118 mil euros
A Autoridade da Concorrência condenou a Associação Nacional de Farmácias e a Farminveste, uma empresa ligada à associação, ao...

A Lei da Concorrência estabelece a obrigação de notificação prévia à Autoridade da Concorrência (AdC) de operações de concentração que preenchem determinados critérios e impõe uma obrigação de suspensão da implementação das mesmas até obtenção da decisão final de não oposição.

“A AdC considerou que as visadas implementaram a operação de concentração antes de terem procedido à respectiva notificação formal, em desrespeito da lei”, explica em comunicado divulgado, esclarecendo ter tomado a decisão a 26 de Junho mas que esta só se tornou definitiva hoje.

À Associação Nacional de Farmácias foi aplicada uma coima de 6.879 euros e à Farminveste de quase 112 mil euros, correspondente a uma redução da coima de um terço em ambos os casos.

À Farminveste 3 – Gestão de Participações, SGPS, a AdC não aplicou qualquer coima, alegando o facto de não ter tido qualquer volume de negócios em 2013.

Colégio Especialidade
O presidente do Colégio da Especialidade de Medicina Geral e Familiar da Ordem dos Médicos classifica de “um disparate” a...

José Maria da Silva Henriques reagia, desta forma, à sugestão do Tribunal de Contas (TdC), no relatório de uma auditoria ao desempenho de Unidades Funcionais de Cuidados de Saúde Primários, de que a diminuição do tempo de consulta para 15 minutos aumentaria 37 por cento a actividade assistencial.

“Se, por hipótese de trabalho, se assumir como razoável o tempo de 15 minutos por consulta” - valor frequentemente referenciado, na literatura internacional sobre o tema – “resulta que, em 2012, teria sido possível realizar mais 10.731.215 consultas”, lê-se no relatório.

Em 2012, ainda segundo o documento, a duração média de uma consulta de medicina geral e familiar foi de 21 minutos.

José Maria da Silva Henriques reconhece que tem diminuído o tempo dedicado ao contacto directo com os doentes, mas que tal se deve “essencialmente ao sistema de registo electrónico que é muito lento. Gasta-se muito tempo”.

Sobre esta meta dos 15 minutos, o médico considera-a “um disparate” e avisa: “O médico é que sabe, pois depende do utente. Com quem entra no meu gabinete eu posso gastar dez, 20 ou 30 minutos. Sou eu que tenho de decidir e a unidade de saúde”.

Segundo o presidente do Colégio da Especialidade de Medicina Geral e Familiar da Ordem dos Médicos, para já não existe nenhuma imposição de um tempo máximo por doente.

“São medidas extremamente economicistas, decididas pela administração central, mas não pode haver imposições”, disse.

O médico considera que “existe muita burocracia” e alerta para a lentidão dos sistemas informáticos.

Na auditoria do TdC é citado um estudo, segundo o qual os médicos de família gastam mais de um terço do seu tempo diário em actividades que não o contacto directo com os doentes, como renovação de receitas ou problemas informáticos.

“Um estudo recentemente publicado conclui que os médicos de família utilizam cerca de 33,4 por cento do seu tempo diário em actividades que não o contacto directo com os utentes, metade do qual em tarefas não directamente relacionadas com os mesmos”, lê-se no documento.

Entre as tarefas extra à consulta que o estudo, citado pelo TdC, refere consta a renovação de prescrições de medicamentos, o seguimento de estudantes e internos, as reuniões/gestão do serviço e a comunicação administrativa com outros profissionais, relativa aos utentes”.

Para o TdC, alguns destes tempos são passíveis de ser reduzidos”, como o tempo que é gasto em média e por dia em comunicação administrativa (8,6 por cento), em contacto com delegados de informação médica (7,3 minutos) e com problemas informáticos (5,7 minutos).

Para José Maria da Silva Henriques, os utentes têm a percepção do tempo que os médicos utilizam, nomeadamente, com as questões informáticas: “Sentem isso e compreendem”, garante.

O TdC recomenda ao ministro da Saúde que este tome “as iniciativas apropriadas no sentido de determinar como maximizar as horas consagradas à consulta por aligeiramento da carga administrativa e não assistencial dos médicos”.

“O decorrente aumento do stock de horas permitiria equacionar uma repartição equitativa da capacidade assistencial contribuindo para a igualdade dos cidadãos no acesso aos cuidados de saúde primários”, lê-se no documento.

ARS
Os 32 postos de saúde instalados nas praias do Algarve contabilizaram, durante o mês de Julho, um total de 3.670 atendimentos,...

O atendimento nestes postos de praia é garantido pela Cruz Vermelha Portuguesa entre as 10:30 e as 19:30, até ao dia 14 de Setembro, ao abrigo do Plano de Verão 2014, sendo que os casos que assim o justifiquem são encaminhados para outras unidades de saúde, adiantou a Administração Regional de Saúde (ARS)/Algarve em comunicado.

Do total dos atendimentos registados em Julho foram realizados 2.139 tratamentos, 799 medições de pressão arterial, 354 atendimentos por picadas de peixe-aranha e insectos, 135 testes de glicemia e 166 administrações de injecções, tendo sido encaminhados 77 casos para outras unidades de saúde.

Do total de atendimentos registados durante este período, a maioria dos utentes (68,9%) não são residentes no Algarve (os estrangeiros representaram 15,2%), tendo sido os postos de saúde de Armação de Pera, da Ilha da Culatra, de Monte Gordo e de Quarteira os que registaram o maior número de atendimentos.

De acordo com a ARS/Algarve, os recursos afetos aos postos de saúde de praia são potenciados através da comunicação por telefone entre os enfermeiros dos postos e o Centro de Orientação de Doentes Urgentes (CODU) do INEM, permitindo uma integração adequada com o dispositivo pré-hospitalar.

Os Serviços de Urgência Básica (SUB) de Lagos, Albufeira, Loulé e Vila Real de Santo António, o serviço de urgência médica e cirúrgica do hospital de Portimão e o serviço de urgência polivalente do hospital de Faro vão estar em funcionamento permanente, acrescenta.

Traumatismos por quedas, escoriações, equimoses, picadas de peixe-aranha, golpes de calor, queimaduras solares e indisposições, resultantes de abusos de exposição ao sol, são algumas das principais ocorrências registadas todos os anos nos postos.

O Departamento de Saúde Pública e Planeamento (DSPP) da ARS/Algarve IP, tem igualmente em curso, até 30 de Setembro, o Plano de Contingência para as Temperaturas Extremas Adversas.

Estudo
Segundo um estudo nacional que envolveu 1200 portugueses, realizado no passado mês de Maio, 56% da população portuguesa, entre...

A actividade física resulta, muitas vezes, em movimentos repetitivos e intencionais de determinados grupos musculares. Esta repetição de movimentos pode levar à ocorrência de lesões, como por exemplo distensões, entorses ou contusões após impacto traumático. 49% refere que as costas são a zona mais afectada, seguindo-se a dor no pescoço e nos ombros.

De acordo com o estudo, aquando destas lesões, apenas 40% consulta o seu médico de família e 22% vai a um especialista. A maioria dos jovens automedica-se e os medicamentos mais utilizados são: medicamentos orais (como por exemplo comprimidos) e geles, para aplicar com massagem.

O Verão e o calor despertam a vontade de praticar exercício físico, quer seja pelo clima favorável ou até pela maior disponibilidade do tempo proporcionado pelos períodos de férias. No entanto, a ocorrência de lesões também aumenta o que leva consequentemente, à dor.

Tiago Carvalhinho, Fisioterapeuta do Hospital São Francisco Xavier, refere que “para uma prática saudável de exercício, cada indivíduo deve ter a consciência das suas capacidades e condição física actual. Para que possa evitar lesões musculares ou articulares deve preparar-se fisicamente para a actividade a que se propõe realizando uma adaptação ao treino de uma forma progressiva e regular. Não deve iniciar a prática desportiva com actividades de grande impacto. Deverá começar por realizar um treino de baixa intensidade e média duração, evoluindo depois para um de maior intensidade. Não devemos querer fazer numa semana o que outros fazem durante meses”.

Siga os conselhos
A raiva é um sentimento normal e que qualquer pessoa já experienciou.

É certo que a raiva não é um sentimento agradável e quando se diz que pode até ser saudável, é porque em casos de frustração em relação a alguma tarefa mal executada, a raiva controlada pode levar a querermos fazer mais e melhor aperfeiçoando assim as aptidões de cada um.

Como em muitas coisas na vida, quando levada ao extremo a raiva pode ser um sentimento bastante negativo e prejudicial para a saúde.

A dor, a injustiça, as críticas ou a frustração são apenas alguns dos factores que podem desencadear o sentimento de raiva. Os níveis de intensidade variam de pessoa para pessoa, pois algo que irrita severamente alguém pode ser apenas aborrecido para outro.

A raiva descontrolada e constante poderá levar a problemas de saúde físicos e mentais. Para lidar da melhor maneira com este problema procure seguir estes conselhos:

1.Fale com os seus amigos e deixe-os serem uma ajuda
Deve procurar ajuda junto daqueles que considera serem os seus pilares no seu grupo de amigos. Os amigos são isso mesmo, para o bom e para o mau podemos contar com eles. Os conselhos de alguém que está de fora podem ser preciosos e mais racionais. Eles estarão lá para apoiá-lo e juntamente consigo procurar a melhor solução para controlar a raiva que possa sentir em relação a alguma coisa que o tenha afectado. Não guarde tudo apenas para si, conversar faz bem e alivia o stress.

2.Quebre os momentos de raiva
Respire fundo, conte até 20, pense primeiro antes de dizer alguma coisa, encontre um espaço onde possa voltar à estabilidade antes de tomar uma decisão a quente da qual se possa vir a arrepender. Estas são apenas algumas sugestões do que pode fazer, encontre a sua e utilize-a sempre que precisar.

3.Faça exercício físico
O exercício físico é um excelente meio para aliviar o stress e funciona da mesma maneira para a raiva.

4.Tente colocar-se do outro lado
Se a raiva tem origem em algo que outra pessoa fez ou disse, procure ver a situação do lado dessa mesma pessoa. Se existir alguma razão lógica, esta poderá ser a única maneira de o perceber e ultrapassar esse sentimento.

5.Saiba perdoar
Saber perdoar é uma virtude. Lembre-se que não pode esperar que as pessoas se comportem exactamente como queremos. Em momentos de raiva conseguir perdoar vai fazê-lo sentir-se melhor e muito provavelmente irá fazer com que a outra pessoa o reconheça como alguém a quem deve respeitar e tratar de maneira correcta.

6.Existem muitas coisas bem mais importantes do que a raiva
Por vezes a raiva pode tornar uma pessoa cega ao ponto de não pensar em mais nada. Lembre-se que existe todo um mundo à sua volta. Os amigos, a família, aquilo que realmente  lhe dá prazer em fazer, estas sim são as coisas que devem ocupar o seu pensamento e não o resto.

7.Imagine a vida sem alguma raiva
Imagine que a raiva é como se fosse um condimento picante e que serve apenas para apimentar a sua vida. Afinal de contas se corresse sempre tudo à nossa maneira e fosse tudo perfeito a vida poderia ser bastante monótona, não acha?!

8.Oiça com atenção antes de responder
Não deixe que o sentimento de raiva se antecipe. Oiça com atenção o que os outros têm para lhe dizer. Assim terá maior probabilidade de ser assertivo na sua resposta, evitando posteriormente um sentimento de raiva maior, por uma má decisão gerada pela sua raiva.

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As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico e/ou Farmacêutico.
Qual a sua importância?
Vulgarmente conhecida como “limpeza dentária”, a destartarização é muito importante para uma boa saú
Higiene oral

Sempre realizada por um profissional, dentista ou higienista, a destartarização consiste na remoção da placa bacteriana e tártaro das superfícies dentárias, reduzindo a acumulação de bactérias e prevenindo eventuais inflamações gengivais.

O que é a placa bacteriana?
A placa bacteriana é uma pelicula, composta por bactérias e saliva, que se forma em todas as superfícies do dente. Os ácidos que são produzidos pelas bactérias da placa bacteriana atacam o esmalte dos dentes.

O que é o tártaro?
A placa bacteriana ao solidificar dá origem ao tártaro. Ao criar esta camada sólida, torna mais difícil a sua remoção, apenas com a higiene oral feita em casa com escova dentária. Nesta fase, é de extrema importância recorrer a um profissional para que seja removido.

O tártaro pode ser supra e sub-gengival, sendo que o primeiro, devido ao facto de  estar visível, é o que preocupa mais as pessoas por causa da estética. É todavia o menos preocupante, em termos de saúde oral e pode ser facilmente retirado com recurso a instrumentos vibratórios utilizados em clinicas dentárias.

O tártaro sub-gengival encontra-se entre a gengiva e a raiz do dente e já requer a utilização de instrumentos manuais para a sua remoção. Quando não retirado, torna-se num factor propício a doenças das gengivas, acabando por levar á destruição dos ligamentos que unem o dente à gengiva e ao osso, causando a perda óssea e a consequente perda dentária.

Após realizada a remoção do tártaro, segue-se um polimento de todas as superfícies dentárias de modo a tornar mais difícil nova aglomeração de placa bacteriana nos dentes.

A destartarização deve ser feita com alguma regularidade, pois, é também através dela que se conseguem prevenir algumas doenças gengivais como a gengivite e a periodontite. Existem pessoas com maior tendência à formação de tártaro, fazendo com que a necessidade de recorrer a este tipo de intervenção seja em intervalos de tempo mais curtos.

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O que são?
Como o nome indica, um medicamento à base de plantas é um produto farmacológico cuja preparação deri
Medicamentos naturais

Dada a crescente utilização deste tipo de produtos no espaço comunitário, houve a necessidade de criar normas específicas para que a maioria destes produtos conseguisse cumprir os requisitos mínimos de eficácia e segurança, iguais aos que devem demonstrar os restantes medicamentos para obterem uma Autorização de Introdução no Mercado (AIM).

Assim, as recentes directivas europeias responderam à necessidade de harmonizar as regras distintas existentes nos vários Estados-Membros criando a possibilidade dos medicamentos à base de plantas serem colocados no mercado de uma forma eficaz e segura.

Através de um Registo de Utilização Tradicional (RUT), um procedimento simplificado controlado em Portugal pelo Infarmed e desde que cumpram um conjunto de requisitos, podem ser comercializados sob a forma de medicamento tradicional à base de plantas os produtos que cumulativamente e de um modo geral:

  • Tenham indicações exclusivamente adequadas a medicamentos tradicionais à base de plantas e se destinem a ser utilizados sem a vigilância de um médico;
  • Se destinem a ser administrados de acordo com uma dosagem e posologia especificadas;
  • Possam ser administrados por via oral, externa ou inalatória;
  • Já sejam objecto de longa utilização terapêutica, de acordo com os dados ou pareceres de peritos que provem que o medicamento teve uma utilização terapêutica durante os trinta anos anteriores;
  • Sejam comprovadamente não nocivos quando utilizados nas condições especificadas;
  • Possam demonstrar efeitos de eficácia tendo em conta a utilização e a experiência de longa data.

Um medicamento tradicional à base de plantas, de acordo com a respectiva definição, é concebido para ser utilizado sem a vigilância de um médico pelo que, tal como os outros medicamentos não sujeitos a receita médica (MNSRM), poderá ser vendido em Farmácias e em estabelecimentos de venda de MNSRM.

Além dos requisitos previstos para qualquer medicamento, o rótulo e o folheto informativo, devem conter uma menção que refira que o produto é um medicamento tradicional à base de plantas para utilização nas indicações especificadas e que o utilizador deve consultar um médico ou um profissional de saúde se os sintomas persistirem durante o período de utilização do medicamento ou se surgirem efeitos adversos não mencionados no folheto informativo.

Definições úteis

Medicamento à base de plantas: Qualquer medicamento que tenha exclusivamente como substâncias activas uma ou mais substâncias derivadas de plantas, uma ou mais preparações à base de plantas ou uma ou mais substâncias derivadas de plantas em associação com uma ou mais preparações à base de plantas.

Substâncias derivadas de plantas: Quaisquer plantas inteiras, fragmentadas ou cortadas, partes de plantas, algas, fungos e líquenes não transformados, secos ou frescos e alguns exsudados não sujeitos a um tratamento específico, definidas através da parte da planta utilizada e da taxonomia botânica, incluindo a espécie, a variedade, se existir e o autor.

Preparações à base de plantas: Preparações obtidas submetendo as substâncias derivadas de plantas a tratamentos como a extracção, a destilação, a expressão, o fraccionamento, a purificação, a concentração ou a fermentação, tais como as substâncias derivadas de plantas pulverizadas ou em pó, as tinturas, os extractos, os óleos essenciais, os sucos espremidos e os exsudados transformados.

Fonte: 
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Alerta do Infarmed
A Generis® Farmacêutica, S. A, irá proceder à recolha voluntária do lote 0001B, do medicamento Aciclovir Generis 50mg/g, creme,...

Esta recolha surge na sequência da detecção de várias embalagens em que, após a abertura, da bisnaga, o seu conteúdo se encontrava demasiado líquido e translúcido.

Assim, o Infarmed determina a suspensão imediata da comercialização deste lote.

Face ao exposto:

- As entidades que possuam este lote do medicamento em stock não o podem vender, dispensar ou administrar, devendo proceder à sua devolução.

- Por precaução, os doentes que tenham embalagens deste medicamento não as devem utilizar. Logo que possível, devem adquirir uma embalagem pertencente a outro lote.

Ébola
O avião do exército que repatriou hoje para Madrid desde a Libéria o religioso espanhol Miguel Pajares, infectado com o vírus...

De acordo com a agência Efe, o avião. Um Airbus A310 da força aérea, chegou à base de Torrejón de Ardoz às 8:10 locais (7:10 em Lisboa).

O avião militar foi equipado com todas as medidas médicas e de segurança para evitar contágios à tripulação e ao pessoal médico que acompanhou a operação e tinha descolado à 1:30 do aeroporto de Monrovia.

A operação de repatriamento demorou mais do que o previsto porque foi necessário o transporte dos doentes desde o hospital até ao aeroporto onde deveriam estar quando a aeronave aterrou ao final da tarde na Libéria.

Os doentes serão agora transportados para o hospital Carlos III de Madrid que tem todos os protocolos de segurança activados para garantir um risco mínimo de contágio.

O surto de Ébola na África Ocidental já infectou 1.711 pessoas, das quais 932 morreram, de acordo com o mais recente balanço divulgado pela Organização Mundial de Saúde (OMS).

A febre hemorrágica provocada por este vírus é uma doença infecciosa grave identificada pela primeira vez em 1976, na República Democrática do Congo (antigo Zaire) perto do rio Ébola, daí o nome.

A doença transmite-se por contacto directo com o sangue, secreções de órgãos ou fluidos corporais de pessoas infectadas. A incubação da doença pode levar até 21 dias e a mortalidade varia entre 25% e 90%, dependendo da estirpe.

Em menos de um mês
Em menos de um mês, 135 pessoas expressaram os tratamentos que pretendem ou não receber em caso de doença através do Registo...

Dos 135 registos efectuados desde que o Registo Nacional do Testamento Vital (RENTEV) ficou disponível, a 1 de Julho, 75 encontram-se já activos, ou seja, com processo concluído. Os restantes estão a aguardar os vários passos do processo de validação.

O testamento vital tem a validade de cinco anos e pode ser efectuado através do preenchimento de um formulário próprio que está disponível nos sites das administrações regionais de saúde, no Portal do Utente e no Portal da Saúde.

Neste formulário, exige-se a identificação da pessoa, com assinatura reconhecida.

Através do testamento vital um cidadão pode manifestar “antecipadamente a sua vontade consciente, livre e esclarecida, no que concerne aos cuidados de saúde que deseja receber, ou não deseja receber, no caso de, por qualquer razão, se encontrar incapaz de expressar a sua vontade pessoal e autonomamente”.

As situações clínicas em que o testamento vital pode produzir efeitos são: quando for diagnosticada uma doença incurável em fase terminal, quando não existirem expectativas de recuperação na avaliação clínica ou em caso de inconsciência por doença neurológica ou psiquiátrica irreversível, complicada por problemas respiratórios, renais ou cardíacos.

Entre os cuidados de saúde que o cidadão pode optar por não receber consta a reanimação cardiorrespiratória, suporte artificial de funções vitais por meios invasivos, alimentação e hidratação artificiais que retardem o processo natural da morte ou a administração de sangue e derivados.

Esta possibilidade de recusar a administração de sangue e derivados é importante, por exemplo, no caso das testemunhas de Jeová, que por motivos religiosos rejeitam transfusões.

Através deste documento, o cidadão pode ainda recusar-se a ser submetido a tratamentos que se encontrem em fase experimental, bem como a participar em estudos de fase experimental, investigação científica ou ensaios clínicos.

Os médicos responsáveis pela prestação de cuidados de saúde ao doente acedem a toda a informação actualizada no RENTEV, através do Portal do Profissional da Plataforma de Dados da Saúde.

Todos os que no exercício das suas funções tenham conhecimento dos dados pessoais disponíveis no RENTEV ficam obrigados ao sigilo profissional, mesmo após o termo das suas funções.

Dezoito regiões do país
Dezoito regiões do país apresentam hoje risco muito elevado de exposição à radiação ultravioleta, informou o Instituto...

De acordo com o informou o Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA), as regiões em causa são Beja, Bragança, Castelo Branco, Coimbra, Évora, Faro, Funchal, Guarda, Lisboa, Penhas Douradas, Portalegre, Porto Santo, Sagres, Santarém, Setúbal, Sines, Viseu e Vila Real.

As regiões de Ponta Delgada, Angra do Heroísmo, Horta, Viana do Castelo, Porto, Leiria, Braga e Aveiro apresentam risco alto e Santa Cruz das Flores está com níveis moderados.

Para as regiões com níveis muito elevados, o IPMA recomenda o uso de óculos de sol com filtro ultravioleta (UV), chapéu, t-shirt, guarda-sol e protector solar e aconselha a população a evitar a exposição das crianças ao Sol.

De acordo com o IPMA, a radiação ultravioleta pode causar graves prejuízos para a saúde se o nível exceder os limites de segurança.

O índice desta radiação apresenta cinco níveis, entre o baixo e o extremo, sendo o máximo o onze.

O IPMA colocou hoje, até às 21:00, a Madeira e o Porto Santo sob aviso amarelo, o terceiro mais grave de uma escala de quatro, devido à persistência de valores elevados das temperaturas máximas.

O instituto prevê para hoje, no continente, céu pouco nublado ou limpo, apresentando períodos de muita nebulosidade no litoral oeste até ao final da manhã e para o final do dia e nebulosidade que poderá persistir ao longo do dia em alguns locais a norte do Cabo Raso.

A previsão aponta ainda para a possibilidade de ocorrerem períodos de chuva fraca ou chuviscos no litoral a norte do Cabo Mondego, em especial no Minho e Douro Litoral, vento em geral fraco, soprando moderado nas terras altas e no litoral a sul do Cabo Carvoeiro, neblina ou nevoeiro matinal e pequena subida da temperatura mínima na região norte.

Para a Madeira, prevê-se períodos de céu muito nublado, apresentando-se em geral pouco nublado nas vertentes sul e vento fraco a moderado de nordeste, soprando temporariamente moderado a forte nas terras altas, rodando para norte durante a tarde.

O IPMA prevê para os Açores céu geralmente muito nublado, períodos de chuva passando a aguaceiros, condições favoráveis à formação de neblinas durante a madrugada e manhã e vento sudoeste moderado a fresco com rajadas até 50 quilómetros/hora.

Quanto às temperaturas, Évora, Beja e Castelo Branco deverão chegar aos 34 graus Celsius, Portalegre aos 33º, Faro aos 32º, Bragança aos 31º, Lisboa, Coimbra, Viseu e Funchal aos 27º, Porto aos 24º, Braga e Guarda aos 25º e Viana do Castelo aos 23º.

Ébola
A Presidente da Libéria, Ellen Johnson Sirleaf, declarou na noite de quarta-feira o estado de emergência ao salientar que a...

“O vírus Ébola, as ramificações e as consequências da doença constituem agora um problema que afecta a existência, a segurança e o bem-estar da República, representando um perigo claro e imediato”, disse Ellen Johnson Sirleaf antes de declarar o estado de emergência que será submetido hoje ao Parlamento.

Ébola
O Presidente norte-americano considerou quarta-feira prematura a utilização do medicamento experimental para o vírus do Ébola,...

“Penso que devemos deixar que a Ciência nos guie. Acho que ainda não temos toda a informação para determinar que esse medicamento é eficaz”, disse Barack Obama, no encerramento da cimeira EUA-África, que juntou mais de 40 chefes de Estado ou de governos africanos em Washington.

Uma fórmula elaborada por um laboratório biotecnológico norte-americano e conhecida por ZMapp, apenas testada com sucesso em quatro macacos, foi ministrada a um médico e a uma missionária americanos ainda na Libéria, antes de regressarem aos Estados Unidos. Ambos os infectados registaram melhorias.

Entretanto, as autoridades sanitárias dos EUA aumentaram o nível de alerta para “1”, o mais elevado, para melhor responderem à epidemia provocada pelo Ébola, salvaguardando tratar-se de uma medida destinada a “mobilizar recursos”, tal como sucedera em 2009, aquando do surto de gripe H1N1.

O surto de Ébola na África Ocidental já infectou 1.711 pessoas, das quais 932 morreram, de acordo com o mais recente balanço divulgado pela Organização Mundial de Saúde (OMS).

A febre hemorrágica provocada por este vírus é uma doença infecciosa grave identificada pela primeira vez em 1976, na República Democrática do Congo (antigo Zaire) perto do rio Ébola, daí o nome.

A doença transmite-se por contacto directo com o sangue, secreções de órgãos ou fluidos corporais de pessoas infectadas. A incubação da doença pode levar até 21 dias e a mortalidade varia entre 25% e 90%, dependendo da estirpe.

DGS
O director-geral da Saúde, Francisco George, anunciou ontem que a vacina sazonal da gripe vai continuar gratuita, devendo estar...

Na época da gripe 2014/2015, a vacina manter-se-á gratuita para todos os cidadãos com 65 ou mais anos e para “pessoas vulneráveis residentes ou internadas em instituições, sem necessidade de receita médica ou de pagamento de taxa moderadora”, informa Francisco George num comunicado publicado no “site” da Direcção-Geral da Saúde (DGS).

Adianta ainda que estão em curso “os procedimentos necessários” para que as vacinas estejam disponíveis a partir de Outubro, em todos os serviços de vacinação, principalmente nos centros de saúde, e nas farmácias.

“Estas vacinas foram selecionadas por processos concursais e de negociação e são de marcas comerciais que também estarão disponíveis nas farmácias, a partir de Outubro, mediante receita médica e com comparticipação”, explica Francisco George

A DGS recomenda que a cobertura vacinal nos idosos seja da ordem dos 60% e lembra que as pessoas podem ser vacinadas em qualquer momento do Outono/Inverno, preferencialmente antes do final do ano.

As receitas médicas nas quais seja prescrita, exclusivamente, a vacina contra a gripe, emitidas a partir de 1 de Julho de 2014, são válidas até 31 de Dezembro de 2014.

A DGS está a coordenar a campanha de vacinação para a próxima época, trabalhando em parceria com os Serviços Partilhados do Ministério da Saúde, a Administração Central do Sistema de Saúde, o Instituto Nacional de Saúde Doutor Ricardo Jorge, as Administrações Regionais de Saúde e os Serviços Regionais de Saúde dos Açores e da Madeira.

Segundo Francisco George, está a ser preparado o sistema de informação para monitorizar a evolução da campanha e a comunicação para os profissionais de saúde e para os portugueses.

O director-geral da Saúde destaca, no comunicado, os resultados da vacinação na última época de gripe, afirmando que “foram superiores aos de anos anteriores”, com cerca de 57% dos idosos vacinados, segundo estimativas da DGS.

Na época de gripe anterior 2013/2014, a vacina foi recomendada para diversos grupos de risco e gratuita para as pessoas com idade igual ou superior a 65 anos e para cidadãos vulneráveis residentes em instituições.

Tribunal de Contas recomenda
O Tribunal de Contas recomendou a revisão do despacho do Ministério da Saúde, de Outubro de 2012, de limpeza de utentes dos...

No acórdão a que a agência Lusa teve acesso ontem, o Tribunal de Contas (TdC) concluiu, na auditoria ao desempenho de unidades funcionais de cuidados de saúde primários, que "os utentes não devem ser excluídos das listas de utentes de cada médico, simplesmente por inexistirem contactos com os mesmos durante três anos".

"A exclusão de utentes das listas de cada médico, por razões administrativas, pode não se coadunar com o carácter preventivo e de promoção da saúde que também caracteriza a actividade dos cuidados de saúde primários, justificando-se uma atitude pro activa de captação de doentes sem contactos registados", referem os juízes conselheiros do TdC.

O tribunal recomendou que o ministro da saúde, Paulo Macedo, garanta "a atribuição efectiva de médico de família a todos os utentes sem médico de família".

O despacho do secretário de Estado Adjunto do Ministro da Saúde, Leal da Costa, foi o processo encontrado pelo Governo para limpar as listas dos médicos de família.

Os utentes inscritos nos serviços de saúde foram contactados por carta, pelo Ministério da Saúde, e dispunham de um prazo de 90 dias para responder, caso contrário ficavam sem médico de família.

O TdC concluiu que falhou o objetcivo do Ministério da Saúde de atribuição de um médico de família para todos os utentes e assinalou que 1.657.526 utentes inscritos nos centros de saúde, em Dezembro de 2012, não têm médico de família.

Salienta-se no acórdão, datado de 10 de Julho, que a atribuição de médico de família a 569.580 utentes, com a criação de unidades funcionais de saúde, "foram insuficientes para compensar a diminuição global do número de médicos de família".

No conjunto de conclusões sobre a evolução dos centros de saúde e a reforma dos cuidados de saúde primários, o TdC constatou que "o registo dos utentes inscritos não se encontra actualizado, continuando a verificar-se que o número de inscritos pode ultrapassar o número de residentes da correspondente área geográfica".

Também "o modo instituído de atribuição de um médico de família" mereceu observação, pois "pode condicionar a liberdade de escolha dos utentes e causar assimetrias de acesso, consoante os utentes estejam, ou não, integrados nas listas dos médicos de família".

O TdC refere ainda que a existência de utentes sem médico de família "traduz uma falta de igualdade dos cidadãos no acesso aos cuidados de saúde, prevista como objectivo fundamental da Lei de Bases da Saúde".

"De facto, diferentes cidadãos têm diferentes facilidades no acesso aos cuidados de saúde primários e, consequentemente, aos cuidados de saúde hospitalares, meramente pela circunstância de constarem, ou não, das listas de utentes atribuídas a cada médico de família", considera o TdC.

No acórdão, o TdC recomenda ainda ao ministro da Saúde e à ministra de Estado e das Finanças, Maria Luís Albuquerque, que definam o regime remuneratório dos profissionais das unidades funcionais de saúde, em particular no que se refere a suplementos e compensações pelo desempenho.

Estudo
A úlcera de Buruli, doença infecciosa causada por uma microbactéria da mesma família de bactérias da lepra e tuberculose, pode...

Segundo resultados de uma pesquisa feita por pesquisadores da Universidade de Bournemouth, os surtos de úlcera de Buruli “podem ser desencadeados por mudanças climáticas, com chuvas a desempenharem um grande papel na disseminação da doença”.

A úlcera de Buruli, considerada uma das principais doenças tropicais negligenciadas, é causada por uma microbactéria capaz de produzir uma toxina que pode levar à destruição da pele e dos tecidos moles, com a formação de grandes úlceras que afectam as pernas ou os braços.

A doença ocorre, com frequência, em indivíduos que habitam áreas próximas de leitos de reservatórios de água – rios de fluxo lento, lagoas, pântanos e lagos - mas há registo de casos que ocorreram após inundações.

O estudo estabeleceu uma ligação entre os surtos de úlcera de Buruli na Guiana Francesa, na América do Sul, e as mudanças nos padrões de chuva, incluindo eventos extremos de chuva impulsionada pelo fenómeno El Niño Oscilação Sul (ENOS), descrito como possível influenciador no aumento da ocorrência de cheias.

O investigador da Universidade de Bournemouth Aaron Morris, citado pela ScienceDaily, considerou “extremamente importante compreender como os níveis de infecção respondem a fatores climáticos, especialmente com mal-entendidos que existem sobre doenças emergentes, tais como a úlcera de Buruli”.

“Essas ligações ajudam-nos a lançar luz sobre a sua ecologia e permite-nos prever os surtos com mais precisão. Eles também são vitais para compreender como as mudanças climáticas afectarão a dinâmica e o surgimento de patogenias no futuro”, acrescentou Aaron Morris.

A investigação sobre a úlcera de Buruli, realizada na Guiana Francesa, centrou-se na relação entre biodiversidade e a propagação de doenças em seres humanos, o que abre caminho para futuras pesquisas sobre o impacto da biodiversidade e mudanças climáticas na propagação de doenças.

O primeiro caso africano da úlcera de Buruli foi relatado em 1950 no antigo Zaire, actual República Democrática do Congo, mas, nos últimos anos, a Organização Mundial da Saúde registou a ocorrência da doença em três dezenas de países do continente americano, asiático e do Pacifico Ocidental, principalmente, em regiões tropicais e subtropicais.

A enfermidade é reconhecida como um problema de saúde pública no Uganda, na Nigéria, Gabão, Gana, Camarões, Libéria, Costa do Marfim, Malásia, Nova Guiné, Togo, Guiana Francesa e República do Benin.

Em crianças sul-africanas
A introdução de uma vacina pneumocócica conjugada, que protege as crianças de bactérias tipo pneumococo, origem de doenças...

Um estudo divulgado ontem pela revista científica Nature refere que a imunização contra o pneumococo na África do Sul também diminuiu os níveis de resistência aos antibióticos, algo inédito num país em desenvolvimento.

A vacinação é aconselhada a crianças maiores de dois anos que sejam portadoras de doenças crónicas, nomeadamente diabetes, doenças pulmonares, doenças cardíacas, doenças hepáticas, e em adultos, a partir de 65 anos, que tenham certas doenças do pulmão, coração, rim, fígado e sistema nervoso.

Segundo a Nature, a África do Sul introduziu a vacina em 2009 e desde então conseguiu baixar as infecções resistentes à penicilina em crianças e adultos, tornando-se no primeiro país africano a registar tal feito.

A GAVI Alliance, uma parceria entre instituições públicas e privadas com objectivo de salvar vidas de crianças e proteger a saúde da população, melhorando o acesso à imunização em países pobres, conseguiu evitar 500 mil mortes por pneumonia desde a introdução da vacina.

Neste Verão, a vacina será administrada na Eritreia, Costa do Marfim e no Níger, países africanos onde as crianças receberão vacina para prevenir a pneumonia, meningite e outras doenças mortais causadas pela bactéria pneumococo (“Streptococcus pneumoniae”, nome científico).

“Os dados devem estimular funcionários de saúde pública em países de baixo rendimento que ainda não adoptaram a vacina para começar a usá-lo”, considerou Anne von Gottberg, microbiologista do Instituto Nacional de Doenças Transmissíveis de Joanesburgo, que liderou um estudo divulgado ontem antecipadamente num congresso, intitulado "Proteger as crianças".

A Organização Mundial da Saúde considera a resistência aos antibióticos nos países pobres é um problema gritante, nomeadamente devido ao excesso de prescrição.

A introdução de vacinas pneumocócicas no início de 2000 reduziu os casos de doença pneumocócica invasiva por mais de um terço em crianças vacinadas e não vacinadas em adultos em países desenvolvidos da Europa e da América do Norte.

Entre 2011 e 2013
O Centro Hospitalar do Algarve recebeu um montante total de 74 milhões de euros entre 2011 e 2013 no âmbito de fundos...

Num comunicado de resposta a novos alertas por parte dos sindicatos do sector sobre a falta de recursos humanos e materiais na região, a Administração Regional de Saúde (ARS) do Algarve realçou que, além das vagas que estão - e vão ser - abertas para médicos, “o fornecimento dos materiais de consumo clínico encontra-se neste momento normalizado”.

Num ponto de situação sobre o Centro Hospitalar do Algarve (CHA), a ARS refere que, desde Janeiro, foram contratados oito médicos assistentes, quatro especialistas e quatro de medicina geral e familiar, bem como 43 enfermeiros, um técnico superior e dois de diagnóstico e terapêutica.

“De 2011 a 2013 foram canalizadas verbas adicionais de convergência para reequilíbrio financeiro e regularização de dívidas a fornecedores das unidades hospitalares na região do Algarve no montante de 74 milhões de euros”, salientou aquela entidade, que destacou que 69 milhões destinaram-se ao pagamento de dívidas a fornecedores "para evitar o corte de fornecimentos".

A ARS do Algarve acrescentou que “estão a ser desenvolvidas as medidas necessárias que permitam reduzir os custos de exploração e assegurar a sustentabilidade financeira dos hospitais, de forma a minimizar a situação que se verificava de falta de capacidade de resposta às necessidades em saúde das populações e com custos de exploração demasiado elevados, objectivos impossíveis de alcançar com a manutenção do funcionamento de duas unidades hospitalares de forma autónoma”.

Na segunda-feira, o coordenador regional do Algarve do Sindicato dos Enfermeiros Portugueses, Nuno Manjua, disse que vai ser proposta uma greve, em plenários nos hospitais de Faro, Lagos e Portimão, contra a falta de recursos humanos e materiais.

Em conferência de imprensa conjunta com o Sindicato da Função Pública do Sul e Açores, o Sindicato dos Médicos da Zona Sul e a União dos Sindicatos do Algarve, Nuno Manjua afirmou não compreender “o cinismo” de um anúncio por parte do Governo para o recrutamento de 100 médicos para a região, uma vez que são vagas que se sabe “à partida que não vão ficar preenchidas”.

Os sindicatos recordaram que há perto de 150 mil algarvios sem médico de família, que se têm verificado atrasos nas ecografias obrigatórias para grávidas por falta de médicos, além de uma resposta “praticamente inexistente” ao nível da psiquiatria para adolescentes, entre muitas outras problemáticas ligadas à falta de meios humanos e materiais.

Urgência do Hospital da Feira
Representantes da Ordem e de sindicatos de médicos defenderam ontem que o recurso a médicos internos como principal solução...

É essa a posição defendida pelo Conselho Regional do Norte da Ordem dos Médicos (CRNOM) e pela delegação Norte do Sindicato Independente dos Médicos (SIM) a propósito da recente norma interna em que a administração da unidade mais conhecida como Hospital S. Sebastião, na Feira, terá dado a entender que o problema era "emergente".

"A Ordem e o Sindicato tomaram conhecimento do conteúdo da comunicação normativa (...) relativa à situação insustentável e inaceitável de carência crónica de médicos no Serviço de Urgência desse Centro Hospitalar", lê-se no comunicado assinado por CRNOM e SIM.

"O recurso sistemático ao trabalho dos médicos internos para assegurar o Serviço de Urgência (SU) geral de forma indiscriminada - e sem a devida garantia de tutela e de qualidade de formação - contraria fortemente toda a legislação existente relativa ao Internato", acrescenta o documento.

Ordem dos Médicos e Sindicato afirmam depois que "não é sério rotular a situação de emergente " porque essa "já era previsível há vários meses, já tinha acontecido no ano anterior e nada foi feito entretanto para a resolver".

"Esta grave e reiterada situação de insuficiência é absolutamente lamentável (...) e as medidas propostas pelo Conselho de Administração do CHEDV não a resolvem", realçam as duas entidades. "Os tempos de espera mais prolongados no SU já estão a ter consequências negativas na relação médico-doente, pondo em risco a segurança dos profissionais e aumentando o risco de erro médico", continuam.

Os subscritores da crítica ao Hospital da Feira reconhecem que os médicos internos podem ser chamados a prestar trabalho suplementar na Urgência quando em condições excepcionais, mas argumentam que esses "não podem ser utilizados como mão-de-obra indiferenciada, permanentemente disponível, que colmate as carências de recursos humanos e organizacionais que são da exclusiva responsabilidade das administrações e direcções hospitalares".

"O médico interno deve dedicar a sua actividade clínica à sua formação médica especializada", realça as duas autoridades. "Não é aceitável que um médico interno de determinada especialidade seja responsável pelo exercício técnico da Medicina que nada tenha a ver com a respectiva especialidade", explicam.

O comunicado do CRNOM e do SIM observa ainda que atribuir a médicos especialistas funções díspares no mesmo horário de trabalho, "numa espécie de 2 em 1, é contrário às regras mínimas de segurança".

Quando ao facto de a própria administração do CHEDV reconhecer "a falta de uma resposta capaz" no recrutamento de profissionais através de empresas de prestação de serviços clínicos, os signatários do comunicado notam que esse esforço não tem sido acompanhado pela correspondente pressão sobre a tutela "pela abertura de concursos de recrutamento de médicos qualificados".

"A perpetuação das medidas impostas pelo Conselho de Administração do CHEDV poderá levar, em última análise, a ter que denunciar-se amplamente junto das populações utilizadoras a existência de risco no recurso àqueles serviços", concluem as duas entidades.

Contactada pela Lusa, a administração do CHEDV ainda não fez qualquer comentário às questões levantadas pelo CRNOM e pelo SIM.

Ébola
O surto de Ébola na África Ocidental já infectou 1.711 pessoas, das quais 932 morreram, de acordo com o mais recente balanço...

Entre 2 e 4 de Agosto, nos quatro países afetados pela epidemia – Guiné-Conacri, Libéria, Serra Leoa e Nigéria – registou-se um total de 108 novos casos e 45 mortos.

No total, desde o início do surto, foram detectados 1.711 casos em quatros países: 495 na Guiné-Conacri (351 confirmados, 133 prováveis e 11 suspeitos) e 363 mortos; 516 na Libéria (143 confirmados, 252 prováveis e 121 suspeitos), registando 282 mortos; 691 na Serra Leoa (576 confirmados, 49 prováveis e 66 suspeitos) e 286 mortos e nove na Nigéria (dois prováveis e sete suspeitos) e dois mortos.

A nova contagem foi conhecida ontem, dia em que a Organização Mundial de Saúde (OMS) iniciou uma reunião de emergência de dois dias sobre a epidemia, para decidir se deverá declarar o surto como “emergência sanitária de alcance mundial”.

As conclusões do encontro serão anunciadas na sexta-feira, numa conferência de imprensa.

A emergência sanitária de alcance mundial é definida como “um acontecimento extraordinário que é suscetível de constituir um risco de saúde pública para outros Estados com a doença que se propaga a nível internacional e que potencialmente exige uma resposta coordenada”, de acordo com um comunicado desta agência das Nações Unidas.

A OMS tem exprimido preocupação porque persistem crenças erradas em relação à doença e a população não renuncia a costumes ancestrais como lavar ou abraçar os cadáveres antes do enterro, ficando expostos ao contágio com o vírus.

A organização activou a Rede Global de Alerta e Resposta, formada por organizações internacionais, governos, universidades e outras entidades, e solicitou a especialistas em diversas áreas que viajem para os países afectados pelo Ébola para tentar conter o surto.

O plano de resposta, que envolve a OMS e os países atingidos na África Ocidental, está orçado em 100 milhões de dólares e identifica a necessidade de activar “centenas” de pessoas para ajudar nos trabalhos de prevenção e controlo, além de centenas de trabalhadores humanitários e dos 120 funcionários da organização que se encontram no terreno.

O objectivo final do plano é parar a transmissão e preveni-la em novos países.

A doença, que se transmite por contacto directo com sangue e fluidos corporais de pessoas ou animais infectados, causa hemorragias graves e pode ter uma taxa de mortalidade de 90 por cento.

Esta é a primeira vez que se identifica e se confirma uma epidemia de ébola na África Ocidental, uma vez que até agora os surtos ocorriam na África Central, e já se tornou na mais letal da história da doença.

A epidemia eclodiu no início do ano na Guiné-Conacri, antes de alcançar a Libéria e Serra Leoa, e agora a Nigéria. A taxa de morte tem sido de cerca de 55 por cento.

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