais frequentes nesta área na idade adulta e que leva à procura de tratamento.

As escamas que caracterizam a caspa podem ser secas ou oleosas ou surgirem como uma descamação fina, que facilmente cai sobre os ombros. Mais raramente podem desenvolver grandes placas com crostas no couro cabeludo, de difícil remoção. Outras áreas envolvidas são as sobrancelhas, pavilhões auriculares e regiões perinasais e pré-esternais que, para além da descamação, ficam também com eritema, cor vermelha persistente.

Apesar de muitas vezes se relacionar esta dermatose com questões higiénicas, Pitiríasis Capitis/ Dermatite Seborreica, vulgo caspa, é, na verdade, uma situação médica provocada   pelo crescimento excessivo de um fungo, que existe normalmente no couro cabeludo (mesmo nas pessoas que

não sofrem de caspa), Malassezia sp, ou por uma resposta imune anormal a este microrganismo.

Existem ainda outros mitos errados associados a estas dermatoses, como o de que se deve evitar lavagens frequentes do couro cabeludo.

A doença é mais frequente na pele com glândulas sebáceas maiores, como a cabeça e metade superior do tronco. Em doentes com problemas neurológicos, como a doença de Parkinson, ou em doentes imunodeprimidos, como os doentes transplantados, a doença é ainda mais severa.

Trata-se de um processo crónico e, habitualmente, ocorre em surtos recorrentes, associados a episódios de fadiga ou stress.

A Terapêutica Antifúngica

No entanto, os surtos desta doença de pele podem ser controlados através de um cuidado adequado do cabelo e recurso a terapêutica tópica ou local antifúngica.

O uso de corticoides locais também controla a inflamação mas, uma vez que podem causar efeitos secundários importantes, como atrofia da pele ou rosácea, só devem ser aplicados após observação médica.

Em casos mais graves e de difícil controlo, que são raros, pode ser necessária medicação oral antifúngica, mas esta só deve ser prescrita após avaliação por especialista.

Tratamento da caspa

O tratamento é assim feito, na maioria dos doentes, com a aplicação local de sabonetes, cremes, champôs ou loções capilares, com substâncias ativas como o cetoconazol, pitirionato de zinco ou sulfato de selénio.

A escolha do tipo de tratamento depende da área anatómica.

Os cremes são assim utilizados na face e as loções ou champôs em áreas com maior número de pelos, como o couro cabeludo e, nos homens, a área do peito.

Estes medicamentos devem ser utilizados com maior frequência, habitualmente diária, durante os surtos e, quando a doença estiver controlada, em esquemas de manutenção como, por exemplo uma aplicação semanal.

A aplicação do champô deverá ser efectuada duas vezes por semana.

Estes tratamentos controlam o crescimento do fungo, reduzem a comichão e descamação associada e melhoram assim a qualidade de vida das pessoas que têm esta doença.

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Opinião
O verão é uma época do ano caraterizada não só pelas altas temperaturas, como também pelo aumento da

Em quantidades moderadas, a radiação UV torna-se bastante benéfica, principalmente por estimular a produção de vitamina D, essencial para a nossa pele, sistema cardiovascular, entre outros. Contudo, a exposição excessiva, pode causar lesões oculares em diversas estruturas dos nossos olhos, nomeadamente na córnea, no cristalino, nas pálpebras e/ou na retina.

Apesar da necessidade de reforçar a prevenção destes problemas durante a estação mais quente do ano, importa referir que os cuidados deverão estender-se a todo o ano. Isto porque dois dos principais efeitos negativos dos raios UV na saúde da nossa visão devem-se a uma exposição recorrente ao longo de diversos anos. Entre esses problemas estão as cataratas e a degeneração macular.

A catarata consiste na alteração da transparência (opacificação) do cristalino, uma lente situada por detrás da íris. Este processo limita a passagem de luz até à retina, impedindo a formação de imagens. Atualmente, mais de 95 por cento das pessoas com mais de 65 anos desenvolvem cataratas, uma vez que este problema deriva do processo natural de envelhecimento, mas que pode ser agravado pela existência de fatores de risco como a exposição excessiva à radiação solar.

Já a degeneração macular relacionada com a idade (DMRI) é uma maculopatia caraterizada pela degeneração das células fotorrecetoras que integram a mácula, região central da retina, causando uma perda gradual e progressiva das suas funções. Numa fase inicial, a doença pode ser impercetível, mas à medida que se desenvolve, a pessoa começa a identificar algumas alterações na visão, como distorção da imagem e dificuldades em reconhecimento de caras, condução, etc. A DMRI é uma das principais causas de cegueira depois dos 60 anos, e está comprovado cientificamente que a excessiva e contínua exposição a raios ultravioleta está associada ao seu aparecimento.

Os grupos de risco no que respeita à exposição solar são as crianças, os idosos, os doentes crónicos e as pessoas que exercem profissões que motivam uma presença constante em meios exteriores. Se não estiverem devidamente protegidos, o risco de desenvolver uma lesão ocular será maior.

Mesmo não estando incluído nos grupos de risco, é crucial que siga as principais recomendações de proteção contra a exposição de raios UV. A primeira passa por utilizar, sempre que sair de casa, óculos de sol escuros, com adequada proteção contra os raios UV. É muito importante que se certifique que os seus óculos de sol tenham as caraterísticas necessárias para proteger eficazmente os seus olhos, pois caso não as tenham, os raios UV podem vir a afetar o globo ocular de forma severa, causando mais e maiores danos do que aqueles que teria na ausência de óculos de sol.

Para além deste, importa ainda: usar chapéu, de preferência com abas largas, de modo a impedir a emissão direta da radiação; utilizar protetor solar específico para a zona peri-ocular; se for o caso, ao usar lentes de contacto, escolher os modelos com bloqueio UV, sem dispensar a utilização de óculos de sol; evitar a exposição solar nos períodos de maior radiação solar, a saber entre as 11 e as 17 horas; e optar sempre por se manter na sombra, sem retirar os óculos de sol (na praia, por exemplo, a água e a areia refletem os raios UV).

O conselho é: proteja-se no verão e no resto do ano! Não se esqueça, inclusive, de consultar com regularidade o seu optometrista, como forma de prevenção, para que este profissional dos cuidados primários da saúde da visão possa avaliar o estado da sua visão.

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