Investigação
Flexíveis e fáceis de aplicar estas tatuagens podem ser produzidas numa impressora tradicional e permitem uma monitorização...

Uma equipa de investigadores do Instituto de Sistemas e Robótica (ISR) da Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade de Coimbra (FCTUC) e da Universidade de Carnegie Mellon (CMU) em Pittsburgh encontrou um método para produzir tatuagens eletrónicas através de impressão a tinta (inkjet), o que simplifica a produção e diminui radicalmente o custo destes dispositivos com implicações tão vastas como a monitorização contínua da saúde do utilizador ou o controle táctil do painel do automóvel. As tatuagens estão a ser desenvolvidas no âmbito do projeto Strechtonics*, uma das iniciativas de larga escala do Programa Carnegie Mellon Portugal (CMU Portugal), financiado pela Fundação para a Ciência e a Tecnologia (FCT) e coordenado pelo professor Aníbal Traça de Almeida (FCTUC).

Mahmoud Tavakoli, gestor científico do projeto e diretor do Laboratório de “Soft and Printed Microelectronic” (SPM-UC) do ISR, explica que encontraram uma forma simples e low cost de imprimir circuitos condutores flexíveis com uma impressora 2D: «estas tatuagens podem ser facilmente impressas e transferidas para qualquer superfície. O método é muito simples: projeta-se o circuito no computador e depois de 10 minutos temos o nosso circuito impresso. A maior vantagem de produzir em 2D é o baixo custo do equipamento e poder produzir-se em grandes quantidades. Basicamente só é necessária uma impressora e tintas auto condutivas». Até agora as alternativas existentes para produzir este tipo de circuitos ultrafinos exigiam uma mão de obra intensiva, custos de produção elevados e eram exclusivamente fabricadas em salas laboratoriais especializadas, clean-room, projetadas para manter níveis extremamente baixos de partículas, como poeira ou organismos transportados pelo ar.

Estas tatuagens são ultrafinas e facilmente transferidas com água para a pele ou roupa, com a utilização de uma esponja húmida. Ao serem colocadas sobre a pele permitem uma monitorização contínua da saúde do utilizador e controlam fatores como: atividade muscular, respiração, temperatura corporal, batimentos cardíacos, atividade cerebral, ou até emoções.

Até à data estas tatuagens já provaram também, de acordo com Mahmoud Tavakoli, ser eficazes na monitorização da atividade muscular: «Colocámos uma tatuagem eletrónica no antebraço de uma pessoa com uma prótese da mão e provámos que é possível controlar a mão utilizando sinais de músculos recebidos pelas tatuagens. Ao colocar a tatuagem no músculo certo, a tatuagem permite perceber quando este é ativado e se a mão fecha ou abre».

De acordo com o investigador «é a primeira vez que existe um método para imprimir circuitos que se podem esticar com uma tradicional impressora inkjet, à temperatura ambiente. Ao contrário dos outros métodos, este elimina a necessidade de curar a tinta nas temperaturas altas sendo assim compatível com vários tipos de plástico o que nos permitiu criar circuitos ultrafinos, a que chamamos “tatuagens eletrónicas”. Estes circuitos são compostos por nano partículas de prata revestidas com metal líquido e podem ser esticados até ao dobro do seu tamanho sem perder a condutividade».

O objetivo no futuro é que «seja possível inserir estas tatuagens dentro da pele e do corpo humano. Por exemplo, para pessoas com lesões na medula espinal que não conseguem andar, criar uma forma de conseguir aplicar estas tatuagens na medula de forma a estimulá-la e reativar os nervos para que funcionem outra vez».

Acabar com o estigma
A regulamentação da assistência sexual a pessoas com deficiência, a partir de um debate alargado, é a solução apontada por...

Raquel Pereira, investigadora da Universidade do Porto, Nuno Teixeira, coordenador regional da Associação para o Planeamento Familiar (APF), e Rui Machado, do Centro Vida Independente, falaram à Lusa sobre a “sexualidade das pessoas com deficiência”.

Rui Machado vive na primeira pessoa o problema da deficiência, ainda que o facto de se locomover em cadeira de rodas não lhe retire ânimo nem força para lutar pelo que considera justo, concordando ser a “sexualidade em Portugal uma questão de lei”, mas também “cultural”.

Crítico de “um entendimento da deficiência contaminado pelo modelo médico, em que o problema está na pessoa”, defendeu a necessidade de um debate para resolver o problema da sexualidade nas pessoas com deficiência.

“A participação de todos os envolvidos é uma premissa para um trabalho de grande impacto”, enfatiza Rui Machado para quem “a legalização do trabalho sexual era muito importante”, sustentando não “encontrar nenhuma razão em contrário”, num país com um “vazio legal” nessa matéria.

Este trabalho, advertiu, deve também “diferenciar muito bem a assistência sexual da prostituição”, sob pena “de não se conseguir ajudar quem precisa”, numa conjuntura em que a não perceção por familiares e cuidadores do desejo sexual do deficiente a cargo “só vai agravar o problema”.

Segundo Rui Machado, o não acompanhamento do desejo sexual da pessoa com diversidade funcional faz com que piore com o passar da idade, num processo a que se juntam casos de indivíduos que não conseguindo “interpretar” as mudanças no seu corpo não sabem como “lidar” com isso.

Da parte da APF, Nuno Teixeira apontou na mesma direção, reclamando uma abertura para que o tema possa “ser trabalhado de forma científica” e lembrando que este é um problema transversal à sociedade.

“Na deficiência, orientação sexual ou na identidade sexual, as famílias transportam toda a carga simbólica que a sociedade atribui à diferença e, perante a diferença, reagimos com medo”, apontou Nuno Teixeira, queixando-se que os “cuidadores formais e informais têm muito pouca competência” e que o “habitual é fazer de conta que estas pessoas [deficientes] são assexuadas”.

Defensor do recurso a trabalhadores sexuais para assistir deficientes, disse faltar na sociedade “uma maior discussão sobre todas estas questões”, envolvendo “pais, mães, escolas, as ONGs que trabalham nisto e Estado”, em busca da solução “mais informada e consciente possível”.

Raquel Pereira integra o grupo de investigação e sexualidade humana da Faculdade de Psicologia e Ciências da Educação da Universidade do Porto e disse haver hoje um “tabu social menor sentido pelas pessoas com incapacidades físicas”.

“Contudo, o problema continua, pois “as pessoas vão às suas consultas normais, com médicos, e nem sequer lhes é perguntado como está essa parte da sua vida, o que necessitam”, relatou a académica que teve um período de formação na Holanda [no centro de Reabilitação Basalt, em Haia], que lhe permitiu avaliar diferenças entre os dois países.

“Tive a oportunidade de entrevistar profissionais que trabalham em contexto de reabilitação e que são sexólogos, focando a sua intervenção na sexologia” relatou Raquel Pereira de uma realidade “que em Portugal é praticamente inexistente, tirando Alcoitão, onde existe uma consulta da especialidade”, comparou.

E prosseguiu: “lá, explorei um bocadinho quais os desafios à implementação da sexologia em contexto de reabilitação, e para aquelas que já nasceram com algum tipo de incapacidade, e o tabu parece não estar tão presente”.

“Existem desafios, sim, mas não tanto em relação à forma como a sexualidade é vista e encarada. Ela parece ser relativamente aceite como parte do cuidado holístico à pessoa”, completou.

Novo serviço de consultadoria em nutrição
Idealizado por uma equipa de Nutricionistas e Psicomotricistas, a NutrircomSaúde constitui uma ideia de negócio que visa...

A NutrircomSaúde, enquanto serviço de consultoria na área da Nutrição e Psicomotricidade a crianças, jovens e adultos com excesso de peso ou obesidade apresenta uma metodologia inovadora: o SIRA – Sistema Integrado de Reeducação Alimentar.

Como explica Romeirica Santos, Coordenadora do projeto, “o SIRA surgiu de consistentes resultados científicos que evidenciam que um dos grandes motivos para a desistência do acompanhamento nutricional a longo prazo é um fator emocional: a desmotivação. É neste contexto que a Psicomotricidade vem acrescentar à Nutrição, o acompanhamento motivacional através de atividades que otimizam e mantêm os resultados”.

Neste sentido a equipa da NutrircomSaúde, tem identificado alguns dos problemas relacionados com a gestão do peso como sejam: elevados índices de excesso de peso e obesidade, elevada taxa de abandono das consultas de nutrição, poucos resultados efetivos a longo prazo e desmotivação associada ao tratamento nutricional.

De acordo com os coordenadores deste programa nutricional, o SIRA aposta na reeducação alimentar de forma gradual e definitiva, através de palestras, workshops, rastreios e consultas personalizadas durante o seu período de duração que são de 6 a 12 meses. “A gestão do peso com resultados definitivos não depende exclusivamente da alimentação e é neste sentido que a nossa proposta é uma inovação incremental das medidas já existentes no mercado nacional e internacional. A intervenção holística que propomos tem impacto a nível da capacitação individual e coletiva de aquisição de literacia alimentar, aumento da saúde, qualidade de vida e bem-estar das pessoas envolvidas no projeto”, acrescenta Augusta Neves, Psicomotricista.

INOV C 2020 apoia projetos inovadores em Portugal

Do consórcio INOV C 2020, liderado pela Universidade de Coimbra, fazem parte dez parceiros nucleares: o Instituto Politécnico de Coimbra, o Instituto Politécnico de Leiria, o Instituto Politécnico de Tomar, o Instituto Pedro Nunes, o ITeCons, o SerQ, a ABAP, a Obitec e o TagusValley. 

O INOV C 2020 é um projeto cofinanciado pelo Centro 2020, através do Fundo Europeu de Desenvolvimento Regional (FEDER), com um prazo de execução compreendido entre 18 de abril de 2017 e 17 de outubro de 2019. Os parceiros executarão um investimento total de 1.627.614€, sendo o montante de 1.383.472€ financiado pelo FEDER.

O objetivo do projeto INOV C 2020 é consolidar a Região Centro enquanto referência nacional na criação de produtos e serviços resultantes de atividades de Investigação &

Desenvolvimento. A consolidação do Ecossistema de Inovação, através da incorporação de uma oferta ampla de recursos, infraestruturas e respostas a desafios específicos, faz também parte da sua missão. O INOV C 2020 segue-se ao Programa Estratégico INOV C, executado entre 2010 e 2015. 

Novo livro de Alexandra Vasconcelos para prevenir doenças
Todos vamos envelhecer. Não podemos evitar esta realidade, mas podemos retardar o processo e livrarmo-nos de doenças...

Neste livro, Alexandra Vasconcelos, farmacêutica, terapeuta biológica e ortomolecular, explica como avaliar o nosso corpo e a forma de perceber quais os seus desequilíbrios biológicos.

Depois da avaliação, é tempo de limparmos o organismo, especialmente o fígado e os intestinos. Como o nosso corpo livre de “inquilinos” indesejados, vamos mudar de atitude: aprender a dormir e a gerir o stresse, a ler os rótulos para identificar aditivos presentes nos alimentos, limitar a exposição aos produtos tóxicos e às radiações, mexer o corpo e exercitar o cérebro, e alterar a forma como nos alimentamos, substituindo os alimentos que usamos habitualmente por alternativas mais saudáveis.

Mas afinal o que é a alimentação saudável? “Se for ao médico diz-lhe para não comer gorduras. Se for ao nutricionista, a maioria irá reduzir-lhe as carnes vermelhas, as gorduras, diz-lhe para comer muitas vezes e prepara-lhe uma dieta hipocalórica. Se pesquisar no Google, cada um diz uma coisa diferente.... Paleo, Low Carb, Hipocalórica, Anti isto ou aquilo, com milhares de listas dos melhores 10 alimentos para quase tudo”, afirma Alexandra Vasconcelos no seu livro.

Foi por isso que Alexandra Vasconcelos desenvolveu o programa “BioReset 21D” para ajudar todas as pessoas que já tomara consciência de que devem e têm de mudar, mas não sabem como fazer ou por onde começar.

“Este programa, já testado em centenas de pessoas, dirige-se a três grupos com estatutos diferentes a nível da saúde e da doença:

  • Pessoas saudáveis que querem envelhecer com qualidade, prevenir doenças e manter a performance;
  • Pessoas que já têm doenças, nomeadamente autoimunes, alérgicas, metabólicas, cancros e que já se consciencializaram de que podem de forma ativa modelar, controlar ou mesmo eliminar a sua doença;
  • Pessoas que, não lhes tendo sido diagnosticada qualquer doença, não se sentem em forma, sentem-se a envelhecer, têm desconfortos, fadiga crónica, dores, inchaço e mal-estar abdominal, diarreias, obstipações, stresse, ansiedade, dormem mal e são perturbadas por tantos outros sintomas.”

Segundo a autora, antes de começar é preciso traçar o perfil biológico e emocional de cada pessoa, para perceber qual o seu terreno biológico. Seguem-se sete dias de limpeza e desintoxicação, mais sete dias de reparação dos processos metabólicos deficientes e finalmente sete dias de regeneração. Terminados os 21 dias dá-se inicio à fase de manutenção.

“Para os sete dias de cada fase foi definida a sua lista de compras, tabelas com o que deve comer e ideias para pratos elaborados com os alimentos permitidos. Digo-lhe também o que fazer, que suplementos deve tomar e por que estilo de vida deve optar e cada dia de cada etapa”, afirma a especialista para acrescentar:

“Quando terminar o programa, deverá manter alguns critérios alimentares de modo de vida. A suplementação é essencial, porque os défices de micronutrientes estão cada vez mais presentes em todas as pessoas.” E na última parte do livro inúmera uma série de suplementos, muitos deles imprescindíveis a quem quer manter-se saudável.

AO ACORDAR

Hidrate-se bem. A primeira coisa que deve fazer ao acordar é beber água. Pode optar por água morna e juntar um pouco de sumo de limão espremido na hora

PEQUENO ALMOÇO E MEIO DA MANHÃ

Nesta fase não pode saltar o batido matinal nem o caldo depurativo. Se os seus horários não permitirem cumprir este esquema, faça o caldo depurativo 15 minutos antes do almoço ou diminua o intervalo entre as refeições

ALMOÇO

O almoço deve ser a refeição mais forte. E deve incluir sempre gordura saudável. Pode também adicionar à sopa uma ou duas colheres de sopa de proteína vegetal bio. As algas são também uma boa opção.

LANCHES

É obrigatório o sumo depurativo. Pode preparar uma peça de fruta e um snack se necessário.

JANTAR

O jantar deve ser leve e cedo, devendo acabar a refeição até pelo menos três horas antes de se deitar. Não coma nada antes de ir dormir.

Deve manter-se sem comer nada pelo menos 12 horas. Estes períodos de jejum têm uma importância vital na desintoxicação do seu corpo.

 

Doentes com osteoporose devem evitar algumas posições
Apesar dos benefícios, a prática de yoga em pessoas com mais idade deve ser feita tendo em conta a sua condição física, alerta...

As posturas de yoga que flexibilizam a coluna vertebral além dos limites podem causar riscos de fraturas de compressão nas pessoas com ossos finos, de acordo com uma nova pesquisa da Mayo Clinic, nos EUA.

O estudo examinou lesões em pessoas com osteoporose e osteopenia. A osteoporose é uma doença na qual os ossos ficam mais finos e mais porosos devido à perda de conteúdo mineral. A perda óssea que não tenha atingido a etapa para diagnóstico da osteoporose é chamada de osteopenia, afeções caracterizadas pela baixa densidade óssea.

Os pesquisadores analisaram os registos de saúde de 89 pessoas, a maioria mulheres, que foram encaminhados para a Mayo Clinic entre 2006 e 2018 pela dor que adjudicavam à prática de yoga. Alguns eram iniciantes na prática e outros praticavam yoga há vários anos. Os pacientes tinham dores nas costas, pescoço, ombro, quadril, joelho ou uma combinação destes sintomas.

Os pacientes identificaram 12 posturas que disseram gerar ou piorar os seus sintomas. As posturas mais comuns implicavam flexibilidade ou extensão extrema da coluna. Os pesquisadores usaram os registos de saúde dos pacientes, exames médicos e imagens para confirmar e categorizar as lesões como lesões no tecido mole, articulação ou ossos.

Os pesquisadores identificaram 29 lesões ósseas, entre elas degeneração dos discos, escorregamento da coluna vertebral e fraturas de compressão da coluna. As últimas parecem estar relacionadas com posturas que colocam excessiva pressão na coluna vertebral e nos discos, refere este grupo de saúde em comunicado.

Edward Laskowski, codiretor da Mayo Clinic Sports Medicine, pediu aos prestadores, pacientes e professores de yoga para trabalharem em conjunto para criarem uma receita de exercícios individuais que leve em conta o histórico clínico dos alunos de yoga para os proteger contra lesões e beneficiarem realmente desta prática.

Opinião
As doenças cardiovasculares continuam a ser a principal causa de morte em Portugal.

A obstrução das artérias do coração por placas de gordura (a doença coronária) pode manifestar-se de várias formas, desde dor no peito em esforço, até ao perigoso enfarte agudo do miocárdio e à dramática morte súbita. Os fatores de risco são bem conhecidos e potenciam-se entre si, fazendo com que pequenas elevações em vários parâmetros condicionem em conjunto um maior risco.

O controlo eficaz dos seguintes fatores de risco e a implementação de um estilo de vida saudável podem reduzir em 80% a incidência de enfarte agudo do miocárdio, nas mulheres:

  • O tabagismo é o fator mais importante para o desenvolvimento de doença coronária e causa 50% das mortes evitáveis. Nos fumadores o risco é 60-70% superior aos dos não fumadores. O tabaco deve ser evitado em absoluto, pois não há nenhum nível de exposição que seja considerado seguro. Deixar de fumar é a medida mais eficaz para reduzir o risco de doença coronária.
  • Na diabetes existe excesso de açúcar no sangue. Isto acontece quando o pâncreas não produz insulina suficiente e/ou quando esta não atua eficazmente, esta última forma associada ao excesso de peso e ao sedentarismo. Esta doença necessita de ser bem controlada de forma a evitar complicações, nomeadamente cardíacas, pois estas são a principal causa de morte nos diabéticos.
  • Portugal tem uma realidade dramática em relação à hipertensão arterial (HTA).  Em geral, a pressão arterial deverá ser <140/90 mmHg. É fundamental um cumprimento rigoroso da medicação e uma redução do sal na alimentação.
  • A dislipidémia corresponde a um aumento do colesterol, dos triglicerídeos ou de ambos. A redução das gorduras na alimentação e o cumprimento rigoroso da medicação (“estatinas”) são fundamentais para o seu controlo.
  • A obesidade ocorre quando o número de calorias ingerido é superior ao que é gasto, sendo armazenadas em gordura. Esta associa-se à diabetes, dislipidémia e HTA que, no seu conjunto, aumentam o risco de enfarte agudo do miocárdio. Uma dieta pobre em gorduras saturadas e baseada no consumo de vegetais, fruta e peixe – a dieta mediterrânica - é fundamental na prevenção cardiovascular.
  • O risco de desenvolver doença cardiovascular aumenta 50% nas pessoas que não praticam atividade física. Recomenda-se a prática de 30 minutos/5x por semana de exercício aeróbico de intensidade moderada ou 15 minutos/5x por semana de exercício de elevada intensidade. O exercício diminui a pressão arterial, os níveis de colesterol, melhora os níveis de açúcar, reduz o peso e melhora o bem-estar psicológico.

Para aumentar a consciencialização para o enfarte agudo do miocárdio, a Associação Portuguesa de Intervenção Cardiovascular (APIC) está a promover a campanha Cada Segundo Conta, uma iniciativa que tem como objetivos promover o conhecimento e compreensão sobre o enfarte agudo do miocárdio e os seus sintomas; e alertar para a importância do diagnóstico atempado e tratamento precoce. Para mais informações sobre esta campanha consulte www.cadasegundoconta.pt

Dra. Elisabete Jorge - Cardiologista de Intervenção e membro da Comissão Científica da Campanha Cada Segundo Conta

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As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico, Enfermeiro, Farmacêutico e/ou Nutricionista.
Diz estudo
Fazer a sesta ajuda a baixar os elevados níveis de pressão arterial, é o que diz Sociedade Americana de Cardiologia, que...

De acordo com os especialistas envolvidos no novo estudo, apresentado no 68º Encontro Anual da Sociedade de Cardiologia, dormir a meio do dia leva uma queda na pressão sanguínea.  

Manolis Kallistratos, do Hospital Geral AsKlepieion, em Voula, Grécia, e coautor do estudo, afirma que “o sono a meio do dia parece reduzir os níveis de pressão arterial na mesma magnitude de outras mudanças no estilo de vida”.

Segundo este investigador, uma pequena dose de medicação anti-hipertensão baixa normalmente, em média, os níveis de pressão sanguínea entre 5 a 7 mmHg (milímetros de mercúrio, a unidade de medida da pressão arterial), enquanto uma sesta durante o dia foi associada a uma baixa média de 5 mm Hg na pressão arterial.

Com este estudo é possível equiparar os benefícios da sesta à redução do consumo de sal e de álcool.

Para Kallistratos, o resultado deste estudo ganha relevância perante o facto aceite de que uma baixa da pressão arterial de apenas 2mmHg pode reduzir o risco de problemas cardiovasculares em cerca de 10%.

“Obviamente não estamos a encorajar as pessoas a dormir horas a fio durante o dia, mas por outro lado não devem sentir-se culpadas se conseguirem fazer uma sesta rápida, tendo em conta os potenciais benefícios para a saúde”, disse o médico.

 

Doença rara e grave
Um artigo científico recentemente publicado mostra o sucesso do transplante autólogo de sangue de cordão umbilical, combinado...

Ambas as crianças se encontravam dependentes de transfusões sanguíneas diárias e não tinham irmãos que pudessem ser dadores de medula óssea. Num dos casos, a equipa médica que seguia a criança optou inicialmente por uma terapêutica imunossupressora, que não foi bem-sucedida. Dado que estas crianças tinham o seu sangue do cordão umbilical guardado num banco privado, este foi usado para o seu tratamento. Após o transplante com o seu próprio sangue do cordão umbilical, receberam tratamento com um fármaco imunossupressor durante 12 meses e, seis anos depois, ambas permanecem livres da doença.

"Estes dois casos, à semelhança de outros também publicados, mostram a utilidade do transplante autólogo de sangue do cordão umbilical para crianças com anemia aplástica grave adquirida. A utilização desta fonte de células estaminais poderá ser benéfica para um grande número de doentes, razão pela qual é importante guardar o sangue do cordão umbilical”, menciona Carla Cardoso, Investigadora do Departamento de I&D da Crioestaminal.

A anemia aplástica é uma doença rara e grave que ocorre quando a medula óssea deixa de produzir células sanguíneas suficientes, provocando anemia, hemorragias e infeções. A incidência é de 2a 7 caso em milhão de pessoas por ano. A doença é rara durante o primeiro ano de vida, com uma incidência progressiva até aos 20 anos. A maior parte dos especialistas acredita que a anemia aplástica surge quando o sistema imunitário ataca e destrói as células estaminais da medula óssea necessárias para a renovação das células sanguíneas. A produção de células sanguíneas pode ser restaurada por terapêutica imunossupressora ou pelo transplante de células estaminais hematopoiéticas.

A terapêutica imunossupressora e o transplante de medula óssea entre irmãos compatíveis têm sido descritos como os principais tratamentos para esta doença. No entanto, mesmo recorrendo ao transplante de medula óssea entre irmãos compatíveis, persiste o risco de rejeição e de outras complicações que podem por em causa a vida destes doentes. Para além disso, na ausência de um dador compatível ou quando a terapêutica imunossupressora falha, a condição destes doentes torna-se problemática.

 

Sem cura, o tratamento tem em vista o alívio dos sintomas
Caracteriza-se por um cansaço extremo que surge sem razão aparente e se prolonga no tempo.

O que é?

Ainda que não seja bem compreendida, a Síndrome de Fadiga Crónica, também designada por Encefalomielite Miálgica (EM) ou Síndrome de Fadiga Pós-viral, consiste num quadro complexo de fadiga extrema e persistente. Embora seja a causa de apenas 3% de todos os casos de exaustão, a verdade é que esta é uma entidade clínica extremamente incapacitante que conduz a uma falta de energia profunda, sendo ainda mal compreendida e aceite.

Considerada uma doença rara, estima-se que, em Portugal, esta possa atingir cerca de 15 mil pessoas. E embora seja mais frequente entre as mulheres a partir dos 40 anos, a verdade é que esta síndrome não olha a sexos nem idades, podendo ser diagnosticada ainda na infância.  

Causas continuam desconhecidas

Embora existam muitas teorias sobre o que a provoca, a verdade é que ainda não se conhece o que está na origem desta Síndrome.

No entanto, admite-se que este quadro resulte da combinação de um conjunto de fatores.

Entre as hipóteses mais discutidas estão as infeções virais, que se pensa poderem estar na origem de um quadro de fadiga extrema. Para sustentar esta teoria, há relatos de que o seu diagnóstico terá surgido na sequência de gripes e outras infeções virais persistentes. No entanto, ainda não foi possível demonstrar esta relação.  

Por outro lado, em alguns casos foi possível constatar algumas fragilidades no sistema imunitário e no sistema nervoso autónomo - a parte do sistema nervoso que controla as funções automáticas vitais do corpo (tensão arterial, ritmo cardíaco e temperatura corporal) - dos pacientes que desenvolveram esta síndrome.

De acordo com a Associação Nacional contra a Fibromialgia e Síndrome de Fadiga Crónica, “existe também a possibilidade de algumas pessoas desenvolverem SFC devido a um traumatismo cerebral ou exposição a uma toxina”.

Diagnóstico e principais sintomas

Até à data não existe nenhum exame auxiliar de diagnóstico que confirme a doença. Este é feito mediante exame clínico e pela exclusão de outras patologias que têm como sintoma principal o cansaço, como é caso das disfunções da tiroide, lúpus, esclerose múltipla, hepatite, distúrbios do sono ou depressão.

Quando não existe nenhuma doença que justifique os sintomas referidos pelo paciente, o diagnóstico de Síndrome de Fadiga Crónica é concluído quando, por mais de seis meses, a fadiga seja considerada debilitante e obrigue a uma redução substancial da sua atividade e a ela se associem pelo menos mais quatro sintomas dos Critérios Minor, como:

  • Dor de cabeça (frequentemente referida como enxaqueca)
  • Garganta inflamada
  • Aumento dos gânglios linfáticos no pescoço ou nas axilas
  • Dor muscular inexplicável
  • Dor nas articulações
  • Sono não reparador
  • Mal-estar que persiste por mais de 24 horas após exercício
  • Perda de memória ou concentração

No entanto, os doentes podem, ainda, apresentar sintomas bem diferentes, como febre, irritabilidade e confusão.

Tratamento

Tratando-se de uma doença sem cura, o tratamento tem em vista o alívio dos sintomas proporcionando a melhor qualidade de vida possível ao paciente. Por outro lado, e uma vez que esta Síndrome não atinge dois doentes da mesma forma, podendo os seus sintomas variar de intensidade, este é adaptado caso a caso.  

Assim, o tratamento farmacológico deve incidir sobre os sintomas específicos de cada doente e, uma vez que estes são particularmente sensíveis a determinados fármacos (nomeadamente aos que atuam sobre o Sistema Nervoso Central), ele deve iniciar-se com doses baixas, aumentando gradualmente até que seja bem tolerado.

De acordo com a Associação Nacional contra a Fibromialgia e Síndrome de Fadiga Crónica, estes são os principais grupos terapêuticos:

Antidepressivos Triciclícos

«Baixas doses de antidepressivos triciclícos melhoram o sono, tornando-o mais reparador. A dor generalizada também pode sofrer uma diminuição.

Neste grupo incluem-se a amitriptilina, a nortriptilina, a desipramina e a doxepina.»

Antidepressivos

«Os antidepressivos das novas gerações como os SSRI (inibidores seletivos da recaptação da serotonina) têm sido prescritos em doentes com esta patologia com algum benefício. Deste grupo fazem parte a fluoxetina, a paroxetina e a sertalina. Outros fármacos, com mais algumas especificidades a nível dos neurotransmissores, têm produzido bons resultados e são eles a venlafaxina, a trazodona e a bupropiona.»

Ansiolíticos

São fármacos prescritos para tratar situações de pânico e ansiedade e não devem ser usados por rotina no tratamento da doença, alerta a associação. O alprazolam, o clonazepam e o lorazepam são os fármacos que fazem parte deste grupo.

Estimulantes

«A fadiga, por si só, não é uma indicação formal para uma terapêutica sintomática. Contudo se a fadiga representa letargia ou sonolência diurna poderá haver necessidade de uma abordagem farmacológica. Alguns ensaios mostraram que a amantadina e o modofanil serão úteis.»

Anti-inflamatórios não esteróides (AINS)

Este grupo de medicamentos pode ser prescrito para alívio da dor e febre. «Os mais utilizados são: o naproxeno, o ibuprofeno e o piroxicam.».

Antialérgicos

«Alguns doentes apresentam histórias de alergia, e estes sintomas podem ressurgir periodicamente. Os anti-histamínicos não sedativos são eficazes. Neste grupo de fármacos os mais importantes são: o astemizol e a loratadina.»

Contudo, a terapêutica antialérgica serve apenas para tratar os sintomas alergia, não sendo um tratamento eficaz para a Síndrome de Fadiga Crónica.  

Antihipotensores ou Antihipertensores

«Em geral, só alguns antihipotensores produzem efeito nos doentes com SF». No entanto, estes medicamentos devem ser usados com a máxima cautela. Do grupo dos antihipotensores a fludrocortisona é a mais prescrita.

A importância do exercício físico

As dores e a fadiga levam a que muitos doentes se tornem inativos. No entanto, os especialistas afirmam que a prática de exercício físico é o melhor complemento ao tratamento desta doença.

O doentes devem por isso ser encorajados a iniciar e/ou continuar um programa de exercícios aeróbios de resistência muscular, tendo em consideração de que uma dor ligeira ou moderada nos músculos após o exercício não é prejudicial.

Para além de aumentar a autoestima e o bem-estar físico, a prática de atividade física melhora a qualidade de vida do doente já que ajuda a manter os músculos relaxados e flexíveis, aumenta a resistência muscular, melhora a postura e alivia os sintomas de dor.

De acordo com alguns estudos, os exercícios devem ser praticados no período da manhã.

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As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico, Enfermeiro, Farmacêutico e/ou Nutricionista.
Tonic App tem novo parceiro em Portugal
A aplicação já existia mas agora associou-se à Medtronic, empresa líder em tecnologia médica, para apoiar a decisão clínica e...

A campanha, que tem a duração de um ano, pretende disponibilizar conteúdos e ferramentas à comunidade médica através da Tonic App, ajudando-os a diagnosticar, a tratar e a referenciar os seus doentes de modo mais eficiente, o que permite aos médicos centrarem-se no essencial: a relação com o doente.

Doença de Parkinson, Hipertensão Arterial, Insuficiência Cardíaca, Esófago de Barrett, Fraturas Osteoporóticas e Síncope são as áreas de foco desta parceria, que junta a maior empresa de dispositivos médicos à aplicação móvel exclusiva para médicos mais usada em Portugal.

“Esta parceria traduz uma das prioridades da Medtronic: a melhoria dos cuidados de saúde em benefício do doente. Com este projeto de referenciação, que também vai aproximar a Medicina Geral e Familiar das outras especialidades médicas, pretendemos contribuir para uma melhor referenciação, o que consequentemente acelera o diagnóstico correto, o início do tratamento e reduz o tempo de evolução da doença, bem como o impacto da mesma na qualidade de vida dos doentes”, afirma o diretor-geral da Medtronic, Luís Lopes Pereira.

O projeto aposta em recursos distintos para facilitar o acesso ao conhecimento pelos médicos, incluindo árvores de apoio ao diagnóstico e tratamento, baseadas nas guidelines mais recentes em cada área, critérios e mapas de referenciação para doenças de difícil diagnóstico e/ou tratamento, vídeos de especialistas reconhecidos sobre as técnicas mais recentes e também fóruns de discussão de casos clínicos entre médicos nacionais e internacionais.

“Esta parceria com a Medtronic vai apoiar sobretudo os médicos de família (mas não só) que já representam 26% do total de utilizadores da aplicação e 43% de todos estes especialistas em Portugal. A Medtronic permite assim à Tonic App dar acesso a recursos aos seus utilizadores médicos que de outro modo não teríamos capacidade para disponibilizar”, explica Daniela Seixas, médica e CEO da Tonic App.

A Tonic App disponibiliza informação tratada de forma independente por uma equipa especializada, baseada em fontes científicas e de entidades oficiais, o que transmite credibilidade e entrega valor aos médicos.

Chega atualmente a mais de 22% dos médicos portugueses, tem percorrido um caminho pautado por um rápido crescimento. Venceu em 2018 o segundo prémio da competição de apps médicas da MEDICA, a maior feira de saúde do mundo, foi nomeada pela revista Forbes como uma das 60 startups lideradas por mulheres que estão “a agitar a tecnologia pelo globo”, e expandiu-se recentemente para Espanha, França e Reino Unido.

Estudo
Um novo estudo mostrou que os rastreadores de atividade, como pedómetros e aplicações para smartphones, estão ligados a...

Os dispositivos têm o apelo de serem convenientes e não supervisionados, e podem ajudar na precisão dos registos de exercícios e, em alguns casos, podem servir como ferramenta de comunicação para equipas de saúde.

Investigadores do Wilmot Cancer Institute, nos Estados Unidos, analisaram os resultados de uma dúzia de diferentes ensaios clínicos que envolveram cerca de 1 450 sobreviventes de cancro.

Estes sobreviventes concordaram em participar em estudos que avaliaram o uso dos dispositivos por períodos que variaram entre 1 a 6 meses.

Os investigadores descobriram que as taxas de adesão eram, por vezes, superiores a 70% e que os dispositivos tiveram um impacto positivo na aptidão geral e em sintomas como a fadiga.

O estudo foi publicado no Journal of National Comprehensive Cancer Network.

Em vez de ser sedentário, o tempo gasto em caminhadas ou outras atividades moderadas a vigorosas tende a reduzir os fatores de risco cardiovascular, ajuda as pessoas a controlar o seu peso e melhora a força, a resistência e a função cardíaca e pulmonar.

Isto é especialmente importante porque os sobreviventes de cancro estão frequentemente sob risco elevado de efeitos secundários de curto e longo prazo, como doenças cardíacas, hipertensão, ossos enfraquecidos e diabetes.

A equipa sugeriu que estudos futuros devem avaliar a relação custo-eficácia e desenvolver prescrições de exercícios ideais para reduzir os sintomas relacionados ao cancro e melhorar a qualidade de vida dos sobreviventes.

Em 2022, estima-se que existam 18 milhões de sobreviventes de cancro em todo o mundo.

“Com o aumento das taxas de sobrevivência em muitos tipos de cancro é importante que se incorpore o exercício físico no tratamento do paciente, pois este tipo intervenções podem ter um impacto positivo na aptidão, nível de atividade, qualidade de vida e bem-estar geral”, explicaram os autores do estudo.

Ependimoma é o terceiro tumor cerebral pediátrico mais comum
O uso de radiação imediatamente após a cirurgia em crianças com ependimoma, o terceiro tumor cerebral pediátrico mais comum,...

“Historicamente, crianças menores de 3 anos com ependimoma têm um prognóstico pior do que crianças mais velhas”, disse o investigador principal e presidente do Departamento de Oncologia de Radiação no St. Jude, Thomas Merchant.

“No entanto, os resultados deste ensaio clínico mostram que, mesmo em crianças pequenas, a sobrevivência pode ser melhorada quando a radiação é administrada imediatamente após a cirurgia”, afirmou, num artigo publicado no Journal of Clinical Oncology.

O ensaio clínico de Fase II foi patrocinado pela Children’s Oncology Group, a maior organização de pesquisa de cancro pediátrico cooperativa do mundo.

Este foi o primeiro estudo em grupo cooperativo a fornecer radiação pós-operatória imediata a crianças menores de 3 anos com ependimoma; o ensaio clínico foi aberto em mais de 100 locais e envolveu quase 400 pacientes.

O estudo incluiu tanto o ependimoma infratentorial, que surge na parte inferior do cérebro, quanto o ependimoma supratentorial, mais raro e que surge na parte superior do cérebro.

Os participantes tinham entre 1 e 21 anos de idade e foram seguidos após o tratamento para avaliar os efeitos secundários a longo prazo.

Os resultados mostraram que a radiação pós-operatória pode ajudar a alcançar a sobrevida livre de progressão de sete anos em mais de 75% dos pacientes e a sobrevida global em 85% dos pacientes.

Assim, os cientistas acreditam que os resultados fornecem evidências de que a radiação pode melhorar os resultados para pacientes pediátricos, apesar da idade e do subtipo de ependimoma.

“Estes resultados já podem mudar o padrão de tratamento para pacientes com ependimoma, porque o ensaio clínico utilizou radiação conformacional padrão, que está amplamente disponível”, disseram os cientistas.

O recurso a análises moleculares

O principal objetivo do ensaio clínico foi avaliar a eficácia da radiação pós-operatória para crianças com ependimoma.

No entanto, os investigadores também realizaram análises moleculares para estudar a biologia subjacente desta doença e determinar a importância de certos marcadores biológicos em relação aos resultados dos pacientes.

Para pacientes com ependimoma supratentorial, uma anomalia cromossómica denominada fusão RELA estava previamente ligada à doença de alto risco. No entanto, este ensaio clínico demonstrou que quando a radiação é administrada imediatamente após a cirurgia, o estado de fusão do RELA não é um indicador significativo do resultado.

Os cientistas também investigaram a biologia molecular do ependimoma infratentor.

As análises moleculares revelaram que o ganho do cromossomo 1q aumenta o risco de progressão tumoral, solidificando o ganho de 1q como um biomarcador de mau prognóstico para o ependimoma.

“Este estudo é um grande passo em frente, pois é o primeiro estudo a incorporar a biologia no resultado de crianças com ependimoma. Estas são descobertas importantes, porque caso venham a ser projetados novos ensaios clínicos que usem caraterísticas moleculares para estratificar os pacientes de acordo com o resultado, terá que ser entendido o que esses biomarcadores significam no contexto das terapias usadas atualmente”.

Analgésico mais potente que a heroína
O Infarmed alertou hoje para o desaparecimento de mais de 400 unidades do medicamento Fentanilo Basi, um analgésico 50 vezes...

De acordo com a Autoridade Nacional do Medicamento, o caso abrange 430 unidades do medicamento Fentanilo Basi, solução injetável, 0,05 mg/ml, ampola - 10 unidade(s) - 5 ml, que desapareceram de um distribuidor por grosso de medicamentos de uso humano em Portugal, e estão já em curso “ações inspetivas ao circuito do medicamento”.

“Atendendo a que não se pode afastar a possibilidade das unidades do lote acima referido serem transacionadas no circuito legal, no caso de se verificar a deteção, cedência ou aquisição de unidades do lote acima mencionado, deverá ser investigada a sua proveniência, nomeadamente se a origem é de um distribuidor autorizado pelo Infarmed”, refere.

O Infarmed pede ainda que lhe seja comunicada qualquer suspeita sobre a autenticidade destas unidades, que têm o número de registo 4419685 e pertencem ao lote n.º 3022.

A substância fentanil é usada na analgesia de curta duração ou quando necessário para período pós-operatório imediato e também como componente analgésico da anestesia geral e suplemento da anestesia local.

Este é um opióide 50 vezes mais potente do que a heroína que é usado, igualmente, no caso de dores extremas provocadas por doenças crónicas e oncológicas.

 

 

 

25 mil euros
Sérgio Almeida e Marc Veldhoen foram os investigadores premiados, na última edição do Fundo iMM-Laço, com um financiamento de...

“Os projetos agora financiados pelo período de um ano e no valor de 25 mil euros cada, visam encontrar as causas do cancro da mama e consequentemente diminuir a sua incidência, podendo vir a proporcionar novas possibilidades de tratamento”, refere o Fundo iMM-Laço em comunicado.

A edição do genoma e imunoterapia são nas áreas de trabalho dos projetos vencedores.

O investigador Sérgio Almeida referiu que o financiamento do Fundo iMM-Laço vai servir para apoiar na integra a investigação destinada a fornecer “a prova de conceito de uma abordagem com potencial terapêutico completamente nova”.

“Neste projeto, pretendemos desenvolver uma nova abordagem usando ferramentas de edição de genoma de última geração para explorar os danos no ADN como uma ferramenta que permita modular os níveis de expressão dos genes supressores de tumor em células cancerígenas”, explicou em comunicado o investigador

Marc Veldhoen, o outro investigador premiado, explicou que a imunoterapia, nos últimos anos, tem promovido a sobrevivência de pacientes sem reincidência.

“Terapias que recorrem aos glóbulos brancos dos próprios pacientes, transferindo-os para destruir os tecidos tumorais, têm alcançado resultados promissores. Contudo, existem dúvidas se estas terapias serão eficazes no tratamento de tumores sólidos, como o cancro da mama”, salientou.

O investigador defendeu que entre os glóbulos brancos, um subtipo, designado por células T residentes em tecidos, possui características que lhe permite penetrar profundamente nos tecidos.

“Estas células possuem atividade anti-tumoral e a sua presença nos tumores correlaciona-se positivamente com a sobrevivência dos pacientes. As condições em que estas células são produzidas são ainda desconhecidas, mas o nosso laboratório tem novos resultados que permitem perceber os mecanismos que originam as células T residentes em tecidos. Desta forma, pretendemos aplicar estes conhecimentos para melhorar as terapias anti-tumorais”, frisou.

O “Fundo iMM-Laço: A Caminho da Cura” foi criado, pelo Instituto de Medicina Molecular João Lobo Antunes (iMM) em parceria com a Laço-Associação de Voluntariado, para apoiar projetos de investigação em busca das causas do cancro da mama, assim como os mecanismos que desencadeiam o cancro da mama metastático, uma área muito pouco estudada.

Opinião
A Gestão em Saúde tem como princípios, o planeamento, a organização, e o controle.

A função de um gestor de saúde especializado deverá ser a de promover o apoio, a qualidade de vida, a autonomia e o envolvimento social das pessoas com doença aguda ou crónica, no respeito pela sua história, emoções, necessidades e vontade, garantindo os direitos fundamentais à liberdade e autodeterminação, através de cuidados de excelência no domicílio por equipa multidisciplinar especializada, criando uma relação de confiança baseada em serviços e profissionais de excelência.

O trabalho inicia-se com a avaliação do caso em concreto, das necessidades da pessoa e da família, segue-se uma proposta de apoio e valida-se com o cuidador principal as condições propostas.

O trabalho em si consiste em facilitar a informação e o acesso aos diversos serviços necessários, garantir uma boa articulação entre o doente, família e os diferentes locais, bem como, apoiar, esclarecer e encaminhar.

Geralmente, quando algo quebra rotinas mantidas há anos, por vezes durante toda uma vida, a tendência humana natural é pedir ajuda. Mas pedir ajuda a quem? Se se tratar então de questões relativas à saúde de alguém que nos é próximo, a pergunta é ainda mais premente. Se houver na família ou amigos alguém cujo saber ou local de trabalho, facilite a abordagem às questões de saúde o problema resolve-se com alguma facilidade. Mas, e se não houver ou se a família mais próxima estiver longe e com muitas dificuldades em gerir estas situações?

Há consultas marcadas, medicação para tomar a horas certas, idas à farmácia inadiáveis, soluções de reabilitação que obrigam a deslocações. Todas estas questões são de fácil solução com um gestor de saúde no domicílio.

E perguntas como: E agora? Onde? Quanto custa? O meu familiar teve alta do hospital, deram-me uma lista de tarefas que têm que ser asseguradas em casa, não tive dúvidas quando viemos embora, mas agora…estou em casa, tenho esta dúvida, o que faço? Estes, são alguns exemplos a que um gestor de saúde pode dar respostas identificando as necessidades e recursos existentes, e criando um plano individualizado para o futuro.

Ajudar o doente e a família a encontrar uma solução para as suas dificuldades, ajudar na reaprendizagem do cuidar de si ou do familiar, propor a formação adequada aos cuidadores e coordenar o trabalho dos profissionais envolvidos na prestação de cuidados, garantindo a articulação eficaz entre outros profissionais/unidades de saúde e o domicílio, são funções deste profissional.

São igualmente funções importantes de um gestor de saúde manter aberto o canal de comunicação com o médico de referência do doente e a optimização da utilização dos recursos, recolher as suas opiniões no que respeita à eficácia dos serviços e do comportamento dos profissionais propostos.

O futuro pede a figura do Gestor de Saúde nas nossas casas, para facilitar o quotidiano dos que sofrem e dos que com eles privam diariamente.

Só assim estaremos habilitados a construir uma sociedade mais solidária, justa e eficaz, capaz de oferecer soluções de suporte aos mais idosos e dependentes.

Maria João Melo Gomes - Gestor de Saúde Cuidados na Linha

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Nota: 
As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico, Enfermeiro, Farmacêutico e/ou Nutricionista.
Investigação
Chama-se Staphylococcus aureus, é uma bactéria responsável por várias infeções potencialmente fatais em humanos e, até agora, o...

Foliculite, furunculose, impetigo, celulite infeciosa, pneumonia necrosante, osteomielite, endocardite infeciosa, síndrome do choque tóxico e até intoxicação alimentar. A lista das infeções que S. aureus pode provocar é interminável.

Tratada facilmente com vulgares antibióticos até há poucas décadas, as infeções hospitalares e na comunidade causadas por S. aureus multiresistentes a antibióticos aumentaram dramaticamente nos últimos 30 anos, sendo acompanhadas por um aumento de estirpes super-resistentes até mesmo aos antibióticos ditos de última geração. O tratamento é, por isso, difícil, moroso e frequentemente ineficaz.

“Estas estirpes são uma ameaça grave para a saúde pública”, alerta Adelaide Almeida, investigadora do Centro de Estudos do Ambiente e do Mar (CESAM) e do Departamento de Biologia da UA e coordenadora do estudo que pode colocar um travão a esta bactéria. Este estudo resultado trabalho multidisciplinar de uma equipa de cientistas do CESAM e do Grupo de Química Orgânica, Produtos Naturais e Agroalimentares, duas das unidades de investigação da UA.


Os investigadores da Universidade de Aveiro envolvidos neste trabalho

Terapia fotodinâmica é eficaz

O género Staphylococcus contém pelo menos 49 espécies, várias das quais são altamente importantes clinicamente, para a indústria alimentar, para agricultura e economia. A mais patogénica dessas espécies é S. aureus.

Esta espécie, explica Adelaide Almeida, “está amplamente distribuída no ambiente, pode residir na pele e nas mucosas dos seres humanos e animais”. Nos seres humanos, “as narinas são os principais nichos ecológicos de S. aureus - a transmissão ocorre principalmente através das mãos quando estas tocam superfícies contaminadas embora outros locais, como a pele, a área perineal, a faringe, o trato gastrointestinal, a vagina e as axilas também podem ser colonizadas, podendo também funcionar como focos de transmissão”.

Com sucesso, a equipa de químicos e biólogos da UA constituída por Adelaide Almeida, Amparo Faustino, Maria da Graça Neves, Tatiana Branco, Cristina Dias, Nuno Moura, Cristina Dias, Vânia Jesus, Ana Peixoto e Nádia Valério, testou in vitro e na pele a terapia fotodinâmica, por si só ou combinada com antibióticos, para inativar esta bactéria.

“Os resultados mostraram que a terapia fotodinâmica, usada já vulgarmente para tratar, por exemplo, o acne, é uma abordagem eficaz para controlar a infeção por S. aureus na pele, inativando a bactéria eficazmente após três ciclos sucessivos de tratamento com luz e sem adição de antibióticos entre ciclos, ou após um ciclo usando a ação combinada da terapia com o antibiótico ampicilina”, congratula-se Adelaide Almeida.

"Embora seja bem-sabido que o uso de grandes quantidades de antibióticos na prática clínica é indesejável devido ao aparecimento de estirpes resistentes a antibióticos, pouco esforço tem sido feito para usar a terapia fotodinâmica para potencializar a eficácia antibiótica ou, alternativamente, usar antibióticos para melhorar o efeito desta terapia”, explica a bióloga.

A avaliação deste efeito combinado foi realizada pela equipa da UA em pele de suíno, considerada um bom modelo de teste para a pele humana, devido às semelhanças das suas propriedades histológicas, fisiológicas e imunológicas.

Glioma pontino intrínseco difuso é o mais mortal em crianças
Investigadores norte-americanos descobriram um inibidor de uma enzima chamada ACVR1 que retarda o crescimento do tumor mais...

Atualmente, não existem medicamentos aprovados para o tratamento desta doença, pelo que esta pesquisa abre as portas para uma nova e promissora estratégia de tratamento.

“Os nossos resultados são encorajadores e sugerem que pode ser razoável testar um inibidor dessa enzima num ensaio clínico”, disseram os autores da investigação, que foi uma parceria entre o Hospital Pediátrico de Chicago e a Universidade Northwestern, nos Estados Unidos.

Ainda assim, os investigadores alertam que precisam de “avaliar diferentes inibidores da ACVR1 em modelos animais para garantir que levamos o agente mais seguro e eficaz a testes com crianças.”

Em 2014, estes cientistas descobriram que mutações ACVR1 são encontradas em aproximadamente 25% dos casos de glioma pontino intrínseco difuso, o que leva a enzima a ser superativa.

No estudo atual, os investigadores demonstraram pela primeira vez num modelo animal que essa mutação de enzima coopera com uma mutação de histonas (H3.1 K27M) encontrada em 20% dos casos de glioma pontino intrínseco difuso; juntas, essas mutações são importantes para iniciar o desenvolvimento do tumor.

A histona é uma proteína que age como um carretel para o ADN, ajudando a “embalar” o filamento de ADN de quase 2 metros de comprimento no minúsculo núcleo de cada célula.

As histonas também ajudam a regular quais genes são ativados e desativados, um processo que falha quando existe uma mutação de histonas.

“No futuro, iremos examinar ‘como’ e ‘porquê’ as mutações ACVR1 e as histonas funcionam em conjunto para desencadear o desenvolvimento do glioma pontino intrínseco difuso”, esclareceram os cientistas.

 

Dor crónica é a segunda doença mais prevalente em Portugal
À semelhança do que acontece na maioria dos países da Europa, em Portugal, a dor crónica continua a ser mais prevalente nas...

Entre os tipos de dor que afetam o género feminino e que têm um impacto global significativo, destaca-se a fibromialgia, caracterizada por dor crónica generalizada, em que 80 a 90% dos casos diagnosticados são mulheres. Lombalgia, artrite reumatoide, osteoartrite, disfunção da articulação temporomandibular, dor ginecológica e cefaleias são também muito prevalentes no sexo feminino.

Apesar da elevada prevalência, a IASP – International Association for the Study of Pain – refere que as mulheres continuam a ter menos acesso ao tratamento. Fatores psicossociais e biológicos, em conjunto com as barreiras económicas e políticas ainda existentes, influenciam a forma como a dor é percecionada e deixam milhões de mulheres a viver sem o tratamento adequado.

Segundo Ana Pedro, Presidente da Associação Portuguesa para o Estudo da Dor (APED), “são, de facto, reconhecidas as disparidades de género na saúde e nos cuidados médicos em geral e na gestão da dor em particular. No Dia Internacional da Mulher, é importante relembrar que há necessidade urgente de eliminar essa disparidade, capacitando as mulheres para que elas possam proteger e melhorar a sua saúde e qualidade de vida e que um tratamento eficaz só é possível através de um acompanhamento médico adequado”.

A dor é crónica quando, de modo geral, persiste após o período estimado para a recuperação normal de uma lesão. Esta pode surgir no contexto de várias doenças (cancro, artrose, diabetes, zona, etc.), ser agravada por traumatismos ou posições forçadas ou incorretas, estar associada a um período pós-operatório ou surgir sem causa aparente. A dor crónica é a segunda doença mais prevalente em Portugal e é causadora de morbilidade, absentismo e incapacidade temporária ou permanente, gerando elevados custos aos sistemas de saúde, com grande impacto na qualidade de vida do doente e das famílias.

 

 

Fake-news têm contribuído para a resistência
Especialistas afirmam que movimento antivacinas tem crescido por causa das falsas notícias que são amplamente difundidas nas...

De acordo com o porta-voz do Departamento de Saúde Pública inglês, Simon Stevens, os pais acedem à informação falsa sobre vacinas e acreditam que as noticias veiculadas são verdadeiras, “o que tem tornado difícil argumentar a favor da vacinação”.

“Temos de conseguir parar com a difusão da mensagem do movimento antivacinas e apoiar os pais a respeito desta matéria para que tomem decisões informadas”, avança.

À margem de uma conferência sobre saúde, este especialista refere que,  nos últimos cinco anos, tem havido um declínio na vacinação contra o sarampo, considerando este um “grave problema de saúde pública”.

“Em todo o mundo, todos os anos, são salvas entre 2 a 3 milhões de vidas através da vacinação”, adianta.

No entanto, de acordo com Stevens, graças ao movimento antivacinas muitos são aqueles que já resistem à prática.

“Não nos serve que 9 em cada 10 pais sejam a favor da vacinação e que metade nos diga que já lhe informação falsa sobre as vacinas nas redes sociais”, alerta apelando ao bom senso quanto a esta matéria.

 

Falta de ar e dor no peito são alguns dos sintomas
Conhecida como Síndrome do “Coração Partido”, esta condição assemelha-se em tudo a um ataque cardíaco. No entanto, trata-se uma...

Um estudo desenvolvido por investigadores suíços e agora publicado no European Heart Journal, sugere que o cérebro seja o grande responsável pela Síndrome do “coração partido” levando ao enfraquecimento súbito deste órgão.

Também conhecida como síndrome de takotsubo – uma vez que esta condição leva a que o coração se assemelhe a um pote japonês com o mesmo nome – a síndrome do coração partido pode ser adquirida após um trauma emocional.

Embora diferente de um ataque cardíaco causado por vasos bloqueados, apresenta, no entanto, sintomas semelhantes, incluindo a falta de ar e dor no peito.

Muitas vezes, um evento infeliz é o gatilho.

Pode ser temporária, com a total recuperação do músculo cardíaco ao fim de alguns dias, semanas ou meses. Em alguns casos pode ser mortal.

A sua causa exata não é conhecida, no entanto, os especialistas acreditam que esta pode estar ligada a níveis elevados de hormonas, tais como a adrenalina.

Decifrar o enigma do “coração partido”

Jelena Ghadri, do Hospital Universitário de Zurique, observou o cérebro de 15 pacientes com esta síndrome e descobriu várias diferenças em relação ao cérebro de pessoas saudáveis.

O aspeto mais importante é que havia menos comunicação entre regiões do cérebro envolvidas no controlo das emoções e observaram-se respostas inconscientes ou automáticas no organismo, com incidência sobre o batimento cardíaco.

"As emoções são processadas no cérebro então é concebível que a doença possa ter origem no aqui e com influência sobre o coração”, avança Ghadri.

Joel Rose, diretor executivo da Cardiomyopathy UK, afirma que esta análise é importante para “compreendermos uma forma de cardiomiopatia que é frequentemente negligenciada e que continua a ser um mistério”.

A investigadora da British Heart Foundation, Dana Dawson, da Universidade de Aberdeen, diz que “estes novos dados suportam algo que há muito tempo se suspeitava - que há uma interação cérebro-coração de takotsubo."

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