Nutricionistas

Metade dos idosos institucionalizados está em risco de malnutrição

Ao contrário do que foi anunciado, os nutricionistas não chegam à população mais vulnerável. A falta de nutricionistas no setor social e solidário continua a ser uma realidade. Ordem lamenta que o Governo não tenha seguido as recomendações apresentadas na Assembleia da República há um ano.

Esta sexta-feira, 09 de agosto, assinala-se um ano desde que a Assembleia da República recomendou ao Governo a presença obrigatória de nutricionistas nas instituições do setor social e solidário. 365 dias volvidos não foi registada nenhuma alteração e a Ordem dos Nutricionistas lamenta a falta destes profissionais junto de um grupo vulnerável da população.
                                                                                                                         
Neste sentido, a Ordem dos Nutricionistas fez chegar ao Ministro do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social, Vieira da Silva, uma carta na qual questiona a concretização da recomendação.
 
“Só podemos apresentar cartão vermelho ao Governo, pois não cumpriu com a recomendação da Assembleia da República. O retrato do estado nutricional dos idosos nos lares é preocupante, uma vez que cerca de metade estão em risco de malnutrição. Urge garantir a intervenção de nutricionistas junto desta população mais vulnerável, de modo a que possam contribuir para a inversão dos problemas de saúde que afetam este grupo da população”, salienta Alexandra Bento, Bastonária da Ordem dos Nutricionistas.
 
Atualmente cerca de 21% da população portuguesa tem mais de 65 anos de idade e, segundo dados recentes, 15% dos idosos estão em risco de desnutrição; 39% são obesos; mais de um quarto tem diabetes; e 70% dos idosos inscritos nos centros de saúde em Portugal sofre de hipertensão. De notar que 4,8% dos idosos em lares estão em situação de desnutrição e 38,7% em risco de malnutrição, comparativamente aos 0,6% e 16,9%, respetivamente, dos idosos não institucionalizados.
 
A Ordem dos Nutricionistas defende que só com a presença de nutricionistas nestas instituições é possível definir uma alimentação adequada aos utentes, tendo em conta as necessidades e características individuais de cada um.
 
Os idosos são considerados uma população vulnerável pelas diversas características que decorrem do natural processo de envelhecimento e para Alexandra Bento “o país tem a obrigação de os cuidar com especial atenção”.
 

Fonte: 
Media Tailors
Nota: 
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