Inquérito da APCOI
A Associação Portuguesa Contra a Obesidade Infantil (APCOI), de acordo com os dados do Instituo de Financiamento da Agricultura...

A APCOI apurou também que apenas 19,8% (61), integram a Rede Portuguesa de Municípios Saudáveis e realizou um inquérito para avaliar o grau de consciencialização de diversas autarquias, relativamente à prevalência da obesidade infantil em Portugal.

 O inquérito realizado pela APCOI, no contexto nacional de eleições autárquicas em que nos encontramos, contou com a participação de 126 municípios e concluiu que 85,5% (106) revelaram desconhecer qual a prevalência de crianças com obesidade ou pré-obesidade no seu concelho e apenas 26,6% (33) têm um plano municipal de prevenção para a obesidade infantil.

 Preocupada com o aumento generalizado de peso das crianças no último ano, motivado pelo encerramento das escolas devido à pandemia da Covid-19, a APCOI organizou recentemente um encontro de autarquias com o objetivo de travar o aumento da obesidade infantil, através da implementação do projeto de prevenção “Heróis da Fruta”, em simultâneo com o Regime europeu de distribuição de fruta, hortícolas e leite nas escolas, em todos os municípios nacionais até 2025.

Apenas 34,7% (43) dos municípios participantes no encontro autárquico já tinham implementado nas suas escolas o projeto “Heróis da Fruta” em anos letivos anteriores.

 Até ao momento, já houve 40 municípios a aderir ao projeto “Heróis da Fruta” para o ano escolar que está agora a começar. As inscrições abriram no início de setembro e podem ser feitas até dia 16 de outubro, gratuitamente, através do formulário disponível no site: www.heroisdafruta.com.

 

 

 

 

Na maioria dos casos
Pouco conhecida, a Colangite Biliar Primária é uma doença crónica rara, do foro imunológico que afet

Não se sabe ao certo o que a provoca, no entanto, admite-se que “as características de ambiente hormonal serão decisivas na a facilitação imunológica para a sua ocorrência”, daí que a Colangite Biliar Primária afete, sobretudo, o sexo feminino. “Não é contagiosa nem se pensa que seja provocada por algo em particular”, acrescenta Guilherme Macedo, Gastrenterologista. 

Segundo o especialista, esta doença é frequentemente diagnosticada entre os 40 e os 60 anos, no entanto, chama a atenção para o facto de que “ao fazerem-se analises sanguíneas hepáticas especificas, deteta-se por vezes em idades mais jovens, incluindo durante a gravidez”.  Isto porque, explica o médico, a doença é, geralmente, assintomática e silenciosa.

“O sintoma principal pode ser o cansaço inexplicável ou o prurido. Muitas doentes começam por ser consultadas por dermatologistas. O prurido por vezes é muito incapacitante, levando a feridas na pele, “sinais de coceira”, revela. No entanto, há casos em que predominam os sintomas articulares, “concomitantes a doenças reumatismais imunes a que frequentemente a CBP se associa”.

Tratando-se então de uma doença que pode passar despercebida durante anos, a melhor forma de a detetar “é através de uma análise de sangue, simples, que se faz em qualquer laboratório e qualquer médico a pode solicitar”. Segundo Guilherme Macedo, “a análise mais importante é a fosfatase alcalina”. “Há uma outra análise, muito específica, solicitada numa segunda fase, que ajuda de modo muito decisivo ao diagnóstico: são os anticorpos antimitocondriais”, acrescenta.

Apesar do seu prognóstico ser favorável “quando diagnosticada numa fase assintomática e se inicia de imediato tratamento”, estima-se que em 15 a 20% dos casos mais avançados podem surgir complicações graves. “Quando existe evidencia de sofrimento avançado do fígado, com cirrose e a denominada descompensação hepática, em que a única solução viável é a transplantação”, este prognóstico é mais sombrio.

Após este diagnóstico, e no caso de o doente já ter cirrose, este terá de fazer vigilância através de uma ecografia de 6/6 meses, toda a vida. “Existem vários testes sanguíneos que podem permitir saber se existe cirrose ou não. Mas o mais fiável é uma técnica que se assemelha à ecografia chamada de Fibroscan® (elastografia hepática). Outro exame fundamental é a ecografia abdominal e por vezes é necessário recorrer a uma biópsia hepática para definição e caracterização mais completa da situação”, esclarece o especialista.

Quanto ao tratamento, que serve para manter a doença sob controlo, este consiste “na utilização de medicamentos, como o ácido ursodesoxicólico ou o ácido obeticólico, que modificam as características da bile e da imunologia héptica”.

A Sociedade Portuguesa de Gastrenterologia estima que, em Portugal, existam cerca de mil pessoas com esta doença. Apesar de ter tratamento, o caracter silencioso faz com que se possa tornar perigosa. “Mesmo as doenças raras do fígado podem ser facilmente diagnosticadas, identificadas e tratadas em tempo útil. O silêncio não garante a saúde do fígado, é necessário precaução e atenção regular para adivinhar e entender como o nosso fígado se comporta”, salienta Guilherme Macedo, Gastrenterologista. 

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Nota: 
As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico, Enfermeiro, Farmacêutico e/ou Nutricionista.
Anemia durante a gravidez é potencialmente perigosa
A carência de ferro é a causa mais frequente de anemia, condição com uma prevalência na população portuguesa de cerca de 20%....

A deficiência de ferro tem uma maior prevalência nas mulheres do que nos homens. Há fases da vida da mulher em que as necessidades de ferro são acrescidas: durante a adolescência com o aparecimento da menstruação e, particularmente, durante a gravidez, com uma prevalência de anemia de cerca de 54%. 

Na gravidez, a carência em ferro ocorre muito frequentemente devido a um aumento fisiológico de cerca de 35% da massa de glóbulos vermelhos (eritrócitos) e um aumento de 40 a 50% do volume plasmático. Há, igualmente, um aumento progressivo das necessidades de ferro durante o 2º e 3º trimestres da gravidez, devido ao desenvolvimento do feto, da placenta e tecidular materno. Por outro lado, podem ocorrer perdas normais de sangue e, por vezes, hemorragia durante o parto.   

A anemia durante a gravidez é potencialmente perigosa, porque pode provocar alterações importantes no desenvolvimento cognitivo do bebé e associa-se a desfechos perinatais desfavoráveis. 

A carência de ferro é um problema muito comum para a mulher e de extrema importância. As situações comuns que implicam maior necessidade de ferro devem ser vigiadas e devidamente corrigidas, com destaque para infância, adolescência e gravidez, onde o défice pode ter consequências muito graves. Existem atualmente inúmeras alternativas para a suplementação com ferro. O uso do ferro heme é uma mais-valia, porque permite aumentar a adesão devido a menores efeitos secundários, com uma taxa de absorção entre os 15% a 35%, que é superior ao ferro não heme (normalmente o mais utilizado). 

O ferro é um mineral essencial, importante para várias funções do organismo. Contribui para a formação normal de glóbulos vermelhos e de hemoglobina, e para o transporte normal de oxigénio no organismo. O ferro contribui, ainda, para um normal metabolismo produtor de energia e para a redução do cansaço e da fadiga. 

A carência de ferro no organismo pode fazer sentir-se através de alguns sinais como cansaço, tonturas, dores de cabeça constantes ou exaustão. 

Recomendações
A saúde visual é fundamental e tem um impacto direto na qualidade da condução. Em Portugal, segundo a Direção Geral da Saúde,...

As alterações visuais podem afetar a condução: a fadiga visual causada por uma visão reduzida pode levar à confusão e riscos na estrada. Os checkups são fundamentais para detetar e controlar possíveis alterações visuais.

A catarata é uma das patologias oculares que mais afetam a condução. A catarata ocorre quando o envelhecimento natural do olho faz com que o cristalino se torne opaco, dificultando a visão, mesmo com o uso de óculos. O inquérito europeu "More to See", para analisar o impacto da catarata na qualidade de vida, mostra que 8 em cada 10 indivíduos com mais de 60 anos de idade, com catarata, ignoram parcial ou completamente o que é esta patologia, referindo a visão turva como o principal sintoma. O estudo revelou também que os inquiridos se mostram preocupados com a possibilidade de a perda de visão afetar a sua independência e qualidade de vida.

Outra condição visual que afeta a condução é a presbiopia. Este erro refrativo surge porque o cristalino, a lente natural do olho, torna-se menos elástica e, portanto, menos capaz de focar imagens a diferentes distâncias.

Recomendações para a saúde visual associada à condução:

1.      Faça exames visuais com regularidade, pelo menos uma vez por ano. É também importante verificar a graduação, caso utilize óculos.

2.      Use óculos de sol apropriados para evitar o encandeamento na estrada.

3.      Evite o excesso de velocidade, que pode afetar o campo de visão e a capacidade de reação.

4.      Faça uma pausa de duas em duas horas. Descansar os olhos é essencial para reduzir a fadiga visual.

5.      Evite horas de pouca luminosidade, em particular se já sofrer de alguma alteração visual.

Após uma cirurgia ocular, siga todas as recomendações do profissional da visão, sobretudo se este recomendar uma pausa na condução durante um determinado período de tempo. A condução obriga a uma exigência visual que pode ser prejudicial para a recuperação.

Pela APCL, SPH e Gilead
Projeto em neoplasias de células B maduras será distinguido.

No Dia Mundial do Linfoma, 15 de setembro, às 18h30, a Associação Portuguesa Contra a Leucemia (APCL) e a Sociedade Portuguesa de Hematologia (SPH), com o apoio da Gilead Sciences, vão entregar 15 mil euros ao projeto de investigação vencedor da 3.ª edição da bolsa “Building Future Knowledge in mature B cell malignancies”. A cerimónia decorrerá na sede da APCL, em Lisboa.

O projeto vencedor vai ser distinguido com a atribuição de uma bolsa no valor de 15.000€, destinada à implementação da respetivo projeto de investigação na área das neoplasias de células B maduras no prazo de um ano. 

Nas candidaturas recebidas nesta edição da bolsa “Building Future Knowledge in mature B cell malignancies” foi valorizada a componente interdisciplinar dos projetos e a colaboração entre instituições dedicadas ao estudo das áreas de tratamento, diagnóstico, epidemiologia, impacto sociológico da doença e melhoria da qualidade de vida do doente. 

Os projetos foram avaliados por um júri composto por Maria Gomes da Silva, diretora do Serviço de Hematologia do Instituto Português de Oncologia (IPO) de Lisboa, Mário Mariz, diretor do Serviço de Onco-Hematologia do IPO do Porto, e por João Raposo, diretor do Serviço de Hematologia do Centro Hospitalar de Lisboa Norte.

A cerimónia, que irá decorrer nas instalações da APCL em Lisboa, vai contar com a presença de Manuel Abecasis, presidente da APCL, João Raposo, presidente da SPH, e Claúdia Delgado, diretora médica da Gilead.

Até 17 de setembro
A Pfizer apoia iniciativas independentes com Bolsas de Investigação no valor de 2 milhões de dólares na área da dermatologia.

Está a decorrer o processo de Submissão de Propostas a um Programa Competitivo de Bolsas promovido pela Pfizer, com um valor de financiamento até 250 mil dólares por bolsa atribuída (valor total estimado é de até 2 milhões de dólares). As submissões consideradas para financiamento deverão integrar-se enquanto Quality Improvements com foco em Dermatite Atópica e/ou Alopecia Areata.

Os projetos deverão ser submetidos até dia 17 de setembro de 2021. Apenas serão aceites as propostas que sejam submetidas nos prazos indicados.

Posteriormente, os projetos serão analisados por um painel de revisores da Pfizer, que irão selecionar os projetos para financiamento. A Pfizer não tem influência sobre nenhum aspeto dos projetos e apenas solicita relatórios sobre os resultados e o impacto dos mesmos, para partilha pública.

Estas bolsas estão inseridas no programa Pfizer Global Medical Grants (GMG), criado para apoiar iniciativas independentes, com o objetivo de melhorar os resultados em saúde e responder a necessidades médicas não satisfeitas, alinhadas com a estratégia científica da Pfizer.

Mais informações em: Understanding Healthcare Disparities in Atopic Dermatitis and Alopecia Areata Patients

Âmbito Geográfico: Global

Área de interesse: Dermatite Atópica e/ou Alopecia Areata

Área de interesse específica: Este Programa Competitivo de Bolsas pretende apoiar projetos com foco na disparidade de cuidados de saúde em populações de doentes sub-representadas com Dermatite Atópica e/ou com Alopecia Areata, com especial atenção para a melhoria dos cuidados de saúde, o acesso e a utilização dos recursos de saúde.

Uma história real de vida e de morte
A impressionante história da Inês ultrapassa a da própria vida, tocando não só aqueles que sofreram uma doença grave e os que...

Há crianças com um coração tão puro que fazem a diferença no mundo. Esta é a história de uma delas.

Um livro verdadeiro que mudará a sua vida.

Quando nasceu a desejada Inês, resultado do amor infindável dos seus pais, ninguém poderia esperar o que se seguiria. Se os primeiros tempos da bebé pareciam uma história de encantar, um inesperado problema de saúde atingiu a família quando menos esperavam. E nenhum casal está preparado para que a sua filha tenha uma doença grave e corra risco de vida.

Os primeiros anos da bebé foram passados entre o Hospital Dona Estefânia e o Hospital de Santa Marta, numa constante luta pela sobrevivência. A Inês esperou pelo transplante de coração com um sorriso contagiante e uma enorme vontade de viver. Pais, equipa médica e outras crianças foram descobrindo com a pequena guerreira que eram uma equipa e que nunca poderiam desistir. E como a Inês dizia: «Nunca perder a esperança e nunca deixar de sorrir são sempre a solução para mudar o destino.»

Os direitos deste livro revertem para a Liga dos Amigos do Hospital de Santa Marta.

A Escada para o Céu é uma edição Farol (17,69€ | 336 pp.) e as primeiras páginas estão disponíveis para leitura aqui.

 

Inscrições abertas até 27 de setembro
O programa de educação médica MatcH the Guidelines está de regresso para uma sétima edição, a segunda dedicada à Hematologia. A...

Destinado a hematologistas e internos da especialidade, o MatcH the Guidelines tem como objetivo promover, através da resolução de casos clínicos ficcionados, o conhecimento de guidelines nacionais e internacionais no tratamento de neoplasias hematológicas. Os casos clínicos foram desenvolvidos por médicos da especialidade e revistos por uma comissão científica independente, formada pela Prof. Maria Gomes da Silva (IPO Lisboa), Prof. Cristina João (Fundação Champalimaud) e Prof. António Almeida (Hospital da Luz).

Quinzenalmente será libertado um novo caso clínico para resolução na plataforma interativa do MatcH the Guidelines, num total de quatro casos que incidem sobre diferentes neoplasias hematológicas: leucemia linfocítica crónica (LLC), mieloma múltiplo (MM), linfoma difuso de grandes células B (LDCB) e leucemia mieloide aguda (LMA).

Cada caso clínico terá um conjunto de questões de escolha múltipla, a ser respondidas com base em guidelines, recomendações ou outros artigos científicos. Após a realização dos quatro casos serão apurados os dois grandes vencedores do MatcH the Guidelines, distinguidos com 5.000€ e 2.000€ em apoio à educação médica.

Criado em 2016, o MatcH the Guidelines conta já com várias edições em diferentes especialidades médicas, como a Gastroenterologia, Pediatria e Reumatologia. No total, o programa já envolveu cerca de 360 participantes na resolução de 30 casos clínicos. 

As inscrições para a segunda edição do MatcH the Guidelines na Hematologia podem ser feitas até dia 27 de setembro em http://www.matchtheguidelines.com/

Mês de sensibilização dos Cancros do Sangue
"Invisível até ser demasiado visível" é o mote da campanha que pretende alertar para os sintomas e para um...

No mês de setembro,  altura em que se  assinala a consciencialização para as doenças hemato-oncológicas, a farmacêutica Takeda, em parceria com as associações de doentes Associação de Apoio aos Doentes com Leucemia e Linfoma (ADL), Associação Portuguesa Contra a Leucemia  (APCL) e Associação Portuguesa de Leucemias e Linfomas (APLL), lançam a campanha “Invisível até ser demasiado visível”, com os hashtags #cancrodosangue #ateserdemasiadovisivel.

“Invisível até ser demasiado visível” pretende sensibilizar os portugueses para a necessidade de estarem atentos aos sintomas e para o diagnóstico precoce. O objectivo da campanha é informar as pessoas sobre as doenças hemato-oncológicas e o seu impacto, dar visibilidade às associações de doentes e ao apoio que estas pdoem dar aos doentes e seus cuidadores.

Existem vários tipos de cancros do sangue, sendo o linfoma, o mieloma e a leucemia, os mais comuns.

Em Portugal a incidência de Linfoma de Hodgkin é de 2,6 casos por 100.000 habitantes e de Linfoma Não Hodgkin de 10,5 casos por 100.000 habitantes, sendo diagnosticados anualmente cerca 300 novos casos/ano de Linfoma de Hodgkin e cerca de 1.700 novos casos de Linfoma não Hodgkin1

O Mieloma Múltiplo é a segunda neoplasia hematológica mais comum, a seguir ao linfoma não-Hodgkin, sendo que, por ano, surgem em Portugal cerca de 400 novos casos de Mieloma Múltiplo2

Anualmente morrem 635 portugueses com mieloma múltiplo e 1/4 dos doentes com este problema morre no prazo de um ano após o diagnóstico.3

Referências:

1) GLOBOCAN 2012 v1.0, Cancer Incidence and Mortality Worldwide: IARC. Lyon, France: International Agency for Research on Cancer; 2013. Disponível em: http://globocan.iarc.fr/Pages/fact_sheets_population.aspx

2) https://www.apll.org/doencas-e-tratamentos/doencas-do-sangue/doencas-malignas-do-sangue-mais-frequentes/mieloma-multiplo/

3) https://www.rtp.pt/noticias/pais/mieloma-multiplo-mata-635-portugueses-t...

Entrevista
A Distrofia Muscular de Duchenne é a doença neuromuscular mais frequente na infância.

O que é a Distrofia Muscular de Duchenne e qual a sua incidência em Portugal? Qual o número de casos registados?

A Distrofia Muscular de Duchenne é uma doença rara, genética, incluída no grupo das doenças neuromusculares. A sua incidência em Portugal, que segue os mesmos padrões europeus, está calculada em um caso para cada 3500 nascimentos do sexo masculino. Segundo as últimas projeções, haverá, em Portugal, entre 1200 e 1500 casos. O número exato só poderá ser determinado quando for possível juntar todos os registos, que estão dispersos pelas diversas unidades hospitalares que seguem estes doentes, seja em idade pediátrica ou na idade adulta.

Quais os principais sintomas?

O sintoma mais comum, é a falta de força. No entanto, e a ele associados, surgem as quedas frequentes, a dificuldade em subir escadas, o cansaço fácil, uma estranha hipertrofia dos gémeos (mais conhecidos como a barriga das pernas), pouca apetência para a atividade física, como andar de bicicleta ou correr, etc.

Em que idade surgem as primeiras manifestações da doença?

A idade dos primeiros sintomas, depende muito da severidade da doença e da capacidade de observação dos pais, ou dos familiares. Podemos dizer que, hoje, depende também do conhecimento e da avaliação pediátrica, feita pelo médico assistente. De uma maneira geral, as crianças portadoras começam a manifestar dificuldades mais visíveis, entre os 4 e os 5 anos. Isso acontece quando se pretende que elas acompanhem os amigos da escola, na educação física, ou em outras atividades mais exigentes.

Como é feito o seu diagnóstico? É uma doença fácil de diagnosticar ou quando surgem os primeiros sintomas, estes podem ser facilmente desvalorizados?

O diagnóstico pré sintomático da Distrofia de Duchenne só é feito se for conhecido um histórico da doença na família. Por exemplo, se a mãe for portadora de uma alteração genética, mesmo que assintomática ou, se houver irmãos mais velhos atingidos.

Para uma despistagem inicial, basta a realização de uma análise ao sangue, conhecida por CPK (Creatinofosfoquinase). A confirmação e o detalhe do diagnóstico, deverá ser feita através de análise genética, seguida de uma consulta de genética médica.

O aparecimento dos primeiros sintomas, tende a não ser desvalorizado uma vez que a criança sente dificuldades crescentes e, cada vez mais notórias. Essa evolução determinará o encaminhamento para uma consulta de neuropediatria, por parte do médico assistente.

A que sinais deve a família estar atenta?

A família deve estar atenta, sobretudo, aos pormenores. Sempre que a criança manifesta um cansaço recorrente, ou cai sem razão aparente. De uma maneira geral, quando se percebe que as questões físicas, consideradas normais para uma criança de 3, 4 ou mesmo 5 anos, como por exemplo andar de bicicleta, correr, saltar, nadar ou qualquer atividade que exija alguma força muscular, não a entusiasmem, podem ser consideradas como um sinal. É muito importante relatar tudo ao médico.

Quais as causas da Distrofia Muscular de Duchenne?

Todas as pessoas consideradas saudáveis, produzem uma proteína que é responsável pelo bom funcionamento dos músculos – A distrofina. Na Distrofia de Duchenne, esta, pode estar totalmente ausente, ser de má qualidade ou ser produzida em quantidades insuficientes para que as fibras musculares de todo o corpo sejam suficientemente fortes. Resumidamente, esta é a principal causa.  

Não tendo cura, em que consiste o tratamento? Tem existido investigação na área?

É verdade. A DMD não tem, ainda, cura. Os tratamentos considerados mais eficazes centram-se, sobretudo, na área da reabilitação. Quando efetuadas por profissionais, conhecedores destas patologias, a fisioterapia, hidroterapia, terapia ocupacional, entre outras, são as terapias que conseguem os melhores resultados, quando executadas com muita regularidade. Apesar de alguns efeitos secundários, considerados pouco relevantes, a utilização de corticoides também tem permitido uma progressão mais lenta da degradação muscular, permitindo uma atividade física mais prolongada.

Esta doença, é das mais investigadas em todo o grupo de doenças neuromusculares. Há mais de vinte anos, a aposta na terapia celular representava uma enorme esperança. Nos dias de hoje, fruto do enorme avanço na investigação em terapia genética, é possível pensarmos que, em breve, poderá haver boas notícias. Não necessariamente uma cura, mas, tratamentos mais eficazes.

Quais as principais dificuldades sentidas por estes doentes e suas famílias? Após o diagnóstico, onde podem estas famílias obter apoio?

As principais dificuldades centram-se, sobretudo, na falta de apoio psicológico à família, para enfrentar o pós-diagnóstico. Tratando-se de uma doença progressiva, toda a sua evolução é rodeada de necessidades de ajudas técnicas, cuja atribuição e financiamento estão longe de ser os ideais, apesar de haver legislação que o permita.   

O que falta fazer em termos de conhecimento da doença e na descoberta ou acesso a tratamentos que melhorem a qualidade de vida destes doentes?

Como atrás referi, esta doença é das mais investigadas do mundo. Julgo, por isso, que a grande questão que se coloca é a de uma abordagem multidisciplinar mais efetiva e alargada a todas as unidades hospitalares que acompanham estes doentes, em todas as fases da sua evolução. É urgente a criação de Centros de Referência, ligados à Rede Europeia, para que, de uma forma mais integrada, mais profissional e com regras uniformes, se sigam as recomendações internacionais relativas ao acompanhamento de doentes em idade pediátrica e na fase adulta.

Quais as principais complicações da doença? E qual o seu prognóstico? De que forma esta doença impacta a vida destes doentes e suas famílias?

A doença é acompanhada por várias dificuldades. Para além das já mencionadas, juntam-se as dificuldades respiratórias, cardíacas e alimentares. O posicionamento degrada-se, pelo aparecimento de escolioses precoces e as contraturas provocam retrações tendinosas muito difíceis de superar.

Esta degradação constante, que causa uma sensação de impotência à família mais próxima, tem um impacto muito severo na vida de um casal, que vê alterados todos os projetos de vida. Grande parte da intervenção social, deve ser feita nesta área.

De um modo geral, quais os cuidados a ter no decurso da doença?

Ao nível dos cuidados, devem ser priorizados todos aqueles que permitam manter alguma esperança e ação. Sobretudo, aqueles que fomentem a normalidade, a integração do doente na sociedade e a construção de um projeto de vida equivalente às suas limitações. A inclusão, deve ser a palavra de ordem.

No âmbito do Dia Mundial para a Consciencialização da Distrofia Muscular de Duchenne, que mensagem gostaria de deixar?

As mensagens que este dia pretende deixar, são muitas. Mas, dado que se trata de um dia de consciencialização para a doença, a mensagem principal é a de que, todos juntos, podemos mudar a vida destas pessoas.

Nota: 
As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico, Enfermeiro, Farmacêutico e/ou Nutricionista.
Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra acolhe a ação formativa Day at the Cath Lab
A Associação Portuguesa de Intervenção Cardiovascular (APIC) vai promover a iniciativa formativa Day at the Cath Lab (D@CL),...

“Cerca de 50 por cento das angioplastias são realizadas em contexto de síndromes coronárias agudas e os outros 50 por cento são em síndromes coronárias crónicas. Alguns destes doentes têm risco elevado, ligado não só com a complexidade do tratamento coronário, mas também com a complexidade clínica”, afirma Marco Costa, coordenador do Laboratório de Hemodinâmica do Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra.

Além da situação clínica de risco de muitos doentes, Marco Costa refere que, por vezes, também a própria angioplastia se reveste de grande complexidade, obrigando a técnicas especiais de maior risco. “Sempre que possível devemos tratar estes casos de forma eletiva, preparando-os antecipadamente e discutindo-os em heart team. Temos que ponderar outras possibilidades de tratamento, nomeadamente cirúrgicas, pensar no melhor suporte farmacológico e, depois, propor o melhor tratamento ao doente e aos familiares”, afirma Marco Costa, justificando assim a importância e pertinência da escolha do tema.

E acrescenta: “O Impella é um dispositivo que já usamos há alguns anos no nosso laboratório, e é bastante simples de utilizar. Contudo, tem indicações e contraindicações. É importante discutir o caso e ter uma equipa treinada e disponível para dar apoio durante e após a intervenção.”

Carlos Braga, cardiologista de intervenção e responsável pela iniciativa D@CL da APIC, afirma que os avanços na Medicina em geral e na Cardiologia em particular têm permitido aumentar a esperança média de vida da população. “Como consequência, cada vez é mais frequente realizarem-se procedimentos de intervenção coronária percutânea em doentes idosos ou com mais comorbilidades, que apresentem doença coronária complexa e um elevado risco cirúrgico”, refere.

E desenvolve: “Nestas circunstâncias, os dispositivos de suporte circulatório mecânico são um complemento fundamental à revascularização percutânea, permitindo um procedimento mais seguro e eficaz. O Laboratório de Hemodinâmica do Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra, pela experiência que tem, será um excelente anfitrião para a divulgação e ensino desta técnica.”

De acordo com o responsável pela iniciativa, “o D@CL pretende promover ações de formação práticas e dinâmicas, com o objetivo de adquirir ou partilhar conhecimento em procedimentos inovadores e complexos. É uma iniciativa que também permite aos cardiologistas de intervenção conhecerem o dia a dia de um laboratório de hemodinâmica do país, num ambiente informal, hands on e de proximidade.”

Coordenado por Marco Costa, o Laboratório de Hemodinâmica do Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra conta, atualmente, com cinco salas de Hemodinâmica, duas em cada polo e uma sala híbrida na cirurgia cardíaca. Os profissionais do espaço fazem, anualmente, cerca de 1.500 intervenções coronárias, cerca de 200 intervenções valvulares e 100 intervenções estruturais não valvulares. Fazem parte do quadro 55 profissionais de saúde, entre médicos, enfermeiros, técnicos de Cardiopneumologia, técnicos de Radiologia e assistentes operacionais.

A Associação Portuguesa de Intervenção Cardiovascular (APIC), uma entidade sem fins lucrativos, tem por finalidade o estudo, investigação e promoção de atividades científicas no âmbito dos aspetos médicos, cirúrgicos, tecnológicos e organizacionais da Intervenção Cardiovascular. Para mais informações consulte: www.apic.pt.

Testemunho de uma doente com Lúpus
Chamo-me Isabel Marques e tenho 51 anos de idade.

Pois é, vivo com dor permanente há 17 anos associada à minha doença autoimune - o lúpus.  Neste último ano e meio, em que todos vivemos com esta pandemia, tem sido tremendo o impacto na minha saúde e o agravamento da mesma devido a todas as condicionantes envolvidas.  Muitas vezes dou por mim a pensar até quando vou aguentar.  Isolei-me de tudo e todos. Foi no silêncio da minha dor e junto do mar que consegui ter alguma paz e onde fui encontrando a minha serenidade para poder continuar a viver.

A dor cansa, mastiga, dói e é invisível aos olhos da nossa sociedade…. Poucas pessoas entendem o que é viver assim. Fui arranjando alicerces de proteção para me poder focar apenas em coisas positivas, que promovam equilíbrio e que não desgastem a minha energia da qual tanto preciso para continuar a construir os meus sonhos dia a dia.

“O meu refúgio, lugar da minha alma, o mar”

Mesmo contra todas as marés e tempestades, aprendi apenas a valorizar o momento e o agora.

Aquilo que tenho vindo a perceber é das coisas tão profundas pelas quais eu tenho passado e que por vezes nem dou conta que me faz crescer como ser humano: a dor faz-nos crescer.

Aprendi que falar pode aliviar minhas dores emocionais.

Aprendi que se leva anos para se construir confiança e apenas segundos para destruí-la.

Aprendi que o que importa não é o que eu tenho na vida, mas quem eu tenho na vida.

Aprendi que não importa até onde eu chegue, mas para onde estou a ir.

Aprendi que vou levar muito tempo para me tornar a pessoa que quero ser.

Aprendi que eu posso ir mais longe depois de pensar que não posso mais.

Aprendi que ter paciência requer muita prática.

Aprendi que existem pessoas que me amam, mas simplesmente não sabem como demonstrar isso.

Aprendi que nem sempre é suficiente ser perdoado por alguém, tenho que aprender a perdoar a mim mesmo primeiro.

Aprendi que não importa em quantos pedaços meu coração está partido. O mundo não vai parar para o consertar se não for eu mesma a fazê-lo por mim.

Apenas aprendi...

É muito importante saber estudar a nossa dor e sabermos tudo sobre a mesma e o que a pode causar, é muito importante sermos um membro ativo da nossa equipa de saúde. A minha dor de 1 a 10 está sempre entre o (8 e 10.) Todos os dias tenho desafios.

Seguir sempre os conselhos médicos e perguntar foi sempre algo que sempre fiz, para que me pudessem esclarecer e para que eu pudesse estar informada. Muitas vezes pelo medo de voltar às urgências vou adiando a minha ida… já são muitos anos nisto e estou cansada de agulhas espetadas.  Penso sempre nas minhas prioridades e das coisas que eu ainda quero fazer, focando-me sempre nos meus objetivos em vez de me focar nas minhas limitações diárias. Todos os dias sonho poder um dia ter os meus netos nos braços e todos os dias faço questão de comemorar os meus progressos e vitórias.

“A maior conquista da minha vida é estar em paz “

A minha vida começa todos os dias e peço ao meu tempo que me deixe continuar a viver, pois quero abraçar a vida todos os dias.

Por detrás do meu sorriso está a minha história de sobrevivência, junto do meu silêncio que tanto me ajuda.

Um agradecimento de coração a todos os meus médicos, quantas vezes foi no conforto dos seus abraços que aliviaram a minha dor.

 

 

Nota: 
As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico, Enfermeiro, Farmacêutico e/ou Nutricionista.
Oferta formativa
A Escola Superior de Enfermagem de Coimbra (ESEnfC) inicia, já em outubro, três cursos de mestrado com novos planos...

O curso de mestrado em Enfermagem Comunitária - Área de Enfermagem de Saúde Comunitária e de Saúde Pública tem destina-se à formação de enfermeiros para a intervenção especializada junto das comunidades, focalizada na promoção da saúde, na gestão do risco, na prevenção da doença e de acidentes, nos cuidados de (re)adaptação e de suporte.

“Enfermagem, Conceção e Profissionalidade”, “Investigação Prática Baseada na Evidência”, “Gestão de Pessoas, Cuidados e Qualidade”, “Ética e Deontologia”, “Enfermagem Comunitária e de Saúde Pública”, “Políticas de Saúde e Governação clínica em Cuidados de Saúde Primários” e “Epidemiologia e Bioestatística” são as unidades curriculares do 1º semestre.

Já do 2º semestre fazem parte as cadeiras “Literacia e promoção da saúde”, “Planeamento em Saúde”, “Saúde Escolar”, “Prática Clínica de Enfermagem Comunitária e de Saúde Pública” e uma de quatro opções: “Enfermagem Familiar”, “Enfermagem do Trabalho”, “Enfermagem e Diversidade cultural /Multiculturalidade”, ou “Cuidados Continuados em Cuidados de Saúde Primários”.

Por sua vez, o curso de mestrado em Enfermagem Comunitária - Área de Enfermagem de Saúde Familiar tem como finalidade a formação de enfermeiros com vista à intervenção especializada junto das famílias ao longo do ciclo vital, ao nível da prevenção primária, secundária e terciária.

“Enfermagem, Conceção e Profissionalidade”, “Investigação Prática Baseada na Evidência”, “Referenciais Sociopolíticos e Epistemológicos em Enfermagem de Saúde Familiar”, “Modelos e Técnicas de Avaliação e de Intervenção Familiar”, Família como Unidade de Cuidados e Promoção e Vigilância da Saúde Familiar são as unidades curriculares do 1º semestre.

No 2º semestre, os estudantes terão as cadeiras “Gestão de Pessoas, Cuidados e Qualidade”, “Ética e Deontologia”, “Comunicação e Interação em Contextos de Saúde Familiar”, “Famílias em Situações de Saúde Complexas”, “Prática Clínica de Enfermagem de Saúde Familiar”.

Finalmente, o curso de mestrado em Enfermagem de Saúde Mental e Psiquiátrica apresenta, como unidades curriculares do 1º semestre, as disciplinas “Enfermagem, Conceção e Profissionalidade”, “Investigação Prática Baseada na Evidência”, “Gestão de Pessoas, Cuidados e Qualidade”, “Ética e Deontologia”, “Neuropsicopatologia”, “Fundamentos de Enfermagem de Saúde Mental e Psiquiátrica”, “Avaliação em Enfermagem de Saúde Mental e Psiquiátrica” e “Desenvolvimento Pessoal e Comunicação terapêutica”.

Fazem parte do 2º semestre as cadeiras “Modelos e Intervenções Terapêuticas em Enfermagem de Saúde Mental e Psiquiátrica”, “Enfermagem de Saúde Mental ao Longo do Ciclo Vital” e “Intervenções de Enfermagem de Saúde Mental e Psiquiátrica em Diferentes Contextos”, bem como um “Estágio de Enfermagem de Saúde Mental e Psiquiátrica”.

Em todos estes cursos de mestrado, o 3º e último semestre está reservado para uma de três opções – estágio com relatório, trabalho de projeto ou dissertação –, sendo que o estágio com relatório é condição para o reconhecimento pelo órgão regulador da profissão, Ordem dos Enfermeiros, do título profissional de especialista. O período de candidaturas termina no dia 8 de setembro.

Mais informações podem ser obtidas no sítio da ESEnfC na Internet, em www.esenfc.pt (menu Estudar/Cursos/Mestrados), ou junto dos Serviços Académicos da instituição ([email protected])

 

Situação Epidemiológica
Desde ontem foram registados perto de 2.000 novos casos de infeção pelo novo coronavírus e seis mortes em território nacional....

A região Centro foi aquela que registou maior número de mortes, desde o último balanço: três de seis. Seguem-se a região de Lisboa e Vale do Tejo com duas mortes e a região Norte com um óbito a assinalar. 

De acordo com o boletim divulgado hoje pela DGS, foram ainda diagnosticados 1.822 novos casos. A região Norte foi aquela que registou a maioria dos casos, nas últimas 24 horas: 630, seguida da região de Lisboa e Vale do Tejo com 586 novas infeções. Desde ontem foram diagnosticados mais 297 casos na região Centro, 90 no Alentejo e 205 no Algarve. Quanto às regiões autónomas, o arquipélago da Madeira conta agora com mais 13 casos e os Açores, um.

Quanto ao número de internamentos, há atualmente 681 doentes internados, menos 14 que ontem.  Também as unidades de cuidados intensivos têm agora menos quatro doentes internados, relativamente ao último balanço: 136.

O boletim desta sexta-feira mostra ainda que, desde ontem, 2.464 pessoas recuperaram da Covid-19, elevando para 983.063 o total daqueles que conseguiram vencer a doença desde o início da pandemia.

No que diz respeito aos casos ativos, o boletim epidemiológico divulgado hoje pela DGS, revela que existem 43.309 casos, menos 648 que ontem.  As autoridades de saúde mantêm sob vigilância menos 533 contactos, estando agora 43.520 pessoas em vigilância.

Dia Mundial da Saúde Sexual assinala-se a 4 de setembro
Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS) a adolescência é o período que ocorre entre os 10 e os

A relutância em falar sobre sexualidade com os filhos é ainda um fator limitante, e de uma vergonha protelada no tempo, causando alguma ansiedade quer por parte dos pais, quer por parte dos filhos. Se lhes conseguimos passar um conjunto de experiências e conhecimentos em outros domínios da vida, porque é que abordar a sexualidade é muitas vezes um tema adiado sem data limite para ser discutido?

Não precisamos necessariamente de marcar um dia na agenda para abordar o tema, são várias as interações que podem funcionar como gatilho para abordar o tema com naturalidade e veracidade. Segundo a Academia Americana de Pediatria a comunicação sobre sexualidade deve começar a ser feita a partir dos 11 anos de idade. Esta comunicação não deverá acontecer como um único ato isolado, mas como resultado de várias interações, ao longo dos anos, durante conversas quotidianas, de forma a que sejam dadas respostas claras sempre que estas situações surgirem (por exemplo, uma notícia sobre uma violação, campanhas publicitárias, sexting). O objetivo passa sobretudo por elucidar e reforçar conceitos que serão memorizados e mais tarde desenvolvidos a nível cognitivo.

Falar de sexualidade não é sinónimo exclusivo de falar sobre sexo. É muito mais amplo. É de importância extrema abordar diferentes tópicos como: as emoções, as mudanças físicas no corpo, o respeito mútuo, a intimidade, o consentimento, o prazer, o amor, autoestima, e ainda todas as informações e explicações técnicas e alertas.

Desde muito cedo devemos chamar os órgãos sexuais pelos seus nomes verdadeiros (pénis, testículos, vagina, vulva, clítoris). Ao usarmos o eufemismo a informação que é recebida é que essas partes do corpo são constrangedoras e vergonhosas. O uso dos termos anatómicos corretos beneficia em termos de desenvolvimento de autoestima, sensação de segurança, mas também de orgulho e respeito. A melhor abordagem é aquela que é clara, factual e aberta.

É recomendado que os pais comecem por falar nas alterações físicas, abordando as alterações hormonais, morfológicas e emocionais. Adolescentes informados serão adolescentes preparados: é bem mais saudável estar preparado do que surpreso para estas mudanças, desde o odor corporal, ao crescimento dos pelos púbicos, ao crescimento das mamas...). As visitas a profissionais de saúde também podem ajudar quer pais, quer adolescentes a perceberem as fases normais da puberdade.

Todo e qualquer adolescente é vulnerável à rejeição, à violência ou assédio, especialmente adolescentes com orientação sexual ou identidade de género estereotipadas pela sociedade. Estas situações quer através dos meios de comunicação social ou da escola são oportunidades para abrir discussão familiar sobre as diferenças, sem que sejam feitas suposições de que o filho seja isto ou aquilo. Estas temáticas abordadas de forma clara e respeitosa sobre o apoio incondicional têm um efeito positivo em todos os adolescentes, sejam eles heterossexuais, lésbicas, gays, bissexuais ou transgéneros. Em qualquer orientação sexual ou identificação de género deve ser expresso o amor incondicional.

A masturbação deve ser também incluída nestas discussões. Além de ser normal é sinal de boa saúde. É uma excelente forma de descobrir a própria sexualidade, de expressar naturalmente os impulsos sexuais e satisfaze-los, sem risco de gravidez e de infeções sexualmente transmissíveis (IST) - desde que não haja partilha de objetos entre pares - e com inúmeros benefícios a nível de regulação emocional.

Quando surgem os relacionamentos a estratégia deverá passar pelo passo a passo, ao invés de se fazer tudo de uma vez. Abordando novamente a importância do respeito mútuo, e a diminuição de riscos maiores, a título de exemplo a relação sexual com penetração, apresentando duplo risco: gravidez e IST. E neste sentido deverá ser incentivado o uso de métodos contracetivos, dando a conhecer as várias possibilidades, quer na prevenção de uma gravidez indesejada, quer na prevenção de IST. Ao contrário das crenças populares, fornecer informações sobre anticoncepção e de emergência não aumenta a atividade sexual, ajuda sim a prevenir gravidezes indesejadas.

O adolescente deve ser estimulado a expressar claramente a sua discordância, os seus desejos e o respeito pelo próprio ritmo. Havendo ainda uma articulação com a importância de pedir permissão antes de tocar noutra pessoa ou iniciar uma atividade sexual. Os adolescentes devem ser incentivados a abordar os aspetos positivos das suas relações, como o respeito, a descoberta do outro e de si mesmo, a intimidade, o prazer e a ternura, permitindo que se preparem para os primeiros e novos relacionamentos, ajudando-os a reconhecer o que é e o que não é aceitável.

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Nota: 
As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico, Enfermeiro, Farmacêutico e/ou Nutricionista.
3 e 4 de setembro
A Associação Portuguesa de Podologia (APP) reúne-se hoje, sexta-feira, dia 3, e amanhã, sábado, dia 4, naquele que é o XVI...

“Este congresso demonstra a resiliência da podologia. Mesmo num contexto de dificuldades, em consequência da pandemia COVID-19, o congresso realiza-se com todas as condições de segurança e isso para nós é muito gratificante. Nestes dois dias pretendemos dar mais formação aos nossos podologistas para que a resposta aos nossos doentes seja mais diferenciadora, inovadora. Igualmente pretendemos que a podologia se afirme junto da sociedade clínica e científica, das sociedades médicas e também da população em geral, pois, quem ganha, é a saúde pública e a população em geral”, refere Manuel Portela, presidente da APP.

A iniciativa, dirigida a podologistas e que, este ano, reúne 200 participantes, junta à mesa especialistas de Portugal, Espanha e também EUA que vão debater novos conceitos, tratamentos e últimas inovações científicas nas áreas de Podiatria Infantil, Dermopodiatria, Podiatria Desportiva, Biomecânica e Ortopodiatria, Podiatria Clínica, Podiatria Cirúrgica e Pé Diabético.

Em parceria com a Universidade de Barcelona, a Podiatria Infantil é a primeira especialidade a merecer reflexão. “Vamos contar com a presença de duas professoras da Universidade de Barcelona que vão falar sobre o pé da criança, um tema muito especial e muito importante. É precisamente nos primeiros passos, quando se começa a gatinhar e andar, que devemos ter um olhar atento ao pé da criança”, antecipa o presidente da APP.

Segundo Manuel Portela, em Portugal, ainda existe “muito desconhecimento” sobre a importância do pé na idade infantil. “Ainda encontramos muitos casos que são negligenciados aos 10, 12, 14 e 16 anos. Quando é procurada uma resposta, fruto de alguma alteração, dor ou posicionamento menos correto, percebe-se que essa preocupação deveria ter existido mais cedo. Há ainda falta de consciencialização e educação quanto à problemática do pé infantil”, constata.

A Dermopodiatria será, por sua vez, debatida por “uma equipa multidisciplinar”. “A relação de proximidade entre podologia e dermatologia é fundamental para podermos dar uma boa resposta aos doentes. A podologia tem uma intervenção mais direcionada para a área do pé, e é importante que os podologistas saibam quais são os sinais e sintomas que têm, muitas vezes, origem a nível sistémico”, justifica Manuel Portela.

A sinergia entre podologistas e dermatologistas deve ser diária e contínua. “A psoríase é um exemplo do quão é relevante haver esta ligação. É uma patologia que tem forte atingimento a nível do pé e das unhas do pé, e que, muitas vezes, pode não ter mais nenhuma manifestação a nível do corpo humano”.

A Podiatria Desportiva será também, neste congresso, alvo de reflexão entre os especialistas nacionais. “Vamos ter uma mesa multidisciplinar que vai abordar novos conceitos e tratamentos na área da patologia do pé traumático e do desportista. Temos algumas inovações nomeadamente naquilo que é área da reabilitação e traumatologia do pé do desporto”, antecipa o presidente da APP.

Mestre em Biomecânica pelo Colégio de Medicina Podiátrica da Califórnia, EUA, o professor e médico norte-americano Kevin A.Kirby junta-se à iniciativa trazendo um olhar atualizado na área da Biomecânica, a qual está também em destaque. “Temos de perceber que o pé é o suporte do organismo humano e, portanto, qualquer alteração que possamos ter vai ter implicações e alterações a nível de postura e movimento humano”, lembra Manuel Portela.

Já no sábado, dia 4, as atenções dos especialistas nacionais e internacionais voltam-se para a Podiatria Clínica e o Pé Diabético.

“Em Portugal gastamos mais de 30 milhões por ano em amputações, estima-se que se gaste mais de 20 milhões de euros em tratamentos de feridas crónicas, úlceras e feridas crónicas do pé. A diabetes e o pé diabético são das causas de maior internamento e duração mais prolongada”, aponta o presidente da APP.

Para o podologista, a prevenção é determinante para o alcance de uma redução de custos que, diz, atingem “mais de 50 milhões de euros, por ano”.  “No que respeita a despesas diretas com o pé diabético falamos em mais de 50 milhões de euros por ano. Consegue-se reduzir estes custos com investimento na área da prevenção das amputações”, adverte sublinhando que “é prevenindo as amputações” que se consegue “melhorar a qualidade de vida do doente” e “evitar que venha a sofrer um grau de incapacidade de 70 a 80 por cento, e, que após uma amputação, o impedirá de ter uma atividade normal e laboral”.

Para Manuel Portela, a redução da taxa de amputações “é fundamental bem como o tratamento de úlceras do pé diabético”. “É preciso dar-se atenção aos doentes com diabetes, diagnosticar os pés diabéticos, classificá-los, criar vias verdes para tratar o pé diabético e criar consultas de podologia no SNS nomeadamente nos cuidados de saúde primários”.

Para Manuel Portela, a valorização da podologia, junto das entidades de saúde, governo e da sociedade na identificação dos podologistas, enquanto profissionais essenciais no sistema de saúde português, é necessária e urgente. “É fulcral incluir os podologistas nas consultas, ou criar consultas de podologia e multidisciplinares nos cuidados primários, para que os doentes diabéticos e com pé diabético possam ter uma resposta. Um doente com pé diabético não pode estar à espera de uma consulta no hospital durante um ou dois meses pois, até lá, ou é amputado ou morre! E esta é a realidade que temos no nosso país”.

O XVI Congresso Nacional de Podologia conta com a participação de Laura Perez Palma, Marta Vinyals, Orlando Monteiro da Silva, Osvaldo Correia, Liliana Avidos, Aida Moreira, Paulo Amado, Duarte Pinheiro, Kevin A.Kirby, André Maia Silva, João Martiniano, Ricardo Dias, Filipe Rodrigues, Luciana Garcia Santos, Liliana Sousa, Jani Magalhães, Cristina Cunha, Joana Ferreira, Helena Grenha, Esther Garcia-Morales, Miguel Oliveira, Elisabete Silva, Ivo Brochado e Manuel Portela.

Para mais informações: www.xvicongressonacionalpodologia.admeus.pt

Museu do Oriente preparou um programa com três atividades focadas na saúde e bem-estar
O final das férias e o regresso ao trabalho trazem de volta rotinas e stress. Para contrabalançar isso, o Museu do Oriente...

O convite para alinhar o corpo e a mente com os ritmos da natureza é feito através do workshop Yoga para o Outono. Uma sessão que se realiza a 18 de setembro, Sábado, e que integra práticas de Hatha Yoga e Yoga Nidra, direcionadas para a estação outonal que está prestes a começar, de forma a melhor acolher a sua chegada e a perceber como adaptar o corpo e a mente às transformações externas.

Da mesma forma que todos os animais e plantas na natureza se adaptam às estações do ano, os seres humanos também têm essa necessidade. O Outono é uma estação que incentiva a libertação de tudo aquilo que já não serve, e que prepara para o recolhimento e interiorização do final do ano. O Yoga é uma prática que ajuda neste sentido.

No dia 18 de setembro, de manhã, também se realiza o workshop Plantas Medicinais do Ayurveda, que conta com o apoio da Embaixada da Índia e que vai dar a conhecer as principais aplicações destas plantas e conceitos como sabor, qualidade e potência.

Esta sessão promete uma viagem no tempo até o século XVI, tendo como cenário a Índia, e convida a revisitar a obra do naturalista Garcia de Orta à luz do texto ayurvédico Bhāvaprakāśa.

A terceira experiência dedicada à saúde e bem-estar é o curso Mindfulness Based Stress Reduction (MBSR), que ensina os participantes a desenvolverem competências de gestão de comportamentos, emoções e pensamentos. Inclui uma sessão de 1h30 de orientação, a decorrer no dia 21 de setembro, e oito sessões semanais de 2h30m, com início em 28 de setembro, onde se vão desenvolver práticas meditativas, exercícios conscientes suaves baseados no Yoga, interações entre o grupo e práticas para desenvolver a consciência na vida do dia-a-dia. O programa é ainda completado por um retiro de silêncio de seis horas, terminando a 16 de novembro.

Os benefícios da Mindfulness consistem na redução da ansiedade, cansaço e desânimo que se sente na rotina diária. Também proporciona uma melhoria a nível de energia, resiliência, capacidade de responder a situações difíceis, qualidade de sono, memória e um aumento de concentração e produtividade.

Todas as atividades são realizadas em formato online. É necessária inscrição, disponível em museudooriente.pt.

 

 

Covid de Longa Duração
Um estudo de larga escala britânico concluiu que até uma em cada sete (14%) crianças ainda pode ter sintomas 15 semanas depois...

Segundo Terence Stephenson, professor de saúde infantil e principal autor do estudo, "é reconfortante observar que os números [agora apresentados] são inferiores aos piores cenários previstos em dezembro passado. No entanto, não são de menor importância”

O estudo foi publicado como pré-impressão e ainda não foi revisto pelos pares.

Para esta análise, os investigadores contactaram jovens com idades compreendidas entre os 11 e os 17 anos a partir da base de dados dos resultados dos testes realizados pela Public Health England, de janeiro a março de 2021. Enviaram questionários a 220 000 jovens e receberam 17 000 respostas.

Esta análise preliminar incluía 3065 jovens que tinham testado positivo para SARS-CoV-2 e uma coorte correspondente de 3739 que tinham testado negativo. Ambos os grupos preencheram questionários detalhados três meses após o seu teste.

Os investigadores descobriram que 15 semanas após o teste de PCR, 66,5% das pessoas que tinham testado positivo e 53,3% das que tinham testado negativo tinham um ou mais sintomas. Cerca de 30% dos que tinham testado positivo para a Covid-19 tinham três ou mais sintomas, em comparação com 16% dos que testaram negativo. Isto permitiu aos investigadores concluir que 14% das pessoas que testam positivo para a Covid-19 têm sintomas persistentes. Os sintomas mais relatados foram dores de cabeça e cansaço.

O Comité Misto de Vacinação e Imunização do Reino Unido (JCVI) está atualmente a decidir se deve alargar a vacinação a todos os jovens entre os 12 e os 15 anos.

Liz Whittaker, professora clínica sénior em doenças infeciosas pediátricas e imunologia no Imperial College de Londres, já informou que "não é claro neste momento se a vacinação vai prevenir os casos de Covid de longa duração e o JCVI vai basear a sua decisão no risco de doença severa e no risco da vacina."

 

Centro de Controlo e Prevenção de Doenças dos Estados Unidos
Segundo o Centro de Controlo e Prevenção de Doenças dos Estados Unidos (CDC), são observados menos casos de Covid-19 entre as...

Rochelle Walensky, diretora dos CDC, explicou, em conferência de imprensa, que os dados de 99 municípios de 14 estados do país, bem como do panorama nacional, de dois estudos que vão ser publicados esta sexta-feira, mostram que os casos positivos, as consultas nas urgências e as hospitalizações foram mais baixos em áreas com maior taxa de vacinação.

Agora que as aulas presenciais recomeçaram nas escolas do país, a preocupação sobre a possibilidade de as crianças contraírem a Covid-19, está a aumentar entre os pais.

Devido ao avanço da variante delta, a diretora do CDC sublinhou que, embora estejam a ver mais casos de menores como em outras faixas etárias, os estudos mostram que não houve aumento de casos graves entre crianças.

Para já Rochelle Walensky, encoraja as escolas a seguir as recomendações do CDC sobre o uso de máscaras por alunos, professores, funcionários e visitantes da escola.

 

O principal epidemiologista do Governo dos Estados Unidos, Anthony Fauci, disse esta quinta-feira que estão a monitorizar &quot...

"Estamos a prestar atenção, mas não a consideramos uma ameaça imediata neste momento", disse Fauci durante uma conferência de imprensa com a equipa de resposta à Covid-19 da Casa Branca, citado pela agência Efe.

A variante Mu, que foi detetada em 39 países, foi considerada "de interesse" pela Organização Mundial de Saúde (OMS), o que implica que será monitorizada para saber se tem mutações que podem modificar a forma como é transmitida, torná-la mais contagiosa ou reduzir a eficácia das vacinas atualmente utilizadas para prevenir a Covid-19.

Fauci salientou que a presença desta variante no país não está "nem perto de ser dominante", ao contrário da variante Delta que, disse, é dominante em "mais de 99%" do território norte-americano.

O responsável disse ainda que a variante Mu "tem uma constelação de mutações que sugere que iria iludir certos anticorpos, não só anticorpos monoclonais, mas anticorpos induzidos pela vacina e soro de convalescença".

No entanto, sublinhou que as vacinas "ainda são bastante eficazes contra as variantes".

Esta quarta-feira, a Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS) indicou que a variante Mu foi detetada na Colômbia e com transmissão comunitária "esporádica" na Costa Rica e no Equador.

 

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