Vacinação

Prevenção, a melhor arma contra a Pneumonia

Atualizado: 
04/11/2019 - 11:50
A pneumonia é uma infeção que se instala nos pulmões e que, apesar de ser uma doença frequente, provocada por agentes infeciosos ou irritantes – bactérias, vírus, fungos e por reações alérgicas -, não se transmite com a mesma facilidade que a gripe. No entanto, ao prevenir uma, poderá estar a prevenir a outra. É o que de seguida lhe explicamos, reforçando a importância da vacinação.
Enfermeira a vacinar mulher

A maior parte das pneumonias desenvolve-se através da aspiração de bactérias que existem, habitualmente, na parte superior da nasofaringe e que se tornam agressivas em determinadas condições. Falamos de pneumonias bacterianas.

No entanto, elas podem também surgir em resultado da inalação de gotículas infetadas provenientes de outros doentes, como acontece nas chamadas pneumonias virais.

O agente mais frequente é o Streptococus Pneumoniae (pneumococo) e para o qual existe vacina que pode prevenir o desenvolvimento da doença. Deste modo, a vacina pneumococica polissacarídica polivalente, dirigida contra 23 serotipos (ou variedades) desta bactéria está recomendada na prevenção de pneumonias e infeções pneumocócitas sistémicas em indivíduos de alto risco, a partir dos dois anos de idade.

Outras bactérias como o Mycoblasma e a Legionella, ou determinados vírus podem igualmente causar um tipo de pneumonia frequentemente denominada de atípica, uma vez que nem sempre causa os sintomas clássicos de uma pneumonia, sendo até o seu tratamento diferente. Este tipo de pneumonia ocorre com maior frequência em pessoas com menos de 40 anos.

Os principais sintomas da pneumonia são a febre, tosse com expectoração, falta de ar e fadiga.

No entanto, se se tratar de uma pneumonia atípica e viral o sintoma mais comum é a tosse seca sem expectoração.

Habitualmente, o diagnóstico é feito através da auscultação e de uma radiografia ao tórax. Pode ainda ser necessária a realização de uma gasometria, caso apresente sinais de dificuldade respiratória ou de uma saturação de oxigénio baixa, e a análise ao sangue ou expectoração para que se possa identificar o micro organismo que está a causar a infeção.

O tratamento da pneumonia requer o uso de antibióticos, e poderá ter a uma duração entre os sete e os 14 dias.

Além dos antibióticos, o tratamento para a pneumonia inclui ainda repouso, ingestão de líquidos e, se necessário, aporte de oxigénio através de uma máscara ou sonda de modo a aumentar o nível de oxigénio no sangue.

O internamento hospitalar pode tornar-se necessário no caso de o doente ser uma pessoa idosa, com febre alta ou se apresentar alterações clínicas decorrentes da própria pneumonia - é o caso do comprometimento da função renal e da pressão arterial ou dificuldade respiratória grave.

Prevenção

A vacinação é a melhor forma de prevenção. Pode prevenir a pneumonia em crianças, idosos ou doentes crónicos.

De acordo o presidente da Associação Portuguesa de Pneumologia, Carlos Robalo Cordeiro “a imunização na idade adulta é uma das preocupações da Sociedade Portuguesa de Pneumologia, que apela à vacinação antipneumocócica numa faixa etária em que a doença pneumocócica se manifesta, sobretudo, sob a forma de pneumonia, uma das principais causas de morte preveníveis através de vacinação. Em Portugal, só nos hospitais, mata uma média de 23 pessoas por dia. A maioria poderá ser evitada»

Para além da vacina pneumocócica polissacarídica polivalente, que já mencionamos, existe ainda outra vacina contra a pneumonia – a vacina pneumocócica conjugada que se encontra licenciada, em Portugal, para crianças com menos de dois anos de idade.

Também a vacina contra a gripe, que é administrada uma vez por ano, ajuda a prevenir a pneumonia, uma vez que, esta infeção decorre, muitas vezes, como complicação da gripe.

Artigos relacionados

Pneumonia: tratamento é eficaz quanto mais precoce for o diagnóstico

A vacinação reduz o número de casos e de mortes por pneumonia

Os diferentes tipos de pneumonia

Autor: 
Sofia Esteves dos Santos
Nota: 
As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico, Enfermeiro e/ou Farmacêutico.
Foto: 
ShutterStock