ARS Norte confirma
A Administração Regional de Saúde do Norte confirmou o encerramento do atendimento nocturno nos centros de saúde de Baião e...

De acordo com fonte daquele organismo desconcentrado do Estado, a decisão é consequência da "quase nula" procura daqueles dois serviços de atendimento, no período entre as 24:00 e a 8:00. “Não se justifica manter os serviços abertos”, observou a fonte.

Segundo a Administração Regional de Saúde do Norte (ARS-N), os dados foram recolhidos durante dois anos, no âmbito de uma monitorização ao funcionamento dos dois serviços de atendimento, durante a noite.

A Administração Regional de Saúde avançou que, em contrapartida àquela medida, os meios que estavam afectos ao serviço de atendimento nocturno vão reforçar a capacidade de resposta dos dois centros de saúde, no período entre as 08:00 e as 24:00.

A fonte esclareceu também que, formalmente, desde o tempo da ministra da Saúde Ana Jorge, não existem os chamados “Serviços de Atendimento Permanente”. O que tem existido em Baião e Resende, assinalou, é o prolongamento, para as 24 horas, do horário de funcionamento da assistência. A partir de domingo [31 de Agosto], o prolongamento vai manter-se, mas apenas até às 24:00.

A medida hoje confirmada é contestada pelos presidentes dos municípios de Baião e Resende. A ARS-N confirmou que nesta fase a medida vai apenas ser aplicada a Baião e Resende, mas admitiu que está a ser feita a monitorização de outras situações similares no norte do país.

Cannabis
A administração de baixíssimas doses de um composto presente na cannabis, o delta-9 tetrahidrocanabinol (THC), pode desacelerar...

A descoberta, dada a conhecer através de um estudo publicado o mês passado na revista científica Journal of Alzheimer's Disease, resultou da análise de um modelo celular da patologia e comprovou que uma quantidade extremamente baixa de THC consegue reduzir a produção de proteína beta-amilóide e a sua acumulação anormal, um processo frequente logo nas fases iniciais do Alzheimer.

Segundo a equipa, coordenada por Chuanhai Cao, neurocientista do Byrd Alzheimer's Institute da Universidade do Sul da Flórida (USF) e principal autor do estudo, as concentrações reduzidas de THC mostraram-se, igualmente, benéficas para a melhoria da função mitocondrial, indispensável para o fornecimento de energia ao organismo, para a transmissão de sinais e para a manutenção de um cérebro saudável.

“O THC é conhecido por ser um antioxidante potente com propriedades protectoras ao nível neuronal, mas esta é a primeira vez que se prova que o composto afecta directamente os pacientes com doença de Alzheimer ao diminuir os níveis de beta-amilóide, prevenir a sua agregação e aumentar a função mitocondrial”, explica Cao, em comunicado.

De acordo com o investigador, “níveis mais baixos de beta-amilóide significam menor acumulação [desta proteína], o que pode proteger os indivíduos contra a progressão da doença”.  Visto que se trata de “um inibidor natural e relativamente seguro”, o THC ou outros compostos semelhantes poderão contribuir “para o desenvolvimento de um tratamento eficiente no futuro”, acrescenta o especialista.

Chuanhai Cao e os colegas estão, actualmente, a investigar os efeitos de um 'cocktail' de fármacos que inclui THC, cafeína e outros compostos naturais num modelo celular da doença e deverão avançar em breve para a realização de testes em modelos animais.

“A dose e a população-alvo são fundamentais para [a administração de] qualquer fármaco, pelo que um acompanhamento cuidadoso e o controlo dos níveis da droga no sangue e no organismo são muito importantes para o uso terapêutico, em particular para algo como o THC”, realça o cientista da USF.

A este propósito, Neel Nabar, co-autor do estudo, reconhece que o clima político que envolve a utilização da cannabis com fins medicinais está em constante mudança, mas alerta que o que está em causa não é a defesa do uso de drogas ilícitas para prevenir a doença.

“É importante ter consciência de que só porque uma droga é eficaz, tal não significa que possa ser utilizada com segurança por qualquer um”, sublinha Nabar, que acrescenta, porém, que “estas descobertas podem conduzir ao desenvolvimento de compostos relacionados que sejam seguros, legais e úteis no tratamento da doença de Alzheimer”.

 

Activando diferentes funções cerebrais
A música activa diferentes funções cerebrais, o que explica porque a música gera prazer ou desconforto, e a nossa canção...

Neurologistas americanos recorreram a um scanner com imagens de ressonância magnética para fazer um mapeamento da actividade cerebral com 21 voluntários que ouviram diferentes tipos de música, incluindo rock, rap e clássica.

Os voluntários escutaram seis temas com cinco minutos cada um, inclusive cinco considerados icónicos de cada género, uma canção que não era familiar e, misturado na selecção, o tema favorito da pessoa examinada.

Os cientistas detectaram padrões de actividade cerebral, que evidenciaram o agrado ou o desagrado perante determinada canção. Também advertiram para a ocorrência de uma actividade específica quando se escuta a canção favorita.

Escutar a música que se gosta, sem ser a favorita, abre um circuito neuronal nos dois hemisférios cerebrais, denominado rede em modo padrão, que, acredita-se, actua nos pensamentos “concentrados no interior”.

Mas ouvir a canção favorita também desencadeou actividade no hipocampo, a região do cérebro adjacente, que desempenha um papel fundamental na memória e nas emoções vinculadas para a socialização.

A pesquisa, publicada na revista Scientific Reports, foi liderada por Robin Wilkins da Universidade da Carolina do Norte, em Greensboro.

Os autores ficaram surpreendidos ao constatar que os padrões das imagens eram muito similares, apesar de a preferência musical ser uma questão muito individual. “Estas conclusões podem explicar porque estados emocionais e mentais comparáveis podem ser experimentados por gente que ouve música tão diferente como Beethoven e Eminem”, acrescentam.

Jean-Julien Aucouturier, pesquisador do Centro Nacional de Pesquisa Científica, em França, destacou que o estudo completa a teoria sobre como a música afecta o cérebro. “Até agora, tínhamos a hipótese de que as canções favoritas eram uma espécie de estímulo superlativo que o mesmo padrão de actividade cerebral desencadeia, embora mais intenso, comparado com outras canções”, explicou o especialista à AFP. “Este estudo mostra que não é uma actividade mais intensa em certas partes do cérebro o que se produz, mas uma conectividade entre partes diferentes”

Os resultados sugerem que ouvir a canção favorita pode ajudar a tratar a perda de memória, explica Aucouturier. Será preciso fazer novos estudos para avançar nessa direcção, advertiu.

 

Agora utilizadas nas crianças
Depois do sucesso registado na localização e identificação de crianças desaparecidas, as pulseiras “Estou Aqui” deverão ficar à...

Usadas com sucesso por crianças durante os meses de Verão desde há três anos, as pulseiras “Estou aqui”, distribuídas pela PSP para acautelar a localização de menores perdidos, deverão passar a ser também utilizadas por doentes com Alzheimer. A medida está a ser estudada pela polícia em conjunto com a Associação Portuguesa de Familiares e Amigos dos Doentes de Alzheimer.

“É uma medida que, pensamos, será muito relevante para os doentes com Alzheimer. Só ainda não conseguimos avançar este ano porque não foi ainda possível chegar a um consenso e porque temos de ter um orçamento maior. Isto é totalmente gratuito para as pessoas neste momento. Dependemos de patrocinadores. Mas o nosso objectivo é levar por diante o plano de alargar esta pulseira aos doentes com Alzheimer. No próximo ano, esperamos já estar a fazê-lo”, disse ao jornal Público o subintendente Paulo Flor, porta-voz da direcção nacional da PSP e também o responsável pela ideia de criar uma pulseira que pudesse facilitar a localização de uma criança perdida.

A grande alteração no funcionamento das pulseiras, que incluem informações gravadas sobre as crianças e apelam a quem as encontrar para que ligue para o 112 onde existe um registo de cada menor e dados sobre os pais, será a duração do seu uso. No caso das crianças, as pulseiras estão activas apenas durante dois meses no Verão. Já no caso dos doentes com Alzheimer, o desafio será usar a estrutura actualmente montada com as pulseiras dos menores para que funcionem durante todo o ano.

Para a vice-presidente da Associação Portuguesa de Familiares e Amigos dos Doentes de Alzheimer, Leonor Guimarães, as vantagens que a pulseira irá representar para os doentes são “muitos importantes” e o seu uso “fundamental”. Actualmente, os familiares colocam pequenas pulseiras de prata com a identificação dos pacientes nos seus pulsos ou incluem as informações relativas à sua identidade nas suas roupas em pequenos bordados.

Porém, “isso não funciona muito bem porque os doentes são frequentemente roubados e levam-lhes esses adereços. A pulseira da PSP, não sendo de muito valor material, não cativará o interesse ao ponto de ser roubada”, apontou Leonor Guimarães.

A doença afecta cerca de 110 mil pessoas em Portugal, de acordo com os últimos dados da associação. “É uma doença que desgasta muito os familiares. O Governo deveria apoiar mais”, defende ainda a número dois daquela associação.

A pulseira “Estou aqui” foi criada em 2012. Desde então, o número de pulseiras distribuídas tem aumentado, tendo passado de 10 mil no primeiro ano, para 20 mil em 2013 e para as 30 mil que até agora, em 2014, foram fornecidas aos pais. Podem ser pedidas em qualquer esquadra do país, sendo a activação do pedido feita através da página da Internet do programa (https://estouaqui.mai.gov.pt), com o preenchimento de uma base de dados.

Este ano, as pulseiras podem ser utilizadas por crianças estrangeiras que visitam Portugal e por filhos de portugueses que façam férias em países da União Europeia, sendo que há 27 Estados-membros que têm uma ligação directa ao 112, número europeu de emergência.

 

Estudo de Oxford
Investigadores do Reino Unido, incluindo um português da Universidade de Oxford, concluíram num estudo recente que a Ilha da...

A descoberta, publicada este mês numa revista sobre doenças tropicais, foi feita após a investigação de dados da Direcção-Geral da Saúde e autoridades Europeias durante o surto que ocorreu no arquipélago em 2012, altura em que terá infectado mais de duas mil pessoas.

Segundo os investigadores, as temperaturas não tropicais, presentes na Madeira nos meses mais frios, interferem com a capacidade do vírus da dengue se reproduzir dentro do mosquito.

A ilha apresenta assim uma defesa natural contra a sustentabilidade do vírus no território, o que terá sido o factor determinante para o fim da epidemia de 2012 em Dezembro desse ano.

A epidemia de dengue na Madeira foi a primeira de longa duração na Europa, apresentando-se como um evento de grande importância para a saúde pública local e do resto do continente.

A Organização Mundial de Saúde estima que cerca de 3.5 biliões de pessoas vivam em países já afectados ou em risco de serem afectados pela dengue, um vírus que é transmitido por picadas de mosquitos.

 

Cinema pornográfico
A organização que representa a indústria do cinema porno nos Estados Unidos, a Free Speech Coalition, anunciou uma moratória...

A suspensão das filmagens integra o protocolo habitual da acção da Free Speech Coalition (FSC) cada vez que é detectada uma infecção, ou suspeita, do vírus da Sida.

“Houve um teste que deu positivo num dos nossos laboratórios de análises. Ainda não temos as provas de confirmação, mas adoptamos as medidas preventivas para proteger os atores”, comentou a directora do FSC, Diana Duke.

De acordo com os protocolos de procedimentos, quando é detectado um caso suspeito são realizadas provas adicionais para confirmação do contágio, é estabelecido o momento em que pode ter ocorrido o contágio e identifica-se o portador do vírus.

A suspensão de novas gravações, o que acontece pela terceira vez no último ano, será prolongada pelo tempo necessário.

 

60 pessoas entre os 18 e os 50 anos
Universidade de Oxford está à procura de 60 pessoas para testarem uma vacina experimental contra o vírus.

A proposta pode parecer estranha, mas a causa é nobre. Cientistas ingleses estão à procura de 60 voluntários para testar uma vacina experimental contra o vírus do Ébola.

Os indivíduos precisam de ser saudáveis e ter entre os 18 e os 50 anos. O teste é pago e consiste numa única injecção. Depois os participantes devem visitar o centro nove vezes nos seis meses seguintes.

Até agora o produto, desenvolvido pela GlaxoSmithKline, só foi testado em macacos mas o investigador Adrian Hill garante que os riscos são poucos e está optimista sobre o projecto.

“Acho que as hipóteses de recrutarmos pessoas suficientes a tempo são muito boas. Vamos encorajar profissionais de saúde, em particular, para se voluntariarem”, disse o director do Instituto Jenner da Universidade de Oxford, responsável pela investigação, sublinhando não existir qualquer hipótese de algum dos participantes contrair o Ébola.

Hill pretende começar os testes em meados de Setembro, numa medida para acelerar a investigação e encontrar uma possível cura.

A Organização Mundial de Saúde (OMS) estima que necessita de 371 milhões de euros para conter a epidemia nos próximos seis meses. A prioridade é o tratamento da doença, a criação de centros de gestão da epidemia, a mobilização social e enterros seguros.

O vírus do Ébola já provocou 1.552 vítimas mortais, entre 3.069 casos conhecidos na Nigéria, Libéria, Guiné Conacri, Serra Leoa e República Democrática do Congo.

 

OMS vai publicar roteiro mundial para estancar Ébola em nove meses

A Organização Mundial da Saúde (OMS) anunciou hoje que vai publicar um roteiro mundial do vírus Ébola, que assola a África Ocidental, visando dar resposta internacional, dentro de nove meses, à doença que já matou 1.552 pessoas.

O itinerário “servirá como um quadro para a actualização dos planos operacionais detalhados”, refere um comunicado divulgado na página da Internet daquela agência das Nações Unidas.

De acordo com a OMS, o roteiro resulta dos comentários recebidos de um grande número de parceiros, incluindo autoridades de saúde dos quatro países afectados -- Guiné-Conacri, Libéria, Serra Leoa e Nigéria -, a União Africana, bancos de desenvolvimento, outras agências da ONU, Médicos Sem Fronteiras (MSF) e países que forneceram apoio financeiro directo para estancar a doença.

A prioridade da OMS será dada às necessidades de tratamento e centros de gestão, bem como ao trabalho de mobilização social e enterros seguros das vítimas da doença, destaca a nota.

O mapeamento irá apresentar dados epidemiológicos das zonas afectadas, especialmente as que requerem que haja uma coordenação internacional dos parceiros para o fornecimento de equipamentos de protecção individual, desinfectantes e sacos para cadáveres, assinala o comunicado.

Com esta iniciativa, a OMS espera “interromper a transmissão do Ébola em curso em todo o mundo dentro de seis a nove meses” e que, paralelamente, vai avaliar o impacto socioeconómico da pandemia.

 

Comunicação não-verbal
O toque é uma ferramenta de comunicação não-verbal, o emissor pode enviar mensagens positivas e nega

O toque é uma ferramenta de comunicação não-verbal, o emissor pode enviar mensagens positivas e negativas para o recetor, dependendo do momento, forma e local onde ocorre (Blondis & Jackson, 1982; Schimidt & Silva, 2013; Ferreira & Callado, 2013; Soares & et al, 2014).

Esta ferramenta terapêutica é caracterizada pela duração, localização, velocidade de aproximação (abrupto ou gradual), intensidade, pressão, frequência e sensação provocada (reação de conforto ou desconforto na pele ao receber ou transmitir o estímulo) (Schimidt & Silva, 2013).

Atualmente, a aplicação do toque leva-nos a refletir sobre um paradoxo curioso: os estudos científicos têm incentivado os profissionais de saúde à aplicação regular desta ferramenta, mas na prática de cuidados assiste-se a uma mitigação da sua utilização.

Os enfermeiros, que minimizam a aplicação do toque nos seus planos de trabalho, alertam que o processo de tocar nem sempre é percecionado de forma positiva, não produzindo benefícios esperados. Também a falta de tempo associada às exigências laborais, receio de produzir constrangimentos de cariz sexual, medos infundados de contrair doenças infeciosas, fomentarem interpretações erradas das suas intenções, invadirem o espaço de conforto de terceiros, não gostarem de ser tocados e consequentemente não gostarem de tocar são algumas das asseverações apontadas pelos profissionais, para justificar a sua exclusão no processo de cuidados de enfermagem (Field, 2003; Lopes & et al, 2009; Silva & et al, 2012; Silva & et al, 2013).

Os investigadores do “toque” por outro lado alertam para os factos cientificamente aceites, da diferenciação da perceção de um mesmo objeto por pessoas diferentes, deturpando essa representação mental, de acordo com a personalidade, fatores culturais, sociais e religiosos (Lopes & et al, 2009). Pelo que as experiencias negativas do toque deverão ser analisadas pontualmente.

Pouco toque na prestação dos cuidados

A decisão de não aplicar a ferramenta de toque na prestação de cuidados é compreendida, pelos profissionais que a utilizam, como uma incongruência dos dias atuais, pois vivemos na era do conhecimento. “Nunca se soube tanto de como evitar, prevenir e promover doenças! Como pode um profissional cientificamente sustentado viver com receio de utilizar a primeira ferramenta de comunicação humana, grátis, acessível, disponível, indolor e inevitável? “.

Estes justificam a inevitabilidade do recurso ao toque na prestação de cuidados de saúde, pela existência de três tipos de toque: toque instrumental, toque afetivo/expressivo e toque expressivo-instrumental (Dias & et al, 2008; Silva & et al, 2013; PerencinI & Ribeiro, 2011).

O toque instrumental está associado às condições laborais, ou seja diz respeito a todos os tipos de toque desenvolvidos num contexto profissional de resolução de um procedimento ou ação de uma determinada profissão. É o tipo de toque mais frequente na prestação de cuidados de saúde.

O toque expressivo ou afetivo é o tipo de toque mais frequente entre os seres humanos inseridos em sociedade. O toque de caricia, cumprimento social, afetividade, amor, sexo, raiva, ódio. Normalmente associado a estados emocionais.

O Toque expressivo-instrumental que envolvendo os outros dois tipos de toque referidos.

Em ensaios mais recentes, tem surgido referência a um quarto tipo de toque denominado de toque com fins terapêutico. Neste tipo, existe uma aplicação de toque expressivo-instrumental em que a consciência do processo de tocar é mais complexo, uma vez que visa sempre obter um benefício intencional ao recetor.

Neste tipo de toque é exigido um domínio e apropriação de conhecimentos e técnicas especificas de um procedimento com consciência do toque efetivo. As teorias neste tipo de toque permitem catalogar as várias terapias/técnicas desenvolvidas, segundo três categorias: as teorias manipulativas, energéticas e as combinadas. Por exemplo um dos tipos de toque terapêutico mais aplicado é a massagem terapêutica que se insere nas teorias manipulativas.

Assim sendo, depreendemos que a ferramenta “toque” é indispensável e que muitas vezes é executada mecanicamente, sendo inevitável na prestação de cuidados de enfermagem especificamente. Não podemos não tocar! (Lopes & et al, 2009).

Ashley Montagu (1971) antropologista e humanista inglês investigou os efeitos humanizantes do toque e advertiu, já no século passado, para a negligência do sentido do tato. Se por um lado se acreditava erroneamente que tocar em excesso uma criança esta ficaria mimada, hoje crê-se que não existe toque em demasia, e que em especial as crianças usufruem muito desta ferramenta.

 

Muito importante ao crescimento físico, intelectual, emocional e social

O toque é considerado, pelos especialistas, muito importante para o nosso crescimento físico, intelectual, emocional e social, não sendo casual o facto, do tocar utilizar o sentido do tato e este ser aplicado na pele, que é o maior órgão humano.

Não descurando que a pele é o órgão mais pesado (3 a 4 Kg) e o mais extenso no corpo humano (1.5 a 2 m²).

Podendo ser possível observar em 3 cm de diâmetro mais de 3 milhões de células, entre 100 e 340 glândulas sudoríparas, 50 terminações nervosas e 90 cm de vasos sanguíneos, pelo que a atenção sobre ela é fundamental (Montagu, 1971; Hertenstein & Weiss, 2011).

Anzieu (1989) & Montagu (1971) alertam para as consequências da privação do toque, podendo surgir alterações a curto e longo prazo. Como sejam: alterações do crescimento, desenvolvimento mental e emocional, propensão para a agressividade, violência, doenças/transtornos psicológicos relações interpessoais menos satisfatórias.

Nos Estados Unidos da América desde 1992 que existe já o primeiro Instituto de pesquisas do Toque “The Touch Research Institute”, na escola de medicina da Universidade de Miami, dirigido pela Doutora Tiffany Field onde se tem desenvolvido muita informação e conhecimento sobre esta área, cujo contributo é imprescindível para a área da saúde (Weiss, 1979; Field, 1995; Hertenstein & Weiss, 2011).

Saul Schanberg contribuiu para a realidade supracitada uma vez que ele desenhou modelos curriculares para as escolas de saúde em que introduziam unidades curriculares de Toque, pois segundo este autor o “Toque” foi a ferramenta que fundou as ciências médicas (Kuhn, 2010).

Atualmente é possível consultar várias investigações sobre o toque como ferramenta na saúde com evidência de vários benefícios, como sejam: imunológicos; produção de bem-estar; redução de estados de ansiedade, stresse, medo, tristeza. Instiga a autoimagem e confiança pessoal (Lopes & et al, 2009; Silva & et al, 2012; Schimidt & Silva, 2013).

Os estudos evidenciam também, alterações nos parâmetros vitais e dosagens hormonais, como sejam respetivamente: a pressão arterial, frequência cardíaca, frequência respiratória, dor, temperatura, saturação periférica de oxigénio, níveis de ansiedade e stresse diminuídos com evidências ao nível das dosagens de cortisol, dopamina, ocitocina, serotonina e endorfinas (Lopes & et al, 2009; Silva & et al, 2012; Schimidt & Silva, 2013; Silva & et al, 2013; Soares & et al, 2014).

 

Relação simbiótica entre quem toca e quem é tocado

Os profissionais que aplicam o toque regularmente salientam que a sua utilização na comunicação é inevitável e quando se efetiva existe, necessariamente, uma relação simbiótica, entre “quem toca” e “quem é tocado”. Inevitavelmente permite transmitir uma mensagem. Possuí também capacidade de produzir conforto, amparo, proteção, transmissão de apoio, valorização da pessoa, diagnosticar alterações, pode prevenir doenças e manter estados de saúde ótimos (Le May, 1986; Field, 2003; Franken & Franken, 2013; Ferreira & calado, 2013; Soares & et al,2014).

O ato de olhar, abraçar, ouvir, afagar, segurar, acariciar, alisar, pressionar, deslizar, cumprimentar, massajar, confortar são algumas das formas de se operacionalizar o Toque. Este poderá ser caracterizado pelo significado que tem, no entanto existem técnicas de toque que exigem treino, conhecimento e fundamentação científica, como sejam as técnicas e terapias de toque terapêutico em que se inserem as terapias complementares.

O Toque é a ferramenta base destas, como sejam a massagem terapêutica, shiatsu, reflexologia, toque terapêutico, toque da borboleta, Reiki, método mãe canguru, entre outras (Lindquist, Snyder & Tracy, 2014).

Perante o conhecimento atual poderíamos afirmar que Toque é uma ferramenta de cuidados de enfermagem e que a decisão da sua aplicação consciente e intencional depende do enfermeiro.

A minha decisão é TOQUE SIM! POR FAVOR!

 

Bibliografia

Anzieu, D. (1989). O eu-pele. São Paulo: Casa do psicólogo.

Blondis, M., & Jackson, B. (1982). Nonverbal communication with patients: back to human touch. New York.

Dias, A., & et al. (Set/Out de 2008). O toque afetivo na visão do enfermeiro. Revista brasileira de enfermgem REBEn, pp. 603-607.

Ferreira, F., & Callado, L. (2013). O afeto do toque: os benefícios fisiológicos desencadeados nos recém nascidos. Revista de Medicina e Saúde de Brasília, pp. 112-119.

Field, T. (1995). Touch in ealy development. Lawrence Eribaum Associates, Inc.

Field, T. (2003). Touch. USA: MIT Press.

Franken, R., & Franken, M. (2013). Hands as Diagnostic Tools in Medicine. Should Physicians Touch Their Patients? Arq Bras Cardiol.

Kuhn, C. (December de 2010). Obituary Saul M Schanberg. Obtido em 13 de August de 2014, de Neuropsychopharmacology. Nature Publishing Group.: http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC3055581/pdf/npp2010112a.pdf

Le May, A. (1986). Therapeutic touch: the human connection. Nurs.Times, 82, n.47, pp. 28-30.

Lindquist, R., Snyder, M., & Tracy, M. (2014). Complementary & Alternative Therapies in Nursing (Vol. 7ª). New York: Springer publishing company.

Lopes, R., & et al. (Set/Dez de 2009). Ferramenta Terapêutica no tratamento geriátrico e gerontológico. RBCEH, pp. 402-412.

Montagu, A. (1971). Tocar: o significado humano da pele. São Paulo: Summus.

PerencinI, C., & Ribeiro, C. (Set/Out de 2011). Tocando o prematuro: significado para auxiliares e técnicas de enfermagem. RBEn, pp. 817-823.

Schimidt, T., & Silva, M. (2013). Reconhecimento dos aspectos tacêsicos para o cuidado afetivo e de qualidade. Rev Esc Enferm USP, pp. 426-432.

Silva, M., & et al. (Jun de 2012). A linguagem expressiva do toque no grupo terapêutico de massagem e estimulação de bebés. Rev bras med fam comunidade.

Silva, P., & et al. (2013). Dimensão do toque no cuidado realizado pelo enfermeiro. Revista Rede de cuidados de Saúde.

Soares, M., & et al. (Jan/Mar de 2014). A influência do toque no cuidado às crianças especiais. Rev Enferm UFSM, pp. 76-86.

Weiss, S. (1979). The language of touch. Nurs.Res., 28,nº2, pp. 76-80.

Cristina Raquel Batista Costeira, Enfermeira no serviço de Cirurgia Internamento do IPOCFG, E.P.E.

Este artigo foi escrito ao abrigo do novo acordo ortográfico.

 

 

Nota: 
As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico e/ou Farmacêutico.
Novo regime de acesso à profissão
Os profissionais que exerçam a actividade de podologia têm três meses, a partir do dia 01 de Setembro, para pedir a emissão do...

O regime de acesso e de exercício da profissão de podologista, com ou sem fins lucrativos, assim como da emissão do respectivo título profissional, foi publicado hoje em Diário da República e entra em vigor a 01 de Setembro.

Com esta legislação, fica determinado que, quem já exerça a actividade de podologista, seja no sector público, privado ou mesmo no âmbito da economia social, fica obrigado a pedir a emissão do título profissional no prazo de 90 dias, a partir da entrada em vigor da lei.

Para os profissionais terem acesso à profissão de podologista, têm de possuir uma licenciatura na área da podologia, reconhecida pelo Ministério da Saúde.

Em relação aos profissionais nacionais de Estados-membros da União Europeia ou do Espaço Económico Europeu, que pretendam exercer, mas cujas qualificações não tenham sido obtidas em Portugal, a legislação determina que as qualificações sejam reconhecidas pela Administração Central do Sistema de Saúde (ACSS).

“Têm igualmente acesso ao exercício da profissão de podologista os titulares de um grau académico estrangeiro a que tenha sido concedida equivalência a um dos graus de licenciado na área da podologia”, lê-se na lei.

Independentemente da nacionalidade e das habilitações, quem quiser exercer esta profissão em território nacional, deve requerer à ACSS a sua inscrição no registo profissional, comprovando a posse das habilitações académicas.

Este registo está sujeito ao pagamento de uma taxa, cujo valor será fixado em portaria pelos Ministérios da Saúde e das Finanças.

Para os devidos efeitos legais, a profissão de podologista passa a ser equiparada a uma profissão paramédica.

Cabe aos podologistas garantir a responsabilidade civil decorrente do exercício da respectiva actividade profissional, mediante um seguro e responsabilidade civil cujo capital mínimo é de 250 mil euros.

Até dia 2 de Setembro
A Urgência de Ginecologia e Obstetrícia do Hospital das Caldas da Rainha está encerrada por falta de médicos, até ao dia 2 de...

“Por falta de recursos humanos”, a urgência de Ginecologia e Obstetrícia “foi ontem [quarta-feira] encerrada temporariamente”, informou o conselho de administração do Centro Hospitalar de Oeste (CHO), numa resposta por escrito enviada à Lusa.

De acordo com o conselho de administração, a previsão é que o encerramento se mantenha “até às 09:00 do próximo dia 02 de Setembro”, sendo as utentes daquele serviço “transferidas para o hospital de referência, o Centro Hospitalar Lisboa Norte”.

O encerramento das urgências foi proposto pela direcção do serviço de Ginecologia e Obstetrícia, devido à falta e de médicos suficientes para manter o seu funcionamento, dado alguns dos sete clínicos se encontrarem de férias e outros dois de baixa médica.

A decisão, sustenta a administração, “teve como principal objectivo salvaguardar a segurança e qualidade no atendimento das utentes”.

Apesar do fecho das urgências, a maternidade continua em funcionamento, mantendo-se o serviço de internamento e as consultas programadas, assegurou ainda o conselho de administração.

Estudo refere
Um estudo realizado no Japão e nos EUA concluiu que as emoções associadas a recordações podem ser alteradas para permitir...

“Esta capacidade (de reversão) da memória é utilizada clinicamente para tratar” doenças mentais, no entanto, "os mecanismos neurais e os circuitos do cérebro que autorizam esta mudança de registo emocional permanecem muito desconhecidos", salientam os investigadores, no trabalho publicado pela revista científica Nature.

A investigação, desenvolvida pelo instituto Riken, no Japão, e pelo Massachussets Institute of Technology (MIT), nos EUA, pretendia “desmontar” estes processos subjacentes, e abrir a porta a novas pistas para tratar patologias como a depressão ou o stress pós traumático, que afecta, por exemplo, os militares.

O estudo “valida também o sucesso da psicoterapia actual”, explicou o director da investigação, Susumu Tonegawa, Prémio Nobel da Medicina em 1978.

Os cientistas utilizaram uma nova tecnologia de controlo do cérebro de ratinhos através da luz, chamado “optogenética”, para melhor compreender o que se passa quando se mudam as memórias de bons ou maus momentos e se é possível mudar o sentimento (negativo ou positivo) associado a esta lembrança.

Os resultados demonstram que a interacção entre o hipocampo, parte do cérebro que tem um papel central na memória, e a amígdala, uma espécie de armazém de reacções positivas e negativas, é mais flexível do que se pensava até agora.

A investigação baseou-se na inscrição de memórias, através de experiências positivas, num grupo, e negativas, no outro, sendo depois activadas artificialmente estas lembranças, ao serem submetidos a acções opostas.

A nova experiência “dominou” a emoção inicial. “Fizemos um teste (...) e a crença original desapareceu”, descreveu Susumu Tonegawa.

No entanto, este fenómeno só conseguiu ser observado quando se tratava do hipocampo, sensível ao contexto ambiental, e não foi possível condicionar a amígdala.

Novo balanço do Ébola:
A Organização Mundial de Saúde contabilizou 3.069 casos da doença do vírus Ébola, incluindo 1.552 mortes, em quatro países da...

O anterior balanço da epidemia, que continua a progredir de “forma acelerada”, indicava a existência de 2.615 casos e 1.427 mortes, a 20 de Agosto.

“Mais de 40% do número total de casos foram registados” durante os últimos 21 dias, e estão concentrados em algumas localidades, acrescentou a Organização Mundial de Saúde (OMS).

A doença do vírus Ébola tem uma taxa de mortalidade média de 52%, variando entre 42% na Serra Leoa e 66% na Guiné-Conacri.

A OMS referiu ainda que uma epidemia diferente, sem relação com aquela em curso nestes quatro países da África ocidental, foi assinalada a 24 de Agosto pela República Democrática do Congo (RDCongo).

Os dados referentes à RDCongo não estão incluídos no balanço de hoje [28 de Agosto] da OMS.

Na Guiné-Conacri, onde a epidemia de Ébola foi primeiro registada no início deste ano, as autoridades contaram 648 casos e 430 mortes. Na Libéria, 1.378 casos e 694 mortes. Na Serra Leoa, o balanço é de 1.026 casos e 422 mortes, enquanto na Nigéria há 17 casos, incluindo seis mortos.

Estudo refere
Homens que comem mais de 10 porções de tomates por semana têm um risco 18% menor de desenvolver cancro da próstata, sugere uma...

Segundo o estudo hoje publicado na revista médica Cancer Epidemiology, Biomarkers and Prevention, que pertence à Associação Americana de Pesquisa do Cancro, homens que comem essas porções de tomate e seus derivados semanalmente demonstraram ter menor risco de aumentar cancro da próstata, a segunda variedade de tumor maligno mais comum nas pessoas de sexo masculino em todo o mundo.

Os pesquisadores das universidades de Cambridge Oxford e Bristol avaliaram as dietas e estilo de vida de 1.806 homens com idades entre 50 e 69, com cancro da próstata, e compararam com a dos outros 12.005 homens sem a doença.

A equipa de investigadores avaliou o estilo de vida dos dois grupos, nomeadamente se na sua dieta se incluía o selénio, cálcio e alimentos ricos em licopeno, produtos associados à prevenção do cancro da próstata.

E no final, apurou-se que os homens que tiveram ingestão ideal desses três componentes alimentares tiveram um menor risco da doença, refere a revista médica Cancer Epidemiology, Biomarkers and Prevention.

A redução do risco do desenvolvimento da doença deve-se ao licopeno, um antioxidante que repele as toxinas que podem provocar danos nas células e ADN, disse a pesquisadora da Faculdade de Medicina da Universidade de Bristol, Vanessa Er, que liderou o estudo.

“Os nossos resultados sugerem que o tomate pode ser importante na prevenção do cancro da próstata. No entanto, mais estudos precisam ser realizados para confirmar os nossos resultados, especialmente por meio de testes em humanos. Os homens ainda devem comer uma grande variedade de frutas e legumes, manter uma alimentação saudável, controlar o peso e manterem-se activos”, afirmou Vanessa Er.

 

Jovens Portugueses participam
Após o segundo lugar arrecadado em 2013, Portugal volta a participar no Dia Euro - Campeonato Internacional de Futsal para...

Ao longo do ano, por entre vários jogos e treinos, foram recrutados 10 jogadores, da Associação de Jovens Diabéticos de Portugal (AJDP) e do Núcleo Jovem da APDP (NJA), para representar Portugal no DiaEuro 2014.

A equipa de jovens com diabetes conta com as orientações do treinador Paulo Gonçalves e a colaboração do enfermeiro Manuel Cardoso. A participação de Portugal no Dia Euro contou, ainda, com o apoio de várias empresas da indústria farmacêutica.

“A participação neste campeonato é o culminar de uma época de esforço e motivação, onde teremos oportunidade de representar o nosso País numa competição internacional”, refere Carlos Neves, presidente da AJDP.

Ao todo são 16 equipas europeias: Hungria, Portugal, Bélgica, Roménia, Itália, Sérvia, Eslováquia, Eslovénia, Rússia, Ucrânia, Bulgária, Chipre, Croácia, Cazaquistão, Polónia e Uzbequistão, que apesar de estarem em competição, se juntam com o objectivo comum de inspirar um estilo de vida saudável e envolver os jovens em movimentos pela diabetes.

Carlos Neves acredita que “o DiaEuro 2014 é um excelente veículo para desmistificar os estigmas associados à diabetes, particularmente na prática de desporto de competição”. “O desporto traz muitos benefícios aos jovens com diabetes. No que concerne à saúde, contribui para um estilo de vida saudável - na diabetes Tipo 1 aumenta a eficácia da insulina e na diabetes tipo 2 contribui para o aumento do controlo da doença. A nível social, a actividade física, como o futsal, estimula o trabalho em equipa e coloca desafios que constroem a autoconfiança”, esclarece o presidente da AJDP.

Alexandra Costa, Coordenadora do NJA expõe que "A participação neste evento é fundamental para mostrar que a diabetes não é uma barreira mas sim uma motivação para alcançar os nossos sonhos".

 

Conferência Global sobre Alterações Climáticas
A directora-geral da Organização Mundial da Saúde, Margaret Chan, apelou aos governos para agirem de “forma decisiva” contra os...

Falando hoje na abertura da primeira Conferência Global sobre Alterações Climáticas e Saúde, em Genebra, na Suíça, Margaret Chan defendeu a necessidade de o sector da saúde "promover estratégias inteligentes em termos climáticos" visando reforçar a capacidade de adaptação dos sistemas de saúde aos riscos das alterações do clima.

“A evidência é esmagadora: a mudança climática põe em risco a saúde humana. Soluções existem e precisamos agir de forma decisiva para mudar essa trajectória”, apelou a directora-geral da Organização Mundial da Saúde (OMS) durante o encontro em que participam 300 profissionais dos sectores da saúde e do ambiente.

A agência da ONU considera que a mudança de políticas de energia e de transportes pode salvar milhões de vidas de doenças causadas por altos níveis de poluição do ar, pelo que defende que uma atenção especial a sectores fundamentais como a saúde, a energia e o transporte.

Para a directora-geral da OMS, as medidas de adaptação às alterações climáticas também podem salvar vidas em todo o mundo, garantindo que as comunidades estejam melhor preparadas para lidar com o impacto do calor, condições meteorológicas extremas, doenças infecciosas e insegurança alimentar.

Também a directora-geral adjunta da OMS para a saúde da família, mulher e criança, Flavia Bustreo, exortou aos responsáveis das áreas da saúde e ambiente de todo o mundo a encontrarem soluções inteligentes para fazer face aos efeitos das mudanças climáticas.

“As populações vulneráveis, os pobres, os desfavorecidos e as crianças estão entre aqueles que sofrem a maior carga dos impactos relacionados com o clima e consequentes doenças, como a malária, diarreia e desnutrição, que já mata milhões de pessoas por ano”, disse Flavia Bustreo.

A responsável avisou que “sem uma acção efectiva para a mitigação e adaptação aos efeitos adversos das mudanças climáticas sobre a saúde, a sociedade terá de enfrentar um de mais graves problemas de saúde”.

“Mas a boa notícia é que a redução das alterações climáticas pode trazer benefícios substanciais e imediatos de saúde”, disse, no entanto, a directora do Departamento de Saúde Pública e Ambiente da OMS, Maria Neira.

“O exemplo mais poderoso é a poluição do ar, que, em 2012, foi responsável por 7 milhões de mortes - um em cada oito mortes em todo o mundo. Agora há evidência sólida de que a mitigação da mudança do clima pode reduzir bastante esse número”, sublinhou.

 

Circular Informativa N.º 188/CD/8.1.7
Autoridades alemãs reportam suspeita de contrafacção de lote de Remicade. Utentes devem entregar embalagens em causa.

As autoridades alemãs (BfArM/Paul-Ehrlich-Institute) reportaram a suspeita de contrafacção do lote n.º 3RMA66501, com a validade 06/2016, do medicamento Remicade 100mg (Infliximab), 100 mg, pó para concentrado para solução para perfusão, frasco para injectáveis.

Apesar de não ter sido detectada a existência deste lote de medicamento em Portugal, o Infarmed recomenda que:

  • as entidades que tenham adquirido este lote de medicamento não procedam à sua venda, dispensa ou administração, devendo comunicar de imediato ao Infarmed;
  • os utentes que disponham de medicamentos deste lote não os utilizem, devendo entregar as embalagens em causa na farmácia para posterior destruição.
  •  

O Remicade encontra-se aprovado para a doença de Crohn, colite ulcerosa, artrite reumatóide, espondilite anquilosante, artrite psoriática e psoríase.

Para mais informação contacte:

Centro de Informação do Medicamento e dos Produtos de Saúde (CIMI)

Telefone 217987373

Fax 211117552

E-mail: [email protected]

Linha do Medicamento: 800 222 444.

 

Em Coimbra
A Associação Emergência XXI vai realizar no sábado e no domingo, em Coimbra, o primeiro curso de prestação de cuidados de saúde...

“As forças de segurança, de operações especiais e forças armadas estão vocacionadas para uma função específica de combate e de segurança e a questão de saúde tem ficado para trás”, contou Rodrigo Catarino, coordenador do curso, sublinhando que esta iniciativa permite que um militar possa “efectuar algumas intervenções que podem salvar a vida de operacionais feridos em combate”.

O curso, que na primeira edição conta com dois especialistas americanos associados à medicina militar, terá 16 horas de formação, distribuídos por dois dias, e vai decorrer no Hospital Militar Regional de Coimbra. Na primeira edição, a associação convidou operacionais de forças como a Polícia de Segurança Pública, Comandos e Fuzileiros, procurando no futuro “estabelecer protocolos de cooperação e formação nesta área específica”.

“O objectivo da formação é criar os primeiros instrutores em Portugal para depois massificar o curso no país”, referiu o coordenador, explicando que em Portugal havia uma lacuna neste tipo de formação. Na intervenção, procura-se “tratar a vítima, prevenir a existência de mais vítimas e cumprir a missão”, sem nunca “descurar a táctica da operação”, disse à agência Lusa Rodrigo Catarino.

Os participantes são preparados para três fases distintas: “os cuidados sob fogo, em que as intervenções são limitadas, o socorro em campo táctico, em que não há o perigo iminente de serem atingidos, efectuando uma abordagem mais exaustiva, e a evacuação táctica em que se podem acrescentar mais intervenções durante o transporte do ferido”, explanou. Segundo o responsável, o projecto pretende que os operacionais possam actuar nas “principais causas de morte evitáveis”, sendo elas as “hemorragias exsanguinantes, pneumotórax hipertensivo e obstrução da via aérea”.

A associação sem fins lucrativos já desenvolve o curso de Apoio Pré-hospitalar ao Traumatizado (PHTLS), que é realizado “na mesma óptica, mas de âmbito civil”, explicou.

O início do curso vai contar com a presença do director dos serviços de saúde do Exército, Esmeraldo Alfarroba.

 

Registo é gratuito
Em vigor desde 1 de Julho, a nova plataforma informática permite aos médicos saberem que cuidados é que os doentes...

Entre 1 de Julho e 22 de Agosto último, 245 pessoas expressaram que tratamentos querem ou não receber em caso de doença terminal ou incurável ou perante um diagnóstico de inconsciência por doença neurológica ou psiquiátrica irreversível, notícia o jornal Público na sua edição digital.

“Mais de 200 testamentos vitais registados em apenas dois meses que foram marcados pelas férias são um sinal claríssimo da importância e da falta que fazia uma ferramenta desta natureza”, congratulou-se ao Público o presidente da Associação Portuguesa de Bioética, Rui Nunes. Já o bastonário da Ordem dos Médicos, José Manuel Silva, não se mostra impressionado com estes números: “Considerada a população nacional adulta, é um número pequeno e confirma as minhas expectativas de que este instrumento seria utilizado por um número reduzido de cidadãos”.

Com 148 registos, a região da área da influência da Administração Regional de Saúde (ARS) de Lisboa e Vale do Tejo foi até agora aquela que somou mais adesões no Registo Nacional do Testamento Vital (Rentev), a plataforma informática que arrancou no dia 1 de Julho. A ARS do Norte, por seu turno, somou 52 registos, segundo os Serviços Partilhados do Ministério da Saúde. Seguem-se a ARS do Centro com 20 registos e as ARS do Alentejo e do Algarve com 14 e 11 registos, respectivamente.

Na altura em que o Rentev entrou em funcionamento, o Ministério da Saúde admitia que entre 20 a 30 mil pessoas aderissem àquela ferramenta no prazo de um ano. Mas, e porque “não é possível que o testamento vital registe adesões maciças se os portugueses não souberem que ele existe”, Rui Nunes considera que aquele patamar dificilmente será atingido se não houver uma “intensa campanha de sensibilização”: nas escolas, mas sobretudo junto dos médicos de família, para que estes expliquem às pessoas para que serve um testamento vital e como se faz.

Através do testamento vital, um cidadão pode manifestar antecipadamente a sua vontade “consciente, livre e esclarecida” no que concerne aos cuidados de saúde que deseja ou não receber no caso de se encontrar numa situação em que fica incapaz de expressar a sua vontade de forma autónoma. Poderá ser o que acontece num quadro de inconsciência por doença neurológica ou psiquiátrica irreversível, “complicada por intercorrência respiratória, renal ou cardíaca”. O diagnóstico de uma doença incurável ou em fase terminal ou a inexistência de expectativas de recuperação na avaliação clínica são outros dos quadros capazes de fazer accionar a também chamada “directiva antecipada de vontade” do doente.

Entre os cuidados que podem ser recusados incluem-se a reanimação cardio-respiratória, o suporte artificial de funções vitais por meios invasivos, a alimentação e hidratação artificiais que retardem o processo natural da morte e a administração de sangue ou derivados. Este último item assume particular importância no caso, por exemplo, das testemunhas de Jeová, que por motivos religiosos rejeitam transfusões. Aliás, e como adiantou em Junho ao Público o assessor jurídico da Associação das Testemunhas de Jeová, Raul Josefino, era prática comum entre os crentes (calcula-se que haja ao todo cerca de 50 mil praticantes ao todo, em Portugal) transportarem consigo um modelo de testamento vital que recusava as transfusões sanguíneas e que já contemplava a possibilidade de não quererem que a sua vida fosse prolongada perante um quadro clínico sem esperança de melhoria.

Desde 2012 que a lei permitia que um cidadão definisse até onde poderiam chegar os clínicos no caso de incapacidade de indecisão. Mas, para ficar tudo claro, era preciso ir a um notário, pagar à volta de 100 euros e andar sempre com o documento no bolso. Sem isso, o doente deixava o seu fim entregue à obra do acaso ou à decisão dos familiares. No passado dia 1 de Julho, tais decisões puderam passar a ficar predefinidas na referida plataforma informática que congrega todos os testamentos vitais validados pelos serviços de saúde e mediante a qual os médicos, do sector público mas também do privado, podem aceder à vontade dos doentes em situação extrema.

Sem quaisquer custos, o testamento vital pode ser efectuado através do preenchimento de um formulário próprio que está disponível nos sites das ARS, no Portal do Utente e no Portal da Saúde. No formulário aqui disponível, o cidadão pode também deixar nomeado um “procurador de cuidados de saúde”, ou seja, pode indicar uma pessoa de confiança (familiar ou não) que será chamada a decidir em seu nome sempre que a situação clínica o exija ou então que assegurará o cumprimento do testamento vital.

 

Altas adiadas
Só em três dos maiores hospitais do País este ano já 71 idosos tiveram de esperar nas enfermarias por um lugar num lar. No ano...

Em média doentes esperam cerca um mês por um lugar numa instituição. No Hospital Amadora-Sintra, nos primeiros seis meses do ano já foram identificados 42 doentes à espera de vaga. No ano passado, 197 idosos só tiveram alta depois de encontrada vaga num lar, escreve o Diário de Notícias.

No Centro Hospitalar de São João (que integra o São João e o hospital de Valongo) este ano já se registaram 19 pedidos à Segurança Social para integrar doentes em lares de terceira idade. Neste momento, há cinco que ainda ocupam uma cama de hospital apenas porque não têm para onde ir.

No Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra (Hospitais da Universidade e o dos Covões) registaram-se este ano 10 casos. Menos do que os 15 de 2013.

 

Estudo sugere
A toma de antidepressivos pelas mulheres grávidas pode estar associada a um risco acrescido de hiperactividade no bebé, sugere...

Os problemas de transtorno de défice de atenção com hiperactividade (TDAH) caracterizam-se por dificuldades em concentrar-se e a levar até ao fim tarefas complexas.

Estes problemas afectam 3 a 5% de crianças em idade escolar em França. segundo vários estudos, e caracterizam-se frequentemente por uma dificuldade em manter-se no lugar, esperar a sua vez ou por comportamentos impulsivos.

No estudo publicado na Molecular Psychiatry (revista do grupo Nature), os investigadores do Massachusetts General Hospital (EUA) “observaram um risco persistente de TDAH após uma exposição aos antidepressivos, em particular no primeiro trimestre” da gravidez, adianta a France Presse, citada pelo Diário de Notícias Online.

Este estudo, estatístico, foi elaborado a partir de dados recolhidos num sistema de cuidados de saúde do norte dos EUA, visando 2243 crianças diagnosticadas com TDAH e 1377 crianças autistas.

O objectivo inicial dos investigadores era perceber se o consumo de antidepressivos durante a gravidez podia traduzir-se num risco acrescido de autismo na criança. Sobre esta questão os investigadores estimam que a ligação não é significativa.

Já a associação entre os antidepressivos consumidos durante a gravidez e a TDAH é “significativa”. Os investigadores sublinham, porém, que o risco é “reduzido em termos absolutos” e recomendam mais estudos sobre este tema.

 

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