A aprovação do Stivarga no GIST teve por base os resultados de um estudo de fase III (GRID) que demonstrou uma melhoria estatisticamente significativa na progressão livre de doença (PFS) comparativamente com placebo em doentes com GIST cuja doença progrediu após tratamentos prévios. O Stivarga® já está aprovado na Europa para o tratamento de doentes com cancro colo rectal metastático (mCRC).
“Na sequência da aprovação do Stivarga® no GIST em alguns países, incluindo os Estados Unidos e Japão, estamos muito satisfeitos por oferecer aos doentes Europeus uma nova opção para tratar esta rara mas implacável doença oncológica”, comentou o Dr. Joerg Moeller, elemento da Comissão Executiva e Director do Desenvolvimento Global da Bayer. “Na Bayer, estamos dedicados a explorar soluções para diferentes tipos tumorais e direccionar a inovação ao encontro de necessidades médicas não colmatadas tanto para médicos como para doentes”.
“O GIST é uma doença oncológica altamente agressiva que pode estar por detectar durante anos, e no momento do diagnóstico, a maioria dos doentes já progrediu para estádios avançados da doença. As taxas de sobrevivência são baixas e os tratamentos muito limitados após imatinib e sunitinib”, disse o Dr. Jean Yves-Blay, investigador do GRID, Professor de Oncologia médica e Director do Departamento de Oncologia médica no Centro Claude Bernard na Universidade de Lyon, França. “O Ensaio de fase III GRID demonstrou que a sobrevivência livre de progressão com regorafenib é 5 vezes superior versus placebo, uma melhoria significativa para doença progressiva”.
“Uma das coisas mais difíceis de ouvir do nosso médico é que já não existem opções de tratamento adicionais para a nossa doença”, disse Markus Wartenberg, membro do Conselho de Directores da Associação Europeia de Doentes com Sarcoma (SPAEN). “Em casos de cancros raros como o GIST, a esperança revitaliza as pessoas a lutar contra o cancro. Novas opções de tratamento são bem-vindas para que os doentes continuem a desafiar a sua doença”.
Os resultados do ensaio de fase III GRID demonstraram que o regorafenib mais melhores cuidados de saúde (BSC) melhorou significativamente a progressão livre de doença (PFS) comparada com placebo e BSC (HR=0.268 [95% CI 0.185-0.388], p<0.0001) em doentes com doença metastática e/ou irressecável que foram tratados previamente com imatinib e sunitinib, reduzindo o risco de progressão ou morte em 73%. A PFS mediana foi de 4,8 meses no braço de regorafenib versus 0,9 meses no braço de placebo (p<0,0001). O aumento de PFS foi consistente e independente da idade do doente, sexo, área geográfica, linhas de tratamento prévias e ECOG performance status.
Em ensaios clínicos, a reacção adversa mais notificada em doentes tratados com regorafenib versus doentes no braço de placebo foram, respectivamente: astenia/fadiga, reacção cutânea mão-pé (HFSR), diarreia, perda de apetite, hipertensão, mucosite, disfonia, infecção, dor, diminuição de peso, dor gastrointestinal e abdominal, rash, febre e náuseas. As reacções adversas mais graves relacionadas com o regorafenib foram hepatotoxicidade, hemorragia e perfuração gastrointestinal. Os efeitos adversos nos doentes tratados com regorafenib geralmente surgem cedo (durante os primeiros dois ciclos de tratamento), pelo que é recomendada uma monitorização cuidada dos doentes.
Os resultados do ensaio GRID foram apresentados na 48ª reunião da Sociedade Americana de Oncologia Médica (ASCO) em Junho de 2013 e publicados em Novembro de 2012 no The Lancet.
O regorafenib foi aprovado com o nome comercial Stivarga® em diversos países incluindo os Estados Unidos e Japão para o tratamento de GIST. Em 60 países, incluindo Estados Unidos, Japão e Europa, o medicamento também já foi aprovado para o tratamento de doentes com Cancro colo rectal metastático.
Sobre o ensaio GRID
GRID (GIST – Regorafenib In Progressive Disease) foi um ensaio de fase III aleatorizado, duplamente cego, controlado por placebo, multicêntrico que avaliou a eficácia e segurança do regorafenib no tratamento do GIST. Aleatorizou 199 doentes cuja doença tinha progredido após tratamento prévio com imatinib e sunitinib.
Os doentes foram aleatorizados num rácio 2:1 para receber regorafenib e melhores cuidados de suporte ou placebo e melhores cuidados de suporte. Os ciclos de tratamento consistiram em 160 mg de regorafenib ou placebo uma vez ao dia durante 3 semanas seguidas de uma semana sem tratamento. O endpoint primário foi Progressão livre de doença (PFS) e, entre os endpoints secundários incluem-se a sobrevivência global, tempo até progressão, taxa de controle de doença e duração da resposta. A segurança e tolerabilidade dos dois grupos de tratamento foram também comparados. Os doentes inicialmente aleatorizados para placebo estavam autorizados a fazer cross-over para utilização de regorafenib em open label, quando a doença progredisse.
Sobre Tumores do Estroma Gastrointestinal (GIST)
GIST é a forma mais frequente de sarcoma que surge na parede muscular do tracto gastrointestinal. O GIST é uma doença maligna que colocam a vida do doente em risco quando está metastizada para outras áreas do corpo e não é possível fazer a sua remoção cirúrgica com intenção curativa. O GIST atinge cerca de 11-20 doentes por milhar por ano a nível mundial.
A descoberta de mutações oncogénicas da quinase KIT no GIST e a introdução das terapias com inibidores multiquinase conduziram a uma rápida evolução na compreensão deste tipo de tumores. Está agora estabelecido que entre 70-80% dos GISTs possuem uma mutação no gene KIT, mutações essas que conduzem a uma activação contínua da quinase e que esse KIT mutante é um alvo terapêutico para o GIST.
Sobre o Stivarga® (regorafenib)
O Stivarga® (regorafenib) é um inibidor multiquinase oral que inibe várias quinases envolvidas nos mecanismos de crescimento e proliferação tumoral - angiogénese, oncogénese e micro ambiente tumoral. Em estudos pré-clínicos, o Stivarga® inibe vários receptores VEGF que desempenham um papel central na neoangiogénese do tumor (o crescimento de novos vasos sanguíneos). Para além do VEGFR 1-3 também inibe várias quinases oncogénicas e do micro ambiente tumoral incluindo TIE-2, RAF-1, BRAF, BRAFV600, KIT, RET, PDGFR e FGFR que individual e colectivamente impactam no crescimento tumoral, formação do micro ambiente do estroma tumoral e a progressão da doença.
Stivarga é um composto desenvolvido pela Bayer. Em 2011, a Bayer chegou a um acordo com a Onyx Pharmaceuticals, Inc – uma subsidiária da Amgen, em que a Onyx recebe royalties sobre todas as vendas líquidas globais do Regorafenib em oncologia.