Estudo internacional
Segundo dados de um estudo internacional, que conta com a colaboração do Instituto Nacional de Saúde Doutor Ricardo Jorge (INSA...

As primeiras conclusões deste trabalho foram agora publicadas na revista “The Lancet” e permitem traçar o perfil da população adulta com esta doença genética e hereditária.

De acordo com este trabalho, entre 20 a 30 % das pessoas com FH, “dependendo do país”, acabam por sofrer um enfarte agudo do miocárdio em idade jovem. Assim, os investigadores responsáveis pelo estudo concluem que é necessário detetar mais precocemente a FH e melhorar o tratamento destes indivíduos com maior uso de terapia hipolipemiante intensiva, incluindo tratamento combinado (mais de 1 medicamento), para atingir os objetivos das recomendações sobre o tratamento do colesterol elevado e assim prevenir o aparecimento da doença cardiovascular.

Os autores do estudo, promovido pela European Atherosclerosis Society (EAS) com a colaboração de mais de 60 investigadores de 56 países, referem ainda que são menos de 5% as pessoas com FH, em todo o mundo, que se encontram identificadas, pelo que é necessário adotar estratégias a nível nacional de modo a aumentar a deteção destes casos e prevenir o aparecimento precoce da doença cardiovascular.

De acordo com o INSA, "o screening universal de colesterol por volta dos 20 anos (e se possível antes dos 10 anos de idade) é uma das estratégias sugeridas neste trabalho. Portugal tem, desde 2013, uma recomendação no Plano Nacional de Saúde Infantil e Juvenil da Direção-Geral da Saúde para se realizar o doseamento do perfil lipídico (colesterol total, colesterol LDL, colesterol HDL e triglicéridos) em crianças, uma vez antes dos 10 aos e outra vez antes dos 20 anos".

O estudo que deu origem ao artigo “Global perspective of familial hypercholesterolaemia: a cross-sectional study from the EAS Familial Hypercholesterolaemia Studies Collaboration (FHSC)” teve por base os dados de mais de 42 mil indivíduos, incluindo dados portugueses, provenientes do registo global de Hipercolesterolemia Familiar, e que foram analisados para melhorar o conhecimento sobre a carga de doença e os desafios mundiais nos cuidados necessários a ter com estas pessoas.

Terceiro evento do Ciclo de Webinars levado a cabo pela IPSS barcelense
No próximo dia 17 de setembro, pelas 21h30, a RECOVERY IPSS organiza o terceiro evento do seu Ciclo de Webinars dedicado a...

Este webinar contará com a participação de Joel Corcoran, Diretor Executivo do Clubhouse International (EUA); de Cindy Hamersma, Coach e Especialista em Saúde Mental, membro do Clubhouse de Waterheuvel (Holanda); de Jorge Bouça, Coordenador Regional de Saúde Mental da ARS Norte; de José João Silva, Gestor do Serviço de Reabilitação Psicossocial do Hospital Magalhães Lemos, EPE; e de Miguel Durães, psicólogo e Presidente da Direção da RECOVERY IPSS. A moderação ficará a cargo de Fernanda Pereira, do Gabinete de Responsabilidade Social e Sustentabilidade do Grupo Fidelidade.

Para o Presidente da Direção da RECOVERY IPSS, “este webinar representa a continuidade numa aposta firme nas relações externas e internacionais que preservamos, aproximando os nossos colaboradores, utilizadores e familiares/cuidadores das melhores práticas nacionais e internacionais na atualidade, desta feita na área da reabilitação psiquiátrica”.

O evento será transmitido em direto na página oficial da RECOVERY IPSS, no FACEBOOK, em: https://www.facebook.com/recoveryipss

 

A partir de hoje
A utilização de máscara no exterior deixou de ser obrigatória. No entanto, as autoridades de saúde continuar a recomendar a sua...

De acordo com a orientação da DGS, a utilização da máscara passa a ser facultativa no exterior e recomendada “quando é previsível a ocorrência de aglomerados populacionais ou sempre que não seja possível manter o distanciamento físico recomendado”.

Por outro lado, sublinha-se, no entanto, que a sua utilização na rua é recomendada a “pessoas mais vulneráveis”, entre elas, pessoas “com doenças crónicas ou estados de imunossupressão com risco acrescido para Covid-19 grave”, sempre que “circulem fora do local de residência ou permanência habitual”.

No documento, a DGS relembra que o uso de máscara “é uma medida eficaz na prevenção da transmissão de SARS-CoV-2”, frisando que, apesar do fim da obrigatoriedade da sua utilização no exterior, o porte desta “continua a ser uma importante medida de contenção da infeção, sobretudo em ambientes e populações com maior risco”.

O uso da máscara vai continuar a ser obrigatório “nos estabelecimentos de educação, ensino e creches”, “espaços e estabelecimentos comerciais e de prestação de serviços”, nos “edifícios públicos ou de uso público”, nas “salas de espetáculos, cinemas ou similares”, nos “transportes coletivos de passageiros” e “em locais de trabalho, sempre que não seja possível o distanciamento físico”.

Continua a ser obrigatório o uso de máscara nos “estabelecimentos residenciais para pessoas idosas, unidades da Rede Nacional de Cuidados Continuados Integrados e outras estruturas e respostas residenciais para crianças, jovens e pessoas com deficiência, requerentes e beneficiários de proteção internacional e acolhimento de vítimas de violência doméstica e tráfico de seres humanos”.

E mantêm-se a obrigatoriedade na sua utilização por parte de pessoas “com infeção por SARS-CoV-2 ou com sintomas sugestivos” da doença e por pessoas consideradas “contacto de um caso confirmado de Covid-19”, exceto quando se encontrarem sozinhas “no seu local de isolamento”.

Situação Epidemiológica
Desde ontem foram registados perto de 460 casos de infeção pelo novo coronavírus e cinco mortes em território nacional. O...

As regiões Centro e Norte foram as que registaram maior número de mortes, desde o último balanço: duas mortes cada, de um total de cinco. Segue-se a região de Lisboa e Vale do Tejo com um óbito a assinalar. 

De acordo com o boletim divulgado hoje pela DGS, foram ainda diagnosticados 458 novos casos. A região de Lisboa e Vale do Tejo foi aquela que registou a maioria dos casos, nas últimas 24 horas: 164, seguida da região Norte com 149 novas infeções. Desde ontem foram diagnosticados mais 45 casos na região Centro, 29 no Alentejo e 57 no Algarve. Quanto às regiões autónomas, quer o arquipélago da Madeira, que o arquipélago dos Açores, contam agora com mais sete casos cada.

Quanto ao número de internamentos, há atualmente 586 doentes internados, mais 17 que ontem.  No entanto, as unidades de cuidados intensivos têm agora menos um doente internado, relativamente ao último balanço: 119.

O boletim desta segunda-feira mostra ainda que, desde ontem, 907 pessoas recuperaram da Covid-19, elevando para 1.000.811 o total daqueles que conseguiram vencer a doença desde o início da pandemia.

No que diz respeito aos casos ativos, o boletim epidemiológico divulgado hoje pela DGS, revela que existem 37.365 casos, menos 454 que ontem.  As autoridades de saúde mantêm sob vigilância menos 827 contactos, estando agora 36.416 pessoas em vigilância.

Eurobarómetro
87% dos portugueses consideram que os benefícios da vacina contra a Covid-19 superam os riscos, e a maioria defende o «dever...

De acordo com os dados do inquérito, o número de portugueses que concordam e tendem a concordar (86%) que os benefícios da vacina compensam os seus riscos, é o valor mais alto dos 27 Estados-Membros estando a 15 pontos acima da média (72%) da União Europeia (UE).

54% dos que participaram nesta análise concordam ou tendem a concordar (32%) que vacinar-se contra a Covid-19 é «um dever cívico», também o valor mais alto de respostas positivas entre os Estados-Membros.

Ainda sobre o combate à pandemia do coronavírus SARS-CoV-2, a grande maioria dos portugueses (82%) estão satisfeitos (58%) ou muito satisfeitos (24%) com a forma como o Governo geriu a estratégia de vacinação (UE 50%).

Questionados sobre a gestão que a UE tem feito da estratégia de vacinação, 84% dos portugueses estão satisfeitos (69%) ou muito satisfeitos (15%) e 89% concordam (36%) e tendem a concordar (53%) que a UE está a desempenhar um papel fundamental para garantir o acesso às vacinas contra a Covid-19 em Portugal, sendo as médias da UE de, respetivamente, 49% e 64%.

 

 

 

 

Assista aos vídeos no canal de Youtube da APCL
O que é o linfoma? Quantas pessoas são diagnosticadas, em Portugal, com este tipo de cancro? Como se forma? Quais os seus...

As dúvidas foram, então, transformadas em perguntas, que ganham agora a forma de vídeos através da participação de Rui Unas, ator/humorista e Filipe Vargas, ator, e que são respondidas por vários médicos especializados no tema.

A APCL, com apoio da Roche, lança assim no âmbito do Dia Mundial do Linfoma, que se assinala a 15 de setembro, a iniciativa “Dar resposta ao linfoma”, que tem como objetivo aumentar a literacia da população portuguesa sobre esta doença.

‘Dar Resposta ao Linfoma’ vai estar disponível, no site e redes sociais da APCL, e pretende ser um contributo importante para o aumento do conhecimento da população, dos doentes e dos seus cuidadores.

O linfoma é uma doença em que as células tumorais são os linfócitos, um tipo de glóbulos brancos que têm como missão a defesa contra infeções, e que têm origem na medula óssea.

Questões relacionadas com alimentação, tratamentos disponíveis, ensaios clínicos ou as sequelas da doença são algumas das questões respondidas com rigor pelos médicos convidados.

Os vídeos estão disponíveis em na página de Youtube da APCL

Sinais de alerta
Embora rara, a Sépsis é considerada pela Organização Mundial de Saúde (OMS) como uma das maiores cau
Mão a segurar termómetro ao pé de bebé com febre

A sépsis - e mais especificamente a sépsis meningocócica - é provavelmente a patologia mais temida pelo pediatra. A velocidade da sua evolução, que pode determinar a morte ou lesões irreversíveis em poucas horas se não for instituída terapêutica intensiva, é a razão por trás da preocupação.

Apesar da evolução favorável ocorrida nas últimas décadas (a mortalidade passou de 97% em 1966 para 10% nos últimos estudos), a mortalidade e morbilidade por sépsis mantêm-se altas, sendo considerada pela OMS como uma das maiores causas de morte abaixo dos 5 anos de idade em todo o mundo

Sépsis é definida como uma síndrome de resposta inflamatória sistémica (SIRS) de causa infecciosa. A fisiopatologia da sépsis é um processo complexo e heterogéneo, que envolve o sistema imunitário do hospedeiro e é a cascata imunológica e inflamatória gerada que leva à disfunção celular, tecidular e orgânica.

A presença de sinais como alteração do ritmo cardíaco, dificuldade respiratória, alterações da temperatura e dos leucócitos demonstram a presença de SIRS, que é um mecanismo avançado de reacção contra uma infecção (mas também pode ser provocado por outros tipos de agressão graves não-infecciosas que produzam lesão tecidular, como trauma, queimadura, neoplasia ou doença autoimune).

Resumidamente, para uma criança se considerar ter uma sépsis, tem de ter suspeita ou confirmação de uma infecção e sinais de uma resposta sistémica a essa infecção. A sépsis grave tem já falência de órgão e o choque séptico disfunção cardiovascular com hipoperfusão de órgãos e hipotensão que não responde à expansão de volume.

O sistema imunitário da criança está em constante mudança atingindo a sua maturidade apenas na adolescência. Esta variabilidade, assim como outros factores típicos de cada faixa etária condicionam susceptibilidade acrescida a diferentes microrganismos em cada idade.

Por exemplo, as etiologias mundiais mais comuns de sépsis no período neonatal são microrganismos provenientes da mãe e adquiridos aquando da passagem pelo canal de parto: Streptococcus do grupo B, Escherichia coli, Listeria monocytogenes, Enterovírus e herpes simplex.

Nos primeiros meses de vida, os sintomas podem ser muito subtis pelo que é prática comum para além do exame geral efectuar análises com hemograma completo, culturas de sangue e urina e frequentemente de líquido cefalorraquidiano. Em casos suspeitos é iniciado tratamento antibiótico dirigido a infecções graves em internamento até que as culturas não demonstrem crescimento.

Na criança mais velha, as etiologias clássicas: Streptococcus pneumoniae, Neisseria meningitidis, Haemophilus influenza e Staphylococcus aureus têm vindo a modificar-se graças à vacinação crescente das crianças nos países desenvolvidos.

O diagnóstico precoce de sépsis é uma das chaves para o sucesso do tratamento. A meningococemia (que é provavelmente a doença mais temida na urgência pediátrica) tem como apresentação típica a de uma criança previamente saudável – eventualmente com um pródromo de odinofagia – que surge com febre alta e que na observação cuidadosa mostra ter petéquias. Esta criança pode evoluir, em poucas horas para choque séptico.

É essencial um elevado nível de suspeita e um cuidado redobrado na observação destas crianças pois o prognóstico cai abruptamente com o atraso na terapêutica.

Numa criança com febre há que questionar os pais quanto a alterações cutâneas, dificuldade respiratória, alterações neurológicas e débito urinário (tão fácil como a quantificação das fraldas usadas) e confirmar a vacinação.

Na observação, para além dos sinais meníngeos, deve valorizar-se a taquicárdia, a amplitude do pulso, a taquipneia e o atraso do preenchimento capilar, para identificação do SIRS no seu início. Não podemos esperar pela hipotensão, anúria e hipotermia. Na pele, atenção às primeiras petéquias - as sufusões são a demonstração de coagulação intravascular disseminada francamente avançada.

Uma vez diagnosticada, a sépsis exige tratamento rápido e agressivo, uma vez que está comprovado que uma abordagem eficaz na primeira hora, guiada por objectivos, reduz a morbilidade e mortalidade.

A abordagem da sépsis em pediatria, para além da administração de antibióticos intravenosos o mais precocemente possível, deve ser dirigida, durante a primeira hora, à reposição da volémia e suporte inotrópico.

O seguimento posterior dos casos de sépsis grave e choque séptico deve ser efectuado numa Unidade de Cuidados Intensivos Pediátricos para suporte hemodinâmico e de orgão para a cuidadosa manutenção da homeostasia.

Em suma, trata-se de uma patologia rara mas grave e de tratamento complexo, necessitando atenção expectante para que se faça o diagnóstico com a rapidez essencial para um tratamento eficaz, nomeadamente na primeira hora evitando a falência múltipla de órgãos.

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Nota: 
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16 e 17 de setembro
O Laboratório de Estudos Farmacêuticos (LEF) da Associação Nacional das Farmácias (ANF), em conjunto com a Stepwise Pharma &amp...

A Presidente da ANF, Ema Paulino e a bastonária da Ordem dos Farmacêuticos, Ana Paula Martins, abrem os trabalhos, que contam com a participação de cerca de 20 oradores nacionais e internacionais, de várias entidades e autoridades ligadas ao setor da saúde e do medicamento, tais como a Clever Leaves, PLMJ, Rangel, Portocanna, Medicane, CSCLife.

A conferência abrange uma diversidade de temas relacionados com a canábis medicinal, entre os quais a análise do mercado nacional e europeu, a legislação e regulamentação europeia e portuguesa, as boas práticas e regras de segurança, o processo de cultivo e o fabrico, distribuição e comercialização no mercado nacional e internacional.

A indústria de canábis medicinal tem vindo a registar um crescimento exponencial nos últimos anos em alguns países europeus. O aumento da procura tem levado vários investidores a apostar neste sector. De acordo com diversos analistas, este mercado tem o potencial de atingir os 3,2 mil milhões de euros até 2025.

Para mais informações sobre este evento consulte aqui.

 

Soluções inovadoras permitem maior e melhor controlo da doença
As doenças inflamatórias da pele afetam uma percentagem significativa da população global. A Dermatite Atópica (DA), é uma das...

No Dia Mundial da Dermatite Atópica (DA), que se assinala a 14 de setembro, Joana Camilo, Presidente da ADERMAP - Associação Dermatite Atópica Portugal, relembra que “a DA é mais do que uma doença de pele e tem de ser valorizada e tratada como tal. Continua a existir uma subvalorização da doença e dos seus impactos, quer por parte da sociedade em geral quer dos profissionais de saúde, e é urgente esta realidade. Devido à importância que a DA tem na vida de cada pessoa e da sua envolvente familiar e profissional, é indispensável um diagnóstico atempado e conclusivo, uma abordagem personalizada e multidisciplinar à pessoa e um seguimento por parte de um médico especialista, sobretudo nos casos moderados a graves”.

“É fundamental que a investigação científica nesta área continue para que os doentes, as suas famílias e os cuidadores sintam que a inovação terapêutica vem responder às suas necessidades mais urgentes”, refere o diretor médico da LEO Pharma Ibéria, Marcin Kozarzewski. Enquanto companhia líder em Dermatologia médica, a Dermatite Atópica é uma área prioritária para a LEO Pharma. Investimos continuamente em I&D com o objetivo de apoiar estes doentes para devolver-lhes a qualidade de vida, assim como os profissionais de saúde para garantir soluções cada vez mais inovadoras que permitam um tratamento adequado e cada vez mais eficiente”.

As pessoas com DA apresentam sintomas físicos como vermelhidão, edema (inchaço), prurido (comichão), fissuras, lesões descamativas e escoriações. Nos casos mais graves, as lesões dolorosas estão localizadas em áreas vastas e mais sensíveis do corpo, podendo chegar a cobrir mais de 50% da superfície corporal.

Além disso, a DA é por vezes acompanhada por outras patologias atópicas e não atópicas que afetam a saúde global e qualidade de vida dos doentes, incluindo asma, rinite alérgica, alergias alimentares, complicações cardiovasculares, entre outras, e ainda efeitos psicológicos como ansiedade, perturbações do sono e depressão.

O diagnóstico é essencialmente clínico, segundo as características próprias da erupção cutânea e utilizando informação sobre a existência de alergias na família. Exames complementares alergológicos, como testes cutâneos ou testes sanguíneos de alergias ajudam ao diagnóstico e a orientar o tratamento.

“Apesar de (ainda) não existir uma cura para a dermatite atópica, a investigação nesta área tem sido muito promissora e os novos tratamentos existentes permitem um cada vez maior e melhor controlo da doença e, por conseguinte, uma melhor qualidade de vida”, acrescenta Joana Camilo.

O tratamento da DA passa por, em primeiro lugar, incitar a restauração da barreira cutânea com cremes específicos, em segundo lugar a utilização de cremes com corticoides e outros compostos semelhantes que têm por objetivo desinflamar a pele. Nos casos moderados a graves é necessário tratamento sistémica, tradicional e inovador ou biológico.

 

Estudo comprova aumento da compreensão em 10%
Com o início do ano letivo, a Direção-Geral da Saúde (DGS) determinou o uso obrigatório de máscaras para alunos a partir do 2.º...

Segundo um estudo da revista científica Ear and Hearing, as máscaras transparentes facilitam a compreensão do discurso para pessoas com audição normal e melhoram em 10% a compreensão da linguagem no caso das pessoas surdas.

Já em 2020, num inquérito da Federação Nacional dos Professores (Fenprof), 13,7% dos professores questionados alertava que professores e alunos deveriam usar máscaras transparentes para facilitar a compreensão da Língua Gestual Portuguesa.

As máscaras transparentes surgem, assim, como uma alternativa ao ensino inclusivo para todas as idades, permitindo a professores, auxiliares educativos e outros profissionais da área da educação comunicar de forma mais explícita com todos os alunos, em especial com alunos surdos.

“Está provado que as máscaras transparentes facilitam a compreensão entre todos. Numa altura em que não queremos voltar a ter aulas a partir de casa, é essencial munir alunos e professores das melhores ferramentas para comunicarem sem entraves”, sublinha Ricardo Correia, representante e distribuidor da Xula Mask em Portugal, a primeira máscara social transparente, criada em plena pandemia, para facilitar a leitura labial.

Recentemente, a marca associou-se à FPAS - Federação Portuguesa das Associações de Surdos e atribui um desconto de 10% à comunidade surda na compra de máscaras transparentes, doando ainda 1 euro por cada unidade vendida em Portugal.

Esta máscara é inclusiva, pois foi concebida para pessoas surdas que precisam de ler os lábios. É ainda essencial para pessoas autistas, com demência senil ou doença de Alzheimer que ficam facilmente desorientadas quando não podem ver o cuidador. 

A máscara garante proteção pois é de nível 2, cumpre a nova normativa europeia CWA 17553 e a especificação UNE 0065/2020, com eficácia de filtro de aerossóis superior a 96% e eficácia de filtro de partículas superior a 95%. Tem ainda um novo tratamento repelente de água de alta tecnologia, melhorando as taxas de impermeabilidade e, portanto, a segurança do utilizador contra gotas externas potencialmente contaminantes. 

Feita de um têxtil reutilizável, esta máscara pode ser lavada 40 vezes. Mesmo após 40 lavagens, mantém uma eficácia de proteção de 86%. Pode ser lavada à mão ou na máquina, e seca com um secador para reativar o revestimento protetor. Por ser um têxtil altamente respirável, evita a condensação e embaciamento dos óculos. 
 
Em colaboração com a empresa suíça HEIQ, a máscara dispõe da tecnologia antiviral VIROBLOCK como revestimento final. Esta inovação testada em laboratórios europeus neutraliza a ação de germes, vírus e bactérias em 99,9% num período máximo de 10 minutos. 

 

Iniciativa acontece no âmbito do Dia Mundial da Dermatite Atópica
A Associação Dermatite Atópica Portugal – ADERMAP – lança no Dia Mundial da Dermatite Atópica (DA), 14 de setembro, e por...

Com a implementação do Programa CuiDAr, a ADERMAP deixa um claro pedido à Tutela para a implementação de medidas adicionais que permitam ir ainda mais longe no apoio à aquisição de produtos essenciais à correta higiene e hidratação da pele com DA, uma doença muito prevalente em Portugal.

 Para Joana Camilo, Presidente da ADERMAP, “A aquisição de produtos de higiene e hidratação apropriados para a DA, parte integrante e essencial ao controlo desta doença, implicam um fardo financeiro muito pesado para as pessoas. Segundo o estudo de Impacto da Dermatite Atópica, são gastos em média cerca de 150€ por mês na gestão da sua doença, entre medicamentos, produtos apropriados, consultas e urgências. Um valor incomportável para a maior parte das pessoas e famílias. Cerca de 80% dos 1018 milhões de euros anuais quantificados no controlo da DA em Portugal são suportados pelas pessoas e famílias. É, por isso, fundamental lançarmos este apelo ao Estado para que se juntem a este esforço de aliviar a carga financeira do controlo da DA nas pessoas e nas famílias em Portugal”.

Ainda no âmbito do Dia Mundial da Dermatite Atópica, a ADERMAP irá lançar a primeira foto integrante da exposição fotográfica digital "DA Voz Sem Palavras". Esta exposição pretende sensibilizar a sociedade para o impacto real e alargado da DA nas crianças e adolescentes, nas suas famílias e estruturas sociais, prestar uma homenagem às famílias que (com)vivem com esta doença, revelando as fragilidades ocultas e dando luz à sua resiliência e capacidade de superar os desafios desta patologia; para além das lesões visíveis.

 

Saúde mental e sexualidade dos doentes oncológicos são temas de destaque
São as primeiras Jornadas da Oncologia organizadas pela Cuidar, em parceria com a Cancro e Inspiração, e têm lugar nos próximos...

Do programa, os temas de destaque são, para já, a saúde mental do doente e sobrevivente oncológico, um assunto particularmente atual, tendo em conta o contexto pandémico, que privou os cuidadores de acompanharem os seus familiares em consultas, tratamentos e onde as visitas em internamento foram canceladas. A importância da fisioterapia na melhoria da qualidade de vida dos sobreviventes oncológicos e ainda a sexualidade durante e após a doença são outros temas do evento, que contará ainda com a realização de workshops, entre os quais, e já confirmado, o de meditação e mindfulness. 

As inscrições, que deverão ser feitas através do formulário online, são gratuitas para os doentes oncológicos. Para os restantes participantes, a inscrição tem um valor de 10€, que reverte para a Associação CADO - Centro de Apoio ao Doente Oncológico, entidade organizadora das Jornadas e proprietária da Revista Cuidar.

 

Projeto MENU
Um leque variado de pratos doces e salgados à base de macroalgas marinhas da costa portuguesa é a proposta do projeto MENU....

A grande inovação do “MENU: Marine Macroalgae: alternative recipes for a daily nutritional diet” está na utilização completa das macroalgas marinhas e não apenas extratos ou compostos, como acontece em várias indústrias. O objetivo é aproveitar todas as propriedades destas verduras do mar, conhecidas, por exemplo, pelas suas propriedades antivirais, antibacterianas, antidiabéticas, antioxidantes e anticancerígenas, entre outras.

«Conhecendo o elevado valor nutricional e as bioatividades das macroalgas, que apresentam muitos benefícios para a saúde humana, a nossa aposta é utilizar a alga como um todo de modo a que os nossos produtos tenham todas as biopropriedades, garantindo assim os efeitos benéficos para o consumidor», refere Ana Marta Gonçalves, coordenadora do projeto.

São parceiros do MENU, iniciado em 2019, a Universidade de Aveiro (UA), a Startup Lusalgae, especializada em biotecnologia marinha, e a Ernesto Morgado, S.A., a mais antiga indústria de arroz em Portugal. Já foram desenvolvidas várias receitas, tais como arroz com algas, frango com algas, sopas e molhos adicionais; e, nos doces, gelatinas de framboesa e morango, pudins de vários sabores, nomeadamente amêndoa, baunilha, chocolate e coco, compotas e arroz doce. Outros produtos estão em fase de desenvolvimento, como, por exemplo, mousses.

«Pretendemos oferecer um cardápio diversificado que vá ao encontro dos diferentes interesses dos consumidores. Desenvolvemos várias receitas com diferentes macroalgas», explica a investigadora do MARE, da Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade de Coimbra (FCTUC), adiantando que, em paralelo, estão também a desenvolver películas naturais à base de macroalgas com o objetivo de «aumentar o tempo de prateleira no supermercado de alimentos como carne, peixe e fruta, que podem ser consumidas diretamente junto com o produto que estão a revestir».

Para perceber a aceitação dos consumidores, a equipa realizou já alguns workshops de degustação, envolvendo pessoas de várias faixas etárias, dos 17 aos 77 anos de idade. Os participantes «gostaram bastante, demonstrando interesse, especialmente no que respeita aos benefícios para a saúde, e destacaram o sabor e textura agradáveis. Com base nos questionários aplicados após as provas, verificou-se o interesse em adquirir estes produtos quando chegarem ao mercado. Cada vez mais, o consumidor preocupa-se com a sua saúde e com o seu bem-estar», diz Ana Marta Gonçalves. 

Este projeto, que é financiado pelo Fundo Azul – um mecanismo de incentivo financeiro da Direção-Geral de Política do Mar destinado a apoiar a investigação científica –, visa também dar resposta aos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) da Agenda 2030 da ONU, contribuindo para a produção e consumo de produtos sustentáveis e melhoria da nutrição.

O MENU responde ainda a outro dos ODS, a conservação e sustentabilidade dos oceanos e dos recursos marinhos. Por isso, explica a investigadora do MARE, «recolhemos no mar amostras das espécies de macroalgas comestíveis pré-selecionadas (castanhas, verdes e vermelhas), que são colocadas a crescer em laboratório e transferidas depois para tanques de aquacultura até obter a biomassa necessária para a confeção dos alimentos. São métodos sustentáveis, podemos produzir macroalgas marinhas em grande escala sem prejudicar o ambiente».

Durante todo o processo, ou seja, desde a recolha no mar até ao produto final, conclui, «avaliamos de forma contínua o valor nutricional das macroalgas para termos a certeza que não há perda ou redução desse valor nutricional, garantindo todos os benefícios para o consumidor. É um processo altamente controlado».

Além da parceria com a empresa de produção de arroz, a equipa, constituída por 16 investigadores, estabeleceu também acordos com outras empresas, no sentido de colocar esta nova geração de produtos à base de macroalgas marinhas no mercado, o que poderá acontecer dentro de um ano.

Destinado a profissionais de saúde
O Health Insights está de regresso, no dia 30 de setembro, das 09h00 às 16h30, para a 5.ª edição num formato exclusivamente...

Este momento de formação, que conta com a colaboração do projeto Sementes & Laços e da Uterus – Saúde Integrativa da Mulher, pretende ampliar a compreensão sobre as interações entre os processos psicológico, neurológico, endócrino e imunológico, colocando a mãe e o bebé sob uma perspetiva holística da saúde, com a apresentação e discussão de casos clínicos.

A fertilidade, a gravidez, o parto e outros temas relacionados com o pós-parto, como os episódios recorrentes de choro, as cólicas do recém-nascido e a amamentação, vão ser explorados através da lente Psico-Neuro-Endócrino-Imunológica (PNEI) por especialistas em Saúde Materna e Obstétrica, nomeadamente a Enf.ª Maria da Conceição Santa-Martha e a Enf.ª Isabel Ferreira, conselheiras em amamentação pela Organização Mundial da Saúde/Unicef e instrutoras de massagem infantil pela Associação Portuguesa de Massagem Infantil (APMI).

O encontro digital conta ainda com a participação de Alexandra Machado, Diretora Médica da Crioestaminal, que irá abordar a importância do papel do profissional de saúde na utilidade futura do sangue e tecido do cordão umbilical.

Os profissionais de saúde interessados podem encontrar mais informação sobre o programa e os especialistas convidados na plataforma do evento healthinsights.pt

 

Esteja atento aos sinais e sintomas
A colangite biliar primária (CBP) é uma doença do fígado que vai acompanhar a pessoa durante toda a

É sabido que a CBP atinge maioritariamente as pessoas do sexo feminino, mais precisamente, nove mulheres por cada homem. As idades mais comuns de diagnóstico situam-se entre os 40 e os 60 anos, em ambos os sexos.

A frequência da CBP é maior em pessoas do norte da Europa e menor nas populações de origem africana. Em Portugal, estima-se que existam entre 500 a mil casos de CBP, o que a torna uma doença rara e pouco conhecida.

A realidade é que ainda não se sabe, ao certo, a causa da CBP, mas presume-se que esteja relacionada com o sistema imunitário, isto é, que seja de causa autoimune.

Sem cura, a CBP pode progredir lentamente e muitas pessoas não apresentam sintomas, principalmente nas fases iniciais da doença. Os sintomas iniciais mais comuns são fadiga e comichão na pele (prurido). Porém, embora menos frequentes, existem também outras manifestações a ter em conta, como dor abdominal; escurecimento da pele; pequenas manchas amarelas ou brancas sob a pele, ou ao redor dos olhos.

Algumas pessoas apresentam também queixas de boca e olhos secos e dores nos ossos, músculos e articulações.

De acordo com a progressão da doença, podem surgir sintomas associados à cirrose: amarelecimento da pele (icterícia); inchaço das pernas e dos pés (edema); barriga inchada devido à acumulação de líquido (ascite); sangramento interno na parte superior do estômago e do esófago, devido à dilatação das veias (varizes).

O enfraquecimento dos ossos, conhecido por osteoporose, que leva a fraturas, é outra das complicações da CBP. Embora seja mais comum em fases finais da doença, também pode ocorrer inicialmente. Além disso, as pessoas com cirrose apresentam risco aumentado de cancro do fígado (carcinoma hepatocelular).

Ainda assim, em 25 por cento dos casos não existe qualquer sintoma e a doença é, incidentalmente, detetada durante uma avaliação de rotina, pela elevação das análises do fígado, em especial da Fosfatase Alcalina.

Apesar de, à partida, ser uma doença de causa autoimune, já foram identificados alguns fatores de risco, além dos genéticos. São fatores ambientais, como os componentes do fumo de cigarro; e as infeções urinárias frequentes.

Em muitos casos, a doença mantém-se ligeira ou moderada, sem perturbações do funcionamento do fígado. Contudo, em outros evolui para cirrose e falência hepática.

Os objetivos do tratamento são impedir ou retardar a progressão da doença e aliviar os sintomas. Tal como na maioria das doenças, é importante que o diagnóstico seja feito tão precocemente quanto possível, por forma a iniciar o tratamento atempadamente, evitando consequências mais graves da doença, e a necessidade de transplante hepático.

Esteja atento aos sinais e sintomas do seu corpo e consulte o seu médico assistente com regularidade, a fim de diagnosticar esta ou outras doenças, e de as tratar, evitando a sua progressão e prevenindo situações mais graves para a sua saúde.

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Nota: 
As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico, Enfermeiro, Farmacêutico e/ou Nutricionista.
Estudo
Um estudo recente, realizado em moscas-da-fruta num ambiente de realidade virtual, mostra que a conexão entre a visão, o...

Eugenia Chiappe, Investigadora Principal do Laboratório de Integração Sensório-Motora do Centro Champalimaud, está de pé no seu gabinete. A cerca de três metros de distância, há uma porta e o chão é plano e claro. Eugenia, que pretende caminhar em linha reta até a porta, leva um segundo para medir a distância. Fecha os olhos, dá quatro passos em frente e esbarra numa cadeira à sua direita.

Esta pode não ser uma situação surpreendente. Pode parecer muito óbvio que a visão esteja ligada à capacidade de nos movermos com eficácia, logo se estamos com os olhos fechados a tentar andar numa linha reta é óbvio que estar se torna uma tarefa. Mas qual a razão para isto acontecer? Estes são movimentos que aperfeiçoamos ao longo de muitos anos, e ainda assim, dar uns curtos passos sem a visão revela-se um verdadeiro desafio. No estudo publicado a 8 de setembro 2021, na revista científica Current Biology, investigadores mostram como o controlo visual afeta a locomoção das moscas.

A conexão cérebro-corpo-olho

Este artigo, resultado da investigação realizada durante a tese de doutoramento de Tomás Cruz, examina as inúmeras formas de estabilização da locomoção e como estas são afetadas pela visão. Esta investigação é baseada em estudos realizados na Drosophila melanogaster (mosca-da-fruta), sendo que tanto o Tomás, como a Eugenia, acreditam que os resultados podem ser transponíveis a animais com cérebros maiores, incluindo os humanos.

Esta investigação desafia um modelo amplamente aceite pela comunidade científica sobre como a visão influencia a locomoção. Eugenia Chiappe explica: “O modelo aceite é aquele que defende as chamadas rotações compensatórias reativas, seja através da coordenação cabeça-corpo ou diretamente nas rotações do corpo. O que descobrimos agora é que este não é o caso. O que a visão faz para manter a estabilidade do olhar é influenciar os movimentos do corpo, ajustando as posturas como uma medida preventiva.”

Por outras palavras, os cientistas acreditavam que o feedback visual gerava rotações reativas: assim que um indivíduo se desvia do curso, a visão dispararia uma rotação compensatória. No entanto, este novo estudo sugere que essas rotações acontecem demasiado rapidamente para que seja este o caso. O que estes novos dados mostram é que as rotações funcionam para evitar movimentos errôneos, e não como uma reação a estes.

Tomás Cruz acredita que a verdadeira novidade das descobertas é exatamente esta: “o efeito da visão deve ocorrer muito mais perto do controlo do membro do que anteriormente se pensava, no equivalente da medula espinhal na mosca”. Eugenia continua, “O que o Tomás está a mostrar é que, inevitavelmente, quando não há visão, os sistemas de controlo de membros estão a responder a perturbações de equilíbrio e de postura. Considerando que, quando a visão está disponível, o objetivo comportamental de andar em linha reta tem precedência sobre os pequenos ajustes posturais.”

Sem visão, o corpo continua a receber algumas informações para ajudá-lo a fazer ajustes posturais. Se estivermos num terreno com inclinação, os nossos tornozelos irão inclinar-se para cima ou para baixo para manter o corpo numa posição vertical, para não cair. Se dermos um passo em frente com a perna esquerda, o próximo passo com a direita seguirá o caminho de menor resistência - o movimento mais fácil para manter o equilíbrio, mas não necessariamente em linha reta. No entanto, se tivermos um objetivo comportamental - andar em linha reta, por exemplo - a visão reduz os ajustes posturais necessários ao mínimo para alcançar o objetivo com eficácia.

Como é que os animais, seja um inseto ou um humano, decidem qual o modelo seguir? “Existe uma certa tensão entre o que o animal está disposto a fazer e o que as propriedades físicas do mundo impõem em termos de controlo postural. A visão distorce o modelo a favor de metas comportamentais. Assim, quando a visão não está disponível, o modelo preferido está relacionado com a postura e o equilíbrio. Esta ideia também se aplica amplamente aos humanos”, afirma Eugenia.

A meta das moscas

Ao discutir o comportamento e as intenções das moscas-da-fruta, uma questão óbvia é levantada: se não conhecemos os objetivos da mosca, como fazer para percebermos se ela está a agir de forma orientada em relação a um objetivo? Eugenia dá todo o crédito a Tomás por isso: “Este é um dos aspetos que considero mais elegante neste artigo! Foi muito complicado de testar, por estarmos a lidar com um sinal interno que é muito difícil de extrair através da observação externa.”

Para realizar estas experiências, o Tomás utilizou o FlyVRena, um sistema de realidade virtual de última geração. Nas suas próprias palavras, “Imergimos a mosca num mundo de realidade virtual para conseguirmos medir, com alta resolução, como a mosca se move neste ambiente e controlar o que entra na sua retina. Com humanos, isto seria feito com óculos de realidade virtual, mas para a mosca construímos um pequeno espaço com tecnologia de realidade virtual para manipularmos de forma muito precisa tudo o que a mosca vê por baixo de si. As paredes e o teto do espaço são mantidos estáticos e vazios para minimizar o 'ruído' dos estímulos visuais. Com este método, testamos hipóteses, como: ‘a visão é importante para a coordenação do movimento cabeça-corpo?”

Eugenia explica como a equipa testou se a mosca agia de forma orientada para um objetivo ou mais aleatória: “Para isto, o Tomás também encontrou uma forma muito inteligente de o fazer, uma vez que criou uma situação no mundo, de tal forma que a mosca apresenta um comportamento regular, muito estruturado. Podemos assim estar seguros ao supor que qualquer desvio seria não intencional ou não relacionado com o objetivo. Aquecemos as paredes, fazendo com que a mosca andasse sempre numa determinada área do espaço, virando-se ao chegar muito perto de uma das paredes e seguindo uma direção previsível”. O passo seguinte foi observar como a mosca organizava o movimento do seu corpo em diferentes condições visuais, incluindo a escuridão total.

Aplicando o conhecimento a cérebros maiores

Com estes novos dados, quais os próximos passos? Para responder a essa pergunta, Eugenia acredita que isto é apenas o começo: "O efeito preventivo do feedback visual que observamos sugere fortemente a presença de interações bidirecionais entre os sinais da medula espinhal e os circuitos visuais no cérebro, assim a próxima etapa para nós é compreender esta interação bidirecional em diferentes

comportamentos. De um modo mais geral, estes fluxos de informações interconectados entre o corpo e o cérebro não afetam apenas o controlo das correções de movimento, mas também criam percepção e o sentido de identidade. Por exemplo, em certas condições psiquiátricas, como quando um paciente não consegue reconhecer os seus próprios membros, existem estados específicos em que essas interações bidirecionais foram fragmentadas.”

A palavra final cabe a Tomás, que se prepara para defender a sua tese de doutoramento: “Os próximos passos deste trabalho são a identificação dos circuitos neurais onde convergem estas fontes de informação e a investigação de como estas interagem para guiar o comportamento do animal”.

Estudo
Numa investigação conjunta entre o Instituto de Biossistemas e Ciências Integrativas (BioISI) da Ciências ULisboa, a CIC...

A principal conclusão deste estudo permite um avanço no conhecimento sobre quimioterapias com óxidos de molibdénio e realça as nuances pelas quais os sucessivos equilíbrios de pH controlam a ação oncocida aparente do {Mo7}. Este trabalho abre ainda o caminho para novas rotas terapêuticas na quimioterapia.

Os investigadores conseguiram demonstrar por via computacional como se manifesta a reação de inserção de água no grupo fosfo-éster por ação do [Mo2O8]4- e ainda a incapacidade do hepta-molibdato {Mo7} ativar diretamente a reação.

Este trabalho foi desenvolvido no BioISI Ciências ULisboa, no âmbito do projeto “In Silico Bionanosolutions”, liderado por Adrià Gil Mestres, e contou com a participação de Frederico F. Martins, Ángel Sánchez-González e Nuno A. G. Bandeira. Outros parceiros da equipa são José Lanuza, Xabier Lopez e Haralampos Miras. O projeto teve como instituição proponente a Associação para a Investigação e Desenvolvimento de Ciências (Fciências.ID) e foi financiado no valor de € 238 756,96, ao abrigo do concurso para financiamento de projetos de investigação científica e desenvolvimento tecnológico em todos os domínios científicos - 2017.

Os resultados desta investigação “Probing the Catalytically Active Species in POM-Catalysed DNA-Model Hydrolysis” foram publicados em abril de 2021 na revista europeia de química Chemistry A European Journal.

 

 

 

Exposição patente até 20 de setembro na Escola de Medicina da Universidade do Minho
A exposição “Uma Visita à História da Diabetes no Centenário da Descoberta da Insulina” está em exibição na cidade de Braga,...

Esta mostra tem como objetivo divulgar uma nova perspetiva sobre a insulina, através de uma viagem aos principais marcos históricos relativos ao tratamento da diabetes desde o antigo Egipto até 1921, o ano da descoberta da insulina.

Nos anos 80 do século XX, a insulina passou a ser totalmente comparticipada pelo Serviço Nacional de Saúde, o que permitiu que grande parte da população tivesse acesso a este tratamento, sendo este um dos destaques da exposição. Em Portugal, a figura de Ernesto Roma, um médico nascido no Minho, assume um papel determinante, pois foi o responsável pela introdução do conceito de educação terapêutica no tratamento com insulina das pessoas com diabetes e é a si que se deve a criação da primeira associação de diabetes do mundo, a Associação Protectora dos Diabéticos de Portugal (APDP). Uma instituição que ao longo dos seus 95 anos de história tem mantido alta a bandeira de respeito pelas pessoas com diabetes e de defesa da sua autonomia e integração social.

No dia 13 de setembro haverá uma conversa sobre a insulina e a diabetes, que contará com a participação de Luís Gardete Correia (Presidente da Fundação Ernesto Roma e médico da APDP), de Filipa Ribeiro (investigadora do ICVS) e Marina Gonçalves (diretora do Centro de Medicina Digital P5) no auditório A1.05, na Escola de Medicina, num evento moderado pelo Núcleo de Estudantes de Medicina da UMinho. A partir das 11h a sessão pode ser acompanhada presencialmente ou através da transmissão no canal de YouTube daquela universidade.

A exposição irá permanecer na Universidade do Minho até ao dia 20 de setembro. Para mais informações, consulte o link www.100anosinsulina.pt.

 

 

Sessão realiza-se a 15 de setembro
As crianças têm sempre muita energia e curiosidade, essencialmente nos primeiros anos de vida, o que os torna mais suscetíveis...

Sob o mote “Primeiros Socorros ao Recém-Nascido”, Heloísa Ferreira, Enfermeira na área da Saúde Materna e Obstetrícia, guiará esta sessão dedicada à partilha de conhecimentos sobre como evitar os contratempos e gerir os incidentes. Depois desta sessão, todos os papás estarão preparados para prestar os melhores primeiros socorros nos primeiros imprevistos que afetam a vida dos seus bebés. 

A MasterClass tem também como objetivo ajudar as futuras mamãs a saberem quais os nutrientes que não podem mesmo faltar na sua própria alimentação. Na sessão que se segue “Os nutrientes essenciais na alimentação de todas as grávidas”, Carla Gomes, Nutricionista, irá apresentar a função de cada nutriente e a sua importância no desenvolvimento do bebé. As grávidas também descobrirão quais os alimentos onde encontrarão os melhores nutrientes e como os poderão inserir na sua rotina alimentar.

A sessão terminará com um pequeno debate, onde todas as participantes poderão partilhar as suas experiências e ver esclarecidas todas as dúvidas em relação à necessidade de saber prestar os primeiros socorros e aos cuidados com a sua alimentação. 

 

Sessões online gratuitas
A gravidez é um período alimentado por grandes expectativas com a chegada do bebé e o momento do parto. Para assinalar o Dia da...

Parto normal ou cesariana? Quando é recomendado fazer indução do parto? Como diferenciar uma contração verdadeira de uma “falsa”? Quais os sinais do trabalho de parto? O que fazer se rebentar as águas? Dúvidas como estas, muito comuns, principalmente junto das mães de primeira viagem, serão respondidas pelo Enfermeiro José Portugal, especialista em saúde materna e obstétrica, no próximo dia 14 de setembro (inscrições disponíveis aqui). Ainda nesta sessão, a Enfermeira Gisélia Machado, especialista em saúde materna e obstetrícia, vai ensinar a relaxar os músculos do pavimento pélvico com uma massagem perineal para prevenir lacerações no momento do parto.

A hidratação durante a gravidez será um dos tópicos a abordar na sessão do dia 16 de setembro (inscrições disponíveis aqui) sob o tema “Benefícios da água mineralizada na gravidez, na amamentação e no alívio das cólicas do bebé”, com o contributo da Enfermeira Célia Pinheiro, enfermeira em pediatria e conselheira em aleitamento materno. Para os pais que já tiveram a oportunidade de viver a experiência da maternidade/paternidade pela primeira vez, Eva Barros, autora do podcast Muito me Contas, ajudará na missão de explicar a chegada de um irmão. Haverá ainda oportunidade de participar numa aula prática de “Pilates em casa”, com a personal trainer Sandra Sousa.

E porque o pai deve assumir um papel ativo durante a gravidez, parto e pós-parto, no dia 21 de setembro (inscrições disponíveis aqui), a Enfermeira Sara Paz, especialista em saúde materna e obstetrícia, vai apoiar os pais a perceberem como podem atuar durante o trabalho de parto e partilhará dicas práticas sobre o que fazer para tornar esse momento mais acolhedor. Esta sessão vai contar ainda com a presença da Enfermeira Davina Ferreira, especialista em saúde materna e obstétrica, para explicar “Contacto pele a pele entre mãe e bebé: porque é tão importante para o vínculo afetivo?”.

Nestas sessões, os pais vão ficar também a perceber tudo sobre as duas fontes de células estaminais do sangue do cordão umbilical e a sua utilidade no tratamento de mais de 80 doenças. Para esclarecer as dúvidas mais comuns sobre o processo de guardar ou doar estas células, estará presente um especialista em células estaminais da Crioestaminal. Os futuros pais inscritos poderão usufruir da oferta de vales em marcas de puericultura e a possibilidade de acederem aos conteúdos da plataforma 24 horas depois da transmissão.

As sessões online das Conversas com Barriguinhas realizam-se todas as semanas e têm como objetivo ajudar as grávidas portuguesas a preparar a chegada do seu bebé, a partir do conforto da sua casa.

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