Cerca de 200 mil crianças
Cerca de metade das crianças que têm cancro não são diagnosticadas ou ficam por tratar, avança um estudo recentemente publicado...

De acordo com a investigação, todos os anos, surgem cerca de 400 mil novos casos de cancro infantil mas apenas 200 mil são diagnosticados e registados.

Os investigadores referem que a falta de acesso a cuidados primários faz com que muitas crianças acabem por morrer sem serem diagnosticadas.

O modelo de estudo, intitulado Global Childhood Cancer, mostrou que o subdiagnóstico do cancro infantil é um problema particularmente grave no sul da Ásia e na África Ocidental, onde as taxas são de 49% e 57%, respetivamente.

Na América do Norte e na Europa, apenas 3% dos cancros infantis não são diagnosticados.

Os autores deste estudo estimam que até 2030, caso não sejam tomadas medidas, cerca 3 milhões de casos fiquem por diagnosticar.  

As estimativas anteriores foram baseadas em registos oncológicos, mas 60% dos países não possui esses registos, o que significa que estes dados cobrem apenas uma pequena porção da população global.

O novo modelo incorpora dados de registos oncológicos, mas também inclui informações do Observatório Mundial de Saúde, da Organização Mundial de Saúde, pesquisas de saúde demográfica e pesquisas domiciliares desenvolvidas pela UNICEF.

“Estimativas precisas de incidência de cancro infantil são fundamentais para que os formuladores de políticas ajudem a estabelecer prioridades de saúde e planeiem o diagnóstico e o tratamento eficazes de todas as crianças com cancro”, disse Zachary Ward.

O cancro infantil mais comum em 2015 foi a leucemia linfoblástica aguda, com 75 mil novos casos identificados em todo o mundo.

O autor principal da investigação afirmou que a notícia positiva é que muitos países estão a comprometer-se com a cobertura universal de saúde, o que ajudará a melhorar o acesso das crianças aos cuidados de saúde, embora o investimento em registos oncológicos ainda seja deficitário.

“Somente dados do mundo real podem fornecer-nos a imagem verdadeira de um determinado país ou região do mundo. Os registos oncológicos devem ter a estabilidade legislativa, política e financeira para que se consiga recolher dados completos e de alta qualidade em tempo útil”, afirmou Claudia Allemani, investigadora na Escola de Higiene e Medicina Tropical de Londres, no Reino Unido.

Com apoio do Centro Nacional de TeleSaúde
A teleconsulta de Nefrologia no Centro Hospitalar do Médio Tejo (CHMT) arrancou no passado dia 18 de fevereiro, com o apoio do...

Na nota publicada no site do CHMT, a diretora do Serviço de Nefrologia, Ana Vila Lobos, indicou alguns dos principais objetivos desta teleconsulta: “evitar a deslocação do utente ao hospital, através de meios informáticos, permitindo uma consulta de proximidade e em tempo real; proporcionar uma melhoria na qualidade de vida e melhoria na prestação de cuidados de saúde ao utente; antecipar as intercorrências; partilhar conhecimentos entre os nefrologistas e os especialistas de Medicina Geral e Familiar e permitir que todos os cidadãos tenham as mesmas condições de acessibilidade à saúde renal.”

Os utentes têm agora acesso a consultas de Nefrologia no centro de saúde, através do protocolo estabelecido com o Agrupamento de Centros de Saúde (ACES) Lezíria.

O Centro Nacional de Telessaúde, sob a responsabilidade da SPMS, EPE, incentiva o desenvolvimento da telessaúde no sistema de saúde português e apoia diretamente a implementação de teleconsultas no SNS, que podem ser realizadas em diversas especialidades médicas.

 

Para o Estado e famílias
De acordo com a Autoridade Nacional do Medicamento, no ano passado a despesa do Estado com medicamentos vendidos em farmácias...

O relatório de “Monitorização do consumo de medicamentos” do Infarmed, dá conta que, em 2018, a despesa do Serviço Nacional de Saúde (SNS) com medicamentos genéricos e de marca foi de 1.255 milhões de euros em 2018, mais 41,5 milhões de euros, quando comparado ao ano anterior.

Já despesa dos utentes ascendeu aos 711 milhões de euros, aumentando mais 11,4 milhões de euros face ao ano anterior, tendo sido a despesa média de cada utente com medicamentos genéricos e de marca de 72,60 euros.

As classes de medicamentos com maior aumento na despesa foram os antidiabéticos (12,7%), os anticoagulantes (18%) e os antiasmáticos e broncodilatadores (11,1%).

Os dados da autoridade nacional do medicamento observam também um aumento de 0,2% do preço médio por embalagem.

Sobre o consumo de medicamentos genéricos, o relatório afirma que voltou a subir, tendo atingido um máximo histórico.

“A quota de mercado de genéricos quando existe medicamento de marca, ou seja, no mercado concorrencial, é de 63,6%, atingindo um máximo histórico, com um aumento de 0,6% em relação ao ano anterior e de cerca de 10% em relação a 2010”, refere o Infarmed.

Os dados apontam ainda que no total de 161 milhões de embalagens dispensadas, independentemente de terem ou não correspondente em genérico, 48,4% da quota de mercado de unidades já são genéricos, mais 1,1% em relação a 2017. Em 2010 este valor situava-se em 31,4%.

Segundo a análise, são os homens quem mais opta por comprar genéricos (49,3% contra 48% das mulheres) e os mais velhos: 49,5% na faixa dos 60 aos 74 anos e 48,9% dos mais de 75 anos, contra 41,5% até aos 19 anos, 43,3% entre os 20 e os 39 anos e 48,2% na faixa dos 40 aos 59 anos).

“Os genéricos constituem uma alternativa com a mesma eficácia e segurança mais barata ao medicamento de referência, contribuindo simultaneamente para o controlo da despesa do Estado e maior acessibilidade ao medicamento, assegurando assim melhores cuidados de saúde à população”, diz o Infarmed em comunicado.

Em Portugal, o mercado de medicamentos genéricos desenvolveu-se com a aplicação do Sistema de Preços de Referência a partir de 2003.

Desde então, várias medidas têm sido aplicadas com o intuito de promover este segmento de mercado, refere o Infarmed, destacando a criação do novo sistema de remuneração às farmácias de 0,35 euros por cada embalagem de medicamento dispensada, assim como uma maior monitorização e disponibilização de informação a profissionais de saúde e utentes.

Infarmed já está a investigar
Desta vez foram mais de 60 unidades de Trvicay 50mg, um medicamento usado no tratamento do VIH, a desaparecer. Autoridade...

De acordo com o Infarmed, desaparecerem de um distribuidor por grosso de medicamentos de uso humano em Portugal 68 unidades de Tivicacy 50 mg em comprimidos pertencentes ao lote n.º XH2H.

“Atendendo a que não se pode afastar a possibilidade das unidades do lote acima referido serem transacionadas no circuito legal, no caso de se verificar a deteção, cedência ou aquisição de unidades do lote acima mencionado, deverá ser investigada a sua proveniência, nomeadamente se a origem é de um distribuidor autorizado pelo Infarmed, e comunicada a este Instituto qualquer suspeita sobre a autenticidade”, diz em comunicado a Autoridade Nacional do Medicamento.

Utilizado em combinação com outros medicamentos antirretrovíricos,  o Trvicay para o tratamento de adultos, adolescentes e crianças com mais de seis anos de idade infetados com VIH.

 

Sociedade Portuguesa de Diabetologia apresenta estudo
O estudo Lira-SPD, que incluiu 11 hospitais e centros de investigação de Norte a Sul do país, avaliou a efetividade da...

O liraglutido (é  um agonista dos recetores de GLP-1 (peptido-1 semelhante ao glucagom) humano com indicação terapêutica aprovada na prevenção de eventos cardiovasculares, para além da melhoria dos níveis de glicemia em pessoas com diabetes tipo 2.

O estudo Lira-SPD analisou 183 pessoas com diabetes tipo 2 (60,7% mulheres) antes e depois de 12 meses sob terapêutica com liraglutido (em doses de 1,2 mg ou 1,8 mg) e a ser acompanhadas em 11 centros de investigação nacionais com consulta de diabetes.

“Este estudo, que traduz a prática clínica nacional, espelha a mais-valia da introdução deste fármaco, uma vez que comprova que os seus benefícios não se restringem só ao controlo da hiperglicemia da diabetes, promovendo a perda de peso, a melhoria da pressão arterial e do perfil lipídico”, revela José Silva Nunes, investigador principal deste estudo promovido pela Sociedade Portuguesa de Diabetologia.

O presidente da Sociedade Portuguesa de Diabetologia, Rui Duarte, acrescenta que “é muito importante a realização e apresentação deste tipo de estudos feitos em contexto de prática clínica real, pois põem à prova os resultados observados em ensaios clínicos e ajudam a comprovar com maior precisão a eficácia efetiva dos fármacos no tratamento dos doentes, bem como eventuais benefícios secundários da terapêutica”.

Este estudo da Sociedade Portuguesa de Diabetologia (SPD) foi apresentado no 15.º Congresso Português da Diabetes, que decorreu de 8 a 10 de março no Centro de Congressos do Algarve, no Hotel Tivoli Marina, em Vilamoura.

Sobre o estudo LIRA

O estudo Lira-SPD é um estudo clínico multicêntrico, observacional e retrospetivo desenvolvido pela Sociedade Portuguesa de Diabetologia com o objetivo de avaliar a efetividade da terapêutica com liraglutido em pessoas com diabetes tipo 2, na prática clínica real.

Neste estudo foram estudadas 183 pessoas com diabetes tipo 2 (60,7% mulheres), com uma idade média de 60,5 anos de idade e diabetes há 14,7 anos, em média, uma HbA1c de 8.4±1.5%, IMC de 36.3±6.3 kg/m2 (refletindo um peso corporal de 96.3±18.6 kg) e um perímetro abdominal de 114.2±12.6 cm,  uma pressão arterial sistólica de142±20.3 mmHg, e diastólica de 81.6±12.8 mmHg, um colesterol total de 170.3±43 mg/dL, LDL-c de 101.8±37 mg/dL, HDL-c de 43.2±10.7 mg/dL, e triglicéridos de 165.5±98.6 mg/dL.

Estas pessoas foram estudadas antes e depois de 12 meses sob terapêutica com liraglutido (em doses de 1,2 mg ou 1,8 mg) e a ser acompanhadas em 11 centros de investigação nacionais com consulta de diabetes.

Antes da introdução da terapêutica com liraglutido, 162 doentes (88,5%) estavam a ser tratados com metformina, 42 (23%) com sulfonilureias, 19 (10,4%) com acarbose, 7 (3,8%) com pioglitazona, 117 (63,9%) com inibidores da DPP4 (DPP-4i), 6 (3,3%) com inibidores da SGLT2 e 104 (56,8%) com insulina. Com exceção dos doentes previamente medicados com DPP-4i, aquando da introdução do liraglutido, todos os restantes pacientes mantiveram a terapêutica antidiabética em curso.

Durante o estudo 119 doentes (65%) foram tratados com 1,8 mg/dia de liraglutido e os demais com 1,2 mg/dia. Após 12 meses, verificou-se uma diminuição significativa da HbA1c (-0,7 ± 1,3%; p <0,001), do peso (-2,9 ± 4,7 Kg; p <0,001), do IMC (-1,1 ± 1,8 Kg/m2; p <0,001) , do perímetro da cintura (-1,8 ± 5,6 cm; p <0,001), da pressão arterial sistólica (-4,0 ± 21,5 mmHg; p = 0,018), dos triglicéridos (-17,0 ± 65,1 mg/dL; p = 0,009), do colesterol total (-11,5 ± 35,4 mg/dL; p = 0,001) e do colesterol LDL (-12 ± 32,9 mg/dL; p <0,001).

Resultados semelhantes foram obtidos ao analisar o subgrupo de doentes em que os inibidores de DDP4 foram substituídos por liraglutido. Não foram encontradas diferenças significativas entre os doentes tratados com 1,2 ou 1,8 mg/dia de liraglutido.

O estudo incluiu dados dos seguintes centros de investigação nacionais: Hospital de Braga; Hospital de Santo António (Centro Hospitalar Universitário do Porto); Centro Hospitalar Tondela-Viseu; Hospital Visconde de Salreu (Estarreja); Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra; Hospital das Caldas da Rainha; Associação Protetora dos Diabéticos de Portugal; Hospital de Curry Cabral (Centro Hospitalar Universitário de Lisboa Central); Hospital de Egas Moniz (Centro Hospitalar de Lisboa Ocidental); Hospital de Garcia de Orta; Hospital Distrital do Algarve (Centro Hospitalar do Algarve).

Novo funil de amamentação é flexível e tem proteção antiderrame
A Unidade de Investigação Clínica da Medela analisou milhares de seios de mães reais que amamentam, para alcançar o primeiro...

Existem seios de diferentes formas e tamanhos, mas não há dois iguais. Cada seio é único: é como as impressões digitais. Assim o demonstrou a Medela, a empresa suíça que se empenha em compreender as necessidades das mães e o comportamento dos bebés, com a criação e análise da primeira base de dados do mundo de mamografias 3D que incorpora milhões de seios de mães reais que amamentam.  

A modelagem destas mamografias tornou possível o primeiro grande avanço nos últimos 50 anos em tecnologia de funis de amamentação – o dispositivo que as mães colocam na mama para extrair o leite materno -: a personalização do processo, adaptando-se a cada contorno específico da mama e as exigências do estilo de vida particular de cada mãe.

Como resultado melhorou-se a comodidade no processo de extração, uma vez que as mães podem escolher o lugar e a posição em que estejam mais relaxadas, e a sua eficácia, já que se consegue cerca de 11% mais de volume de leite materno em cada sessão de extração. A mãe sentir-se relaxada e cómoda favorece o fluxo de leite, enquanto o stress e o desconforto podem dificultar a produção de oxitocina, uma hormona essencial para a libertação do leite materno.

Um círculo para milhões de seios não circulares

O funil de amamentação é constituído por duas partes principais: a parte angular larga, denominada cone que se coloca na mama, e o túnel, que permite ao mamilo avançar e recuar, enquanto o leite se extrai mediante a técnica de vácuo.

Até agora, os funis de amamentação têm sido um círculo perfeito, criado num tamanho único, embora o trabalho de investigação realizado, durante os últimos anos, pela Unidade de Investigação Clínica da Medela tenha permitido desenvolver um novo modelo de funil que se adapta a todas as formas e tamanhos possíveis de mama.

“O círculo perfeito não existe na natureza”, explica a médica Danielle Prime, investigadora associada de amamentação no Departamento de Investigação Médica da Medela. “Embora o funil circular tenha funcionado bem durante décadas, não se parece a nenhum dos seios que encontrei nas minhas investigações”, acrescenta.  

Os investigadores comprovaram que, para criarem um vácuo perfeito, algumas mulheres tinham de pressionar o rebordo duro do funil existente até agora contra o tecido mamário. Mesmo utilizando cinco tamanhos diferentes de túneis – para acomodar os distintos tamanhos de mamilos – constataram a disparidade existente entre a forma circular do cone, o seu ângulo de abertura (90º) e a forma do seio. “Estava claro que não era a forma ideal para muitas mulheres. Por isso começámos a ponderar a possibilidade de que uma forma e um ângulo diferentes pudessem permitir um processo confortável e talvez mais eficaz”, afirma a Prime. “A nossa teoria era de que até a ligeira pressão do rebordo do funil contra o seio poderia estar a abrandar o fluxo do leite pelos ductos lactíferos”, que são os responsáveis por levar o leite até ao mamilo.

44 tipos de seio formam a primeira base de dados em 3D de mamas  lactantes

Há mais de vinte anos que a Medela estabeleceu um modelo de parcerias, a longo prazo, com investigadores de referência mundial no campo do aleitamento materno. Entre estas colaborações destaca-se a que mantém, desde 1996, com a Universidade da Austrália Ocidental (The University of Western Australia, UWA pelas siglas em inglês).

Fruto desta colaboração, os investigadores da Medela tiveram acesso a milhões de seios reais de todas as formas e tamanhos possíveis. Utilizando um software de modelagem, foram calculando e experimentando com ângulos distintos, para simular o ajuste de cada nova forma experimental de funil, em cada um dos seios lactantes da base de dados, compilada em 44 tipos distintos.

“Simulámos uma imensa variedade de ângulos e formas e, no final, o ângulo de 105° adaptou-se perfeitamente ao contorno da mama. Havia contacto com toda a superfície do funil, o que implicava ausência de pontos de pressão ou compressão no seio”, explica a especialista. “A forma oval também permitiu que as mães variassem a posição do funil até encontrarem o ajuste perfeito”, acrescenta a investigadora. “Uma mesma mãe pode querer experimentar uma posição diferente em cada sessão de extração, já que o contorno da mama varia em função de quão cheia ela está”. Para facilitar essa flexibilidade e comodidade das mães, o novo funil oval roda a 360º.

Quatro ensaios clínicos com mais de cem mães e mais de mil sessões de amamentação  

A empresa implementou quatro ensaios clínicos para a aprovação e lançamento da nova tecnologia Flex™: um nas instalações da Unidade de Investigação Clínica da empresa Suíça, outro num hospital e dois nos lares das mães que participaram nos ensaios. No total, participaram mais de cem mães a amamentar e analisaram-se mais de mil sessões reais de amamentação.  

“A realização dos estudos clínicos domiciliários ensinou-nos muito. Pudemos observar com exatidão de que forma o novo ângulo e a nova forma do funil ajudam as mães (para começar, utilizam-no em posições que não tínhamos considerado) e, por outro lado, ao escutá-las, pudemos aprender muito mais sobre o que necessitam. As contribuições diretas e os comentários das mães converteram-se numa parte indispensável de todo o processo de inovação da Medela”, afirma a médica Danielle Prime, investigadora associada de amamentação no Departamento de Investigação Médica da Medela.

Maior eficácia: Até cerca de 11% mais de leite materno em cada extração com a nova tecnologia

Três dos aspetos analisados nos ensaios clínicos foram o comportamento do mamilo com o novo funil, a eficácia da nova tecnologia desenvolvida e o conforto que o funil flexível com proteção antiderrame, ou ‘sistema cerrado’, proporciona às mães.

Para analisar o primeiro aspeto inseriu-se uma microcâmara no túnel do funil, para o segundo, mediu-se o volume de leite extraído numa sessão típica comparada com outros cones e, para o terceiro, consultou-se diretamente as mães. Os resultados foram muito significativos.

“A câmara no mamilo permitiu confirmar o movimento e a expansão do mesmo que tínhamos previsto com as simulações em 3D, de modo que agora sabemos que os ductos lactíferos se expandem até 68%”, explica a médica Prime. Esta expansão, que ocorre durante a descida do leite, produz-se para acomodar todo o leite que flui por eles em direção ao mamilo. O diâmetro deste, por sua vez, pode aumentar temporalmente entre 2 e 3 milímetros. Como tal, o túnel do funil deve ser um pouco maior do que o mamilo.  

“A maior amplitude do ângulo permitiu uma expansão sem obstáculos e, imediatamente, começamos a verificar uma melhoria do fluxo. As mães conseguiam extrair cerca de 11 % mais de leite numa sessão de extração típica”, acrescenta a investigadora.

“Psicologicamente, quando as mães se sentem confortáveis e relaxadas, têm mais probabilidades de libertar a quantidade máxima de oxitocina, o que contribui para a produção de leite materno. A diferença entre introduzir a mama num círculo rígido ou apoiá-la suavemente numa forma oval flexível muda radicalmente a experiência de extração de leite materno. De facto, surpreendeu-nos que muitas das mães que participaram nos ensaios clínicos nos tivessem pedido que as deixássemos levar para casa o novo funil”, conclui a médica Prime.

Investigação aplicada, uma contribuição à rede de apoio da maternidade

A ampla literatura científica tem constatado os benefícios do aleitamento materno, tanto para a saúde e desenvolvimento do bebé como para as mães, se bem que cada mãe a amamentar deve poder decidir quando dar de mamar ou quando, como e onde extrair o leite. E, sobretudo, quem pode dar de comer ao bebé, envolvendo ativamente o seu parceiro ou pessoas do seu círculo íntimo na alimentação do recém-nascido e facilitando que a mãe disponha de mais independência e possa conservar o seu anterior estilo de vida, se assim o desejar.

“Ainda há muito por fazer para melhorar a rede de apoio à maternidade. Para a nós, personalizar a experiência de extração, adaptando-a ao corpo e ao estilo de vida particular de cada mãe, é uma forma importante de contribuir para esse suporte. Estamos muito orgulhosos de dedicar o nosso trabalho de investigação sobre o aleitamento, realizado durante décadas, ao desenvolvimento de tecnologias que capacitam as mães do século XXI e lhes permitem eleger o melhor, tanto para os seus bebés como para si mesmas”, afirma Annette Brühls, CEO da Medela.

Projeto europeu
A Escola Superior de Enfermagem de Coimbra (ESEnfC) vai utilizar a realidade aumentada, tecnologia que combina imagens virtuais...

Com esta iniciativa, inserida num projeto europeu, a ESEnfC, juntamente com mais duas instituições de ensino superior e uma empresa de engenharia informática – Universidade Pública de Navarra (Espanha), que lidera o plano de trabalho, Erasmus Hogeschool de Bruxelas (Bélgica) e iAR - Industrial Augmented Reality (Espanha) –, estão a construir um software que permite aos estudantes «visualizar, virtualmente, com recurso a óculos de realidade aumentada, estruturas anatómicas internas do corpo humano que até então não lhes estariam acessíveis, o que lhes permitirá compreender melhor o procedimento que estão a realizar», explica o professor da ESEnfC, Rui Negrão Baptista, responsável na instituição portuguesa pelo projeto, denominado ARSim2Care - Aplicação de Realidade Aumentada em Simulação Clínica.

Habitualmente, os estudantes desenvolvem as suas habilidades técnicas com os simuladores de baixa fidelidade de corpo inteiro e/ou simuladores que reproduzem uma parte do corpo humano (task trainers).

Porém, perante a realização de técnicas invasivas, os formandos não têm uma visão da progressão interna do procedimento que estão a realizar e são, em certa medida, forçados a imaginar as estruturas anatómicas internas.

A introdução da realidade aumentada vem, assim, resolver esta dificuldade encontrada na aprendizagem de procedimentos invasivos com modelos anatómicos, podendo o estudante «melhorar as competências psicomotoras na realização dos procedimentos invasivos», refere Rui Negrão Baptista, que propôs a inscrição do ARSim2Care na Unidade de Investigação em Ciências da Saúde: Enfermagem, que é acolhida pela ESEnfC.

Esta nova ferramenta, vocacionada também para os estudantes de ciências da saúde, e inserida no projeto ARSim2Care, pretende integrar a realidade aumentada em cinco procedimentos: injeção intramuscular, inserção de cateter nasogástrico, colheita de sangue arterial para gasometria, aspiração de secreções por traqueostomia e intubação orotraqueal.

O objetivo final do projeto, que obteve financiamento do programa da União Europeia, Erasmus +, é que as instituições de ensino superior europeias em ciências da saúde integrem esta ferramenta no contexto das suas práticas simuladas.

Medicamento está indicado para o tratamento do melanoma avançado
O Comité dos Medicamentos para Uso Humano (CHMP) da Agência Europeia do Medicamento (EMA) recomendou a aprovação de um novo...

O parecer positivo do CHMP apoia uma nova posologia recomendada de 400 mg a cada seis semanas (Q6W) administrada por perfusão intravenosa durante 30 minutos. Se aprovado pela Comissão Europeia, a dose de Q6W fica disponível como complemento à posologia atualmente aprovada de pembrolizumab 200 mg a cada três semanas (Q3W) administrada por perfusão intravenosa durante 30 minutos. A recomendação do CHMP será agora revista pela Comissão Europeia para autorização de comercialização na UE, sendo a decisão final esperada para o segundo trimestre de 2019.

Acerca de pembrolizumab injetável

Pembrolizumab é um anticorpo monoclonal humanizado que atua através do aumento da capacidade de resposta imunitária do próprio organismo contra células tumorais.

Pembrolizumab bloqueia a interação entre PD-1 e os seus ligandos, PD-L1 e PD-L2.

Pembrolizumab em monoterapia está indicado para o tratamento do melanoma avançado (irressecável ou metastático) em adultos.

Pembrolizumab em monoterapia está indicado, em adultos, para o tratamento do melanoma avançado (irressecável ou metastático); primeira linha de carcinoma do pulmão de células não-pequenas (CPCNP) metastático cujos tumores expressam PD-L1 com TPS≥50% (sem mutações tumorais positivas EGFR ou ALK), CPCNP localmente avançado ou metastático com um TPS ≥1% e que receberam pelo menos um esquema de tratamento prévio com quimioterapia (doentes com mutações tumorais positivas EGFR ou ALK devem também ter recebido terapêutica alvo); linfoma de Hodgkin clássico (LHc) refratário ou recidivado, que falharam transplante autólogo de células estaminais (ASCT) e tratamento com brentuximab vedotina (BV), ou que não são elegíveis para transplante e falharam BV; carcinoma urotelial localmente avançado ou metastático, em adultos que receberam tratamento prévio com quimioterapia contendo platina e para o tratamento de carcinoma urotelial localmente avançado ou metastático, em adultos que não são eligíveis para tratamento com quimioterapia contendo cisplatina.

 

Campanha incentiva atuação após reconhecimento dos sintomas de enfarte
A Associação Portuguesa de Intervenção Cardiovascular (APIC) está a promover uma campanha nacional de consciencialização para o...

A campanha, que conta com o apoio do Instituto Nacional de Emergência Médica (INEM) e com o Alto Patrocínio do Presidente da República, tem como objetivos promover o conhecimento e compreensão sobre o enfarte agudo do miocárdio e os seus sintomas; e alertar para a importância do diagnóstico atempado e tratamento precoce.

Até ao final do ano, a campanha “Cada Segundo Conta” vai promover ações de sensibilização em empresas; apostar na formação de profissionais de saúde que trabalhem na urgência e na pré-urgência; dinamizar encontros com sobreviventes de enfarte e organizar iniciativas de educação para a saúde dirigidas à população. Para mais informações sobre esta campanha consulte www.cadasegundoconta.pt

O enfarte agudo do miocárdio ocorre quando uma das artérias do coração fica obstruída, o que faz com que uma parte do músculo cardíaco fique em sofrimento por falta de oxigénio e nutrientes. Dor no peito, suores, náuseas, vómitos, falta de ar e ansiedade são sintomas de alarme para o enfarte agudo do miocárdio. Não ignore estes sintomas. Ligue rapidamente 112 e siga as instruções que lhe forem dadas. Para evitar um enfarte é importante adotar um estilo de vida saudável: não fumar; reduzir o colesterol; controlar a tensão arterial e a diabetes; fazer uma alimentação saudável; praticar exercício físico; vigiar o peso e evitar o stress.

Doença é ainda considerada negligenciada e afeta cerca de 200 mil portugueses
É uma doença grave que pode roubar a visão, muitas vezes, sem grandes avisos prévios. Por ocasião da Semana Mundial do Glaucoma...

“O glaucoma, sendo uma doença potencialmente grave, tem tratamento que, quando instituído atempadamente, pode manter uma boa qualidade de vida”, garante Flávio Alves, especialista do Grupo Português do Glaucoma, da SPO. Por cá, refere o especialista, “tal como nos países ocidentais, a percentagem de doentes com glaucoma varia entre 2,0 a 2,5% sendo mais frequente nas faixas etárias mais elevadas”. O que significa, contas feitas, que cerca de 200 mil pessoas sofrem com a doença no País.

“O diagnóstico precoce é fundamental”, reforça o médico, “uma vez que permite melhores resultados com o tratamento. Além disso, as lesões provocadas pelo glaucoma (perda do campo visual) são irreversíveis e mais graves com a evolução da doença”.

Não havendo história familiar de glaucoma, o especialista considera que, “pelo menos aos quarenta anos, deve-se efetuar uma consulta com o médico oftalmologista para despiste da doença”. Uma periodicidade que varia em função daquilo que for encontrado na primeira consulta que, “no caso de normalidade, deverá ser de dois em dois anos, mas deverá ser mais frequente com a evolução da idade e a presença de doença”.

O principal fator de risco do glaucoma é a hipertensão ocular, ainda que, explica o médico, existam outras, como “a herança genética, alterações vasculares, a raça (nomeadamente a negra e a asiática)”. E apesar da prática de exercício físico poder ter vantagens, uma vez que permite a redução da pressão intraocular e uma melhoria na circulação a nível ocular, “em glaucomas avançados, no entanto, assim como no Síndrome de Dispersão Pigmentar, o exercício pode não ser benéfico”.

O especialista realça que “a consulta com o médico oftalmologista é importantíssima, especialmente nos casos em que há história familiar positiva”. E acrescenta que, quando diagnosticado e instituído o tratamento, é mandatório cumprir as instruções, quer no uso da medição, quer na realização de consultas e exames periódicos, para uma melhor monitorização da doença”.

Portugal tem taxa de doação muito baixa
A campanha “Dar vida à esperança” da Sociedade de Medicina de Reprodução pretende alertar para a importância e a urgência da...

“Infelizmente temos uma taxa de doação muito baixa, uma grande escassez de dadores, e imensos casais em lista de espera em Portugal para fazer tratamentos sem possibilidade de recorrer a clínicas privadas”, disse o presidente da Sociedade de Medicina de Reprodução (SPMR), Pedro Xavier.

Atualmente, o banco público de gâmetas para doação de ovócitos tem uma lista de espera de 33 meses. No entanto,  mesmo os casais que possam pagar em clínicas privadas “têm de esperar meses pelo tratamento” devido à escassez de dadores, revela o presidente da SPMR, durante uma sessão de esclarecimento sobre a importância da doação de gâmetas (óvulos e espermatozoides), e onde foi apresentada a campanha de sensibilização.

Em Portugal, existe “um grave problema de natalidade” e, simultaneamente, um aumento do “número de casos de infertilidade, e infertilidade de difícil tratamento”, associada a mulheres com idades mais avançadas.

Por esta razão, “tem sido necessário recorrer cada vez mais a tratamentos com doação de gâmetas nomeadamente gâmetas femininos, sobretudo por causa da idade da mulher”.

Também há uma maior procura de tratamentos com doação de gâmetas masculinos devido ao aumento de casos de infertilidade nos homens por fatores ambientais, como a alimentação e o estilo de vida, e ao alargamento, desde 2016, dos tratamentos de procriação medicamente assistida a mulheres sem parceiro e a casais de mulheres, explicou o especialista.

Para elucidar a população, sobretudo os jovens, que são os potenciais dadores, foi criada a campanha “Dar vida à esperança”, que pretende explicar que “doar uma célula, um óvulo ou um espermatozoide não é doar um filho”.

“Nós queremos que as pessoas percebam que a doação tem que ser um ato altruísta" – não um negócio - que "vai fazer felizes muitos casais que de outra maneira nunca conseguirão ter uma criança”, disse.

A estratégia da campanha é direcionar a mensagem para as redes sociais, ter o apoio dos Media, de médicos, psicólogos e especialistas da área da medicina da reprodução.

“Queremos que esta ação se prolongue no tempo. A ideia é não deixar cair esta mensagem e ir enraizando nas pessoas a ideia de que doar sangue salva vidas, doar gâmetas dá vida”, frisou.

Se acordo com o especialista, ainda há “um certo estigma” em relação à infertilidade, o que “é triste”: “nós lidamos com os casais que vivem em amargura total porque não conseguem ter um filho e nós sabemos que há uma solução para isso”.

“Eu acho que só com iniciativas deste tipo é que conseguimos mudar as mentalidades”, porque as pessoas têm que estar informadas para tomar a decisão de doar ou não doar e “é isso que esperamos que venha acontecer no futuro”.

As estimativas apontam para a existência de cerca de 300 mil casais com problemas de infertilidade em Portugal.

Doença ocular
De acordo com a OMS, o Glaucoma é a segunda causa de cegueira no mundo e estima-se que, em Portugal,
Olho de cor verde

O que é o glaucoma?

O glaucoma corresponde a um grupo de doenças que podem danificar o nervo óptico e originar perda da visão e cegueira. Todavia, e com um tratamento precoce, é possível proteger os olhos contra a perda de visão grave.

O que é o nervo ótico?

O nervo ótico consiste num feixe de mais de 1 milhão de fibras nervosas, que liga a retina ao cérebro. A retina é o tecido sensível à luz presente na parte de trás do olho. Para uma boa visão, é necessário que o nervo ótico seja saudável.

De que modo o glaucoma de ângulo aberto provoca lesões no nervo ótico?

Na zona anterior do olho, existe um espaço que se denomina câmara anterior. Existe um líquido transparente que flui continuamente para dentro e fora desta câmara, nutrindo os tecidos circundantes. O líquido é produzido na parte posterior da íris e drenado na parte anterior, no ângulo formado entre esta e a córnea. Quando o líquido chega ao ângulo, passa através de uma rede esponjosa, que atua como um ralo, e deixa o olho.

Por vezes, quando o líquido chega ao ângulo, atravessa esta rede muito lentamente. À medida que o líquido se acumula, a pressão no interior do olho sobe até um nível que pode provocar lesões no nervo ótico.

Quando o nervo ótico sofre lesões decorrentes do aumento da pressão, pode desenvolver-se glaucoma de ângulo aberto e perda de visão. É por esta razão que se torna importante o controlo da pressão existente dentro do olho.

O aumento da pressão ocular significa que tenho glaucoma?

Não necessariamente. O aumento da pressão ocular implica que está em risco de desenvolver glaucoma, mas não significa que tem a doença.

Uma pessoa só tem glaucoma se o nervo ótico estiver danificado. Quando há um aumento da pressão ocular mas não está presente lesão no nervo ótico, não se considera que exista glaucoma, mas sim risco para o seu desenvolvimento. Siga os conselhos do seu oftalmologista.

Posso desenvolver glaucoma se tiver um aumento da pressão ocular?

Não necessariamente. Nem todas as pessoas com aumento da pressão ocular irão desenvolver glaucoma. Algumas pessoas podem tolerar melhor uma pressão ocular mais elevada do que outras. Paralelamente, determinado nível de pressão ocular pode ser elevado para uma pessoa, embora seja normal para outra.

O facto de vir ou não a desenvolver glaucoma depende do nível de pressão que o seu nervo ótico consegue tolerar sem sofrer lesões. Este nível é diferente para cada pessoa. É por esta razão que um exame oftalmológico aprofundado é considerado extremamente importante, uma vez que poderá ajudar o seu oftalmologista a determinar o nível de pressão ocular que, no seu caso, é considerado normal.

Posso desenvolver glaucoma sem aumento da pressão ocular?

Sim. O glaucoma pode desenvolver-se sem aumento da pressão ocular. Esta forma de glaucoma denomina-se glaucoma de baixa pressão ou glaucoma de pressão normal. Não é tão frequente como o glaucoma de ângulo aberto.

Quem se encontra em risco de desenvolver glaucoma de ângulo aberto?

Qualquer pessoa pode desenvolver glaucoma. Algumas apresentam um risco mais elevado, sendo que nestas se incluem indivíduos de raça negra com mais de 40 anos de idade e pessoas com história familiar de glaucoma.

Um exame oftalmológico aprofundado pode revelar mais fatores de risco, nomeadamente pressão ocular elevada, espessura da córnea reduzida e alterações estruturais do nervo óptico. Em algumas pessoas que apresentam combinações destes fatores de alto risco, medicamentos sob a forma de gotas oculares reduzem significativamente o risco de desenvolvimento de glaucoma.

Quais são os sintomas de glaucoma?

Inicialmente, o glaucoma de ângulo aberto não apresenta qualquer sintoma. Não provoca qualquer dor. A visão não se altera.

À medida que o glaucoma se mantém sem tratamento, as pessoas com glaucoma irão perder, de uma forma lenta, a sua visão periférica na totalidade. É como se estivesse a olhar através de um túnel. Com o passar do tempo, a visão em frente pode diminuir, até que deixa de existir qualquer visão. Nesta fase a perda de visão é irreversível.

O glaucoma pode desenvolver-se num ou em ambos os olhos.

Como se deteta o glaucoma?

O glaucoma é detetado através de um exame oftalmológico exaustivo que inclui:

Avaliação da acuidade visual – Este exame, efetuado com um quadro, mede a visão a várias distâncias.

Avaliação do campo visual – Este exame avalia a visão periférica. Ajuda o seu oftalmologista a saber se perdeu visão lateral, um sinal de glaucoma.

Exame oftalmológico com dilatação ocular – São colocadas gotas nos seus olhos para alargar ou dilatar a pupila. O seu oftalmologista utiliza uma lente de ampliação especial para examinar a retina e o nervo ótico, em busca de sinais de lesão e outros problemas oculares. Após o exame, a sua visão próxima pode permanecer turva durante várias horas.

Tonometria – Existem vários aparelhos que medem a pressão no interior do olho. Para a realização deste exame, pode ser necessário colocar gotas de anestésico no seu olho.

Paquimetria – É colocada uma gota de anestésico no seu olho. O seu oftalmologista utiliza um instrumento dotado de ondas ultra-sónicas para medir a espessura da sua córnea.

Quais são algumas das outras formas de glaucoma?

O glaucoma de ângulo aberto é a forma mais frequente. Algumas pessoas apresentam outros tipos de doença.

No glaucoma de baixa pressão ou glaucoma de pressão normal, a lesão do nervo ótico e estreitamento da visão ocorrem em pessoas com pressão ocular normal. A redução da pressão ocular em pelo menos 30 por cento, através de medicamentos, reduz a velocidade de progressão da doença nalgumas pessoas. Noutras, o glaucoma pode agravar-se apesar da obtenção de pressões baixas. Uma história clínica exaustiva é importante na identificação de outros fatores de risco potenciais, tais como pressão arterial baixa, que contribuem para o glaucoma de baixa pressão. Caso não se identifique nenhum fator de risco, as opções terapêuticas para o glaucoma de baixa pressão são iguais às disponíveis para o glaucoma de ângulo aberto.

No glaucoma com encerramento do ângulo, o líquido na zona da frente do olho não consegue chegar ao ângulo e sair do olho. O ângulo fica bloqueado por parte da íris.

As pessoas com este tipo de glaucoma apresentam um aumento súbito da pressão ocular. Entre os sintomas inclui-se dor acentuada e náuseas, bem como rubor ocular e visão turva. Caso desenvolva estes sintomas terá de procurar tratamento imediato. Trata-se de uma emergência médica. Se o seu médico não estiver disponível, dirija-se ao hospital ou clínica mais próximo. Sem tratamento que melhore o fluxo do líquido, o olho pode cegar em apenas um ou dois dias. Habitualmente, uma cirurgia laser imediata e a administração de medicamentos conseguem resolver o bloqueio e proteger a visão.

No glaucoma congénito, as crianças nascem com um defeito no ângulo do olho que reduz a velocidade de drenagem normal do líquido. Estas crianças apresentam habitualmente sintomas evidentes, tais como olhos turvos, sensibilidade à luz e lacrimejo excessivo.

A cirurgia convencional é o tratamento habitualmente sugerido, porque os medicamentos podem ter efeitos desconhecidos na criança, podendo também ser difíceis de administrar. A cirurgia é segura e eficaz. Se a cirurgia for realizada rapidamente, estas crianças têm habitualmente boa probabilidade de crescerem com uma visão adequada.

Os glaucomas secundários podem desenvolver-se como complicações de outras doenças. Estes tipos de glaucoma encontram-se por vezes associados a cirurgia ocular ou catarata avançada, lesões oculares, determinados tumores oculares ou uveíte (inflamação ocular).

O glaucoma pigmentar ocorre quando o pigmento da íris se solta e bloqueia a rede, reduzindo a velocidade de drenagem do líquido. Uma forma grave, denominada glaucoma neovascular, está relacionada com a diabetes ou outras doenças vasculares. Os medicamentos da família dos corticóides, usados no tratamento das inflamações oculares e de outras doenças, podem desencadear glaucoma nalgumas pessoas. Estas formas de glaucoma também são tratadas com medicamentos, cirurgia laser ou cirurgia convencional.

O que poderei fazer caso já tenha perdido alguma visão devido ao glaucoma?

Se já perdeu alguma visão devido ao glaucoma, questione o seu oftalmologista sobre serviços para indivíduos com baixa visão e dispositivos que o possam ajudar a tirar o máximo partido da visão que lhe resta.

O que poderei fazer para proteger a minha visão?

Se está a ser tratado para o glaucoma, cumpra com a medicação todos os dias. Consulte o seu oftalmologista regularmente.

Também pode ajudar a proteger a sua visão dos seus familiares e amigos que possam ter um risco elevado para desenvolver glaucoma – indivíduos de raça negra com mais de 40 anos de idade, todas as pessoas com mais de 60 anos de idade e pessoas com história familiar de glaucoma. Encoraje-os para que efetuem, no mínimo, um exame oftalmológico aprofundado com dilatação ocular de dois em dois anos. Lembre-se: a redução da pressão ocular nas fases precoces do glaucoma reduz a velocidade de progressão da doença e ajuda a poupar a visão.

O glaucoma pode ser curado?

Não. Não existe cura para o glaucoma. Não é possível restabelecer a visão que se perde pela doença.

O glaucoma pode ser tratado?

Sim. O tratamento imediato para o glaucoma de ângulo aberto em fase inicial pode atrasar a progressão da doença. É por esta razão que o diagnóstico precoce é extremamente importante.

Entre as terapêuticas disponíveis para o glaucoma, incluem-se medicamentos, trabeculoplastia laser, cirurgia convencional ou uma combinação destas. Embora estes tratamentos possam poupar a visão que resta, não conseguem melhorar a visão que já foi perdida pelo glaucoma.

Nestes últimos anos, os desenvolvimentos têm incidido na área do diagnóstico, através de instrumentos como o OCTA (Tomografia de Coerência Ótica Angiográfica) ou o tonómetro de monitorização contínua a ser implantado no olho.

Quanto à terapêutica do glaucoma, por um lado, surgem medicamentos novos, como seja, por exemplo, o latanoprostene, uma nova molécula ainda não disponível e que abre novas perspetivas terapêuticas.

No domínio da cirurgia não invasiva, entramos na era do laser (ciclofotocoagulação) transescleral por micropulso, com objetivo de reduzir a formação de humor aquoso, baixando assim a tensão ocular. O procedimento apresenta vários aspetos benéficos: não altera a estrutura do olho, é repetível caso seja necessário, não implica um ato cirúrgico invasivo, logo é menor risco de infeção e anestésico. Provoca, quando muito, inflamação ou visão turva, somente em período curto. É m procedimento de eleição para quase todos os doentes, particularmente para os que se encontram em fase inicial do glaucoma, ou para doentes já submetidos a cirurgia invasiva e que não resultou, ou para doentes com dificuldade em cumprir o tratamento (colocação de gotas). Em suma, é aplicável a grande parte dos doentes.

Este tratamento, denominado Iridex, já está disponível no nosso país mas só um centro (em Coimbra e Lisboa) o dispõe com base regular (diário). Este é, no momento, um tratamento eficaz e já disponível aos doentes de Portugal.

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As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico, Enfermeiro, Farmacêutico e/ou Nutricionista.
Great British Care Awards
A portuguesa Sílvia Alves foi galardoada com o prémio britânico Great British Care Awards, na categoria de melhor enfermeira...

“A Sílvia representa o melhor da enfermagem num ambiente de lar. Ela é inovadora, criativa, apaixonada e faz tudo pelos residentes, famílias e pela sua equipa. Ela dá às pessoas o valor e a dignidade que elas merecem. Ela esforça-se para promover a enfermagem de alta qualidade dentro da sua equipa e é um excelente exemplo”, disse a organização Care England.

Os prémios nacionais foram atribuídos numa cerimónia na sexta-feira com mais de um milhar de profissionais de enfermagem e cuidados de saúde em Birmingham que tinham sido vencedores nas suas respetivas regiões.

Sílvia Nunes, de 33 anos e natural de Vila do Conte, chegou ao Reino Unido em 2014 para procurar trabalho na sua área porque não conseguiu encontrar um trabalho como enfermeira em Portugal.

Apesar das dificuldades iniciais com a língua inglesa, ao fim de cerca de um ano foi promovida a diretora clínica e em setembro de 2016 a diretora adjunta do lar Ford Place, especializado em cuidados paliativos.

No ano passado foi finalista não vencedora pelo segundo ano consecutivo dos “National Care Awards”, também do Reino Unido.

 

Saiba tudo
É uma inflamação crónica localizada da pele, que provoca prurido e erupção cutânea.
Recém nascido a ilustrar a dermatite seborreica

A dermatite seborreica é uma inflamação das camadas superficiais da pele que provoca escamas no couro cabeludo, na cara e, ocasionalmente, noutras zonas. As erupções cutâneas características da doença ocorrem predominantemente nas áreas de maior produção de oleosidade pelas glândulas sebáceas. Pode afectar vários membros da mesma família e o clima frio costuma piorá-la.

A causa da dermatite seborreica é desconhecida mas a oleosidade excessiva e um fungo (Pityrosporum ovale) presente na pele afectada estão envolvidos no processo. Pensa-se também que pode existir uma predisposição genética. A maior actividade das glândulas sebáceas ocorre sob a acção das hormonas androgénicas, por isso, o início dos sintomas ocorre geralmente após a puberdade. Nos recém-nascidos também podem ocorrer manifestações da doença, devido ao androgénio materno ainda presente.

O problema manifesta-se, na maioria dos casos, de forma espontânea, embora de carácter crónica, com tendência a períodos de melhora e de piora. De qualquer modo, existem vários factores, como o stress, o cansaço físico, as alterações climatéricas e as infecções cutâneas, que desencadeiam episódios com alguma frequência.

Sintomas da dermatite seborreica

A manifestação mais característica corresponde à produção de escamas secas de cor branca ou oleosas e amarelas, que caem com muita facilidade, podendo ser acompanhadas por prurido, por vezes intenso, e com menor frequência vermelhidão das zonas afectadas.

Existe uma forma de aparecimento muito comum que se pode observar nos recém-nascidos, denominada "crosta láctea", em que o bebé apresenta o couro cabeludo completamente revestido por escamas oleosas e amarelas. Na maioria dos casos, o bebé afectado apresenta igualmente fissuras, escamas e placas de cor vermelha na face, nomeadamente por trás dos ouvidos, nas pregas do pescoço e na região genital.

Nos adultos, o problema costuma desenvolver-se gradualmente. Por vezes, é possível observar-se a presença de escamas e prurido na parte posterior dos ouvidos, axilas, virilha e, nas mulheres, nas pregas submamárias. Por outro lado, noutros casos, estas alterações são acompanhadas por um evidente rubor, afectando as sobrancelhas, os sulcos nasogenianos (nariz), a parte central do tórax e a zona da coluna vertebral.

Contudo, as manifestações mais frequentes ocorrem no couro cabeludo e são caracterizadas por intensa produção de oleosidade (seborreia), descamação (caspa) e prurido (comichão). A caspa pode variar desde fina descamação até a formação de grandes crostas aderentes ao couro cabeludo. A comichão, que pode ser intensa, é um sintoma frequente nesta região e também pode estar presente com menor intensidade nas outras localizações.

Tratamento da dermatite seborreica

Uma vez que se trata de uma condição crónica, não existe medicação que acabe definitivamente com a dermatite seborreica. Porém os seus sintomas podem ser controlados.

O tratamento adequado vai depender da localização das lesões e da intensidade dos sintomas, e deve ser indicado por um médico. Geralmente é feito com medicações de uso local na forma de sabonetes, champôs, loções capilares ou cremes, que podem conter anti-fúngicos ou corticoesteróides, entre outros componentes. Em casos muito intensos, podem ser administradas terapêuticas orais.

Nos adultos, o couro cabeludo pode ser tratado com champôs que contenham zinco, sulfureto de selénio, ácido salicílico, sulfureto ou alcatrão. Deve-se usar este tipo de champô diariamente até controlar a caspa e, depois, duas vezes por semana. Se a dermatite reaparecer depois de se suspender o tratamento, pode começar-se de novo.

Nos lactentes, o couro cabeludo lava-se com um champô suave para bebés e, de seguida, pode-se esfregar suavemente com ácido salicílico em óleo mineral sobre a lesão, utilizando uma escova de dentes macia.

Deve-se evitar a ingestão de alimentos gordurosos e de bebidas alcoólicas e o banho muito quente.

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O número de mulheres a fumar está a aumentar
A epidemia do tabaco é uma importante ameaça à saúde feminina, constituindo o principal fator de ris

O número de mulheres a fumar no Mundo está a aumentar, constituindo atualmente 20% de todos os fumadores e sendo responsável por 6% das mortes no sexo feminino a nível mundial. Esta tendência também se verifica em Portugal: Em 2017, de acordo com dados da Direção Geral de Saúde, 24.8% das mulheres entre os 15 e os 64 anos de idade referiram ter consumido tabaco no último mês (em comparação às 17.6% observadas em 2001).

São vários os fatores que vão contribuir para o aumento do número de fumadoras nas próximas décadas: o aumento da própria população feminina bem como do seu poder de compra, o desaparecimento progressivo das restrições culturais e sociais, serem raros os programas de educação para a saúde e cessação tabágica específicos para mulheres e a existência de campanhas dirigidas da indústria tabaqueira.

O tabaco tem impacto na saúde da mulher nas suas várias vertentes: 

Saúde Reprodutiva: Maior risco de infertilidade primária e secundária, dores menstruais e menopausa precoce;

Saúde Cardiovascular: Risco superior de acidente vascular cerebral, hemorragia cerebral e doença coronária. É importante destacar que a combinação de tabagismo e terapêutica com anticonceptivos orais está associada a maior risco de doença coronária.

Saúde Respiratória: risco aumentado de doença pulmonar obstrutiva crónica e cancro do pulmão;

Cancro: Risco superior de desenvolver cancro do colo do útero nas mulheres infetadas com vírus do papiloma humano (HPV), leucemia mielóide aguda, cancros da cavidade oral, faringe, laringe, esófago, bexiga, pâncreas e rim, bem como uma possível relação com cancro da mama em mulheres na pré-menopausa;

Densidade Óssea e Risco de Fraturas: Risco aumentado de osteoporose e fratura do colo do fémur;

Gravidez: Mulheres fumadoras com maior risco de aborto espontâneo, parto prematuro, malformação fetal, filhos com baixo peso à nascença ou com graves problemas de saúde;

Existem ainda várias patologias que são mais frequentes nas fumadoras e que podem influenciar a qualidade de vida como a depressão, os cálculos biliares, a úlcera péptica, a doença periodontal e cataratas. Do ponto de vista estético, o envelhecimento precoce da pele, o aparecimento de manchas nos dentes, escurecimento dos dedos e das unhas e enfraquecimento do cabelo são consequências a ter em conta.

Além destes aspetos, não podemos esquecer o impacto económico negativo do tabagismo na saúde, ao desviar recursos que deveriam ser utilizados com alimentação ou educação.

Por todas estas razões, o controle do tabagismo tornou-se uma questão crítica da saúde feminina, sendo fundamental não só a promoção de medidas preventivas do início do consumo, como também da cessação tabágica nas mulheres com dependência. No processo de parar de fumar tem que ser tido em consideração a dificuldade acrescida das mulheres em relação aos homens por uma metabolização mais rápida da nicotina, apresentarem sintomas de privação mais graves, incidência mais elevada de depressão e pelos seus padrões de tabagismo (fumar na resposta ao stress, depressão, afeto negativo).

Dra. Cláudia Matos – Pneumologista e Representante da Comissão de Trabalho de Tabagismo da Sociedade Portuguesa de Pneumologia

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Diz estudo
O estudo ReFLeCT demonstrou que pessoas com diabetes tipo 1 ou diabetes tipo 2 que começaram a utilizar insulina degludec...

Os resultados do estudo ReFLeCT – um estudo de vida real realizado à escala mundial – foram recentemente apresentados na Conferência Diabetes UK Professional (DUK) 2019, em Liverpool. O estudo ReFLeCT demonstrou que pessoas com diabetes tipo 1 ou diabetes tipo 2 que começaram a utilizar insulina degludec por indicação do seu médico na sua rotina clínica, em substituição de outras insulinas basais, principalmente insulina glargina (U100 ou U300) e insulina detemir, melhoraram o controlo dos seus níveis de glicose no sangue, apresentando uma redução significativa da taxa de hipoglicemias (descidas de açúcar no sangue, potencialmente perigosas). 1,2

Durante 12 meses de acompanhamento, verificou-se uma redução na taxa geral de hipoglicemias não graves e noturnas em doentes que começaram a utilizar a insulina degludec (p<0.001), comparativamente com o valor basal em pessoas com diabetes tipo 1 ou 2.1,2 Além disto, verificou-se ainda uma redução significativa nos níveis de glicose no sangue (HbA1c e glicemia de jejum (GJ)) testada em pessoas com diabetes tipo 1 (HbA1c: -0,15%, GJ: -0.54 mmol/L) e tipo 2 (HbA1c: - 0.32%, GJ: -0.84 mmol/L).1,2

“Alcançar um controlo dos níveis de glicose no sangue é um importante e constante ato de equilíbrio para as pessoas com diabetes, pois registar níveis muito altos ou muito baixos pode resultar em graves complicações”, afirma Michael Feher, investigador inglês do estudo ReFLeCT e consultor médico em Chelsea and Westminster Hospital. “O ReFLeCT é muito importante porque mostra-nos que Tresiba® pode ajudar todas as pessoas que vivem com diabetes a encontrar este equilíbrio. Os participantes no estudo tiveram muito menos episódios de hipoglicemia do que quando utilizavam outras insulinas basais”, comenta.

Para além disto, o estudo mostrou que esta insulina estava associada a uma melhoria da satisfação do tratamento em pessoas com diabetes tipo 1 e tipo 2, quando comparado com o tratamento anterior com insulina basal, demonstrado por um aumento significativo na pontuação geral de satisfação com o tratamento (DTSQ-s). 1,2

Estes resultados reforçam o perfil de segurança e eficácia que foi estabelecido através do extenso programa de ensaios clínicos, onde demonstrou, consistentemente, um menor risco de hipoglicemias noturnas e graves, comparado com a insulina glargina U100.3-6 Estes resultados também apoiam os resultados de estudos prévios que demonstraram uma menor taxa de episódios de hipoglicemias com a insulina degludec. 7-8

Sobre o ReFLeCT:
O ReFLeCT (Results From Real-World Clinical Treatment with Tresiba®) é o primeiro estudo prospetivo, a longo prazo e observacional que examina a segurança e a eficácia da Tresiba®, quando usada em cuidados clínicos de rotina, em pessoas com diabetes tipo 1 (n=566) ou tipo 2 (n=611), a quem o médico trocou a sua insulina basal por Tresiba®. O estudo observacional incluiu um período de referência de 4 semanas sobre a insulina basal, antes da troca, seguido de um período de observação de 12 meses, durante o qual os participantes estavam a utilizar Tresiba®. O primeiro resultado foi a alteração do número de episódios de hipoglicemia registados no dia-a-dia dos doentes. O estudo foi realizado em sete países europeus: Dinamarca, Holanda, Espanha, Suécia, Suíça, Itália e Reino Unido.1-2 Clinicaltrials.gov: NCT02392117

Tráfico tem vindo a aumentar
No âmbito de uma operação europeia de combate ao tráfico ilícito que envolveu 16 países, incluindo Portugal, foram apreendidas...

A operação policial de combate ao tráfico ilícito de medicamentos indevidamente utilizados em toda a Europa decorreu entre abril a outubro de 2018 e foi liderada pelas forças policiais francesa (Gendarmerie Nationale) e finlandesa (Tulli), contando ainda com o apoio da Europol e das autoridades alfandegárias e reguladoras de saúde de 16 países.

Foram detidas 435 pessoas e apreendidos vários objetos no valor de 168 milhões de euros, entre os quais 1,8 toneladas de medicamentos, avança em comunicado o Serviço Europeu de Polícia – Europol.

Estas redes traficavam medicamentos opiáceos, produtos farmacêuticos usados para o tratamento de doenças graves, como o cancro e problemas cardíacos, e “drogas que aumentam a performance e a imagem”.

As autoridades policiais desmantelaram ainda 24 grupos do crime organizado, conseguindo recuperar mais de 3 milhões de euros.

De acordo com a Europol, o tráfico de medicamentos tem vindo a aumenta, havendo cada vez mais grupos de crime organizado a operar nesta área, que proporciona lucros muito elevados e riscos relativamente baixos tendo em conta as detenções e o quadro penal que envolve este tipo de crimes.

Desde que a operação começou, no ano passado, o número de países participantes cresceu substancialmente, refletindo o crescente compromisso dos países em lidar com essa ameaça.

Portugal passou a integrar esta operação este ano, juntamente com outros seis países: Bélgica, Bulgária, Chipre, Lituânia, Sérvia e Ucrânia.

 

Novas terapias, tratamentos e novas formas de prevenção
Radioncologistas reúnem-se amanhã, no Hotel Olissippo Oriente, em Lisboa, num evento científico dedicado ao tema “Novos...

"Este evento tem como objetivo abordar os avanços científicos na área da radioncologia, nomeadamente as perspetivas atuais e futuras que determinados equipamentos vão desempenhar na sobrevida dos doentes oncológicos e, mais importante, na sobrevida com qualidade de vida”, reforça Paulo S. Costa Radioncologista e Coordenador Clínico da Júlio Teixeira, S.A.

O evento científico vai contar com a presença de um leque de profissionais de saúde que vão trocar experiências sobre a mais inovadora tecnologia que existe no combate à doença oncológica. Nesta manhã de trabalho vão estar em debate os “AVANÇOS EM HIPERTERMIA” e a “RADIOTERAPIA ESTEREOTÁXICA – SITUAÇÃO ATUAL E PERSPETIVAS FUTURAS”.

O painel “AVANÇOS EM HIPERTERMIA” vai ter Markus Notter, Radioncologista Suiço, a trazer a debate o tema “Hyperthermia as a Radiosensitizer – General principles and use in treatment of pre-irradiated superficial tumors” e Moreira Pinto, Médico Oncologista, vai apresentar um Caso Clínico.

No painel “RADIOTERAPIA ESTEREOTÁXICA – SITUAÇÃO ATUAL E PERSPETIVAS FUTURAS”, Ludovic Peyre, Product Manager Internacional da ACCURAY, vai levar a debate o tópico “Radiocirurgia robótica com CyberKnife. Um novo paradigma?”. Já Adelina Costa, Radioncologista e Diretora Clínica, e João Macário Conde, Radioncologista da Júlio Teixeira, S.A. no Instituto CUF Porto, vão apresentar Casos Clínicos desta área. A apresentação da perspetiva futura da Radioterapia Estereotáxica vai ser efetuada por Paulo S. Costa, Coordenador Clínico da mesma unidade.

“A doença oncológica, a que comummente chamamos cancro, vê a sua incidência aumentada todos os dias. Apesar dos números assustadores, os novos desafios em oncologia têm indiscutivelmente beneficiado de avanços tecnológicos e científicos que permitem novas terapias, tratamentos e novas formas de prevenção e até de divulgação de informação que promove a precocidade - fundamental - do diagnóstico. O acesso dos cidadãos ao sucesso na combinação de hipertermia e radioterapia que incorporam a inovação terapêutica com grande evidência científica vai-se tornando a realidade que queremos para todos os que deles precisam”, conclui Paulo S. Costa.

 

O número de doentes com Diabetes está a aumentar
Todas as mulheres com doenças crónicas, como hipertensão arterial, asma, diabetes, obesidade, epilep

Durante a gravidez e amamentação há medicação que se sabe que é segura (ou seja, que não faz mal ao bebé) e pode mesmo ser essencial, mas há igualmente medicação que não deve ser tomada. Nestas situações, os médicos devem ser capazes de esclarecer e ajudar as mulheres a decidir, ou encaminhá-las para colegas que o façam. Há casos em que a mulher deve ser aconselhada a esperar pelo melhor controlo da doença, outros em que quanto mais adiar, pior o prognóstico, e ainda casos, muito raros, em que a gravidez ou a amamentação devem ser mesmo contraindicadas, sendo que estas situações devem ser bem discutidas e esclarecidas com a mulher e família, e se necessário, com o parecer de vários médicos.

A Diabetes Mellitus é uma alteração do metabolismo da glucose (açúcar) que afeta progressivamente todo o organismo. Existem vários tipos de Diabetes: Diabetes tipo 1, Diabetes tipo 2 e Diabetes Gestacional são os mais comuns. Globalmente e em especial nos países desenvolvidos, o número de doentes com Diabetes está a aumentar, atingindo quase 10 por cento dos adultos.

A Diabetes tipo 1 é geralmente diagnosticada na infância ou juventude e obriga a medicação com insulina. A Diabetes tipo 2 é habitualmente diagnosticada em adultos, frequentemente associada ao excesso de peso e deve ser gerida com medidas gerais, especialmente dieta e exercício físico, e muitas vezes evolui para a necessidade de medicação com comprimidos e/ou insulina.

Com adequados cuidados de saúde há cada vez mais meninas com Diabetes tipo 1 a chegar à idade adulta e a terem filhos. Pelo crescente número de grávidas mais velhas e de grávidas com excesso de peso, há também cada vez mais grávidas com Diabetes tipo 2. As mulheres com ambos os tipos desta doença têm maior risco de complicações na gravidez (gravidez de risco) e por isso devem procurar planear e vigiar.

Planear – ainda antes de engravidar e com apoio médico, dieta e terapêutica adequadas, devem otimizar-se os valores da glicémia, pois com adequados níveis antes da gravidez, diminui-se o risco de malformações e perdas fetais. Devem rever-se também as eventuais lesões já causadas pela Diabetes, para ajustar a medicação e diminuir o risco de as agravar. Ao engravidar, é muito importante não suspender a medicação sem indicação médica.

Vigiar – durante a gravidez, estas doentes devem ser apoiadas em consultas frequentes, quer para vigilância da doença, quer para vigilância da gravidez (e por vários profissionais: médico de família, internista ou endocrinologista, obstetra, enfermeiros, dietistas) – é normal e desejável terem muito mais consultas que fora da gravidez e muito mais consultas que as grávidas saudáveis. Com o planeamento e vigilância adequados, o processo de gestação torna-se muito mais seguro e a mãe e o bebé mais saudáveis. Na maioria dos casos, as diabéticas podem ter partos vaginais, mas estes devem sempre ser feitos em meio hospitalar.

Por outro lado, durante a gravidez todas as mulheres passam por mudanças no metabolismo que as tornam um pouco mais parecidas com as diabéticas e muitas chegam mesmo ao diagnóstico de Diabetes Gestacional (DG): este tipo de Diabetes é muito mais ligeiro, pode precisar ou não de medicação, e geralmente “desaparece” pouco depois do final da gravidez.

Em Portugal recomenda-se que todas as grávidas (sem Diabetes conhecida) façam análises para rastreio da doença. Para um crescimento seguro e harmonioso dos bebés, e também para diminuir o risco de complicações para elas mesmas, as grávidas com DG devem fazer um controlo cuidadoso da glicémia, da dieta e exercício físico (quando possível). Se necessário, serão aconselhadas a iniciar medicação, com comprimidos ou insulina. Depois do parto, estas mesmas mulheres devem colher novas análises para confirmar se os valores glicémicos voltaram ao normal (é o mais comum), ou se seria uma Diabetes tipo 1 ou tipo 2 que não tinha sido diagnosticada. Mesmo que as análises normalizem, estas mulheres e os seus bebés têm maior risco de vir a desenvolver Diabetes (noutras gravidezes e ao longo da vida) e doenças cardiovasculares, por isso merecem todos ser vigiados e aconselhados para favorecer hábitos saudáveis e peso ideal.

Dra. Inês Palma Reis - Internista e Coordenador do NEMO

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GAT alerta para a situação
No âmbito do Dia Internacional da Mulher, que se assinala hoje, dia 8 de março, o GAT (Grupo de Ativistas em Tratamentos)...

De acordo com a Coalition PLUS, 51% das pessoas que vivem com o VIH no mundo são mulheres. Em 2019, a SIDA continua a ser a primeira causa de mortalidade entre as mulheres de 15 a 49 anos. Nos países industrializados essa percentagem tem tendência a diminuir, ainda assim, em território nacional, as mulheres infetadas com VIH representam cerca de 30% das infeções nas zonas de maior prevalência, fazendo de Portugal um dos países europeus com maior prevalência da infeção no género feminino.

“Infelizmente, continua a existir uma grande desigualdade entre géneros, o que torna, muitas vezes, a mulher mais vulnerável à infeção do VIH. Só com a liderança, capacitação e participação plena das mulheres, conseguiremos responder cabalmente aos problemas de saúde sexual e reprodutiva. E só assim as mulheres poderão proteger-se contra o risco de infeção pelo VIH”, afirma Marta Maia, da Direção do GAT. “É fundamental reforçar os programas de prevenção que promovam a saúde das mulheres, mas também é muito importante desafiar os atuais papéis atribuídos ao homem e à mulher, e reforçar que a transmissão do VIH é sempre uma responsabilidade de ambos os parceiros”, acrescenta.

Nesse sentido, e para assinalar a data, durante a manhã do Dia Internacional da Mulher, o GAT vai estar a celebrar a em Corroios, junto à estação de comboios da Fertagus, com a LOVE Condom. Serão distribuídos balões, material de prevenção sexual e realizados testes de rastreio gratuitos e anónimos ao VIH, hepatites virais e sífilis.

No dia seguinte, dia 9 de março, o GAT prossegue com as comemorações do Dia Internacional da Mulher no bairro Santa Marta de Corroios, com enfoque na diáspora africana. A iniciativa, que inclui um almoço de convívio para cerca de 50 mulheres do bairro, preparado pela própria comunidade, tem como objetivo sensibilizar e esclarecer sobre saúde sexual feminina e hepatite B, uma doença que em Portugal atinge com especial relevância a população originária de outros países. Está ainda prevista a distribuição de material de prevenção sexual e a realização de testes de rastreio.

“Devido a fatores biológicos e socioeconómicos, as mulheres são um grupo mais vulnerável ao VIH e outras infeções sexualmente transmissíveis. No caso das mulheres da população africana, estamos a falar de um grupo prioritário que faz face a problemas de dupla discriminação, por serem mulheres e por serem migrantes. É necessário promover iniciativas junto destas populações mais vulneráveis, que muitas vezes têm menos acesso à informação e aos serviços de saúde”, explica Marta Maia.

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