Cardiologistas inovam no tratamento da doença coronária ostial

A doença coronária ostial é uma estenose superior a 50%, em vaso com mais de 2 mm de diâmetro, localizada a menos de 3 mm de origem desse vaso. Clinicamente é indistinta de outras formas de doenças coronárias aterosclerótica, sendo comum em apresentações como angina de peito crónica e síndromes coronárias agudas. As formas de apresentação menos distintas são a insuficiência cardíaca e a disfunção ventricular esquerda assintomática.
“A doença coronária ostial é uma temática complexa e muito atual, na qual a Cardiologia de Intervenção pode oferecer uma opção terapêutica percutânea, constituindo uma alternativa segura e eficaz relativamente à revascularização miocárdica cirúrgica”, afirma Carlos Braga, cardiologista de intervenção e coordenador do D@CL.
E continua: “Esta iniciativa da APIC tem como objetivo promover ações de formação dinâmicas de caráter hands-on, criando aos participantes oportunidades únicas de aquisição de conhecimento em técnicas e procedimentos mais recentes ou complexos.”
“Ainda não existem estudos randomizados nem séries retrospetivas com suficiente robustez para determinar uma forte evidência que nos condicione a uma abordagem técnica específica, seguimos o atual estado da “arte”, que nos chega através daquilo que é feito e revelado em casos isolados, assim como de pequenas séries que são publicadas e apresentadas em reuniões de Cardiologia de Intervenção. Em 2019, 7% das intervenções coronárias percutâneas que efetuámos foram consideradas em doença ostial. Tratámos 22% de toda a doença ostial que se apresentou anatomicamente no nosso Laboratório”, afirma Jorge Guardado, responsável do Laboratório de Hemodinâmica do Hospital de Santo André, ao falar da experiência do laboratório de Leiria.