Estudo
As células cancerígenas consomem açúcar a uma taxa mais elevada do que as células saudáveis, mas também necessitam de...

Agora, investigadores da Universidade Emory, nos Estados Unidos, descobriram uma maneira de explorar essa necessidade para bloquear seletivamente o crescimento das células de leucemia.

Os resultados do estudo foram publicados na revista Nature Metabolism.

Os cientistas identificaram uma enzima transportadora, chamada ASCT2, que leva aminoácidos para as células, como um alvo para fármacos anticancerígenos.

A exclusão do gene que codifica esta enzima prolongou a sobrevida em ratos com uma forma agressiva de leucemia, a leucemia mieloide aguda, de 45 para mais de 300 dias.

“Até agora, pouco progresso foi feito para encontrar alvos terapêuticos nas vias metabólicas de aminoácidos que podem ser aproveitados para matar as células cancerígenas, mas poupam as células normais”, explicaram os cientistas.

“Este é um alvo terapêutico altamente promissor para a leucemia. O ASCT2 é dispensável para o desenvolvimento de células normais do sangue, mas é necessário para o desenvolvimento e progressão da leucemia”.

Nos últimos anos, houve um ressurgimento do interesse pelo efeito Warburg: o metabolismo distorcido das células cancerígenas, onde a ideia é privar as células tumorais, deixando as células saudáveis sozinhas.

O ASCT2 é responsável por absorver vários aminoácidos, como a glutamina, nas células. Nas células de leucemia, a perda de ASCT2 gera um efeito global no metabolismo celular, interrompe o influxo de leucina e a sinalização de mTOR e induz a apoptose.

A equipa ficou surpresa ao descobrir que o gene que codifica ASCT2 pôde ser excluído dos animais, sem interromper substancialmente o desenvolvimento das células sanguíneas. No entanto, os ratos demoram mais tempo para recuperar as contagens de glóbulos brancos após o stress a que são sujeitos, por parte dos fármacos quimioterápicos ou radiação.

“Embora as nossas descobertas gerais sugiram fortemente ASCT2 como um alvo terapêutico para o tratamento de leucemia, os investigadores terão de ter cautela na combinação de inibidores de ASCT2 com quimioterapia em ensaios clínicos”, disseram os cientistas.

A equipa de investigação testou a eficácia da inibição de ASCT2 em ratos com leucemia mieloide aguda e encontrou um efeito terapêutico significativo; ainda assim, o fármaco usado foi de baixa potência e não específico o suficiente para uso clínico.

Ciência
A MSD Portugal acaba de lançar o seu primeiro Prémio em Investigação Científica, que tem como objetivo reconhecer e apoiar...

As candidaturas à 1ª Edição do Prémio MSD Investigação em Saúde decorrem de 15 de março a 30 de abril. Todas as equipas de trabalho com atividade num estabelecimento de prestação de cuidados de saúde, de natureza pública ou privada, bem como instituições científicas sem fins lucrativos podem submeter os seus protocolos de investigação para apreciação do júri através do site www.premiomsdinvestigacaoemsaude.pt

O Prémio MSD Investigação em Saúde distinguirá o melhor protocolo de investigação científica a realizar em 2019, desenhado com o intuito de ter um impacto positivo na saúde, tendo por base, entre outros critérios, a inovação e a relevância do projeto para a população-alvo. A Comissão de Avaliação analisará também o objetivo e metodologia do protocolo e exequibilidade dos mesmos.

Neste processo, são selecionados 5 semifinalistas, que correspondem aos 5 melhores projetos que serão convidados a fazer uma apresentação oral da sua candidatura. Daqui, serão selecionados 3 finalistas e depois identificado o Projeto Vencedor, que receberá um prémio no valor de 10.000€, sendo que será entregue a todos os autores envolvidos uma Menção Honrosa.

A Comissão de Avaliação é constituída pelos seguintes elementos: Prof.ª Doutora Catarina Resende de Oliveira, Prof.ª Doutora Emília Monteiro, Prof. Doutor Henrique Luz Rodrigues, Prof. Doutor Jorge Torgal Garcia, Prof. Doutor Manuel Abecasis, Prof.ª Doutora Mariana Monteiro e Prof. Doutor Nuno Sousa.

O Prémio MSD Investigação em Saúde será atribuído numa Cerimónia Pública, a decorrer no dia 21 de setembro.

Para consultar o regulamento do Prémio e a ficha de candidatura, visite o site.

Oncologia
A Associação Portuguesa Contra a Leucemia organiza a 26 de março mais um workshop de truques de maquilhagem para doentes hemato...

Neste encontro, com início marcado para a 16h na sede da Associação Portuguesa Contra a Leucemia (APCL), em Lisboa, as doentes inscritas terão oportunidade de conhecer uma linha de produtos não agressivos para a sua pele, bem como alguns truques de maquilhagem para as ajudar no dia-a-dia.

“Com o objetivo de promover a autoestima e aumentar a confiança dos doentes, a realização deste workshop vai permitir mostrar aos participantes que uma doença hemato-oncológica não impede que os doentes se maquilhem e, em simultâneo, cuidem da sua pele”, afirma Carlos Horta e Costa, vice-presidente da APCL.

“Potenciar a autoestima das pessoas que sofrem com doenças hemato-oncológicas e fazê-las sentir-se mais positivas é um contributo importante para encararem com ânimo os tratamentos a que são sujeitas”, reforça o responsável.

O workshop, destinado a doentes hemato-oncológicos, familiares, cuidadores e profissionais relacionados, é gratuito, mas tem vagas limitadas. As inscrições são obrigatórias e devem realizar-se até 23 de março, através do e-mail [email protected] ou do telefone 213 422 205.

Opinião
A saúde do seu coração e dos seus vasos está ligada à saúde dos seus rins. E vice-versa.

À medida que o coração envia sangue para todo o corpo, os rins filtram esse sangue, removendo as suas impurezas, de forma a assegurar que o sangue tenha as quantidades certas de nutrientes e minerais. Ajudam também a manter a pressão arterial em valores controlados e contribuem para a formação de hormonas e vitaminas. Na doença renal crónica estas funções vão-se degradando progressivamente, inicialmente sem sintomas, pelo que apenas com análises podemos aperceber-nos de algum problema. Nos países ocidentais aproximadamente um em cada dez adultos tem doença renal crónica.

As pessoas com doença renal crónica (DRC) têm maior risco de morte por doença cardiovascular do que por uma causa renal. Isto deve-se a vários fatores, nomeadamente:

  • Porque a DRC leva à acumulação de substâncias tóxicas que agridem os vasos e o coração e aumentam o risco de arritmias por vezes fatais;
  • Pelo aumento da pressão arterial (hipertensão) que ocorre na DRC e que é o maior fator de risco para acidente vascular cerebral e o segundo, logo atrás do colesterol, para o enfarte agudo do miocárdio.

A hipertensão leva também à lesão dos vasos nos rins e em conjunto com a diabetes constituem a maior causa de doença renal crónica entre nós. É importante assim o controlo da pressão arterial e da glicémia, de modo a reduzir as complicações renais. Fazer exercício, não fumar, cumprir a medicação para a hipertensão arterial ou para a diabetes, são fundamentais para manter os rins saudáveis. Escolha alimentos e bebidas com baixo teor de açúcar e sódio (sal).

A Medicina Interna dedica-se ao diagnóstico, prevenção e tratamento de doenças com repercussão em diversos sistemas. É exatamente isso que acontece nestes doentes. Os fatores de risco para doença renal e cardiovascular são muitas vezes os mesmos (já aqui falámos da diabetes e da hipertensão arterial). A DRC conduz também a alterações a nível ósseo e à anemia, em grande parte pela menor produção de eritropoietina pelo rim. A eritropoietina tem como função principal estimular a produção de glóbulos vermelhos na medula óssea. A presença de anemia implica um maior esforço do coração para fazer com que a mesma quantidade de oxigénio, transportado pelos glóbulos vermelhos, chegue a todo o organismo.

A longo prazo a doença cardiovascular e renal levam a insuficiência cardíaca. Esta é a maior causa de internamento nas enfermarias de Medicina Interna e uma causa significativa de mortalidade nos doentes mais frágeis. Ocorre pela falência do coração, que não consegue como dantes enviar o sangue consoante as necessidades do nosso corpo. O cansaço, a falta de ar para esforços progressivamente menores, ou o edema (inchaço) das pernas são sinais e sintomas de uma potencial insuficiência cardíaca, mas podem ter muitas outras origens, pelo que a avaliação por um médico é necessária para chegar a uma conclusão correta.

O especialista em Medicina Interna tem um papel integrador de cuidados nestes doentes com doença cardíaca e renal, colaborando com especialidades como a Nefrologia, a Cardiologia e a Medicina Geral e Familiar, avaliando estas pessoas como um todo, de forma a prevenir a doença e a diagnosticá-la e tratá-la precocemente, evitando complicações irreversíveis.

Dr. Francisco Araújo - Internista e Membro do NEPRV

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Foram cerca de 8 milhões o número de mortes prematuras associadas à poluição do ar. Os dados são de 2015 mas um estudo...

Os cientistas envolvidos neste estudo estimam que, todos os anos, na Europa morrem prematuramente cerca de 800 mil pessoas devido à poluição do ar, e que esta é responável pela perda, em média, de mais de dois anos de vida. O estudo revela, ainda, que os danos para a saúde causados ​​pela poluição do ar na Europa são superiores aos registados no resto do mundo. 

A pesquisa, da co-autoria do professor Thomas Münzel, do Centro Médico da Universidade de Mainz, na Alemanha, indica que, embora a poluição do ar atinja os pulmões primeiro, o seu contributo para as doenças cardiovasculares e derrames cerebrais, através da sua infiltração na corrente sanguínea, é responsável por duas vezes mais mortes do que as doenças respiratórias.

No âmbito da investigação, foi possível concluir que ocorreram mais 790 mil mortes em toda Europa e 659 mil na União Europeia (UE) em 2015, correspondendo ao dobro dos números estimados em estudos anteriores.

Desses totais, entre 40% e 80% das mortes ocorreram devido a doenças cardiovasculares, como ataques ou falhas cardíacas, o que sugere que a poluição ambiental causou o dobro de mortes por DCV do que por doenças respiratórias.

“Por exemplo, isto significa que a poluição do ar causa mais mortes extras por ano do que o tabaco, o que, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), foi responsável por 7,2 milhões de mortes adicionais em 2015. Fumar é evitável, mas a poluição do ar não é”, adverte o professor da Universidade de Mainz.

Em parceria com o Cyprus Institute Nicósia no Chipre, os investigadores recorreram a um modelo de dados que simula a maneira como certos processos químicos atmosféricos interagem com a terra e com o mar, assim como o impacto dos químicos procedentes de atividades humanas, como da indústria, do tráfego e da agricultura.

Descobriram, assim, que a poluição do ar foi responsável por 120 mortes extras/ano por cada 100 mil habitantes no mundo todo. Na Europa e na UE, essa relação subiu até a 133 e 129 por cada 100 mil moradores, respectivamente. 

Apesar de tudo, os cientistas reconhecem que há grandes incertezas nas suas estimativas de morte precoce na Europa. Algumas mortes podem ter sido erroneamente atribuídas à poluição do ar, mas é provável que o número real de mortes seja ainda maior, afirmam eles.

 

 

Em desenvolvimento por uma equipa de investigadores da Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade de Coimbra (FCTUC), a...

Com dimensão e aspeto de uma pequena pérola, o ineye®, é um dispositivo que promete substituir a aplicação diária de gotas para olhos, por exemplo, em doentes com glaucoma ou em recuperação de cirurgias às cataratas. Trata-se de uma solução que irá facilitar a adesão à terapêutica, uma vez que bastará colocar o pequeno inserto junto ao olho, na pálpebra inferior, para dosear o medicamento de forma controlada e por um longo período de tempo.

Segundo Marcos Mariz, um dos responsáveis pelo projeto, as vantagens são inúmeras e não se esgotam na possibilidade de substituir a aplicação diária nos olhos. “Podemos imobilizar no ineye® até dois ou três fármacos diferentes em simultâneo. Em situações de pós-operatório, em que é complicado aos doentes seguir a terapêutica com gotas de vários medicamentos em simultâneo, ou em casos como os de glaucoma, que afetam pessoas de idade que revelam ter dificuldade em colocar as gotas ou em lembrar-se se já as colocaram. Nestes casos esta é uma solução que garante um tratamento contínuo, uma vez que é suficientemente flexível para ter libertações de fármacos ao longo de sete a 300 dias".

Os investigadores acreditam ainda que esta solução pode mesmo ser uma mais-valia para a indústria farmacêutica, em países com dificuldades de armazenamento, com acontece em África. "Muitas gotas exigem refrigeração e só têm validade de um mês depois de abertas. Com o ineye®, o doente tem garantida a estabilidade do produto, fica com o tratamento garantido por vários meses e não precisa de frigorífico", acrescenta.

Nos próximos meses decorrerá o primeiro ensaio in vivo desta tecnologia. Será avaliada a segurança e tolerabilidade do ineye® placebo (sem fármaco) em animais de companhia. O passo seguinte será a execução deste ensaio em voluntários saudáveis, num estudo que envolverá várias unidades hospitalares do país.

 

Foi aprovado em 2018 o primeiro fármaco que utiliza o ARN de interferência (ARNi) para inibir a produção danificada da proteína...

O ano de 2018 foi determinante na abordagem das doenças genéticas. A aprovação do primeiro fármaco que se baseia no silenciamento dos genes danificados ou indesejados, que dão lugar à produção anómala de proteínas, foi qualificada como um marco científico histórico pela prestigiada revista Science. 

Em 2018, tanto a agência americana do medicamento, FDA, como a agência europeia, EMA, aprovaram o fármaco para o tratamento da amiloidose hereditária por transtirretina (amiloidose ATTR). Trata-se de uma doença rara que afeta cerca de 50.000 doentes em todo o mundo e cerca de 1.500 em Portugal. É produzida pelo depósito e acumulação de proteínas amiloides em determinados sistemas, como o sistema nervoso, cardíaco ou digestivo, o que pode afetar o seu funcionamento.

A aprovação deste fármaco significa uma nova alternativa terapêutica para uma doença que, até à data, dispõe de escassas opções de tratamento.

Os resultados da molécula em fase de ensaios clínicos e os avanços no estudo de outros fármacos baseados neste mecanismo para o tratamento de outras patologias abriram um leque de possibilidades terapêuticas para as doenças genéticas raras, cerca de 80% destas doenças.

Atualmente, encontram-se em fase de estudo outros fármacos baseados no ARNi para o tratamento de patologias como a porfiria hepática aguda ou a hiperoxaluria primária de tipo 1.

O material genético (ADN) responsável pelos processos produzidos no organismo, transforma-se em ARN e, posteriormente, em proteínas. O ARN de interferência intervém para evitar que um gene danificado produza uma proteína de forma excessiva ou em menor quantidade do que a necessária. Desta forma, interfere desde a raiz em vez de tratar apenas os sintomas, tal como acontecia na abordagem atual a estas doenças.

A molécula de ARNi foi descoberta em 1998 pelos investigadores Andrew Z. Fire e Craig C. Mello, galardoados em 2006 pela descoberta. Dois anos depois, começou a ser usada com fins terapêuticos e, passados dez anos de desenvolvimento e investigação, foi aprovado o primeiro tratamento baseado nesta tecnologia. 

 

 

As reservas de sangue do tipo zero negativo (conhecido por O negativo) estão em baixa. A Diretora do Centro de Lisboa do...

“A nível nacional estamos numa situação equilibrada com reservas entre sete a 10 dias para os diferentes grupos sanguíneos, exceto para os 0 negativos em que temos uma reserva até quatro dias”, referiu Ana Paula Sousa.
Este tipo de sangue – zero negativo – é um dador universal. Esta responsável apela aos cidadãos para “continuarem a colaborar no processo de dádiva de sangue”.

Ainda assim, garante que Portugal continua a ser “autossuficiente” e “garante o suporte transfusional a todos os doentes»”

“Nós acabamos por transfundir diariamente 800 unidades. Colhemos aproximadamente por dia 900 unidades, mas para garantir tranquilidade às instituições e entidades de saúde uma reserva adequada de sangue estaria entre os cinco e os sete dias”, refere.

A Diretora do Centro de Lisboa do IPST referiu ainda que o número de dadores em Portugal tem vindo a diminuir. “Temos verificado em Portugal uma diminuição do número de dadores e de dádivas, igual também no contexto europeu e também a nível internacional”.

Quem pode doar sangue?

Para ser dador de sangue, terá de ter idade superior a 18 anos (até aos 60 anos se for a primeira dádiva), ter peso igual ou superior a 50kg e ter hábitos de vida saudáveis.

 

Focada no processo de transformação digital e em aliar a tecnologia à inovação, a 3ª edição do eHealth Summit, promovida pelo...

Durante quatro dias, em dois espaços distintos e com sessões paralelas a decorrer em seis salas, o eHealth Summit irá promover o debate de diferentes temáticas, através da partilha de conhecimento, projetos e experiências, não só entre oradores nacionais, mas também entre oradores de vários países da Europa, do Brasil, Japão, entre outros.

Esta edição conta com mais de 220 oradores (cerca de 40 internacionais), 90 expositores e 50 startups e recebe 110 mesas-redondas, 85 keynotes e mais de 130 slots, onde especialistas em matéria de saúde pública, cibersegurança, robótica, proteção de dados, marketing digital, inteligência artificial, tele-saúde ou eProcurement apresentam e discutem os temas mais importantes e novidades associados a estas áreas.

Nesta edição, estarão em destaque temas como Biotech and Life Sciences, Robotics and Domotics, Artificial Intelligence, Eprivacy and Security, Telehealth and Xborder eHealth, Eprocurement and eBilling, Digital Health e Thematic Workshops.

Instituições europeias e internacionais, como a Comissão Europeia, a Organização Mundial de Saúde, o Ministério da Saúde Brasileiro, o Governo Regional da Andaluzia, a Universidade de Osaka do Japão, ou a Sociedade Internacional para a Telemedicina e Saúde Digital, participam nesta cimeira que acolhe, também, o 24º Congresso Internacional da Sociedade de Telemedicina e Saúde Digital (International Society for Telemedicine & eHealth).

A nível nacional, o Portugal eHealth Summit conta com entidades públicas e privadas, startups, sociedades científicas, universidades, autarquias, ordens profissionais, entre outras organizações de diversos setores, que participam em sessões temáticas ou na área de exposições do evento. Com grande utilidade pública, a 3ª edição é marcada por mais parcerias estratégicas e uma colaboração mais ativa dos outros ministérios.

A par destas sessões, na Sala Tejo e no PT Meeting Center, nos quatro dias de evento, decorrerem em paralelo mais de 30 ações de formação certificada, dinamizadas pela Academia SPMS.

À semelhança da edição de 2018, espera-se alcançar um forte reconhecimento internacional, alavancando o posicionamento estratégico do país em projetos inovadores na área da tecnologia e da saúde e nas várias iniciativas em curso, como a ENESIS 2020 - Estratégia Nacional para o Ecossistema de Informação de Saúde 2020.

As inscrições são gratuitas e abertas a todos os cidadãos, devendo ser formalizadas no site: http://ehealthsummit.pt/.

A edição deste ano realiza-se entre os dias 19 e 22 de março no Altice Arena – Sala Tejo e no PT Meeting Center, em Lisboa. 

Entrevista
O tabaco é uma das principais causas evitáveis de doença e morte prematura, estimando-se que vitime

O tabagismo é a primeira causa evitável de doença, incapacidade e morte prematura nos países desenvolvidos, estando associado às principais causas de morte a nível mundial. Neste sentido, começo por perguntar-lhe a que patologias está o tabaco diretamente relacionado?

Por ordem de patogénese direta, a doenças dos sistemas Respiratório (Doença Pulmonar Obstrutiva Crónica (DPOC), com o risco infecioso que lhe está associado, e agravamento de outras doenças já presentes, como Asma) e Cardiovascular (Doença Arterial Coronária (DAC), Vascular Periférica, as suas manifestações major como Enfarte Agudo do Miocárdico e Acidente Vascular Cerebral (AVC), e Hipertensão Arterial), a neoplasias de inúmeros órgãos e a doenças dos sistemas Endócrino (Diabetes mellitus tipo 2), Tegumentar (degradação cutânea precoce) e Neuropsiquiátrico (dependência), omitindo muitas outras em prol do laconismo.

Qual a prevalência das doenças respiratórias, incluindo o cancro no pulmão, em Portugal?

Os dados de prevalência, ao contrário dos de incidência, são escassos. Contudo, à data de cada estudo, a prevalência da DPOC em Lisboa foi estimada em 14,2%, da Asma em Portugal em 6,8%, e os “utentes saídos” de hospitais anualmente com diagnóstico de cancro da traqueia, brônquios e pulmão seriam de cerca de 5560.

Apesar do tabaco contribuir para uma morte a cada 50 minutos em Portugal e de alguns estudos indicarem que cerca de 80 por cento dos fumadores expressam vontade de deixar de fumar, a verdade é que apenas uma percentagem muito pequena de fumadores consegue ter êxito. Na sua opinião porque isto acontece?

Tentando aliar a medicina à metafísica e à filosofia, diria que está relacionado com o prazer, a ansiólise e a integração social (portanto, às dependências física e psicológica) que o tabagismo proporciona, que num mundo em que os seres humanos estão marcadamente expostos a factores agressores psicoemocionais, é um mecanismo de coping muito eficaz, não obstante muito prejudicial para a saúde.

Basta ter vontade própria ou é necessário ter acompanhamento médico?

A força de vontade é essencial, mas na grande maioria dos casos insuficiente. São raros, cerca de 5% dos fumadores que tentam a cessação tabágica, os casos de sucesso sem acompanhamento médico.

Um dos argumentos utilizados é que fumar é difícil por causa dos sintomas de privação do tabaco. Que sintomas são estes e de que modo pode condicionar o sucesso da cessação tabágica?

São predominantemente psicológicos, como ansiedade, angústia, frustração, insónia, irritabilidade, dificuldade de concentração, compulsão para consumo tabágico e aumento do apetite, que muito claramente aliciam o fumador em tentativa de cessação a retomar o consumo para combate dos mesmos.

Qual o papel do médico de família no âmbito da cessação tabágica? E porque é importante que cada vez mais clínicos prestem este apoio ao nível dos cuidados de saúde primários?

O papel do médico de Medicina Geral e Familiar (MGF) é identificar, informar, oferecer ajuda, tratar e acompanhar a cessação, e eventualmente referenciar para consulta especializada de cessação tabágica. A importância deve-se a que ele é, idealmente, o contacto mais acessível e frequente dos utentes com os cuidados de saúde, e detentor de conhecimentos de todas as áreas necessárias à cessação tabágica, sendo capaz de oferecer uma abordagem holística do problema, e tendo, portanto, muito potencial para o abordar e resolver.

Em que consiste a consulta de cessação tabágica e que elementos devem integrar este processo, uma vez que esta deve contar com uma equipa multidisciplinar?

É muito variável, dependendo do grau de formalização dessa valência, que será diferente em diferentes Unidades de Cuidados de Saúde Primários (CSP) e em diferentes Unidades Hospitalares, mas globalmente consiste numa avaliação pelo médico, com colheita de história clínica centrada no tabagismo, negociação de estratégias de cessação, delineação de um plano de seguimento, e provavelmente prescrição de terapêutica farmacológica. Idealmente deverá ser feita em equipa com apoio de Enfermagem, Psicologia, Psicossociologia e Nutrição.

Em que consiste o “tratamento”? Os fumadores fazem terapia? Tomam medicação?

A abordagem é multidisciplinar e segue o lema da medicina de ser o menos invasiva possível desde que não sabote eficácia do tratamento. Tem como base estratégias relacionadas com alterações de estilo de vida frequentemente associadas farmacoterapia, como a Terapêutica de Substituição Nicotínica ou psicofarmacológica com fármacos dirigidos à cessação tabágica.

Quais os principais benefícios da cessação tabágica para a saúde?

Atendendo aos inúmeros malefícios do tabagismo, os benefícios são a melhoria ou mesmo reversão dos mesmos, nomeadamente a melhoria de sintomas respiratórios ao final de 1 a 9 meses, a diminuição do risco cardiovascular para metade ao final de 1 ano, a reversão total do risco acrescido para AVC ao final de 5 anos, a diminuição do risco de neoplasia pulmonar para metade (e diminuição do risco de todas as outras neoplasia relacionadas com o tabagismo) ao final de 10 anos e a reversão total do risco de DAC ao final de 15 anos, tudo isto sem referir a melhoria na aparência cutânea, na saúde oral, entre outros aspectos.

No âmbito deste tema, quais os principais conselhos?

No caso de não fumadores, o principal conselho é não fumar, é uma ação extremamente prejudicial para a saúde do mesmo e dos que o rodeiam e não tem qualquer benefício que não se encontre noutras ações incomparavelmente menos nefastas. No caso de fumadores ativos, o conselho é procurar ajuda para a sua cessação, em cuidados de saúde. No caso de fumadores passivos, o conselho é sensibilizar os fumadores ativos a cessar o consumo.

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Interferir com a acumulação de aglomerados de proteínas no cérebro de doentes com Parkinson ou outras doenças...

“Sabemos hoje que há diferentes aglomerados de proteínas que se acumulam no cérebro dos doentes e estão associadas a patologias como a doença de Parkinson, a doença de Alzhemier ou a doença de Huntington. A aglomeração dessas proteínas é significativamente mais frequente em pessoas que têm uma destas doenças e aumenta à medida que a doença progride”, começa por explicar o investigador.

“Os estudos laboratoriais e os ensaios clínicos que estão a decorrer atualmente visam perceber de que forma é que estes aglomerados de proteínas se formam e se interferir na sua acumulação pode vir a travar a progressão destas doenças neurodegenerativas”, acrescenta Tiago Outeiro.

A doença de Parkinson é a segunda doença neurodegenerativa mais comum depois da doença de Alzheimer e estima-se que afeta cerca de 20 mil portugueses. Poder travar a progressão desta e de outras doenças de neurodegenerativas é algo que pode estar muito próximo.

“Os resultados dos ensaios clínicos que estão a decorrer podem chegar dentro de dois ou três anos e vão ser muito elucidativos, independentemente do que provarem”, explica Tiago Outeiro, acrescentando que “se vierem a provar que há efeitos diretos da remoção dos aglomerados proteicos, pode avançar-se para ensaios em grupos mais alargados e, posteriormente, dar-se a introdução de um novo medicamento no mercado, que será uma nova forma de tratamento”.

“Caso os estudos atuais venham a demonstrar que a remoção das proteínas aglomeradas não é suficiente para impedir a evolução da doença, teremos mais claro que a direção a seguir na investigação deve ser outra”, conclui o professor.

O estado da arte e os desafios futuros nesta área vão estar em foco do congresso nacional da SPDMov, que este ano se dedica ao tema “A Clínica nas Doenças do Movimento”. O professor Tiago Outeiro vai apresentar resultados da sua investigação e também partilhar com os participantes do congresso o status dos ensaios clínicos que estão a decorrer, a medição dos resultados e avaliação das várias estratégias para interferir com o curso da doença de Parkinson e outras doenças degenerativas.

Doença de Parkinson, distonia, tremor, ataxia e doenças do movimento na criança são alguns dos temas que estarão em destaque no congresso, onde serão também atribuídos prémios aos melhores trabalhos submetidos.

Com o aumento do número de casos de sarampo, as autoridades italianas criam lei que obriga a que todas as crianças em idade...

A medida surgiu depois de uma longa discussão e os pais arriscam-se ainda a pagar uma multa que pode ascender aos 500 euros se não cumprirem as recomendações.

A lei que ficou conhecida como a “Lei de Lorenzin” – o ministro da saúde que apresentou esta medida –  exige que todas as crianças em idade escolar cumpram o plano de vacinação do país sendo vacinadas contra o sarampo, varicela, rubéola, poliomielite e papeira.

Com esta medida, o ensino pré-escolar pode recusar aceitar crianças não vacinadas até aos 6 anos de idade. Nas outras faixas etárias, são os pais os penalizados.

Controversa ou não, a verdade é que desde que a lei foi apresentada as taxas de vacinação do país aumentaram.

O Executivo italiano estabeleceu o dia 12 de maço como o prazo limite para que os pais cumpram o plano de imunização e que façam prova para que os filhos possam ir à escola.

 

O bastonário da Ordem dos Médicos, Miguel Guimarães mostrou-se muito preocupado com desaparecimento de medicamentos e, em...

Ontem, à margem da inauguração do Centro de Saúde do Cadaval, Marta Temido reagiu ao segundo caso de medicamentos desaparecidos referindo que os dois casos não passam de uma mera coincidência.

À TSF, Miguel Guimarães afirmou que este é um caso preocupante e que, ao contrário das declarações simplistas da ministra da saúde, deveria merecer mais atenção por parte do Executivo.

"Acho que a senhora ministra da Saúde, mais uma vez, abordou o caso de uma forma muito especial e sem a importância que tem. É importante, merece uma atenção especial. Não é, obviamente, para as pessoas ficarem alarmadas mas é preciso ter mão firme nestas situações. Estes são casos graves, que merecem uma preocupação grande e, sobretudo, uma intervenção rápida. Se este tipo de casos se começa a multiplicar, e estamos a falar de medicamentos potencialmente perigosos... É fundamental valorizar este tipo de situações, não são normais", reforçou o bastonário, criticando a postura de Marta Temido.

De acordo com o bastonário da Ordem dos Médicos, um dos medicamentos que desapareceu é um antirretroviral  utilizado para tratar doentes com VIH/sida, e que apresenta  efeitos colaterais “potentes se utilizado indevidamente”, considerando que se trata de um medicamento que pode ter “um valor super inflacionado no mercado negro”. E esta é uma questão que preocupa o especialista.

Já o segundo medicamento "é o Fentanil, um complemento para a anestesia de doentes que também é usado, em circunstâncias muito específicas, como um analgésico muito potente. É um medicamento que, se for usado de forma inadequada pode ter consequências dramáticas."

Miguel Guimarães justifica assim a sua convicção: que os fármacos terão sido "roubados com um objetivo", merecendo o caso uma "investigação profunda" por parte das autoridades para apurar o que verdadeiramente aconteceu. 

 

Os dados do relatório do Vacinómetro, que monitoriza a vacinação contra a gripe em grupos prioritários da época gripal 2018...

Ao todo, cerca de 1.3 milhões de portugueses com 65 ou mais anos vacinaram-se contra a gripe nesta época gripal. A estes juntam-se os cerca de 240 mil cidadãos com idades entre os 60 e os 64 anos, também eles vacinados contra a doença.

Face à última vaga da época gripal de 2017/2018, os indivíduos com 65 ou mais anos apresentam a subida mais significativa no que respeita à vacinação para prevenção da gripe (65,9% vs 61,8%). Seguem-se os portadores de doenças crónicas (55,8% vs 52,1%), seguindo-se os portugueses com idades compreendidas entre os 60 e os 64 anos (37,3% vs 35,7%). Por sua vez, registou-se um declínio na vacinação entre os profissionais de saúde com contacto direto com doentes (52,0% vs 55,2%).

Do total de indivíduos vacinados, a grande maioria (cerca de 63,5%) referiu que o fez por recomendação médica. Apenas 14% decidiu, por iniciativa própria, tomar a vacina e cerca de 5% fê-lo por pertencer a um grupo de risco.

A Direção Geral da Saúde recomenda a vacina contra a gripe aos grupos mais vulneráveis: população acima dos 65 anos, grávidas, profissionais de saúde e doentes crónicos ou imunodeprimidos.

O Vacinómetro é uma iniciativa da Sociedade Portuguesa de Pneumologia e a Associação Portuguesa de Medicina Geral e Familiar (APMGF), com o apoio da Sanofi Pasteur que monitoriza em tempo real, a taxa de cobertura da vacinação contra a gripe em grupos prioritários recomendados pela Direção-Geral da Saúde (DGS).

 

Programa de educação e atualização reúne médicos
A Sociedade Portuguesa de Patologia da Coluna Vertebral (SPPCV) vai promover um Programa de Educação e Atualização, dirigido a...

“Com este novo programa queremos reforçar o nosso posicionamento no ensino junto dos médicos, contribuindo não só para a aquisição de conhecimentos específicos em patologia de coluna, como para a atualização sobre os novos tratamentos e desafios futuros nesta área”, explica Miguel Casimiro, neurocirurgião e presidente da SPPCV.

Para Jorge Alves, ortopedista e coordenador deste projeto, “esta iniciativa será uma mais valia para os médicos que trabalham nesta área, uma vez que as sessões e apresentações clínicas planeadas servirão como ponto de discussão científica sobre diversas temáticas ligadas à prevenção, diagnóstico e tratamento das patologias da coluna vertebral”.

A primeira edição do Programa de Educação e Atualização em Patologia de Coluna inclui quatro reuniões integradas: mielopatia espondilótica cervival (30 de março de 2019); espondilolistese lombar (14 de dezembro de 2019); trauma cervical C1-C2 (28 de março de 2020) e espondilodiscite (12 de dezembro de 2020).

 

Responsabilidade social
Como resultado de uma parceria com a Quercus, a Sociedade Portuguesa de Pneumologia (SPP) plantou, no passado dia 9 de março,...

“A saúde ambiental é um fator muito importante na saúde integral do indivíduo e, concretamente, na saúde respiratória, sendo uma das atitudes mais relevantes na prevenção das doenças respiratórias. Esta reflorestação do Pinhal de Leiria - que foi vítima de um incêndio bárbaro há dois anos - é uma iniciativa muito feliz, pelo que estamos aqui de forma voluntária, com muita vontade e satisfação por termos contribuído para uma causa nobre.  Em súmula, a plantação das 1000 árvores é, para a SPP, um ato muito importante, não só do ponto de vista social, mas também da saúde da população” referiu  António Morais, presidente da Sociedade Portuguesa de Pneumologia.

Para Paula Nunes da Silva, da Quercus, o envolvimento da SPP nesta atividade “é excelente. É essencial o envolvimento por parte de toda a sociedade civil e também da científica – que pela credibilidade e estudos científicos que têm, ajudam as pessoas a perceber o quão importante é termos um bom ambiente e estarmos em consonância com a natureza”.

A Nippon Gases, no seguimento do seu projeto “Caminhar por mais floresta” associou-se à SPP nesta ação, tendo adicionado às 500 árvores previstas resultantes do número de inscrições na Corrida do Pulmão, mais 500.

 

Candidaturas abertas até ao dia 31 de dezembro de 2019
A Associação Nacional de Centros de Diálise (ANADIAL) e a Sociedade Portuguesa de Nefrologia (SPN) estão a promover o maior...

O prémio será formalmente apresentado em cerimónia, no próximo dia 14 de março, pelas 17h30, no Centro Cultural de Belém, no âmbito das comemorações do Dia Mundial do Rim. A iniciativa conta com a presença do Secretário de Estado Adjunto e da Saúde.  

“Este Prémio pretende incentivar à realização de trabalhos científicos que permitam estudar e diminuir a elevada incidência de doentes com insuficiência renal crónica em Portugal, sobretudo nos estádios mais avançados, e por outro lado, colmatar a ausência de investigações clínicas e estudos epidemiológicos nesta área”, explica Jaime Tavares, presidente da ANADIAL.

“Esperamos que este Prémio, o maior na área da nefrologia, consiga estimular a investigação científica e distinguir os investigadores portugueses que estão dedicados a encontrar resposta para os problemas que enfrentamos atualmente, com o aumento de doentes diagnosticados com insuficiência renal crónica”, refere Aníbal Ferreira, presidente da SPN.

O Prémio “ANADIAL-SPN” de atribuição anual, visa promover a realização de estudos clínicos e avaliações epidemiológicas na área da Investigação em Insuficiência Renal Crónica, com particular relevância para a identificação de fatores de risco e intervenções preventivas da evolução da doença renal crónica.

A insuficiência renal crónica é uma doença provocada pela diminuição progressiva da função dos rins e, Portugal tem uma das mais elevadas incidências de doença renal crónica terminal com indicação para iniciar diálise, sem que exista uma explicação de carácter epidemiológico plausível. Por definição esta doença uma vez presente tende a progredir até esse estádio terminal.

EMA emite recomendação mas Comissão Europeia ainda tem de aprovar
A Agência Europeia do Medicamento alargou a recomendação de utilização de Dupilumab em caso de asma severa. No entanto, novo...

A asma é uma doença inflamatória crónica das vias respiratórias, provocada por diversos estímulos, nomeadamente pela interação de fatores genéticos e ambientais. A exposição a estes estímulos desencadeia uma resposta imunológica, que leva à inflamação das vias aéreas e, consequente, dificuldade em respirar. Entre os sintomas mais frequentes estão a dificuldade respiratória, pieira, tosse e opressão torácica.

O Dupilumab é um anticorpo monoclonal humano que reduz a inflamação das vias respiratórias através da inibição de duas proteínas chave (interleucina- 4 e interleucina-13). A sua utilização por pacientes que não conseguem controlar os sintomas da doença como os tratamentos habituais, mesmos com elevadas doses de corticoides, já foi aprovada pela Agência Europeia do Medicamento.

Os benefícios e segurança desta substância ativa foram avaliados em três ensaios clínicos que incluíram 2888 pacientes, tendo os estudos demonstrado eficácia na redução dos sintomas de asma severa, melhorando a função pulmonar.

Os efeitos adversos associados ao dupilumab são infeções, conjuntivite e reações cutâneas.

A opinião do Comité de Medicamentos para Uso Humano aguarda agora o parecer da Comissão Europeia.

 

Opinião
As inovações, quer na nutrição parentérica preparada individualmente (compouding) quer nas soluções

Em primeiro lugar, referir que os neonatologistas portugueses estão bem preparados no que à nutrição parentérica diz respeito. Muito devido ao trabalho da Sociedade Portuguesa de Neonatologia que, regularmente, tem emanado recomendações baseadas em normas de orientação internacionais, muito úteis para nortear a prática clínica.

Nas últimas décadas, têm-se registado sucessivos avanços nesta área, sobretudo na composição das respetivas soluções. A comercialização de bolsas de soluções prontas a usar, com estabilidade dos nutrientes assegurada e esterilidade microbiológica é um desses avanços. As inovações, quer na nutrição parentérica preparada individualmente (compouding) quer nas soluções prontas a usar, têm permitido maior sobrevivência de recém-nascidos muito prematuros e melhoria da morbilidade, nomeadamente no seu crescimento, nutrição óssea e nutrição cerebral, refletida pelo desenvolvimento psicomotor. No recém-nascido muito prematuro ainda não é possível substituir o ambiente intrauterino ideal do qual beneficia um feto com idêntica idade de gestação. Assim, após o nascimento, a desnutrição precoce pode comprometer o seu crescimento, saúde óssea e neurodesenvolvimento destes bebés, com consequências a médio e a longo prazo. Sabemos também que o excesso de nutrição, que se reflete num aumento exagerado de peso nos primeiros meses de vida, predispõe à futura obesidade e doença cardiovascular. O desafio é, por isso, nutrir bem, evitando tanto a subnutrição como a sobrenutrição.

Quanto mais prematuro for o bebé, mais imaturo é o seu aparelho digestivo. No recém-nascido com menos de 33 semanas de gestação (muito pré-termo), e especialmente no com menos de 28 semanas (extremo pré-termo), a motilidade intestinal está muito diminuída e a produção de enzimas digestivas é insuficiente. À medida que a idade pós-natal avança, o sistema digestivo amadurece. Nesse intervalo de tempo, em que o tubo digestivo é total ou parcialmente incapaz de receber alimento, digeri-lo e absorvê-lo, é necessário nutrir por via intravenosa, por intermédio da nutrição parentérica.

É a nutrição parentérica que permite fornecer os macro e micronutrientes essenciais ao seu crescimento. Quanto melhor for a qualidade da nutrição parentérica, mais segura e eficaz se torna esta forma de tratamento, fundamental enquanto não é possível usar a via entérica.

Nas unidades de neonatologia, o trabalho de equipa torna-se fundamental e é essencial em vários momentos deste processo. No caso da preparação da nutrição parentérica individualizada em meio hospitalar, é necessária a colaboração entre clínico e farmacêutico no ato de prescrição. Durante a preparação, boa colaboração entre farmacêutico e técnico de farmácia. No momento de administração, treino pela equipa de enfermagem.

As soluções comerciais prontas a usar têm a vantagem de obviar preocupações com os dois primeiros passos, mas exige cuidado na monitorização de desequilíbrios metabólicos ao usar uma solução com composição fixa em recém-nascidos com mais dificuldades de adaptação.

Prof. Doutor Luís Pereira da Silva - Pediatra Neonatologista do Centro Hospitalar Universitário Lisboa Central, E.P.E., Hospital D. Estefânia.

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Nota: 
As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico, Enfermeiro, Farmacêutico e/ou Nutricionista.
Radioterapia associada ao risco
Os sobreviventes de cancro infantil têm um risco 30 vezes maior do que a população em geral de desenvolver malignidades...

Em comparação com outros adultos, os sobreviventes de cancro infantil tiveram um risco duas vezes maior de contrair melanoma – o tipo mais agressivo e mortal de cancro de pele – e um risco sete vezes maior de desenvolver carcinoma de células escamosas, a segunda forma mais comum de cancro da pele.

De acordo com os investigadores envolvido neste estudo, o risco de cancro da pele foi maior para os sobreviventes de cancro infantil que foram tratados com radiação; tendo em conta quantidade de pele exposta a esta terapia.

 “O tratamento de radioterapia em casos de cancro infantil envolve a exposição à radiação ionizante que é capaz de causar danos no ADN das células”, disse Jop Teepen, investigador no Centro Princesa Maxima de Oncologia Pediátrica, na Holanda.

“Esta propriedade da radiação ionizante é essencial para matar as células cancerígenas, mas também pode causar danos no ADN dos tecidos circundantes que inevitavelmente também recebem algum nível de exposição à radiação durante a radioterapia. Um desses tecidos é, por exemplo, a pele”.

Cerca de 40 anos após terem sobrevivido a um cancro infantil, 19% dos pacientes tratados com radiação tinham um ou mais cancros da pele, quando comparados com o resto da população.

O estudo, publicado no Journal of the National Cancer Institute , analisou dados de 5 843 pessoas diagnosticadas com cancro em crianças, entre 1963 e 2001, que sobreviveram cinco anos, ou mais.

Durante o estudo, foram diagnosticados 1 061 casos de carcinoma basocelular, 27 de melanoma e 11 de carcinoma de células escamosas.

Cerca de 40%, do total de 2308 crianças, receberam radiação como parte do seu regime de tratamento.

Outros fatores, que não a radioterapia, associados ao maior risco de cancro da pele para os sobreviventes adultos incluíram a radioterapia craniana e o tratamento com um grupo de medicamentos quimioterápicos chamados alcaloides.

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