Rastreio
Para alertar para a Neuropatia e, sobretudo, para a importância do seu diagnóstico precoce, a «Saúde Mais Próxima», da Santa...

Até 19 de julho, nove profissionais de saúde estarão, das 9h15 às 17h45, a realizar um check-up geral, através do qual é realizada a avaliação do pé e de aspetos como a glicemia, tensão arterial, índice de massa corporal (IMC) e outros fatores que permitem calcular o risco de neuropatia.

50% das pessoas podem estar em risco de vir a desenvolver Neuropatia

A Neuropatia corresponde a um quadro de lesões nos nervos motores, sensoriais e/ou autónomos que afetam diferentes fibras nervosas. Ocorre quando há lesão no sistema nervoso periférico, como nos nervos dos braços e das pernas, o que conduz a um quadro sintomático desconfortável e perturbador da qualidade de vida dos doentes.

Estima-se que 8% da população sofra de neuropatia, mas a frequência pode ultrapassar os 50% em idosos, diabéticos e alcoólicos, identificados como grupos de risco.

Formigueiro, dormência, picadas nos braços e pernas e dor são os sintomas típicos da Neuropatia, muitas vezes ignorados, subvalorizados ou não detetados por médicos e doentes.

«Sabe-se que 50% das pessoas podem estar em risco de desenvolver Neuropatia com o passar dos anos, e 1 em cada 3 pessoas poderá evoluir para um quadro debilitante. É importante que as pessoas, em especial os grupos de risco, reconheçam os sintomas e procurem identificá-los junto do seu médico, de modo a travar ou controlar a doença», esclarece Jorge Brandão, médico de medicina geral e familiar e Vice-presidente da APMGF.

As campanhas de Rastreio e Aconselhamento são formas de informar a população e chamar a atenção dos médicos para a importância do diagnóstico precoce.

“Mais do que avaliar a saúde de cada um, a «Saúde Mais Próxima» aposta numa forte componente de apoio social, reencaminhando as pessoas para as várias unidades de saúde e fazendo o acompanhamento das mesmas, com o objetivo de garantir que é dada uma resposta”, sublinha Noémia Silveiro, Diretora do Núcleo Saúde Mais Próxima

Sobre o funcionamento da unidade de saúde, Noémia Silveiro esclarece que “atendendo às especificidades da neuropatia, sempre que se verifique a necessidade de uma maior intervenção médica, é desenvolvido um parecer da equipa de profissionais de saúde da SCML, de modo a proceder ao reencaminhamento para as respetivas unidades de saúde.

Calendário «Saúde mais Próxima – 09h às 18h
08 Julho | JF Alcântara: Rua Leão Oliveira (em frente à Junta de Freguesia)
09 Julho | JF Benfica: Estrada de Benfica (junto à igreja)
10 Julho | JF Santa Maria Maior: Rua Senhora da Saúde (junto à capela)
11 Julho | JF Marvila: Rua Luís Pacheco (Bairro das Amendoeiras)
12 Julho | JF Marvila: Praça Raul Lino
15 Julho | JF Penha de França: Praça Paiva Couceiro
16 Julho | JF S. Domingos de Benfica: Rua António Macedo (Bairro do Calhau)
17 Julho | JF S. Vicente: Largo da Graça. 28
18 Julho | JF Misericórdia: Praça de S. Paulo (em frente à igreja)
19 Julho | JF Areeiro: Alameda D. Afonso Henriques (junto ao metro)

Dados Ministério
Em 2018, o Estado gastou quase 930 milhões de euros com Meios Complementares de Diagnóstico e Terapêutica realizados em...

A principal conclusão é que o aumento da despesa disparou nos últimos anos, estimando-se que nos últimos 3 anos analisados, entre 2015 e 2018, esta tenha registado uma subida acumulada de 12%.

A verdade é que, só no ano passado o Serviço Nacional de Saúde (SNS) gastou nos privados 444,8 milhões de euros em Meios Complementares de Diagnóstico e 481 milhões em Meios Complementares de Terapêutica.

Estes números, que foram agora enviados em resposta escrita ao deputado socialista Renato Sampaio - que em fevereiro questionou o Governo para perceber quanto é que o Estado gasta com a saúde dos portugueses no privado –, também revelam um aumento de 81,9 milhões de euros entre 2015 e 2017 na despesa da ADSE com o regime convencionado (394 milhões em 2017).

 

 

 

Doenças Alérgicas
As doenças alérgicas têm adquirido um papel cada vez mais importante no grupo das patologias mais pr

A alergia não é mais do que uma reposta exagerada do sistema imunitário a um determinado alergénio (poderá ser a ácaros, pólenes, epitélios, fungos, alimentos, fármacos, venenos) que são bem tolerados pela maior parte das pessoas. Normalmente surge em minutos após a exposição a esse mesmo alergénio e poderá manifestar-se de diferentes formas sendo as mais frequentes:

  • Rinite (espirros, congestão/nariz entupido, corrimento e comichão nasal);
  • Conjuntivite (vermelhidão, sensação de corpo estranho, lacrimejo, comichão ocular)  
  • Asma (tosse, sensação de dificuldade em respirar, aperto no peito e pieira/chiadeira audível)
  • Eczema (pele seca, áspera, por vezes com fissuras ou feridas)
  • Alergia alimentar, alergia medicamentosa, alergia à picada de abelha/vespa (podem manifestar-se com rinite, conjuntivite, asma mas também com queixas de dores abdominais, dificuldade em deglutir, diarreia, vómitos. Em situações mais graves poderá ainda envolver o sistema cardiovascular com hipotensão arterial/choque e perda do conhecimento).A demonstração de doença alérgica é feita, normalmente, com recurso a testes cutâneos alergológicos que se realizam de forma simples na pele do antebraço do doente. Posteriormente a confirmação da sensibilidade deverá ser feita com doseamento laboratorial.

Após determinação do agente desencadeante de alergia a primeira medida de controlo passa pela evicção do contacto com o estímulo alergénico. Quer seja evicção do alimento/medicamento desencadeador de reação quer seja controlo ambiental quando surge alergia a um aeroalergénio.

Não é possível uma completa evicção dos alergénios do meio exterior. No entanto, algumas medidas parecem permitir alguma proteção ou minimização dos sintomas:

  • conhecer os boletins de polinização (mapa polínico da Sociedade Portuguesa Alergologia e Imunologia Clínica- http://www.spaic.pt)
  • evitar áreas de elevada polinização
  • evitar atividades no ambiente exterior fundamentalmente de manhã cedo (altura do dia em que se verifica a maior libertação de pólenes)
  • manter-se dentro de casa e manter portas e janelas fechadas nos dias muito ventosos, quentes e secos
  • usar óculos escuros fora de casa     
  • viajar de automóvel com os vidros fechados e utilizando filtros de partículas de grande eficácia
  • evitar praticar desportos ao ar livre, campismo, caminhar em espaços relvados em períodos de grande concentração de pólenes. Deve ainda evitar cortar relva.

Em relação aos alergénios do interior, cujos ácaros são os alergénios mais frequentemente indutores de patologia alérgica, algumas medidas podem ajudar a reduzir o risco de acumulação de poeira doméstica:

  • No quarto prefira mobiliário simples, facilmente lavável e pavimento lavável sem tapetes. Deverá dar preferência a paredes lisas e pintadas e abolir cortinas.
  • Os lençóis devem ser de algodão e os edredões e almofadas de fibras sintéticas, que permitem lavagens frequentes a mais de 60ºC, temperatura a que se conseguem eliminar os ácaros. O colchão tem de ser aspirado frequentemente e a roupa da cama mudada uma vez por semana.
  • Evite veludos e tecidos sintéticos para estofos que normalmente são mais quentes e, portanto, aumentam a humidade na sua superfície.
  • No chão deve ser escolhido um pavimento de mosaico ou madeira envernizada, preferencialmente.
  • As carpetes e a tapeçaria retêm inúmeros alergénios, como ácaros, fungos, faneras de animais. Se quiser ter um tapete, os de algodão e laváveis são permitidos (desde que sejam colocados com frequência na máquina a uma temperatura mínima de 60ºC).
  • Controlar a humidade é importante para reduzir o crescimento dos fungos e dos ácaros. Deve evitar-se o aquecimento excessivo do ar.

Temos ainda disponível terapêutica farmacológica (anti-histamínicos, corticosteróides) e imunoterapia específica. As vacinas anti-alérgicas têm enorme eficácia desde que instituídas adequadamente e sob vigilância de imunoalergologistas.

No caso de apresentar clínica sugestiva deverá ser observado em Consulta de Imunoalergologia para que lhe seja prescrita terapêutica adequada à clínica apresentada.

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As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico, Enfermeiro, Farmacêutico e/ou Nutricionista.
Saúde Mental
Trata-se de um quadro de ansiedade ou preocupação excessiva, quase permanente, de difícil controlo e
Mulher de costas com as mãos na cabeça

A ansiedade é uma reação natural do corpo ao stress. “Sentimos ansiedade sempre que temos medo de alguma coisa ou circunstância”, começa por explicar o psicoterapeuta Pedro Brás. Quando bem “doseada”, é até saudável na medida em que nos leva a reagir perante os desafios da vida. O problema é quando a ansiedade surge sem uma razão aparente e se prolonga no tempo, dominando por completo o nosso dia-a-dia. “Falamos em Transtorno de Ansiedade Generalizada quando as pessoas que sofrem dizem que sentem um estado de ansiedade permanente e que, na maioria das vezes, dizem desconhecer a causa de tanta ansiedade”, diz o especialista.

Entre os principais sintomas encontram-se a fadiga, irritabilidade, dificuldade de concentração e perturbação do sono. No entanto, ela pode assumir manifestações distintas, desde físicas – coração acelerado, sensação de formigamento, falta de ar, suores, tonturas, dor de cabeça ou dores musculares -, emocionais – tristeza ou nervosismo – ou mentais/cognitivas. “Em termos mentais, a ansiedade pode criar estados obsessivos de pensamentos constantes focados nos medos que muitas vezes não são reais (…) as pessoas com este tipo de ansiedade estão sempre preocupadas com o seu desempenho, com medo de falhar até em tarefas mais simples”, revela. De acordo com o especialista são pessoas com pouca autoconfiança e que podem “manifestar um grau de timidez e fobia social mais intenso”.

As causas dos transtornos de ansiedade não são completamente conhecidas, no entanto, o especialista salienta que este problema não tem na sua origem qualquer causa biológica ou alteração bioquímica física. “Este transtorno de ansiedade tem na sua origem causas psicológicas que provocam comportamentos ansiosos”, explica acrescentando que o principal motivo para a diminuição da autoestima e da autoconfiança, que gera estes comportamentos, tem origem na infância. “Crianças que sofrem muita pressão dos seus pais, tutores e professores, com graves repressões por falharem nas tarefas propostas, com exigências excessivas de perfecionismo, têm uma tendência a gerarem estados de Ansiedade generalizada”, revela.

Embora este seja um transtorno mais frequente no adulto, é possível a criança manifestar desde cedo alguns sintomas. “Crianças muito nervosas, com dificuldade de concentração, com comportamentos hiperativos, são crianças expostas a um nível de stress excessivo e que, se os seus tutores não reverterem as estratégias educativas, podem prolongar a ansiedade e o stress para a vida adulta”, descreve o psicoterapeuta.

A psicoterapia é o tratamento aconselhado para estes casos. “Um processo psicoterapêutico ajudará as pessoas a gerirem os seus medos, conseguindo colocar em perspectiva os acontecimentos que no passado criaram estados de stress e medo”, explica Pedro Brás. No entanto, nem sempre é fácil chegar até aqui. “O principal obstáculo para o tratamento desta perturbação é as pessoas não reconhecerem que estão doentes ou que precisam de ajuda. O tratamento existe e é eficaz, mas devido ao estigma da doença mental, ninguém quer assumir que sofre com esta perturbação psicológica”, revela.

Quando se deve procurar ajuda especializada?

Sempre que as pessoas que sofrem de ansiedade reconhecem que não conseguem sozinhas sair desse estado, devem pedir ajuda.

“O primeiro sinal de alerta é a dificuldade em manter um sono reparador. As pessoas ansiosas não dormem bem e isso prejudica imenso a sua recuperação e a sua qualidade de vida”, chama a atenção o especialista.

E, uma vez que esta é uma perturbação que nasce do stress, sobretudo do stress criado nas crianças em tenra idade, “os pais devem estar atentos”. “Como são os pais que muitas vezes, sem quererem, potenciam este nível de stress aos filhos, são os pais que devem pedir ajuda para encontrarem outras formas de parentalidade e criar ambientes mais relaxantes e protetores do bem-estar dos filhos”, conclui.

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Ansiedade

Como a ansiedade diminui as defesas do organismo

Ataques de pânico

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Ensaio Clínico
O Estudo de fase III ELEVATE-TN na leucemia linfocítica crónica previamente não tratada atingiu o seu endpoint primário na...

Quando comparado com a combinação à base de quimioterapia de clorambucilo com obinutuzumab, o acalabrutinib demonstrou uma melhoria estatística e clinicamente significativa na sobrevivência livre de progressão (SLP).

O estudo atingiu ainda um endpoint secundário chave, revelando que acalabrutinib em monoterapia alcançou uma melhoria estatisticamente e clinicamente significativa na SLP quando comparada com o regime de quimioterapia e obinutuzumab.

A segurança e a tolerabilidade de acalabrutinib foram consistentes com o seu perfil já estabelecido.

José Baselga, Executive Vice President, Oncology R&D, disse: “Estes resultados confirmam a superioridade de acalabrutinib em monoterapia e também em combinação, em relação aos tratamentos padronizados para a leucemia linfocítica crónica. Os resultados positivos de ambos os estudos ELEVATE-TN e ASCEND irão servir como base para submissões regulamentares ainda este ano.”

Acalabrutinib está atualmente aprovado para o tratamento de adultos com linfoma de células do manto recidivado ou refratário (LCM) nos EUA, Brasil, Emirados Árabes Unidos e Qatar e está a ser desenvolvido para o tratamento de LLC e de outros cancros hematológicos. Em Portugal não existe ainda aprovação regulamentar nem disponibilidade do produto.

A leucemia linfocítica crónica (LLC) é o tipo mais comum de leucemia em adultos, com 191.000 novos casos estimados em todo o mundo e uma prevalência que se espera aumentar com melhores tratamentos. Na LLC, muitas células estaminais sanguíneas da medula óssea tornam-se linfócitos anormais e essas células anormais têm dificuldade em combater infeções. À medida que o número de células anormais cresce, há menos espaço para glóbulos brancos saudáveis, glóbulos vermelhos e plaquetas.1 Isto pode resultar em anemia, infeção e sangramento. A sinalização do recetor de células B pela BTK é uma das vias essenciais de crescimento da LLC.

 

Seminário
No mês em que se assinala um ano desde a publicação, em Diário da República, do despacho que determina que em cada instituição...

A iniciativa decorre na próxima segunda-feira, 08 de julho, pelas 10h30 no Espaço Atmosfera M (Rua Júlio Dinis, n.º 158, Porto).
 
Este seminário pretende promover uma reflexão em torno da importância dos serviços de nutrição, colocando em cima da mesa questões tão prementes como o valor destes serviços no SNS, com discussão de exemplos de boas práticas implementadas nos hospitais públicos e debate dos desafios do serviço de nutrição nos cuidados de saúde primários. 
 
Será ainda feita a apresentação pública do “Guia orientador para a implementação do serviço de nutrição no SNS” elaborado pela Ordem dos Nutricionistas, de acordo com o Despacho n.º 6556/2018 de 4 de julho, do Ministério da Saúde.
 
Para a Ordem dos Nutricionistas, o referido despacho veio reconhecer que a organização dos nutricionistas em serviços, seja nos cuidados de saúde primários, seja nos cuidados hospitalares ou continuados integrados traz diferenciação técnico-científica, maior eficácia às intervenções e aumento da exigência e rigor, ou seja, melhores serviços prestados aos utentes e ganhos em saúde.

No entanto, o principal desafio continua a ser a escassez de nutricionistas face às necessidades do país, sendo que para um universo de 10 milhões de cidadãos existem apenas 400 nutricionistas no SNS.
 

Estudo
Os resultados de um estudo publicado na revista WHO Bulletin mostram que num cenário ideal, a reformulação dos teores de sal,...

Estes são os principais resultados de um estudo, publicado no início da semana, que apresenta uma pré-avaliação do impacto da reformulação dos produtos alimentares na redução da mortalidade e mortalidade precoce associada às doenças crónicas na população portuguesa, que resulta da utilização destas ferramentas desenvolvidas pela Organização Mundial da Saúde (OMS).

Este estudo teve o apoio da OMS e contou com a parceria de diferentes instituições, nomeadamente o Ministério da Saúde/Direção-Geral da Saúde, o Instituto de Saúde Pública da Universidade do Porto, o Imperial College e o Institute of Global Health Innovation.

A OMS tem colaborado com o Ministério da Saúde/Direção-Geral da Saúde na avaliação do impacto na saúde de diferentes medidas de saúde pública. A OMS disponibiliza aos seus Estados Membros modelos de análise, nomeadamente o modelo PRIME desenvolvido pelo Centro de Colaboração da OMS da Universidade de Oxford, que permitem estimar o potencial impacto de medidas de saúde pública na saúde, na redução da mortalidade precoce.

Não é a primeira vez que Portugal recorre a estes modelos que estimam o impacto na saúde de diferentes medidas políticas. A mesma análise já foi feita para avaliar o impacto na saúde da implementação do imposto sobre as bebidas açucaradas. Esta análise permitiu estimar o potencial impacto desta medida na redução da prevalência da obesidade e da redução da mortalidade prematura associada às doenças crónicas.
Atualmente o Ministério da Saúde Português está também a fazer uma análise do impacto na saúde de diferentes possíveis cenários para a revisão do imposto sobre as bebidas alcoólicas.

Os resultados apresentados neste artigo tiveram por base as metas ideais de redução dos nutrientes de risco que foram inicialmente propostas pela equipa técnica da Direção-Geral da Saúde. As metas alcançadas no acordo assinado em maio entre a DGS, a Federação das Indústrias Portuguesas Agroalimentares (FIPA) e a Associação Portuguesa de Empresas da Distribuição (APED) foram consensualizadas após um processo de negociação levado a cabo ao longo de mais de um ano com os setores da indústria alimentar e distribuição, tendo sido possível obter metas de redução que se encontram não muito distantes das metas inicialmente propostas pela DGS. Neste processo de negociação, foi também considerado que o processo de reformulação dos produtos alimentares, nomeadamente com vista à redução dos teores de sal e de açúcar, não deveria comprometer o perfil nutricional global dos mesmos. Foi uma preocupação da DGS consensualizar metas de redução que fossem exequíveis sem que fosse necessária a sua substituição por outros ingredientes, como por exemplo o açúcar por edulcorantes. Deste modo foi necessário definir uma redução gradual para conseguir a adaptação por parte do consumidor a produtos com uma menor quantidade de sal e açúcar.

Tendo em conta o impacto que a redução do teor de sal teve no número de vidas salvas, reforça-se a necessidade das estratégias portuguesas na área da promoção da alimentação saudável continuarem a apostar fortemente em medidas que incentivem a redução do consumo de sal na população.

Embora estes resultados não sejam ainda suficientes para que Portugal atinja o ideal definido no Objetivo de Desenvolvimento Sustentável das Nações Unidas de reduzir a mortalidade precoce associadas às doenças crónicas em 1/3 até 2030, permite, integrando diversas estratégias, aproximar-nos desses valores com maior rapidez.
O acordo de reformulação dos produtos alimentares faz parte de uma política nutricional bem mais abrangente, a Estratégia Integrada para a Promoção da Alimentação Saudável (EIPAS). A saúde dos portugueses beneficiará muito do impacto conjunto de todas as medidas que Portugal está a implementar nesta área, como a taxação das bebidas açucaradas, a restrição à publicidade alimentar dirigida a crianças e as iniciativas que procuram aumentar a literacia alimentar da população.

O que dizem os especialistas
A resposta à questão sobre se a dieta vegan é ou não adequada a crianças não poderá nunca ser linear

Dito isto, a dieta vegan parece ser adequada para crianças e completa na maioria dos nutrientes (embora alguns não estejam presentes em quantidades suficientes, como se verá abaixo), com elevado consumo de fibras e reduzida ingestão de gorduras saturadas e colesterol, com claros benefícios para a saúde. A questão principal deste artigo será se a dieta vegan é, ou não, adequada lactentes e crianças com menos de 2 anos de vida, considerando a menor variedade e quantidade de alimentos que é oferecida neste período inicial da vida, quando é feita a transição gradual de uma alimentação exclusivamente láctea para uma alimentação diversificada, e considerando que se trata de uma fase de crescimento rápido, com elevadas necessidades calóricas e nutricionais.

Os estudos sugerem que recém-nascidos de mães vegetarianas e vegan que sigam uma alimentação equilibrada dentro desde regime alimentar, com adequado aporte calórico, têm pesos de nascimento semelhantes aos de recém-nascidos de mães omnívoras. Ainda durante o período gestacional, é essencial que as futuras mães ingiram alimentos que lhes permitam obter um aporte equilibrado de nutrientes como o ferro, vitamina D, cálcio, Vitamina B12 e ácido fólico. No caso das grávidas vegan, isto implica muitas vezes o recurso a suplementação (importa referir que as grávidas que seguem uma dieta omnívora também fazem suplementação), pelo que estas opções alimentares e evolução do crescimento fetal devem ser devidamente acompanhadas por profissionais especializados.

A Organização Mundial de Saúde recomenda a amamentação exclusiva durante os primeiros 6 meses de vida. Neste período, a riqueza nutricional do leite materno e, consequentemente, a adequada nutrição dos lactentes dependerá exclusivamente da adequada nutrição das mães. A vitamina B12 presente no leite materno vai depender da ingestão materna e do tempo de duração do regime alimentar vegan (quanto maior este tempo, menor a quantidade de vitamina B12 presente no leite), sendo que os bebés de mães vegan estão em especial risco de défice de vitamina B12 pois esta vitamina tem biodisponibilidade muito baixa nos alimentos de origem vegetal, com importante repercussão no desenvolvimento do sistema nervoso central e na produção de células sanguíneas. É, por isso, recomendada suplementação das mães a amamentar e a ingestão de alimentos fortificados.

Nos lactentes amamentados em exclusivo é recomendada a suplementação diária com vitamina B12 desde o nascimento até ao início da diversificação alimentar, devendo manter-se a suplementação ao longo da infância em crianças vegan. Da mesma forma, a vitamina D fornecida ao bebé pelo leite materno é insuficiente, estando recomendada a suplementação de todos os lactentes no primeiro ano de vida (o ergocalciferol é um suplemento de origem vegetal e, portanto, adequado em regimes vegan) e a exposição solar controlada de pelo menos 15 min/dia. Após o primeiro ano de vida, deve ser garantido o aporte desta vitamina, nomeadamente pela exposição solar.

O leite materno de mães vegan revelou-se mais pobre em ácidos gordos de cadeia longa ómega-3, pelo que estas mães devem ser incentivadas e suplementar a sua alimentação com gorduras ricas nestes ácidos gordos (por exemplo, óleo de noz, colza ou linhaça).

O ferro é também um nutriente crítico, uma vez que a sua biodisponibilidade nos alimentos de origem vegetal é menor que nos de origem animal. A sua biodisponibilidade pode ser aumentada com o consumo, na mesma refeição, de alimentos ricos em vitamina C e com a germinação das leguminosas e evitando-se, nestas mesmas refeições, o consumo de chá e café, pois diminuem a absorção do ferro. Neste contexto, continua a ser recomendada, às grávidas e mulheres a amamentar, a suplementação com ferro.

No caso de lactentes sob aleitamento materno exclusivo até aos 6 meses de vida, está recomendada também a suplementação com ferro entre os 6 e os 12 meses de vida, desde que se garanta nesta altura um suprimento adequado através da alimentação.

É indiscutível a necessidade de acompanhamento médico adequado dos lactentes filhos de mães vegan para vigiar sinais de anemia que necessitem de tratamento atempado e adequado. É ainda recomendada suplementação com iodo e a ingestão de alimentos fortificados com cálcio nas grávidas e mulheres a amamentar.

Lactentes não amamentados devem consumir preferencialmente leites de fórmula com base de leite de vaca. No entanto, no contexto de uma dieta vegan, parece ser segura a ingestão de fórmulas com base de soja. Os estudos mantem-se pouco conclusivos sobre o efeito da ingestão de elevadas quantidades de isoflavonas com propriedades estrogénicas presentes no leite de soja, pelo que sempre que possível deve optar-se por uma fórmula tradicional com base de leite de vaca.

É essencial referir que, no primeiro ano de vida, estão totalmente contraindicados outros leites vegetais que não sejam fórmulas adaptadas a lactentes, uma vez que são geralmente muito pobres em proteína e outros nutrientes essenciais, com risco de desenvolvimento de desnutrição proteica grave, atraso de crescimento e de desenvolvimento psicomotor e alteração da estrutura óssea, entre outros, casos estes já descritos em diversos países e a maioria deles sobre crianças provenientes de contextos familiares de outra forma adequados e esclarecidos. Não devemos deixar que o nosso sentido crítico que nos leva a procurar alternativas alimentares saudáveis para os nossos filhos nos faça cair no extremo oposto, causando-lhes problemas de saúde irremediáveis e graves.

A partir do momento em que a alimentação dos lactentes deixa de ser exclusivamente láctea, o que deve ocorrer pelos 6 meses, uma vez que o leite (materno ou de fórmula) deixa de ser nutricionalmente suficiente, é necessário conhecer bem as características nutricionais dos alimentos para que sejam introduzidos de forma adequada não só à idade mas também às necessidades nutricionais e metabólicas. Uma grande de variedade de legumes, frutas e leguminosas é essencial e os cereais oferecidos sob a forma de papa têm importante benefício energético. É necessário ter em atenção que papas caseiras, contrariamente às preparadas de forma industrial e que são fortificadas para cumprir determinados requisitos nutricionais, podem ter insuficiente teor proteico, energético e de micronutrientes. Durante o processo de diversificação alimentar é recomendado manter o aleitamento materno, até quando for desejável para a mãe e criança.

A partir do 1º ano de vida, a eventual diminuição da ingestão de leite (materno ou de fórmula) deve ser compensada com um aumento do consumo de leite de vaca ou leite de soja fortificado com cálcio, vitamina D e vitamina B12. Outros leites vegetais comerciais têm um teor proteico demasiado baixo e não devem ser utilizados como substitutos do leite de vaca, apesar de poderem ser oferecidos ocasionalmente como parte de uma alimentação vegan variada.

A partir desta idade, uma nutrição adequada vai exigir um trabalho contínuo de esclarecimento dos pais e de vigilância da saúde destas crianças, sendo essencial uma dieta variada e esclarecida que forneça as quantidades necessárias de proteína, ácidos gordos, ferro, cálcio, vitaminas.

A dieta vegan parece ser, na generalidade, mais pobre de um ponto de vista calórico e proteico, sendo necessário ter atenção e oferecer alimentos energeticamente ricos como parte da dieta (cereais, frutos secos sob a forma de manteigas, frutas frescas) e incluir sempre vegetais mais ricos em proteínas, como as leguminosas e o tofu. Sempre que possível, devem ser consumidos alimentos fortificados. A eventual suplementação com ferro, zinco, cálcio, entre outros, vai depender do aporte alimentar de cada nutriente, o que no caso de crianças vegan deve ser vigiado de forma regular, e de carências nutricionais específicas.

De um ponto de vista meramente teórico, poderá ser possível ter uma alimentação vegan que forneça todos estes ingredientes essenciais a um crescimento e desenvolvimento adequado. No entanto, na prática, não podemos esquecer todas as variáveis - escasso esclarecimento dos pais, crianças que não gostam de todos os alimentos que precisam de comer e que, muitas vezes, comem quantidades insuficientes até de alimentos adequados, e contextos escolares que podem não permitir o cumprimento estrito de uma dieta adequada - que podem comprometer uma nutrição adequada das crianças.

O que nunca poderá ser descuidado é o acompanhamento destas crianças e das suas famílias por profissionais esclarecidos e atualizados, capazes de respeitar as diferentes opções alimentares mas assegurando, acima de tudo, a saúde de todos.

Autores: 
Dra. Carolina Prelhaz – Pediatra Clínica de Santo António
Dra. Tânia Furtado – Unidade de Dietética e Nutrição Hospital Lusíadas Lisboa

Foto: 
Nota: 
As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico, Enfermeiro, Farmacêutico e/ou Nutricionista.
Monoterapia
A Food and Drug Administration (FDA) aprovou o tratamento com pembrolizumab em monoterapia para o tratamento de doentes com...

Esta aprovação foi baseada na taxa de resposta do tumor e na durabilidade de respostas. A aprovação continuada para esta indicação pode estar condicionada à verificação e descrição do benefício clínico nos estudos de confirmação. Isto marca a primeira indicação para pembrolizumab no SCLC.

Pembrolizumab é já uma opção terapêutica estabelecida para o cancro do pulmão de células não-pequenas, e a aprovação da sua utilização no cancro do pulmão de células pequenas demonstra que podem existir novas opções de tratamento para doentes com cancro em estadios avançados, difíceis de tratar. 

Reações adversas imunomediadas, que podem ser graves ou fatais, podem ocorrer com pembrolizumab, incluindo pneumonite, colite, hepatite, endocrinopatias, nefrite e disfunção renal, reações cutâneas graves, rejeição de transplante de órgão sólido e complicações do transplante alogénico de células-tronco hematopoiéticas (TCTH). Com base na gravidade da reação adversa, o tratamento com pembrolizumab deve ser suspenso ou descontinuado e os corticosteroides administrados, se apropriado. Pembrolizumab também pode causar reações graves ou potencialmente fatais relacionadas com a perfusão. Com base no seu mecanismo de ação, pembrolizumab pode causar danos fetais quando administrado a uma mulher grávida. Para mais informações, consulte “Informação de Segurança” abaixo.

"O cancro do pulmão de células pequenas, que responde por 10 a 15% de todos os cancros de pulmão, é frequentemente diagnosticado em estadio avançado, onde o prognóstico é muito pobre e historicamente há poucas opções de tratamento", disse o Patrick Ott, diretor clínico do Centro de Imuno-Oncologia do Instituto do Cancro Dana-Farber. “A aprovação de pembrolizumab no cancro de pulmão de células pequenas oferece uma opção adicional de tratamento para doentes com base nas taxas de resposta do KEYNOTE-158 e KEYNOTE-028.”

 

7ª edição do Prémio Maria José Nogueira Pinto
O Projeto de Apoio Domiciliário à Demência (PADD) da Santa Casa da Misericórdia de Mogadouro é o grande vencedor da 7ª edição...

Atualmente existem cerca de 50 milhões de pessoas com demência em todo o mundo e o número de novos casos tem aumentado de forma global. Para ajudar a controlar o elevado número de casos registados no município de Mogadouro, em Bragança, a Santa Casa da Misericórdia lançou o PADD como uma resposta preventiva à institucionalização, garantindo apoio ao domicílio para doentes e cuidadores. O projeto é gratuito para os utentes, que contam com o apoio de uma equipa multidisciplinar – neurologistas, enfermeiros, psicólogos clínicos e profissionais de animação sociocultural – para implementar um conjunto de atividades que garantem a saúde e bem-estar do doente, e prestar cuidados médicos especializados para acompanhar a evolução do seu estado clínico.

Com o prémio, a Santa Casa da Misericórdia de Mogadouro pretende desenvolver o PADD, apostando em dispositivos de geolocalização para pessoas com demência. O recurso a esta tecnologia oferece independência e segurança às pessoas com demência, reduzindo o risco de fuga e de desaparecimento associado a períodos de confusão mental e comprometimento cognitivo, característicos da doença.

Nesta edição, o Júri decidiu atribuir também quatro Menções Honrosas aos seguintes projetos: “Ser mais Família”, da Associação de Ajuda ao Recém-Nascido; “Oficinas do Sabor”, da Associação Vale de Acór; “Clube da Batucada”, da Casa do Povo de São Bartolomeu de Messines; e “Horto Monástico”, da InovTerra - Associação para o Desenvolvimento Local.

Este ano, o Prémio Maria José Nogueira Pinto em Responsabilidade Social analisou 107 candidaturas, de projetos inseridos em várias áreas de intervenção social, provenientes de instituições privadas de vários pontos do país.

A Cerimónia Pública de Atribuição da 7ª Edição do Prémio Maria José Nogueira Pinto realiza-se hoje, dia 4 de julho, no Teatro Thalia, em Lisboa, pelas 16H00 e terá como convidada especial Maria Antónia Palla.

Este Prémio é atribuído anualmente com o valor pecuniário de 10.000€ ao Grande Vencedor e 1.000€ a cada uma das Menções Honrosas. Instituído em 2012 pela MSD, o prémio pretende distinguir o trabalho desenvolvido por pessoas, individuais ou coletivas, que se tenham destacado no contexto da responsabilidade social.

Festa da Saúde
A Sociedade Portuguesa de Medicina Interna (SPMI) vai realizar este fim de semana a sua Festa da Saúde, uma iniciativa anual...

“Portugal é atualmente um dos países europeus com maior índice de longevidade. Contudo, a população portuguesa apresenta poucos anos de vida saudáveis após os 65 anos, um cenário refletido na perda de qualidade de vida associada à presença de uma ou mais doenças crónicas na população idosa”, refere João Araújo Correia, presidente da SPMI. E acrescenta: “Segundo um relatório da Organização Mundial da Saúde, diversas doenças crónicas podem ser prevenidas, entre as quais 80 por cento dos casos de doença coronária, de AVC’s e de diabetes no adulto, e 40 por cento dos casos de cancro”.

Perante esta realidade, afirma ainda o internista, “a SPMI, este ano em parceria com a Câmara Municipal de Viseu, está comprometida em contribuir para que os portugueses vivam mais e melhor, e para isso a Festa da Saúde irá contar com um conjunto de atividades que visam a adoção de uma alimentação equilibrada, a prática de exercício físico regular, bem como a identificação e prevenção de variadas doenças”.

Durante os dois dias de evento, o Parque Urbano de Santiago, em Viseu, irá acolher espaços de rastreio e atendimento ao público (assegurados pelos núcleos de estudo da SPMI e por outras associações da área da saúde que marcarão presença), aulas de pilates e yoga, um show cooking com o Chef Diogo Rocha, uma sessão dedicada à história de vida de Carlos Lopes, campeão olímpico português em maratona, conferências sobre alimentação saudável, prevenção da doença cardiovascular, e o papel do munícipe na promoção da atividade física, jogos tradicionais, momentos musicais, e muito mais.

O programa completo da Festa da Saúde pode ser consultado em: https://festadasaude.pt/

 

Cuidados
Com a aproximação dos dias quentes é importante relembrar que a exposição prolongada ao calor pode t

O corpo humano está “programado” para funcionar a uma temperatura média de 36,5 °C. Quando a temperatura aumenta, o organismo aciona um mecanismo designado como termorregulação, cujo objetivo é regular ou estabilizar a temperatura do corpo tendo em conta a temperatura exterior. Nestes casos, e para manter o calor afastado dos órgãos, ocorre a chamada vasodilatação dos capilares superficiais da pele e as glândulas sudoríparas recebem um sinal para produzirem suor, com o objetivo de ajudar a expulsar o calor do corpo.

É por isso que, nos dias de calor intenso, perdemos mais água, através da transpiração, do que é normal. A prioridade, nestas ocasiões, é manter a hidratação.

Para além de ser necessário aumentar a ingestão de água, mesmo que não sinta sede, pode compensar a perda de líquidos através da alimentação.

Saiba o que fazer:

  1. Se não é daquelas pessoas que gosta de beber água, experimente aromatizá-la de forma natural com um pedaço de fruta, hortícolas, especiarias e/ou ervas aromáticas;
  2. Coma sopa. De acordo com os especialistas esta é a forma mais segura de hidratação no verão. Se acha que a sopa quente não combina com as temperaturas mais elevadas, experimente as sopas frias como o gaspacho;
  3. Aumente o consumo de alimentos ricos em água como a fruta e os hortícolas, cozinhados ou crus;
  4. Evite bebidas alcoólicas, excessivamente açucaradas ou com cafeína, em particular no Verão. Estas, em vez de hidratarem, contribuem para a perda de água. Além disso, o álcool em excesso é um forte agressor do sistema hepático;
  5. Faça refeições leves e mais frequentes e evite refeições pesadas e muito condimentadas;
  6. Tenha cuidados redobrados com crianças, idosos ou pessoas doentes. Insista para que bebam água mesmo sem sede. Esteja sempre vigilante;
  7. Se estiver a amamentar, reforce a ingestão de água e alimente mais vezes o seu bebé.
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Nota: 
As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico, Enfermeiro, Farmacêutico e/ou Nutricionista.
Estudo EMPIRE
O mais recente estudo nacional (EMPIRE) sobre prevalência da anemia e da deficiência de ferro na população portuguesa confirma...

Também conhecida como ferrópenia é, de facto, refere o especialista, “frequente na criança e resulta de um crescimento muito rápido, principalmente no primeiro ano de vida e de uma ingestão inadequada de ferro”. Isto apesar de “a incidência de anemia por falta de ferro na criança ter vindo a diminuir significativamente nas últimas décadas, mantendo-se ainda como a causa mais frequente de anemia e de deficiência nutricional”.

Ainda que todas as crianças possam estar em risco, há algumas onde este problema pode ser mais comum, “como por exemplo os bebés nascidos pré-termo e as crianças com baixo peso ao nascer, assim como as crianças que mantêm durante muito tempo uma alimentação exclusivamente láctea”.

Apesar da existência de risco, “a intervenção dietética durante os rápidos períodos de crescimento, assim como a suplementação em crianças de risco, é importante na prevenção da ferrópenia e consequente anemia por falta de ferro”, problemas que, de acordo com o pediatra, têm como sinais mais frequentes “o cansaço, falta de apetite e pele e mucosas pálidas. A carência em ferro pode ainda ter implicações no desenvolvimento da criança e em particular no neurodesenvolvimento”.

Para além da infância, “é importante também lembrar que a adolescência é outro período de grande risco para o aparecimento de carência em ferro, devido também a um rápido crescimento muitas vezes associado a restrições alimentares. Nas raparigas, o período menstrual agrava esta carência e como consequência muitas grávidas têm não só carência em ferro como também anemia por falta de ferro”.

Saúde Oral
Aproxima-se o tão esperado período de férias grandes. Para muitas famílias esta é a época do tão aguardado descanso que permite...

Luís Pedro Ferreira explica que em primeiro lugar “deve ser efetuada, como medida preventiva, uma visita ao médico dentista no período prévio às férias para que possam viajar descansados e evitar dissabores que possam alterar o plano de viagem. Para quem esteja em tratamento poderá estar indicado levar medicamentos ou produtos que possam ser necessários em caso de urgência.”

Em segundo lugar “todos os produtos de higiene oral utilizados durante o ano também são imprescindíveis na mala nas férias. Nunca esquecer a escova de dentes em bom estado, pasta dentífrica, fio dentário e colutório. Um kit de bolso será uma boa opção para viagens longas permitindo assim uma adequada higiene oral, no mínimo após o pequeno-almoço e antes de dormir.”

Uma vez que esta época é típica de algumas extravagâncias alimentares, como ingestão de refrigerantes e gelados, nomeadamente nos intervalos das refeições o que aumenta o risco de agressão ao esmalte dentário e gengivas aumentam, o especialista explica que é importante “optar por frutas na hora do lanche em detrimento aos alimentos cheios de açúcar, uma alternativa bem mais saudável. E para as crianças que passam muito tempo no campo de férias em desportos radicais: “devem ser utilizados protetores bucais e capacete de forma a prevenir acidentes mais graves.”

O especialista alerta ainda que “no caso de ocorrer um traumatismo dentário é conveniente ir ao dentista pois um tratamento precoce minimiza o risco de complicações posteriores. No caso dos dentes temporários estes podem afetar diretamente a formação dos definitivos na forma, cor e direção de erupção. Se um dente permanente for acidentalmente removido é importante procurar rapidamente um dentista, conservando o dente em soro, leite ou saliva, ou inserindo-o cuidadosamente na sua posição inicial, segurando pela coroa e mantendo-o no local pedindo que morda uma gaze, até chegar ao profissional.”

 “Prevenção significa saúde, inteligência e investimento. Pessoas inteligentes investem na prevenção e boa saúde,” recomenda ainda o especialista.

Análise ad-hoc do estudo HELP™ de Fase 3
Uma análise ad-hoc do estudo HELP™ de Fase 3, desenhado para avaliar o início de ação de Lanadelumab sugere que este começa a...

Os resultados foram apresentados durante o Congresso da Academia Europeia de Alergia e Imunologia Clínica (EAACI) em Lisboa, Portugal. O Angioedema Hereditário (AEH) é uma doença rara, genética e potencialmente fatal que pode resultar em crises recorrentes de edema (inchaço) em várias partes do corpo.

 “A natureza imprevisível dos ataques de AEH torna a convivência com a doença, física e emocionalmente desafiadora para os doentes”, disse o Professor Marcus Maurer, MD, do Departamento de Dermatologia e Alergia, Allergie-Centrum-Charité, Charité – Universitätsmedizin Berlim, Alemanha. “O AEH exige uma abordagem individualizada do tratamento, e é importante que o plano de tratamento de um doente ajude a reduzir a frequência de ataques. Estes resultados são empolgantes, uma vez que sugerem que o Lanadelumab começa a prevenir ataques de AEH durante a fase inicial do tratamento.”

A análise ad-hoc avaliou a eficácia deste anticorpo monoclonal em comparação com placebo ao longo dos dias 0-69 de tratamento usando a mesma abordagem que foi utilizada para avaliar o parâmetro de avaliação primário e os parâmetros secundários durante o período completo do estudo (dias 0-182). Os resultados da análise mostraram que em doentes que receberam a dose inicial recomendada de Lanadelumab 300 mg a cada duas semanas, houve uma redução significativa na média da taxa de crises mensal (redução de 80,1%) em comparação com o placebo (Ajustado P<0.001). Durante esta fase inicial de tratamento, os doentes tratados com a terapia monoclonal, a cada duas semanas, também tiveram menos ataques graves em comparação com placebo (7,4% vs. 22%) e tiveram maiores probabilidades de estarem livres de ataques de AEH em comparação com placebo (48,1% vs 7,3%).

“Dados originais do Estudo HELP mostraram que o Lanadelumab foi eficaz na prevenção de crises de AEH ao longo do estudo e, de acordo com uma análise exploratória, muitos doentes permaneceram livres de crises durante o período estacionário de 16 semanas”, afirmou Donatello Crocetta, M.D., Franchise Global Medical Unit Head, Rare Immunology and HAE da Takeda "Esta nova análise suporta a evidência de estudos prévios e aumenta o nosso conhecimento de quão rapidamente o TAKHZYRO® pode começar a ajudar a prevenir crises de AEH, suportando o seu uso em doentes com perfil apropriado para uma terapêutica preventiva que pode ser administrada por via subcutânea e começar a atuar rapidamente.”

Todos os braços de tratamento com Lanadelumab (300 mg a cada duas semanas, 300 mg a cada quatro semanas, 150 mg a cada quatro semanas), revelaram uma melhoria na média da taxa de crises mensal, taxa mensal de crises moderadas a graves, taxa mensal de crises com recurso a tratamento agudo e o número de dias sem crise, versus placebo, durante todo o período do estudo.

A reação adversa observada com mais frequência (52,4%) associada ao fármaco foi reação no local da injeção. Destas, 97% eram de intensidade média. Foram observadas reações de hipersensibilidade (prurido ligeiro e moderado, desconforto e formigueiro na língua) (1,2%).

O Lanadelumab está aprovado na União Europeia e Austrália para a prevenção de rotina de crises recorrentes de AEH em doentes com 12 anos ou mais.

Sobre o Angioedema Hereditário

AEH é um distúrbio genético raro que resulta em crises recorrentes de edema - inchaço - em várias partes do corpo, incluindo o abdómen, face, pés, genitais, mãos e garganta. O inchaço pode ser debilitante e doloroso. Crises que obstruem as vias respiratórias podem causar asfixia e são potencialmente fatais.

AEH afeta cerca de 1 em 10.000 a 1 em 50.000 pessoas em todo o mundo. Muitas vezes é pouco reconhecida, subdiagnosticada e sub-tratada. 

Bolsa APCL
O projeto vencedor da Bolsa de Investigação em Neoplasias de Células B Maduras, entregue pela Associação Portuguesa Contra a...

O projeto vencedor é contemplado com uma bolsa no valor de 15.000€, destinada à realização, pelo período de um ano, de uma proposta de investigação na área das neoplasias de células B maduras.

Nas candidaturas recebidas valorizaram-se os projetos interdisciplinares que apresentassem propostas nas áreas do tratamento, diagnóstico, epidemiologia, impacto social da doença e melhoria da qualidade de vida do doente.

Os projetos foram avaliados por um júri composto pelo diretor do Serviço de Hemato-Oncologia do IPO do Porto, Mário Mariz, pelo diretor do Serviço de Hematologia do Centro Hospitalar de Lisboa Norte, João Raposo, e pela diretora do Serviço de Hematologia do Instituto Português de Oncologia de Lisboa, Maria Gomes da Silva.

 

Incumprimento da lei
A Associação Portuguesa de Podologia (APP) alerta para a falta de cumprimento da lei que regula o exercício da podologia e para...

“Alertamos para a necessidade de cumprimento da lei de forma a salvaguardar os superiores interesses públicos dos utentes e que as regras legais a que os profissionais estão obrigados sejam cumpridas e que a prática ilegal da profissão seja sancionada” denuncia Manuel Portela, presidente da APP.

Atualmente a Podologia e os podologistas são reconhecidos e regulamentados pela lei nr. 65/2014, com reconhecimento de competências de diagnóstico e tratamento das doenças dos pés, mas os organismos competentes não regulam e não fiscalizam o exercício ilegal da profissão e os locais de prática da podologia.

“A lei que regulamenta a podologia em Portugal estabelece as condições para o acesso à profissão e os locais de exercício profissional, no entanto verifica-se uma falta de regulação e supervisão, da responsabilidade do estado, que colocam em causa a saúde publica da população”, conclui Manuel Portela.

 

 

Estudo
Quando o ambiente térmico de uma sala de aula não se situa na zona de conforto térmico os resultados dos exames dos estudantes...

Um ambiente térmico é considerado frio, quando o organismo de uma pessoa tem necessidade de desencadear mecanismos de luta contra o frio e pode gerar a hipotermia. Um ambiente térmico é considerado quente, quando o organismo de uma pessoa tem necessidade de desencadear mecanismos de luta contra o calor e pode gerar a hipertermia.

“Ambos os ambientes estão ligados às alterações no comportamento e humor, aumento da distração, aumento da fadiga física, desmotivação, perda de velocidade na realização de tarefas, diminuição do grau de concentração, diminuição da capacidade mental, diminuição da destreza, aumento do tempo de reação e aumento do absentismo”, explica Mário Talaia, investigador do Departamento de Física da UA e autor do estudo.

O investigador desenvolveu um modelo que permite avaliar a sensação térmica prevista para um local indoor, seja sala de aula ou outro espaço. Adicionalmente, Mário Talaia construiu um modelo que permite “conhecer a sensação térmica real de um estudante ou trabalhador tendo como influência o vestuário e as condições termohigrométricas [temperatura e humidade] do local”.

Os resultados obtidos pelos estudantes mostram que são influenciados pela sensação térmica sentida. No geral, explica, “quando a sensação térmica se situa na gama de conforto térmico, os resultados são positivos”. Pelo contrário, “quando a sensação térmica sentida pelos estudantes suscita um ambiente frio ou quente, os resultados dos estudantes nas provas de avaliação, no geral, são negativos, ou seja, inferiores a 50 por cento”.

Resumindo, Mário Talaia conclui que numa prova de avaliação “a temperatura muito alta ou muito baixa favorece a diminuição do resultado obtido na avaliação, num valor de cerca de 3,9 por cada grau de aumento da temperatura fora da gama de conforto térmico”.

As conclusões deste estudo, garante o investigador, “podem ser generalizadas para qualquer nível escolar, assim como para gabinetes, naves industriais ou escritórios”. Em mãos Mário Talaia está já no terreno a quantificar quanto é que o desconforto térmico prejudica a produtividade.

 

 

INEM
O Centro de Informação Antivenenos (CIAV) do Instituto Nacional de Emergência Médica (INEM) tem à disposição, desde ontem, um...

Único no país e com uma cobertura nacional, o CIAV do INEM funciona ao longo das 24 horas do dia, 7 dias por semana, sendo o serviço assegurado por pessoal médico especializado, disponível através de uma linha telefónica exclusiva, e a partir de hoje gratuita – 800 250 250.
O número anterior (808 250 143) vai manter-se ativo durante um ano, encontrando-se garantido o encaminhamento das chamadas para o novo número agora criado.

O CIAV recebe anualmente cerca de 30 mil chamadas. Em 2018, os medicamentos representaram cerca de 63% das consultas telefónicas realizadas, muitas delas decorrentes de enganos na toma de medicamentos; cerca de 19% resultaram da exposição a produtos de utilização doméstica, como lixivias ou detergentes, e em 5% dos casos o contacto com o CIAV resultou da exposição a pesticidas.

Em mais de metade dos casos, as intoxicações ocorreram em adultos e 33% em crianças, sendo de salientar que, entre as crianças, a esmagadora maioria dos casos (63%) verificaram-se entre o primeiro e o quarto ano de vida.

Sobre o CIAV

O CIAV é um centro médico de consulta telefónica na área da toxicologia, responsável pela prestação, em tempo útil, das informações necessárias e adequadas a profissionais de saúde ou ao público em geral, visando uma abordagem correta e eficaz a vítimas de intoxicação. Presta, ainda, informações toxicológicas sobre todos os produtos existentes, desde medicamentos a produtos de utilização doméstica ou industrial, produtos naturais, plantas ou animais.

Além do atendimento telefónico de urgência, o CIAV colabora ainda em ações de formação, desenvolve medidas de prevenção e, com base na informação disponível e permanentemente atualizada, presta apoio na elaboração de estudos, trabalhos de investigação ou de análise estatística na área das intoxicações em Portugal.

Cuidados de saúde
A Administração Regional de Saúde do Algarve, em colaboração com a Cruz Vermelha Portuguesa, disponibiliza 31 Postos de Saúde...

Os veraneantes podem recorrer aos cuidados de saúde de enfermagem na praia em diversas situações, como por exemplo, insolações, «quebras de tensão», picadas de peixe-aranha ou pequenas escoriações para receberem tratamento no local, ou, em caso de necessidade, serem encaminhados pelos profissionais de enfermagem para uma unidade de saúde adequada.

Os Postos de Saúde de Praia funcionam de 1 a 14 de julho, das 10 às 18 horas, de 15 de julho a 1 de setembro, das 10 às 19 horas, e de 2 a 15 de setembro, das 10 às 18 horas.

Os recursos afetos aos Posto de Saúde de Praia são potenciados através da comunicação por via telefónica entre os enfermeiros dos Posto de Saúde de Praia e o Centro de Orientação de Doentes Urgentes do Instituto Nacional de Emergência Médica, permitindo uma integração adequada com o dispositivo pré-hospitalar.

Para mais informações consulte a página: https://www.sns.gov.pt/noticias/2019/07/01/algarve-postos-de-saude-de-praia-3/

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