Em discussão nas Jornadas Atlântidas de Saúde
A dor é o principal motivo de consulta nos países desenvolvidos. Em Portugal estima-se que quase 40% dos portugueses adultos...

De acordo com a International Association for the Study of Pain “a dor é uma experiência sensorial e emocional desagradável, associada com dano tecidular real ou potencial, ou descrita em termos de tal dano.

Ela serve de indicador quando algo não está bem, representando um sinal de alerta na prevenção de lesões orgânicas e, quando efetivamente ocorre lesão, no restabelecimento das funções normais do organismo.

O controlo da dor deve ser uma prioridade ao nível da continuidade de cuidados, transversal a todas as tipologias, sendo, igualmente, um fator decisivo para a indispensável humanização dos cuidados prestados. Para individualizar o tratamento da dor é importante classificá-la, com base na sua duração (aguda ou crónica), patogénese (nococeptiva, neuropática ou psicogénica), localização e causa.

Atualmente, o tratamento da dor crónica baseia-se essencialmente na intensidade da dor. A Organização Mundial de Saúde (OMS) recomenda a utilização de medicamentos analgésicos em três degraus sequenciais, de acordo com a intensidade.

Esta escada analgésica da dor defende a utilização inicial de fármacos não opióides, seguindo-se os opióides fracos e os opióides fortes. No entanto, uma vez que a dor crónica é, na sua maioria, de natureza multifactorial (em que estão presentes componentes nociceptivas e neuropáticas), o controlo efetivo da dor requer que sejam tomados em consideração os seus mecanismos subjacentes permitindo um tratamento mais direcionado.

Sendo esta uma das principais causas de absentismo e incapacidade em Portugal, será um dos temas em destaque nas Jornadas Atlântidas de Saúde, que decorrem no já próximo sábado, dia 30, em Ponta Delgada.  

Esta é uma iniciativa, organizada pela MJGS em colaboração com a Menari Portugal, que junta várias especialidades e que assenta nos temas mais preponderantes na área da Saúde da Medicina Geral e Familiar, com o objectivo de contribuir para a atualização de conteúdos e conceitos.

Lesão Cerebral
Os Acidentes Vasculares Cerebrais são um importante problema de saúde pública, estimando-se que afet

Depois de um AVC, as sequelas que ficam dependem, essencialmente, da área do cérebro afetada e da extensão desta lesão. “Naturalmente, as mais visíveis são as físicas, diminuindo a mobilidade. Mas há outras”, começa por explicar António Conceição acrescentando que nenhuma pode ser subestimada ou merecer menos atenção durante o processo de reabilitação.

A Afasia é uma das complicações mais frequentes e uma das menos conhecidas. Ela resulta de uma lesão no lado esquerdo do cérebro, afetando a fala e as competências linguísticas do doente. Ainda que a habilidade intelectual possa ser mantida, o paciente perde (total ou parcialmente) a sua capacidade de usar a linguagem, expressar os seus desejos através da fala, compreender a linguagem falada, ler e escrever.

O doente pode ainda perder a sensibilidade, apresentar dificuldades na deglutição, ter dificuldade em orientar-se no tempo e no espaço, ter dificuldades na concentração, perda de raciocínio ou memória e, até mesmo, ao nível do controlo das suas emoções. Depressão e ansiedade são ainda dos problemas mais comuns após um Acidente Vascular Cerebral.

O acesso aos cuidados médicos/terapêuticos e a falta de informação criam um fosso entre estes doentes e resto da sociedade.

De acordo com o presidente da Portugal AVC, também ele um sobrevivente, o acesso à informação é “frequentemente inadequada ou inexistente”.

“Depois, nem todos - famílias e cuidadores – são suficientemente sensíveis ao tema. O sobrevivente, muito frequentemente, encontra-se e sente-se sozinho”, diz chamando a atenção para o facto de que também, no que diz respeito aos cuidados de saúde, “tem que enfrentar algum desconhecimento, mesmo de alguns médicos”. Não basta por isso ter acesso aos cuidados necessários, é preciso que eles sejam diferenciados já que “nesta patologia, cada caso é único”.

Quanto aos apoios sociais, António Conceição revela que para além de existir um grande desconhecimento na área, estes “continuam a ser encarados como uma esmola, não permitindo uma vida condigna e potenciadora da igualdade nos mais diversos campos, a começar pelo laboral”.

Por outro lado, diz ser essencial que se crie, de uma vez por todas, um estatuto para o cuidador informal. “Defendemos que, sempre que possível, o sobrevivente fique no seu lar”, diz. “Para isso, é necessário que se criem condições, em particular para o cuidador informal: laborais, de direitos sociais como a sua pensão e reforma, e assegurando a formação e o descanso indispensável”, apela acrescentando que é impensável manter a atual situação em que ser cuidador é “estar ao serviço” 24 horas por dia, 365 dias por ano. “E ainda por cima sem qualquer medida que o possa proteger…”, acrescenta.

Para o presidente da Portugal AVC, a criação de um verdadeiro estatuto de cuidador informal permitiria poupar ao Estado muito dinheiro, face à alternativa que passa pela institucionalização destes doentes.

No âmbito do Dia Nacional do Doente com AVC, que todos os anos se assinala a 31 de março, António Conceição deixa uma mensagem importantíssima: há vida depois do AVC!

A aposta numa reabilitação multidisciplinar, “célere, sem tempos pré-estabelecidos, adequada a cada um” é, na sua opinião, um dos aspetos essenciais para melhorar a qualidade de vida destes sobreviventes. “A reabilitação não é um mero custo para o Serviço Nacional de Saúde, antes um investimento com retorno”, reforça enquanto apela para uma maior consciencialização dos fatores de risco, seja em que idade for: hipertensão, diabetes, colesterol, tabagismo e obesidade. 

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Nota: 
As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico, Enfermeiro, Farmacêutico e/ou Nutricionista.
Estudo
Experiências psicóticas, como paranoia, são mais frequentes em adolescentes a viver nas grandes cidades. A culpa é da poluição,...

Um estudo recentemente publicado na revista científica JAMA Psychiatry, avaliou a saúde mental de cerca de 2000 adolescentes a viver em áreas urbanas, semi-urbanas e rurais, e conseguiu estabelecer uma relação entre as desordens psicóticas e os níveis de poluição.

De acordo com os investigadores da King’s College, quase um terço destes jovens (623) admitiu ter experimentado pelo menos uma experiência psicótica, entre os 12 e os 18 anos. Sentir-se observado ou ouvir vozes que mais ninguém conseguia ouvir foram as experiências mais relatadas.

Com este estudo, os investigadores conseguiram estabelecer uma correspondência com a poluição das grandes cidades, afirmando que as crianças a viver em zonas urbanas estão mais propensas a desenvolver psicoses.  

Nas áreas que registam níveis elevados de gases poluentes, - como as zonas da cidade mais próximas do centro ou ruas muito movimentadas - 12 em cada 20 adolescentes admitiu ter passado por uma experiencia psicótica. Nas áreas com níveis mais baixos de óxido de nitrogénio, apenas 7 em cada 20 referiu ter tido um surto psicótico.

Joanne Newburry, do Instituto de Psiquiatria, Psicologia e Neurociência, afirma que “estes dados sugerem que a poluição pode ser um fator de risco”. Para os investigadores envolvidos neste estudo, a poluição não afeta apenas a saúde respiratória ou cardiovascular.

A hipótese que surge em cima da mesa, e que poderá justificar estes novos dados, é que pequenas partículas destes poluentes possam penetrar a circulação sanguínea, através dos pulmões, e cheguem até ao cérebro onde desencadeiam uma resposta inflamatória que prejudica a saúde mental. Outra teoria, é que os químicos que envolvem estas partículas se possam dissolver no sangue e viajar até ao cérebro.

 

Análise
Elvanse é indicado como parte de um programa de tratamento abrangente para a perturbação de hiperatividade e/ou défice de...

Um estudo randomizado que comparou dimesilato de lisdexanfetamina com atomoxetina, em 267 crianças e adolescentes com idades entre os 6 e os 17 anos, mostrou que esta substância ativa apresenta valor superior à atomoxetina.

Esta análise permitiu concluir que em termos de eficácia, o dimesilato de lisdexanfetamina, a curto prazo é melhor no que diz respeito à modificação de sintomas, melhoria da qualidade de vida e percentagem de respondedores. A longo prazo, não foi possível estabelecer uma comparação.

Em termos de segurança não se observaram diferenças no número de eventos adversos registados.

Para além da comparação terapêutica entre as duas substâncias, foi possível ainda concluir que o Elvanse contitui uma  vantagem económica na medida em que é mais barato que a terapêutica alternativa.

 

Profissionais de Saúde
O Tour Be.low Talks, promovido pela MSD Portugal, vai percorrer o país de norte a sul e pretende motivar a partilha de...

Ao longo do tour, prevê-se a realização de várias reuniões que vão contar com o contributo de cinco especialistas. As apresentações procuram analisar as recomendações atuais das guidelines, o panorama de atingimento dos valores alvo a nível nacional e internacional, identificar as causas para o não atingimento de valores alvos e as diferentes estratégias possíveis para o controlo eficaz da dislipidemia. 

Estão agendadas apresentações nas cidades de Lisboa, Leiria, Caldas da Rainha, Cascais, Algarve, Alentejo, Porto, Coimbra, Viseu, Guimarães, Vila Nova de Gaia, Covilhã e Castelo Branco. A ação culmina no Congresso da Sociedade Portuguesa de Cardiologia, a decorrer no dia 27 de abril.

As reuniões, destinadas a profissionais de saúde de várias especialidades médicas, terão uma duração média de 45 minutos. Nestes encontros, os especialistas terão  a oportunidade de analisar um caso clínico e testar os seus conhecimentos numa prova final.

Com as Be.low Talks, a MSD Portugal pretende transmitir o legado da informação mais atual sobre os níveis de c-LDL, com o objetivo de explorar o estado da arte do tratamento de Colesterol em Portugal. Após vários anos dedicados à área de investigação e desenvolvimento de novos tratamentos para a doença cardiovascular, esta iniciativa da MSD Portugal pretende colocar em destaque a partilha de opiniões entre profissionais de saúde, sempre com o foco no intervalo de valores recomendados de c-LDL.

 

 

Estudo
Estudos clínicos mais recentes estão em fase final e vão trazer novos dados sobre a aplicabilidade e eficácia das células...

Antes considerada uma doença rara, estima-se que o autismo afete hoje uma em cada 100 pessoas em todo o mundo. Nos EUA, 1 em cada 59 crianças é afetada por esta patologia, já encarada hoje como um conjunto de doenças: as perturbações do espectro do autismo.

“Nas últimas décadas, estudos de prevalência têm mostrado um aumento dos casos, por via de uma maior consciencialização de profissionais de saúde e familiares, bem como pelas alterações nos critérios de diagnóstico e diagnósticos em idades mais jovens”, afirma João Sousa, diretor de qualidade do laboratório de tecidos e células BebéVida.

“Contudo, e apesar de diagnósticos mais atempados, ainda há um caminho importante a percorrer no que respeita ao tratamento”, recorda o especialista, a propósito do Dia Mundial do Autismo, que se assinala a 2 de abril, mês que a comunidade internacional dedica em todo o mundo à consciencialização para esta doença.

Estudos já realizados nos EUA, com participação da investigadora e médica hematologista pediátrica Joanne Kurtzberg, provaram a viabilidade e segurança de transplantes autólogos de células estaminais provenientes do sangue do cordão umbilical em crianças com perturbações do espectro do autismo.

“Este é um ano de grande expectativa no que respeita às terapias celulares. Aguardamos os resultados do mais recente estudo da professora Joanne Kurtzberg e cremos que serão muito prometedores para o futuro do tratamento destas perturbações”, conclui João Sousa.

Joanne Kurtzberg integrou a equipa que realizou o primeiro transplante de células estaminais tendo como fonte o cordão umbilical, em 1988, e tem até hoje dedicado grande parte do seu trabalho à aplicação de células estaminais no tratamento de crianças com autismo e paralisia cerebral, tendo registado já resultados positivos.

A médica liderou equipas que realizaram infusões de células estaminais um pouco por todo o mundo, tendo tratado também crianças portuguesas que receberam transplantes autólogos no âmbito destas patologias.

As perturbações do espectro do autismo caraterizam-se por persistentes dificuldades na comunicação e interação sociais e também por padrões repetitivos no comportamento, atividades ou interesses.

A lei foi aprovada ontem mas só entra em vigor em 2021. O Parlamento Europeu decidiu proibir a venda de produtos de plástico de...

Com a entrada desta lei, deixa de ser legal comercializar determinados produtos de plástico descartáveis como pratos, talheres, cotonetes, palhinhas, agitadores para bebidas, varas para balões, produtos de plásticos oxodegradáveis e recipientes para alimentos e bebidas de poliestireno expandido, para os quais existem alternativas.

Frans Timmermans, responsável pelo desenvolvimento sustentável, afirmou que, com a aprovação de esta medida, “se deu um passo importante para reduzir a poluição poluidora e plástica nos nossos oceanos e mares. Nós conseguimos fazer isso. A Europa está estabelecer padrões novos e ambiciosos, pavimentando o caminho para o resto do mundo”, declarou.

A diretiva estabelece também que os Estados-membros tomem medidas para alcançar uma redução quantitativa de outros produtos de plástico de utilização única, como recipientes para alimentos e copos de plástico para bebidas, incluindo as respetivas coberturas e tampas.

Os Estados-membros vão ter de assegurar a recolha seletiva de pelo menos 90% das garrafas de plástico até 2029, estando prevista uma meta vinculativa de, pelo menos, 25% de plástico reciclado para as garrafas a partir de 2025, e em 2030 todas as garrafas de plástico terão de respeitar um objetivo de, pelo menos, 30% de material reciclado.

O vice-presidente Jyrki Katainen, responsável por empregos, crescimento, investimento e competitividade, acrescentou que “uma vez implementadas, as novas regras não apenas impedirão a poluição pelo plástico, mas também tornarão a União Europeia líder mundial numa política plástica mais sustentável. O Parlamento desempenhou um papel essencial no lançamento dos alicerces para esta transformação e na criação de uma oportunidade para a indústria inovar, impulsionando assim a nossa economia circular. ”

Os toalhetes húmidos (toalhetes pré-humedecidos para higiene pessoal e uso doméstico) terão de ostentar uma marcação na sua embalagem para informar os consumidores da presença de plástico e dos danos causados ao ambiente se não forem deitados devidamente no lixo.

 

Infarmed
O Infarmed disponibiliza um Portal da Atrofia Muscular Espinhal, cujo acesso restrito a médicos e outros profissionais...

Este portal visa uma adequada gestão do acesso aos medicamentos para o tratamento da Atrofia Muscular Espinhal, uma vez que a sua utilização deverá ser adequadamente monitorizada, supervisionada e auditada pelo Infarmed de forma a permitir a quantificação dos ganhos em saúde obtidos e também conforme previsto no Sistema Nacional de Avaliação de Tecnologias de Saúde.

A Atrofia Muscular Espinhal (AME) é uma doença neuromuscular, genética, que causa atrofia e fraqueza muscular dos membros, tronco, músculos bulbares e respiratórios. A evolução da doença conduz a perda progressiva de movimentos e dificuldade respiratória, sendo que os sintomas geralmente aparecem logo após o nascimento.

 

Fármacias
A bastonária da Ordem dos Farmacêuticos (OF), o presidente da Associação Nacional das Farmácias (ANF) e a presidente da...

Estes responsáveis manifestam profunda preocupação com a possibilidade de retirar ao Governo a autoridade para decidir sobre uma instalação de uma farmácia, questionando mesmo os motivos para se abrir uma excepção à extinção das farmácias privadas nos hospitais públicos, tal como previsto no diploma de 2016.

As propostas em discussão admitem a transferência dos direitos de preferência das farmácias comunitárias do concelho de Loures para a empresa concessionária da farmácia do hospital.

"O Estado continuaria a planificar a rede farmácias e a zelar pelo acesso dos portugueses aos medicamentos em condições de igualdade em todos os concelhos de Portugal, à exceção de Loures", referem os signatários da Carta Aberta.

As três entidades não questionam a legitimidade da petição pública dos cidadãos de Loures, mas recordam que Portugal é o único país da Europa com farmácias de venda ao público instaladas nos hospitais. "Agora, Loures vai ser caso único!", acrescentam.

 

Infarmed
O medicamento é o Xeljanz (tofacitinib) e o alerta é do Infarmed que explica que o risco de embolia pulmonar surgiu associado...

De acordo com a informação avançada na página do Infarmed, este risco terá sido identificado nos resultados preliminares de um estudo, que ainda está a decorrer, para avaliar o risco cardíaco ou circulatório associado a este medicamento em doentes com idade igual ou superior a 50 anos e historial de problemas cardíacos ou circulatórios, em comparação com medicamentos inibidores do fator de necrose tumoral (TNF). Este estudo não abrange o nosso país.

“Os resultados preliminares deste estudo revelaram um aumento do risco de embolia pulmonar em doentes que tomaram 10 mg de tofacitinib duas vezes ao dia”, avança o Infarmed ao mesmo tempo que pede que os doentes se aconselhem com o seu médico antes de deixarem de tomar o medicamento.  

O Xeljanz está autorizado, na União Europeia, para o tratamento de adultos com artrite reumatoide moderada a grave, artrite psoriática e colite ulcerosa moderada a grave sendo dosagem recomendada caso a caso.

Enquanto para a artrite reumatoide e artrite psoriática a posologia aprovada é de 5 mg duas vezes ao dia, para a colite ulcerosa o tratamento inicial é de 10 mg duas vezes/dia.

Enquanto esta análise não é dada como concluída, o Infarmed recomenda aos profissionais de saúde que, no tratamento da artrite reumatoide prescrevam apenas a dose recomendada de 5 mg, duas vezes ao dia, e que informem os doentes dos sintomas a que devem estar atentos.

Dificuldades respiratórias, dor no peito ou na parte superior das costas, tosse com sangue, transpiração excessiva ou pele azulada são alguns sinais de alerta.

“A Pfizer, em articulação com a EMA [Agência Europeia do Medicamento] e com o Infarmed, iniciou hoje a divulgação de uma comunicação dirigida aos profissionais de saúde com informação sobre os resultados preliminares do estudo e das atuais recomendações relativas ao tratamento”, assegura a Autoridade do Medicamento.

 

 

Opinião
Numa lista de 50 países europeus, da OMS, Portugal está no grupo dos cinco piores no tratamento aos

A Organização Mundial de Saúde (OMS), que analisa, no Relatório de Prevenção contra os Maus Tratos a Idosos, as agressões nos últimos cinco anos contra os mais velhos, num Universo de 50 países europeus, é clara: “Portugal tem um sério problema no que respeita aos maus tratos contra idosos.”

E o cenário é negro: quase 40% dos nossos idosos são vítimas de abusos. Desta lista negra fazem parte apenas mais quatro países: Sérvia, Áustria, Israel e República da Macedónia.

Por dia, na Europa, quatro milhões de idosos são vítimas de humilhações, quer físicas, quer psicológicas.

Bofetadas, murros, socos, queimaduras no corpo e cortes propositados são algumas das agressões mais comuns praticadas contra a terceira idade. DN Portugal, 10 de Julho de 2011.”

A Segurança Social estima que sejam já 25 mil os idosos em risco e sem apoio, num universo de quase 400 mil pessoas com mais de 65 anos que vivem sozinhas em Portugal, referiu numa notícia o Diário de Notícias.  

Uma publicação do DN de 2011.12.12 12 refere: "São números preocupantes", disse à agência Lusa Pedro Mota Soares, à margem do seminário "Sociedade Civil e Envelhecimento - Desafios do Envelhecimento Ativo e da Solidariedade entre Gerações", que decorre em Lisboa.

O ministro adiantou que, com o Censos 2011, já se conhece a dimensão do envelhecimento: "Cerca de 20 por cento da sociedade portuguesa tem 65 anos ou mais".

"Sabemos das situações de risco e, por isso mesmo, queremos agir de uma forma muito determinada e este Ano Europeu do Envelhecimento Ativo também terá de acautelar todo o fenómeno que hoje existe dos idosos que estão colocados em situações de risco", afirmou.

Nesse sentido, adiantou, tem sido feito um trabalho mais direto com as instituições sociais, com os serviços da Segurança Social para se conseguir fazer a sinalização desses casos e "garantir proteção às pessoas dentro das instituições".

“Em 2010.10.01, a Linha do Cidadão Idoso da Provedoria da Justiça publica que recebeu nesse ano 1930 chamadas, das quais 176 sobre maus-tratos físicos e psicológicos.

Segundo uma nota da Provedoria, a propósito do dia Internacional do Idoso, entre 1 de Janeiro e 22 de Setembro, a Linha do Cidadão Idoso recebeu 1930 chamadas, 176 das quais relacionados com maus-tratos físicos e psicológicos.

Comparativamente ao ano anterior, a Linha já recebeu quase o mesmo número de chamadas do que as 1982 registadas em 2009.  

Nas chamadas recebidas, foram denunciados 79 casos de abandono e recebidas 160 chamadas relacionadas com assuntos de saúde.  

Os dados indicam que 194 chamadas eram pedidos de ajuda para tratar de questões de apoio domiciliário, 109 sobre lares, 47 sobre complementos de dependência e solidários e 44 sobre pensões.”

“O Relatório europeu sobre prevenção de maus-tratos a pessoas idosas” é o título da publicação divulgada pela Organização Mundial da Saúde (OMS) – Europa.

O documento destaca os fatores biológicos, sociais, culturais, económicos e ambientais que influenciam o risco de ser vítima ou autor de maus-tratos a pessoas idosas, bem como os fatores que podem ajudar a prevenir estas situações.

O relatório propõe ainda um conjunto de ações para os Estados-Membros, organismos internacionais, organizações não-governamentais, investigadores, profissionais e outras partes interessadas poderem reforçar a resposta política e dedicar os recursos adequados ao problema.

Os maus-tratos a pessoas mais velhas são generalizados a toda a Região Europeia da OMS, onde se estima que pelo menos quatro milhões de idosos são alvo de maus-tratos por ano e que mais de 2.500 morrem todos os anos. A maior parte dos países da região europeia tem uma população envelhecida, o que se traduz num número crescente de pessoas em risco.”

Em 2011 as Nações Unidas colocaram Portugal na lista negra dos países que pior tratam os idosos, com cerca de 39% por cento dos mais velhos vítimas de violência. Estes dados foram publicados em 2011.07.2013, por Regiões TV RTV.

Os dados da Segurança Social estimam que sejam 25.000 idosos em risco, em Portugal, sendo necessário investir na sua vigilância, pois vivem sozinhos sem qualquer tipo de apoio.

O censo de 2011 revela que 20 % da população portuguesa, aproximadamente 400.0000 pessoas têm mais de 65 anos, pelo que existe uma necessidade de sinalizar os casos problemáticos e aumentar o apoio domiciliário.

Em 2011 as denúncias de maus-tratos subiram 120 %.

Uma notícia da TV Regiões 31.01.2012 revela que foram encontrados 10 idosos mortos em casa numa semana.

Mais de metade dos idosos portugueses vivem sozinhos. Em 2011 o INE contabilizou 2,023 milhões de idosos, vivendo 60% sozinhos ou apenas na companhia de outros idosos.

Estes indicadores denunciam que em Portugal o número de idosos em situações de risco é muito preocupante.

Considera-se mau - trato, qualquer forma de tratamento físico e / emocional, não acidental e inadequado, resultante de disfunções e / ou carências nas relações interpessoais, num contexto de uma relação de dependência (física, emocional e / ou psicológica), confiança ou poder, podendo manifestar-se por comportamentos ativos (físicos, emocionais ou sexuais), ou passivos (omissão ou negligência nos cuidados e / ou afetos).

Os maus tratos podem resultar de omissão ou de ação. No caso em apreço, designa-se por negligência, todo o comportamento regular de omissão, relativamente aos cuidados a ter com uma pessoa dependente, não lhe proporcionando a satisfação das suas necessidades de cuidados básicos de higiene, alimentação, segurança, afeto e saúde (no contexto dos recursos disponíveis pela família e cuidadores), o qual resulta um dano na sua saúde e / ou desenvolvimento (físico, mental, emocional, moral ou social), podendo ser voluntário (com a intenção de causar dano) ou involuntário (resultante, em geral, da incompetência dos responsáveis para assegurar os cuidados necessários e adequados (físicos, carência de higienização, alimentação e / ou hábitos horários inadequados, vestuário desadequado, vitamina atiás, cárie dentária, infeções leves recorrentes ou persistentes).

Existem indicadores (sinais) de negligência, que se manifestam por doença crónica que não mereceu tratamento médico, dos quais destacamos os hematomas ou outras lesões inexplicadas, acidentes por ausência de supervisão de situações perigosas, atraso nas aquisições sociais, comportamentos anti - sociais, tendência à fantasia, falta persistente dos cuidadores, relacionamento pobre entra – familiar, condutas para chamar a atenção dos adulto, etc.

Existem sinais nas vítimas de maus tratos que nos alertam para uma vigilância mais apertada, que se traduzem na presença de lesões com diferentes tempos de evolução, que surgem em locais pouco comuns aos traumatismos de tipo acidental, dispersas por diferentes áreas corporais, nas quais podemos salientar como exemplos, as marcas de mordeduras, intoxicações, doenças recorrentes inexplicáveis, lesões desenhando marcas de objetos, alopecia traumática, sequelas de traumatismo antigo de que não é conhecida a história, outras lesões de diagnóstico médico mais complexo (hematoma subdural, hemorragia retiniana).

Outros sinais podem servir como alerta para nos ajudar a diagnosticar situações de maus-tratos, como por exemplo a recusa ou mudanças nas explicações do processo de produção da lesão, a inadequação do intervalo de tempo entre a ocorrência e a procura de cuidados médicos, a história de lesões repetidas, a inadequação da explicação dada pelos cuidadores sobre o mecanismo de produção da lesão.

Importa, ainda referir que para além dos maus-tratos físicos, existem os maus tratos emocionais, que se revelam por perturbações cognitivas, perturbações da memória baixa auto - estima, sentimentos de inferioridade, alterações da concentração e da memória, perturbações afetivas, medos, sentimentos de vergonha e culpa, timidez, afastamento dos amigos e familiares, hostilidade, falta de confiança, agressividade, manifestações de raiva contra as pessoas, relações sociais passivas, escassas, conflituosas e ausência de resposta perante estímulos sociais, fugas de casa ou relutância em regressar a casa, alterações do foro psiquiátrico, depressão, ansiedade, mudanças súbitas de comportamento e humor, neuroses graves (fobias, manias), alterações da personalidade, psicoses, comportamentos obsessivo-compulsivo, agitação, falta de integração entre o pensamento e a linguagem, as quais se traduzem como manifestações de reação individual aos maus-tratos psicológicos.

Tendo em conta o progresso da medicina que levou a um aumento da esperança e qualidade de vida. Estudos recentes revelam que a violência contra idosos está a aumentar em Portugal (dados da Associação Portuguesa de Apoio a Vítima indicam um aumento de 20,4 % no total de idosos vitimas de crime, em 2006 para 2007).

Contudo, não nos podemos esquecer que o idoso tem direitos jurídicos, que têm que ser preservados e a persistência de conflitualidade numa fase avançada do ciclo de vida familiar, podendo suceder uma certa reprodutibilidade do padrão de violência, implicam uma vigilância apertada para evitar a violência praticada sobre os mais velhos em contexto institucional.

Como recomendações importantes destinadas a minimizar o número crescente de maus – tratos, preconiza-se: 

  1. Implementação de medidas legislativas de proteção dos idosos vítimas de abusos.
  2. Registo informático de todas as denúncias e intervenção imediata de medidas de proteção.
  3. Campanhas de sensibilização dos idosos sobre a necessidade de planificarem a doença e a reforma.
  4. Implementação de programas integrados de prevenção primária e secundária, identificando situações e fatores de risco.
  5. Prevenção terciária destinada a minimizar os efeitos da violência contra os idosos.
  6. Organização de programas de apoio aos idosos e aos cuidadores.
  7. Criação de um sistema de gestão de informação integrada destinada a agir atempadamente às situações de maus tratos nos idosos.
  8. Investir na implementação de instituições que disponibilizem vagas para alojamento temporário ou eventualmente definitivo de idosos em risco.

E, por fim criar cursos de formação de profissionais com competências técnicas, destinadas a proteger os idosos vítimas de maus tratos.

Em suma, sofrer em silêncio é um drama vivenciado pelos idosos vítimas de maus-tratos que temos que abolir o mais rapidamente possível, protegendo as vítimas e penalizando os agressores. 

Professora Antonieta Dias - especialista em Medicina Geral e Familiar no Hospital Lusíadas Porto

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Investigação
O Easy Blood Crossmatch (EBC) baseia-se numa tecnologia que permite um teste rápido e seguro de compatibilidade do sangue,...

Graças ao valor de pressão constante gerado no interior do dipositivo não há necessidade de submeter a suspensão de plasma e eritrócitos a um processo de centrifugação moroso, dispendioso e que só pode ser executado em sede de laboratório com recurso a centrífugas específicas, o que caracteriza o procedimento atualmente praticado. O EBC elimina o passo da centrifugação no processo laboratorial, apresentando como principal vantagem a drástica redução de tempo e custos na obtenção dos resultados de compatibilidade.

Com elevado potencial de utilização, o EBC constitui uma solução versátil que poderá ser adaptado às necessidades das várias realidades em que atua. Para países com recursos económicos escassos ou em cenários de crise (catástrofes naturais, guerra, terrorismo e/ou epidemias), o dispositivo contribuirá para aumentar a segurança transfusional através da realização de provas de compatibilidade, sem incrementar a necessidade de equipamentos específicos dispendiosos ou de recursos humanos especializados. Em países ditos desenvolvidos a estratégia passa por tornar o processo transfusional mais célere, pela simplificação do processo, e mais económico, relativamente ao procedimento convencional, dado evitar a necessidade de utilização de equipamentos laboratoriais específicos e recursos humanos especializados.

“O Easy Blood Crossmatch torna-se diferenciador na medida em que, por ser mais rápido, fácil de usar e de interpretar os resultados, é fulcral para um paciente que necessite de uma transfusão sanguínea. Trata-se de um kit médico destinado às provas de compatibilidade de sangue, totalmente novo no mercado, que não necessita de laboratório. Assim, a mais-valia do EBC é, inquestionavelmente, a redução drástica do tempo necessário para realizar a PC, o que contribuirá determinantemente para o incremento significativo do número de vidas que serão salvas”, explica Cândida Malça, uma das coordenadoras do projeto.

Desenvolvido por uma equipa multidisciplinar da Escola Superior de Tecnologia da Saúde de Coimbra e do Centro para o Desenvolvimento Rápido e Sustentado do Produto, Instituto Politécnico de Leiria, em colaboração com a Faculdade de Medicina da Universidade de Coimbra, o EBC foi um dos 15 trabalhos de investigação contemplados com uma Bolsas de Ignição financiados pelo INOV C 2020, um projeto suportado por fundos do FEDER que pretende alavancar ideias de empreendedorismo e inovação na região centro.

INOV C 2020 apoia projetos inovadores em Portugal

Do consórcio INOV C 2020, liderado pela Universidade de Coimbra, fazem parte dez parceiros nucleares: o Instituto Politécnico de Coimbra, o Instituto Politécnico de Leiria, o Instituto Politécnico de Tomar, o Instituto Pedro Nunes, o ITeCons, o SerQ, a ABAP, a Obitec e o TagusValley. 

Saúde Pública
No Dia Mundial da Saúde o Anemia Working Group Portugal alerta para a anemia como um problema de saúde pública. Segundo o...

A prevalência desta doença é elevada atingindo os 20% e a situação agrava-se uma vez que 84% dos afetados não sabe que tem anemia.

Para António Robalo Nunes, presidente do Anemia Working Group Portugal, “estamos perante um problema de saúde pública”. É ainda de referir que mais de 50% de todos os casos de anemia são causados por défice de ferro.

O ferro é um nutriente essencial para o organismo, para a saúde física e mental e para manter os níveis de energia adequados à actividade. A deficiência de ferro pode provocar vários sintomas, como por exemplo fadiga, tonturas, falta de ar, maior suscetibilidade para infeções, aftas, dores de cabeça, queda de cabelo, intolerância ao frio, etc. A anemia causada por deficiência de ferro tem um impacto significativo na saúde, aumentando o risco de morbilidade e mortalidade por agravamento de outras doenças subjacentes. Os doentes com anemia apresentam sintomas de fadiga e têm uma qualidade de vida reduzida quando comparados com doentes não-anémicos, tendo um impacto negativo na sua produtividade.

Para Robalo Nunes «é essencial sensibilizar a população para este tema, pois normalmente subvalorizam um dos sintomas mais comuns - a fadiga - associando-o a outras situações. No entanto, a deficiência de ferro ou a anemia, quando não é tratada poderão ter implicações sérias na qualidade de vida do doente».

Perante o diagnóstico o tratamento depende do que é mais adequado a cada situação e a cada doente.

 

 

Acidente Vascular Cerebral
O Dia Nacional do Doente com AVC, assinalado anualmente a 31 de março, comemora-se um pouco por todo o país ao longo desta...

Para além do peso do AVC como grande causador de incapacidade permanente e de mortalidade, a relevância da informação e sensibilização da população nesta data prende-se muito com o facto de ser uma doença que se pode prevenir e tratar de forma eficaz na maioria dos casos, se forem cumpridos determinados cuidados. Metade dos AVC poderiam ser prevenidos controlando a pressão arterial e deixando de fumar, por exemplo. No mesmo sentido, o tratamento adequado na fase aguda pode reduzir as taxas de morte e incapacidade em 50%.

O presidente da SPAVC considera, no entanto, que “ainda se pensa pouco na prevenção em Portugal”, assumindo como missão da SPAVC, desde a sua fundação, a aposta na divulgação das medidas preventivas desta patologia. “Vale a pena lutar e por isso é que estamos aqui e assinalamos esta data anualmente, entre outras ações que vamos desenvolvendo ao longo do ano”, afirma o Prof. Castro Lopes.

Nesta data, voltam a ser reforçadas as principais mensagens a reter sobre AVC. “É preciso conhecer os sinais de alerta – os chamados 3 F’s (falta de força num braço, desvio da face e dificuldade na fala) – e saber que, perante o aparecimento de um deles, a única atitude correta é a de acionar de imediato os serviços de emergência, através do 112”, destaca o médico neurologista. Os fatores de risco são bem conhecidos, desde a hipertensão arterial, a diabetes, o tabagismo, a fibrilhação auricular, até à obesidade e ao sedentarismo. Para além disso, de norte a sul do país são relembradas as medidas de prevenção do AVC, que passam pela adoção de estilos de vida saudáveis como uma alimentação equilibrada, a prática regular de atividade física, não fumar, controlar os valores da pressão arterial, da diabetes e do colesterol, controlando também o peso corporal e limitando o consumo de bebidas alcoólicas.

“Junte-se à SPAVC nas comemorações deste Dia Nacional do Doente com AVC e venha aprender mais sobre o AVC e como o pode evitar”, convida o Prof. Castro Lopes, sublinhando que o AVC pode ocorrer a qualquer pessoa, a qualquer hora e em qualquer lugar, independentemente da idade ou do género.

 

Ser dador
De acordo com os dados divulgados pelo Instituto Português do Sangue e Transplantação, o número de d

Quem pode dar sangue?

De um modo geral, o dador deve ser um indivíduo saudável, com bons hábitos e comportamentos de vida, não deve sofrer de doenças que coloquem em risco a sua saúde, nem a saúde de quem vai receber a doação feita. O dador nem sempre reconhece que uma não aprovação para a dádiva é feita com o intuito de o proteger ou de proteger a saúde de quem irá receber o sangue, demonstrando até alguma indignação com o facto de não poder doar sangue. A dádiva é um dever e não um direito, por isso, só pode dar sangue quem for efetivamente for saudável.

Quais os critérios que impedem alguém de ser dador?

Motivos de doença e/ou hábitos de saúde pouco saudáveis.

Quais os principais direitos e deveres do dador?

O dador deve formalizar o seu consentimento para a dádiva por escrito e deve responder com verdade, consciência e responsabilidade às questões que lhe são colocadas tendo em vista a proteção da sua saúde e do recetor/doente, preservando a qualidade e segurança do componente doado. O dador tem direito à salvaguarda da sua integridade física e mental; à informação sobre todos os aspetos relevantes relacionados com a dádiva de sangue; à confidencialidade dos dados; ao reconhecimento público; a não ser objeto de discriminação; à isenção das taxas moderadoras no acesso à prestação de cuidados de saúde do Serviço Nacional de Saúde (SNS), nos termos da legislação em vigor; ao seguro do dador; à acessibilidade gratuita ao estacionamento nos estabelecimentos do SNS aquando da dádiva de sangue e a ausentar-se das suas atividades profissionais pelo período de tempo necessário para a dádiva de sangue.

Quantas vezes pode doar sangue?

A doação de sangue pode ser feita de quatro em quatro meses pelas mulheres e de três em três meses pelos homens. Pode repetir a dádiva sem qualquer inconveniente para a sua saúde e bem-estar desde que sejam respeitados os intervalos definidos entre as dádivas de sangue.

Qual o tipo de sangue mais difícil de “encontrar”?

Sobretudo O e A negativos, que são os mais raros, e, por isso, os mais problemáticos. Os tipos O-, B- e AB- são os que apresentam os níveis mais baixos, com reservas apenas para quatro a cinco dias. É importante garantir que os níveis não descem, sobretudo em épocas de férias que obriga a deslocações e ocorrem mais acidentes rodoviários.

Onde nos podemos dirigir para fazer doação de sangue?

Nos Centros de Sangue e Transplantação (CST) de Lisboa, Coimbra e Porto, nos locais onde se efetuam brigadas móveis de colheita de sangue e nos Serviços de Imunoterapia hospitalares.

É seguro doar sangue em Portugal?

É, sim. A dádiva de sangue não tem repercussões negativas na saúde e só vai trazer benefícios a quem precisa dele. Além disso, doar sangue não envolve nenhuma preparação especial: é apenas recomendado que ingira líquidos e faça uma refeição leve a seguir a doar sangue.

À medida que a população portuguesa envelhece, existem também alterações na população de dadores. Em 2017, verificou-se uma diminuição de dadores e dádivas de sangue e a proporção de dadores de primeira vez atingiu o seu valor mais baixo desde 2012, representando os dadores regulares 87,76% do total de dadores.

Por exemplo, o Grupo de Dadores de Sangue da Caixa Geral de Depósitos (CGD) foi criado a 14 de maio de 1983 por iniciativa dos colaboradores do banco e é considerado o maior do país a nível institucional. O Grupo desenvolve todos os esforços ao seu alcance com vista ao cumprimento da sua missão: “salvar vidas humanas pela dádiva benévola de sangue”. Uma prática que se vê refletida nas diversas recolhas de sangue efetuadas em todo o país através dos núcleos existentes, que são, atualmente, 20.

Quais os principais mitos associados à doação de sangue?

Grande parte da informação negativa sobre a dádiva de sangue está relacionada com mitos, medos ou receios que são transmitidos por pessoas que, na maioria dos casos, nunca doaram sangue. Uma grande parte das pessoas sente receio de dar sangue quando vão efetuar a sua dádiva pela primeira vez. Será com a experiência e com a observação do à-vontade e descontração que esse receio diminui, tornando-se um ato natural e simples.

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Nota: 
As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico, Enfermeiro, Farmacêutico e/ou Nutricionista.
Investigação
Uma equipa de investigadores norte-americanos recorreu à técnica de edição genética CRISPR para desenvolver um método que...

Esta técnica - Clustered Regularly Interspaced Short Palindromic Repeats - permite alterar os genes, com diferentes propósitos. Neste caso, foi utilizada para dotar as células estaminais de uma espécie de «manto de invisibilidade», com o objetivo de “camuflar” as células transplantadas para que evitar que sejam rejeitadas pelo sistema imunitário do doente.

De acordo com os cientistas da Universidade de São Francisco, o importante é que estas células não sejam detetadas. Se isto acontecer, o organismo não precisa de acionar os seus mecanismos de defesa para lutar contra aquilo que considera um corpo estranho. E é esta ativação dos mecanismos de defesa que, habitualmente, leva à rejeição após o transplante.

Atualmente, para evitar que ocorra rejeição, os pacientes tomam medicamentos para ‘baixar’ as defesas do organismo – os imunossupressores - tornando-os um alvo fácil para todo o tipo de doenças.

Com modificação celular, os cientistas acreditam que é possível apresentar uma nova solução para lidar com a rejeição das células. Os investigadores usaram a técnica de CRISPR para eliminar dois genes das células, incluindo a parte que daria a indicação ao organismo que se trata de um agente externo. Depois disso, tiveram de adicionar uma proteína (CD47) que diz ao sistema imunitário para não destruir a célula.

Apesar de esta técnica ter mostrado resultados positivos em ratinhos de laboratório, ainda não se sabe quando poderá vir a ser testada em humanos.

Relatório
Desde 2011 que, em Portugal, o número anual de interrupções de gravidez tem vindo a decrescer. O último relatório da Direção...

De acordo com o Relatório dos Registos das Interrupções da Gravidez, foram realizadas 15492 interrupções de gravidez ao abrigo do Código Penal, em 2017. Cerca de 11 mil foram realizadas no Serviço Nacional de Saúde, as restantes (4457) em serviços privados.

Globalmente, quase metade das mulheres (47,2%) recorreu aos serviços de atendimento hospitalar por iniciativa própria. A maioria encontrava-se na faixa etária dos 20-24 anos, seguindo-se a faixa dos 25-29 anos representando 22,39% do total das mulheres que escolheram não levar a gravidez a termo.  

Segundo o documento, são as mulheres entre os 30 e os 34 anos as que apresentam uma probabilidade mais elevada de levar a gravidez até ao fim. Esta faixa etária foi a que registou o menos número de intervenções.

96% das mulheres interrompeu a gravidez até as 10 semanas por opção, 3% pela existência de doença grave ou malformação congénita no feto.

Lisboa e Vale do Tejo foi a região que registou maior número de interrupções voluntárias (57%), seguindo-se a região norte com 22,8% e o Algarve com 6,6%. Em 18,3% das interrupções da gravidez a mulher tinha nacionalidade estrangeira, sendo esta percentagem semelhante à do ano anterior.

O método escolhido em 70,2% dos casos foi a IG medicamentosa. Apenas 28,8% recorreu ao método cirúrgico. No entanto, as instituições públicas e privadas diferiram quanto ao método: nas públicas o medicamentoso ocorreu em 98,2% dos casos, enquanto nas privadas predominou o método cirúrgico (93,9%).

Em cerca de metade dos casos, a mulher tinha pelo menos um filho. 70% recorreu à interrupção da gravidez pela primeira vez.

O estudo da Direção Geral da Saúde permitiu ainda estabelecer uma associação entre a interrupção voluntária da gravidez e a profissão das mulheres. “Em 40% das IG, as mulheres tinham frequência do ensino secundário e em 24,7% do ensino superior. Apenas 0,2% manifestou ausência de instrução”, pode ler-se no relatório.

Saúde Cardiovascular
12 mil portugueses morrem todos os anos vítimas de morte súbita cardíaca. Palpitações, cansaço, dor no peito, tonturas, desmaio...

Nem sempre causam sintomas, e o facto de grande parte da população desconhecer os seus riscos, nomeadamente a “morte súbita”, faz com que esta seja uma importante causa de morte.

De acordo com Francisco Moscoso Costa, especialista do Hospital de Santa Cruz, nos casos de morte súbita registados, há cerca de 12 mil tentativas de ressuscitação, através da aplicação de manobras de reanimação cardiopulmonar, no entanto, apenas 681 pessoas chegaram vivas às urgências.  

Em mais de metade dos casos (57%) não foi realizada qualquer manobra de reanimação até à chegada de meios de socorro, adiantou o cardiologista, lembrando que as doenças cardiovasculares são a principal causa de morte em Portugal, representando 29,7% da mortalidade em Portugal, num impacto superior a 330 milhões de euros para o Serviço Nacional de Saúde (SNS), referiu Francisco Moscoso Costa.

Em declarações à imprensa, o cardiologista explicou que a fibrilhação auricular é a arritmia mais prevalente no ser humano, sendo muito frequente acima dos 65 anos, uma população em que o risco de acidente vascular cerebral aumenta muito quando há fatores de risco associados.

“Quando há uma morte súbita num atleta isso é muito mediático e nós estamos muito alerta, mas na realidade a grande parte da morte súbita ocorre acima dos 40 anos e é derivada de fatores de risco cardiovasculares comuns, como o sedentarismo, o tabagismo, a dislipidemia (aumento de gordura no sangue), tensão arterial elevada e diabetes”, sublinhou.

Para o cardiologista, é importante alertar a população para o facto de que “15 a 30% dos doentes não têm qualquer sintoma”.

Nestes casos, a única maneira da arritmia ser diagnosticada é através da medição da pulsação, seguida da realização de um eletrocardiograma.

Também é importante sensibilizar para o facto de que “a ausência de sintomas não quer dizer que a pessoa não esteja em risco”.

Para quem já foi diagnosticado e começou o tratamento, “é importante” que o doente não abandone a terapêutica para controlar a arritmia, porque ao fazê-lo corre o risco de ter eventos como um acidente vascular cerebral.

“Outra mensagem é que não basta apenas tomar a medicação ou fazer as medidas de intervenção recomendadas pelo seu médico, é muito importante também adotar estilos de vida saudáveis”, como perder peso, atividade física regular moderada, alimentação saudável, porque vai contribuir para diminuir o risco de eventos futuros a aumentar a qualidade de vida das pessoas com arritmia.

Evento científico
Hipertensão e Risco Cardiovascular é um dos temas que estará em debate nas Jornadas Atlântidas de Saúde, que arrancam no...

Uma iniciativa que junta várias especialidades e que assenta nos temas mais preponderantes na área da Saúde da Medicina Geral e Familiar, com o objetivo de contribuir para a atualização de conteúdos e conceitos

Organizado pela MJGS, Lda, este evento científico conta com o apoio da Menarini Portugal e com a estreita colaboração da Universidade dos Açores.

Entre os oradores vão estar Carlos Aguiar, especialista em cardiologia, que irá abordar os novos paradigmas da Hipertensão e Risco Cardiovascular; o especialista em nutrição, Telmo Barroso, cuja intervenção vai incidir sobre a importância das vitaminas e dos minerais na qualidade de vida.

Beatriz Craveiro, especialista na área da Dor, vai falar sobre a Dor Aguda em Situações Crónicas, enquanto José Santos Dias, especialista em Urologia, vai encerrar este encontro com uma intervenção sobre aquela que é considerada a doença mais comum do homem e que atinge cerca de 80% dos homens com idade superior a 75 anos, a Hiperplasia Benigna da Próstata.

O Sexo e o Coração é o tema da intervenção de José Palma do Reis, urologista, e o especialista Eurico Silva abordará a temática da Asma e Doença Pulmonar Obstrutiva Crónica.  

O evento terá início às 09h30 e o seu arranque será marcado por uma intervenção do Secretário Regional de Saúde, Dr. Rui Luís, e a abertura das jornadas ficam a cargo do Profº. João Luís Gaspar, Reitor da Universidade dos Açores. 

 

 

Pacto de Competitividade
Promover a captação de ensaios clínicos, de centros de conhecimento e de unidades de produção para Portugal e fomentar a...

A assinatura deste pacto é um importante instrumento para a concretização dos objetivos estratégicos do HCP, que definiu, até 2025, ultrapassar os 2,5 mil milhões de euros de exportações em saúde e triplicar o valor dos ensaios clínicos realizados em Portugal, de 50 para 150 milhões de euros, e o número de doutorados a trabalhar em empresas da Saúde, passando de 250 para 750.

O pacto assinado é o reconhecimento do HCP enquanto cluster agregador do setor da Saúde e do seu papel na dinamização das atividades relacionadas com esta área.  Entre os objetivos definidos nesta parceria contam-se, ainda, estimular a capacidade concorrencial entre as empresas do setor, e antecipar e preparar a evolução das necessidades da indústria, designadamente em termos de competências e empregos.

Salvador de Mello, presidente do HCP, considera que “as ambições nacionais e internacionais do setor são reforçadas com esta parceria. Estamos perante um conjunto de ações estratégicas que deverão mobilizar todos os stakeholders para responder aos atuais desafios sociais, científicos e tecnológicos da Saúde em Portugal”.

O setor da Saúde é responsável por 279 mil postos de trabalho e 27 mil milhões de euros de volume de negócios, dos quais 1.400 milhões de euros se destinam a exportações. O setor regista também uma evolução significativa ao nível da produção científica (27% da produção científica total de Portugal) e um investimento em I&D a atingir os 462 milhões de euros.

 

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