Vitamina D: os principais benefícios
Conhecida como a vitamina do sol, a vitamina D é um nutriente lipossolúvel – que se dissolve na gordura - essencial para o bom funcionamento do nosso organismo nas suas mais variadas funções.
No entanto, ao contrário do que pensamos, ela é na realidade uma pro-hormona, que pode ser sintetizada pelo organismo. Até 1970, altura em que se descobriu que afinal esta podia ser produzida pela pele, através da exposição aos raios ultravioletas, os investigadores acreditavam que a vitamina D só poderia ser obtida através da ingestão de certos alimentos.
Hoje sabe-se que a exposição solar é fundamental para garantir níveis adequados de vitamina D no organismo, uma vez que a alimentação, por si só, não é suficiente para suprir as necessidades desta vitamina. Contudo, é a combinação das duas que nos permite garantir o aporte necessário de vitamina D.
De acordo com a nutricionista Catarina Soares de Oliveira, “para o organismo, mais precisamente a pele, conseguir produzir uma dose adequada (cerca de 80%) de vitamina D é necessária a exposição solar, sem protetor solar, durante cerca de 15 minutos, pelo menos 3 vezes por semana”, bem como a ingestão de alimentos ricos em vitamina D, tais como o leite e seus derivados, o óleo de fígado de bacalhau ou os peixes gordos como o salmão, cavala, sardinha ou atum. Também a gema de ovo ou o marisco são boas fontes desta vitamina.
No entanto, saiba que a utilização de alguns medicamentos e a ingestão de bebidas alcoólicas podem dificultar e ou até mesmo impedir a absorção da vitamina D, comprometendo o seu aporte.
Principais “efeitos” na saúde
Uma das principais funções da vitamina D, e talvez a mais conhecida, é ser responsável por regular o metabolismo ósseo. Esta vitamina é essencial para o desenvolvimento saudável e para a manutenção dos ossos e dentes. Por um lado, promove e otimiza a absorção do cálcio, por outro lado, evita a eliminação renal do cálcio.
Mas o papel da vitamina D na nossa saúde não fica por aqui. As diversas funções que desempenha em distintos tecidos e órgãos fazem da vitamina D essencial para a saúde do nosso organismo.
Para além de desempenhar um papel importante ao nível muscular, ao nível do sistema imunológico, ela ajuda a prevenir o declínio cognitivo. Parece ainda haver uma forte relação entre níveis baixos de vitamina D e a ocorrência de depressão ou outras perturbações mentais.
Relativamente ao sistema cardiovascular, os especialistas defendem que a vitamina D ajuda a reduzir o risco de enfarte, de doença coronária e de insuficiência cardíaca.
Por outro lado, e uma vez que tem a capacidade de melhorar a sensibilidade à insulina, a vitamina D apresenta ainda um efeito preventivo na obesidade e na diabetes.
Quanto ao trato respiratório, são muitos os especialistas que defendem a sua importância na prevenção de algumas infeções. “A sua associação à eficiência do sistema imunológico e ao desenvolvimento do pulmão, ainda durante a vida fetal, poderá justificar esta associação”, explica a pediatra Carla Rêgo.
Carência de vitamina D nem sempre apresenta sintomas
Os sintomas de carência desta vitamina são, habitualmente, “subtis, pelo que a maioria das pessoas não se apercebe, e resultam da interferência da vitamina D na função dos diferentes órgãos e sistemas orgânicos”, esclarece a médica pediatra Carla Rêgo.
Uma maior susceptibilidade a infeções (víricas ou bacterianas), fadiga excessiva e cansaço fácil, dores ósseas e fraturas frequentes, depressão ou alterações de humor são alguns dos sinais que indicam, no entanto, um aporte deficiente desta vitamina.
Raquitismo (nas crianças), osteomalácia ou osteoporose são algumas das principais complicações associadas.
O risco de carência de Vitamina D é maior nos indivíduos pouco expostos ao sol e que passam poucas horas ao ar livre, nas crianças, nos idosos, e ainda durante a gravidez e menopausa.
Deste modo, a suplementação é aconselhada para aqueles que estão em risco sempre sob recomendação e avaliação médica.
As doses diárias para ingestão alimentar recomendadas desta vitamina variam de acordo com a idade. “Durante o primeiro ano de vida são de 400 UI/dia, dos 1 aos 70 anos entre 600 a 800 UI/dia e a partir dos 70 anos de 800 UI/dia”, revela a especialista.