Medicamentos
Um estudo, recentemente, publicado na revista European Heart Journal concluiu que o ibuprofeno aumenta em 31% o risco de...

De acordo autores do trabalho, liderado pelo Hospital Universitário Gentofte, em Copenhaga, o naproxeno é o AINE mais seguro, sendo possível tomar até 500 miligramas por dia. O diclofenaco é o mais perigoso e, dizem os pesquisadores, “o seu consumo deveria ser evitado, já que há outros fármacos com efeitos similares mais seguros”.

“Permitir que esses remédios sejam comprados sem receita e sem nenhum conselho ou restrição envia uma mensagem ao público de que não há dúvidas quanto a sua segurança”, afirma Gunnar Gislason, coautor do estudo, num comunicado da Sociedade Europeia de Cardiologia. “Pesquisas anteriores mostraram que os AINE estão relacionados a um maior risco cardiovascular, algo que nos deixa preocupados porque o seu uso está muito disseminado”, afirma.

Para chegar as estas conclusões, os cientistas analisaram os dados de todas as paragens cardíacas registadas na Dinamarca entre 2001 e 2010. Além disso, fizeram o levantamento de toda informação sobre a prescrição desses medicamentos desde 1995.

Durante o período analisado foi possível concluir que 28.947 pessoas sofreram paragens cardíacas fora do hospital no país. Destes, 3.376 tinham tomado AINEs 30 dias antes de dar entrada no serviço de urgência.

O ibuprofeno e o diclofenaco foram os dois medicamentos mais utilizados, cobrindo respectivamente 51% e 22% do uso total.

Entre as explicações possíveis, os autores afirmam que os efeitos podem se dever à agregação de plaquetas que provoca coágulos, fazendo com que as artérias se estreitem, aumentando a retenção de líquidos e a pressão sanguínea. De acordo com o principal autor do estudo estes fármacos não devem ser vendidos sem prescrição médica. “Os AINE só deveriam estar disponíveis em farmácias, em quantidades limitadas e doses baixas”, afirma Gislason.

Em Espanha, a Agência Espanhola de Medicamentos e Produtos de Saúde (AEMPS) já emitiu uma recomendação para limitar o consumo de ibuprofeno. Não se recomenda ingerir mais de 2.400 miligramas ao dia para pacientes com doença cardiovascular grave: insuficiência cardíaca, cardiopatia isquémica, doença arterial periférica ou cerebrovascular. Tanto quanto se sabe, esta recomendação chegou depois da revisão europeia (do Comitê para Avaliação de Riscos de Farmacovigilância) elaborada em relação ao risco cardiovascular deste medicamento assim como do dexibuprofeno, sobre o qual também se devem tomar algumas precauções.

Saúde
Oferecido pela SPMS – Serviço Partilhados do Ministério da Saúde, ao Agrupamento de Centros de Saúde (ACES) Amadora, no verão...

Sendo um elemento diferente e inovador neste tipo de cuidados, o PARO tem acompanhado uma profissional médica das Equipas de Cuidados Continuados Integrados, que presta apoio a doentes sem médico de família.

De acordo com a SPMS, nesta primeira fase do projeto, o número de visitas domiciliárias com o robô tem variado entre uma a oito. O grau de aceitação tem sido positivo, verificando-se uma maior satisfação por parte dos doentes que se referiram ao PARO como «carinhoso» e «bonito». Cada interação dos doentes foi de 20 a 60 minutos e, quando questionados sobre o que sentiram, frequentemente frisaram a «paz» e o «bem-estar».

Além de fomentar o movimento ao serem pedidas pequenas ações, como «fazer uma festa», verificou-se também que foi facilitador do diálogo entre profissionais de saúde, doentes e cuidadores e, em algumas situações, foi uma importante ajuda em períodos de maior agitação do doente. Após algum tempo de intervalo entre as visitas médicas, o PARO serviu, também, como elemento facilitador da identificação do profissional médico.

Esta experiência do Agrupamento de Centros de Saúde Amadora mostra que os sentimentos positivos e o efeito calmante nos doentes constituem mais-valias nas visitas domiciliárias com o PARO, contribuindo para a melhoria na prestação de cuidados da RNCCI, conclui a SPMS.

Paro é uma foca robô bebé para fins terapêuticos, usada em hospitais ou lares de idosos como uma ferramenta para tentar melhorar a qualidade de vida de pessoas internadas, com a intenção de ter um efeito calmante.

 

Alergias
Os níveis de pólen na atmosfera estão a aumentar, esperando-se concentrações muito elevadas para Portugal continental, informa...

De acordo com o boletim, que está em vigor até dia 28 de março, em Lisboa e em Setúbal, os pólenes encontram-se em níveis muito elevados, com predomínio para os das árvores plátano, azinheira e outros carvalhos e ciprestes, e das ervas urtiga e parietária.

No Douro Litoral e região do Porto, os pólenes encontram-se em níveis muito elevados, com predomínio dos de plátano, carvalho, pinheiro, cipreste e da erva urtiga.

Na Beira Litoral e região de Coimbra, tal como na Beira Interior e região de Castelo Branco, os pólenes encontram-se em níveis muito elevados, com destaque para os de plátano, cipreste, pinheiro, azinheira e azeda.

No que diz respeito à região do Alentejo e Algarve os pólenes encontram-se em níveis muito elevados, com destaque para os de plátano, azinheira e outros carvalhos e cipreste, e das ervas urtiga e parietária.

Ao contrário das regiões do continente, os pólenes estarão em níveis baixos na Madeira, destacando-se os das árvores cipreste, pinheiro, eucalipto e da erva parietária.

Em Ponta Delgada (região autónoma dos Açores), os pólenes apresentam também níveis baixos, com predomínio para os da urtiga e das árvores criptoméria, pinheiro e plátano.

Recomendações gerais da SPAIC

  • Consulte o Boletim Polínico, para saber as concentrações dos pólenes no ar ambiente (baixas/moderadas/elevadas).
  • Programe as suas férias, elegendo locais de baixas contagens polínicas (ex. neve, praia).
  • Evite realizar atividades ao ar livre quando as concentrações polínicas forem elevadas. Passeios no jardim, cortar a relva, campismo e a prática de desporto na rua irão aumentar a exposição aos pólenes e o risco para as alergias.
  • Mantenha as janelas fechadas sempre que viajar de carro. Assim poderá passear, reduzindo significativamente o contacto com os pólenes. Os motociclistas deverão usar capacete integral. Em casa deverá manter as janelas fechadas quando as concentrações dos pólenes forem elevadas.
  • Use óculos escuros, uma forma eficaz e prática de evitar queixas oculares, sempre que sair à rua.
  • Faça a medicação prescrita, pois esta será a forma mais eficaz de combater os sintomas de alergia. Consulte um médico especialista de imunoalergologia para o diagnóstico correto e a prescrição do medicamento mais adequado. A prevenção poderá passar pela realização de vacinas antialérgicas.

O Boletim Polínico faz a divulgação semanal sobre os níveis de pólenes existentes no ar atmosféricos, obtidos através da leitura de vários postos que fazem a recolha contínua dos pólenes, em várias regiões do país.

 

 

Infarmed
O Infarmed intensificou as suas ações de inspeção no âmbito das entidades que fazem parte do circuito do medicamento.

Esta medida incide principalmente em aspetos relacionadas com a disponibilidade de medicamentos, estando a ocorrer junto de titulares de autorização de introdução no mercado, distribuidores por grosso e farmácias.

“Com a iniciativa pretende averiguar-se, em particular, as práticas relativas às obrigações dos vários intervenientes neste setor”, avança o Infarmed.

No ano passado, foram realizadas cerca de 250 inspeções a farmácias e 150 inspeções a distribuidores por grosso.

Paralelamente, o Infarmed decidiu ainda apostar na divulgação de medidas de promoção ao acesso a medicamentos. Entre elas, “a clarificação de procedimentos, funções e responsabilidades dos intervenientes do circuito legal do medicamento; uma maior intervenção dos titulares de medicamentos, distribuidores por grosso e locais de despensa; a harmonização de resposta em função do nível de impacte; o envolvimento dos peritos da Comissão Nacional de Farmácia e Terapêutica para pareceres quanto às alternativas terapêuticas, bem como o reforço das componentes de monitorização e reporte internas e externas”, esclarece a Autoridade Nacional do Medicamento.

 

Investigação
Em 2018 foram submetidos 159 pedidos de autorização de ensaios clínicos em Portugal. Mais 16 por cento do que em 2017.

Os medicamentos envolvidos são predominantemente biotecnológicos de terapia avançada e os principais hospitais onde se realizaram estes ensaios clínicos são o Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra, o Centro Hospitalar de Lisboa Norte – Hospital de Santa Maria, o Centro Hospitalar Lisboa Ocidental – Hospital de Egas Moniz e o Centro Hospitalar de S. João. De acordo com a Autoridade Nacional do Medicamento, "o aumento verificado deve-se sobretudo a uma mudança de paradigma no processo negocial com a indústria farmacêutica, na comparticipação de medicamentos, baseada no “dossier-empresa” – que identifica o investimento em investigação, entre outros fatores".

Para já, o Infarmed está a criar mais mecanismos para acompanhar os dossiês dos ensaios e breve será implementado na União Europeia um novo regulamento, ao qual se associará uma plataforma informática, que visa também uniformizar, simplificar e agilizar os procedimentos de autorização de ensaios clínicos na UE.

O regulamento irá centralizar todo o processo de submissão e tornar a Europa um espaço mais atrativo no que diz respeito à inovação e investigação científicas a nível global. "Esta política é reforçada com a entrada de Portugal na rede europeia de investigação de translação EATRIS (European Infrastructure for Translational Medicine) através do Infarmed. A Autoridade do Medicamento é também um dos sócios fundadores da Agência de Investigação Clínica e Inovação Biomédica (AICIB), posicionamento que reflete um esforço concertado para aumentar os ensaios clínicos nos hospitais e nos centros de saúde", pode ler-se em nota desta entidade. 

 

 

Estudo
Estima-se que cerca de 8% da população mundial sofra de fibromialgia, uma doença crónica que provoca dores intensas no corpo...

De acordo com os investigadores envolvidos neste estudo, esta descoberta irá melhorar não só o diagnóstico da fibromialgia, como pode servir para identificar sintomas específicos da doença, contribuindo assim para desenvolvimento de novas terapias. 

A fibromialgia é uma condição que afeta cerca de 8% da população mundial e é caracterizada por dores crónicas em todo o corpo. No entanto, em alguns casos, a patologia apresenta um conjunto de sintomas que facilmente podem ser confundidos com outros distúrbios. Motivo pelo qual nem sempre o médico acerta no diagnóstico à primeira.

Recentemente, um grupo de cientistas da Universidade do Ohio conseguiu desenvolver um exame de sangue capaz de detectar a fibromialgia de forma precisa. Isto significa que, em breve, a doença pode vir a ser identificada com mais facilidade, ajudando a melhorar a vida de milhares de pacientes que sofrem com a falta de um diagnóstico preciso.

“Encontramos padrões metabólicos claros e reproduzíveis no sangue de dezenas de pacientes com fibromialgia. Isso nos deixa mais próximos de um método preciso de diagnóstico”, afirmou o principal autor do estudo, Kevin Hackshaw, em comunicado. Os resultados de desempenho do novo teste sanguíneo – que pode vir a estar disponível para uso dentro de cinco anos – foram publicados recentemente no Journal of Biological Chemistry.

Para verificar a precisão do novo método de diagnóstico, os investigadores da Universidade do  Ohio, nos Estados Unidos, recrutaram 121 pacientes – 50 deles tinham fibromialgia. Os restantes apresentavam artrite reumatoide, osteoartrite, e lúpus – condições crónicas cujos sintomas são semelhantes aos da doença. Utilizando a espectroscopia vibracional – técnica capaz de medir as ligações químicas e os níveis de energia das moléculas, a equipa de cientistas encontrou “impressões digitais metabólicas” que diferenciam as amostras de sangue de indivíduos com fibromialgia daqueles que sofrem de outros distúrbios. 

De acordo com os cientistas, esta descoberta vai ajudar, no futuro, a encontrar terapias mais eficazes para combater a doença. “Se pudermos ajudar a acelerar o diagnóstico, o tratamento será melhor, e os doentes provavelmente terão melhores perspectivas. Não há nada pior do que não saber que doença se tem”, explicou Hackshaw.  

Para já, esta equipa de investigação pretende iniciar um segundo estudo com uma amostra populacional maior (150 a 200 pessoas) para confirmar os resultados. Se tudo correr de acordo com o planeado, os cientistas esperam que o exame de sangue esteja disponível para uso nos próximos cinco anos.

Saúde e bem-estar
Dormir menos de seis horas por dia pode conduzir a doenças metabólicas, como obesidade e diabetes ti

Enquanto dorme, desenvolvem-se hormonas restauradoras e outras importantes para a luta contra a tosse e constipações. Daí a necessidade de respeitar as horas de sono necessárias para uma vida saudável

Porque é que não está a dormir

Quando acordamos de manhã, a hormona cortisol está no mais alto nível e, ao longo do dia, vai diminuindo lentamente – atingindo os níveis mais baixos enquanto dorme – entre as 2 e 5 da manhã. No entanto, se o stress durante o dia for muito, os níveis de cortisol mantêm-se elevados e demoram mais a diminuir ao longo do dia, afetando posteriormente, a capacidade para adormecer.

Trabalhar até tarde à noite também tem impacto no sono, visto que não é dado o tempo suficiente para o nosso cérebro se desligar do stress proveniente do trabalho.

Como melhorar o sono

A participação em atividades e o tempo passado entre família e amigos faz com que o cérebro se desconecte mais eficientemente do trabalho, permitindo-lhe dormir melhor. Evite trabalhar até tarde à noite e adote uma atividade ligada ao bem-estar.

Procure manter-se ocupado à noite – desfrute de tempo de qualidade com família e amigos, ou tenha um hobby pós-laboral. Isto irá fazer com que a tendência para pensar nos problemas profissionais e financeiros diminua, ajudando-o a relaxar e a preparar-se para dormir.

A curto prazo, a melhor forma para ter um sono com maior qualidade, é evitar o uso de ecrãs à noite.

Evite utilizar o telemóvel ou ler emails antes de dormir.

Uma das formas mais simples para melhorar a qualidade do sono e repor os seus padrões naturais, é optar por ler em formato papel em vez da versão de ecrã.

A longo prazo, a prática desportiva pode ajudá-lo a dormir com maior tranquilidade. Liberte energias para estar relaxado à noite. Evite sentar-se em frente ao ecrã ou trabalhar à noite.

Ambiente do sono

O seu ambiente circundante é muito importante para ter uma boa noite de descanso. Em múltiplas cidades, a luz e a poluição sonora afetam o sono dos cidadãos cujos quartos estão posicionados para ruas principais ou que fazem parte de rotas de voo.

Hoje em dia, vivemos num mundo que está 24 horas em movimento, com carros a circular e cidades e ruas iluminadas intermitentemente. Estes fatores são apontados como perturbadores para o sono.

Para dormir tranquilamente, procure proteger o seu quarto da luz e da poluição sonora.

A temperatura ambiente também tem repercussões no descanso, sendo que a ideal ronda os 18 graus Celsius. Nos países mais quentes, como é o caso da Austrália, o recurso a ventoinhas e ar condicionado poder ser a solução para suportar os meses de maior calor e dormir melhor.

Fonte: 
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Nota: 
As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico, Enfermeiro, Farmacêutico e/ou Nutricionista.
Hospitais
O Centro Hospitalar Universitário da Cova da Beira (CHUCB) já deu início ao projeto de hospitalização domiciliária, que se...

“Começámos no dia 22 e já tratámos seis doentes. Três já tiveram alta e três mantêm-se em internamento. A nossa proposta é de termos até dez camas em simultâneo e chegarmos pelo menos aos 200 utentes até ao fim do ano”, afirmou o Presidente do Conselho de Administração do CHUCB, João Casteleiro, em conferência de imprensa durante a apresentação deste projeto.

O programa de hospitalização domiciliária consiste num modelo de prestação de cuidados em casa, em alternativa ao internamento convencional, proporcionando um tipo de assistência médica e de enfermagem igual aos de uma unidade de saúde.

De acordo com o responsável, este serviço vai contar com uma equipa constituída por seis enfermeiros e quatro médicos de Medicina Interna e um assistente social, sendo que o doente é visto diariamente, existindo contacto permanente entre o utente e os elementos da equipa. Por outro lado, caso seja necessário, o paciente tem acesso aos exames complementares de diagnóstico ou às restantes especialidades hospitalares, exatamente da mesma forma e nas mesmas condições que um doente que esteja internado no próprio hospital.

O consentimento do doente, a existência de um cuidador no domicílio e as condições da casa, juntamente a condição clínica do utente e as necessidades de tratamento são aspetos a analisar para determinar a atribuição desde regime.

A hospitalização domiciliária destina-se a patologias agudas ou doenças crónicas, cujo tratamento pode ser feito em casa se existir o acompanhamento de saúde adequado. Entre os casos podem estar doentes que precisem de medicação endovenosa ou doentes crónicos que necessitam de ajustar a medicação sob vigilância médica.

“A grande vantagem é para o doente, por estar na sua própria casa e ser tratado na sua própria casa”, destaca João Casteleiro quanto aos benefícios, acrescentando ainda que a medida poderá contribuir para a redução dos riscos de infeção hospitalar.

O envolvimento e responsabilização da família e a possibilidade de o doente poder descansar e dormir em melhores condições foram outros dos aspetos sublinhados por Telma Mendes, uma das médicas de Medicina Interna que integra a equipa.

Alimentação
A bastonária dos nutricionistas alerta para a importância de os portugueses se voltarem a aproximar da dieta mediterrânica, que...

A propósito do Congresso dos Nutricionistas, que decorre entre hoje e amanhã na Culturgest, em Lisboa, Alexandra Bento, afirma que temos de  “conseguir ser capazes de dar este pequeno grande passo, até porque nós temos uma tradição alimentar que é isto mesmo - saudável e sustentável -, que é a dieta mediterrânica. Cada vez mais nos afastamos deste padrão alimentar que é saudável e que temos de reabilitar"

A bastonária da Ordem dos Nutricionistas reconhece ainda que a preocupação dos portugueses em escolher uma alimentação amiga do ambiente tem vindo a aumentar, mas não é muito expressiva.

"A preocupação tem vindo a aumentar nos portugueses, mas não é ainda muito expressiva. Mas, claramente, cada vez mais se fala numa dieta que seja saudável e em simultâneo que seja sustentável, porque não se pode separara a dualidade deste conceito", diz.

Alexandra Bento defende que não se deve retirar qualquer alimento da dieta e sublinha: "Poderemos ser tentados a dizer que uma alimentação vegan seria uma alimentação mais sustentável, ela até pode ter menor impacto ambiental, que tem, mas não segue este desiderato de ser ao mesmo tempo saudável e sustentável".

Para ser saudável e sustentável "é necessário ter sapiência para conseguir que ela seja equilibrada e aí é necessário recorrer a nutricionista para que ele possa aconselhar, sobretudo se estivermos a falar em crianças", deixa o alerta.

Em relação às opções vegan a responsável afirma ainda que  “temos resolvida a questão do menor impacto ambiental, mas podemos não ter resolvida a questão do equilíbrio nutricional", acrescentou.

Alexandra Bento afirma ainda que para a alimentação ser saudável e sustentável tem de ser culturalmente aceite, ser nutricionalmente adequada e ser acessível do ponto de vista económico.

"Teremos de caminhar no sentido de aumentar alimentos de origem vegetal, com redução dos alimentos que têm um conteúdo proteico elevado, ou seja aumentar a quantidade de alimentos de proveniência vegetal e diminuir os de proveniência animal e, em simultâneo, consumir alimentos que são de maior proximidade, escolher o que é local e sazonal", aconselhou.

Sobre a retirada de alimentos da dieta por opção, a especialista defende que essa não é uma boa opção se a pessoa não tem problemas de saúde e de intolerância ou alergia.

"A nossa alimentação é mais saudável se tivermos uma grande panóplia de alimentos. Não devemos retirar o leite se não tivermos qualquer problema em relação às proteínas do leite de vaca ou à lactose, nem os alimentos com glúten se não tivermos doença celíaca ou sensibilidade" a este nutriente, explica.

De acordo com a especialista "esta contrainformação em relação ao que é o supostamente saudável em nada beneficia a saúde das pessoas".

O que é?
Anomalias cardíacas, gastrointestinais ou problemas oculares costumam ser complicações comuns da doe

A Trissomia 21 é a anomalia cromossómica mais frequente com uma incidência de cerca de 1/700 recém-nascidos. Foi a primeira doença cromossómica identificada em 1959 por Lejeune e Gautier, que reconheceram a existência de um cromossoma 21 supranumerário em doentes com características idênticas às descritas pela primeira vez por Down em 1866 (síndrome de Down). A sequenciação completa do cromossoma 21 em 2000 permitiu identificar mais de 600 genes, sendo que apenas 1/3 codificam proteínas. Tentou-se estabelecer uma relação entre a sobre dosagem destes genes e características clínicas particulares e, embora possa existir alguma correlação (ex: genes DIRK1 e APP com problemas cognitivos), o mais provável é que cada característica resulte da interação deste excesso de genes com outros genes do indivíduo, explicando a variabilidade clínica.

Geralmente é possível suspeitar do diagnóstico pela observação do recém-nascido, salientando-se as principais características: hipotonia (bebés mais moles), braquicefalia (occipital achatado), pescoço curto com excesso de pele, face achatada, fendas palpebrais inclinadas para cima e fora, epicantos (prega de pele ao canto dos olhos), orelhas pequenas e de implantação baixa, nariz curto com ponte nasal deprimida, tendência a exteriorizar a língua, membros ligeiramente curtos, prega palmar transversa, afastamento do primeiro e segundo dedos do pé (sandal gap) com prega plantar vertical entre eles … De referir que nenhuma destas características, isoladamente, tem significado, mas sim o seu conjunto. É comum a presença de anomalias congénitas associadas, sendo as mais frequentes as cardíacas (50%), gastrointestinais (12%) e cataratas congénitas (3%). Outros problemas médicos podem surgir com maior probabilidade ao longo da vida como hipotiroidismo, alterações oftalmológicas, infeções respiratórias, défice auditivo, leucemia, demência…

É a principal causa genética de perturbação do desenvolvimento intelectual, que é quase constante, embora de gravidade variável. É muito importante investir na estimulação das capacidades com terapias adequadas, pois muitas crianças conseguem um desempenho escolar aceitável e muitos adultos poderão trabalhar, em geral com supervisão.

Apesar do diagnóstico ser clínico, é essencial a realização do estudo cromossómico (cariótipo), não só para confirmação, mas sobretudo para guiar o aconselhamento genético. Embora a causa seja sempre a presença de dose tripla de cromossoma 21 em vez da dose dupla habitual, ocorrem essencialmente três tipos de alterações cromossómicas:

  1. Trissomia 21 livre ou simples (95% dos casos): o cromossoma 21 extra está livre, o que resulta de um erro na separação dos cromossomas, anterior à fertilização, numa fase designada meiose, na maior parte das vezes no óvulo (90%) e raramente no espermatozóide (10%). Sabe-se que a probabilidade aumenta com a idade materna à data do parto (aos 30 anos 1/900; aos 40 anos 1/100). Sendo situação acidental não representa um risco de recorrência particularmente aumentado para outros filhos (1% superior ao inerente à idade materna)
  2. Trissomia 21 em mosaico (2%): coexistem 2 linhas celulares, uma normal e outra com um cromossoma 21 supranumerário e que resulta de um acidente na divisão celular pós fertilização (mitose). Tal como o anterior não representa risco de recorrência apreciável.
  3. Trisomia 21 por translocação desequilibrada entre cromossoma 21 e outro cromossoma, ou seja o cromossoma 21 supranumerário está “colado” a outro (3%). Apenas neste tipo de trissomia se justifica realizar cariótipo aos pais, pois em cerca de metade dos casos um dos progenitores (saudável) é portador de translocação equilibrada, tendo risco aumentado para a sua descendência (sobretudo se for a mãe portadora).

Outras alterações, como trissomias parciais do cromossoma 21 podem ocasionalmente acontecer com fenótipo semelhante.

Estes vários tipos não são distinguíveis pela clínica. As situações em mosaico poderão originar um quadro clínico mais ligeiro, mas não obrigatoriamente, pois a percentagem de células trissómicas varia de órgão para órgão e pode não ter relação com a percentagem encontrada no sangue, onde habitualmente é realizado o cariótipo. No caso de características sugestivas de trissomia 21 e cariótipo normal, deve ser analisado outro tecido, como células de mucosa bucal ou pele, pois poderá existir um mosaico com baixa ou nenhuma expressão no sangue.

Há poucos dados relativamente à descendência de pessoas com Trissomia 21. A maioria dos homens serão inférteis e as mulheres terão uma menor fertilidade, presumindo-se que no caso de gravidez haja uma probabilidade de 1/3 de filho com Trissomia 21.

O diagnóstico pré-natal (DPN) é possível por análise do líquido amniótico (amniocentese) pelas 16 semanas ou das vilosidades coriónicas pelas 10-13 semanas. Estas técnicas têm um risco de aborto de 0,5 a 1%. Poderá ser realizado aos casais que o desejem nas seguintes situações:

  • Filho anterior com Trissomia 21
  • Um dos progenitores portador de translocação ou outro rearranjo cromossómico
  • Anomalia ou “sinais de alarme” detetados em ecografia
  • Rastreio bioquímico/ecográfico positivo. O mais utilizado é o rastreio combinado do 1º trimestre entre as 11 e 13 semanas que inclui o doseamento da PAPP-A e β hCG no sangue materno, associado à medição da prega da nuca fetal, sendo sugerido prosseguir com o DPN se o rastreio resultar numa probabilidade de trissomia superior a 1/250 (teste positivo). Tem uma sensibilidade de 85% e 5% de falsos positivos
  • Teste pré-natal não invasivo (NIPT) positivo. Este teste, relativamente recente, consiste em pesquisar as principais trissomias em DNA fetal obtido por colheita de sangue materno. Tem uma sensibilidade superior a 99% e uma taxa de falsos positivos inferior a 0,1%, sendo um método muito promissor.

O diagnóstico genético pré-implantatório (implantação no útero apenas de embriões sem trissomia 21 obtidos por fertilização in vitro), poderá ser uma opção em situações de alto risco, como mãe portadora de translocação equilibrada.  

 

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As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico, Enfermeiro, Farmacêutico e/ou Nutricionista.
Estudo
Uma equipa de investigadores britânicos acredita ter encontrado o caminho para o diagnóstico precoce da doença de Parkinson...

A doença de Parkinson é um distúrbio neurodegenerativo que leva à morte progressiva das células cerebrais e à perda extensiva da função motora. Apesar das inúmeras pesquisas conduzidas sobre a doença, não há ainda testes de diagnóstico definitivos que permitam detetar precocemente a patologia. Agora, uma equipa de investigadores da Universidade de Manchester afirma ter conseguido identificar compostos que compõem o odor característico da doença, acreditando que em breve será possível detectar Parkinson através do olfacto.

Os médicos antigos usavam perfume como uma ferramenta de diagnóstico e, embora os testes olfativos não sejam comuns na medicina moderna, doenças como a diabetes são frequentemente associadas a um cheiro particular. No entanto, tem havido pouca evidência para vincular o aroma a distúrbios neurodegenerativos.

De acordo com a pesquisa, divulgada pela American Chemical Society, Joy Milne, uma “Super Smeller” que consegue distinguir o odor único da doença de Parkinson, pode vir a conseguir detectar a doença no sebo dos pacientes antes que os sintomas clínicos apareçam. Este biofluido ceroso à base de lipídios serve para hidratar e proteger a pele e sabe-se que a produção excessiva desta substância é um sintoma conhecido da doença de Parkinson.

Assim, Perdita Barran e seus colegas tentaram determinar quais as substâncias químicas que compõem o cheiro de sebo que Milne está absorvendo nos pacientes de Parkinson, para conseguirem desenvolver um teste de diagnóstico para a doença.

Os pesquisadores recolheram amostras de sebo, usando gaze para limpar as costas, em mais de 60 indivíduos, com e sem Parkinson. Os compostos voláteis de cheiro de sebo que poderiam estar a contribuir para um cheiro associado à doença foram extraídos e analisados ​​com espectrometria de massa.

Os dados revelaram a presença de ácido hipúrico, icosano e octodecanal, compostos que indicam os níveis alterados de neurotransmissores encontrados em pacientes com Parkinson, juntamente com vários outros biomarcadores para a doença. Milne, a escocesa do “super-nariz” confirmou o cheiro característico de Parkinson nas amostras preparadas em laboratório contendo esses compostos. Embora os pesquisadores reconheçam as limitações deste estudo, estão convictos de que pode abrir as portas para o desenvolvimento de um teste de rastreio não invasivo que permitirá um diagnóstico precoce da doença.

Congresso
Pela primeira vez, Portugal vai receber o maior congresso europeu de neuro-oftalmologia. A estreia vai fazer-se no Porto, no...

Organizado pela Sociedade Europeia de Neuro-oftalmologia, com o apoio do Grupo Português de Neuro-Oftalmologia, o 14º Encontro da Sociedade Europeia de Neuro-Oftalmologia (EUNOS) conta com um programa científico vasto e intenso. O primeiro dia do congresso contará com uma reunião conjunta entre a Sociedade Europeia de Neuro-Oftalmologia e a Rede Europeia de Nervo Óptico (EUPON - European optic nerve network), que irá abordar as diversas neuropatias ópticas, desde a ciência básica, abordagem clínico-terapêutica até à investigação translacional, tentando estreitar os laços entre as diferentes abordagens.

Em destaque, irão estar as Neuropatias Ópticas Mitocondriais, nomeadamente a Neuropatia Óptica Hereditária de Leber (LHON), que nos últimos anos tem sido fruto duma investigação intensa, com resultados clínico-terapêuticos promissores.  Nos restantes três dias vai ser abordado um diversificado conjunto de temas, desde as novas modalidades em neuroimagem e as suas aplicações clínicas, manifestações neuro-oftalmológicas das doenças neurodegenerativas versus glaucoma, miastenia gravis ocular e neuro-oftalmologia pediátrica. O congresso conta ainda com dois cursos dedicados aos colegas mais novos, neuro-oftalmologia de urgência e OCT na Neuro-oftalmologia, mas que pelo seu painel de oradores irá certamente cativar a audiência, mesmo a mais experiente.

“É com grande orgulho que recebemos esta reunião, onde se vão dar a conhecer avanços determinantes nesta área. São sempre encontros importantes, uma vez que permitem estreitar laços entre colegas através da partilha e debate de conhecimentos, o que em muito contribui para o avanço da investigação e do saber médico e consequentemente ajuda a melhorar a vida de muitos doentes”, refere Dália Meira, médica oftalmologista do Centro Hospitalar de Vila Nova de Gaia/Espinho e responsável pela organização local do evento.

 

 

Investigação
As cascas de pinhão serviram de base a um projeto que levou à distinção de uma equipa de investigadores portugueses pela...

Uma equipa da Universidade de Lisboa e do Laboratorio de Engenharia Civil (LNEC) foi distinguida com o prémio Wex Global 2019 – Inovação em Tecnologia, pelo projeto que levou à produção sustentável de carvões ativados a partir de casca de pinhão para remoção dos resíduos farmacêuticos em estações de tratamento de águas residuais urbanas, no âmbito do projeto 'LIFE Impetus', financiado pela União Europeia.

A investigação que já passou a fase de teste pretende começar a produzir este material à escala industrial. No entanto, como em Portugal não tem indústria com capacidade tecnologia para o fazer, a produção será feita fora do país.  

A investigadora do LNEC, Maria João Rosa, explicou que o projeto visa melhorar o controlo de compostos farmacêuticos nas águas residuais urbanas através da absorção pelo carvão ativado em pó dos resíduos químicos de origem farmacêutica.

“É uma opção tecnológica que envolve baixos custos de investimento, tem alguns custos de operação, mas é de fácil aplicação e permite que as entidades gestoras tenham uma ferramenta para, com relativa facilidade, aumentarem o controlo de alguns destes compostos”, afirmou a investigadora.

O prémio foi atribuído por um painel internacional de especialistas dos setores da água e da energia. A equipa vencedora é constituída por Ana Paula Carvalho e Ana Sofia Mestre, (ULisboa) e Maria João Rosa, Rui Viegas e Elsa Mesquita (LNEC).

Segundo Maria João Rosa, o projeto pode ser adotado por estações de tratamento de águas residuais (ETAR) onde o controlo instalado não é suficiente para este tipo de resíduo, resultante dos fármacos tomados pela população.

Dada a estrutura porosa e capacidade de absorção da casca do pinhão, bem como a abundância da matéria-prima, esta foi uma opção natural. “Em vez de compostos comerciais, usámos produtos novos, feitos a partir de resíduos nacionais – neste caso a casca de pinhão – e produzimos carvões de forma ambientalmente sustentável”, acrescentou.

O novo carvão é “tão bom ou melhor do que os comerciais”, garantiu Maria João Rosa.

Os resíduos de origem farmacológica devem ser controlados para não serem descarregados nos meios recetores, quando as águas residuais tratadas são descarregadas no destino final, seja nos rios ou no mar ou com fins de reutilização.

O processo foi já testado em protótipo e à escala piloto em duas ETAR nacionais e seguem-se estudos à escala real também numa ETAR.

O material acrescentado à água é depois removido, com os resíduos absorvidos.

“Desenvolvemos uma ferramenta para desenho do processo de aplicação deste carvão, por forma a fazê-lo mais eficientemente, ou seja, gastarmos metade da quantidade que normalmente é usada já pelo mundo quando esta solução é escolhida”, exemplificou a investigadora.

Endometriose – que se caracteriza pelo aparecimento de tecido do endométrio fora do útero - é uma doença complexa que provoca...

Nas mulheres com infertilidade, essa prevalência aumenta para cerca de 25 a 45%. Apesar dos avanços no tratamento da Endometriose, ainda não existe cura e pouco se sabe sobre as causas. A doença costuma ser diagnosticada entre os 25 e os 35 anos, apesar dos primeiros sinais se manifestarem anos antes, com o início da menstruação.

“A Endometriose é ainda pouco falada e conhecida. É uma doença com um diagnóstico, geralmente, demasiado tardio. A falta de informação e o facto de os sintomas serem idênticos às dores menstruais fazem com que muitas mulheres vivam anos sem saber que sofrem desta condição, inclusive, por verem as suas queixas desvalorizadas clinicamente. Mas a Endometriose existe, é real, leva órgãos, sonhos e vidas. Em Portugal, estima-se que, cerca de 240 mil mulheres em idade fértil sofram da doença. Por isso, a EndoMarcha vai ao encontro da necessidade de maior divulgação e desmistificação da doença no nosso país e, em todo o mundo, onde se estima que a Endometriose afete 176 milhões de mulheres.”, refere Susana Fonseca, presidente da MulherEndo.

Em Portugal, no âmbito do mega movimento mundial WorldWide EndoMarch e pelo sexto ano consecutivo, a MulherEndo - Associação Portuguesa de Apoio a Mulheres com Endometriose organiza uma marcha pela maior divulgação e sensibilização da doença. A “EndoMarcha” realiza-se em Lisboa, no dia 30 de março.

À semelhança dos anos anteriores, o evento visa representar Portugal numa iniciativa que acontece, simultaneamente, em vários países do mundo, com o intuito de reforçar a mensagem para a importância de haver uma maior consciencialização sobre a Endometriose. Por cá, a “EndoMarcha” já conta com uma grande afluência de participantes – quase 500 inscritos - entre eles, algumas figuras públicas que se unem a esta causa. A marchar pela Endometriose estarão, também, profissionais de saúde do Centro Especializado em Endometriose do Hospital dos Lusíadas que têm desenvolvido um trabalho de parceria com a MulherEndo.

As inscrições para a “EndoMarcha 2019” estão abertas (online) até ao dia 25 de março, sendo necessária a inscrição, até esta data, para os participantes receberem um kit de oferta que poderá ser levantado no próprio dia. O início da marcha está marcado para às 15h00, na Praça do Comércio e dura sensivelmente 30 minutos em caminhada lenta (aproximadamente 4km). 

Estudo
Um estudo realizado em colaboração entre vários países europeus e o Brasil, publicado na revista The Lancet, permitiu concluir...

Marta Di Forti, uma das autoras do estudo refere que a investigação permitiu concluir que o uso de canábis com elevada concentração de THC (a substância psicoativa tetraidrocanabinol) provoca mais danos na saúde mental do que formas mais leves. Esta pesquisa mostrou ainda como o consumo de canábis afeta a incidência de transtornos psicóticos na população.

“Como o estatuto legal da canábis vai mudando em muitos países e Estados, e como são consideradas as prioridades terapêuticas de alguns tipos de canábis, é de grande importância para a saúde pública que também consideremos os potenciais efeitos adversos associados ao uso diário de canábis, especialmente de variedades de alta potência”, afirmou a investigadora do Instituto de Psiquiatria, Psicologia e Neurociências do King’s College, de Londres.

Os estudos observacionais que fizeram parte desta investigação incidiram sobre indivíduos de 11 locais da Europa e um no Brasil. O primeiro passo foi estimar a prevalência da psicose, através da identificação de todas as pessoas que se apresentaram nos serviços de saúde mental entre 2010 e 2015, com um primeiro episódio psicótico.

A seguir, os investigadores compararam 900 doentes com um primeiro episódio de psicose com 1.237 pessoas saudáveis, para entender os fatores de riso associados à psicose.

Foi ainda feito um levantamento sobre o histórico de uso de canábis e de outras drogas recreativas em todos os participantes.

Por fim, os investigadores definiram os limites para a potência da canábis: acima de 10% de THC foi considerada alta potência e abaixo de 10% de THC com sendo de baixa potência.

Depois de consideradas todas as variáveis foi possível concluir que o uso diário de canábis foi mais comum e frequente entre os doentes com um primeiro episódio de psicose do que no grupo de controlo.

Cerca 30% dos doentes relataram uso de canábis diariamente, enquanto apenas 6,8% das pessoas do grupo de controlo admitiram tê-lo feito.

O uso de canábis de alta potência (mesmo que o seu consumo não tenha sido diário) também foi mais comum entre doentes com episódio de psicose do que no grupo de controlo.

Os resultados permitiram concluir que, nos locais analisados, as pessoas que usavam canábis diariamente tinham três vezes mais probabilidade de ter um diagnóstico de primeiro episódio de psicose, quando comparadas a quem nunca havia consumiu canábis. Este risco aumenta se a canábis for de alta potência.

Nutrição
Podemos afirmar que a barriga é o “Calcanhar de Aquiles” para a generalidade das mulheres.

Em primeiro lugar, devemos diferenciar o tipo de estômago que temos, o aparecimento de uma barriguita a mais, nem sempre se deve ao excesso de peso ou obesidade. O estilo de vida e a alimentação que levamos são dois fatores fundamentais para esse controlo.

O que é a barriga inchada?

É a barriga que surge após as refeições, não devido ao excesso de peso, mas a diferentes causas como:

  1. Intolerâncias (lactose, glúten)
  2. Consumo de vegetais crus ou crucíferos (couves)
  3. Bebidas com gás
  4. Muita fibra
  5. Pastilhas elásticas
  6. Comer à pressa

Dicas:

  • Se a barriga inchada tem sido uma constante no seu dia-a-dia, comece por identificar se tem alguma intolerância alimentar e se for o caso, exclua-a de imediato da sua dieta.
  • Recomenda-se o consumo de legumes cozidos, no entanto, elimine as couves e os repolhos.
  • Deixe de consumir bebidas gaseificadas que, além de serem ricas em açúcar, provocam flatulência.
  • Controle o consumo da fibra na sua dieta, evite a pele dos vegetais e das frutas.
  • Não mastigue pastilhas elásticas.
  • Coma devagar e desfrute das refeições com calma.

O que é a barriga localizada pelo aumento da gordura visceral?

É a barriga que surge pela acumulação de gordura devido ao excesso de peso, geralmente na região abdominal. Não só é um problema estético, como também um problema de saúde que pode originar situações mais graves como obesidade, diabetes ou hipertensão.

Uma forma de verificarmos se temos gordura localizada na região abdominal é através da medição da região abdominal. Os valores normais são:

  • Mulheres > 82 cm
  • Homens > 95 cm

Dicas:

  • Elimine os hidratos de carbono refinados (doces, açúcar, doces e salgados em geral)
  • Gorduras inferiores da dieta (evite alimentos fritos, carnes gordas, salsichas)
  • Coma mais proteína (acelera o metabolismo e ajuda a queimar mais calorias)
  • Beba muitos líquidos durante o dia (evite refrigerantes doces e carbonatados – como as águas gaseificadas- e sumos de frutas)
  • Elimine o álcool (rico em calorias sem nutrientes)
  • Distribua os alimentos em 4 ou 5 refeições por dia (ajuda a controlar o apetite)
  • Realize atividade física regularmente

O que é a Barriga residual?

É o resultado da perda de muitos quilos (30kg ou mais). Há um excesso de pele residual que fica descaída na parte inferior do abdómen. É muito importante fazer atividade física com exercícios de tonificação, o principal conselho é fazê-los desde o início da dieta. Por vezes é muito difícil eliminar este tipo de gordura, geralmente é recomendado a intervenção estética para melhorá-lo.

O que é a barriga do estomago?

A barriga do estomago é um inchaço mais proeminente na parte mais alta do abdómen. O sedentarismo, a má alimentação e comer fora de horas favorecem o seu aparecimento. Esta causa não está apenas relacionada à alimentação, mas também aos níveis de stress, pois aumenta a produção de cortisol (hormona) responsável pela acumulação de gordura abdominal. O stress provoca insónias e dormir menos, favorece o aumento desta hormona e a acumulação de gorduras.

Dicas:

  • Reduza o nível de stress tanto quanto possível
  • Faça uma dieta de baixas calorias
  • Faça 4/5 refeições ao longo do dia
  • Evite petiscar
  • Consuma alimentos anti-inflamatórios ricos em ômega 3, como salmão, nozes ou azeite, que ajudam a reduzir a produção de cortisol
  • Evite o café
  • Realize atividades físicas relaxantes, como ioga ou tai chi, em vez de exercícios aeróbicos.

Se o objetivo de 2019 é perder de vez essa barriga indesejada, evite os excessos de qualquer maneira. Mantenha sempre uma dieta saudável e equilibrada, faça exercício físico regular e, se mesmo assim, não consegue atingir as suas metas, aconselhamos que consulte um especialista para perda de peso.

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Nota: 
As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico, Enfermeiro, Farmacêutico e/ou Nutricionista.
Exame de Diagnóstico
O Serviço de Medicina Nuclear do Hospital Garcia de Orta (HGO) realizou ontem, pela primeira vez, a técnica de imagem médica...

O Tomógrafo PET/CT custou mais de um milhão de euros e foi cofinanciado em 50% pelo Projeto “+ Acesso, Melhor Qualidade” no âmbito do Programa Portugal 2020. Este Projeto visa contribuir para a promoção de uma cada vez maior inclusão social na região, através de melhor acesso aos serviços prestados pelo Hospital Garcia de Orta na área dos meios complementares de Diagnóstico.

Em funcionamento desde ontem, estima-se que sejam realizados mais de 2.800 exames até ao final do ano.

Espera-se ainda conseguir reduzir a despesa, evitando o recurso ao exterior.

Sobre a PET

A PET utiliza moléculas que incluem um componente radioativo que, quando administradas no corpo humano, permitem detetar e localizar reações bioquímicas associadas a determinadas doenças, sobretudo nas áreas da Oncologia, Neurologia e Cardiologia.

Este inovador exame é inócuo, não invasivo, indolor e permite avaliar o modo como os órgãos, tecidos e células funcionam, ao contrário da ressonância magnética ou da tomografia computorizada, que fornecem uma informação mais estática.

Este exame permite a realização de diagnósticos mais precoces do que a ressonância ou a tomografia, aumentando as hipóteses de sucesso do tratamento.

 

Estudo
O Estudo europeu “Lifepath” permitiu concluir que as condições socioeconómicas das populações têm uma relação direta com o...

Com esta análise, os investidores envolvidos neste consórcio europeu concluíram que as pessoas de classes sociais mais baixas apresentam maiores níveis de inflamação crónica, vendo elevado o risco de desenvolver doenças cardiovasculares, como o enfarte, alguns tipos de cancro,  diabetes ou acidentes vasculares cerebrais (AVC).

“O objectivo do estudo foi perceber se a classe social influenciava os níveis de inflamação crónica. Esse interesse pela inflamação tem a ver com o facto da grande parte das doenças que estão entre as principais causas de morte terem uma forte componente inflamatória. Tanto a doença cardiovascular, como vários cancros e a diabetes”, explicou ao jornal PÚBLICO Ana Isabel Ribeiro, investigadora do Instituto de Saúde Pública da Universidade do Porto (ISPUP).

A investigação, que contou com a colaboração de especialistas do Reino Unido, Irlanda e Suíça, analisou dados de 18.349 pessoas com idades entre os 50 e os 75 anos. Os resultados foram publicados na revista Scientific Reports .

Para além da influência da classe social na inflamação crónica, os investigadores quiseram saber se em sociedades mais desiguais estes níveis de inflamação seriam maiores. “A nossa premissa era se em sociedades com diferenças maiores entre ricos e pobres, como por exemplo a portuguesa, se isso teria um efeito sobre os níveis de inflamação da população. Neste estudo confirmamos estas hipóteses”, referiu a investigadora do ISPUP.

“Os indivíduos de classe social mais baixa tinham maiores níveis de inflamação e foi precisamente em Portugal, o país com maior diferença entre ricos e pobres [entre os quatro analisados], que essa diferença de inflamação entre a classe social mais alta e a classe social mais baixa foi maior”, concluiu.

Para chegar a estas conclusões, os investigadores descobriram que existe uma relação entre os níveis de proteína C-reativa, usualmente utilizada para medir os níveis de inflamação crónica através do sangue, e as condições socioeconómicas do indivíduo. Este biomarcador – a proteína C-reativa – é produzido pelo fígado em situação de inflamação ou infeção. Quando este existe em níveis muito elevados há o risco de se desenvolverem doenças de origem inflamatória.

De acordo com a investigadora, Ana Isabel Ribeiro, este estudo vem mostrar que é necessário atuar sobre estes fatores de risco. “Mostra que ser pobre, quando não existem mecanismos que atenuem esses efeitos, também faz mal à saúde”, cexplicou a portuguesa.

Saúde Oral
Atualmente, 70% dos portugueses têm falta de dentes e cerca de 30% nunca visitaram o dentista ou só

No dia que celebramos o dia Mundial da Saúde Oral procuramos refletir sobre o impacto que os nossos hábitos e rotinas podem ter na nossa saúde.

De que forma podemos viver com saúde se não tivermos dentes para mastigar os alimentos? E se existirem focos de infeção na nossa boca, muitas vezes silenciosos, que poderão constituir um importante fator de risco para a nossa saúde geral?

Uma prevenção com vigilância regular, abrangente e holística poderá ser uma vantagem considerável, prevenindo assim fatores de risco. A prevenção é o caminho para mudarmos a atual realidade. Escovar os dentes e utilizar fio dentário não chega.

Hoje falo-vos da cárie dentária e como, a partir da alimentação, podemos mudar a nossa epigenética revertendo a tendência natural que podemos ter para o aparecimento de cáries. Alterando o nosso “meio oral” conseguimos fazer com que as bactérias mais cariogénicas não “gostem de lá viver”.

A cárie dentária, uma das doenças mais frequentes que afeta cerca de 90% da população mundial, é provocada por bactérias que podem levar à destruição parcial ou total da estrutura dentária.

A evolução desta doença está condicionada por diferentes etiologias, tais como: a presença de bactérias, alimentação inadequada, má higiene e pH salivar.

Uma alimentação rica em hidratos de carbono é um dos principais fatores para a ocorrência de cáries. Alimentos ricos em hidratos de carbono quando ingeridos, permitem às bactérias existentes na cavidade oral metabolizarem-se e provocarem um ambiente ácido. Este ambiente ácido faz com que haja uma desmineralização acentuada do esmalte dentário, processo inicial da lesão de cárie dentária.

Atualmente, a alimentação mais comum da população mundial é rica em gorduras, principalmente de origem animal, açucares e alimentos refinados. Estes são economicamente mais acessíveis e de fácil acesso, levando um aumento progressivo de desnutrição e aumento da obesidade.

Estes hábitos alimentares por si só são um fator de risco, mas a frequência de ingestão destes alimentos determina de forma exponencial a prevalência da cárie dentária.

Uma alimentação equilibrada é claramente uma vantagem para a saúde oral. Para prevenir destas lesões, é necessário incluir na dieta proteínas, verduras e legumes, pois estes ajudam a remineralização do esmalte. Alimentos como a maçã, laranja, pera, cenoura ajudam a limpar mecanicamente os dentes, prevenindo as lesões de cárie por remoção da placa bacteriana, são assim alimentos anticariogénicos.

Para concluir, a educação nutricional é essencial para a saúde geral e oral. O futuro da saúde oral passa pela prevenção.

Alimentar-se bem é prevenir-se corretamente.


Dra. Inês Carpinteiro - Médica Dentista Clínicas Viver

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As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico, Enfermeiro, Farmacêutico e/ou Nutricionista.
Estudo
O estudo WRAP-IT veio demonstrar que, em comparação com antibióticos pré-operatórios padrão, o Envelope Antibacteriano...

Os resultados deste estudo foram apresentados numa sessão de última hora nas sessões científicas da 68.ª Reunião Anual do American College of Cardiology (ACC.19) e publicados em simultâneo no The New England Journal of Medicine.

“As infeções dos CIEDs estão associadas a morbilidade, mortalidade e custos significativos. Até agora, para além da aderência a técnicas cirúrgicas rigorosas, em apenas uma intervenção, e antibióticos pré-operatórios, mostrou reduzir significativamente as infeções”, refere Khaldoun Tarakji, M.D., M.P.H., chefe do serviço de eletrofisiologia cardíaca da Cleveland Clinic, investigador principal deste estudo e consultor da Medtronic. “Este estudo demonstra que, para além dos antibióticos pré-operatórios, a utilização deste envelope antibacteriano reduz significativamente o risco de infeções de CIEDs, sem aumento do risco de complicações”.

O estudo alcançou o seu endpoint primário demonstrando efetividade do envelope TYRX na redução de infeções graves em 40% dos doentes em risco de desenvolver infeções por implante de CIED: aos 12 meses 1,2% dos doentes no grupo de controlo experienciaram uma infeção grave, enquanto apenas 0,7% dos doentes que receberam o envelope TYRX apresentaram uma infeção grave (p=0,04). O estudo também demonstrou uma redução de 61% das infeções de bolsa com o envelope (p<0,01).

O envelope TYRX foi implantado com sucesso em 99,7% das tentativas do procedimento, sem diferença significativa no tempo de procedimento entre os dois grupos. O estudo também cumpriu o seu objetivo de segurança: o envelope não aumentou o risco de complicações associadas ao procedimento ou ao sistema ao longo de 12 meses (p<0,001 para não inferioridade).

“Estes dados apresentam evidência forte de que o envelope TYRX ajuda a prevenir infeções graves sem aumentar as complicações”, refere Rob Kowal, M.D., Ph.D., Vice President and Chief Medical Officer da Divisão Cardiac Rhythm and Heart Failure, que faz parte do Cardiac and Vascular Group da Medtronic. "Este é o maior estudo CIED alguma vez realizado globalmente e vem demonstrar o compromisso da Medtronic em disponibilizar evidência de alta qualidade que apoia a utilização dos nossos produtos e terapias para melhorar os resultados dos doentes”.

O WRAP-IT é um estudo clínico aleatorizado, prospetivo, multicêntrico, simples cego, global, de pós-comercialização e interventivo. Comparou a incidência de infeções graves em doentes cujo implante de CIED incluiu o envelope TYRX e doentes cujo procedimento não foi realizado, com um acompanhamento de até 12 meses.  O estudo foi realizado em 181 centros, em 25 países da América do Norte, Europa, Ásia e América do Sul e incluiu 776 implantadores. Participaram neste estudo um total de 7.983 doentes, dos quais 3.495 doentes receberam aleatoriamente o envelope TYRX e 3.433 foram aleatoriamente selecionados para o grupo de controlo (sem o envelope).

Milhões de pessoas com doenças cardíacas recebem um CIED, seja um pacemaker ou um desfibrilhador cardíaco implantável (CDI), para ajudar a gerir ritmos cardíacos anormais. Como em qualquer procedimento cirúrgico, existe o risco de infeção pela possibilidade de serem introduzidas bactérias durante o implante. Estas infeções ocorrem em 1% a 4% de todos os doentes com CIED implantados,1,2 o que leva a um aumento do risco de morte e a um custo por infeção estimado para Portugal de €32.416.3-8

O envelope antibacteriano absorvente TYRX é uma rede envelope que segura os dispositivos cardíacos implantáveis ou os neuroestimuladores implantáveis. Foi concebido para estabilizar o dispositivo após o implante enquanto liberta agentes antimicrobianos, minociclina e rifampicina, durante um mínimo de sete dias.9 O envelope é completamente absorvido pelo corpo aproximadamente nove semanas após o implante. 9,10 O envelope TYRX foi aprovado pela FDA em 2013 e obteve marcação CE em 2014.

Em colaboração com conceituados clínicos, investigadores e cientistas em todo o mundo, a Medtronic disponibiliza a mais ampla gama de tecnologia médica inovadora para o tratamento interventivo e cirúrgico de doenças cardiovasculares e arritmias cardíacas. 

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