Variante "mu"
Cientistas da Organização Mundial de Saúde (OMS) estão a analisar uma nova variante do coronavírus, batizada como "mu&quot...

A variante B.1.621, de acordo com a nomenclatura científica, permanece classificada como uma "variante de interesse", refere a OMS no seu boletim epidemiológico semanal sobre a evolução da pandemia, publicado na noite desta terça-feira.

A variante tem mutações que podem indicar um risco de "fuga imune" ou resistência às vacinas, sendo necessários estudos adicionais para compreender as suas características, adiantou a organização.

Todos os vírus, incluindo o SARS-CoV-2, que causa a Covid-19, sofrem mutações ao longo do tempo e a maioria das mutações têm pouco ou nenhum impacto nas características do vírus.

No entanto, algumas mutações podem afetar as propriedades do vírus e influenciar, por exemplo, a sua capacidade de propagação, a gravidade da doença que causa ou a eficácia das vacinas, medicamentos ou outras medidas para o combater.

 

Ação urgente
Uma coligação de 80 líderes mundiais e mais de 25 organizações dos setores corporativo, filantrópico, académico, da sociedade...

Num comunicado enviado ao Presidente Joe Biden, ao secretário-geral das Nações Unidas, António Guterres e aos líderes do G20, a coligação apelou aos líderes mundiais para convocarem uma cimeira global durante a Assembleia Geral das Nações Unidas deste ano e comprometerem-se a tomar medidas para produzir 7 mil milhões de doses de vacinas de alta qualidade, disponíveis até ao final de 2021, e 7 mil milhões de doses até meados de 2022, noticia a Europa Press.

Além disso, a coligação apelou para que todos os países estejam preparados para implementar programas de vacinação equitativos em larga escala até ao final deste ano; e vacinar 70% da população mundial até meados de 2022. As populações em todo o mundo também devem ter acesso equitativo a testes, terapias e outras intervenções comprovadas, de modo a que as vidas possam ser salvas usando todas as ferramentas Covid-19.

Esta coligação inclui antigos altos funcionários do governo, ex-chefes de grandes organizações multilaterais, especialistas em saúde pública, chefes de grandes fundações, e outros líderes nos Estados Unidos, Reino Unido, Europa e África.

 

Situação Epidemiológica
Desde ontem foram registados mais de 1.500 novos casos de infeção pelo novo coronavírus e 14 mortes em território nacional. O...

A região de Lisboa e Vale do Tejo foi aquela que registou maior número de mortes, desde o último balanço: seis de 14. Seguem-se a região Norte e Algarve com três mortes cada e a região Centro com dois óbitos a assinalar. 

De acordo com o boletim divulgado hoje pela DGS, foram ainda diagnosticados 1.565 novos casos. A região de Lisboa e Vale do Tejo foi aquela que registou a maioria dos casos, nas últimas 24 horas: 572, seguida da região Norte com 495 novas infeções. Desde ontem foram diagnosticados mais 205 casos na região Centro, 74 no Alentejo e 168 no Algarve. Quanto às regiões autónomas, o arquipélago da Madeira conta agora com mais 35 casos e os Açores 16.

Quanto ao número de internamentos, há atualmente 681 doentes internados, mais quatro que ontem.  No entanto, as unidades de cuidados intensivos têm agora menos cinco doentes internados, relativamente ao último balanço: 131.

O boletim desta quarta-feira mostra ainda que, desde ontem, 2.365 pessoas recuperaram da Covid-19, elevando para 978.462 o total daqueles que conseguiram vencer a doença desde o início da pandemia.

No que diz respeito aos casos ativos, o boletim epidemiológico divulgado hoje pela DGS, revela que existem 43.273 casos, menos 814 que ontem.  As autoridades de saúde mantêm sob vigilância menos 218 contactos, estando agora 44.712 pessoas em vigilância.

Setembro, Mês de consciencialização para a Síndrome do Ovário Poliquístico
A Síndrome do Ovário Poliquístico (SOP) é uma doença que afeta 10 a 15% das mulheres e pode provocar

A síndrome do ovário poliquístico é “um conjunto de sinais e sintomas causados por desequilíbrio hormonal dos ovários, que pode ser ligeiro ou grave, causando, por exemplo, irregularidade dos ciclos menstruais, crescimento de pelos em zonas mais comuns nos homens, aparecimento de acne, entre outras alterações hormonais”, explica. A médica sublinha que esta síndrome não tem cura, mas pode ser tratada e controlada.

De acordo com Catarina Godinho, “quando uma mulher com SOP quer engravidar deve falar previamente com o seu médico ginecologista”. No caso de a mulher ter excesso de peso, o primeiro passo é perder peso. “Se não pretender engravidar é recomendado o uso da pílula anticoncetiva para que os ciclos menstruais sejam mais regulares”, esclarece.

Atenção à hipertensão arterial e à diabetes

No caso de existir resistência à insulina associada a esta síndrome é importante controlar o nível de açúcar no sangue com uma dieta específica e ou com alguma medicação, uma vez que este desequilíbrio pode originar mais tarde a diabetes.

No caso de a mulher querer engravidar, para além do controlo do peso pode ser necessário induzir a ovulação recorrendo a alguns medicamentos que estimulem o crescimento do folículo até à ovulação e que requerem controlo ecográfico. “Se após algumas tentativas de indução de ovulação se não acontecer a desejada gravidez, ou se não se conseguir uma resposta ovárica adequada, pode haver necessidade de recorrer à fertilização in vitro onde é possível aumentar a probabilidade de engravidar e avaliar a qualidade dos óvulos e embriões”, sublinha a médica ginecologista.

Embora as mulheres com SOP, quando engravidam, tenham um risco aumentado de hipertensão arterial e de diabetes, “se seguirem as recomendações médicas a probabilidade de a gravidez ser bem-sucedida é elevada”, garante a médica ginecologista.

Como é feito o diagnóstico?

O diagnóstico depende de critérios médicos específicos que incluem sintomas, ecografia e análises. Segundo Catarina Godinho, “para o diagnóstico deve ser tido em conta os antecedentes pessoais relevantes como diabetes, colesterol alto, hipertensão arterial, aumento de peso e obesidade; dever ser feita uma avaliação dos níveis hormonais de androgénios (hormonas masculinas) e resistência à insulina”, acrescenta a médica. Adicionalmente é feita uma ecografia ginecológica transvaginal para avaliar a dimensão e as características dos ovários.

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Nota: 
As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico, Enfermeiro, Farmacêutico e/ou Nutricionista.
Para a bastonária, este é um “erro crasso”
Esta quarta-feira, dia 01 de setembro, entraram em vigor as novas tabelas de preço da ADSE, que, para surpresa da Ordem dos...

Alexandra Bento, bastonária da Ordem dos Nutricionistas, afirma que tomará todas as diligências, dentro das competências atribuídas às ordens profissionais, para que os cuidados de nutrição sejam assegurados na tabela de preços a pagar pelo subsistema de saúde e beneficiários aos prestadores com acordo.

Para a Ordem dos Nutricionistas é incompreensível que estes cuidados não sejam assegurados, acrescentando que Portugal é um dos países europeus com maior número de anos de vida saudáveis perdidos, justificados por um em cada 10 portugueses ter diabetes, um em cada três ter hipertensão, e por um em cada dois portugueses ter obesidade ou excesso de peso.

“A comparticipação de consultas de nutrição pela ADSE está há muitos anos em cima da mesa e nada fazia prever que os cuidados de nutrição fossem excluídos desta tabela. Nos próximos dias, teremos uma reunião com a Senhora Presidente do Conselho Diretivo da ADSE e esperamos que nos digam que se tratou de um lapso e que será corrigido”, esclarece Alexandra Bento. 

Agendada para o próximo dia 09 de setembro, a reunião marcada entre a Ordem dos Nutricionistas e a ADSE deverá colocar na agenda o esclarecimento que agora se impõe: “se metade das causas de doença e de morte no país têm relação direta com a alimentação, porquê excluir as consultas de nutrição?”

A Ordem dos Nutricionistas, à semelhança do repto também lançado pela Ordem dos Médicos, apela à Entidade Reguladora da Saúde para que, em conjunto com a Autoridade da Concorrência, tome medidas sobre a nova tabela de preços da ADSE.

 

 

Dia Internacional da Colangite Biliar Primária assinala-se a 12 de setembro
A Associação Portuguesa para o Estudo do Fígado (APEF) vai promover uma ação nacional de consciencialização para o diagnóstico...

“A colangite biliar primária é uma doença do fígado que vai acompanhar a pessoa durante toda a vida. Em muitos casos, a doença mantém-se ligeira ou moderada, sem grandes perturbações no funcionamento do fígado. Sendo uma doença progressiva, se não for diagnosticada precocemente, poderá evoluir para cirrose e doença hepática terminal, obrigando ao transplante de fígado”, esclarece José Presa, presidente da APEF.

Os sintomas iniciais mais comuns são fadiga e comichão (prurido). Porém, embora menos frequentes, existem também outras manifestações a ter em conta; escurecimento da pele; pequenas manchas amarelas ou brancas sob a pele, ou ao redor dos olhos. Algumas pessoas apresentam também queixas de boca e olhos secos e dores nas articulações.

De acordo com a progressão da doença, podem surgir sintomas associados à cirrose: pele amarela (icterícia); pernas e pés inchados (edema); abdómen inchado devido à acumulação de líquido (ascite); sangramento interno da parte superior do estômago e do esófago, devido à rotura das veias dilatadas (varizes).

“Ainda assim, em 25 por cento dos casos não existe qualquer sintoma e a doença é, incidentalmente, detetada durante uma avaliação de rotina, pela elevação das análises do fígado, em especial da Fosfatase Alcalina”, alerta José Presa.

O médico explica que apesar de não ter cura, esta doença tem tratamento se diagnosticada atempadamente. “Os objetivos do tratamento são impedir ou retardar a progressão da doença e aliviar os sintomas, como comichão ou fadiga. Os tratamentos são fáceis e eficazes” afirma José Presa.

Em Portugal, estima-se que existam entre 500 a mil casos de colangite biliar primária, o que a torna uma doença rara e pouco conhecida, atingindo maioritariamente as pessoas do sexo feminino, mais precisamente, nove mulheres por cada homem. As idades mais comuns de diagnóstico situam-se entre os 40 e os 60 anos, em ambos os sexos.

Dia Internacional das Lesões na Coluna Vertebral assinala-se a 5 de setembro
A Sociedade Portuguesa de Patologia da Coluna Vertebral (SPPCV) alerta para as consequências das lesões na coluna vertebral e...

“Os comportamentos de risco podem levar a lesões graves na coluna vertebral e da medula. Anualmente, em todo o mundo, mais de 500 mil pessoas sofrem uma lesão na coluna e diariamente cerca de 3 pessoas ficam incapazes de andar. Muitas causas são evitáveis, como, por exemplo, acidentes rodoviários (de automóvel e/ou moto), quedas, atividades desportivas, mergulhos em águas rasas e atos de violência (incluindo tentativas de suicídio). Estas lesões podem constituir emergências médicas que requerem tratamento imediato para minimizar os danos”, explica o ortopedista Nuno Neves, presidente da SPPCV.

O ortopedista esclarece que as lesões na coluna representam mais de 50 por cento das causas de incapacidade física em idade laboral e são uma das principais causas de ausência no trabalho. “Entre as principais consequências de um acidente ou trauma na coluna vertebral encontram-se as deformidades secundárias ao traumatismo, potencialmente dolorosas e incapacitantes e a paralisia. O que acontece é que as pessoas ainda continuam a menosprezar as consequências destas lesões e não evitam situações de risco”.

E frisa que: “As medidas de prevenção podem fazer toda a diferença na saúde da nossa coluna vertebral, visto que estas lesões podem levar à incapacidade ou à morte. É, assim, muito importante que as pessoas modifiquem alguns comportamentos e apostem na prevenção”.

No âmbito das comemorações do Dia Internacional das Lesões na Coluna Vertebral, em todo o mundo, realizam-se iniciativas de consciencialização, dirigidas à sociedade, para alertar para as consequências negativas deste problema e apelar à sua prevenção, relembrando que algumas complicações das lesões na coluna podem ser evitadas ou minoradas com tratamento adequado. Para mais informações consulte: https://worldsciday.org/

 

Estudo INSA
Um estudo epidemiológico realizado pelo Instituto Nacional de Saúde Doutor Ricardo Jorge (INSA), sobre a efetividade das...

De acordo com o estudo, não se observou qualquer redução da efetividade destas vacinas contra internamentos e óbitos até três meses depois da toma da segunda dose, em pessoas com 80 ou mais anos de idade.

Segundo nota do INSA, esta análise foi desenvolvida “com base na ligação de oito sistemas de informação do Serviço Nacional de Saúde (SNS) e apurou que, no grupo etário entre os 65 e os 79 anos, a efetividade da vacina contra internamentos foi de 94% e de 82% para os indivíduos com 80 ou mais anos de idade. Já em relação aos óbitos associados à COVID-19, os investigadores estimaram uma efetividade vacinal de 96% e 81%, respetivamente”.

O estudo permitiu ainda testar a hipótese de redução da efetividade da vacina até três meses depois da toma da segunda dose, para o grupo de pessoas com 80 ou mais anos de idade (por ser este o grupo vacinado há mais tempo), no entanto, os resultados do trabalho não mostraram  “evidência de redução da efetividade destas vacinas contra internamentos e óbitos associados à COVID-19 durante este período de tempo.”

Desenvolvido pelo Departamento de Epidemiologia do INSA, em colaboração com os SPMS e a Direção de Serviços de Informação e Análise da DGS, o estudo compreendeu o período entre fevereiro e agosto de 2021 e abarcou cerca de 1,9 milhões de pessoas com 65 ou mais anos, através do cruzamento e análise dos dados registados em oito sistemas de informação do SNS, entre os quais a Plataforma Nacional de Registo e Gestão da Vacinação (VACINAS), o Sistema Nacional de Vigilância Epidemiológica (BI-SINAVE) e o Sistema de Informação dos Certificados de Óbito (SICO).

 

 

Relatório de Vacinação
Segundo o último relatório de vacinação divulgado pela Direção Geral de Saúde, cerca de 80% da população já tem pelo menos uma...

De acordo com o documento, até ao dia 22 de agosto, 7.399.577 pessoas tinham concluído o respetivo esquema vacinal e a 8.264.586 foi administrada, no mínimo, uma dose. 

Entre aqueles com 65 ou mais anos, cerca de 99% tem a primeira dose e 97% o esquema vacinal completo. Verificam-se os mesmos valores nos idosos com idade igual ou superior a 80 anos. 

Quanto aos portugueses entre os 25 e os 49 anos e entre os 50 e os 64, há 87% e 97%, respetivamente, de pessoas com a primeira dose, enquanto a vacinação completa destes grupos etários se traduz em 74% e 91%. 

Relativamente aos mais novos, 19% dos jovens (faixa etária dos 0 aos 17 anos) já tomaram uma dose. Entre os 18 e os 24 anos, 73% (571.163) iniciaram a vacinação e 39% (306.454) completaram o esquema. 

No total, Portugal já recebeu 16,67 milhões de doses de vacinas e distribuiu 14,96 milhões por todo o território. 

 

24 e 25 de setembro
Pelo segundo ano consecutivo, a Associação Portuguesa Contra a Leucemia (APCL) vai realizar nos dias 24 e 25 de setembro as...

Além da participação dos representantes de entidades de referência do panorama nacional da área da saúde, como a Direção-Geral da Saúde (DGS), Infarmed e Apifarma, o evento vai ter o contributo de vários profissionais de saúde e especialistas das áreas associadas ao tratamento dos doentes hemato-oncológicos (hematologia, psiquiatria e psicologia, enfermeiros, assistentes sociais, nutricionistas, fisioterapeutas) bem como testemunhos de doentes e sobreviventes de cancros do sangue.

O primeiro dia das Jornadas acontece entre as 14h30 e as 19h00 do dia 24 de setembro e vai ter como principais temas:

  • Viver com Mieloma Múltiplo: novas terapêuticas, desafios e expetativas
  • Síndromes Mielodisplásticas
  • Sexualidade e fertilidade: doentes hemato-oncológicos
  • Debate: Impacto da pandemia na vida dos doentes com cancros do sangue – Próximos passos

Por sua vez, o segundo dia, que tem início marcado para as 9h30 e fim previsto pelas 13h30, vai ficar marcado pelas seguintes temáticas:

  • O que é o transplante de medula óssea? Em que fase da doença é feito? Por que razões?
  • Sobrevivi a um cancro do sangue e agora? Como retomar a vida?
  • Debate: Conviver com um tumor do sangue – Uma abordagem multidisciplinar
  • Terapia celular traduzida para linguagem comum

A sessão de abertura das jornadas será realizada por Manuel Abecasis, presidente da APCL, enquanto o encerramento do evento ficará a cargo de Carlos Horta e Costa, vice-presidente da associação. “Depois do sucesso das Primeiras Jornadas Nacionais da APCL, decidimos promover uma segunda edição dando uma vez mais espaço à partilha e troca de conhecimentos e experiências sobre as doenças hemato-oncológicas em Portugal”, refere Manuel Abecasis. “O formato digital permite-nos juntar em segurança várias entidades de relevância, especialistas e doentes, assim como os participantes que certamente encontram neste formato uma maior facilidade de participação”, acrescenta Carlos Horta e Costa.

A participação é gratuita e a inscrição deve ser feita online em: https://apcl.eventkey.pt/jornadas_virtuais_apcl.aspx . A segunda edição das Jornadas Virtuais da APCL conta com o apoio da Abbvie, AMGEN, Astellas Farma, AstraZeneca, Celgene, Gilead, Janssen, Novartis, Pfizer Onocology, Roche, Sanofi Genzyme e Takeda.

O programa pode ser consultado em maior detalhe no website da APCL: www.apcl.pt/pt/

Alternativa promissora
A aplicação de células estaminais do cordão umbilical é capaz de promover o crescimento de cabelo em zonas afetadas por...

A alopécia areata progride em cerca de 14 a 25% dos casos para formas mais graves, que se caracterizam pela perda total do cabelo (alopécia total) ou pela perda completa do cabelo e dos pelos no corpo (alopécia universal). Segundo Bruna Moreira, investigadora do Departamento de I&D da Crioestaminal, “para os doentes que não respondem aos tratamentos disponíveis, nomeadamente os que apresentam formas mais severas da doença, é necessário encontrar abordagens terapêuticas alternativas”.

Neste sentido, as células estaminais mesenquimais têm vindo a ser investigadas para o tratamento desta doença, evidenciando resultados promissores devido à forte capacidade anti-inflamatória e de regulação do sistema imunitário, características que lhes conferem grande potencial para o tratamento de doenças de caráter autoimune, como a alopécia areata, explica a especialista. Neste tratamento experimental, foram realizadas injeções subcutâneas de células estaminais mesenquimais do tecido do cordão umbilical.

O primeiro caso descreve o tratamento de uma mulher com 55 anos, com ausência de cabelo em duas zonas do couro cabeludo, afetadas por alopecia areata. Ao longo de 6 meses, a doente completou 15 aplicações de células estaminais do cordão umbilical, nas áreas afetadas. Embora inicialmente não se tenham observado melhorias, aproximadamente 3 meses após o primeiro tratamento, o cabelo começou a crescer, acabando por cobrir toda a área afetada. Vinte e dois meses após o último tratamento, a doente estava curada, sem reincidência da doença.

O segundo caso retrata uma mulher de 30 anos com alopécia areata, que iniciou tratamento com corticosteroides em 6 zonas do couro cabeludo. No entanto, uma das zonas afetadas não respondeu ao tratamento. Nessa área, após a aplicação de dois tratamentos com células estaminais, o cabelo começou a crescer. A doente ficou completamente curada aproximadamente 3 meses depois, não tendo sido observada reincidência do problema durante os dois anos seguintes.

É ainda descrito o tratamento de uma doente diagnosticada com alopécia universal aos 12 anos, que apresentava muito pouco cabelo no couro cabeludo, mesmo depois de vários tratamentos a que se submeteu ao longo de anos, sem sucesso. Durante um ano, foram feitas 14 aplicações com células estaminais em todo o couro cabeludo. Ao fim de três meses após o primeiro tratamento, o cabelo começou a crescer, tendo eventualmente atingido níveis semelhantes aos normais. Aos 12 meses de seguimento, não foi reportada reincidência da alopécia universal.

Em nenhum dos casos se verificou qualquer efeito adverso decorrente do tratamento com células estaminais do tecido do cordão umbilical, indicando que o tratamento é seguro. Segundo os autores, esta estratégia terapêutica promissora deve agora ser testada em ensaios clínicos, de modo a possibilitar a sua aplicação na prática clínica.

Rui Nunes, presidente da Associação Portuguesa de Bioética, passa a integrar Conselho de Administração da Cátedra
A Cátedra Internacional de Bioética anunciou hoje que vai mudar a sua sede para a cidade do Porto e instalar-se na Faculdade de...

Atualmente a sede desta organização internacional de defesa dos direitos humanos encontra-se em Haifa, Israel. Para Rui Nunes, um dos fundadores desta instituição, “esta decisão de mudar a sede da Cátedra para o Porto, e em particular para a FMUP, é um reflexo da força da academia e das instituições científicas nacionais”. “É também o reconhecimento internacional da importância de Portugal no panorama multicultural e multilateral que o mundo está hoje a presenciar”, acrescenta o professor catedrático de Bioética da FMUP.

Rui Nunes, recorde-se, é membro do Conselho Nacional de Ética para as Ciências da Vida, sendo ainda membro do Conselho de Administração da Cátedra Internacional de Bioética. Esta instituição tem por objetivo principal promover a educação para a bioética em instituições académicas em todo o mundo, assim como promover os direitos humanos, os direitos humanos das mulheres, a ética das ciências da vida e o direito da saúde nos diferentes países do planeta.

Atualmente a Cátedra tem mais de 250 centros em todo o mundo, com cerca de 1500 voluntários, tornando-se na maior organização desta natureza à escala global. No decurso da sua atividade promove a realização de vários cursos, congressos, sessões educativas nas escolas e na academia, e ações de formação junto de hospitais e centros de saúde.

Dado o prestígio da cátedra e dos seus centros a World Medical Association (Associação Médica Mundial) lançou o desafio da Cátedra Internacional de Bioética se constituir como um Centro de Cooperação da Associação Médica Mundial.

“Com a mudança para o Porto, o nosso país reforça o seu posicionamento no estudo e debate em torno da Bioética, em particular graças ao esforço efetuado pelas academias portuguesas”, salienta Rui Nunes.

 

Estudo publicado no The Lancet
A pressão arterial elevada é considerada um dos principais fatores de risco em todo o mundo, no entanto as baixas taxas de...

Tradicionalmente, os médicos começam o tratamento para hipertensão com um medicamento, tendo depois de o substituir ou adicionar novos fármacos. No entanto, esta estratégia não é, muitas vezes, bem-sucedida na prática e as taxas de controlo da tensão arterial têm permanecido teimosamente baixas durante décadas.

De acordo com um estudo australiano, publicado hoje no The Lancet, e que foi apresentado na conferência da Sociedade Europeia de Cardiologia e no Congresso ESC 2021, a combinação de vários medicamentos mostrou ser segura e eficaz, sendo que os resultados do primeiro ensaio clínico mostram que uma pílula quatro-em-em colocou a pressão arterial sob controlo em 80% dos participantes em 12 semanas, em comparação com 60% no grupo de controlo que, no entanto, teve acesso aos melhores cuidados do paciente.

A professora Clara Chow, autora principal e correspondente e diretora do Centro de Investigação Aplicada Westmead da Universidade de Sydney, disse num comentário separado no The Lancet, esta semana, que o controlo da pressão arterial alta, conhecida como hipertensão, não era o ideal em qualquer lugar, e em algumas regiões como África menos de uma em cada 10 pessoas tinha hipertensão sob controlo.

"As estatísticas sobre o fardo global da pressão arterial alta mostram que, nos últimos 30 anos, os casos de hipertensão duplicaram no mundo ", disse Chow.

Emily Atkins, do The George Institute for Global Health, da UNSW Sydney e da Universidade de Sydney, afirmou que “em contextos com elevados níveis de cuidados especializados e acesso total a uma série de medicamentos existentes para a tensão arterial – como os centros neste ensaio – espera-se que a redução da pressão arterial com esta estratégia reduza em cerca de 20% o risco de ataques cardíacos e acidentes vasculares cerebrais (AVCs). Em configurações com pouco ou nenhum tratamento de hipertensão existente, os benefícios seriam muito maiores."

Sobre o ensaio

O ensaio clínico australiano multicêntrico de uma potencial dose constituída por quatro medicamentos, denominado 2Quadruple UltrA-low-dose tReatment for hypErTension (QUARTET)”, demonstrou que uma única pílula, contendo uma combinação quatro medicamentos de dose ultrabaixa, é muito mais eficaz do que a abordagem tradicional de monoterapia.

O estudo financiado pelo National Health and Medical Research Council inscreveu 591 participantes com pressão arterial elevada, uns sem tratamento, outros em terapia única em 10 centros na Austrália. O resultado principal foi a redução significativa da pressão arterial no grupo que seguiu o tratamento com a pílula quatro-em-um, às 12 semanas.

Iniciativa pretende sensibilizar para deteção precoce de determinadas condições de saúde
Os centros comerciais MAR Shopping Algarve e MAR Shopping Matosinhos estão a disponibilizar rastreios de saúde gratuitos com o...

Os rastreios realizam-se habitualmente entre as 11h00 e as 19h00. No MAR Shopping Algarve, os visitantes poderão aceder aos mesmos junto à Farmácia e Clínica HPA (piso 0) e, no MAR Shopping Matosinhos, no piso -1 (junto à Re-food). Em todas as ações, o acesso funcionará por ordem de chegada, exceto no caso do rastreio à saúde oral, no MAR Shopping Algarve, em novembro, para o qual será necessária inscrição prévia.

Em outubro, o mês rosa, dedicado à prevenção do cancro da mama, o MAR Shopping Algarve receberá uma ação de sensibilização para a importância da prevenção de uma doença com uma taxa de sobrevivência em Portugal superior a 90% se detetada e tratada precocemente. No dia 31 de outubro, a Associação Oncológica do Algarve, instituição sem fins lucrativos de apoio ao doente oncológico, realizará um rastreio ao cancro da mama, sensibilizando as participantes para a importância do autoexame da mama. Será usada uma prótese para uma explicação mais prática.

O último fim de semana de novembro, nos dias 27 e 28, será dedicado a um rastreio à saúde oral, o qual será desenvolvido pela Clínica Privada do Algarve, cuja unidade de Loulé funciona no MAR Shopping Algarve. Para aceder a este rastreio, os interessados devem inscrever-se na clínica previamente.

Nos dias 18 e 19 de dezembro, será a vez da Qlinic, um projeto criado por alunos de Medicina da Universidade do Algarve, com o intuito de responder às questões de saúde dos portugueses, se instalar no MAR Shopping Algarve para realizar várias ações de sensibilização, nomeadamente a eventuais sinais de ansiedade e depressão, obesidade e hipertensão arterial.

 Rastreios ao desenvolvimento infantil no MAR Shopping Matosinhos

No mesmo fim de semana de dezembro, o MAR Shopping Matosinhos receberá um rastreio ao desenvolvimento infantil, que avaliará eventuais dificuldades na fala, motricidade e condições psicológicas de crianças com idades entre um e 17 anos. A ação ficará a cargo do O2a – Centro Desenvolvimento e Terapia, que procura dar resposta a variadas problemáticas do desenvolvimento das crianças, jovens e suas famílias, intervindo em várias áreas desde perturbações globais e específicas de desenvolvimento a Perturbação do Espectro do Autismo (PEA) ou fobias, entre muitas outras.

A agenda de rastreios manter-se-á em 2022, estando a mesma a ser definida. Os interessados encontram-na disponível e sempre atualizada no website dos centros MAR Shopping – www.marshopping.com.

 

Campanha: O luto de uma vida não cabe em 5 dias
Todos os anos, em setembro, a Acreditar assinala o mês internacional de sensibilização para o cancro pediátrico. Este ano, a...

“A experiência, de 27 anos, no acompanhamento dos pais, diz-nos que, ao fim de 5 dias, ninguém está em condições de poder regressar ao trabalho. Mesmo quando o retorno à vida laboral pode ser um contributo positivo para o processo de luto, este período não chega. Um pai ou uma mãe que durante largos períodos de tempo, muitas vezes vários anos, acompanhou um filho doente que acaba por morrer, dificilmente tem condições para encarar o retorno imediato à vida laboral. 5 dias é pouco. Esta petição é para todos os pais que perdem um filho”, escreve a Acreditar em comunicado.

Desta campanha faz parte um vídeo “onde pais de crianças que não sobreviveram à doença oncológica dão a cara, interpelando-nos: não há nome para um pai que perde um filho e não há tempo para esse luto. Metáfora de uma espécie de duplo abandono a que são votados no processo do luto, pela sociedade, que receia falar do assunto, e pelo Estado, que não dá mais tempo nem condições aceitáveis para uma reorganização possível”.

A campanha conta ainda com um site próprio – www.peticaolutoparental.com – onde pode assinar a ser petição e onde consta informação especializada sobre o luto parental, formas que podem ajudar a enfrentá-lo, testemunhos de pais, irmãos, sugestões de leitura, entre outra informação relevante.

“Falar sobre o luto parental, trazer a discussão para o espaço público, tirar estes pais do anonimato e da solidão que tantas vezes encontram neste caminho, é um contributo para a mudança legislativa que se pretende e se impõe”, reforça o documento.

“É importante referir que este ano e meio que a pandemia já leva foi especialmente difícil. Prova disso são os receios de contágios da covid 19 acrescidos à doença oncológica dos filhos, que obrigou a um isolamento ainda mais severo destas famílias. Cremos que poderá ser uma das razões para uma maior procura de apoio psicológico”, revela a Acreditar ainda no que diz respeito aos cuidadores.

Segundo a Acreditar, observou-se um “crescimento de dificuldades financeiras, umas pré-existentes, outras consequências da crise económica instalada, e que se refletem no aumento significativo dos pedidos de apoio que todos os dias chegam à Acreditar”.  Em 2020, esta associação apoiou 1520 famílias.

Iniciativa já chegou a mais de a mais de 500 mil alunos
A Associação Portuguesa Contra a Obesidade Infantil (APCOI) anuncia hoje a abertura das inscrições para o ano letivo 2021/2022...

As inscrições são gratuitas para todas as escolas públicas e privadas, de pré-escolar e 1º ciclo, e podem ser feitas em www.heroisdafruta.com até 16 de outubro, data em que o projeto celebra 10 anos de existência.

O projeto “Heróis da Fruta” está acessível a educadores de infância, professores de 1.º ciclo, monitores de ATL, docentes responsáveis por bibliotecas escolares ou projetos de educação para a saúde, coordenadores pedagógicos, diretores de agrupamento ou técnicos municipais, como por exemplo nutricionistas, entre outros. Após fazerem a inscrição, os responsáveis receberão por email o “Guia Heróis da Fruta” com orientações passo-a-passo sobre como implementar o projeto no ano letivo 2021/2022.

Para a implementação do método “Heróis da Fruta” é apenas necessário que cada turma dedique cerca de 5 a 15 minutos diários durante 25 dias úteis, o que se traduz em cinco semana letivas consecutivas. Todos os participantes, incluindo alunos, professores ou outros responsáveis pela implementação do projeto, recebem um prémio de participação e as turmas habilitam-se ainda ao prémio final por sorteio: a visita da mascote “Heróis da Fruta” à escola – no total são 25 as escolas premiadas.

De acordo com o mais recente estudo do Instituto de Saúde Ambiental (ISAMB) da Faculdade de Medicina da Universidade de Lisboa (FMUL), parceiro de investigação da iniciativa: 40% das crianças que participam pela primeira vez no projeto “Heróis da Fruta” alcançam as porções diárias recomendadas pela OMS relativamente ao consumo de frutas e vegetais em apenas cinco semanas. Segundo os investigadores, após dez semanas de participação no projeto “Heróis da Fruta”, essa percentagem aumenta para 60%.

Escolas que repetem o programa no ano letivo seguinte, conseguem alcançar a recomendação da OMS para 90% dos alunos, incluindo os que não tinham alcançado essa rotina de alimentação saudável no primeiro ano, em apenas duas semanas.

Os conteúdos do método Heróis da Fruta são desenvolvidos por uma equipa multidisciplinar de especialistas e respeitam todos os referenciais de nutrição infantil e alimentação saudável, educação para a saúde e literacia em saúde da Organização Mundial da Saúde (OMS), Direção Geral da Saúde (DGS) e Direção Geral da Educação (DGE).

 

Estudo
O stress do trabalho, os distúrbios do sono e a fadiga, considerados como fatores de risco não tradicionais para ataque...

Os investigadores compararam dados de 22 mil homens e mulheres no Swiss Health Survey de 2007, 2012 e 2017, e encontraram um aumento "alarmante" no número de mulheres que reportam os fatores de risco não tradicionais para as doenças cardiovasculares. A tendência coincidiu com o aumento do número de mulheres a trabalhar a tempo inteiro de 38% em 2007 para 44% em 2017.

Globalmente, em ambos os sexos, o número de relatos de stress no trabalho aumentou de 59% em 2012 para 66% em 2017, e os que reportam sentir-se cansados e fatigados aumentaram de 23% para 29% (para 33% nas mulheres e 26% nos homens). O número de distúrbios do sono subiu de 24% para 29%, com os distúrbios do sono severos a aumentarem mais acentuadamente nas mulheres (8%) do que nos homens (5%).

No entanto, a pesquisa também descobriu que os fatores de risco tradicionais para o desenvolvimento de doenças cardiovasculares tinham permanecido estáveis no mesmo período, com 27% a sofrer de hipertensão, 18% com colesterol elevado e 5% com diabetes. A obesidade aumentou para 11% e o tabagismo diminuiu de cerca de 10,5 para 9,5 cigarros por dia, mas ambos eram mais predominantes nos homens.

Martin Hänsel, Neurologista do Hospital Universitário de Zurique e Susanne Wegener, Professora de Neurologia na Universidade de Zurique, na Suíça, comentaram: "O nosso estudo descobriu que os homens eram mais propensos a fumar e a ser obesos do que as mulheres, mas as mulheres relataram um aumento maior nos fatores de risco não tradicionais para ataques cardíacos e acidentes vasculares cerebrais (AVCs), como o stress do trabalho, distúrbios do sono, e sentir-se cansado e fatigado”.

"Este aumento coincide com o número de mulheres a trabalhar a tempo inteiro. Fazer malabarismos com o trabalho e as responsabilidades internas ou outros aspetos socioculturais pode ser um fator, bem como exigências específicas de saúde das mulheres que podem não ser contabilizadas na nossa vida quotidiana”, explicam.

"Tradicionalmente, os homens são vistos como mais afetados por ataques cardíacos e derrames do que as mulheres, mas em alguns países, as mulheres ultrapassaram os homens. Há uma lacuna de género e é necessária mais investigação para descobrir o porquê", acrescenta Susanna Wegener.

 

Diretor regional
A Organização Mundial de Saúde (OMS) estima que nos próximos três meses haverá 236 mil mortes relacionadas com a Covid-19 na...

De acordo com Hans Kluge, embora o panorama epidemiológico na europa "seja heterogéneo", a elevada transmissão é "profundamente preocupante", sobretudo tendo em conta a baixa taxa de vacinação nas populações prioritárias em vários países, sublinhou.

“Temos agora 64 milhões de casos confirmados e 1,3 milhões de mortes. 33 Estados-Membros reportam um aumento de mais de 10% na incidência de casos em 14 dias. Vários países estão a começar a ver mais hospitalizações e mais mortes", alertou.

Para Hans Kluge, há três fatores que explicam este aumento. O primeiro é a variante Delta que é mais transmissível, agora reportada em 50 países da Região. O segundo fator é o relaxamento das medidas de saúde pública, e o terceiro é o aumento sazonal das viagens, o que impulsiona um crescimento significativo do número de casos na maioria dos países.

"Temos de ser firmes na manutenção de várias camadas de proteção, incluindo vacinação e máscaras. As vacinas são o caminho para reabrir sociedades e estabilizar economias. Apesar disso, continuamos a enfrentar o desafio da produção insuficiente, do acesso insuficiente e da aceitação insuficiente da vacina", disse. Infelizmente, nas últimas 6 semanas, a aceitação da vacinação na Região tem diminuído, influenciada pela falta de acesso às vacinas em alguns países e pela falta de aceitação de vacinas noutros países.

Até à data, apenas 6% das pessoas nos países de baixo e médio rendimento da região completaram uma série completa de vacinação. "Há uma necessidade clara de aumentar a produção, partilhar doses e melhorar o acesso às vacinas para os Estados-Membros, para que possam oferecer uma gama completa de vacinas às populações. Todos, em todo o lado, devem ter direito a receber o curso completo", disse.

O diretor regional da OMS para a Europa lembrou que "a vacinação é um direito, mas também uma responsabilidade". E a estagnação na adoção de vacinas "é motivo de séria preocupação", sobretudo agora que as medidas sociais e de saúde pública estão a ser descontraídas em muitos países. "A aceitação pública da vacinação é crucial para evitar mais transmissões, doenças mais graves, mortes acrescidas e um risco acrescido de novas variantes de preocupação."

Primeiro cientista português a receber este galardão internacional
Ricardo Simões, antigo aluno da Faculdade de Ciências (Ciências) da Universidade de Lisboa (ULisboa) e investigador pós...

Ricardo Simões completou o doutoramento em Química, com especialização em Química Física, em 2013, na Ciências ULisboa, orientado por Manuel Minas da Piedade, professor do Departamento de Química e Bioquímica da Ciências ULisboa. Foi durante este curso que desenvolveu interesse pela área da cristalização e do polimorfismo, domínio no qual tem desenvolvido vários estudos.

O cientista integra um dos grupos do CQE ULisboa, polo da Faculdade desde 2017, e os seus interesses científicos focam-se no estudo da relação entre estrutura molecular e propriedades, no contexto da engenharia de cristais, com foco no fenómeno de polimorfismo em compostos orgânicos. Ao longo da sua carreira já publicou 13 artigos em revistas científicas internacionais, 14 comunicações em posters e seis comunicações orais.

O prémio que lhe foi atribuído está relacionado com o estudo da cristalização e solubilidade da simvastatina, um fármaco pertencente ao grupo das estatinas. O estudo centra-se na análise do processo de transformação de uma molécula num cristal, sendo que para uma mesma molécula, podem ser criados diferentes sólidos, com diferentes estruturas cristalinas. Na sua opinião, o trabalho que desenvolve com a simvastatina é muito relevante, por exemplo, no tratamento de doenças relacionadas com elevados níveis de colesterol, e já permitiu resolver as discrepâncias encontradas nos dados de solubilidade presentes na literatura sobre este composto.

Johan Jacquemin, professor e investigador na Faculté des Sciences et Techniques, Université de Tours, em França, foi também distinguido com o mesmo prémio. Os Prémios Franzosini 2020 foram atribuídos pelo Subcommittee on Solubility and Equilibrium Data (SSED) da International Union of Pure and Applied Chemistry (IUPAC) durante o “19th International Symposium on Solubility Phenomena and Related Equilibrium Processes – ISSP19”, uma conferência virtual, organizada pelo Los Alamos National Laboratory, entre 12 e 16 de julho passado. O próximo simpósio - ISSP20 - deverá acontecer em setembro de 2022, no Instituto Politécnico de Bragança.

Para Ricardo Simões ganhar este prémio deverá permitir-lhe um papel mais ativo nas discussões internacionais sobre solubilidade e a oportunidade de participar nas futuras atividades do subcomité da IUPAC, com a submissão de mais projetos nesta área.

 

Opinião
A distrofia muscular de Duchenne (DMD) é uma doença neuromuscular associada ao cromossoma X, causada

Assim, desde o diagnóstico, é fundamental que exista um acompanhamento multidisciplinar para uma melhoria da gestão da doença, onde se inclui, entre outras, a equipa de reabilitação. Esta terá um papel importante na manutenção de amplitudes de movimento passivas, extensibilidade muscular, mobilidade da parede torácica e simetria, de forma a otimizar o movimento e o posicionamento funcional, manter a deambulação, prevenir contraturas fixas e deformidades, otimizar a função respiratória e manter a integridade da pele.

É imprescindível que exista um comprometimento total do doente, família e cuidadores, assumindo uma postura ativa em todo este processo. Deverá ser iniciado um programa preventivo diário de alongamentos em casa, antes da perda de amplitudes de movimento passivas, sob a orientação de fisioterapeutas e terapeutas ocupacionais. Especialmente nas crianças, os alongamentos podem ser associados a tarefas divertidas, como ler histórias, ver televisão ou cantar. Na DMD alguns dos alongamentos mais importantes são o alongamento do tendão de Aquiles, isquiotibiais, banda iliotibial, psoas-ilíaco, flexores do cotovelo, flexores do punho e dedos, e pronadores.

As ortóteses são ferramentas que podem auxiliar no processo do alongamento, com o objetivo de corrigir, suportar ou melhorar o alinhamento articular; melhorar ou prevenir retrações ou deformidades; melhorar a funcionalidade e promover a independência. A sua utilização deverá ser avaliada e recomendada por uma equipa especializada.

No dia-a-dia da pessoa, devem ser encorajados exercícios ativos, considerando sempre a intensidade e duração das atividades por forma a não provocar situações de fadiga. Do mesmo modo, é importante promover períodos de descanso durante as atividades, evitando o cansaço muscular e economizando energia para atividades mais prazerosas. Todas as atividades deverão ser realizadas em segurança, evitando o risco de fraturas, não sendo recomendadas atividades que incluam saltos, subir ou descer escadas como treino, ou correr em pisos irregulares.

A introdução da hidroterapia, como um meio diferenciador que permite reduzir a carga sobre o sistema músculo-esquelético, permite ao doente com DMD realizar exercícios e atividades que, em contexto diário, não consegue, atuando na prevenção de deformidades articulares e retrações musculares. A temperatura da água deverá estar entre 31-34°C.

O posicionamento é outra área-chave numa gestão eficaz da DMD, sobretudo de cariz preventivo. O correto alinhamento da coluna vertebral e o apoio de toda a planta do pé no chão ou na cadeira de rodas poderá ter um papel importante na prevenção de escolioses e no desenvolvimento de retrações no tendão de Aquiles, respetivamente. Deve, por isso, existir desde muito cedo, um foco no posicionamento, permitindo minimizar as complicações secundárias afetas à DMD.

É, também, importante encarar a necessidade de preparar eventuais adaptações em casa, de modo a que esta esteja ajustada à evolução da doença e da condição clínica. O planeamento dos diversos espaços da casa, em especial os de utilização comum, como a casa de banho, cozinha, sala e quarto da pessoa atingida, deve considerar que, futuramente, a pessoa pode vir a deslocar-se em cadeira de rodas.

Apesar desta necessidade permanente de acompanhamento multidisciplinar e multifatorial, a pessoa com DMD deve ser incentivada, pelas diversas instâncias, a participar e a acompanhar os seus familiares e amigos nas várias atividades em contexto do dia-a-dia, independentemente das dificuldades.

Bibliografia:

Birnkrant DJ, Bushby K, Bann CM, Apkon SD, Blackwell A, Brumbaugh D, Case LE, Clemens PR, Hadjiyannakis S, Pandya S, Street N, Tomezsko J, Wagner KR, Ward LM, Weber DR; DMD Care Considerations Working Group. Diagnosis and management of Duchenne muscular dystrophy, part 1: diagnosis, and neuromuscular, rehabilitation, endocrine, and gastrointestinal and nutritional management. Lancet Neurol. 2018 Mar;17(3):251-267. doi: 10.1016/S1474-4422(18)30024-3. Epub 2018 Feb 3. Erratum in: Lancet Neurol. 2018 Apr 4;: PMID: 29395989; PMCID: PMC5869704.

Birnkrant DJ, Bushby K, Bann CM, Alman BA, Apkon SD, Blackwell A, Case LE, Cripe L, Hadjiyannakis S, Olson AK, Sheehan DW, Bolen J, Weber DR, Ward LM; DMD Care Considerations Working Group. Diagnosis and management of Duchenne muscular dystrophy, part 2: respiratory, cardiac, bone health, and orthopaedic management. Lancet Neurol. 2018 Apr;17(4):347-361. doi: 10.1016/S1474-4422(18)30025-5. Epub 2018 Feb 3. PMID: 29395990; PMCID: PMC5889091.

Birnkrant DJ, Bushby K, Bann CM, Apkon SD, Blackwell A, Colvin MK, Cripe L, Herron AR, Kennedy A, Kinnett K, Naprawa J, Noritz G, Poysky J, Street N, Trout CJ, Weber DR, Ward LM; DMD Care Considerations Working Group. Diagnosis and management of Duchenne muscular dystrophy, part 3: primary care, emergency management, psychosocial care, and transitions of care across the lifespan. Lancet Neurol. 2018 May;17(5):445-455. doi: 10.1016/S1474-4422(18)30026-7. Epub 2018 Feb 2. PMID: 29398641; PMCID: PMC5902408.

     

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As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico, Enfermeiro, Farmacêutico e/ou Nutricionista.

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