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O que é a Hidrocefalia?

Atualizado: 
26/12/2019 - 15:01
É uma condição conhecida como a existência de "água no cérebro". Esta “água” é na verdade líquido cefalo-raquidiano (LCR), ou líquor. Este é o líquido responsável por proteger e hidratar as principais estruturas do sistema nervoso central, o cérebro e a medula espinal. É produzido no cérebro e habitualmente absorvido pela corrente sanguínea, renovando-se.
Hidrocefalia

A Hidrocefalia ocorre quando há um desequilíbrio entre a produção e absorção do líquor pela corrente sanguínea ao nível dos ventrículos cerebrais. Quando a produção é superior à absorção, o líquor acumula-se no cérebro, geralmente sob pressão elevada.

No recém-nascido, devido à condição dos ossos do crânio, ainda não completamente desenvolvidos e unidos, o aumento da pressão faz com que a cabeça aumente de tamanho. A Hidrocefalia é quase sempre associada à forma aberta de Spina Bífida denominada de mielomeningocelo sendo que a percentagem de crianças que evidencia as suas patologias em simultâneo é de aproximadamente 80%.

Tratamento da Hidrocefalia
Muitos tratamentos têm vindo a ser experimentados e testados, tendo-se comprovado que o mais eficaz no tratamento da Hidrocefalia é a inserção de um Shunt VP (ventrículo-peritoneal). O shunt VP é um tubo de silicone que inserido no crânio, drena o líquido cefalo-raquidiano excedente dos ventrículos laterais para o peritoneu onde é reabsorvido. Como referido atrás, a maioria das crianças com mielomeningocelo apresentam em simultânea hidrocefalia.

Quando isto se verifica, o que habitualmente ocorre nas primeiras 48 horas após o encerramento do mielomeningocelo através de intervenção cirúrgica à nascença, procede-se então à colocação do shunt ventrículo-peritoneal, através de nova intervenção neuro-cirúrgica.

Complicações do Shunt Ventrículo - Peritoneal
Não queremos preocupa-lo! As seguintes complicações são informações adicionais para que possa estar ciente e devidamente informado. Como qualquer mecanismo artificial colocado no organismo de uma pessoa, podem existir complicações no pós-operatório. As duas mais frequentes são:

1.Bloqueio – Significa o entupimento ou bloqueio do Shunt. No recém-nascido deve estar atento a alguns sinais e sintomas como irritabilidade, aumento da temperatura, vómitos, fontanelas hipertensas. Esta complicação ocorre nos primeiros 12 meses após a inserção do Shunt. Em caso de bloqueio é necessária nova intervenção cirúrgica para reajustamento do Shunt. O importante é estar atento a alterações do comportamento do bebé. Como pais, vocês serão os melhores juízes do seu bem-estar.

2.Infecção - A infecção do shunt, pode ocorrer a qualquer momento, mas o período de maior risco é durante os dois primeiros meses. Na presença de infecção, o bebé poderá apresentar aumento da temperatura corporal, cansaço, irritabilidade, falta de apetite, erupções na pele em torno do local de inserção. Cada criança é diferente pelo que também os sinais e sintomas são diferentes, é igualmente importante que esteja atento ao comportamento geral do seu bebé e se aperceba de eventuais alterações. Se o shunt está infectado é necessário que seja retirado e é no seu lugar colocado um dreno externo para que possam ser administrados antibióticos por essa via (os antibióticos intravenosos não atravessam a barreira hematoencefálica).

Durante o período pós-operatório, é muito importante que proteger a sutura, evitar que a criança posicione a cabeça para o lado onde está inserida a válvula. Exames complementares de diagnóstico como ecografia transfontanelar e Tomografia Axial Computorizada (TAC) craneoencefálica, são utilizados para avaliar a evolução/regressão da hidrocefalia.

Fonte: 
ASBIHP
Nota: 
As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico e/ou Farmacêutico.
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