Saúde Oral
A Santa Casa da Misericórdia de Lisboa (SCML) inaugurou hoje o Serviço Odontopediátrico de Lisboa (SOL), uma unidade de...

A cerimónia de inauguração, contou com as presenças do Ministro do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social, José António Vieira da Silva,  e da Ministra da Saúde, Marta Temido , bem como do Provedor da Santa Casa da Misericórdia de Lisbo, Edmundo Martinho, e do Presidente da Câmara Municipal de Lisboa, Fernando Medina.

Na ocasião, Marta Temido , destacou o esforço continuado que Portugal tem vindo a fazer no âmbito da saúde oral ao longo dos últimos anos. "Fizemos esse esforço quando lançámos em 2005 um programa nacional de prevenção da saúde oral, quando lançámos em 2008 o cheque-dentista e, mais recentemente, quando alargámos o âmbito do cheque-dentista".

A Ministra da Saúde sublinhou também a forma como equipas de saúde oral tem vindo a ser progressivamente instaladas «na capilaridade dos cuidados de saúde primários», acrescentando que 80% dos agrupamentos de centros de saúde já têm respostas de saúde oral.

"O que estamos a fazer – e este projeto vai ser muito significativo para isso – é tornar a saúde oral cada vez mais uma dimensão da nossa compreensão de saúde global da pessoa como um todo", disse.

"São os mais jovens que temos de olhar cada vez com mais atenção", continuou a governante, afirmando que a próxima fase passa por «planear a extensão do cheque-dentista para crianças entre os dois e os seis anos».

Marta Temido frisou também a importância de promover a prevenção no âmbito da saúde oral. "Ter uma melhor saúde oral exige comportamentos individuais. Não basta que pensemos na ótica do tratamento: é muito importante o conjunto de bons hábitos como a escovagem e uma boa alimentação".

A Ministra deixou também um repto aos agentes económicos, sustentando a necessidade de alinhamento com as políticas ativas da saúde no que diz respeito aos consumos de produtos com elevado teor de açúcar.

Conciliar área da saúde com área social

Por sua vez, o Ministro do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social, José António Vieira da Silva, destacou a importância de promover a conciliação das intervenções na área da saúde com as da área social, sublinhando o caminho de consolidação e alargamento das funções que tem vindo a ser percorrido pela Misericórdia de Lisboa.

"A Misericórdia de Lisboa tem uma longa tradição na área social, e tem uma rede enorme de equipamentos e serviços, mas tem também uma larga tradição na área da saúde", afirmou, acrescentando a necessidade de um projeto-piloto como este para que os avanços feitos se posam depois "consolidar numa dimensão transversal".

Vieira da Silva referiu que "este projeto tem a vantagem de ser um projeto-piloto do ponto de vista do modelo, mas que integra uma profunda dimensão social com uma grande preocupação na qualidade da intervenção".

Projeto pioneiro 

A clínica, que vai funcionar no número 219 da Avenida Almirante Reis, é "um projeto único em Portugal, que tem como objectivo providenciar cuidados médico-dentários de elevada qualidade a crianças e jovens, qualquer que seja a sua condição social ou económica, desde que residam ou estudem no concelho de Lisboa", destaca a SCML.

O acesso é gratuito, excepto na área de ortodontia. Os beneficiários de abono de família estão isentos de qualquer pagamento no serviço de ortodontia, "independentemente do ato".

A equipa do SOL será composta por dez médicos dentistas, três higienistas orais e dez assistentes dentários. A partir desta terça-feira, será possível consultar no site da SCML os contactos para marcações de consultas.

A Santa Casa estima realizar 50 mil consultas por ano e diminuir, pelo menos, em 60% a prevalência da cárie dentária até 2025 no concelho de Lisboa.

De acordo com o barómetro de 2018 da Ordem dos Médicos Dentistas, mais de 30% da população em Portugal nunca vai ao médico dentista ou só vai em caso de urgência.

Requalificação
O Governo autorizou o Centro Hospitalar Universitário de São João (CHUSJ), no qual se integra o Hospital São João, no Porto, a...

O documento autoriza o São João a “assumir o encargo até 22,5 milhões de euros” para construção e apetrechamento do Hospital Pediátrico Integrado, uma pretensão antiga que, durante cerca de 10 anos e até ao início de julho deste ano, manteve o internamento de crianças em contentores provisórios.

Para 2019, o hospital fica autorizado a assumir um encargo até 3,7 milhões de euros, o mesmo que em 2021, sendo 2020 o ano relativo ao montante mais elevado: 15 milhões de euros.

É desta forma que a portaria autoriza o hospital de São João a assumir os “compromissos plurianuais” para celebrar os contratos necessários, “pelo período de três anos”, com vista à construção e equipamento da nova ala pediátrica.

O documento estabelece que “a importância fixada para cada ano económico pode ser acrescida do saldo apurado no ano anterior”.

Os encargos devem ser “satisfeitos por verbas adequadas do Centro Hospitalar Universitário de São João”.

A portaria é assinada pelos secretários de Estado do Orçamento, João Leão, e Adjunto e da Saúde, Francisco Ventura Ramos.

O Centro Hospitalar revelou a 2 de agosto que a empresa Casais – Engenharia e Construção, S. A. foi selecionada para construir a ala pediátrica com base num projeto elaborado pela empresa Aripa Arquitectos.

Na ocasião, o hospital disse que ia proceder à adjudicação formal da obra, cujo início estava previsto para este ano e cujo prazo de execução era de 18 meses (um ano e seis meses).

A Lei do Orçamento do Estado para 2019 autorizou o hospital a recorrer a um ajuste direto na contratação da empreitada.

Causas, sintomas e tratamento
Mais frequente no sexo feminino, trata-se de uma infeção que pode atingir qualquer região do trato u
Mulher de pernas cruzadas

Provocada pela presença de bactérias em qualquer órgão do trato urinário, estima-se que a infeção urinária atinja entre 80 a 90% das mulheres em idade reprodutiva e menopausa. Embora com menos frequência, pode ainda atingir homens e crianças, sobretudo, no primeiro ano de vida.  

Dependendo da sua localização – uretra, bexiga ou rim – pode ser designada de uretrite, cistite ou pielonefrite. No homem podem-se englobar ainda as infeções associadas à próstata – prostatite – ou aos testículos – orquite e orquiepididimite.

Tipos de infeção urinária

Cistite – corresponde a uma inflamação da bexiga e, embora seja o tipo de infeção mais frequente, é também a que mais facilmente se trata. Habitualmente o organismo infecioso ascende do exterior pela uretra e infeta a bexiga. A maioria destas infeções é provocada por microrganismos aeróbios Gram-negativos provenientes do cólon, dada a proximidade entre a região anal e a zona urogenital.

Pielonefrite – em algumas situações a infeção pode propagar-se até ao rim, necessitando de um tratamento mais prologando. A pielonefrite é considerada a forma mais grave de infeção urinária não só porque pode levar ao desenvolvimento de lesões que comprometem a função renal, como à disseminação da infeção para o resto do organismo através da corrente sanguínea (septicemia ou sépsis).

Uretrite – corresponde à inflamação da uretra (canal por onde a urina sai da bexiga). Esta infeção é geralmente provocada por agentes transmitidos por via sexual e é mais frequente no sexo masculino (a mulher possui uma uretra muito curta e a infeção transmite-se diretamente à bexiga). Quando não tratada ou quando tratada inadequadamente pode causar um estreitamento (estenose) da uretra elevando o risco de infeções na bexiga ou nos rins.

O que está na origem da infeção urinária?

A maioria das infeções urinárias é provocada por bactérias. Estima-se que, em 80% dos casos, estas sejam provocadas pela Escherichia coli e alguns estafilococos.

Em alguns casos, podem-se encontrar infeções por fungos, sobretudo em doentes imunodeprimidos. Diabetes, algumas doenças neurológicas e doenças sexualmente transmissíveis estão entre os fatores de risco.

Por outro lado, sabe-se que a presença de anomalias no aparelho urinário também tende a aumentar o risco de infeção urinária. Os doentes institucionalizados ou submetidos a algaliação estão entre os mais vulneráveis.

Como se manifesta?

Os sinais e sintomas variam consoante o tipo de infeção, ou seja, dependem do órgão afetado.

Bexiga (cistite):

  • dor, ardor ou desconforto a urinar
  • necessidade de urinar muitas vezes e em pequenas quantidades
  • vontade urgente de urinar
  • presença de urina turva e/ou com mau cheiro
  • sangue na urina (menos frequente)

Rim (pielonefrite):

Para além dos sintomas acima descritos

  • febre
  • mau estar
  • náuseas ou vómitos
  • dor lombar (do lado do rim afetado)

Uretra (uretrite):

  • ardor ao urinar (mais comum no inicio ou final da micção)
  • corrimento

Em alguns casos, a infeção urinária pode ser assintomática. Durante a gravidez é frequente surgirem estas infeções, no entanto, nem sempre elas cursam com sintomas pelo que é preciso maior vigilância. O tratamento é essencial.

Como se trata?

Tratando-se de infeções provocadas por bactérias o seu tratamento baseia-se na utilização de antibióticos. Os mais frequentes são as fluoroquinolonas.

No caso da infeção urinária ocorrer durante a gravidez, a seleção do antibiótico deve ser devidamente ponderada, uma vez que alguns antibióticos estão contraindicados.

Podem associar-se ainda outros medicamentos como os anti-inflamatórios ou os analgésicos para aliviar a dor e o desconforto.

Ao mesmo tempo, os especialistas aconselham a alguns cuidados complementares:

  • aumentar a ingestão de líquidos,
  • ter cuidados gerais de higiene íntima,
  • urinar sempre que tiver vontade (se retardar o ato de urinar está a contribuir para aumentar o risco de infeção uma vez que a urina irá permanecer mais tempo no interior da bexiga)

Como prevenir a infeção urinária?

Nem todas as infeções podem ser prevenidas, no entanto, há alguns cuidados que devem ser mantidos de modo a evitar a migração de bactérias para a bexiga:

  • beber mais água
  • utilizar sabões neutros para a higiene local
  • urinar depois das relações sexuais
  • limpar a região depois de urinar da frente para trás
  • usar roupa interior de algodão
  • quando menstruada, trocar regularmente os absorventes

Infeção urinária no homem

A infeção urinária masculina é mais rara e surge, habitualmente, em homens com mais de 50 anos. O aumento do volume da próstata, uma condição conhecida como hiperplasia benigna da próstata, está entre as principais causas.

Ao comprimir a porção inicial da uretra e bloquear o fluxo de urina, esta condição impede o esvaziamento completo da bexiga, o que leva ao aumento da proliferação de bactérias e, consequentemente, eleva o risco de infeção.

Para além da cistite, a infeção urinária nos homens pode transmitir-se à próstata (prostatite), epidídimo (epididimite) e testículo (orquite/orquiepididimite), sendo o seu tratamento um pouco mais prolongado que o de uma cistite.

Por outro lado, dado o comprimento da uretra, o homem pode desenvolver infeções localizadas apenas nesta região. Quando isto acontece, na maioria dos casos, estamos presente uma infeção transmitida via sexual, provocada por microorganismos como Neiseria gonorrhoeae ou Clamydia trachomatis, e que cursa com corrimento, dor e comichão. Nestes casos, para além do próprio, é necessário tratar o seu parceiro ainda que este não apresente sintomas.

De um modo geral, a infeção urinária masculina resolve-se ao fim de 7 a 10 dias de tratamento.

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Dados
O Hospital do Espírito Santo de Évora (HESE) diminuiu em 15% o número de doentes em lista de espera para cirurgia, graças ao...

“O aumento das intervenções cirúrgicas em 35% permitiu reduzir a lista de espera em 15% e este ano metade dos utentes que estavam em lista de espera foram atendidos em menos de três meses”, afirmou a Presidente do Conselho de Administração (CA), Maria Filomena Mendes.

Segundo os dados divulgados pela unidade hospitalar, nos primeiros seis meses deste ano, foram realizadas 9.191 cirurgias programadas no HESE, mais 2.112 do que no mesmo período do ano passado, quando tinham sido feitas 7.079 intervenções.

“Ginecologia, ortopedia, cirurgia geral e oftalmologia foram algumas das especialidades onde se registaram bons resultados” sublinhou, indicando que nas outras áreas também foram conseguidos «aumentos muito significativos» de produção.

“Tem havido da parte de todos os profissionais do hospital, transversalmente, de todos os serviços, uma grande disponibilidade para fazer uma produção adicional”, assinalou Filomena Mendes, indicando que a redução da lista de espera faz com que os doentes sejam atendidos “dentro do tempo máximo da resposta garantida”.

A Presidente do Conselho de Administração do HESE justificou o “bom desempenho”, entre outros fatores, com o plano iniciado no final do ano passado e com o qual passaram a realizar-se cirurgias aos fins de semana e feriados.

Um hospital público serve para dar resposta a quem precisa 

“Começámos a fazer cirurgias aos fins de semana e feriados no final do ano passado, porque estávamos com dificuldades e a aumentar a lista de espera. Os profissionais fazem o seu horário de trabalho e, depois, ainda fazem horas adicionais”, notou.

Com isso, o HESE aumentou os custos, porque o trabalho extraordinário «tem que ser remunerado« e gasta-se «mais material de consumo e medicamentos«, continuou, vincando que «um hospital público serve para dar resposta a quem precisa dele».

Entretanto, destacou, o plano abrandou, mas o HESE mantém a realização de cirurgias todos os sábados e em média dois domingos por mês.

Maria Filomena Mendes adiantou que, no primeiro semestre deste ano face a igual período do ano passado, as consultas externas no HESE tiveram “um aumento de 8%” e nas primeiras consultas, que têm origem nos centros de saúde, “a subida foi de 12%”.

No caso das consultas, assinalou, o desempenho “ainda foi mais significativo”, porque, no mesmo período comparativo, “a lista de espera diminuiu 28%” e “a lista de espera para os utentes que esperavam há mais de um ano diminuiu 45%”.

Maria Filomena Mendes explica que “este balanço do primeiro semestre reflete também que os níveis de confiança dos utentes deste hospital aumentaram, uma vez que se regista um
aumento da procura dos doentes cada vez mais acentuada, em virtude da melhor capacidade de resposta” e reforça que “até ao fim de 2019, constituem objetivos do HESE, manter os atuais níveis assistenciais, reduzir as listas de espera de cirurgia e de consultas, melhorar a proporção de Utentes atendidos dentro dos TMRG – Tempo Máximo de Resposta Garantido e progressivamente eliminar as listas de espera com mais de um ano”.

A responsável advertiu que o HESE “ainda tem muito para caminhar”, considerando que a unidade hospitalar tem “poucos médicos e que, por muito trabalho que fazem e disponibilidade que tenham, nem sempre se consegue dar resposta” às necessidades.

SNS
Marcelo Rebelo de Sousa promulgou, na passada sexta-feira, o diploma que estabelece a dispensa de cobrança de taxas moderadoras...

Recorde-se que o diploma foi aprovado pelo parlamento, no dia 19 de julho de 2019 e que a medida entrará em vigor no próximo Orçamento do Estado.

“Com o objetivo de promover a correta orientação dos utentes, deve ser dispensada a cobrança de taxas moderadores nos cuidados de saúde primários e, se a origem da referenciação for o SNS, nas demais prestações de saúde, nos termos que vierem a ser definidos nos diplomas de execução orçamental”, lê-se no diploma.

A lei promulgada aprovada é a 11.ª alteração ao diploma que regula o acesso às prestações do Serviço Nacional de Saúde por parte dos utentes,  no que respeita ao regime de taxas moderadores e à aplicação dos regimes especiais de benefícios, Decreto-Lei n.º 113/2011, de 29 de novembro.

Segundo uma nota da Presidência da República, Marcelo Rebelo de Sousa promulgou quatro diplomas da área da saúde, entre eles o da nova Lei de Bases da Saúde.

O Presidente promulgou também o diploma que reforça a autonomia das entidades do SNS para contratação de recursos humanos, embora alertando que o diploma abre a porta a “decisões individuais de cada» hospital EPE, em que é muito importante a visão de conjunto”.

Marcelo Rebelo de Sousa promulgou ainda o diploma que estabelece a Carta para a Participação Pública em Saúde.

 

 

Cuidados
Sabe-se que o aumento de peso é um dos motivos porque muitos fumadores resistem em abandonar este ví
Homem com fita métrica a medir a zona abdominal

Um estudo realizado no Hospital Paul-Brousse, em França, veio demonstrar que, um ano após deixar de fumar, os ex-fumadores podem engordar até 5 quilos. A maior parte do peso é acumulado nos primeiros três meses após cessação tabágica.   

No entanto, saiba que nem toda a gente engorda. Algumas pesquisas referem que as pessoas com maior risco de aumentarem de peso são as que fumam mais de 25 cigarros por dia. E ainda assim, é possível reverter este processo.

Mas por que motivo deixar de fumar engorda?

Existem diversos motivos que justificam esta relação, no entanto, o principal deve-se à interação dos componentes dos cigarros com determinadas áreas cerebrais e órgãos sensoriais.

A nicotina, por exemplo, inibe o apetite ao interagir com o hipotálamo, onde se encontram os receptores de melanocortina responsáveis pela regulação do apetite.

A isto junta-se o facto do fumo do tabaco alterar o palato e danificar os nervos olfativos fazendo com que a ingestão alimentar não seja uma experiência tão prazerosa. Isto significa que, ao deixar de fumar, e uma vez que as papilas gustativas ficam desobstruídas, os alimentos tornam-se mais saborosos o que pode levar a uma maior ingestão alimentar.

Por outro lado, a nicotina atua ainda sobre alguns neurotransmissores associados ao relaxamento e bem-estar, reduzindo a ansiedade e diminuindo aquilo a que chamamos de “fome emocional” e que está relacionada com a impulsividade alimentar. Sem a nicotina são frequentes os episódios de mau humor e irritabilidade. O que por si só, leva ao aumento de ingestão de alimentos açucarados, como tentativa de aumentar a sensação de bem-estar.

Posto isto, é um facto que deixar de fumar engorda mas com acompanhamento especializado é possível voltar ao peso normal mantendo hábitos alimentares corretos.

Não se esqueça que para além do aumento do risco de eventos cardiovasculares, o tabagismo está associado ao cancro do pulmão, cancro oral e ao envelhecimento precoce da pele.

Quais os principais cuidados a ter?

Depois de se ter aconselhar com o seu médico assistente, pode sempre procurar a ajuda de um nutricionista de modo a adequar os cuidados alimentares a esta nova fase.

Em todo caso, saiba quais os principais conselhos da Direção Geral da Saúde sobre este tema:

  1. Faça um diário alimentar. Ao registar as refeições e horários nos cinco dias anteriores a deixar de fumar e compará-los com os cinco dias seguintes, compreenderá quais as alturas em que tem maior vontade de comer e poderá antecipá-las;
  2. Coma menos e mais vezes ao longo do dia. Faça pequenas refeições e tenha atenção para que estas sejam equilibradas em termos energéticos. O objetivo é evitar que tenha mais apetite nas refeições principais e que se sinta saciado ao longo do dia;
  3. Tenha sempre disponíveis pequenos lanches saudáveis. Fruta e hortícolas crus, frutos gordos, leite e derivados magros e cereais integrais são boas opções;
  4. Tenha sempre disponíveis pastilhas elásticas sem açúcar ou frutos gordos em quantidades moderadas (nozes, amêndoas, avelãs, amendoins, …) para quando lhe der vontade de fumar:
  5. Consuma alimentos com proteínas e fibras ao longo do dia: estes nutrientes retardam o esvaziamento gástrico, contribuem para a saciedade e diminuem o apetite;
  6. Não faça uma dieta demasiado restritiva do ponto de vista calórico: para além de ser mais provável o insucesso de cessação tabágica, o seu organismo adapta-se metabolicamente a esta restrição e se a continuar durante algum tempo, o mais provável é que perca peso à custa de massa muscular;
  7. Beba líquidos ao longo do dia e faça da água a sua bebida de eleição. A água ajuda a libertar a nicotina e seus metabolitos do organismo, nos primeiros dias de cessação. Para além da água, as infusões sem açúcar são boas alternativas;
  8. Evite bebidas com cafeína. O café, chás verde e preto, refrigerantes e bebidas energéticas com cafeína podem despoletar sintomas como a ansiedade que é muitas vezes um efeito secundário da ausência da nicotina;
  9. Evite as bebidas alcoólicas. O álcool cria um défice de oxigénio, devido a uma diminuição da saturação da hemoglobina na corrente sanguínea, que pode prejudicar a concentração e desencadear uma maior vontade de fumar e comer;
  10. Pratique atividade física de forma regular. Estudos demonstram que a prática de atividade física diminui a ansiedade e a vontade de fumar.

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As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico, Enfermeiro, Farmacêutico e/ou Nutricionista.
Prevenção e tratamento
O aumento da utilização de medicamentos contendo vitamina D, nos últimos dois anos, levou a DGS, o Instituto Nacional de Saúde...

O documento, que define as práticas preventivas e terapêuticas para a deficiência de vitamina D em crianças e adultos, apresenta novos valores de referência para os níveis da vitamina no sangue, "credíveis e consensuais entre a comunidade científica" e revoga uma circular informativa de 2008 sobre o suplemento de cálcio e vitamina D em idosos.

A norma agora publicada salienta que a “suplementação vitamínica D não tem indicação”, excepto quando a sua deficiência está devidamente documentada, reforçando a distinção entre os termos «insuficiência» e «deficiência».

De acordo com o documento, está-se perante uma insuficiência quando a concentração sérica de 25-OHD3 se situa entre 12 e 20 ng/ml (nanogramas por mililitro de sangue) em idade pediátrica ou entre 20 e 30 ng/ml no adulto.

No que diz respeito à deficiência em vitamina D, esta ocorre quando a sua concentração é inferior a 12 ng/ml em idade pediátrica e a 20 ng/ml nos adultos.

Esta norma chama ainda atenção que a determinação do nível sérico desta vitamina “não deve ser efetuada como rastreio oportunístico”, sendo apenas considera em grupos  de risco. É o caso de idosos “a viver em unidades de internamento de cuidados continuados de longa duração e manutenção”, com exposição solar limitada, pessoas com insuficiência renal crónica ou síndromes de má absorção que contribuem para o risco de carência desta vitamina.

Devem ser consideradas ainda “pessoas com história conhecida de alterações metabólicas congénitas ou adquiridas do metabolismo do cálcio e vitamina D”, para além de doentes com história prévia de deficiência desta vitamina ou com condições de saúde e exames sugestivos de deficiência de vitamina D.

A suplementação só deve ser prescrita durante os primeiros 12 meses de vida, via oral, na dose de 400 UI (10µg)/dia; “na terapêutica do raquitismo infantil de causa nutricional, na criança com idade igual ou superior a 12 meses e inferior a 10 anos”, na dose de 2000 UI (50µg)/dia “por via oral durante pelo menos 3 meses” ; e sempre que a seja confirmada, via laboratorial e/ou clínica, a deficiência de vitamina D, independentemente da idade.

Durante a suplementação, devem ser vigiados os efeitos gastrointestinais, a hipercalcemia e efeitos adversos renais (litíase renal e insuficiência renal), realça o documento.

Como medidas gerais de prevenção recomenda-se alguns cuidados alimentares, como ingestão de ovos e peixes gordos  e exposição solar moderada “tendo em consideração as medidas de prevenção das neoplasias da pele”.

Recomendações
O Núcleo de Estudos de Doença Vascular Pulmonar (NEDVP) da Sociedade Portuguesa de Medicina Interna (SPMI) alerta a população...

“Sabe-se que o risco de desenvolver um tromboembolismo venoso é maior quando a viagem tem uma duração superior a quatro horas e nas duas semanas imediatamente a seguir à viagem, reduzindo progressivamente até às oito semanas seguintes”, destaca Ana Oliveira Gomes, membro do secretariado do NEDVP.

Segundo a internista, “as viagens longas favorecem esta condição, que inclui a embolia pulmonar e a trombose venosa profunda. A trombose venosa profunda ocorre quando se forma um trombo ou coágulo sanguíneo nas veias das pernas. Se esse coágulo se desprende ou fragmenta pode deslocar-se até aos pulmões e provocar uma embolia pulmonar”.

São fatores de risco para este problema de saúde história de tromboembolismo venoso prévio, neoplasia ativa, cirurgia ou trauma recentes, mobilidade reduzida, idade avançada, trombofilia, gravidez e período pós-parto, uso de medicação com estrogénios, como a pílula ou terapêutica hormonal de substituição na menopausa, altura maior a 1,85 metros ou inferior a 1,65 metros, e obesidade.

Para prevenir o desenvolvimento de um tromboembolismo venoso, o NEDVP deixa algumas recomendações que devem ser adotadas durante uma viagem de avião: “levantar-se e caminhar a cada uma ou duas horas; exercitar-se ou esticar as pernas com regularidade; evitar roupa apertada; beber água e evitar o consumo de álcool ou comprimidos sedativos”.

 

 

Dicas
Ter uma boa noite de descanso é essencial para, de uma forma geral, melhorar o humor, repor as energ

São vários os hábitos que mantemos e que nem imaginamos que podem estar a comprometer o sono revigorante de que precisamos para enfrentar um novo dia de forma saudável e com motivação. Verena Senn, Neurocientista e especialista do setor do sono, revela aqueles que são os comportamentos a evitar para um sono de qualidade.

Beber café depois das 15h

Provavelmente já ouviu dizer que deve evitar o café antes de dormir, mas vale sempre a pena relembrar que a cafeína deixa as pessoas com uma maior propensão para ter insónias. A cafeína pode ficar presente no organismo por mais de 12 horas, o que significa que até aquele café depois de almoço pode atrapalhar na hora de ir dormir. Por isso, o ideal mesmo é evitar esta bebida a partir das 15h.

Consumir bebidas alcoólicas

A partir de uma determinada doze, as bebidas alcoólicas podem causar a sensação de sonolência. Mas quando o corpo começa a metabolizar o álcool, este pode deixar a pessoa mais inquieta e desperta. Para além disso, beber antes de dormir suprime uma das importantes funções que o sono tem: arrumar as memórias e conhecimentos adquiridos durante o dia.

Comer tarde ou alimentos pesados

O processo digestivo demora cerca de duas a três horas, dependendo do tipo de alimentos digeridos. Comida mais apimentada ou gordurosa pode deixar a sensação de desconforto, principalmente na altura de dormir, e pode estar associada ao risco de refluxo. O ideal é optar por refeições leves e comer pelo menos duas horas antes de ir dormir.

Dormir em ambientes quentes

Temperaturas muito elevadas podem prejudicar a qualidade do sono. Para se evitar insónias é importante manter o quarto a uma temperatura que ronde os 19ºC. Para além disso, deve-se ainda optar por um colchão que seja respirável, permitindo a diminuição da temperatura do corpo, necessária para se conseguir entrar num sono profundo.

Exposição a luz intensa

Qualquer tipo de aparelho tecnológico que emite luz deve ser evitado antes de dormir, porque a luminosidade emitida interfere na produção de melatonina, uma substância diretamente relacionada à indução do sono. Se não conseguir abdicar da televisão ou do telemóvel antes de dormir, diminua a brilho do ecrã e mantenha-o a pelo menos 35 cm de distância.

Realizar atividades estimulantes

Para conseguirmos adormecer mais facilmente é preciso dar algum tempo ao nosso corpo para desacelerar do ritmo do dia-a-dia. Recomenda-se assim que se deixe de lado tudo o que seja demasiado estimulante nos 30 minutos antes de ir dormir, como ver um filme de terror ou fazer exercício, e optar por atividades mais calmas, como ler um livro ou ouvir música suave.

Pensar na importância de dormir

Com certeza já lhe aconteceu ficar às voltas na cama sem conseguir dormir e a ver as horas passar. A preocupação causada por pensar que precisa de dormir e que no dia seguinte tem de acordar cedo piora os sintomas de insónia. O truque é tentar relaxar e não pensar muito no assunto. O corpo acabará por ceder e entrar num sono profundo.

Dormir menos (ou mais) de 8h

Dormir o número adequado de horas é determinante para a saúde e bem-estar. Um adulto de plena saúde deve dormir cerca de oito horas por noite. Dormir menos do que o período recomendado diminui a velocidade de reação e tem consequências na capacidade de interpretar textos. Por outro lado, dormir demais também não é saudável e pode causar a diminuição das funções do cérebro a longo prazo.

Não respeitar o ritmo circadiano

O ritmo circadiano é um processo que ocorre no nosso corpo responsável por regularizar a hora de dormir. Esta espécie de relógio, alinhado com a luz do dia e o escuro da noite, diz-nos quando devemos descansar. As pessoas são diferentes e o seu relógio interno também, por isso devemos sempre respeitar o nosso ritmo circadiano para dormirmos bem durante a noite e acordarmos revigorados de manhã.

Ter uma cama desadequada a si

Escolher um bom colchão, uma boa almofada e roupa de cama adequada é o primeiro passo para um sono perfeito. É importante manter uma postura confortável e ergonómica durante o descanso, e optar por materiais respiráveis que permitam a diminuição da temperatura do corpo, necessária para um sono profundo.

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Visão
Mais frequente no adulto jovem, a Neuropatia Ótica Hereditária de Leber é uma doença de transmissão
Rapaz com as mãos na cara e ar preocupado

Também conhecida como doença de LHON, a Neuropatia Ótica Hereditária de Leber é uma doença neurodegenerativa rara que, embora seja mais frequente no jovem adulto, entre os 18 e os 35 anos, pode surgir em qualquer idade, “havendo registos dos 2 aos 87 anos”.

De acordo com Marta Macedo, especialista em oftalmologia, a patologia “surge por defeito transmitido geneticamente que condiciona a normal função da mitocôndria - estrutura ou organelo intracelular responsável pela produção de energia” e cujo mau funcionamento conduz à morte celular. Que isto dizer que, no caso desta patologia, uma vez que acomete o nervo ótico, a perda de visão poderá ser irreversível pelo que é muito importante estar atento aos sintomas.

Entre os principais grupos de risco encontram-se os familiares de doentes com diagnóstico da doença, “uma vez que podem ser portadores da mutação genética”. Sabe-se ainda que os homens apresentam maior risco, sendo esta patologia cinco vezes mais frequente no sexo masculino.

Diagnóstico

O seu diagnóstico é essencialmente clínico, podendo ser comprovado mediante a realização de testes genéticos. “Num caso típico de baixa acuidade visual indolor no jovem saudável do sexo masculino, com história desta doença na família, a hipótese diagnóstica de LHON tem de ser logo colocada”, refere a especialista.

No caso de não existir história familiar, mas com “clínica sugestiva e teste genético negativo para as três mutações mais frequentes” (presentes em 90% dos casos), é necessário iniciar uma pesquisa por outras mutações.

Sendo esta uma doença indolor e cujos sintomas surgem, habitualmente, de forma abrupta, o diagnóstico precoce é difícil. Resta por isso alertar para os sinais e sintomas da doença explicando que existem algumas medidas preventivas que, nestes doentes e seus familiares, “assumem uma importância ainda maior que na população geral”. É o caso da evicção do tabaco e do álcool, uma vez que estes contribuem para o desequilíbrio da função das mitocôndrias que está por detrás do desenvolvimento da doença.

Por outro lado, importa reforçar que “a LHON caracteriza-se por ser uma doença que atinge o segundo olho cerca de dois meses após o início dos sintomas. Este atingimento sequencial é muito típico e deve servir de indício para pesquisa desta patologia”.

Sintomas e principais complicações

A baixa acuidade visual indolor, visão enevoada, mancha central ou alteração da visão de cores unilateral são os principais sintomas desta doença. No entanto, sabe-se que o portador da mutação que lhe dá origem é assintomático, embora possa “apresentar um exame oftalmológico com ligeiras alterações do nervo ótico, como edema ou microtelangectasias”.

 “A grande diminuição de visão e de campo visual num jovem adulto saudável tem enormes repercussões na sua vida”, explica a especialista referindo que as complicações imediatas de Neuropatia Ótica Hereditária de Leber prendem-se com a dificuldade súbita em executar tarefas simples do dia-a-dia, incapacidade para estudar ou trabalhar.

Esta doença pode estar associada ainda outras alterações sistémicas “uma vez que as mitocôndrias são organelos intracelulares existentes nos diversos órgãos”. Deste modo, as alterações mais frequentemente descritas são as cardíacas (disfunção do ritmo), neurológicas (convulsões, ataxia, demência) e pancreáticas (diabetes mellitus).

Tratamento

Segundo Marta Macedo, atualmente existe apenas um tratamento médico disponível, aprovado pela Agência Europeia do Medicamento, para a doença de LHON – a idebenona.

“A idebenona é um análogo da quinona que facilita o transporte de eletrões na mitocôndria para produção de energia e reduz a oxidação, favorecendo assim a sobrevida da célula”, explica a oftalmologista indicando que a dose diária recomendada é de 900 mg por dia, via oral, tendo por objetivo “não perder ou eventualmente recuperar alguma acuidade visual”.

De acordo com a especialista, a terapia genética tem sido investigada, mas ainda só está disponível em ambiente de estudos clínicos. “A cura continua por encontrar”, conclui.   

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Infeções virais
Sabia que existem 5 tipos de hepatites virais?
Mulher com dor aparente deitada no sofá

O fígado é um órgão do sistema digestivo bastante importante no nosso organismo. Tem como principais funções a participação na digestão, produção e armazenamento de substâncias essenciais ao organismo e desintoxicação.

O termo hepatite refere-se a uma inflamação do fígado. Esta patologia é frequentemente causada por infeções virais, mas podem existir outras causas como a hepatite autoimune ou a tóxica, secundária a medicamentos, drogas, toxinas ou álcool. A hepatite autoimune ocorre quando existe uma falha no sistema imunitário e o organismo produz erradamente anticorpos contra o tecido hepático.

Existem 5 tipos de hepatites virais: hepatites A, B, C, D e E, cada uma delas provocada por vírus diferentes, designados como vírus da hepatite A, B, C, D ou E. A hepatite A é sempre uma doença aguda a curto prazo, enquanto as hepatites B, C e D têm maior probabilidade de se tornarem contínuas e crónicas. A hepatite E é geralmente aguda, e pode ser particularmente perigosa em mulheres grávidas.

Hepatite A

A hepatite A é causada pelo vírus da hepatite A (VHA). Este tipo de vírus é frequentemente transmitido pelo consumo de alimentos ou água contaminados por fezes de uma pessoa infetada por hepatite A. É comum em Portugal e, de uma forma geral, surge na infância ou no adulto jovem. A hepatite A é autolimitada e não evolui para doença crónica. A vacina está disponível e é recomendada para pessoas que viajam para países onde a doença é comum.

Hepatite B

A hepatite B é transmitida através do contacto com fluidos corporais infetados como o sangue, secreções vaginais ou esperma, contendo o vírus da hepatite B (VHB). O uso de drogas injetáveis, a relação sexual com um parceiro infetado ou a partilha de lâminas ou objetos cortantes com uma pessoa infetada aumentam o risco de contrair hepatite B. É talvez o tipo mais perigoso e grave, afetando milhões de pessoas em todo o mundo. Estima-se que em Portugal esta doença afete cerca de 1,0 a 1,5% da população. Apesar de ser grave, a hepatite B pode ser prevenida pela vacinação, que tem uma eficácia de 95%. A vacina é administrada em 3 doses e faz parte do Plano Nacional de Vacinação.

Hepatite C

A hepatite C é provocada pelo vírus da hepatite C (HCV). É transmitida através do contacto direto com fluidos corporais infetados, geralmente através do uso de drogas injetáveis e contato sexual. Cerca de 70 a 80% dos doentes infetados evoluem para doença crónica; em 20% deles a infeção pode levar a cirrose e cancro de fígado.

Hepatite D

Também chamada de hepatite delta, a hepatite D é uma doença hepática grave causada pelo vírus da hepatite D (VHD). O VHD é contraído através do contacto direto com sangue infetado. É uma forma rara de hepatite que ocorre apenas em conjunto com a infeção por hepatite B, uma vez que o vírus da hepatite D não se consegue multiplicar sem a presença do vírus da hepatite B. Embora não exista vacina para este tipo de doença, a vacina para a hepatite B também previne a infeção pelo vírus da hepatite D.

Hepatite E

A hepatite E é uma doença transmitida pela água e causada pelo vírus da hepatite E (VHE). Transmite-se pelo consumo de água ou alimentos contaminados e geralmente não evolui para a cronicidade. Pode ser particularmente grave se for contraída por mulheres grávidas.

Hepatites não infeciosas

Álcool e outros produtos tóxicos

O consumo excessivo de álcool pode causar danos irreversíveis no fígado, resultando em hepatite alcoólica, por lesão direta das células hepáticas. Com o tempo podem surgir danos permanentes, levando a insuficiência hepática e cirrose. A cirrose, que surge em 10-20% dos casos, é caraterizada pela substituição do tecido hepático normal em cicatrizes. Como resultado, a estrutura do fígado fica alterada, não sendo capaz de realizar as suas funções habituais. O único tratamento eficaz é parar de beber.

Outras toxinas são: medicamentos, sobretudo se em doses excessivas, drogas, venenos ou plantas.

Resposta do sistema imune

Em alguns casos, o sistema imunitário produz anticorpos que atacam as células do fígado. Esta inflamação contínua pode variar de leve a moderada, tendo na maioria das vezes repercussão na função hepática. É três vezes mais comum em mulheres do que em homens.

Sinais e sintomas

Em muitos casos a hepatite pode não ter manifestações sintomáticas. Os sintomas podem não ocorrer até que os danos afetem a função hepática.

Quando ocorrem, sobretudo nas formas agudas, os sintomas incluem: fadiga, perda de apetite, perda de peso, peles e olhos amarelados (icterícia), urina escura, fezes claras e dores abdominais.

Diagnóstico

O diagnóstico de hepatite é feito em conjugação com a história clínica, exame objetivo, resultados de exames laboratoriais e ecografia abdominal. Em alguns casos pode ainda ser necessária uma biopsia hepática.

Tratamento e prevenção

As opções de tratamento variam de acordo com o tipo de hepatite.

Nos casos de doença aguda, o tratamento passa por privação do agente em causa, repouso e dieta.

Nos casos de doença crónica, o tratamento é feito com recurso a medicamentos específicos que impedem a multiplicação do vírus.

Como na maioria das doenças, o melhor é a prevenção. Boa higiene; cuidado com os alimentos crus e a ingestão de água não potável, sobretudo nos países em desenvolvimento; não partilhar objetos cortantes; praticar sexo seguro com o uso de preservativo; vacinação nos casos em que existe; não consumir bebidas alcoólicas em excesso, assim como drogas, plantas desconhecidas e medicamentos sem prescrição médica e fora das doses recomendadas.

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As Hepatites Víricas

Dra. Ana Miranda - Médica internista dos Serviços Clínicos da Médis

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Investigação
Edson Oliveira, neurocirurgião do Hospital de Santa Maria, está integrado num projeto que está a ser desenvolvido pela NASA,...

De acordo com o neurocirurgião, com a permanência na Estação Espacial Internacional, a acuidade visual diminui, podendo atingir valores de 30% em meio ano, o que é bastante significativo. Existem, ainda, alterações na retina, com hemorragias e edema da papila, e no globo ocular, que fica mais achatado. “E isto preocupa bastante quando se está a almejar uma viagem a Marte, com três anos entre ir e voltar”, afirmou em entrevista à Revista E, do Expresso.

“Suspeita-se de que no espaço existe um aumento da pressão intracraniana do ponto de vista crónico, de longa duração, o que origina uma hipertensão ocular”. Como a pressão intracraniana tem de ser medida no espaço, estão a validar um dispositivo, desenvolvido pelo MIT, que mede esta pressão de forma não invasiva.

Referiu ainda que, “além do globo ocular, verificam-se alterações anatómicas no cérebro, que se identificam em ressonância magnética. Por exemplo, o sulco central (que divide duas grandes áreas funcionais) fica mais pequeno. E o sistema neurovestibular, do equilíbrio, sofre alterações profundas porque não tem gravidade para se orientar”.

Com a ausência da gravidade «os movimentos da cabeça originam uma vertigem constante e esta é a primeira alteração que os astronautas sentem e que ocorre novamente quando regressam à Terra». Existe, também, uma “perda de cálcio e de densidade óssea, obrigando os astronautas a duas horas de exercício todos os dias”.

Outra adaptação é a alimentação uma vez que só há alimentos frescos “a cada dois meses, quando chega a nave de carga. Todos eles dizem que têm saudades do cheiro do café”.

 

 

Medicamentos
Para que não faltem medicamentos, as farmácias portuguesas reforçaram os stocks nos primeiros sete dias de Agosto, período...

A hmR registou um aumento das compras das farmácias com medicamentos sujeitos a receita médica (MSRM) em comparação com o mesmo período no ano anterior (2018). A procura de medicamentos é mais expressiva em relação aos medicamentos mais vendidos Top100 no mercado, em valor.

O estudo da hmR foi realizado entre os dias 11 de Julho e 7 de Agosto e compara com o mesmo período do ano anterior.

De 1 a 7 de Agosto registou-se uma subida de 7% na procura de medicamentos por parte das farmácias junto dos distribuidores.

Em termos de distritos destaca-se o aumento das compras das farmácias de Bragança com uma subida de 14% nos primeiros dias de Agosto, Santarém com 13% e Porto e Portalegre com 10% também registam um aumento.

O estudo foi realizado com a informação de compras, vendas e stocks recolhida diariamente, a nível transacional, de todos os atos de venda das farmácias pertencentes ao painel.

A hmR – Health Market Research é uma Companhia multinacional de origem portuguesa fundada em 2009, especializada na geração de conhecimento e serviços de consultoria para a indústria da saúde, atualmente com presença em Portugal, Espanha, Irlanda e Alemanha.

 

 

 

Alimentação
Contribui para a manutenção da saúde cardiovascular, ajuda a reforçar o sistema imunitário e é ainda
Taça e nozes do brasil em cima de mesa

O selénio

O selénio é um micronutriente – oligoelemento ou Trace Elements – presente na natureza, tanto no solo como nos alimentos. Nestes últimos pode existir de forma natural, enriquecido nos mesmos ou sob a forma de suplementos.

O selénio existe em duas formas: inorgânica (selenato e selenito) e orgânica (selenometionina e selenocisteina). Ambas as formas podem ser boas fontes alimentares de selénio.

Os solos contêm selénio na sua forma inorgânica que são acumulados nas plantas e convertidos na sua forma orgânica. A maior parte do selénio encontra-se sob forma orgânica nos tecidos animais e humanos, onde pode ser incorporada nas proteínas do organismo, para a biossíntese de selenoproteínas, uma classe de enzimas responsável por alguns processos metabólicos importantes no organismo.

Principais benefícios

O selénio é um micronutriente essencial para o organismo humano com várias funções importantes:

Na reprodução: participa na normal espermatogénese;

No normal metabolismo da hormona tiroideia;

Na síntese de DNA;

No sistema imunitário: proteção contra danos e infeções oxidativas, através da sua ação antioxidante juntamente com a vitamina E.

Doses recomendadas

A dose diária recomendada de selénio é de 55µg/dia para as mulheres, homens e adolescentes. Já para as crianças os valores variam entre 20 e 30µg/dia. As necessidades de selénio encontram-se resumidas na tabela seguinte:

Os dados da Total Diet Study da Food and Drug Administration demonstraram que a ingestão média estimada em adultos e crianças foi superior às doses diárias recomendadas. As dietas fornecem diariamente quantidades suficientes de selénio para prevenir qualquer carência e promover a saúde.

A maioria da população Americana ingere uma quantidade adequada de selénio. De acordo com um estudo de 2009 – 2010 National Health and Nutrition Examination Survey (NHANES), a média diária de ingestão de selénio para a população com mais de 2 anos, exclusivamente através dos alimentos foi de 108,5µg, e da conjugação entre alimentação e suplementação foi 120,8µg.

Nos Estados Unidos, 18 a 19% da população utiliza suplementação que contenha selénio.

Principais fontes alimentares

As concentrações de selénio no organismo são influenciadas pela ingestão alimentar e por sua vez pelo meio ambiente. O selénio é um mineral que existe na natureza, tanto no solo como nos alimentos. O teor de selénio nos alimentos é variável consoante os níveis do nutriente presente no solo de cada região do país, onde o alimento foi cultivado. A quantidade de selénio presente na água não é significativa e é, também, variável consoante o solo do país.

As principais fontes alimentares identificadas pelo Total Diet Study da Food and Drug Administration são os alimentos de origem animal. As principais fontes de selénio são os frutos do mar e as miudezas. Outras boas fontes são as carnes, peixe, ovos, cereais, frutos secos oleaginosos e lacticínios. As frutas e legumes são pobres em selénio.

O teor de selénio no leite materno é influenciado diretamente pela ingestão materna de selénio. A concentração plasmática de selénio em bebes alimentados com fórmulas artificiais é inferior à dos bebés alimentados com leite materno.

Por norma, os rótulos alimentares não apresentam a quantidade de selénio que o alimento possui. Um alimento considerado uma boa fonte de selénio quando possui mais de 20% da dose diária recomendada.

Carência de selénio: sintomas

A deficiência de selénio é rara, apesar da variação na ingestão através dos alimentos.

A carência de selénio pode ocorrer devido a diversos fatores como:

  • Pobreza do solo cultivado;
  • Hábitos alimentares incorretos: dietas restritivas, excessiva ingestão de alimentos refinados, processados, ingestão de alimentos cultivados em solos pobres em selénio, ingestão proteica deficitária;
  • Causas fisiológicas/fisiopatológicas do indivíduo como problemas de mal absorção, diarreia prolongada, excreção aumentada através da urina, insuficientes renais em hemodiálise, doenças gastrointestinais;
  • Aumento da necessidade de selénio durante a gravidez, no período de amamentação e no período menstrual.

A deficiência de selénio produz alterações bioquímicas que podem predispor os indivíduos com outro fator de stress a desenvolver certas patologias:

  • Pode contribuir para a carcinogénese. Sabe-se que alguns doentes com alguns tipos de cancro têm baixas concentrações séricas de selénio, contudo os mecanismos ainda não foram estabelecidos;
  • Os doentes com cirrose possuem baixas concentrações plasmáticas de selénio, o que pode predispô-los ao cancro;
  • Uma deficiência de selénio combinada por exemplo com uma infeção viral pode conduzir à doença de Keshan, uma cardiomiopatia comum na China;
  • A deficiência de selénio está associada a infertilidade masculina e feminina;
  • Poderá interferir na doença de Kashin-Beck, um tipo de osteoartrite que ocorre em certas áreas em que haja uma baixa ingestão de selénio da China, Tibete e Sibéria;
  • A deficiência em selénio pode exacerbar a deficiência de iodo, aumentando o risco de cretinismo em lactentes;
  • Estudos recentes também permitem uma correlação entre níveis baixos de selénio e hipertensão, dislipidemia e arteriosclerose.

Toxicidade

O limite superior de ingestão de selénio são 400µg/dia para os adultos. A ingestão superior a esta quantidade é tóxica, podendo causar a seguinte sintomatologia: perda/fragilidade de cabelo e unhas, náuseas, diarreia, erupções cutâneas, dentes manchados, fadiga, irritabilidade, enfarte do miocárdio, rigidez muscular, tremores, tontura, rubor facial, insuficiência renal, insuficiência cardíaca e, em casos raros, morte.

Os sinais iniciais da ingestão excessiva são um hálito a alho e um gosto metálico na boca.

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Cuidados
O verão traz consigo um maior risco de infeções dos pés, de elevado grau de contágio, como é o caso

O pé de atleta é uma infeção provocada pelos denominados fungos “dermatófitos” e pode transmitir-se facilmente através do contacto com superfícies ou objetos contaminados. Chuveiros públicos, piscinas e balneários são locais onde é frequente contrair esta infeção. Para além disso, a partilha de objetos pessoais, como calçado, toalhas, lençóis e roupa, é também um comportamento de risco que deve ser evitado.

Existem três tipos principais de pé de atleta: o vesicular, a forma mais grave e menos comum, em que se formam pequenas bolhas no dorso (peito) e na planta do pé, que podem rebentar e causar feridas; a forma plantar, que afeta, como o próprio nome indica, a planta do pé, mas também o calcanhar e a zona lateral; e o interdigital, o tipo mais comum, que ocorre nos espaços entre os dedos.

Estima-se que cerca de 15 a 25 por cento da população já tenha desenvolvido pé de atleta pelo menos uma vez na vida. Os desportistas são o grupo em que a infeção regista maior incidência, uma vez que utilizam balneários e chuveiros públicos com maior frequência.

Para prevenir este problema, a primeira recomendação passa por proteger-se enquanto utiliza os espaços referidos anteriormente. Para isso ser possível, evite andar descalço nestes ambientes, optando por utilizar chinelos ou sandálias.

Para além disto, tenha sempre o cuidado de:

  • secar muito bem os pés, especialmente entre os dedos;
  • lavar frequentemente as toalhas;
  • usar meias limpas todos os dias e mudá-las, se estiverem húmidas ou depois de fazer desporto;
  • optar por calçar meias de seda, lã ou algodão com extratos de algas e sais de prata, pois proporcionam elevado conforto e proteção ativa para os seus pés, sendo também indicadas para quem apresenta excessiva transpiração (fator proporcionador do desenvolvimento de fungos e bactérias).

Mas não se deixe enganar se pensa que os cuidados se aplicam somente fora de casa.

Quando estiver no conforto do seu lar: tire os sapatos e deixe os pés “respirar”; lave frequentemente as toalhas; e, sempre que possível, calce sandálias ou sapatos feitos de materiais orgânicos sustentáveis, tais como cascas de maçã orgânica e cortiça (o couro e a lona também são boas opções).

Como em qualquer problema de saúde, uma deteção precoce é essencial para um tratamento mais fácil, rápido e eficaz. Esteja atento aos sintomas e não os ignore! São eles a comichão, vermelhidão, inflamação, descamação da pele, fissuras, mau cheiro, pele esbranquiçada e frágil e pele mais dura e grossa na planta do pé.

Uma vez adquirida a infeção, tenha cuidado com os outros, de forma a evitar a sua propagação. Mantenha os pés protegidos, lembre-se de usar toalhas diferentes para os pés e lave sempre as mãos depois de aplicar qualquer medicamento, para que a infeção não passe para outras partes do corpo.

Atualmente, a ozonoterapia podal é um dos métodos terapêuticos mais eficazes no tratamento do pé de atleta. Através da colocação de uma bolsa de ozono, o paciente começa rapidamente a sentir melhorias ao nível do alívio dos sintomas.

Caso detete alguns dos sintomas de pé de atleta, consulte um podologista, para que este possa fazer um correto diagnóstico e avaliar qual o tratamento mais adequado para si.


Dra. Fátima Carvalho - podologista responsável pelo Centro Clínico do Pé de Amarante

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Nutricionistas
Ao contrário do que foi anunciado, os nutricionistas não chegam à população mais vulnerável. A falta de nutricionistas no setor...

Esta sexta-feira, 09 de agosto, assinala-se um ano desde que a Assembleia da República recomendou ao Governo a presença obrigatória de nutricionistas nas instituições do setor social e solidário. 365 dias volvidos não foi registada nenhuma alteração e a Ordem dos Nutricionistas lamenta a falta destes profissionais junto de um grupo vulnerável da população.
                                                                                                                         
Neste sentido, a Ordem dos Nutricionistas fez chegar ao Ministro do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social, Vieira da Silva, uma carta na qual questiona a concretização da recomendação.
 
“Só podemos apresentar cartão vermelho ao Governo, pois não cumpriu com a recomendação da Assembleia da República. O retrato do estado nutricional dos idosos nos lares é preocupante, uma vez que cerca de metade estão em risco de malnutrição. Urge garantir a intervenção de nutricionistas junto desta população mais vulnerável, de modo a que possam contribuir para a inversão dos problemas de saúde que afetam este grupo da população”, salienta Alexandra Bento, Bastonária da Ordem dos Nutricionistas.
 
Atualmente cerca de 21% da população portuguesa tem mais de 65 anos de idade e, segundo dados recentes, 15% dos idosos estão em risco de desnutrição; 39% são obesos; mais de um quarto tem diabetes; e 70% dos idosos inscritos nos centros de saúde em Portugal sofre de hipertensão. De notar que 4,8% dos idosos em lares estão em situação de desnutrição e 38,7% em risco de malnutrição, comparativamente aos 0,6% e 16,9%, respetivamente, dos idosos não institucionalizados.
 
A Ordem dos Nutricionistas defende que só com a presença de nutricionistas nestas instituições é possível definir uma alimentação adequada aos utentes, tendo em conta as necessidades e características individuais de cada um.
 
Os idosos são considerados uma população vulnerável pelas diversas características que decorrem do natural processo de envelhecimento e para Alexandra Bento “o país tem a obrigação de os cuidar com especial atenção”.
 

Campanha
A Associação de Profissionais Licenciados de Optometria (APLO) está a sensibilizar a população para a importância dos cuidados...

Segundo Raúl de Sousa, presidente da APLO, “o lançamento desta campanha surge da necessidade de alertar as pessoas para as principais condições visuais e doenças oculares, bem como para as vantagens de realizar consultas da visão regularmente, sendo o seu principal benefício a deteção e tratamento precoces de diversos problemas da visão”.

Sobre a escolha das autarquias como ponto estratégico de divulgação desta campanha,  a APLO refere que “estas representam um ponto de contacto próximo com as populações locais, entre elas a população idosa, que atualmente representa um grupo de risco para o desenvolvimento de doenças como as cataratas, o glaucoma ou a degeneração macular relacionada com a idade, para além do facto de todos necessitarem de óculos para melhorar a visão devido à presbiopia ou dificuldade em visão de perto, que surge normalmente após os 45 anos”.

Por outro lado, acrescenta, “as escolas tornam-se pontos cruciais de promoção da saúde pública, onde se deve apostar fortemente na sensibilização das crianças e jovens, mas também dos professores e encarregados de educação, por forma a estarem atentos aos sinais de alerta para condições visuais que surgem, normalmente, nas primeiras duas décadas de vida, tais como a miopia, a hipermetropia, o astigmatismo, entre outras”.

Esta campanha, que é apresentada com o mote “Uma boa visão exige o olhar de um profissional”, visa também promover o papel dos optometristas na prestação de cuidados primários da saúde da visão, sendo estes normalmente o primeiro ponto de contacto para a população que sofre de problemas da visão.

Estudo
Estudos acerca do potencial terapêutico de metodologia inovadora que consiste na administração de células estaminais...

Um estudo recentemente publicado reporta melhorias na função ovárica e na fertilidade em modelo animal de insuficiência ovárica prematura, após tratamento com UC-MSC. Mais concretamente, nos animais submetidos a quimioterapia que desenvolveram insuficiência ovárica prematura, a administração destas células estaminais melhorou os níveis hormonais e o número de folículos (que levam à libertação de óvulos para fecundação), com consequente aumento da fertilidade. O estudo mais detalhado dos mecanismos envolvidos revelou que a administração de UC-MSC permite a sobrevivência das células dos ovários, bem como o desenvolvimento dos folículos.

“Em doentes do sexo feminino, um dos problemas que pode surgir após quimioterapia para tratamento do cancro é a alteração da função ovárica, com consequente perda de fertilidade. Os danos causados podem originar insuficiência ovárica prematura e a ausência de ovulação característica desta doença leva a que estas mulheres se debatam com problemas de infertilidade”, lembra Bruna Moreira, Investigadora do Departamento de I&D da Crioestaminal.

“Estudos como este são importantes para responder à necessidade de desenvolver novos tratamentos capazes de restaurar a fertilidade nestas mulheres”, acrescenta.

Os resultados obtidos neste estudo estão em condordância com outros anteriormente publicados, o que indica que o tratamento com células estaminais obtidas a partir de tecido do cordão umbilical poderá vir a constituir uma alternativa eficaz no tratamento de insuficiência ovárica prematura. A realização de ensaios clínicos será determinante para o desenvolvimento deste tratamento inovador.

 

Entrevista
Não se sabe ao certo quantos doentes existem em Portugal.

O que são as Doenças Congénitas da Glicosilação? E qual a sua incidência? Em Portugal quantos doentes existem?

Os defeitos congénitos da glicosilação são doenças metabólicas, raras e hereditárias, sendo atualmente conhecidos cerca de 130 tipos diferentes. São doenças complexas que, por norma, atingem mais do que um órgão, com uma grande heterogeneidade entre si.

Não se sabe a real prevalência deste grupo de doenças, que está claramente subdiagnosticado, mas estima-se que na Europa é de 0,1-0,5/100.000, enquanto que em Portugal existem cerca de 90 doentes diagnosticados.

Como se diagnosticam os defeitos congénitos de glicosilação?

O diagnóstico dos defeitos congénitos da glicosilação é um desafio, dado a grande variabilidade de manifestações e a ausência de um exame diagnóstico global e único. Muitas vezes é utilizado um teste de rastreio, a focagem isoelétrica de transferrina, mas que apenas é positivo em cerca de metade dos casos. Assim, a suspeição clínica é fundamental, devendo ser equacionado como hipótese diagnóstica em qualquer quadro clínico inexplicado.

 E como ocorrem estes defeitos?

A nível das células, um grande número de proteínas e de lípidos encontra-se ligado a cadeias de açúcares, chamados glicanos, que são importantes para a aquisição da sua forma, estabilidade e funcionamento, nomeadamente na interação com outras moléculas. A este processo designa-se glicosilação.

Nestas doenças ocorre um erro genético que altera a síntese e acoplamento dos glicanos. Como as glicoproteínas e glicolípidos finais têm localizações e funções muito diferentes dentro das células, dependendo do defeito e, consequentemente do tipo e número de glicoproteínas/glicolípidos afetados, podemos ter doenças com vários órgãos atingidos.

Tratando-se de patologias que atingem vários órgãos e sistemas, quais os sintomas mais frequentes? Que sinais podem indicar a presença destas doenças?

De uma forma geral, o atingimento neurológico é o mais frequente (por exemplo ataxia, alteração do tónus muscular, atraso do desenvolvimento ou epilepsia), mas pode não estar presente. É também comum o envolvimento oftalmológico, esquelético e hepático.

Existe ainda um conjunto de manifestações clínicas sugestivas deste grupo de doenças, nomeadamente dismorfias faciais típicas, a presença de mamilos invertidos, estrabismo e a distribuição anormal da gordura corporal. Muitos doentes apresentam também alterações analíticas associadas à hipoglicosilação, que são pistas diagnósticas (por exemplo a diminuição de alguns factores da coagulação) e alterações na ressonância magnética cerebral (por exemplo a hipoplasia do cerebelo).

A partir de que idade podem ser diagnosticadas?

Podem ser diagnosticadas em qualquer idade, desde o nascimento até à idade adulta.

Há, no entanto, casos que podem ser detetados em idade adulta. Porque é que isto acontece?

Muitas vezes são casos em que os doentes apresentam sintomas mais ligeiros ou não típicos, o que dificulta o diagnóstico.

Quais os principais desafios no que diz respeito ao diagnóstico?

A ausência de um marcador bioquímico específico que possa ser usado para rastreio em todos os tipos de defeitos congénitos de glicosilação e a grande variabilidade clínica.

Que exames são necessários para se obter o diagnóstico definitivo da doença? Podem ser realizados em qualquer unidade hospitalar ou há centros de referência específicos?

O diagnóstico definitivo da doença passa maioritariamente por estudos genéticos que são realizados em laboratórios específicos, muitas vezes trabalhando em rede com outros centros especializados de vários países.

Tratando-se de doenças altamente incapacitantes, com elevada taxa de mortalidade pediátrica e com um impacto negativo na qualidade de vida dos doentes, qual a importância do diagnóstico precoce? Faz diferença o momento em que são diagnosticadas?

Mesmo quando não existe um tratamento específico para a doença, o diagnóstico precoce permite um melhor acompanhamento do doente, com uma intervenção multidisciplinar, ajustada ao seu quadro clínico e comorbilidades. Por outro lado, conhecendo qual a patologia em causa e qual a sua evolução clínica habitual, podemos antecipar e tentar evitar o aparecimento de novas complicações.

Quais as principais complicações associadas a estas doenças?

Depende de quais os órgãos atingidos. Algumas complicações neurológicas comuns são a ataxia, que causa má coordenação dos movimentos dos membros e dificuldades na marcha, epilepsia, o atraso de desenvolvimento e dificuldades de aprendizagem. São ainda frequentes uma má evolução do peso, dificuldades alimentares, episódios de vómitos ou diarreia.

A probabilidade de haver episódios infeciosos em maior número ou mais graves, é maior em vários defeitos da glicosilação.

De referir ainda as alterações da coagulação, com maior tendência a eventos trombóticos ou hemorrágicos.

Existe tratamento para as Doenças Congénitas de Glicosilação? Quais os principais cuidados a ter?

Atualmente apenas estão disponíveis tratamentos para alguns tipos de defeitos congénitos da glicosilação, que incluem a suplementação dietética (por exemplo galactose no PGM1-CDG e manose no MPI-CDG) ou a transplantação de órgãos (por exemplo transplante hepático no MPI-CDG), havendo, contudo, a expectativa de que a investigação em curso possa permitir desenvolver novas terapêuticas.

Nos restantes casos, existem tratamentos dirigidos ao controlo dos sintomas e prevenção, que permitem melhorar a qualidade de vida dos doentes e seus cuidadores. Para isso, é fundamental que os doentes sejam acompanhados por uma equipa multidisciplinar e num centro com experiência no seguimento destas doenças.

Que cuidados complementares podem ser necessários na gestão das doenças?

Para além dos cuidados médicos, é necessário um apoio personalizado e com recurso a terapias adequadas, de forma a garantir que seja atingido o potencial máximo de cada criança. 

A integração na escola deve ser planeada e ajustada com um currículo individualizado e adaptada à realidade de cada criança.

No adulto, quando possível, deve ser apoiada e fomentada a integração a nível laboral, através de equipas multidisciplinares que além do apoio clínico nas diversas vertentes, garantam também o apoio social.

A formação e atualização das famílias e profissionais, através da organização de ações de formação e informação escrita sobre a doença é também de extrema importância.

No âmbito deste tema, que mensagem gostaria de deixar? Quais as principais recomendações?

As doenças congénitas da glicosilação são doenças raras, e o reduzido número de doentes, muitas vezes dispersos geograficamente, associado ao desconhecimento sobre este grupo de doenças, levanta muitas vezes entraves ao diagnóstico.

A divulgação através de redes/grupos de médicos e associações de doentes é fundamental para uma maior visibilidade e informação sobre este grupo de doenças, ajudando a que o diagnóstico seja mais precoce. Por outro lado, a partilha de informação sobre os mecanismos da doença, a história natural, variabilidade dos sinais e sintomas é fundamental para o sucesso e progressão da investigação científica e desenvolvimento de novas terapias.

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Nota: 
As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico, Enfermeiro, Farmacêutico e/ou Nutricionista.
Medicamentos
Mais de metade dos utentes deparou-se com algum tipo de indisponibilidade de medicamentos na farmácia, durante o último ano....

A indisponibilidade de medicamentos levou ainda 1,4 milhões (21,50%) de utentes a recorrer a consulta médica para alterar a prescrição. O recurso a estas consultas causou elevados custos quer para o sistema de saúde (35,3M€ a 43,8M€), quer para o utente (2,1M€ a 4,4M€). As regiões mais desertificadas e economicamente mais desfavorecidas do interior do país são as que registam mais ocorrências deste tipo.

A população do distrito de Beja surge no estudo como uma das mais prejudicadas, registando o maior número de pessoas obrigadas a interromper o tratamento devido à falta de determinados fármacos: 9,30%, quase o dobro da média nacional (5,70%).

Enquanto a média nacional é de 21,50%, em Bragança o valor atinge os 31,17% e regiões como Viseu, Beja e Guarda rondam os 30%.

Os inquéritos para o relatório sobre o “Impacto da Indisponibilidade do Medicamento no Cidadão e no Sistema de Saúde”, da CEFAR, foram realizados na primeira semana de abril deste ano e contaram com a participação de utentes de 2.097 farmácias em Portugal.

 

 

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