Entrevista
Trata-se de uma nova metodologia de ensino que nasceu com o objetivo de ensinar e integrar crianças

A EKUI foi distinguida, na área da responsabilidade social, com o Prémio Maria José Nogueira Pinto em 2018. O que representou ver reconhecido este projeto?

Receber o Prémio Maria José Nogueira Pinto foi para nós um merecido reconhecimento de que a EKUI começa a ser vista e reconhecida como uma metodologia de ensino inovadora, capaz de mudar a forma como aprendemos a ler, a escrever ou a falar.

Por outro lado, vencer este prémio promoveu um marketing muito positivo da EKUI, dando-lhe visibilidade a nível nacional, tornando-a conhecido por entidades da sociedade civil, investidores sociais e famílias.

Para quem ainda não conhece, em que consiste a metodologia EKUI?

A EKUI (www.ekui.pt) é uma nova forma de aprender e ensinar a ler, a escrever e a falar. É uma metodologia inovadora. Diferente das metodologias tradicionais de ensino, mais inclusiva e acessível e todos, pois conjuga quatro formas de comunicação: a grafia do português, o alfabeto fonético, o alfabeto da Língua Gestual Portuguesa (LGP) e o código Braille.

Para concretizar a metodologia, utilizamos um KIT (caixa) com um conjunto de 26 cartas com as letras do alfabeto em versão física e app. Na mesma carta encontram-se soluções para responder aos diferentes desafios da comunicação. Cada carta tem as letras manuscritas com o respetivo grafema e ainda:

  • A letra em braille tátil e visual;
  • o alfabeto da língua gestual portuguesa;
  • e o alfabeto fonético

Como é que nasceu a EKUI? Partiu da sua experiência pessoal?

A ideia da EKUI surgiu-me em 2003 quando eu trabalhava como professora de crianças com autismo e limitações cognitivas, em Vinhais (distrito de Bragança). Na altura, percebi que as crianças identificavam com muito mais facilidade as letras do alfabeto quando eu lhes associava um gesto da LGP e produzia ao mesmo tempo o som dessas letras.

Como estava a fazer o meu doutoramento, comecei a investigar para perceber como é que as crianças aprendem a ler, a escrever e a falar. Cheguei à conclusão que a aprendizagem do alfabeto pode ser bastante abstrata para algumas crianças e que as pistas visuais e concretas, como as mãos da LGP, podem ajudar a concretizar essa aprendizagem, encurtando o período de memorização.

As crianças têm desde cedo de perceber que a um som da fala corresponde um som da escrita, chama-se a isto desenvolver a consciência fonológica, e as metodologias de desenho universal, como a EKUI, têm-se mostrado mais eficientes nesta matéria, pois usam diferentes estratégias e formas de expressão e de representação, que incluem todos os alunos, tenham eles deficiências ou não. E é este o caminho para uma educação verdadeiramente inclusiva.

Há quanto tem este projeto começou a ser implementado nas escolas?

A metodologia EKUI está a ser implementada nas escolas desde setembro de 2015, com resultados muito positivos na aprendizagem e na comunicação.

E em quantas escolas está disponível?

A metodologia EKUI tem vindo a ser dinamizada em 229 turmas do pré-escolar e 1º Ciclo em 40 concelhos de norte a sul do país.

Para que uma escola tenha acesso ao EKUI, o que precisa fazer? Que tipo de acompanhamento recebem?

Para que uma escola tenha acesso à metodologia EKUI basta que entre em contacto connosco ([email protected]) e manifeste o interesse em conhecer o projeto. Após esse contacto, a equipa EKUI está disponível para ir à escola dar formação aos professores, terapeutas a famílias. Quando o professor ou educador decide implementar a metodologia na sua turma, é acompanhado no primeiro ano letivo por terapeutas da fala, intérpretes de LGP ou professores de braille, consoante a necessidade dos alunos.

Nos jardins-de-infância, o projeto começa com a exploração de uma história multissensorial sobre o EKUI, um “duende da inclusão que luta contra o monstro das barreiras”, seguido da dinamização de diversas atividades de educação para a diversidade. No primeiro ciclo, esta história está associada à aprendizagem das letras e as atividades desenvolvidas pretendem facilitar o processo de aprendizagem.

Ainda nas escolas, a equipa EKUI faz rastreios, identificando e ajudando os educadores e professores a identificar precocemente problemas de fonética, cognitivos ou dificuldades de aprendizagem como a dislexia.


Para além do Kit com 26 cartas com as letras do alfabeto, o EKUI está disponivel em app gratuita 
 

O que já foi possível alcançar com este projeto?

O projeto chegou a 3555 crianças de forma direta, com resultados muito positivos a vários níveis, sobretudo na promoção do sucesso escolar e terapêutico, tornando a intervenção de professores e terapeutas da fala mais eficiente.

Estamos a falar de uma metodologia que, além de criar valor social, pode poupar milhões de euros às famílias e ao estado social, visto que o custo de intervenção por criança, com esta metodologia, estima-se abaixo de 1€, um valor manifestamente inferior à média nacional.

Sei que, para além da caixa com as letras do alfabeto, que integra as quatro formas de comunicação, também já existe uma aplicação. Para que serve? Apresenta outras funcionalidades?

A caixa com as letras do alfabeto é a materialização de uma metodologia com princípios científicos e valores como a equidade no acesso a bens e serviços para uma maior acessibilidade na comunicação. A app, disponível de forma gratuita na Play Store, além de ter as mesmas funcionalidades do material físico, tem também um jogo. As aplicações para ios iOS e android Android estão disponíveis para download gratuito através do site da EKUI.

Paralelamente, está a ser desenvolvido um conjunto de tutoriais EKUI para YouTube, com dicas de utilização sobre a metodologia EKUI para pais, técnicos e professores.

Até onde espera levar a metodologia EKUI?

Atualmente, mais de 1,7 milhão de portugueses têm alguma dificuldade em comunicar. Ou porque nasceram com deficiência (630 mil) ou porque a adquiriram (600 mil) ou porque saíram da escola analfabetos (520 mil). Segundo o PISA (2016), 10% dos alunos reprova no final do 1º Ciclo por não terem conseguido aprender a ler ou escrever. As metodologias tradicionais de ensino não estão preparadas para atender à diversidade em contexto educativo. Este é um problema grave, importante e que tem vindo a ser negligenciado pela sociedade. Este é o problema que queremos ajudar a resolver.

Assim sendo, esperamos levar a metodologia a todas as escolas deste país. E quem sabe até internacionalizar o projeto. Já temos o interesse de alguns países, falta-nos mesmo só um investidor social. A EKUI é neste momento uma Associação (Associação Verd`EKUI), sem fins lucrativos, mas com muita vontade de mudar o mundo.

Nota: 
As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico, Enfermeiro, Farmacêutico e/ou Nutricionista.
Estudo
Mutações genéticas que impulsionam o desenvolvimento de um tipo comum de leucemia infantil podem ser atribuídas a erros do...

De acordo com a equipa de investigação britânica, o sistema imunitário necessita de gerar milhões de anticorpos diferentes, todos os dias, para combater um grande número de potenciais infeções; para atender a essa necessidade, os glóbulos brancos que fazem anticorpos “remodelam” o seu ADN, produzindo anticorpos únicos. Para já, este estudo conseguiu identificar um conjunto de erros que decorrem deste processo e que estão na origem da leucemia infantil.

Durante a produção de anticorpos, o ADN é cortado e unido por enzimas denominadas recombinases e as regiões indesejadas do ADN entre os segmentos de genes requeridos são então expulsas do genoma.

Os investigadores descobriram que, por vezes, as enzimas recombinase ligam-se a esses subprodutos de ADN, o que cria complexos altamente perigosos de enzima / ADN que causam cortes aleatórios no ADN de todo o genoma, levando ao aparecimento do cancro.

Foi anteriormente demonstrado que o tipo mais comum de cancro do sangue na infância, a leucemia linfoblástica aguda, começa com uma mutação genética no útero.

Sozinha, esta mutação genética iniciadora não pode causar diretamente leucemia – o cancro só se desenvolverá se as mutações genéticas secundárias ocorrerem durante a primeira infância.

Por exemplo, a translocação cromossómica ETV6 / RUNX1 é encontrada em cerca de um quarto dos casos de leucemia linfoblástica aguda infantil, mas apenas cerca de uma em cada 100 crianças nascidas com a translocação ETV6 / RUNX1 desenvolve leucemia.

Os investigadores mostraram que este processo pode explicar de que forma algumas dessas mutações secundárias ocorrem na leucemia ETV6 / RUNX1.

Esta pesquisa  adicionou os complexos enzima / ADN às células derivadas de pacientes com leucemia linfoblástica aguda no laboratório. As mutações genéticas resultantes que se formaram foram localizadas no genoma usando o sequenciamento de ADN, sofisticados programas de tecnológicos e uma técnica chamada reação em cadeia da polimerase, que pode fazer várias cópias de regiões específicas do ADN.

28 das alterações cromossómicas causadas pelo processo também estavam presentes em crianças com leucemia com a mutação ETV6 / RUNX1, assim como as quebras de ADN ocorreram nos mesmos genes causadores de cancro que são frequentemente mutados na leucemia ETV6 / RUNX1-positiva e outras leucemias.

O investigador que liderou a pesquisa, acredita que “o preço que pagamos por um sistema imunitário tão eficaz é que ocasionalmente podem ser cometidos erros que podem causar o desenvolvimento de cancros do sangue”.

“Agora que sabemos exatamente como esse processo funciona, podemos ser capazes de o parar através da criação de novos medicamentos”, acrescentou Joan Boyes.

“Sabemos que a leucemia infantil precisa de, pelo menos, dois passos para se desenvolver e algumas evidências sugerem que o segundo gatilho ocorre quando o sistema imunitário de uma criança reage de maneira anormal às infeções. Com uma pesquisa tão importante como esta, que ajuda a construir um quadro mais completo do que causa a leucemia infantil, podemos começar a pensar em maneiras de impedir que isso aconteça”, disse outro investigador.

Estudo
Os dados são do Eurobarómetro que avaliou a relação dos portugueses com a prática de atividade física e, ao contrário do que se...

De acordo com a análise europeia, desde 2009 que o número de portugueses que diz praticar exercício físico tem vindo a descer, sendo consideravelmente inferior ao observado nos restantes países europeus. As mulheres são ainda as que menos atividades físicas praticam: 78% contra 68% dos homens que dizem nunca praticar exercício físico ou desporto.

Considerando outras atividades físicas, como andar de bicicleta, dançar ou fazer jardinagem, a percentagem de portugueses que as pratica regularmente, de acordo com o eurobarómetro, tem vindo a decrescer acentuadamente, situando-se nos 5% - um valor também inferior à média europeia. Em contraste, o número de portugueses que admite nunca praticar estas atividades subiu de 36% em 2009 para 64% em 2017. Ou seja, mais de metade da população a levar uma vida sedentária.

Dos que praticam exercício, 17% afirma praticar atividades físicas de intensidade moderada (andar de bicicleta ou jogar ténis em pares) 1 a 3 dias por semana. Apenas 10% reporta fazê-lo entre 4 a 5 vezes por semana.

Quanto as atividades aeróbicas, apenas 7% dos inquiridos afirma praticá-las entre 4 a 7 dias por semana. A maioria (13%) fá-lo entre 1 a 3 dias.

No que diz respeito a caminhadas, 47% dos inquiridos admite caminhar 10 minutos ou mais, pelo menos 4 dias por semana. 29% nunca caminha mais de 10 minutos por dia.

Já os que passam o dia sentados, 34% reporta passar mais de 5h30 nesta posição. Um número que tem vindo a aumentar, quando comparado com dados anteriores.

Entre os locais escolhidos para a prática de exercício, 43% dos inquiridos diz preferir parques ou outros locais ao ar livre. O ginásio é a escolha de apenas 27% dos que participaram neste estudo. Comparando os valores de 2017 com os de 2013, houve, ainda assim, um aumento na procura pelos ginásios.

Melhorar a saúde (51%), relaxar (38) ou melhorar a aptidão física (36%) são as principais razões que levam os portugueses a praticar exercício físico.

Quanto aos motivos para o sedentarismo, a falta de tempo é referida por 43% dos inquiridos, seguida da falta de interesse ou motivação (33%). Para além destes serem os valores mais elevados da média europeia, Portugal também lidera na percepção de que a atividade física é demasiado dispendiosa.

Investigação
Uma equipa de cientistas escoceses está a tentar perceber quais os genes que conduzem a uma maior predisposição para se...

Todos os anos, na Escócia, cerca de 3500 pessoas morrem de Sépsis, uma condição potencialmente fatal que resulta de uma reação exagerada do sistema imunitário a uma infeção.

Uma equipa de investigadores da Universidade de Edimburgo espera que esta pesquisa ajude a descobrir algumas pistas que expliquem como o ADN pode ajudar a prevenir doença, isto porque algumas pessoas parecem ter maior predisposição para adquiri-la.

Para isso, estudo vai comparar o ADN de pessoas morreram com Sépsis com o código genético de quem sobreviveu à condição

Em declarações à BBC, os investigadores esperam conseguir isolar marcadores genéticos de milhares de doentes e usar a informação para identificar o alvo de futuros tratamentos.

A Sépsis acontece quando as bactérias causadoras de uma infeção provocam uma resposta exagerada do nosso organismo, chamada resposta inflamatória generalizada. Esta inflamação sistémica pode levar à falência dos nossos órgãos. Os primeiros sintomas são a febre acima de 38ºC, respiração muito rápida, quase ofegante, ritmo cardíaco acelerado, calafrios e prostração.

Assim que diagnosticada, a Sépsis deve ser tratada de imediato, habitualmente com recurso a antibióticos. É que quanto mais depressa se iniciar o tratamento maiores são as hipóteses de sucesso na cura.

Kenneth Baillie, consultor académico do Roslin Institute da Universidade de Edimburgo, espera que este estudo consiga encontrar as peças que faltam para compreender a Sépsis.

“Nós achamos que vamos conseguir encontrar pistas no genoma humano”, afirma explicando que “as pessoas que morrem de sépsis são seguramente diferentes do resto da população em termos genéticos.”

“Se conseguirmos identificar esses genes, seremos capazes de desenvolver novos tratamentos que permitirão milhares de salvar vidas", acrescenta.

Enquanto se esperam os resultados, as entidades públicas vão, para já, desenvolver uma campanha de sensibilização que chamará a atenção aos principais sintomas da Sépsis.

Evento
A ADIFA - Associação de Distribuidores Farmacêuticos vai organizar o primeiro Congresso Nacional da Distribuição Farmacêutica,...

Debatendo a importância dos distribuidores farmacêuticos de serviço completo, enquanto agentes de saúde pública e detentores de um papel dinamizador na economia nacional, o encontro debruçar-se-á também nas novas tendências e oportunidades do setor.

Subordinado ao tema “o elo vital no circuito farmacêutico”, o congresso incluirá a apresentação pública de um estudo com a apresentação pública do estudo “Caracterização e impacto da Distribuição Farmacêutica em Portugal”, que visa dar uma visão aprofundada do setor, assim como o seu valor acrescentado para todo o circuito do medicamento e sociedade em geral.

“A Distribuição Farmacêutica é o elo vital do circuito do medicamento. Não temos dúvidas de que a Distribuição Farmacêutica de Serviço Completo, sinergicamente com os restantes stakeholders do circuito farmacêutico, desempenha uma atividade essencial para o direito constitucional à saúde, contribuindo para a saúde pública através da disponibilização do medicamento certo, no local certo, no momento certo para o cidadão certo. Este Congresso, que contará com a apresentação de um estudo setorial, pretende relevar o nosso valor acrescentado para o setor farmacêutico e sociedade”, comenta Diogo Gouveia, Presidente da Direção da ADIFA.

“A nossa capacidade de corresponder de forma eficiente aos desafios que o setor impõe, inerentes à evolução das cadeias logísticas e às diferentes necessidades da população, é fundamental e amplamente reconhecida.”, conclui.

 

Serviço Nacional de Saúde
Os hospitais vão iniciar este mês a avaliação ao estado nutricional dos doentes. A identificação do risco nutricional vai...

“Esta medida, que tem potencial para envolver cerca de 800 mil doentes por ano, é um passo essencial na implementação de uma estratégia de combate à desnutrição hospitalar, promovendo a recuperação dos doentes e o aumento da qualidade de vida, tal como o despacho 6634/2018 determina”, pode ler-se na nota do ministério.

A prevalência da desnutrição em doentes internados situa-se entre 20% e 50%, sendo, de acordo com a tutela, necessário identificar o estado nutricional dos doentes e promover o suporte nutricional adequado à sua recuperação.

A implementação de uma identificação precoce do risco nutricional irá trazer ganhos em termos de qualidade de vida e na recuperação do estado de saúde, podendo ainda contribuir para reduzir úlceras de pressão e reduzir custos, uma vez que a desnutrição está associada a internamentos mais longos, afetando sobretudo cidadãos mais idosos.

Este desenvolvimento foi analisado numa reunião que decorreu no passado dia 28 de março, no Ministério da Saúde, liderada pela Secretária de Estado da Saúde, Raquel Duarte, e em que estiveram presentes representantes da Ordem dos Nutricionistas, entre eles a Bastonária Alexandra Bento, da Direção-Geral da Saúde (através da Diretora do Programa Nacional para Alimentação Saudável, Maria João Gregório) e dos Serviços Partilhados do Ministério da Saúde.

Na ordem de trabalhos esteve a implementação nos hospitais do Serviço Nacional de Saúde de disposições que combatam a desnutrição hospitalar e promovam a recuperação dos doentes e a sua qualidade de vida, através de uma melhor prestação de cuidados nutricionais, nomeadamente com a aplicação sistemática de ferramentas de identificação do risco nutricional nesses ambientes.

Estes desígnios estão alinhados com a Estratégia Integrada para a Promoção da Alimentação Saudável (EIPAS) que, numa lógica da saúde em todas as políticas, tem promovido ganhos em saúde resultantes de intervenções nos variados determinantes de alimentação.

Estando em curso a fase de conclusão da adaptação da plataforma informática do Sistema Clínico hospitalar, com vista à integração da ferramenta de avaliação do risco nutricional, os próximos passos são:

  • Implementar faseadamente a ferramenta de avaliação de risco nutricional nos hospitais do Serviço Nacional de Saúde;
  • Começar a integração através de dois projetos-piloto a iniciar até final de abril;
  • Avaliar esta integração, acautelando as necessidades técnicas e funcionais de cada instituição incluindo as diferentes realidades dos sistemas de informação;
  • Criar uma comissão de acompanhamento que avaliará esta implementação, integrada por todas as entidades presentes nesta reunião, e ainda responsáveis técnicos pelas duas unidades piloto, a designar;
  • Apresentar até ao final de julho as conclusões emanadas por esta comissão, tendo em vista o alargamento aos restantes hospitais do Serviço Nacional de Saúde.

“O Ministério da Saúde, juntamente com as suas instituições e em estreia colaboração com a Ordem dos Nutricionistas, está empenhado na adoção de estilos de vida saudável e na promoção de uma alimentação saudável”, garante a tutela.

Estudo
A contrastar com a segurança e prosperidade económica do passado, hoje, os jovens médicos dentistas enfrentam a precariedade no...

De acordo com o estudo “Diagnóstico à Empregabilidade”, atualmente, mais de metade dos médicos dentistas trabalha por conta de outrem e os que se formaram há menos de 10 anos trabalham em vários consultórios.

Esta análise permite concluir que o subemprego é hoje uma realidade na área, avança Orlando Monteiro da Silva, bastonário da Ordem dos Médicos Dentistas.

“Nos últimos dez anos o paradigma mudou, em termos de prosperidade, de segurança e de precariedade e também de mobilidade. Os mais jovens vão mais para o estrangeiro, têm maior mobilidade em Portugal, os mais antigos são mais sedentários”, afirma o bastonário.

Apesar de admitir que “a profissão está a evoluir”, reforça que “a segurança e a prosperidade económica do passado estão a dar lugar à precariedade e à incerteza”.

O estudo permite ainda perceber as principais diferenças entre as diferentes gerações destes especialistas no que diz respeito à criação de emprego: 75% dos médicos dentistas formados há menos de dez anos trabalham por conta de outrem, enquanto 70% dos que se formaram há mais de uma década exercem atividade em clínica ou consultório próprio.

Quanto há inserção no mercado de trabalho, o estudo permite concluir que até é rápida, sendo que 78% dos jovens médicos dentistas começam a trabalhar em menos de seis meses e 40% estão no ativo em menos um mês. No entanto, nas gerações mais novas, “os dados indicam que a estreia no mercado laboral é cada vez mais lenta e precária”.

“A colocação no mercado de trabalho em Portugal consegue-se de forma relativamente rápida, mas de forma muito precária, em vários consultórios, com várias deslocações, a atender poucos doentes”, avisa o bastonário Orlando Monteiro da Silva, aconselhando os jovens a ter em atenção os dados sobre a empregabilidade antes de fazerem as suas escolhas no Ensino Superior.

“Devem ter em conta que a medicina dentária é uma profissão essencialmente liberal, tem uma empregabilidade que existe fundamentalmente no setor privado e que existe muito pouco ainda no serviço público”, insiste.

Outro dado, é que hoje em dia já há mais mulheres do que homens na profissão, com uma crescente “tendência de feminização”, o que não se verificava há dez ou vinte anos.

Relativamente aos salários, dos mais de dois mil médicos que participaram no estudo, cerca de metade afirma ter um rendimento mensal bruto até 1.500 euros, um terço ganha entre 1.500 e 3.000 euros brutos e apenas 20% ganha mais de 3.000 euros brutos mensais. Os salários mais baixos pertencem aos mais novos. No entanto, deste total, só um quarto dos profissionais tem uma remuneração fixa, sendo que, a maioria, recebe consoante o número e os custos dos procedimentos realizados.

Opinião
Abordar a temática do tratamento do AVC impõe que antecipadamente se clarifiquem conceitos.

Tratar o doente com AVC agudo impõe dois pressupostos que se complementam: o do tratamento propriamente dito - que no caso do AVC isquémico inclui as terapêuticas de reperfusão química, disponível em grande parte dos hospitais que tratam doentes com AVC, e a mecânica, apenas assegurada pelos hospitais mais diferenciados – e o de um modelo organizacional que o suporte. Em Portugal foi instituída em boa hora a Via Verde do AVC, de particular relevância dado que permite, uma vez contactado o 112, orientar o doente o mais rapidamente possível para o hospital que o possa tratar adequadamente.

Tempo é cérebro é uma frase que nunca é de mais repetir uma vez que quanto mais precocemente for possível recanalizar o vaso ocluído, maior será a probabilidade de o doente recuperar das graves limitações com que potencialmente pode ficar.

Aqui estamos. E para onde vamos? Não é fácil dizer. Contudo, várias outras modalidades de atuação terapêutica têm vindo a tentar demonstrar o seu benefício clínico. Elencarei as que julgo terem maior probabilidade de virem a revelar-se úteis, apesar de ambiciosas: a implementação de uma rede de ambulâncias com TAC incorporada e equipas médicas diferenciadas, o que permitiria antecipar o diagnóstico e definir a melhor estratégia de tratamento (que passaria a ter início na própria ambulância) e orientação do doente; a institucionalização da telemedicina como ferramenta indispensável para colocar em diálogo os profissionais dos diferentes hospitais que avaliam o doente com suspeita de AVC e, de igual modo, os profissionais do pré e intra-hospitalar. E é possível que outros medicamentos possam surgir para proteger o cérebro em sofrimento e evitar o seu edema potencialmente fatal.

Face aos avanços da medicina, neste como noutros domínios, cada vez mais se exige organização e o recurso às novas tecnologias no apoio à decisão.

Mas, como em tudo na vida, a palavra que antecipa o tratamento emerge como a mais importante. E essa chama-se prevenção.

Dr. Gustavo Santo - médico neurologista do Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra e membro da Sociedade Portuguesa do AVC

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Opinião
Estima-se que, no mundo, uma em cada seis pessoas sofre de um Acidente Vascular Cerebral (AVC).

As células cerebrais necessitam de um fluxo sanguíneo constante que lhes forneça oxigénio e nutrientes. O AVC acontece como consequência da interrupção brusca do fornecimento de sangue no cérebro causado pelo bloqueio de uma artéria ou pelo rompimento do vaso sanguíneo. No primeiro caso falamos de um AVC isquémico e no segundo de um AVC hemorrágico.

O tipo de AVC, a área do cérebro afetada e o estado de saúde do doente antes do episódio de AVC, determinam as suas consequências. Mas há um fator que pode influenciar a extensão das lesões provocados no doente (que condicionam quer o prognóstico vital, quer as consequências funcionais, desde alterações cognitivas, a dificuldades de movimentação e comunicação ou até a problemas comportamentais) e que corresponde ao intervalo temporal entre a manifestação dos sintomas e a intervenção médica. Realmente, o prognóstico (a curto e a médio prazo) do acidente agudo está muito dependente da precocidade da intervenção médica. Este aspeto é particularmente significativo no AVC isquémico, onde o uso das técnicas de recanalização e, naturalmente, a sua eficácia, estão criticamente dependentes do timing da intervenção.

Por este motivo, é importante saber identificar os sinais de alerta mais caraterísticos de um Acidente Vascular Cerebral. São eles: dormência ou descaída de um dos lados da face; perda de força num dos lados do corpo, que pode ser sentida num braço ou numa perna (ou em ambos); dificuldades na fala; alteração da visão; e dores de cabeça intensas.

À mínima deteção de qualquer um destes sinais, que podem ocorrer isoladamente ou em conjunto, é imperativo ligar para a linha de emergência 112. 

Por ocasião do Dia Nacional do Doente com AVC, torna-se fundamental não só alertar os portugueses para os sinais de alerta, como também consciencializá-los para a necessidade de adotar uma atitude preventiva, uma vez que existem comportamentos de risco que favorecem a ocorrência desta emergência médica. Relembra-se que a doença vascular cerebral é a doença neurológica mais suscetível de prevenção.

A tomada de uma postura que garanta a diminuição do risco de Acidente Vascular Cerebral ou de outros problemas cardiovasculares passa pela adoção de um estilo de vida saudável e ativo.

Em primeiro lugar, é importante abolir da rotina diária os comportamentos de risco, nomeadamente, o consumo de bebidas alcoólicas em excesso e o tabagismo. Simultaneamente, há que adotar hábitos que comprovadamente contribuem para uma vida mais longa e com melhor qualidade, como a adoção de uma dieta saudável, que se quer equilibrada e com reduzidos níveis de sal e gorduras, e a prática regular de exercício físico (uma caminhada durante 30 minutos, todos os dias, é um bom princípio). Para além disto, é importante prestar atenção aos indicadores gerais de saúde: controlo do peso, verificação regular dos níveis de tensão arterial, colesterol e glicemia, sem esquecer as consultas regulares ao médico de família.

As doenças do aparelho circulatório são ainda a principal causa de morte no país, tendo sido o AVC responsável por 10,2 por cento dos óbitos em 2017. Contudo, nos últimos anos, os progressos no tratamento dos doentes e o forte contributo de diversas instituições na sensibilização da Sociedade Civil têm contribuído para o decréscimo da mortalidade, para a diminuição da incidência, e para a melhoria do prognóstico dos doentes após o evento agudo.

O trabalho que os especialistas em Medicina Interna têm prestado em contexto hospitalar tem sido de importância vital no diagnóstico e no tratamento dos doentes com AVC agudo e na continuidade assistencial a que estes doentes obrigam. Seguramente este é um problema que interessa à Medicina Interna nas suas diversas vertentes: prevenção, diagnóstico, tratamento.

Dr. António Oliveira e Silva -  internista e vice-presidente da SPMI

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Doenças do pé
A Associação Portuguesa de Podologia (APP) vai promover rastreios gratuitos das principais doenças do pé e caracterizar a saúde...

Mais de 75 clínicas a nível nacional, continente e ilhas, estarão habilitadas para receber a população e proceder ao respetivo rastreio ao longo do mês.

O rastreio podológico, gratuito e dirigido a todos os utentes, contempla a observação, um exame clínico e a realização de estudos biomecânicos com o objetivo de despistar a presença de anomalias no pé, no apoio plantar e alterações no caminhar.

“Os portugueses não estão sensibilizados para a importância dos pés, e por isso não os valorizam e tratam devidamente. De acordo com uma pesquisa recente, cerca de 25% da população não sabe o que é a podologia, chegando esse desconhecimento a atingir os 50%, nas regiões de Lisboa e Vale do Tejo, Alentejo e Algarve. Neste sentido, os rastreios são uma excelente oportunidade para alertar a população para a temática, prevenir e conhecer a realidade do nosso país” esclarece Manuel Azevedo Portela, presidente da APP.

Apesar da elevada taxa de desconhecimento das doenças do pé, cerca de 85% da população com mais de 35 anos de idade tem alguma alteração nos pés, segundo estudos da APP.

Manuel Azevedo Portela acrescenta que “durante os últimos anos têm sido realizados alguns estudos que apontam para a necessidade de desenvolver programas de educação para a saúde podológica de forma a prevenir algumas das patologias mais frequentes como as queratopatias (alterações da pele por espessamento) e as onicopatias (alterações das unhas), metatarsalgias e fasceites plantares, Hallux Valgus (joanetes) e dedos em garra. É com esta preocupação com a saúde pública, que a nossa Associação alerta para prevenção, sensibilizando os portugueses para a necessidade das consultas de podologia, com especialistas na saúde do pé”.

Este rastreio avalia entre outras patologias do pé, o Pé Diabético que é uma das complicações mais frequentes, responsável pela maioria das amputações em Portugal. Prevenir, diagnosticar e tratar a tempo é muito importante. Um diagnóstico precoce e uma intervenção diferenciada pela podologia reduz os riscos de amputação e reduz as taxas de morbilidade e mortalidade associadas a esta doença.

O Mês da Saúde do Pé é promovido em parceria com a Pedirelax. A lista das clínicas que realizarão os rastreios está disponível no site www.appodologia.com, para consulta e marcação, de acordo com a disponibilidade da unidade.

O que é?
Em Portugal, o Acidente Vascular Cerebral continua a ser a principal causa de morte e de incapacidad
Radiografia de crânio com zona assinalada a vermelho

Um AVC é uma doença do cérebro que acontece quando o sangue numa artéria cerebral é interrompido (AVC isquémico) ou se espalha, quando uma artéria do cérebro se rompe (AVC hemorrágico).

O cérebro contem muitas células nervosas as mais conhecidas são os neurónios mas estas estão englobadas numa enorme rede de artérias cerebrais que permitem que o cérebro funcione.

Como o sangue é essencial para o funcionamento cerebral (pois as células cerebrais não produzem a sua própria energia), a interrupção do sangue para uma zona do cérebro faz com que as funções de comando que essa zona do cérebro exercia deixem de se fazer. Assim, se faltar sangue em zonas responsaveis pela fala, o doente deixa de falar, se faltar sangue onde o cérebro comanda a força de um braço ou perna esses deixaram de ter força porque o comando dessa parte do corpo deixou de funcionar.

Assim, dependendo da localizacao no cérebro das artérias que se ocluam (entupam) ou rompam, assim o doente terá sintomas diferentes, conforme o local do cérebro que foi afectado.

Sinais de alarme

Os sinais de alarme para a ocorrência de um AVC são a presença de diminuição de força num braço, dificuldade em falar ou o doente apresentar assimetria da face (a chamada “boca ao lado”)

Neste caso deve ser imediatamente ligado o 112 e ser explicado o que o doente está a sentir pois se trata de uma suspeita de AVC.

Assim, não é correcto ir a correr para o Hospital mais próximo, pois este pode não ter capacidade para tratar AVC na fase aguda e assim o gesto correcto, se aparecerem estes sinais de alarme, é ligar o 112 para não se perder tempo com uma deslocação desnecessária. Esta chamada activa uma Via Verde que permite a comunicação e transporte dos doentes com suspeita de AVC para o local correcto.

Tratamento

O tratamento dos AVC isquémicos na fase aguda pode nalguns casos incluir a retirada do trombo ou embolo que o causou. Para isso o doente deve ir o mais rapidamente possivel para um serviço em que estas técnicas se efectuam e daí a necessidade de contactar o 112 antes de tudo.

O tratamento na fase aguda inclui tambem o internamento em unidades de AVC de modo a estabilizar o doente e a estudar a presumivel causa do AVC, passo fundamental para evitar a repetição de um AVC pela mesma causa.

Fatores de risco

Dentro dos factores de risco modificáveis mais conhecidos para AVC incluiu-se a hipertensão arterial, a Diabetes, o tabagismo, as dislipidemias (colesterol ou triglicerídeos elevados) e a obesidade. O controlo destes factores de risco permite diminuir o risco de AVC (bem como de outras doenças vasculares) bem como a sua recorrência.

Reabilitação

Após o AVC é frequentemente necessário um período de reabilitação que pode incluir técnicas de fisioterpia, terapia da fala, terapia ocupacional e treino cognitivo pois as sequelas dos Avc não são apenas motoras.

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Alergia
Os níveis de pólen na atmosfera voltam a subir nos próximos dias, esperando-se concentrações muito elevadas para Portugal...

O alerta vai particularmente para os doentes com alergia aos pólenes de azinheira e outros carvalhos, plátano, pinheiro, e urtiga.

No Douro Litoral e região do Porto, os pólenes encontram-se em níveis muito elevados, com predomínio dos de plátano, carvalhos, pinheiro e cipreste e da erva urtiga.

Na Beira Litoral e região de Coimbra, tal como na Beira Interior e região de Castelo Branco, os pólenes encontram-se em níveis muito elevados, com destaque para os de plátano, cipreste, pinheiro, azinheira e outros carvalhos e das ervas urtiga, parietária e azeda.

No que diz respeito à região de Lisboa, Alentejo e Algarve os pólenes encontram-se em níveis muito elevados, com destaque para os de plátano, azinheira e outros carvalhos e cipreste, e das ervas urtiga, parietária e tanchagem.

“Para os Arquipélago dos Açores e da Madeira esperam-se níveis baixos de pólen no ar”, pode ler-se.

Na sua página a SPAIC aconselha que se evite algumas atividades ao ar livre em especial durante as horas de maior polinização como acontece durante a manhã, viagens de carro com janelas fechadas, óculos escuros e uso integral de capacete pelos motociclistas.

O Boletim Polínico faz a divulgação semanal sobre os níveis de pólenes existentes no ar atmosféricos, obtidos através da leitura de vários postos que fazem a recolha contínua dos pólenes, em várias regiões do país.

 

Doença Cardiovascular
Estudos mostram que válvula aórtica percutânea (VAP) é substancialmente mais segura que a substituição da válvula aórtica...

A Associação Portuguesa de Intervenção Cardiovascular (APIC) divulga que, de acordo com os estudos de válvula aórtica percutânea apresentados na 68ª Sessão Científica Anual do Colégio Americano de Cardiologia, em março de 2019, todos os doentes com estenose aórtica grave e sintomática podem ser tratados com recurso aos procedimentos minimamente invasivos. Estima-se que existam cerca de 25.000 portugueses com indicação para este tratamento.

“Depois de, há uma década, ter sido lançado o tratamento da estenose aórtica por cateter para os doentes mais graves, o desenvolvimento médico e tecnológico sustentado permite, agora, alastrar a técnica a todos os doentes, especialmente aos de menor risco. Até ao momento, o uso das válvulas aórticas percutâneas tem sido restrito a doentes com estenose aórtica grave com risco cirúrgico aumentado, usualmente com mais de 80 anos, o que corresponde a cerca de 5000 portugueses”, explica João Brum Silveira, presidente da APIC.

E acrescenta: “Os estudos agora apresentados constituem a derradeira revolução na cardiologia e um marco histórico pela melhoria vertiginosa proporcionada pelos tratamentos minimamente invasivos da cardiologia de intervenção, comprovada por evidência científica de elevada qualidade”.

O estudo Partner 3 envolveu cerca de 900 doentes com uma idade média de 73 anos e com baixo risco cirúrgico. Os resultados aos 30 dias mostram que a válvula aórtica percutânea (VAP) é ​​substancialmente mais segura que a substituição da válvula aórtica cirúrgica (SAVR). Após um ano, morte, acidente vascular cerebral ou reinternamento, ocorreram em 8,5% (42/496) no grupo das VAPs, significativamente menos que os 15,1% (68/754) do braço da SAVR. Em concreto, os doentes do grupo VAPs tiveram menos 5 mortes, 8 acidentes vasculares cerebrais e 13 rehospitalizações em apenas um ano.

O outro estudo, o CoreValve Evolut Baixo Risco, avaliou cerca de 1400 doentes com uma idade média de 74 anos e baixo risco para SAVR seguidos pelo dobro do tempo (2 anos). Neste estudo, a taxa de morte ou acidente vascular cerebral incapacitante foi de 5.3% no grupo VAP e 6.7% na SAVR.

“Os Serviços de Cardiologia e de Cirurgia Cardíaca têm pela sua frente o desafio de dar resposta a esta nova era do tratamento valvular percutâneo proporcionado pela cardiologia de intervenção e toda a equipa multidisciplinar altamente treinada nesta área”, conclui João Brum Silveira.

A aorta é a principal artéria do nosso corpo que transporta sangue para fora do coração. Quando o sangue sai do coração flui da válvula aórtica para a artéria aorta. A válvula aórtica tem como função evitar que o sangue bombeado pelo coração não volte para trás. Na presença de estenose, a válvula aórtica não abre completamente, vai ficando cada vez mais estreita e isso diminui o fluxo sanguíneo do coração.

Acidente Vascular Cerebral
Em Portugal, o Acidente Vascular Cerebral atinge 3 portugueses por hora, um dos quais acaba por morrer. Dos que sobrevivem,...

O Acidente Vascular Cerebral é a doença Cerebral Vascular mais frequente, sendo responsável pelo internamento de mais de 25 mil doentes por ano e por provocar incapacidade permanente em 50% dos sobreviventes.

Trata-se de um evento súbito, caracterizado pela perda rápida da função neurológica, causado pela interrupção do fornecimento de sangue ao cérebro. A maioria dos acidentes vasculares cerebrais é isquémica, geralmente devido ao bloqueio de uma artéria, representando cerca de 85% dos casos registados em Portugal. Menos frequentes (cerca de 15%) são os AVC hemorrágicos, causados pelo rompimento de um vaso sanguíneo.

Mais frequente nos homens e em idades avançadas, tem como principais fatores de risco a obesidade, hipertensão, colesterol e tabagismo. Quanto maior for o número de fatores de risco identificados, maior a probabilidade de ocorrência de AVC.

Apesar de todos os alertas, o AVC continua a ser a principal causa de morte em Portugal, sendo também uma das causas mais importantes de hospitalização, mortalidade e incapacidade, bem como da morbilidade e de potenciais anos de vida perdidos no conjunto das doenças cardiovasculares.

Os custos anuais com acidentes vasculares cerebrais rondam os 2,5 mil milhões de euros/ano.

A redução do consumo de alimentos ricos em gorduras saturadas e colesterol, a prática regular de exercício físico, bem como o abandono dos hábitos tabágicos são medidas preventivas importantes.

 

Acidente Vascular Cerebral
O Dia Nacional do Doente com AVC é assinalado anualmente a 31 de março, com o objetivo de chamar a atenção da população geral...

“O AVC ainda é visto como uma fatalidade pelos decisores na área da saúde”, pelo que “a reabilitação acaba por ser negligenciada”, considera o Prof. Castro Lopes, presidente da Sociedade Portuguesa do AVC (SPAVC), referindo mesmo que “o pós-AVC é a nossa grande luta atual”.

Enquanto sobrevivente de AVC, António Conceição, presidente da Portugal AVC – União de Sobreviventes, Familiares e Amigos, reconhece que “o doente facilmente corre o risco de cair no esquecimento quando sai do circuito hospitalar”, ou seja, assim que tem alta após o período de reabilitação inicial, limitada no tempo. Para o representante da associação de doentes, esta reabilitação não pode ter uma duração pré-estabelecida e deve ser multidisciplinar, incluindo intervenções de áreas como a fisioterapia, terapia ocupacional, terapia da fala, neuropsicologia, assistência social, entre outros. Acrescenta o Prof. Castro Lopes que “o sobrevivente tem direito à reabilitação até recuperar na totalidade todas as capacidades afetadas pelo AVC”, reiterando o que em nome da SPAVC vem repetindo há mais de uma década: “a reabilitação não é uma esmola, mas um direito!”.

Desta forma, um dos grandes objetivos destas duas entidades nesta data é posicionar a reabilitação dos sobreviventes como “uma prioridade e uma necessidade”, enquanto “processo crucial” para que os doentes recuperem com a devida dignidade e qualidade de vida. António Conceição vai mais longe, afirmando que “a reabilitação não é uma despesa, mas antes um investimento com retorno, pois pode significar a diferença entre continuar a ter um cidadão contribuinte ativo ou passar a ter um sujeito passivo, dependente da Segurança Social durante largos anos e com complicações de saúde que surgirão posteriormente, nomeadamente a nível psicológico”, e que implicam gastos acrescidos em saúde.

Neste contexto, o Prof. Castro Lopes salienta a importância da existência de uma associação nacional de sobreviventes, como é o caso da Portugal AVC, “enquanto voz que reivindica os direitos dos doentes”, essencial para produzir mudanças efetivas.

O caminho a percorrer em Portugal é ainda longo, bem patente nos resultados do estudo “Caracterização da avaliação e tratamento de reabilitação nas UAVC em Portugal”, recentemente divulgado pela SPAVC. No nosso país, apenas 22,2% das UAVC têm a equipa multiprofissional de reabilitação completa; em 37% faltam dois ou mais elementos; e em 18,5% faltam três ou mais elementos. O estudo foi realizado entre outubro de 2017 e janeiro de 2018, através de visita presencial com entrevista aos responsáveis pelas Unidades de AVC (UAVC) e ao médico especialista em Medicina Física e de Reabilitação (fisiatra) que dá apoio à UAVC.

O Acidente Vascular Cerebral continua a ser a doença que mais mata em Portugal e é também a principal causa por invalidez permanente no nosso país. Quase 30% das pessoas com AVC acaba por morrer na sequência desta doença. Da mesma forma, quase 30% dos sobreviventes sofrerá de incapacidade permanente, no entanto, 70% das pessoas com AVC pode ter uma vida independente com tratamento precoce e reabilitação.

Estudo
Um estudo, recentemente, publicado na revista científica Heart, sugere que comer um ovo por dia pode diminuir até 18% o risco...

De acordo com a CNN, que cita o estudo, os investigadores da Escola de Saúde Pública da Universidade de Pequim concluíram que o consumo moderado de ovos é benéfico à saúde e pode até ajudar a prevenir doenças como a insuficiência cardíaca, arritmias e problemas nas válvulas cardíacas, além de reduzir o risco de AVC e enfarte.

Para chegar a estes resultados, entre 2004 e 2008, foram analisados 461.213 chineses em dez regiões do país, com idades entre 30 e 79 anos, aos quais não haviam sido diagnosticadas doenças cardiovasculares, cancro ou diabetes. 13% dos envolvidos neste estudo afirmou comer um ovo por dia, enquanto 9%  disse não comer nenhum.

Segundo a investigação, os participantes que ingeriram até um ovo por dia reduziram o risco de derrame hemorrágico em 26%. O risco de doença isquémica do coração baixou para 12%.

“O acidente vascular cerebral, incluindo o hemorrágico e o isquémico, é a primeira causa de morte prematura, seguida por doença cardíaca", adianta Canqing Yu, co-autor do estudo. 

Com base nestes resultados, o investigador afirma que comer ovos com moderação - menos de um por dia – leva a uma menor incidência de doenças cardiovasculares. No entanto, o investigador alerta que os resultados devem ser interpretados também a partir dos hábitos alimentares e ao estilo de vida chinês.

Aumento da pressão arterial, obesidade e aumento de açúcar no sangue, são fatores que contribuem para o risco de doença cardiovascular.

 

Demência
As caminhadas solidárias da Alzheimer Portugal estão de volta. Este ano, a Alzheimer Portugal vai realizar o seu evento...

Na edição deste ano, as caminhadas solidárias da Alzheimer Portugal terão lugar, novamente, em vários locais de Norte a Sul de Portugal, incluindo os arquipélagos dos Açores e da Madeira. À semelhança do ano anterior, em alguns locais, o Passeio da Memória terá ainda a vertente corrida ou peddy-papper.

O Passeio da Memória é a adaptação para Portugal da iniciativa internacional Memory Walk que, desde 2011, tem vindo a decorrer em várias cidades do país. Tem como objetivos informar e consciencializar para a importância de reduzir o risco de desenvolver demência, para os sinais de alerta da Doença de Alzheimer e, sobretudo, para a importância do diagnóstico atempado.

Em 2018, o Passeio da Memória teve lugar em 67 locais por todo o país, assinalando o mês de Setembro, Mês Mundial da Doença de Alzheimer. Neste ano de 2019, os Passeios da Memória não terão lugar apenas em setembro, mas sim ao longo do ano, entre Abril e Novembro. Os fundos das inscrições (donativo livre) reverterão para a Alzheimer Portugal.

Com esta iniciativa, que conta com o apoio dos Municípios, a Associação ambiciona desenvolver um conjunto de ações locais que permitam chegar à população em vários momentos ao longo do ano. 50% do valor angariado em cada local será utilizado para a realização de ações que contribuirão para o grande propósito de aumentar os conhecimentos da população sobre a demência, tais como como ações de informação ou atividades formativas.

As inscrições devem ser efetuadas no site da iniciativa (www.passeiodamemoria.org), ou presencialmente em cada município, na Sede, Delegações ou Gabinetes da Alzheimer Portugal, bem como no próprio dia no local da ação. A inscrição pressupõe um donativo de valor livre.

 

Doença Neurodegenerativa
A ExoBike assume a função de um “exosqueleto”, podendo ser utilizada em procedimentos de reabilitação físico-motora, no treino...

A ExoBike é uma estrutura semelhante a uma bicicleta fixa que possui um conjunto de sensores e atuadores e que reage dinamicamente à atividade do seu utilizador. A ExoBike permite aos profissionais médicos aplicar terapias em que o esforço solicitado seja adaptado ao paciente. Os movimentos e forças executadas pelos pacientes são monitorizados com sensores sem fios e com uma solução de realidade virtual que permite colocar os utilizadores perante situações correlacionadas com a realidade. O sistema possui ainda a capacidade de recolher, armazenar e tratar dados, que podem posteriormente ser analisados por profissionais qualificados.

O sistema proposto permite realizar o controlo de movimentos, com destaque para a postura corporal e posicionamento dos membros inferiores, assim como monitorizar as forças aplicadas durante a pedalada, tanto nos pedais como no guiador e no assento da bicicleta. Os dados são recolhidos a partir de sensores inerciais e células de carga que convergem numa unidade de processamento através de uma rede de sensores sem fios. A intensidade dos movimentos pode ser ajustada pelo pessoal médico, colocando o sistema a interagir com os pacientes. O sistema proposto recorre ainda a realidade virtual para garantir aos pacientes estímulos correlacionados com a realidade, numa linha de biofeedback, e inclui uma interface de computador, desenvolvida para registo e análise dos dados recolhidos.

“Na área da saúde, o desenvolvimento deste tipo de sistemas biomecânicos tem sido alvo de investigação aplicada para implementação em situações de apoio à reabilitação físico-motora e monitorização da locomoção. A reabilitação físico-motora de pessoas que tenham sofrido um acidente vascular cerebral ou sofram de alguma incapacidade permanente requer frequentemente o recurso a soluções com estruturas físicas que permitam orientar ou sustentar movimentos e forças. Neste caso é necessário proceder a um rigoroso controlo dos movimentos efetuados e forças aplicadas pelos pacientes. Este tipo de solução é mais eficaz se interagir com o utilizador, criando um ambiente que motive a sua utilização. O projeto EXOBIKE pretende contribuir para este tipo de objetivos, nomeadamente em procedimentos de reabilitação físico-motora, treino e diagnóstico precoce de pacientes com doenças neuro degenerativas ou em contexto ocupacional”, esclarece Luis Roseiro, coordenador do projeto.

IPC2SOCIETY dá a conhecer os mais inovadores projetos de investigação

Com o apoio do INOV C 2020 a primeira edição do IPC2SOCIETY realiza-se no próximo dia 11 de abril, nas instalações do Instituto Superior de Contabilidade e Administração de Coimbra (ISCAC), esta é uma iniciativa que dará a conhecer 50 dos mais inovadores projetos desenvolvidos no Instituto de Investigação Aplicada (i2a) do IPC.

Dirigida a todos os sectores da economia, o IPC2SOCIETY reúne projetos desenvolvidos nas mais variadas áreas do conhecimento que vão desde as Ciências Agrárias, o Ambiente, as Ciências da Educação, Artes e Design, a Informática, Tecnologias e Engenharias e a Saúde, entre outras. O IPC2SOCIETY ocorre no âmbito de dois projetos em curso no IPC: o Lab2Factory e o INOV C 2020, ambos financiados pelo FEDER, através do Programa Operacional CENTRO 2020.

«O IPC2SOCIETY foi criado com o objetivo de contribuir para uma maior visibilidade dos projetos dos nossos investigadores, e fomentar a criação de parcerias sólidas com os diferentes agentes regionais, nomeadamente PME, tendo em vista a obtenção de soluções inovadoras e o desenvolvimento sustentável. Com uma clara aposta na prestação de serviços à comunidade e no desenvolvimento de projetos em copromoção empresarial, o IPC, através do i2a, dos diversos laboratórios associados e do Centro de Estudos de Recursos Naturais, Ambiente e Sociedade (CERNAS), tem procurado promover, estimular e apoiar os vários projetos de investigação, ao mesmo tempo que incentiva a transferência de conhecimento e tecnologia para o tecido empresarial  e comunidade», esclarece Carlos Dias Pereira, Diretor do i2a.

Como explica Cândida Malça, Vice-presidente do IPC, «sendo uma estrutura transversal a todo o IPC, o i2a assegura o enquadramento institucional às atividades de IDT&I de cerca de 620 investigadores, 250 dos quais doutorados, que desenvolvem trabalho nas mais variadas áreas do saber técnico-científico nas diferentes unidades orgânicas de ensino que integram o IPC».

INOV C 2020 apoia projetos inovadores do Instituto Politécnico de Coimbra

Do consórcio INOV C 2020, liderado pela Universidade de Coimbra, fazem parte dez parceiros nucleares: o Instituto Politécnico de Coimbra, o Instituto Politécnico de Leiria, o Instituto Politécnico de Tomar, o Instituto Pedro Nunes, o ITeCons, o SerQ, a ABAP, a Obitec e o TagusValley. 

O INOV C 2020 é um projeto cofinanciado pelo Centro 2020, através do Fundo Europeu de Desenvolvimento Regional (FEDER), com um prazo de execução compreendido entre 18 de abril de 2017 e 17 de outubro de 2019. Os parceiros executarão um investimento total de 1.627.614€, sendo o montante de 1.383.472€ financiado pelo FEDER.

O objetivo do projeto INOV C 2020 é consolidar a Região Centro enquanto referência nacional na criação de produtos e serviços resultantes de atividades de Investigação & Desenvolvimento. A consolidação do Ecossistema de Inovação, através da incorporação de uma oferta ampla de recursos, infraestruturas e respostas a desafios específicos, faz também parte da sua missão. O INOV C 2020 segue-se ao Programa Estratégico INOV C, executado entre 2010 e 2015. 

Bolsa de investigação
A Sociedade Portuguesa de Medicina Interna (SPMI) está a promover, até ao dia 15 de abril, a atribuição de três prémios para...

Para Lèlita Santos, internista e vice-presidente da SPMI, “a atribuição destes prémios vem comprovar o papel que a investigação clínica tem na promoção do conhecimento e da inovação nas ciências médicas, que leva não só ao desenvolvimento da especialidade de Medicina Interna, como também possibilita a melhoria da qualidade e atualidade do ensino nas faculdades de Medicina em Portugal”.

E acrescenta: “Sendo o internista o especialista que lida com doentes complexos, com múltiplas doenças, com doenças que afetam vários órgãos ou sistemas, assim como com pessoas com doenças raras ou com quadros clínicos difíceis, ainda sem diagnóstico, torna-se imperativo incentivar, todos os anos, a prática de investigação clínica e o desenvolvimento académico, por forma a capacitar os internistas de conhecimentos e ferramentas que possam garantir a prestação de mais e melhores cuidados de saúde”.

Cada um dos três prémios para propinas de doutoramento é constituído pelo pagamento do montante correspondente ao primeiro ano de propinas deste ciclo de estudos, nomeadamente 2 mil euros. Já a bolsa atribuída a um projeto de investigação terá o valor de 10 mil euros.

As candidaturas devem ser submetidas até ao dia 15 de abril em: https://www.spmi.pt/premios-e-bolsas/

 

Saúde
Para além dos custos económicos dos exames com radiação serem maiores também comportam riscos biológicos que podem levar ao...

Apesar de as recomendações das Sociedades Científicas e da Comunidade Europeia da Energia Atómica (EURATOM) apontarem para o uso preferencial de métodos complementares sem radiação, não é essa a prática em Portugal e noutros países da Europa, onde o primeiro exame com imagem usado para estudo da doença coronária continua a ser a cintigrafia de perfusão miocárdica. Quem o diz é Carlos Cotrim, médico cardiologista e presidente da 1ª reunião do Heart Center do Hospital da Cruz Vermelha. A reunião, que irá decorrer no próximo dia 30 de março, no Museu do Oriente, irá compreender e debater porque existem exames prejudiciais para a saúde do doente e quais as alternativas que devem ser usadas nos hospitais portugueses.

“A cintigrafia de perfusão miocárdica que é utilizada para o diagnóstico não invasivo de doença coronária aterosclerótica pode usar doses de radiação que chegam a ultrapassar o equivalente a 500 radiografias do tórax, o que significa um impacto muito negativo para o doente. A relação entre a radiação e o desenvolvimento do cancro é amplamente compreendida: uma única tomografia computadorizada, ou cintigrafia de perfusão miocárdica expõe o paciente a uma quantidade de radiação que a evidência epidemiológica mostra que pode causar cancro,” começa por explicar o médico cardiologista. 

“Em alternativa à cintigrafia de perfusão miocárdica, que tem sido usada na maioria dos hospitais do SNS, o que deve ser utilizado é a ecocardiografia de sobrecarga. A ecocardiografia de sobrecarga tem sido usada, para além da doença coronária, em vários contextos, com recurso a fármacos, ao esforço em cicloergômetro, ou em tapete rolante, mas neste caso convencionalmente com aquisição de imagens no pós-esforço imediato. Os benefícios para o doente e para quem analisa os resultados são amplamente maiores,” acrescenta Carlos Cotrim.

E conclui: “O problema é que o SNS continua a financiar, sem qualquer obstáculo a cintigrafia. Pelo contrário o médico de família não tem a possibilidade de solicitar um ecocardiograma de esforço, apesar do preço de uma cintigrafia ultrapassar o dobro do preço de um ecocardiograma de esforço (cerca de 200 euros um ecocardiograma de Esforço e cerca de 400 euros uma cintigrafia). Para além dos custos económicos dos exames com radiação serem maiores também os riscos biológicos com o aumento da incidência de cancro nos devem levar a analisar a prática atual em que a cintigrafia de perfusão miocárdica continua a ser o exame mais utilizado em Portugal para deteção de doença coronária.”

A 1ª reunião do Heart Center do Hospital da Cruz Vermelha vai receber médicos especialistas nacionais e internacionais, para troca de experiências e divulgação de trabalhos clínicos e de investigação sobre o tema. A reunião contará com a presença de especialistas internacionais, como o Professor Eugénio Picano, especialista italiano do Instituto de Fisiologia Clínica de Pisa, Itália, autor de mais de 250 artigos originais publicados em revistas científicas e pioneiro no uso da ecografia de sobrecarga, que irá ajudar a ilustrar como estas técnicas podem revolucionar o tratamento dos doentes, com uma significativa redução da morbilidade e mortalidade. 

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