Congresso
45% dos nutricionistas a trabalhar no SNS estão integrados na carreira de Técnico Superior de Saúde; 37% como Técnicos de...

Após o primeiro congresso de nutrição sem recurso a patrocínios da indústria, a Ordem dos Nutricionistas repete a iniciativa, que está já agendada para os próximos dias 21 e 22 de março, na Culturgest, em Lisboa.

“Provámos que era possível fazer um grande congresso sem que, para isso, tivéssemos de recorrer a qualquer patrocínio. Contribuímos para o debate, ao mais alto nível, em torno da alimentação e nutrição. Por isso, temos a obrigação de repetir a iniciativa, com uma forte aposta em conferencistas de referência nacional e internacional”, sustenta Alexandra Bento, bastonária da Ordem dos Nutricionistas.

Durante os dois dias do Congresso da Ordem dos Nutricionistas serão discutidas questões, como por exemplo; “Padrões alimentares sustentáveis para o futuro”; a “Alimentação e a pegada ecológica em Portugal”; os “Desafios dos nutricionistas no mundo”; a “Alimentação como um aliado da saúde pública”; “As funções dos governos nas políticas económicas em nutrição”, “Desertos alimentares” e “Ambiente obesogénico em áreas urbanas portuguesas”.

Em 2019, a dimensão internacional continua a ser uma forte aposta, reunindo nomes incontornáveis do sector, como por exemplo a académica Marion Nestle, catedrática e ex-directora do Departamento de Nutrição, Estudos de Alimentação e Saúde Pública na Universidade de Nova Iorque que vem apresentar o tema “How food companies skew the science of what we eat”.

De regresso está também o “Prémio Mérito Jovem Nutricionista”, iniciativa lançada no I Congresso da Ordem que pretende distinguir jovens que se destacam na investigação e empreendedorismo do sector.

A Ordem pretende também que este congresso sirva para voltar a colocar em cima da mesa a criação da carreira de nutricionista, o que permitirá a regularização da dispersão destes profissionais, que atualmente se encontram distribuídos por três carreiras distintas e inadequadas – Técnico Superior de Saúde; Técnico Superior e Técnico de Diagnóstico e Terapêutica. “Temos grandes expectativas que este Governo regularize a situação, garantindo que todos os nutricionistas a trabalhar no Serviço Nacional de Saúde estejam em igualdade de circunstâncias”, sustenta Alexandra Bento.

Recorde-se que 45% dos nutricionistas a trabalhar no SNS estão integrados na carreira de Técnico Superior de Saúde; 37% como Técnicos de Diagnóstico e Terapêutica; e 17% como Técnicos Superior. Apesar da mesma carga horária, as mesmas funções e competências, estes profissionais estão integrados em diferentes carreiras, o que despoleta disparidades injustificadas.

Destinado a nutricionistas, estudantes, profissionais de saúde, responsáveis governamentais e a todos aqueles que, direta ou indiretamente, trabalham com a alimentação e nutrição, este será o II Congresso com assinatura da Ordem dos Nutricionistas, a instituição que regula a profissão, que volta a contar também com o Alto Patrocínio do Presidente da República.

Associações
A Plataforma de Impacto Social da Dor na Sociedade Portuguesa (SIP Portugal) promoveu uma reunião com oito empresas de...

“Nesta reunião verificámos que já há empresas portuguesas a desenvolver um conjunto de boas práticas para melhorar a empregabilidade dos seus colaboradores, mas que ainda há um longo caminho a percorrer e é preciso incidir os nossos esforços na formação e consciencialização dos recursos humanos, não só das grandes empresas como das micro e pequenas, e ao mesmo tempo estimular a possibilidade de criação de grupos de suporte para as pessoas com dor crónica dentro das entidades patronais, sem prejudicar o horário de trabalho, o empregado e o empregador”, explica Ana Pedro, presidente da Associação Portuguesa para o Estudo da Dor e Coordenadora da SIP Portugal.

A reunião contou com a presença das empresas Delta Saúde, Grünenthal, Grupo Nabeiro, Novabase, Novartis, Rádio e Televisão de Portugal, Santa Casa da Misericórdia de Lisboa e Teleperformance.

“Vamos agora, em conjunto, delinear estratégias de atuação, com caráter de urgência, para promover uma maior aproximação às pequenas empresas, mas também às Sociedades científicas que representam áreas como a Medicina do Trabalho”, conclui Ana Pedro.

Das medidas apresentadas, destacam-se: a adaptação e flexibilidade nos empregos com horário completo diurno, por turnos, em período noturno e/ou com turnos irregulares que variam entre noite e dia; a adaptação do posto de trabalho e promoção de condições ergonómicas; a possibilidade de realizar o trabalho a partir de casa; a aposta na formação e consciencialização sobre a problemática da dor em contexto laboral mas também o alerta para o estigma, discriminação e coação no trabalho; a possibilidade de criação de um grupo de suporte para pessoas com dor crónica dentro de uma empresa, sem prejudicar o horário de trabalho, o empregado e o empregador.

A SIP Portugal reúne atualmente 11 Associações portuguesas: Associação Atlântica de Apoio ao Doente Machado-Joseph - AAADMJ, Associação de Doentes com Lúpus, Associação de Doentes “Da Dor para a Dor”, Associação de Doentes de Dor Crónica dos Açores - ADDCA, Myos - Associação Nacional Contra a Fibromialgia e Síndrome de Fadiga Crónica, Associação Portuguesa de Jovens com Fibromialgia - APJOF, Associação Portuguesa de Neuromusculares - APN, Associação Portuguesa Para o Estudo da Dor - APED, Força 3P - Associação de Pessoas com Dor, Liga Portuguesa Contra as Doenças Reumáticas - LPCDR e Sociedade Portuguesa de Esclerose Múltipla - SPEM.

Estudo
A presença de açúcares naturais nos sumos de fruta 100% tem levantado algumas questões, nomeadamente em relação a doenças...

Novos estudos têm demonstrado efeitos neutros ou positivos do sumo de fruta 100% sobre o peso corporal. Recentemente1, 78 pessoas obesas foram integradas num estudo randomizado onde beberem 500 ml de sumo de laranja 100% ou de uma bebida de controlo diaramente durante 12 semanas como parte de uma dieta com baixo consumo de energia. Ambos os grupos perderam quantidades semelhantes de peso, mas a ingestão de vitamina C e folato aumentou em 62% e 39% no grupo que bebeu sumo de laranja 100%. Foram observadas melhorias significativas no perfil de insulina e lipídico no grupo que consumiu sumo de laranja 100% em comparação com o grupo de controlo.

Noutro estudo randomizado cruzado2 na Alemanha, os resultados revelaram que beber sumo de laranja 100% à refeição levou a uma pequena diminuição na massa gorda média de -0,3 kg.

Diferenças entre os sumos de fruta 100% e as restantes bebidas açúcaradas

Um novo estudo cruzado3 investigou os efeitos do sumo de laranja 100% e bebidas açucaradas em diferentes parâmetros da saúde metabólica. O estudo revelou que beber sumo de laranja 100% diariamente leva a um melhor controlo glicémico, provavelmente devido ao seu índice glicémico surpreendentemente baixo em comparação com as bebidas açucaradas (50 para sumo de laranja e 63 para as bebidas açucaradas). Os níveis de potássio sérico, que sustentam a pressão arterial normal, permaneceram os mesmos. Os níveis médios de ácido úrico no sangue diminuíram, sugerindo um menor risco de gota. De acordo com o Prof. Dr. Reinhold Carle da Universidade de Hohenheim: “A nossa perceção destes resultados é que se devem ao complexo perfil nutricional do sumo de laranja 100%. Além de altos níveis de potássio e folato, o sumo de laranja tem um alto teor de vitamina C e é uma valiosa fonte de flavonóides como a hesperidina e narirutina”.

Para se melhor compreender como os sumos de fruta 100% e as bebidas açucaradas afetam o corpo humano, um conjunto de estudos comparou os sumos de fruta 100% com bebidas de controlo (normalmente adoçadas), observando o risco de diabetes tipo 2, lipidos no sangue ou ganho de peso. Uma meta-análise4 de 4 cohortes de adultos descobriu que beber sumos de frutas com adição de açúcar está intimamente ligado a um aumento do risco de diabetes tipo 2, enquanto beber sumo de fruta 100%, que contém apenas açúcares naturais, não acarreta esse risco. Outro estudo5, sugeriu que o sumo de laranja 100% pode estimular a transferência de colesterol livre para o colesterol da lipoproteína de alta densidade, o que ajuda a manter a saúde normal do coração.

As diferenças

De acordo com a lei europeia é proibido que os sumos de fruta 100% contenham quaisquer açúcares adicionados6. A percepção contrária levou a que os sumos de fruta 100% fossem categorizados no grupo das bebidas açucaradas. Os estudos de Hohenheim têm realçado algumas descobertas importantes, nomeadamente que os sumos de fruta 100% são mais ricos em micronutrientes, contendo potássio, vitamina C e folato, flavanonas bioativas, como hesperidina e narirutina, que têm sido positivamente associadas aos efeitos na saúde metabólica.

 

A compilação destes estudos foi efetuada no âmbito do Programa Fruit Juice Matters da AIJN – Associação Europeia de Sumos de Fruta. Todos os esforços foram feitos para garantir a verificação da informação. A documentação produzida pelo Programa destina-se apenas a profissionais de saúde e está disponível no site Fruit Juice Matters (https://fruitjuicematters.pt/pt).
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[1] Ribeiro C et al. (2017) Orange juice allied to a reduced-calorie diet results in weight loss and ameliorates obesity-related biomarkers: A randomized controlled trial. Nutrition 38:13-19.

2 Hägele FA et al. (2018) High orange juice consumption with or inbetween three meals a day differently affects energy balance in healthy subjects. Nutr Diab 8: 19-27.
3 Büsing FA et al. (2018) High intake of orange juice and cola differently affects metabolic risk in healthy subjects. Clin Nutr: in press https://www. clinicalnutritionjournal.com/article/S0261-5614(18)30093-1/fulltext.
4 Xi B et al. (2014) Intake of fruit juice and incidence of type 2 diabetes: a systematic review and meta- analysis. PLoS ONE 9: e93471.
5 Cesar TB et al. (2010) Orange juice decreases low-density lipoprotein cholesterol in hypercholesterolemic subjects and improves lipid transfer to high-density lipoprotein in normal and hypercholesterolemic subjects. Nutr Res 30(10):689-94.
6 European Parliament and of the Council (2012) Fruit juice directive.
http://eur lex.europa.eu/LexUriServ/LexUriServ.do?uri=OJ:L:2012:115:0001:0011:EN:PDF.

Estética
Apesar de ser um mercado em crescimento no nosso país, a cirurgia plástica é um setor que ainda tem

Assim que acordar vou estar diferente

Talvez o maior mito e simultaneamente o desejo de muitas mulheres que passam por este processo: resultados imediatos. “Na rinoplastia, por exemplo, no segundo mês pode ver 90% dos resultados, mas só se pode considerar o resultado final após 18 meses. Na cirurgia de aumento mamário, este período passa para seis meses. Apesar de cada cirurgia ter prazos diferentes, os resultados nunca são imediatos.” 

Toda a gente vai notar

Eu costumo dizer que a boa cirurgia plástica é invisível”. “Há muita gente que acha que certas pessoas envelhecem muito bem naturalmente, no entanto, essas pessoas vão antes fazendo tratamentos de manutenção, de forma a evitar grandes procedimentos e grandes mudanças na fisionomia”.

Se colocar botox não vou conseguir mexer a cara

Os injetáveis, como botox ou ácido hialurónico, criam um look natural e fresco, não sendo óbvio que a pessoa fez este tipo de tratamento. Quando administrados por um profissional, dão melhorias subtis, que promovem o ar jovial. Estes procedimentos apenas devem ser efetuados por um cirurgião plástico.

Vou ter imensas cicatrizes / não vou ter cicatriz nenhuma

As cicatrizes dependem sempre do procedimento; no entanto, muitas vezes os doentes têm percepções erradas sobre a quantidade de cicatrizes que irão ter. “A cirurgia será sempre planeada de forma a deixar o mínimo de cicatriz possível. Apesar de se notar mais ao início, a partir do terceiro mês até o 18.º a cicatriz fica da cor da pele, o que faz com que fique bastante menos perceptível.

Não há necessidade de passar a noite na clínica/hospital

Vários doentes têm receio de passar a noite na clínica ou hospital onde fazem a cirurgia, querendo imediatamente o conforto das suas casas; no entanto, passar a primeira noite pós-cirurgia num local com profissionais de saúde é bastante mais seguro. Há excepções a esta regra, em que o doente pode ir para casa no próprio dia, mas deve ser o médico a aconselhar cada caso individualmente.

A anestesia geral é muito pesada

Na realidade, a cirurgia plástica efetuada com recurso a anestesia geral é um procedimento mais seguro do que com qualquer outro tipo de sedação. O anestesista está presente durante toda a duração da cirurgia, e é usada menos quantidade de sedativo no doente.

Os homens não fazem cirurgia plástica

Os homens já representam cerca de 20% dos meus clientes”. As cirurgias mais procuradas são lipoaspiração (principalmente para tratar a barriga, e a ginecomastia, ou mama masculina), e tratamentos de rejuvenescimento. São procedimentos feitos com o objetivo de parecer mais energéticos, dinâmicos, para se sentirem mais confiantes e também para conseguirem competir no mercado de trabalho.

Enquanto vários mitos podem ainda estar associados a este ramo, a cirurgia plástica é uma excelente forma de tratar algo com que a pessoa se sente incomodada, seja por motivos estéticos ou funcionais. Ajuda ainda a manter a aparência jovem, e prevenir sinais de envelhecimento, ao fazer manutenção antes dos primeiros sinais aparecerem.


Dr. Luiz Toledo – Especialista em cirurgia plástica e estética

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Nota: 
As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico, Enfermeiro, Farmacêutico e/ou Nutricionista.
Investigação
Na vulgar alface-do-mar pode estar a solução para limpar águas contaminadas pela indústria e pelo consumo doméstico. Uma equipa...

“A remoção alcançada com a alga que temos testado para remover da água, entre outros elementos, arsénio, mercúrio, cádmio e chumbo, é muito elevada”, congratula-se Bruno Henriques, o investigador do Centro de Estudos do Ambiente e do Mar (CESAM) e do Departamento de Química (DQ) da Academia de Aveiro, que garante que, comparativamente a outros materiais, naturais ou sintéticos, usados hoje correntemente para o mesmo efeito, a taxa de sucesso da alface-do-mar “é superior”.

Por isso, o investigador considera que “estas algas são uma alternativa eficiente, pois removem percentagens elevadas de contaminantes num período curto de tempo, a metodologia é económica e mais ecológica do que os métodos ‘clássicos’ para a remoção destes elementos, que são menos eficazes e, muitas vezes, mais caros, o que se traduz em baixo custo-benefício”.

O estudo da UA indica que cada grama de alga consegue remover em simultâneo 120 microgramas de mercúrio, 160 microgramas de cádmio, 980 microgramas de chumbo, 480 microgramas de crómio, 660 microgramas de níquel, 550 microgramas de arsénio, 370 microgramas de cobre e 2000 microgramas de manganês.

Estes elementos químicos, explica o investigador, apesar de se denominarem de ‘clássicos’ continuam a ser atualmente “muito usados por várias indústrias e a sua presença no ambiente causa impactos negativos, tais como toxicidade, observada mesmo para concentrações muito baixas”. Outros problemas associados a estes elementos “estão relacionados com o seu carater persistente no ambiente e facilidade em se bioacumularem nos tecidos dos organismos”.


A equipa responsável por esta investigação 

Algas cultivadas em locais contaminados

O segredo da grande capacidade de ‘limpeza’ pela alga explica-se através da sorção, processo através do qual a alface-do-mar consegue incorporar nos seus tecidos os contaminantes. O rápido crescimento destas algas, congratula-se Bruno Henriques, “contribui para que se consigam remover os contaminantes em cada vez maior quantidade, pois o crescimento da alga aumenta o número de locais de superfície aos quais estes elementos tóxicos se podem ligar”.

Assim, explica o investigador, “as algas poderão ser utilizadas para diminuir a contaminação de locais muito afetados por descargas destes elementos, através da introdução da alga no local a descontaminar se as condições forem adequadas ao seu crescimento ou cultivando algas num outro local e transportando estas para os locais a serem descontaminados”.

Além da remoção dos elementos tóxicos, os investigadores da UA asseguram que as alfaces-do-mar permitem reduzir também o teor de fosfatos e nitratos em águas e ao usarem dióxido de carbono como fonte de carbono, permitem reduzir a pegada de carbono.

O trabalho foi desenvolvido por uma equipa multidisciplinar da UA constituída por Eduarda Pereira, Joana Almeida, Bruno Henriques, Paula Figueira (na foto) e Ana Teixeira (investigadores do DQ, do CESAM, do CICECO - Instituto de Materiais de Aveiro e do Laboratório Central de Análises), e com a cooperação da Universidade do Porto e do Instituto Nacional de Saúde Dr. Ricardo Jorge.

Diabetes
Nos dias 12 e 13 de abril, a FPAD – Federação Portuguesa das Associações de Pessoas com Diabetes - vai promover o I Congresso...

O encontro, que vai ter lugar em Mêda, na Guarda, pretende abordar o tema Diabetes nas mais variadas vertentes, aliando sessões informativas a momentos de atividades práticas e ao debate associativo.

O presente e o futuro da doença, a prática de desporto e a sua compatibilidade com a diabetes, e os cuidados na alimentação são algumas das temáticas em destaque no Congresso.

A presença e participação das várias associações portuguesas dedicadas à área da diabetes vai promover o debate numa mesa redonda sobre o papel de cada uma na formação de um futuro melhor na Diabetes.

Entrevista
Maggie João, Medical Coach, entrevista Ana Elisabete Pires, Bióloga, Professora universitária e atua

O que é a neurofibromatose (NF)?

A Neurofibromatose inclui 3 doenças distintas, tanto em termos de causas como de manifestações clínicas:

  • Neurofibromatose tipo 1 (NF1), 
  • Neurofibromatose tipo 2 (NF2) e
  • Schawannomatose.

São doenças de origem genética, raras (varia entre 1/3.000 a 1/40.000 pessoas). Em 50% dos casos, as mutações podem também ser espontâneas (não herdadas dos progenitores) e predispõem os seus portadores para o aparecimento de tumores no sistema nervoso periférico ou central. Os tumores são em geral benignos, mas dependendo da sua localização e tamanho podem comprometer a vida.

Os sinais clínicos de cada uma destas doenças variam. No caso da NF1 os sinais clínicos aparecem na infância e são muito variáveis - desde a ocorrência de manchas café com leite na pele até neurofibromas plexiformes, gliomas das vias ópticas de baixo grau e displasias esqueléticas (entre outros).

Na NF2 e na Schawannomatose os sintomas aparecem mais tarde, em geral na terceira década de vida, e incluem surdez  (NF2) e dor neuropática (Schwannomatose). São doenças atualmente sem cura e, portanto, crónicas.

Quantos casos de NF existem atualmente em Portugal?

Estima-se  que existam cerca de 3.000 pessoas com NF1, ~250 com NF2 e ~250 com Schwannomatose.

Conte-nos sobre a história e a missão da APNF?

A APNF é uma associação sem fins lucrativos, uma Instituição Particular de Solidariedade Social (IPSS) que nasceu em 2000 e pretende ser um ponto de informação privilegiada, assim como contribuir para reduzir o mais possível o impacto da neurofibromatose na vida das pessoas que sofrem desta doença.

Desde 2004 que tem organizado anualmente um encontro com uma vertente clínica, científica (investigação) e social. Em 2007 organizou o 12º Encontro Europeu NF - Ciência e Cuidados, os Factos e em 2018 a então direção quis cessar funções. Havendo o risco de a APNF terminar, preparámos uma lista com um memorando de acordo com a missão da APNF e atualmente faço parte da Direção como vice-Presidente.

Quais são os objetivos desta direção para estes 4 anos?

Os objetivos desta direção são:

 Apoiar pacientes, familiares e amigos 

• Apoio caso-a-caso às pessoas que procuram a ajuda da APNF
• Dinamizar fortemente o website da APNF de modo a que tenha sempre informação atualizada e relevante

Divulgar a NF na sociedade

• Alertar a comunidade médica, docente e científica para esta doença rara e mobilizar os investigadores para desenvolver estratégias/produtos de cura para esta doença
• Minimizar o estigma associado à NF
• Desenvolver campanhas para contexto escolar

Contribuir para a descoberta de uma cura para a NF

• Convocação de empresas/ associações / hospitais / unidades de investigação para a causa da APNF
• Promoção da investigação para a cura da NF
• Promoção de projetos que melhorem a qualidade de vida dos pacientes.

Criar um centro multidisciplinar de NF em PT

• Curto prazo: ter um local onde médicos voluntários possam dar consultas/orientações
• Longo prazo: contribuir para criação de um centro multi-disciplinar onde os pacientes possam ser acompanhados e haja muito conhecimento prático disponível

A que projetos de investigação científica a APNF está ligada?

Queremos dinamizar a investigação e, atualmente, procuramos fundos para um projeto a ser desenvolvido pelo INSA-Porto, no grupo de Doenças Lisossomais de Sobrecarga liderado pela Doutora Sandra Alves. O projeto pretende ser uma prova de conceito de que a eliminação de uma parte do gene que tem uma determinada mutação patogénica pode resultar num melhor estado de saúde. De forma simplificada seria como tirar algumas palavras de uma frase, mas de modo a que a frase não perdesse o sentido inicial.

Qual a relação entre a APNF e outras associações similares estrangeiras?

A APNF faz parte da Associação NFPU - NeuroFibromatosis Patients United, recentemente criada. Quatro membros da direcção da APNF pertencem aos grupos de trabalho:

1 - Joint Materials (Theo Fernandes – Secretário da APNF),
2 - Organization of Care (Marta Amorim – Vogal da APNF),
3 - Awareness and Fundraising (Alexandre Vaz – Presidente da APNF) e
4 - Research (Ana Elisabete Pires - Presidente da APNF). 

Já passaram cerca de 10 meses desde que a vossa direção foi eleita. O que já se concretizou?

  • Participámos na reunião mundial sobre Neurofibromatose que aconteceu em Paris (em nov 2018).
  • Promovemos a angariação de novos sócios. Até ao momento atraímos 16 novos sócios.
  • Procurámos donativos. Estamos atualmente a organizar o 16º Encontro Anual da APNF que será dia 4 de maio.
  • Estamos a desenvolver esforços para obter um espaço para uma nova sede. Através da Atribuição de Apoios pelo Município de Lisboa temos em vista um espaço novo.
  • Estamos também muito comprometidos na criação de uma nova imagem, na criação e dinamização do website (www.apnf.pt) assim como do Facebook.
  • Criámos também uma folha informativa que iremos começar a enviar aos sócios de forma regular.
  • Estabelecemos uma parceria para elaboração de peças de joalharia com o novo logotipo da APNF.
  • Criámos uma parceria com o Grupo Moneris para realização de uma auditoria anual, externa e independente às nossas contas.
  • Estamos a definir um protocolo com uma Sociedade de Advogados para prestarmos apoio legal aos nossos associados, dado tratarem-se de doenças raras e crónicas.
  • Estamos mais ativos nos media: fomos entrevistados pelo CanalS+ no início de 2019 e agora este artigo na Atlas da Sáude.

Quais os benefícios existentes em se ser membro da APNF?

Têm na APNF um ponto de contacto com outros pares, algo fundamental para perceberem que não estão sozinhos sendo mais fácil trocar experiências e dicas. Neste sentido, estamos a planear eventos que juntem as pessoas, tornando-as membros de uma verdadeira comunidade. Na APNF, podem ter acesso a informação, ali centralizada, de forma rápida. Uma das mais-valias consiste na obtenção de informação sobre os médicos especializados nesta patologia que lhes estão geograficamente mais próximos. Estamos também a trabalhar num conjunto de protocolos com entidades e serviços vários no sentido de proporcionar descontos aos nossos associados.

Porém, a APNF não se pode limitar a benefícios para os sócios. Estes têm de ter a noção que uma associação deste tipo não funciona sem eles. Podem contribuir para o bem comum, com as suas quotas, os seus donativos, o seu tempo e as suas ideias. Só assim a NF poderá um dia ser curada.

Qual o impacto que a APNF pode ter na vida de pessoas com esta doença e na dos seus cuidadores?

A APNF por vezes recebe telefonemas, contactos de pessoas desesperadas e penso que as orienta um pouco nessa fase de stress. Depois ao longo dos anos temos vários momentos de encontro nomeadamente um Encontro Anual onde se procura partilhar um pouco das últimas novidades relativamente a terapêuticas, investigação, anunciar iniciativas que facilitem a gestão da doença, etc... Obviamente, a nossa esperança é que a APNF contribua para que um dia, estas pessoas possam viver uma vida completamente normal, sem as agruras/desvantagens causadas pela doença.

Como ser membro?

Podem dirigir-se à nossa página institucional (www.apnf.pt ) ou à nossa página de facebook (https://www.facebook.com/APNFpt/) e preencher a nossa ficha de inscrição.

Como cuidadora de 1ª linha, que conselhos pode dar a outros cuidadores no que diz respeito a esta doença?

No meu caso a minha criança tem NF1 e foi detectada muito cedo, pelo aparecimento de sinais clínicos bem visíveis - manchas café com leite. O diagnóstico foi depois confirmado por análise molecular após consulta de genética no Hospital D. Estefânia. Ao 1º ano de idade já estavámos a fazer uma Ressonância Magnética que revelou um glioma óptico bilateral exuberante. Pouco tempo depois começou a fazer quimioterapia. Fez 3 protocolos durante 4 anos. Atualmente está com 6 anos, está medicado com um medicamento biológico, muito mais preciso e seletivo e a nossa qualidade de vida melhorou imenso, no entanto, sem alívio das preocupações. Aos 6 anos de idade ainda há grande risco de crescimento de tumores. Aconselho muita vigilância, informação, resiliência, boa estrutura familiar, disponibilidade, paciência e companhia. É muito importante sermos acompanhados por quem realmente conhece a doença e não há muitos profissionais de saúde que correspondam a essa descrição. É bom sentir todos os dias que se está a fazer bem feito, o melhor possível.

Olhando para trás, para todo o caminho que já percorreu, como cuidadora de 1ª linha, que mensagem positiva quer deixar aos nossos leitores e a todos os que de alguma forma são impactados pela NF?

Quero partilhar que receber um diagnóstico destes é muito duro, e pede-nos uma grande transformação. É muito exigente lidar com todos os sintomas da doença, tratamentos, consultas, e a sua evolução, e faz-nos sentir todos os dias a insegurança e a fragilidade. O alívio é sentir que se está a fazer o caminho bem feito, estamos bem acompanhados pelos profissionais de saúde e estamos a dar o nosso melhor. Ser cuidadora de uma criança, é saber que estou presente, tanto nos bons como nos mais duros momentos, para que ela se sinta acompanhada, segura e confiante.

Qual a melhor forma de vos contactar?

Através do email: [email protected]; telefone: 960 173 375 ou facebook: https://www.facebook.com/APNFpt/

Conheçam os nossos objectivos e iniciativas em www.apnf.pt

E quem vos quiser ajudar, como o pode fazer?

Quem nos quiser ajudar será muito bem-vindo. Pode contribuir de várias maneiras, contribuindo com donativos ou dando a mão: com ideias para promover a Associação, com a sua competência como profissional, com contactos institucionais, com a sua cara e voz pela causa da APNF. O nosso desde já Muito Obrigada.

Maggie João - Medical Coaching

Foto: 
Nota: 
As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico, Enfermeiro, Farmacêutico e/ou Nutricionista.
Gripe
Todos os anos, entre 290 mil a 650 mil pessoas morrem por causa da gripe. Organização Mundial da Saúde quer reverter a situação.

A Organização Mundial da Saúde lançou este mês uma Estratégia Global contra o vírus da gripe até 2030. O objetivo é proteger a população de todos os países contra a doença.

O plano divulgado em Genebra prevê prevenir a gripe sazonal, controlar o alastramento dessa infeção dos animais para os seres humanos e ter os países “preparados para a próxima pandemia de influenza”.

Tedros Ghebreyesus, diretor-geral da OMS reforçou, em comunicado, que a ameaça da gripe pandémica está sempre presente.

O representante disse que há “o risco contínuo real de transmissão de um novo vírus influenza de animais para seres humanos que potencialmente causará uma pandemia”.

O chefe da agência declarou ainda “que a questão não é se haverá outra pandemia, mas quando vai acontecer”. Por isso, Ghebreyesus defende que é preciso vigilância e preparação porque “o custo de um grande surto de gripe superará em muito o preço da prevenção”.

A nova estratégia é considerada “a mais abrangente e ambiciosa” que a OMS já desenvolveu contra a gripe. O plano pretende proteger as populações, todos os anos, e ajudar a preparar para uma possível pandemia reforçando todos os programas de prevenção vigentes.

Uma das principais metas da OMS, quanto a esta matéria, é reforçar a capacidade dos países para a vigilância e a resposta a doenças, além do combate à gripe. A ideia é que todos os países tenham um programa adaptado sobre influenza, que apoie na preparação nacional e global para a segurança em saúde.

A OMS também quer alargar suas parcerias para impulsionar a pesquisa, a inovação e a disponibilidade de novas ferramentas globais contra a gripe que venham beneficiar todos os países. 

A agência destaca que a gripe continua a ser um dos maiores desafios de saúde pública, atingindo 1 bilião de casos por ano no mundo. Desses, de 3 mil a 5 milhões são graves, resultando em cerca de 500 mil mortes por doença respiratória.

A OMS recomenda a vacinação anual contra a gripe como a forma mais eficaz de prevenir a infeção. A imunização é especialmente recomendada a pessoas com maior risco de ter complicações graves da doença e profissionais de saúde.

Estudo
O cancro vai matar cada vez mais e o cancro do pulmão vai ser o principal responsável pelo maior número de mortes na Europa....

De acordo com um estudo, publicado esta semana na revista académica Annals of Oncology, o cancro do pulmão será o mais mortífero, prevendo-se que cause a morte de 280 mil pessoas.

A equipa liderada por Carlo La Vecchia, professor da Faculdade de Medicina da Universidade de Milão, em Itália, estima também que 360 mil mortes por cancro serão evitadas este ano.

Para chegar a estes números, a equipa de investigadores baseou-se nas taxas de mortalidade por cancro registadas na União Europeia, como um todo, incidindo este estudo nos seis maiores países (França, Alemanha, Itália, Polónia, Espanha e Reino Unido). Partindo destes seis países, os investigadores estabeleceram a taxa de mortalidade para todos os cancros e para dez cancros específicos (estômago, intestino, pâncreas, pulmão, mama, útero, ovário, próstata, bexiga e leucemias).

Para esta avaliação foram ainda analisados dados recolhidos pela Organização Mundial de Saúde de 1070 a 2014.

Os autores do estudo preveem ainda que o cancro da mama vai provocar mais 800 mortes comparativamente a 2014. O envelhecimento da população é apontado como a principal causa do aumento do número de cancros.

 

 

Estudo
As portuguesas têm o primeiro filho quase aos 30 anos. E embora a tendência de adiar o nascimento do primeiro filho seja quase...

As mulheres estão a ter o primeiro filho cada vez mais tarde. De acordo com os dados do Eurostat, a idade média em que as mulheres são mães pela primeira vez aumentou em todos os Estados-membros da União Europeia (UE). Se, em 2013, a média andava nos 28,7 anos, em 2017 já estava nos 29,1 anos. Nesta matéria, Portugal destaca-se por estar acima da média europeia, com as mulheres portuguesas a terem o primeiro filho aos 29,6 anos.

O adiar da chegada do primeiro filho é um fenómeno transversal a praticamente toda a União Europeia. Em Portugal, agora o nono país em que as mulheres são mães mais tarde, a idade média também tem vindo a avançar ao longo dos anos, apesar de nos últimos anos (de 2015 a 2017) ter sido estável, apenas com um aumento de 0,1.

Segundo os dados publicados pelo Gabinete de Estatísticas da União Europeia (o Eurostat), é preciso recuar alguns anos para ver diferenças mais expressivas. Em 2013, a idade média portuguesa andava pelos 28,9 anos, em 2008 situava-se nos 27,7 anos, registando-se um aumento significativo de 1,4 anos/média em menos de uma década.

Itália, Espanha e Luxemburgo são os três países que lideram a lista com 31,1, 30,9 e 30,8 anos, respetivamente. Segue-se a Irlanda e a Grécia.

No extremo oposto, a Bulgária é o país da União Europeia onde as mulheres são mães mais cedo, com 26,1 anos.

 

Mês Europeu da Luta Contra o Cancro do Intestino
Anualmente 370 mil cidadãos da União Europeia recebem o diagnóstico de cancro do intestino, sendo que destes, 170 mil acabam...

Em março assinala-se o Mês Europeu da Luta Contra o Cancro do Intestino (EECAM) e a Digestive Cancers Europe, representada em Portugal pela Europacolon Portugal, lançou, no Parlamento Europeu, uma campanha de sensibilização para a doença onde é promovido o rastreio para a deteção precoce deste tipo de cancro.

Anualmente 370 mil cidadãos da União Europeia recebem o diagnóstico de cancro do intestino, sendo que destes, 170 mil acabam por morrer vítimas deste cancro. Os doentes que são detetados num estádio precoce (I) têm uma taxa de sobrevivência que ronda os 90%, comparativamente aos doentes que são diagnosticados num estádio mais avançado (IV) para os quais a taxa de sobrevivência é de apenas 10%.

Segundo um White Paper divulgado em Bruxelas, apesar do compromisso em 2003, a nível Europeu, de todos os Ministros de Saúde organizarem um programa de rastreio ao cancro do intestino dirigido a todos os cidadãos entre os 50 e os 74 anos (a população considerada como maior grupo de risco), apenas três Estados-Membros o colocaram em vigor (França, Irlanda e Eslovénia).

O mesmo documento revela que na Holanda, Eslovénia e País Basco conseguiu-se um aumento da deteção precoce de 15% a 48% da população com mais de 55 anos.

Em Portugal todos os anos o cancro do intestino afeta mortalmente 11 pessoas por dia. A cada ano, surgem cerca de 7.500 novos casos e morrem mais de 4.000 pessoas, apresentando-se, atualmente, como a segunda causa de morte por cancro.

A Europacolon alerta que “os números são preocupantes e são necessárias ações efetivas para os travar, sendo que existem mais de 80 mil doentes ativos e 50% da população desconhece os sintomas desta patologia”, afirma Vítor Neves, Presidente da Europacolon em Portugal.

Com o objetivo de alertar a população portuguesa para o risco da doença, a Europacolon, com o apoio da farmacêutica Merck, lançou em Portugal uma campanha de sensibilização sob o mote «Cuidar de Si é Cuidar de Quem Ama e bastam 10 segundos». Este mote da campanha levada a cabo a nível internacional, intitulada por «MyBest10Seconds», tem como objetivo alertar para o tempo necessário para se salvar uma vida, através da deteção precoce pelo rastreio.

A campanha com várias iniciativas de sensibilização a decorrer por todo o país tem como objetivo chamar a atenção para o número de mortes diárias que existem em Portugal vítimas de cancro do intestino. É dirigida essencialmente a uma população entre os 50 e os 74 anos, considerada como o maior grupo de risco para este tipo de cancro.

 

Alerta
30% dos internamentos por acidente vascular cerebral e um terço dos enfartes ocorrem em pessoas com diabetes.

“Atualmente é muito clara a necessidade de gerir de forma mais agressiva o risco de doença cardiovascular nas pessoas com diabetes, visto que são as doenças cardiovasculares a causa mais comum de morte entre os adultos com diabetes”, alerta José Luís Medina, presidente do 2.º O Coração da Diabetes, encontro organizado pela Associação Protetora dos Diabéticos de Portugal (APDP), que junta no Porto centenas de profissionais de saúde em torno das principais questões relevantes na diabetes e doenças cardiovasculares.

A segunda edição deste encontro nacional realiza-se a 22 e 23 de março na Fundação Engenheiro António de Almeida, centrando o debate na diabetes e na relação desta doença crónica com as doenças cardiovasculares e outras complicações, o seu peso na qualidade de vida dos doentes e cuidadores e para o próprio Estado e Serviço Nacional de Saúde.

A prevalência da diabetes tem vindo a aumentar nos últimos anos, o que realça a importância de diagnosticar e tratar a diabetes de forma adequada e explica o empenho da APDP na organização deste encontro.

“A diabetes afeta mais de um milhão de portugueses. 30% dos internamentos por acidente vascular cerebral (AVC) são em pessoas com diabetes e perto de 1/3 dos internamentos por enfarte agudo do miocárdio ocorrem em pessoas com diabetes. Não podemos ignorar esta doença nem as complicações a ela associadas”, afirma o endocrinologista.

O 2º O Coração da Diabetes vai juntar mais de 200 participantes, entre profissionais de endocrinologia, cardiologia, medicina interna e medicina geral e familiar, as áreas que mais lidam com o flagelo da diabetes e das suas complicações.

“Apesar dos progressos já alcançados na gestão dos níveis glicémicos e no tratamento dos fatores de risco cardiovascular, a taxa de mortalidade em pessoas com diabetes tipo 1, por exemplo, ainda é elevada”, explica José Luís Medina, acrescentando que “por se manifestar mais cedo na vida do doente [por exemplo em criança ou adolescente] na diabetes tipo 1 as complicações vasculares começam a desenvolver-se cedo, logo no início da doença, embora se manifestem depois na idade adulta”. Os temas a abordar no encontro têm uma relação direta com a prática clínica, procurando respostas para as importantes questões que assolam médicos e doentes na gestão da diabetes e das complicações a ela associadas. Obesidade, hipertensão arterial e insuficiência cardíaca, cirurgia bariátrica como meio de proteção vascular, síndrome metabólica na mulher e biomarcadores e outras formas de diagnóstico em doentes sem sintomas são alguns dos temas em foco neste encontro.

A diabetes é hoje uma das principais causas de morte, principalmente por implicar um risco significativamente aumentado de doença coronária e de AVC. Em 2014 a diabetes representou cerca de oito anos e meio de vida perdida por cada óbito por diabetes na população com menos de 70 anos.

Tratamento da doença arterial coronária calcificada
A Associação Portuguesa de Intervenção Cardiovascular (APIC) vai promover uma iniciativa formativa em Portugal sobre o...

“A litoplastia coronária oferece uma nova alternativa para os doentes com doença arterial coronária calcificada. Esta técnica utiliza ondas de choque transmitidas por um balão especificamente desenhado para o efeito que facilita a desobstrução das artérias coronárias, permitindo assim, a normalização da circulação sanguínea”, explica João Brum Silveira, presidente da APIC e Responsável do Laboratório de Hemodinâmica do Centro Hospitalar do Porto.

Este procedimento será realizado no âmbito da iniciativa D@CL (Day at the Cath Lab) que pretende promover ações de formação práticas e dinâmicas, com o objetivo de adquirir ou partilhar conhecimento em procedimentos inovadores e complexos, em cardiologia de intervenção. A iniciativa da APIC teve início em 2015 e conta já com 16 edições.

 “Esta nova tecnologia tem sido muito bem recebida na Europa, onde se encontra em franca expansão, e, por isso, com esta iniciativa formativa pretendemos partilhar conhecimento sobre os benefícios da sua aplicação em doentes com lesões coronárias calcificadas” explica o médico Renato Fernandes, coordenador da iniciativa D@CL.

Dentro de 2 meses o evento será alargado ao sul do país e decorrerá um novo D@CL, também dedicado a litoplastia coronária, no Hospital do Espírito Santo, em Évora.

 

Dia Internacional da Felicidade
A propósito do Dia Internacional da Felicidade, que se assinala no próximo dia 20 de março, vai ser lançado um estudo-piloto...

Para Portugal é um privilégio poder contar com a comunidade da EM portuguesa, num estudo-piloto de dimensão internacional.

Cerca de 60% das pessoas com Esclerose Múltipla reportam níveis altos de stress, fadiga, ansiedade ou depressão: os utilizadores terão acesso a mais de 300 meditações guiadas, 60 programas sobre vários tópicos, e mais de 3 000 jogos e atividades baseadas na ciência para ajudar os portadores de EM e os mais de 8 000 portugueses que vivem e convivem com esta doença.

As pessoas poderão inscrever-se no estudo-piloto através das redes sociais (Facebook e Instagram). Os utilizadores selecionados serão progressivamente avaliados, com base em dados recolhidos pela aplicação. A parceria com a Happify vai criar uma verdadeira experiência do mundo real: avaliar o impacto da felicidade na qualidade de vidas das pessoas com Esclerose Múltipla.

Demonstrar que a felicidade ou os pensamentos positivos são importantes também para uma melhor gestão da doença e para melhores resultados de qualidade de vida, é um dos principais objetivos deste teste, que vai ter uma duração de quatro meses, e do qual se esperam resultados significativos em maio de 2019.  

Como um dos principais agentes na investigação sobre a esclerose múltipla, a Sanofi tem testado formas inovadoras de medir o impacto da redução de stress e depressão e aumentar o bem-estar emocional de pessoas com a doença.

A aplicação é gratuita e vai estar disponível na Play Store e na APP Store, em Português, Inglês, Espanhol, Francês e Alemão.

 

Idade é fator de risco
Em Portugal, são diagnosticados mais de sete mil novos casos a cada ano. Existem cerca de 80 mil doentes ativos e 50% da...

A região de Lisboa e Alentejo concentram a taxa mais elevada de mortalidade. No entanto, o maior risco de incidência faz-se notar no litoral Norte e Centro do país.

Para contrariar os infelizes números desta doença, durante os meses de março e abril, a Europacolon promove o rastreio gratuito, através da Pesquisa de Sangue Oculto nas Fezes (PSOF). 

Qualquer pessoa a partir dos 50 anos de idade deve fazê-lo, mediante os seguintes critérios:

  • Idade compreendida entre os 50 e os 74 anos;
  • Não realizou PSOF no último ano ou colonoscopia nos últimos 5 anos;
  • Sem sintomas relevantes;
  • Sem ligações hereditárias de primeiro grau a doentes de cancro colorretal;
  • Sem história pessoal anterior de cancro;
  • Sem diagnóstico prévio de pólipos colorretais ou doença inflamatórias do intestino (doença de Crohn ou colite ulcerosa)

“A idade é um dos principais fatores de risco e, por esse motivo, a partir dos 50 anos, qualquer pessoa deve realizar o rastreio. Este método permite identificar precocemente a presença de um tumor ou de pólipos no intestino. Em caso positivo, a pessoa deve ser imediatamente encaminhada para o médico e fazer uma colonoscopia”, explica Maria João Mendes, Farmacêutica e responsável pela implementação deste projeto ao nível nacional.

“A implementação do rastreio de base populacional tem sido um grande desafio, considerando a falta de recursos, de profissionais, organização e vontade política.

A realização das colonoscopias, de acordo com as recomendações internacionais, não estão a ser cumpridas. A falta de gastrenterologistas, a fraca resposta do Serviço Nacional de Saúde e as assimetrias regionais, traduzem-se no flagelo nacional que é esta doença!”, alerta o presidente da Associação de Apoio ao Doente com Cancro Digestivo, Vítor Neves.

“Este tipo de campanhas reflete-se numa maior atitude preventiva e na diminuição da mortalidade em cerca de 16%”, afirma o presidente.

Rastreio
A gravidez é um momento de grande expectativa, ansiedade e muitas questões: será que vai correr tudo bem? Será que o bebé vai...

“Os filhos herdam a cor do cabelo ou de olhos dos seus pais, mas também podem herdar patologias genéticas. Quando ambos os progenitores são portadores de uma mutação num gene para a mesma patologia genética, há 25% de probabilidade de transmitirem essa doença aos seus filhos. A grande maioria dos portadores não apresenta nenhum sintoma e não possuem antecedentes familiares, motivo pelo qual estas patologias podem passar despercebidas durante gerações, e ser descobertas apenas quando um filho as desenvolve”, explica Margarida Reis-Lima, Médica Geneticista.

Um dos estudos científicos que atesta a eficácia desta análise foi realizado em 350 mil adultos, e comprovou que o rastreio tradicional não deteta uma percentagem significativa de gestações com fetos afetados por doenças graves, e que essa percentagem é bastante variável consoante as origens étnicas de cada um. Conclui ainda que 1 em cada 550 gestações terá o feto afetado por uma das 176 patologias graves incluídas no painel deste novo rastreio, sendo que esta probabilidade é teoricamente mais alta que o risco natural de um feto apresentar Síndrome de Down (Trissomia 21).

A especialista alerta ainda para o facto de esta análise estudar apenas patologias para as quais existem recomendações que permitem validar uma ação terapêutica ou preventiva posterior. Ou seja, um rastreio que analise mais patologias não é necessariamente melhor, se não existir possibilidade de se oferecer um tratamento ao doente para essas mesmas patologias adicionais. “Esta análise está especialmente indicada para casais com algum grau de consanguinidade, casais cuja origem étnica favoreça o risco para serem portadores de algum tipo das doenças incluídas no painel, casais com antecedentes de perdas fetais recorrentes ou de mortes fetais e neonatais sem explicação, ou ainda casais que vão recorrer à doação de gâmetas para selecionar um dador mais adequado e/ou que vão iniciar um plano de procriação medicamente assistida (PMA), número que tem vindo a aumentar em Portugal. De facto, nos últimos anos, cerca de 3% das crianças portuguesas nasceram com recurso a técnicas de PMA, o que torna esta análise cada vez mais pertinente. No entanto, pode também ser realizada por qualquer casal que pretenda formar ou ampliar a família, ou por pessoas individuais que desejem conhecer se são portadores.

A análise pode ser efetuada em adultos, mas é recomendável que ocorra durante o planeamento da gravidez. “Se se efetuar o teste antes de engravidar, há tempo para efetuar o aconselhamento genético e planear e decidir sobre todas as opções possíveis, com calma. Como o resultado do teste demora cerca de 15 dias úteis (menos de um mês), pode ser efetuado nos primeiros meses da gravidez, pois ainda dá tempo para se planear um diagnóstico pré-natal se o casal estiver em risco (a amniocentese faz-se habitualmente a partir das 16 semanas) ”, conclui a especialista.

Dados divulgados no âmbito do "Dia da Esperança"
Foram mais de 400 pessoas que, nos últimos cinco anos, participaram em ensaios clínicos no IPO-Porto. Um número que reflete o...

Segundo Laranja Pontes, Presidente do Conselho de Administração do IPO-Porto, “é com muita satisfação que comunicamos este número, que espelha uma grande maturidade dos doentes e um grande compromisso de todos os profissionais de saúde, no sentido de assegurar o acesso e o desenvolvimento de novas terapêuticas no tratamento oncológico”. Este resultado é ainda mais significativo já que se enquadra no âmbito da iniciativa “Dia da Esperança”, que o IPO-Porto celebra a 20 de março, que pretende divulgar a importância dos ensaios clínicos.

Em paralelismo com o primeiro dia da primavera, neste dia será lançado o movimento “Uma flor pela esperança”, protagonizado por Ana Bravo, Carla Ascenção, Jorge Gabriel e Miguel Guedes, que convida todos os portugueses a partilhar, nas redes sociais, uma fotografia sua com uma flor, com a referência #umaflorpelaesperança. A flor, que nasce na primavera, simboliza a esperança dos doentes oncológicos, de todos os que participam em ensaios clínicos, sendo ao mesmo tempo um agradecimento a todos os profissionais de saúde, familiares, amigos e cuidadores. Ver vídeo aqui.

“Queremos tornar este dia num dia nacional porque sentimos que é muito importante homenagear todos os que participaram em ensaios clínicos e, mais que isso, aumentar o conhecimento e a consciência nacional da investigação clínica, tal como motivar as pessoas a serem participantes ativos no desenvolvimento da ciência médica,” explica Laranja Pontes. “Há cinco anos atrás o número de participantes em ensaios clínicos era menos de metade, o que significa que estamos a fazer o caminho certo neste campo,” acrescenta ainda José Dinis, Coordenador da Unidade de Investigação Clínica do IPO-Porto.

O “Dia da Esperança” é celebrado no IPO-Porto desde 2015 e, pela importância do tema, no ano passado, foi entregue uma petição na Assembleia da República com cerca de sete mil assinaturas para implementação do Dia Nacional da Esperança. Esta petição obteve parecer positivo, em unanimidade, na sessão plenária de 31 de janeiro de 2019. Neste momento já existe um projeto de resolução, subscrito pelos deputados do PS, PSD, CDS/PP e BE, que está apenas à espera de aprovação para ser promulgado em Diário da República.

 

Jovem apresentava lesões após paragem cardiorrespiratória
Uma recente publicação na revista científica Cell Transplantation revela o sucesso do tratamento de lesões cerebrais com...

O caso apresentado refere-se a um adolescente de 16 anos, cuja avaliação inicial indicou a presença de lesões neurológicas, causadas pela falta de irrigação sanguínea e de oxigénio no cérebro após paragem cardiorrespiratória, com graves consequências na sua qualidade de vida. Mais de dois meses após o episódio, o adolescente permanecia hospitalizado, sem conseguir respirar nem se alimentar de forma independente e tinha grande dificuldade em seguir instruções básicas.

Na ausência de uma opção terapêutica eficaz e tendo em conta estudos anteriores indicativos de que as células estaminais mesenquimais (MSC) podem ajudar no tratamento de lesões neurológicas, a equipa clínica avançou com a administração de MSC do tecido do cordão umbilical, combinada com um programa personalizado de fisioterapia. Ao longo de dois meses, o doente recebeu quatro tratamentos e o procedimento revelou-se seguro, sem complicações de maior. As melhorias foram-se tornando evidentes com o passar do tempo, sendo que ao fim de um mês após o primeiro tratamento, o adolescente tinha aumentado a força no tronco e a coordenação motora nos membros superiores e um ano depois, as lesões cerebrais inicialmente visíveis por ressonância magnética tinham desaparecido e o eletroencefalograma e a pontuação da escala de Medida de Independência Funcional tinham regressado aos valores normais. 

Segundo Bruna Moreira, Investigadora do Departamento de I&D da Crioestaminal, “A estratégia de tratamento adotada pelos autores, com múltiplas administrações de MSC combinadas com um programa de reabilitação intensivo, demonstrou-se exequível e segura, tendo resultado na recuperação completa do doente, tanto a nível motor como cognitivo”.

“No entanto, é importante continuar a realizar estudos com um maior número de doentes para estabelecer a eficácia do procedimento proposto e definir aspetos fundamentais do tratamento, como a dose, frequência e via de administração das MSC”, reforça ainda a investigadora.

A paragem cardiorrespiratória é um acontecimento súbito, constituindo-se como uma das principais causas de morte na Europa e nos EUA. Estima-se que, só na Europa, afete entre 350.000 a 700.000 indivíduos por ano.

Entrevista
A dor é um dos principais motivos de consulta, incapacidade e absentismo em Portugal, estimando-se q

A Associação Internacional para o Estudo da Dor definiu o ano de 2019 como o “Ano de Luta contra a Dor nas Populações Vulneráveis”. Neste sentido, começo por perguntar em que consiste a Dor? E o que distingue a dor aguda da dor crónica?

De acordo com a Associação Internacional para o Estudo da Dor (International Association for the Study of Pain – IASP), a dor é “uma experiência multidimensional desagradável, envolvendo não só uma componente sensorial, mas também uma componente emocional, e que se associa a uma lesão tecidular concreta ou potencial, ou é descrita em função dessa lesão”.

Dor aguda é a que está bem estabelecida no tempo, em resposta a um estímulo conhecido e autolimitada na sua duração. As suas principais funções são a sinalização de uma doença e proteção da integridade do indivíduo. Dor crónica é uma doença arrastada no tempo que se acompanha de um conjunto de manifestações físicas, psicológicas e comportamentais, com impacto em todas as esferas da vida de quem dela sofre.

Quais as principais causas da dor?

Na população em geral, a lombalgia (dor lombar), com ou sem irradiação aos membros inferiores, é a principal causa de dor, seguida da cervicalgia (dor cervical). As doenças osteoarticulares degenerativas (quer a nível da coluna, quer a nível das articulações) são também importantes causas de dor.

Como é feito o seu diagnóstico? De que forma é possível quantificar a dor, tendo em conta que muitos não a conseguem compreender?

A dor é uma experiência individual e subjetiva que apenas o próprio pode quantificar e qualificar. Através de escalas de intensidade de dor e escalas multidimensionais de impacto da dor podemos avaliar os vários componentes da dor, essencial no seguimento do doente e valorização da terapêutica efetuada.

A dor pode ser prevenida? Quais os cuidados a ter?

A dor pode ser prevenida, sobretudo a dor músculo-esquelética, através da adoção de hábitos de vida saudável, como a prática regular de exercício físico, utilização de posturas adequadas e controlo do excesso de peso.

Tratando-se de uma entidade clínica complexa, em que consiste o seu tratamento?

O doente com dor crónica deve ser avaliado como um todo. Isto implica a avaliação não só da dor, mas também do impacto funcional, emocional, psicológico, familiar e laboral, entre outros, estabelecendo um plano terapêutico muitas vezes multidisciplinar, adequado a cada doente específico. Como se depreende, nem sempre é suficiente a prescrição apenas de medicamentos.

O que explica o subdiagnóstico da dor nos grupos mais vulneráveis?

São populações cuja capacidade de comunicar está diminuída ou ausente, sendo mais difícil de valorizar e compreender as suas queixas.

Em matéria de diagnóstico, quais as queixas mais frequentes neste grupo? E o que falha no que diz respeito ao acesso ao seu tratamento?

Nos doentes vulneráveis podemos englobar as crianças, doentes com demência ou com deficit cognitivo, entre outros. Uma vez que, muitas vezes, não comunicam ou comunicam de uma forma não-verbal e mais difícil de interpretar, pode haver atraso no diagnóstico e, em consequência, do tratamento, que por si também é mais complexo porque na maioria das vezes são também mais vulneráveis à ação dos medicamentos.

De um modo geral, de que forma pode a dor condicionar a vida do doente? Quais as repercussões económicas e sociais da dor?

A dor pode condicionar parte ou mesmo a totalidade da vivência diária do doente, com impacto na sua funcionalidade, emoções, bem-estar psicológico, relações familiares, pessoais e profissionais, entre outros.

A dor é responsável por uma elevada taxa de absentismo laboral e reformas antecipadas. Os custos diretos (sobretudo hospitalização) e indiretos (benefícios sociais) dos cuidados de saúde associados à dor são elevados. Em Portugal, no ano de 2010, considerando apenas a lombalgia, os custos foram estimados em 738,85 milhões de euros, 280,95 milhões de euros por absentismo temporário e 458,90 milhões de euros por reformas antecipadas e outras formas de não participação no mercado de trabalho. A dor crónica afeta mais pessoas e tem um impacto mais significativo do que a diabetes, doenças cardíacas ou cancro.

Na sua opinião, porque continua a ser tão difícil entender a dor?

Por se tratar de uma experiência individual e subjetiva e que, no caso da dor crónica, ultrapassa a mera sensação ou sintoma sinalizador de doença, atingindo as várias esferas da vivência do indivíduo. Para além da complexidade de avaliação, também o seu tratamento é muitas vezes difícil e moroso.

Por fim, no âmbito desta temática, quais as principais recomendações ?

Recomenda-se uma maior e melhor avaliação e valorização da dor nos grupos vulneráveis, única forma de se conseguir um tratamento mais atempado, adequado, eficaz e efetivo.

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Nota: 
As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico, Enfermeiro, Farmacêutico e/ou Nutricionista.
EURATOM recomenda uso de métodos sem radiação
Apesar das recomendações das Sociedades Científicas e da Comunidade Europeia da Energia Atómica (EURATOM), que apontam para o...

Numa altura em que a prevenção e tratamento das doenças cardiovasculares se reveste de maior importância, tendo em conta que esta é a primeira causa de morte de homens e mulheres europeus (1), a polémica com o uso da radiação ganha destaque, sendo um dos temas em debate na 1ª reunião do Heart Center, do Hospital da Cruz Vermelha, uma iniciativa que irá decorrer no dia 30 de março, no Museu do Oriente, em Lisboa.

A reunião vai receber especialistas nacionais e internacionais, para troca de experiências e divulgação de trabalhos clínicos e de investigação sobre o tema. Com um ênfase na ecocardiografia de sobrecarga e nas suas aplicações na prática clínica, a reunião contará ainda com a presença de especialistas internacionais, como o Professor Eugénio Picano, especialista italiano do Instituto de Fisiologia Clínica de Pisa, Itália, autor de mais de 250 artigos originais publicados em revistas científicas e pioneiro no uso da ecografia de sobrecarga, que irá ajudar a ilustrar como estas técnicas podem revolucionar o tratamento dos doentes, com uma significativa redução da morbilidade e mortalidade. Contrastam, assim, com os exames que recorrem ao uso de radiação que, sempre que possível e em nome do interesse do doente, podem e devem ser substituídas.

“As várias técnicas complementares de diagnóstico em cardiologia têm sofrido um avanço extraordinário”, explica Carlos Cotrim, responsável pelo laboratório de ecocardiografia do Hospital da Cruz Vermelha Portuguesa e um dos responsáveis da Comissão Organizadora do evento. “A 1ª reunião de ecocardiografia do Hospital da Cruz Vermelha, que ocorre num momento de viragem desta instituição, pretende sublinhar o papel chave que a ecocardiografia continua e certamente continuará a desempenhar na avaliação dos nossos doentes.”

A reunião conta com o apoio da Sociedade Portuguesa de Cardiologia.

 

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