Em Portugal
O presidente da administração do Hospital de São João, Porto, defendeu ser possível eliminar a Hepatite C no país se o Estado...

“Dispomos de todos os instrumentos necessários a uma estratégia de eliminação da doença”, assinala António Ferreira num artigo de opinião publicado hoje [27 de Agosto] no Jornal de Notícias na qual destaca que “pela primeira vez, graças aos novos medicamentos, é possível tratar eficazmente a hepatite C”.

Para o efeito propõe que o “tratamento da Hepatite C em Portugal se baseie apenas na associação dos novos antivirais”, por oposição aos actuais tratamentos que, diz, são comercializados “a preços verdadeiramente pornográficos e incompatíveis para qualquer sistema de saúde”,

“Tratar a hepatite C em Portugal custará entre 4 mil e 8 mil milhões de euros” pelo que, com o actual orçamento da saúde a fixar-se nos cerca de nove milhões, “não é possível tratar todos os doentes com hepatite C”, assinala.

Porque a actual estratégia “serve os interesses da indústria farmacêutica”, ao apostar no tratamento “excepcional a preços muito altos dos poucos doentes (…) em risco de vida”, António Ferreira considera que este plano “não tem lógica em termos de saúde pública porque permite que o vírus continue a disseminar-se”, para além de não ter “racionalidade em termos económicos”.

O administrador propõe “que se garanta o tratamento a todos os infectados, independentemente do estádio da doença” e que “se inicie um processo negocial com os fornecedores, baseado num programa a implementar em 10 a 15 anos, a um custo médio nunca superior a 10 mil euros por doente tratado”.

Uma vez que “a maioria dos novos antivirais não está, ainda, aprovada pela agência europeia do medicamento”, António Ferreira destaca que o Estado pode usar da “prerrogativa de autorizar a [sua] utilização especial” já que as normativas comunitárias assim o permitem.

“Este processo, para além de garantir uma mais do que justa remuneração da indústria, seria sustentável para o SNS [e] implicaria uma despesa de 500 mil euros a mil milhões de euros diferida por 10 a 15 anos (bem menor que a despesa anual actual)”, assinala.

Propõe por fim que “o executivo e as forças políticas representadas na Assembleia da República, recusando a actividade “lobista” da indústria farmacêutica, assumam este desiderato como um imperativo nacional (…) e se unam no objectivo de combater este flagelo de saúde pública”.

 

Reunião com Sindicato
O reforço de enfermeiros no Serviço Nacional de Saúde é uma prioridade e só no primeiro semestre foram contratados 409...

A Administração Central do Sistema de Saúde ACSS reuniu-se com o Sindicato dos Enfermeiros Portugueses (SEP), no dia em que mais de 80% dos enfermeiros do Centro Hospitalar de Lisboa Central (CHLC) estiveram em greve, para protestar contra a falta de profissionais, que, segundo o sindicato, ultrapassa os 400, só nos seis hospitais do grupo. Chegou também a estar marcada uma reunião entre o secretário de Estado Adjunto da Saúde e o SEP, mas foi desmarcada pela tutela, que a adiou para 17 de Setembro, disse o SEP.

A reunião da ACSS destinou-se a “analisar as contratações de pessoal de enfermagem pelas entidades públicas empresariais do Serviço Nacional de Saúde (SNS)”, diz um comunicado da ACSS, que adianta que em análise esteve o ponto de situação da celebração, renovação ou conversão de contratos individuais de trabalho, por parte de entidades públicas empresariais do SNS. Serviu ainda, adianta-se no comunicado, para iniciar a discussão sobre a definição de necessidades e critérios para enfermeiros-principais nos serviços do SNS.

No mesmo comunicado pode ler-se que, no ano passado, foram recrutados 579 novos enfermeiros, num ano em que se registaram 432 saídas do SNS, por motivo de aposentação.

“Em comparação com outros países da OCDE, Portugal registava, em 2013, um rácio de enfermeiros por mil habitantes de 6,23 e, em 2010, esse valor era de 5,92. Em 2012, Espanha registava um ratio de 5,3 enfermeiros por cada mil habitantes”, diz o comunicado.

Num dia marcado pela greve, a dirigente do SEP Isabel Barbosa disse que a elevada adesão demonstrou o “enorme descontentamento” dos enfermeiros.

Em frente ao Hospital de São José concentraram-se, cerca de meia centena de enfermeiros, empunhando cartazes com escritos como “Menos enfermeiros, menos cuidados” ou “Não à destruição do SNS”, e gritando palavras de ordem como “Macedo escuta, os enfermeiros estão em luta” e “A saúde é um direito, sem ela nada feito”.

Só naquele hospital, a adesão à greve chegou aos 82%, acima dos 78% do Hospital Dona Estefânia e dos 79% do Hospital de Santa Marta e da Maternidade Alfredo da Costa.

Níveis de adesão mais elevados registaram os hospitais Curry Cabral e Santo António dos Capuchos, com 86% e 92%, respectivamente.

Segundo Isabel Barbosa, a principal razão da convocação da greve foi a carência de enfermeiros e as consequências que daí advêm: encerramento de camas nos serviços, redução do número de enfermeiros para prestar cuidados aos utentes, milhares de horas acumuladas e centenas de feriados por serviço acumulados. “Os enfermeiros não aguentam mais, precisam de tempo de descanso adequados, quer para a saúde deles próprios quer para a qualidade dos próprios cuidados prestados aos utentes. Portanto esta é uma greve não só para defender os direitos dos enfermeiros, mas para defender os utentes e o SNS”, desabafou.

 

Banco Africano de Desenvolvimento
A epidemia do vírus Ébola poderá custar entre 1% e 1,5% do Produto Interno Bruto dos países da África Ocidental afectados pelo...

Globalmente, o Ébola vai “provavelmente custar 1% ou 1,5% do Produto Interno Bruto (PIB) dos países da União do Rio Mano”, organização que integra a Libéria, a Serra Leoa e a Guiné-Conacri, “países que começavam a recuperar dos difíceis anos de crise, das guerras civis das décadas de 1960, 1980 e 1990”, referiu hoje o presidente do Banco Africano de Desenvolvimento (BAD), Donald Kaberuka, numa conferência de imprensa.

As previsões da organização apontam igualmente que a Costa do Marfim, o quarto país daquela organização mas que ainda não foi afectado pela epidemia, deverá sofrer as mesmas consequências financeiras.

Donald Kaberuka alertou ainda que a segurança alimentar na Libéria, país que regista mais casos e mais vítimas mortais, também está “em risco”, uma vez que o vírus ameaça a manutenção das colheitas agrícolas. Neste país, “se hoje as pessoas não se ocupam da agricultura, existirá uma crise alimentar. É o primeiro impacto directo sobre os agricultores desta região”, apontou.

Além da crise imediata e a médio prazo, o responsável considerou que “a multiplicação das medidas de encerramento de fronteiras terrestres e aéreas em muitos países africanos”, decididas por “precaução”, irá custar “muito” ao comércio e aos fluxos económicos da região.

África, na sequência do vírus Ébola, “arrisca a sua imagem, a fuga de investimentos, uma nova estigmatização, quando o continente começava a descolar”, lamentou Kaberuka.

A Organização Mundial de Saúde (OMS) contabilizou, até 20 de Agosto, 1.427 mortos em 2.615 casos identificados em quatro países da África Ocidental.

A Libéria é o país mais afectado, com 624 mortos em 1.082 casos, seguindo-se a Guiné-Conacri, onde foram registados casos a cerca de 150 quilómetros da fronteira com a Costa do Marfim, com 406 vítimas mortais.

A Serra Leoa (392 mortes) e a Nigéria (cinco mortes) são os outros países afectados pela epidemia.

 

Através da utilização de um composto farmacológico
Uma equipa de investigadores portugueses descobriu como travar a evolução de um tipo de leucemia frequente nas crianças,...

O trabalho foi desenvolvido por uma equipa de investigadores do Instituto de Medicina Molecular (IMM) da Faculdade de Medicina da Universidade de Lisboa, sob a coordenação de João Taborda Barata, com “resultados bastante promissores no que respeita ao potencial desenvolvimento de uma terapêutica alternativa para tratamento da leucemia linfoblástica aguda de células T (LLA-T), um tipo de leucemia bastante frequente em crianças”, revela o instituto.

Publicada na revista científica Oncogene, a investigação estudou o papel da proteína ‘CHK1’ em doentes e concluiu que esta se encontra ‘hiperactivada’, permitindo a viabilidade das células tumorais e a proliferação da doença.

“Demonstrámos que a expressão do gene CHK1 está aumentada neste tipo de leucemia. O curioso é que o CHK1 serve como uma espécie de travão para a multiplicação celular, mas acaba por ajudar as células leucémicas porque as mantém sob algum controlo. Se inibirmos o CHK1 as células tumorais ficam tão ‘nervosas’ – o que chamamos de ‘stresse replicativo’ – que acabam por morrer”, explica João Barata.

Deste modo, o CHK1 constitui “um novo alvo molecular para potencial intervenção terapêutica em leucemia pediátrica”, acrescenta.

A equipa de investigadores utilizou um composto farmacológico (PF-004777736) para inibir o gene CHK1 e verificou que o composto induzia a morte de células de LLA-T (leucemia linfoblástica aguda de células T), sem afectar as células T normais.

A investigação conseguiu assim observar que a utilização daquele composto farmacológico é capaz de interferir na proliferação das células afectadas e de interromper o seu ciclo de vida, diminuindo o desenvolvimento da doença.

Apesar de este tipo de leucemia ser um cancro que apresenta grande sucesso terapêutico nas crianças, os efeitos secundários resultantes das terapias actuais são bastante consideráveis.

A LLA- T é um cancro do sangue (tumor líquido) especialmente frequente em crianças e que se caracteriza por um aumento descontrolado do número de linfócitos T (glóbulos brancos), as células do sistema imunitário responsáveis por identificar e combater agentes externos causadores de infecção.

A incidência de LLA em geral é relativamente similar na Europa e nos Estados Unidos da América, com um caso em cada 50 mil habitantes, sendo mais frequente no sexo masculino do que no sexo feminino e apresentando dois picos de incidência: dos dois aos cinco anos e após os 50 anos de idade.

Num só mês
A Unicef, agência das Nações Unidas, disse hoje que realizou, em Agosto, “a maior operação de assistência humanitária” de...

Em comunicado, a Unicef refere que distribuiu às crianças afectadas por “um número recorde de crises” no mundo, entre as quais os conflitos no Iraque e na Síria e o surto do vírus Ébola na África Ocidental, “uma quantidade de bens de primeira necessidade sem precedentes”.

Só durante este mês, a Unicef expediu “mil toneladas de bens essenciais para crianças”, quantidade que “daria para encher 19 aviões Jumbo de carga”. Do armazém central da organização, situado em Copenhaga, capital dinamarquesa, já saíram “33 cargas com bens de emergência para as regiões mais conturbadas do mundo”.

As famílias e crianças do Iraque, deslocadas no Noroeste do país, “receberam 500 toneladas de ajuda”, incluindo “rações de alimentos, água, artigos médicos, tendas e alimentos terapêuticos prontos a usar”, adianta a Unicef.

Na vizinha Síria, foram distribuídas “mais de quatro milhões de doses de vacinas contra a poliomielite”, doença que reapareceu na sequência da ruptura do sistema de saúde.

Na Síria, salienta a organização, a resposta “evoluiu para um fluxo regular de envios de bens”, desde pastilhas para purificar a água a ferramentas de saúde e educação.

“Em situações de crises múltiplas desta magnitude, as crianças devem estar em primeiro lugar. A Unicef está empenhada em manter este rumo. Enquanto as crianças precisarem de ajuda, continuaremos a levar a cabo estas operações de abastecimento urgentes, complexas e em larga escala”, justificou Shanelle Hall, directora de operações de aprovisionamento e logística da Unicef.

Para ajudar a conter o surto do vírus Ébola, a Unicef enviou para a Libéria “248 toneladas de artigos”, como luvas de látex, óculos de segurança e fatos de macaco para proteger os técnicos de saúde, desinfectante de cloro concentrado e medicamentos.

República Centro-Africana, Palestina e Sudão do Sul são outras regiões em crise a receberem apoio da Unicef neste momento.

Ao longo do mês de Agosto, chegaram à República Centro-Africana “26 toneladas de equipamento médico, vacinas, rações de alimentos e material para cavar poços de água”.

A Palestina recebeu “3,5 milhões de toneladas de bens, maioritariamente medicamentos essenciais para Gaza, a fim de reabastecer os hospitais e centros de saúde danificados pelo conflito”.

Para o Sudão do Sul, onde 50 mil crianças “estão em risco de morrer devido a má nutrição”, foram enviadas “34 toneladas de bens” de primeira necessidade.

“Agora, é essencial manter os corredores humanitários abertos para que estes bens continuem a chegar às crianças que deles precisam desesperadamente”, apelou Shanelle Hall.

A agência da ONU prevê que venha a ser necessário “redobrar esforços face ao conflito no Iraque e ao surto de Ébola na África Ocidental”.

 

Ébola:
O belga Peter Piot, co-descobridor do vírus Ébola em 1976, afirmou hoje que tudo aconteceu para que a epidemia ganhasse...

“Nós nunca tínhamos tido um surto de tal amplitude (…) Há seis meses nós assistimos ao que podemos chamar uma tempestade perfeita: tudo se reuniu para que ganhasse esta velocidade”, declarou o investigador numa entrevista ao jornal francês Libération.

A epidemia do Ébola, que já fez quase 1.500 mortos, “explodiu em países em que os serviços de saúde não funcionam, devastados por anos de guerra. Além disso, a população desconfia radicalmente das autoridades”, referiu Peter Piot ao jornal.

“É preciso restabelecer a confiança. Nada pode ser feito numa epidemia como esta do Ébola sem a confiança”, acrescentou.

O coordenador das Nações Unidas contra o vírus Ébola, o médico David Nabarro, já avisou que a luta contra o surto é uma guerra que poderia levar até seis meses.

Peter Piot igualmente lamentou “a lentidão extraordinária” das instituições.

“A OMS só acordou em Julho”, ainda que o alerta tenha sido lançado no início de Março e sabendo-se que a epidemia teve início em Dezembro de 2013.

“Agora assume a liderança, mas é tarde”, sublinhou.

Em meados de Agosto, os especialistas reunidos pela OMS julgaram ético fornecer aos doentes medicamentos experimentais com efeitos secundários ainda não testados.

“O mínimo que podemos fazer é colocar estes produtos disponíveis em países que foram afectados (pelo Ébola)”, defendeu o investigador.

 

Organização Mundial de Saúde recomenda
A Organização Mundial de Saúde recomendou hoje proibir a venda de cigarros electrónicos a menores de idade, por considerar que...

Os peritos aconselharam também proibir-se o consumo de cigarros electrónicos em espaços públicos fechados, indicou um documento publicado pela Organização Mundial de Saúde (OMS).

“As provas existentes mostram" que os cigarros electrónicos "não são simples 'vapor de água'”, como argumentam frequentemente os fabricantes e o seu consumo em espaços públicos fechados deve ser proibido “a menos que seja provado que esse vapor exalado não é perigoso para quem está mais próximo”, afirmou.

De acordo com a OMS, existem provas suficientes para fazer uma advertência para “crianças, adolescentes, grávidas e mulheres em idade fértil” relativa às consequências a longo prazo que pode ter o consumo do cigarro electrónico no “desenvolvimento do cérebro”.

Estas recomendações foram publicadas pela organização no âmbito da sexta sessão da conferência das partes signatárias da Convenção-Quadro da OMS sobre o Controlo do Tabaco, que vai decorrer de 13 a 18 de Outubro, em Moscovo.

 

Investimento de 2 milhões de euros
A Unidade de Cuidados Continuados da Misericórdia de Pedrógão Grande, no distrito de Leiria, vai abrir em Outubro após um...

“É o concretizar de um desejo”, afirmou João Marques, salientando a importância de mais esta valência da instituição, que vai aumentar a “oferta social” no concelho e permitir, também, a criação de 25 novos postos de trabalho.

A unidade, pronta desde o início de 2013, tem 32 camas, sendo que para 30 delas “há acordo de financiamento”, referiu o responsável.

“Quem coloca os utentes é o Ministério da Saúde, mas é desejável que sejam pessoas da região, não apenas por uma questão de comodidade para elas, como para as respectivas famílias”, adiantou João Marques.

A obra – instalações, equipamento e arranjos exteriores – teve um custo de cerca de 2 milhões de euros, tendo obtido um financiamento do Ministério da Saúde de 630 mil euros.

“Mantemos uma dívida de um milhão de euros à banca e temos uma candidatura ao Quadro de Referência Estratégico Nacional (QREN) que, se fosse aprovada, permitiria à misericórdia reduzir o endividamento”, continuou João Marques.

Segundo o provedor da Santa Casa da Misericórdia, “se houvesse apoio do QREN era uma garrafa de oxigénio para a tesouraria” da instituição que poderia equacionar “outro tipo de investimento virado para o seu público-alvo, a população envelhecida”, assim como para “os jovens que procuram emprego”.

Para amortizar a dívida, o provedor anunciou, em Março, que a misericórdia iria alienar quatro imóveis, tendo já concretizado a venda de um apartamento no concelho de Cascais.

A Misericórdia de Pedrógão Grande tem 84 utentes em lar e mais 60 nos três centros de dia, na sede do concelho, Vila Facaia e Graça. Presta, igualmente, apoio domiciliário a 45 pessoas e, nas valências de creche e jardim-de-infância, tem 60 crianças. Tem, ainda, cantina social, na qual são apoiadas cerca de 25 pessoas. Actualmente conta com 88 funcionários e 10 avençados. A misericórdia é, depois da Câmara Municipal, o maior empregador do concelho, acrescentou o provedor.

 

Baixar a taxa de absentismo
Unidade hospitalar já presta serviços de Medicina do Trabalho a empresas. Experiência começou com os funcionários e visa...

O Hospital de S. João, no Porto, quer fazer contratos com seguradoras para tratar de sinistrados do trabalho. Para começar, vai acompanhar os seus trabalhadores. Segundo o Jornal de Notícias Online, o objectivo é baixar, em 25%, a taxa de absentismo.

A aposta é rentabilizar a marca S. João como garantia de qualidade para entrar num mercado dominado pelo privado. A ideia é simples, mas inovadora: fazer contratos com empresas no âmbito da Medicina do Trabalho e com seguradoras para tratar dos acidentados.

A experiência começou no próprio hospital, que regista cerca de 400 acidentes laborais, por ano, entre os seus 5600 trabalhadores, explicou Pedro Norton, director do serviço de Medicina Ocupacional. Promover a saúde e prevenir as doenças e os acidentes de trabalho é o objectivo do primeiro Laboratório de Saúde Ocupacional, criado no Centro Hospitalar de S. João.

 

Em 2011, 52% queriam a legalização
Em três anos sobe em 14% os jovens que pretendem que a substância continue ilegal. Europa evidencia tendência contrária.

Mais jovens portugueses rejeitam a ideia de legalizar a cannabis, contrariando a tendência europeia. Só nos últimos três anos, subiu em 14% a estatística dos que por cá não estão interessados nesta legalização, escreve o Jornal de Notícias na sua edição digital.

Se em 2011 eram 52% os jovens portugueses, dos 15 aos 24 anos, que defendiam que a cannabis deveria continuar ilegal, agora são já 66%. Portugal está em contracorrente, já que a tendência europeia é para que cada vez mais jovens queiram a sua legalização. Os números dizem que na UE, em 2011, eram 59% os jovens europeus que queriam ver a cannabis ilegal, agora são apenas 53%, menos 6%.

A tendência portuguesa “é surpreendente”, avança Manuel Cardoso, subdirector geral do Serviço de Intervenção nos Comportamentos Aditivos e nas Dependências (SICAD), acrescentando que “isto vai, no entanto, no sentido de todo o trabalho que tem sido feito para sensibilizar os jovens para os comportamentos de risco”.

Manuel Cardoso lembra que, recentemente, o SICAD fez um estudo que versava sobre as novas substâncias psicoactivas, verificando, igualmente, que “a maioria dos jovens, mesmo os que as consumiam, não concordavam com a sua legalização”. Aquele responsável entende que a situação em Portugal “é confortável” e que "para isto, ajudou o facto de se ter optado por não criminalizar". “Não é crime o consumo (em pequenas quantidades), mas é proibida a comercialização. As pessoas sabem que as pode prejudicar”, defende.

Ao lado de Portugal - neste aumento de pessoas que não quer a legalização da cannabis - estão países como a Holanda (mais 14% relativamente a 2011), a Bélgica (mais 13%), a Letónia (mais 8%) e a França (com mais 6% do que em 2011).

No resto da Europa, mesmo nos países onde a maioria esmagadora não quer a legalização, a tendência é para que sejam cada vez menos jovens a pensar assim. No Chipre, por exemplo, 72% dos jovens não quer a legalização da cannabis, mas são já menos 10% em relação ao ano de 2011. Na restante UE, na Itália, por exemplo, são já menos 22%, na Alemanha menos 17%, na Áustria menos 14 e na Eslovénia menos 13%.

Ainda assim, e apesar de cada vez mais gente na UE começar a ser tolerante à ideia da legalização, na maioria dos países ainda vence a ideia contrária. Apenas na Holanda (53%), na Áustria (53%), na Eslováquia (54%), na Polónia (55%), na Irlanda (57%), na Itália (60%), Eslovénia (64%) e República Checa (73%), a maioria das pessoas quer a sua legalização. Destaca-se a Holanda que apesar de continuar a querer a legalização da cannabis vê aumentar em 14% os que defendem a ilegalidade da substância.

Portugal está entre os primeiros 10 países que não querem legalizar a cannabis e, segundo Manuel Cardoso, tal também se deve ao facto de a legislação não criminalizar o consumo. Treze anos após a lei que descriminalizou o uso de drogas, Portugal continua a ser visto como pioneiro nesta matéria. Foi muitas vezes referido, a nível internacional, como um caso de sucesso.

 

A partir de Setembro
Os portugueses passam a poder beneficiar de cuidados de saúde noutros Estados-membros, a partir da próxima semana, com direito...

De acordo com a lei que estabelece as normas de acesso a cuidados de saúde transfronteiriços, hoje publicada em Diário da República, os beneficiários do Serviço Nacional de Saúde (SNS) têm direito ao reembolso das despesas directamente relacionadas com tratamentos prestados noutro Estado-membro da União Europeia, desde que sejam tidos como cuidados de saúde que caberia ao Estado português garantir, através da sua estrutura de saúde pública.

O diploma estabelece que as prestações de saúde com direito a reembolso são as previstas na tabela de preços do SNS, mas salvaguarda que este direito (ao reembolso) “pressupõe a existência de uma avaliação prévia por um médico de medicina geral e familiar” do SNS ou por serviços regionais de saúde que “determinem a necessidade dos cuidados”.

A Entidade Reguladora da Saúde (ERS) tinha criticado alguns aspectos da proposta de lei, entre os quais precisamente o direito ao reembolso ficar dependente de avaliação prévia por um médico de família, por considerar que havia “risco de discriminação”. No entanto, o Governo não alterou este ponto.

O valor a ser reembolsado será apenas até ao limite do que teria sido assumido pelo Estado português enquanto responsabilidade financeira do SNS, caso esses cuidados tivessem sido prestados em Portugal, de acordo com a tabela de preços do SNS.

A lei estabelece ainda restrições em alguns casos, que obrigam o utente a fazer um “pedido de autorização prévia”, para ter direito ao reembolso.

É o caso dos cuidados de saúde que exijam o internamento por pelo menos uma noite, cuidados que sejam “altamente onerosos e de elevada especialização”, tratamentos que impliquem risco para o doente ou para a população e prestações de saúde feitas por um profissional que suscite “preocupações sérias” quanto à qualidade ou segurança dos cuidados.

A definição daquilo que são os “cuidados altamente onerosos e de elevada especialização” constará de uma portaria a ser publicada no prazo de 30 dias e comunicada à Comissão Europeia no mês seguinte.

O diploma publicado estabelece também o reconhecimento em Portugal das receitas médicas emitidas noutro Estado-membro e os critérios a serem observados, como a identificação do doente e do médico, a autenticação da receita e a identificação do medicamento por denominação comum ou por marca comercial, quando se tratar de um medicamento biológico, considerado necessário.

A Lei publicada entra em vigor no dia 01 de Setembro, transpondo para a legislação nacional uma directiva europeia aprovada a 09 de Março de 2011, depois de ter estado em consulta pública de 25 de Outubro a 25 de Novembro de 2013. A demora do processo levou a Comissão Europeia, a 10 de Julho, a instar Portugal a adoptar as regras europeias sobre as receitas médicas, ameaçando levar o caso a Tribunal.

A Comissão referia que, até àquela data, Portugal ainda não tinha transposto a directiva para o direito nacional, não obstante estar obrigado a fazê-lo até 25 de Outubro, pelo que deu um prazo de dois meses (a contar de 10 de Julho) para informar Bruxelas das medidas tomadas para a efectiva aplicação da lei, sob pena de levar o caso ao Tribunal de Justiça da União Europeia.

 

Em causa a redução do número de enfermeiros por turno
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Os enfermeiros exigem a admissão de mais profissionais de enfermagem, respeitando dotações adequadas, e horários de trabalho nos termos da lei e normas regulamentares, designadamente compatíveis com a vida familiar e social e com tempos de descanso adequados.

Em causa está a redução do número de enfermeiros por turno em muitos serviços, “listas” para inscrição de enfermeiros voluntários com vista à realização de trabalho extraordinário programado, milhares de feriados não gozados ou excesso de dias de trabalho não pagos, diz o sindicato.

A situação é de tal forma que a falta de enfermeiros levou já ao “encerramento de camas” em vários serviços, como no Bloco Operatório do Hospital D. Estefânia.

“As consequências são evidentes: intensos ritmos de trabalho o que origina fadiga, exaustão e potencia o ‘erro’”, alerta o sindicato.

No último mês, enfermeiros de várias unidades hospitalares do país têm feito greve em protesto contra a falta de profissionais nos serviços, tendo o bastonário alertado já para a existência de risco na qualidade e segurança dos cuidados prestados.

O ministro da Saúde, Paulo Macedo, afirmou entretanto que, até ao final do ano, serão contratadas centenas de enfermeiros.

 

Estudo revela:
O conhecimento comum diz que à medida que a idade avança menor é a necessidade de dormir. Pela primeira vez, um estudo...

Conduzido por investigadores do Beth Israel Deaconess Medical Center, EUA, e da Universidade de Toronto, Canadá, o estudo concluiu que há um conjunto específico de neurónios associados à regulação do sono, do denominado núcleo pré-óptico no hipótalamo anterior, que vai morrendo com a idade, escreve a edição online da revista Visão.

“Quanto mais células perder em consequência do envelhecimento, mais difícil será dormir”, explica Clifford Saper, líder da investigação e presidente do Departamento de Neurologia do Beth Israel Deaconess Medical Center.

Através do estudo foi possível observar que as pessoas com 70 anos, geralmente, dormem menos uma hora e meia do que quando tinham 20 anos e que quantos mais neurónios, maior o tempo de sono contínuo (ou seja, com menos interrupções).

Publicadas na revista científica Brain (cérebro), as novas descobertas podem abrir caminho ao desenvolvimento de medicamentos que ajudem os mais idosos a dormir sem afectar outras funções cerebrais.

 

Regressam em Setembro com novidades
É já em Setembro que os Cursos de Cozinha da Escola da Diabetes voltam já no dia 18 com “Refeições Ligeiras de Inverno”. Podem...

Da preparação da sopa à sobremesa, das refeições mais ligeiras às de “faca e garfo”, os Cursos de Cozinha Saudável da Associação Protectora dos Diabéticos de Portugal - APDP, regressam em Setembro à Escola da Diabetes (Rua do Sol ao Rato, n.º 11, Lisboa). Ministrados por um Chef de Cozinha e uma Dietista, trazem novidades e garantem convívio, em ambiente descontraído, com uma componente educativa. O convite é para pessoas com e sem Diabetes.

 

Cursos e Datas:

 

Refeições Ligeiras de Inverno

18/Set.

17h30-19h30

Pequenos-almoços e lanches

25/Set.

15h00-17h30

Menu Completo

09/Out.

15h00-17h30

Pratos de micro-ondas

12/Nov.

15h00-17h30

Pratos de Baixo Índice Glicémico

27/Nov.

17h30-19h30

Doces Quase sem Açúcar

10/Dez.

17h30-19h30

 

 

“Cada vez mais estudos, confirmados nas consultas diárias com os utentes na APDP, referem que a alimentação é um elemento-chave no controlo dos níveis de glicemia e na energia necessária para as várias actividades ao longo do dia. Por nem sempre ser fácil equacionar as melhores refeições com o pouco tempo de que dispomos, estes cursos vêm facilitar essa vertente com ideias para confeccionar refeições simples, de baixo índice glicémico, saudáveis, e simultaneamente saborosas, para toda a família”, defende Luís Gardete Correia, presidente da APDP.

Assim acontece com o primeiro curso que decorre já no próximo dia 18 de Setembro – “Refeições Ligeiras de Inverno”. Das 17h30 às 19h30, os participantes terão oportunidade de preparar uma refeição completa, não obrigatoriamente de “faca e garfo”, como tartes, saladas e sopas.

Sendo o pequeno-almoço e os lanches refeições importantes para manter os níveis de energia e de açúcar no sangue entre as refeições principais, o segundo curso em torno destes temas decorre no dia 25 de Setembro: para aprender a fazer o seu muesli e a conhecer quais os melhores alimentos a introduzir nestas refeições, para promover o aumento do gasto energético, melhorar a concentração e o controlo do apetite.

O curso “Menu Completo”, que acontece a 9 de Outubro, pretende ser um curso geral. Enquanto se prepara uma refeição completa, desde a sopa à sobremesa, aprendem-se estratégias para tornar as receitas mais saudáveis e equilibradas, adaptando as receitas de que mais se gosta.

Os “Pratos de Micro-ondas” (12 Novembro) também vão estar em destaque na Cozinha Dietética da Escola da Diabetes. Neste curso, entre as 15h00 e as 17h30, mostra-se que alimentação saudável também se conjuga com rapidez e que o micro-ondas pode ser utilizado com segurança para fazer comida saborosa.

“Pratos de Baixo Índice Glicémico” (27 Novembro) e “Doces Quase sem Açúcar” (10 Dezembro) fecham o ciclo de formação em cozinha da APDP. Se o primeiro ajuda a esclarecer os vários mitos associados a este conceito, saber como funciona e como utilizá-lo no dia-a-dia, o segundo permite transformar e aprender receitas de sobremesas mais equilibradas como arroz doce, mousse de chocolate, bolo de chocolate, cheesecake, gelatinas...

As inscrições para os Cursos de Cozinha da APDP devem ser feitas através do e-mail [email protected] ou do telefone 213 816 101. O custo associado é de 20 euros, sendo que as crianças até aos 12 anos não pagam.

 

Com Ébola
Os Estados Unidos tinham entregado à Libéria doses do soro ZMapp para tratar os três profissionais de saúde que tinham...

Um médico liberiano tratado com um soro experimental norte-americano depois de ter contraído Ébola morreu esta madrugada na Libéria. “Mostrava sinais de melhoria, mas faleceu”, disse o ministro de Informação da Libéria, Lewis Brown, sobre o médico Abraham Borbor. Outros dois funcionários tratados com este soro, o ZMapp, “continuam o tratamento e há sinais de esperança”, indicou o ministro.

Os Estados Unidos entregaram à Libéria no dia 13 de Agosto doses de ZMapp para estes três profissionais de saúde. O tratamento, que não tinha sido ainda testado em humanos, também foi administrado em dois norte-americanos que na semana passada foram declarados curados e em um padre espanhol que morreu no dia 12 de Agosto. Os três haviam sido infectados na Libéria.

O laboratório que fabrica o ZMapp informou que o medicamento está neste momento esgotado.

O Japão informou esta segunda-feira estar disposto a fornecer um tratamento experimental com o objectivo de lutar contra o Ébola “se a Organização Mundial da Saúde pedir”.

Perante a amplitude da epidemia, a OMS considerou ético no dia 12 de Agosto oferecer medicamentos cuja eficácia ou efeitos colaterais ainda não foram comprovados como tratamento potencial ou a título preventivo.

 

Circular Informativa N.º 053/CD/8.1.7.
A empresa Gilead Sciences Lda vai proceder à recolha voluntária do medicamento Viread, 245mg, comprimido revestido por película...

A empresa Gilead Sciences Lda., irá proceder à recolha voluntária do lote n.º KFBPD, com a validade 12/2017, do medicamento Viread (tenofovir, disoproxil fumarato), 245 mg, comprimido revestido por película, com o número de registo 3890787, pela possível contaminação da substância activa com partículas de borracha de silicone.

Assim, o Infarmed determina a suspensão imediata da comercialização deste lote.

Atendendo a que este medicamento é utilizado apenas em meio hospitalar, as entidades que dele disponham não o poderão vender ou administrar, devendo proceder à sua devolução.

 

Circular Informativa N.º 180/CD/8.1.7.
Apesar de em Portugal não ter sido verificada a existência de registo da comercialização de dispositivos médicos trancend...

Foi detectada, no mercado europeu, a existência de um certificado CE de conformidade falso relativo aos dispositivos médicos trancend diagnostics do fabricante Research and Production Company (Rússia), com o mandatário Vital Energy Group.

O certificado falso, apresentado no anexo I, tem o número 5-732-500-1303, data de emissão 11/03/2013, data de validade 10/03/2018 e referência ao Organismo Notificado EMKI, com o código 1011.

Existe, no mercado europeu, um certificado válido com o mesmo número, conforme anexo II. O certificado válido foi emitido para o fabricante Research and Production Company “DINAMIKA” Ltd. (Rússia).

Em Portugal, não foi verificada a existência de registo da comercialização de dispositivos médicos de qualquer destes fabricantes mas, atendendo a que existe livre circulação de produtos no espaço económico europeu, o Infarmed recomenda que:

- Caso seja detectada a existência dos dispositivos médicos trancend diagnostics do fabricante Research and Production Company, associados ao certificado supramencionado, estes não sejam adquiridos e utilizados, uma vez que não foram alvo de avaliação de conformidade e ostentam marcação CE 1011 falsa, o que põe em causa a sua segurança, qualidade e desempenho;

- A existência destes dispositivos em Portugal seja reportada à Direção de Produtos de Saúde do Infarmed através dos contactos: tel.: +351 21 798 72 35; fax: +351 21 798 72 81; e-mail: [email protected].

 

Proteja-se
O calor é uma ameaça à saúde. Saiba como proteger-se.
Onda de calor

A exposição a períodos de calor intenso, durante vários dias consecutivos, constitui uma agressão para o organismo, podendo conduzir a:

  • Desidratação;
  • Agravamento de doenças crónicas;
  • Esgotamento;
  • Golpe de calor.

 

São mais vulneráveis ao calor:                                

  • Crianças nos primeiros anos de vida;
  • Pessoas idosas;
  • Portadores de doenças crónicas (cardiovasculares, respiratórias, renais, diabetes e alcoolismo);
  • Pessoas obesas;
  • Pessoas acamadas;
  • Pessoas com problemas de saúde mental;
  • Pessoas que tomam alguns medicamentos, tais como anti-hipertensores, antiarrítmicos, diuréticos, antidepressivos, neurolépticos, entre outros;
  • Trabalhadores expostos ao sol e/ou calor;
  • Pessoas que vivem em más condições de habitação.

Para a prevenção dos efeitos do calor intenso, recomenda-se:

  • Aumentar a ingestão de água ou sumos de fruta natural sem adição de açúcar, mesmo sem ter sede;
  • As pessoas que sofram de doença crónica ou que estejam a fazer uma dieta com pouco sal ou com restrição de líquidos, devem aconselhar-se com o seu médico ou contactar a Linha Saúde 24 - 808 24 24 24;
  • Evitar bebidas alcoólicas e bebidas com elevados teores de açúcar;
  • Os recém-nascidos, as crianças, as pessoas idosas e as pessoas doentes podem não sentir ou não manifestar sede, pelo que são particularmente vulneráveis. Ofereça-lhes água e esteja atento e vigilante;
  • Devem fazer-se refeições leves e mais frequentes. São de evitar as refeições pesadas e muito condimentadas;
  • Permanecer duas a três horas por dia num ambiente fresco, ou com ar condicionado, pode evitar as consequências nefastas do calor, particularmente no caso de crianças, pessoas idosas ou pessoas com doenças crónicas. Se não dispõe de ar condicionado, visite centros comerciais, cinemas, museus ou outros locais de ambiente fresco. Evite as mudanças bruscas de temperatura. Informe-se sobre a existência de locais de "abrigo climatizados" perto de si;
  • No período de maior calor tome um duche de água tépida ou fria. Evite, no entanto, mudanças bruscas de temperatura (um duche gelado, imediatamente depois de se ter apanhado muito calor, pode causar hipotermia, principalmente em pessoas idosas ou em crianças);
  • Evitar a exposição directa ao sol, em especial entre as 11 e as 17 horas. Sempre que se expuser ao sol ou andar ao ar livre, use um protector solar com um índice de protecção elevado (igual ou superior a 30) e renove a sua aplicação sempre que estiver exposto ao sol (de 2 em 2 horas) e se estiver molhado ou se transpirou bastante. Quando regressar da praia ou piscina volte a aplicar protector solar, principalmente nas horas de intenso calor e radiação ultravioleta elevada;
  • Ao andar ao ar livre, usar roupas que evitem a exposição directa da pele ao sol, particularmente nas horas de maior incidência solar. Usar chapéu, de preferência com abas largas e óculos que ofereçam protecção contra a radiação UVA e UVB;
  • Evitar a permanência em viaturas expostas ao sol, principalmente nos períodos de maior calor, sobretudo em filas de trânsito e parques de estacionamento. Se o carro não tiver ar condicionado, não feche completamente as janelas. Levar água ou sumos de fruta naturais sem adição de açúcar para a viagem e parar para os beber. Sempre que possível viajar de noite;
  • Nunca deixar crianças, doentes ou pessoas idosas dentro de veículos expostos ao sol;
  • Sempre que possível, diminuir os esforços físicos e repousar frequentemente em locais à sombra, frescos e arejados. Evitar actividades que exijam esforço físico;
  • Usar roupa larga, leve e fresca, de preferência de algodão;
  • Usar menos roupa na cama, sobretudo quando se tratar de bebés e de doentes acamados;
  • Evitar que o calor entre dentro das habitações. Correr as persianas ou portadas e manter o ar circulante dentro de casa. Ao entardecer, quando a temperatura no exterior for inferior àquela que se verifica no interior do edifício, provocar correntes de ar, tendo em atenção os efeitos prejudiciais desta situação;
  • Não hesitar em pedir ajuda a um familiar ou a um vizinho no caso de se sentir mal com o calor;
  • Informar-se periodicamente sobre o estado de saúde das pessoas isoladas, idosas, frágeis ou com dependência que vivam perto de si e ajudá-las a protegerem-se do calor;
  • As pessoas idosas não devem ir à praia nos dias de grande calor. As crianças com menos de seis meses não devem ser sujeitas a exposição solar e deve evitar-se a exposição directa de crianças com menos de três anos. As radiações solares podem provocar queimaduras da pele, mesmo debaixo de um chapéu-de-sol. A água do mar e a areia da praia também reflectem os raios solares e estar dentro de água não evita as queimaduras solares das zonas expostas. As queimaduras solares diminuem a capacidade da pele para arrefecer.
Fonte: 
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Nota: 
As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico e/ou Farmacêutico.
Recomendações para turistas
Portugal é um dos países da Europa mais contemplados pelo sol.
Calor e turistas

Portugal encontra-se entre os países da Europa mais contemplados pelo sol, o que, em conjunto com a sua extensa orla costeira, o torna num dos destinos de excelência para o turismo.

No entanto, para usufruir na plenitude o clima e as atracções que o país oferece, é necessário estar sensibilizado para os perigos decorrentes dos períodos de calor intenso que por vezes se fazem sentir – as chamadas ondas de calor. Antes e durante estes períodos devem ser adoptados alguns cuidados especiais, de forma a minimizar os efeitos do calor sobre a saúde humana.

Medidas gerais de prevenção

Programas de apoio

1. Conhecer os grupos mais vulneráveis ao calor, em particular

  • Crianças nos primeiros anos de vida;
  • Pessoas idosas;
  • Portadores de doenças crónicas (doenças cardiovasculares, respiratórias, renais, diabetes, alcoolismo);
  • Pessoas obesas;
  • Pessoas com problemas de saúde mental;
  • Pessoas a tomarem medicamentos, tais como anti-hipertensores, antiarrítmicos, diuréticos, anti depressivos e neurolépticos;

2. Permanecer, pelo menos, 2 a 3 horas por dia num ambiente fresco, como por exemplo, no hotel, centros comerciais, cinemas, museus, bibliotecas ou outros locais que disponham de climatização, particularmente nos períodos em que as temperaturas estão mais elevadas.

Bebidas

  • Não tomar banho ou consumir água, mesmo que para se refrescar, proveniente de fontanários ou lagos decorativos;
  • Utilize apenas água da rede pública ou água engarrafada.

Na rua

  • Evitar a permanência em viaturas expostas ao sol, particularmente de crianças e de idosos, sobretudo nos períodos de maior calor;
  • Se não tiver ar condicionado, não feche completamente as janelas.
  • Leve água suficiente ou sumos de fruta natural, sem adição de açúcar, para a viagem;
  • Sempre que possível viaje de noite;
  • Evitar actividades que exijam esforço físico intenso, tais como desportos, durante os períodos em que as temperaturas estão mais elevadas.

Medidas individuais de prevenção

Alimentação/bebidas

  • Aumentar a ingestão de líquidos (água ou sumos de fruta naturais, sem adição de açúcar) mesmo sem ter sede, de modo a evitar a desidratação;
  • Evitar as bebidas alcoólicas e com elevados teores de açúcar;
  • Oferecer água e estar atento aos recém-nascidos, às crianças, às pessoas idosas e aos doentes crónicos, que podem não sentir ou não manifestar sede, o que os torna particularmente vulneráveis;
  • Fazer refeições leves e mais frequentes, evitando pratos pesados e muito condimentados.

Vestuário

  • Usar vestuário apropriado em períodos de temperaturas elevadas.

Outras

  • Evitar expor-se directamente ao sol, particularmente entre as 11 e as 17 horas;
  • Utilizar protectores solares com factor de protecção elevado (≥ 30), não esquecendo a protecção da cabeça e dos olhos (utilização de chapéu e óculos de sol com protecção contra a radiação UVA e UVB);
  • No período de maior calor, tomar um duche com água tépida ou fria, evitando mudanças bruscas de temperatura;
  • Caso sofra de doença crónica ou esteja a fazer uma dieta com pouco sal ou restrição de líquidos, deve aconselhar-se com o seu médico ou contactar o serviço Saúde 24 - 808 24 24 24.

Sinais de alerta e acções a desenvolver

Os primeiros sinais de um golpe de calor incluem:

  • Modificação do comportamento habitual;
  • Grande fraqueza e/ou fadiga;
  • Tonturas, vertigens, perturbações da consciência, convulsões;
  • Náuseas e vómitos, diarreia;
  • Cãibras musculares;
  • Temperatura corporal elevada;
  • Sede e dores de cabeça.

As acções a desenvolver incluem:

  • Transportar a pessoa para a sombra ou para o interior de um local fresco e aliviar-lhe o excesso de roupa;
  • Fazer o máximo de arejamento possível;
  • Pulverizar o corpo com água fresca;
  • Dar água se a pessoa estiver consciente;
  • Contactar um médico;
  • Contactar o serviço Saúde 24 - 808 24 24 24 ou o número europeu de emergência (SOS) – 112.
Fonte: 
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Nota: 
As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico e/ou Farmacêutico.
Glândula masculina
A próstata é uma glândula exclusiva do homem, em forma de castanha, situada debaixo da bexiga e em f
Aparelho reprodutor masculino

A próstata é uma glândula que faz parte do aparelho reprodutor masculino, contribuindo para a formação da testosterona e do esperma. É constituída por um corpo do tamanho de uma castanha com o peso aproximado de 20 gramas na fase de jovem adulto, que se situa na parte inferior da bexiga e se dispõe, em anel, contornando o canal uretral, com comunicação com os testículos.

A partir dos 40 anos esta glândula tende a crescer, mais ou menos rapidamente. Em cerca de 50 por cento dos casos, pela sua dimensão ou pela forma de crescimento, podem surgir situações que criam dificuldades para a micção e/ou a própria defecação.

Destas doenças o cancro da próstata é a mais temida, a segunda causa de morte por cancro nos homens portugueses, com cerca de 1800 mortes por ano – dados da Associação Portuguesa de Urologia (APU). Números que poderiam diminuir se os homens mantivessem uma vigilância anual a partir dos 50 anos. Contudo, existem muitos mitos associados e também algum pudor em procurar ajuda médica. Por isso, muitos casos de cancro são diagnosticados já em fase avançada.

Segundo a mesma Associação, por ano são diagnosticados entre 3 e 4 mil novos casos e a doença afecta cerca de 25 por cento dos homens com mais de 40 anos e um em cada três homens com mais de 65 anos.

As principais razões para que os homens não falem ao médico sobre a próstata são as noções erradas de que os sintomas urinários são um acontecimento normal da idade; o medo de um diagnóstico de cancro, da cirurgia e das suas potenciais complicações; a relutância e embaraço em discutir os sintomas urinários e da esfera sexual com o médico de família, especialmente se este for do sexo feminino, e até receio de ser submetido a um toque rectal, exame necessário para a observação da próstata.

Doenças da Próstata

Hipertrofia Benigna da Próstata - HBP

A hiperplasia benigna da próstata (HBP) é uma formação não cancerosa (benigna) desta glândula e muito frequente a partir dos 50 anos. A causa é desconhecida, mas pode ter que ver com as alterações nos valores hormonais que se verificam com o envelhecimento.

Acontece que com o passar do tempo, o fluxo de urina pode ficar obstruído, os músculos da bexiga tornam-se mais grossos e fortes para poderem empurrar a urina para fora, embora a bexiga possa não se esvaziar por completo. Como consequência, a urina é retida, deixando o indivíduo exposto a infecções e à formação de cálculos. Logo, uma obstrução prolongada pode danificar os rins.

Apesar de os sintomas do crescimento da próstata só se fazerem sentir em 50 por cento dos homens com mais de 50 anos, a verdade é que esse crescimento se dá na generalidade dos homens.

Os principais sintomas surgem quando a próstata aumentada começa a dificultar o fluxo da urina. Ao princípio, o doente pode ter dificuldades ao começar a urinar, mas também sentir que a descarga de urina foi incompleta. Por outro lado, como a bexiga não se despeja por completo em cada micção, tem de urinar com maior frequência, sobretudo à noite (nictúria) e a necessidade torna-se cada vez mais imperiosa. Finalmente, a bexiga pode encher-se em excesso, provocando incontinência urinária.

O diagnóstico é baseado nos sintomas e na palpação da próstata durante um exame rectal. Podem também ser feitas análises ao sangue que medem a função renal, bem como outros exames que determinam se o indivíduo tem cancro da próstata. As opções terapêuticas são várias e variam de caso para caso, no entanto podem incluir quer fármacos e/ou cirurgia dependendo da gravidade e complexidade do caso.

Cancro da Próstata

O cancro da próstata é um tumor que surge no encapsulamento da próstata, de evolução lenta e assintomática e que, em adiantada fase do seu crescimento tende a originar metástases afectando outros órgãos, nomeadamente os pulmões e a estrutura óssea.

Dependendo da fase/estadio em que é detectado assim será o seu prognóstico, havendo mesmo casos em que não é possível a cura. Quando detectado precocemente quase sempre tem tratamento, apesar de exigir cuidados de vigilância ao longo da vida, pois pode recidivar.

Assim, é indispensável que todos os homens, após os 50 anos (ou 45 anos sempre que nos seus ascendentes tenha havido idêntica doença), vigiem os possíveis indicadores de alteração da actividade prostática, principalmente o Prostatic Specific Antigen(PSA) que deverá manter-se abaixo de 4 mg/ml. Este método não apresenta uma eficácia a 100 por cento, mas é actualmente o único que se conhece para alertar para a necessidade de se efectuarem exames mais concretos na despistagem do cancro (através de biopsia).

Determinada a existência do cancro, o seu desenvolvimento e a sua localização exacta pode-se recorrer a diferentes tratamentos, sendo que o mais vulgar é a prostatectomia radical (cirurgia) que consiste na ablação total da próstata.

Com o natural aumento da esperança de vida, estima-se que no futuro quase 50 por cento dos homens com mais de 50 anos virão a sofrer de cancro da próstata. Em Portugal, com base no censo de 2010 - cerca de 1.600.000 homens com mais de 50 anos - faleceram de cancro da próstata 1750 homens.

Como em todas as doenças oncológicas, existem alguns factores que podem ser considerados como tendo uma acção preventiva. O estilo de vida e a dieta parecem ter, de algum modo, uma influência preventiva. Uma alimentação rica em antioxidantes, vitaminas A, D, E e selénio, que podem ser encontrados na dieta mediterrânica (pão, cereais, fruta, cenoura, espinafres, melancia, alho e cebola), tomate cozinhado e vinho tinto parecem ter algum papel protector contra o cancro da próstata. Para além disso, é fundamental o diagnóstico precoce, como em todas as doenças oncológicas, pois aumenta as possibilidades de maior sucesso nas terapêuticas.

Prostatite

A prostatite é uma inflamação da próstata, aguda ou crónica, geralmente causada por bactérias, embora também possa ser causada por fungos, vírus e protozoários. A prostatite crónica é uma afecção que pode atingir de 10 a 14 por cento dos homens de todas as idades e raças.

A infecção pode estender-se ao escroto, provocando intenso mal-estar, edema e dor muito forte quando se toca na zona afectada. Pode-se, inclusivamente, experimentar impotência devido à dor.

Os sintomas mais comuns são a dor na virilha, entre o pénis e o ânus e na parte inferior das costas, bem como calafrios e febre. O doente também pode precisar de urinar com frequência e de forma imperiosa e pode aparecer sangue na urina. É possível que 50 por cento dos homens desenvolvam sintomas de prostatite em algum momento de suas vidas.

A prostatite ocorre devido a vários factores: migração de bactérias através da uretra em direcção à próstata, deficiências da actividade antibacteriana da secreção prostática, falta de anticorpos locais e sistémicos. Os microrganismos causadores de doenças sexualmente transmissíveis também podem ser responsáveis por estas infecções, principalmente dos casos agudos, habitualmente com um quadro clínico mais grave, logo a exigir um tratamento mais agressivo.

Um correcto diagnóstico inclui um exame físico completo a fim de se descartar outras doenças que possam estar a provocar os mesmos sintomas, bem como exames à urina. Muitas vezes, nos casos de prostatite crónica, não se consegue identificar o agente infeccioso.

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