Boletim INSA
Na semana de 18 a 24 de fevereiro, a gripe registou uma baixa incidência, verificando-se uma tendência estável, avança o...

“A taxa de incidência da síndroma gripal foi de 43,9 por 100.000 habitantes”, lê-se no boletim divulgado pelo Instituto, relativo à oitava semana deste ano. Na semana anterior, a atividade gripal na Europa apresentava já uma tendência decrescente.

Foram reportados 13 casos de gripe pelas 23 unidades de cuidados intensivos que enviaram informação.

Os dados indicam ainda que cerca de 39 mil pessoas estão em observação , tendo sido detetados em circulação os vírus da gripe dos subtipos A (H1) e A (H3).

 

O Instituto Português de Oncologia (IPO) de Lisboa recebeu um ventilador na sequência de uma ação da Ecopilhas que apelou à...

A Ecopilhas desafiou os portugueses a colocarem pilhas e baterias usadas num dos mais de 20 mil pilhões existentes em Portugal numa ação de apoio à luta contra o cancro. Os portugueses aderiram à iniciativa e, no âmbito do 10.º peditório de pilhas e baterias usadas, foi possível recolher mais de três milhões de unidades em todo o país, permitindo à Ecopilhas dar ao IPO o ventilador para a sala de técnicas de gastrenterologia.

“Ano após ano, tem sido muito gratificante testemunhar o interesse dos cidadãos e das empresas nesta iniciativa”, disse o diretor geral da Ecopilhas, Eurico Cordeiro, citado num comunicado da empresa, que assegurou que “o objetivo foi cumprido”.

A Ecopilhas já recolheu mais de 38,5 milhões de pilhas e baterias usadas desde o seu primeiro peditório a favor da luta contra o cancro, o que tem permitido a doação anual de um aparelho de tratamento ou de diagnóstico ao IPO, pode ler-se em comunicado. 

O Peditório Nacional de Pilhas e Baterias usadas é uma iniciativa de solidariedade da Ecopilhas, uma empresa sem fins lucrativos que visa assegurar a recolha, o armazenamento e reciclagem das pilhas e baterias usadas.

 

Estão prontos mas não podem ser utilizados
Os medicamentos feitos a partir de plasma português estão disponíveis desde o início do ano, mas ainda não estão a ser usados...

De acordo com o Instituto Português do Sangue e da Transplantação (IPST), estes medicamentos vão permitir poupar ao Estado cerca de dois milhões de euros, já que até aqui todos os fármacos derivados de plasma tinham de ser importados.

Apesar de prontos, estes medicamentos ainda não podem ser usados por uma questão de tramitação legal. Entre as medidas a adoptar, está a criação de uma tabela de preços para os medicamentos de origem nacional, refere o jornal.

Essa tabela vai ser publicada em Diário da República, segundo fonte do IPST.

Portugal tem cerca de 256 mil dadores de sangue por ano e o plasma é aproveitado a partir dessas dádivas.

Os medicamentos em causa - albumina humana, imunoglobulina humana e factor VIII - foram entregues no final de 2018 pela Octapharma, empresa que ganhou o concurso para o fraccionamento de 30 mil litros de plasma português.

 

Situação pode pôr em causa a formação de jovens médicos
A Associação Nacional dos Estudantes de Medicina manifesta-se preocupada com a saída de especialistas para o estrangeiro, que...

Em declarações à agência Lusa, o presidente da Associação, Vasco Mendes, considera que tem sido crescente a procura de clínicos portugueses por parte de unidades estrangeiras, o que comprova a “qualidade da formação médica”.

Contudo, entende que a emigração de médicos especialistas é “motivo de preocupação” para o Serviço Nacional de Saúde (SNS).

“Pode provocar uma falta de médicos no SNS, que terá impacto nos médicos que o país vai conseguir formar. Ter menos médicos em exercício implica ter menos médicos em aprendizagem”, argumentou Vasco Mendes.

O representante dos estudantes de medicina diz estar consciente das dificuldades que o SNS tem atravessado, mas apela a que sejam tomadas medidas para que o sistema público seja atrativo, estável, em que os profissionais consigam exercer e fazer investigação.

A procura por parte de hospitais estrangeiros de médicos portugueses, que muitas vezes oferecem melhores salários e condições, “vem acentuar o problema das poucas capacidades formativas para formar internos”, insiste o presidente da Associação.

Vasco Mendes lembra que, “num mundo globalizado e cada vez mais acessível”, as oportunidades de trabalho no estrangeiro chegam rapidamente através do computador.

Uma empresa está a recrutar médicos de Portugal, Espanha e Itália para trabalharem na Arábia Saudita, procurando profissionais com cinco a 10 anos de experiência para 24 especialidades diferentes.

Segundo o anúncio publicado na Internet e já enviado diretamente a alguns médicos portugueses pela plataforma Linkedin, um grupo de saúde na Arábia Saudita está à procura especialistas em emergência médica, cirurgia plástica, dermatologia, ginecologia e obstetrícia, pediatria, pneumologia, entre outras especialidades.

Hoje, o Jornal de Notícias anuncia que o Governo galego está a tentar contratar médicos de família e pediatras portugueses, oferendo uma duplicação do salário. Também na bolsa de emprego da Ordem dos Médicos há anúncios a procurar médicos para países como a Irlanda, a Inglaterra ou a França.

Ordem
A procura de médicos portugueses por parte de países estrangeiros testemunha a qualidade dos profissionais, mas demonstra a...

Uma empresa está a recrutar médicos de Portugal, Espanha e Itália para trabalharem na Arábia Saudita, procurando profissionais com cinco a 10 anos de experiência para 24 especialidades diferentes.

Segundo o anúncio publicado na Internet e já enviado diretamente a alguns médicos portugueses pela plataforma Linkedin, um grupo de saúde na Arábia Saudita está à procura especialistas em emergência médica, cirurgia plástica, dermatologia, ginecologia e obstetrícia, pediatria, pneumologia, entre outras especialidades.

Hoje, o Jornal de Notícias anuncia que o Governo galego está a tentar contratar médicos de família e pediatras portugueses, oferendo uma duplicação do salário. Também na bolsa de emprego da Ordem dos Médicos há anúncios a procurar médicos para países como a Irlanda, a Inglaterra ou a França.

Para o bastonário da Ordem dos Médicos, estes pedidos para “contratar médicos, seja por parte da Galiza, da Arábia Saudita ou de outros países” são uma “boa notícia”.

“É sinal que os médicos portugueses são bons médicos, têm uma excelente formação” e são respeitados a nível internacional”, disse Miguel Guimarães à Lusa.

“A má notícia é que o Ministério da Saúde e o Governo assistem a isto e não se conseguem adaptar àquilo que é a realidade atual que é termos um país de portas abertas para a Europa e para o resto do mundo e não estamos a ter capacidade concorrencial com estes países”, nomeadamente aplicando “as regras que já existem e eventualmente melhorar os incentivos”, sublinhou.

Apesar de reconhecer que as remunerações de países como da Arábia Saudita ou até mesmo de países da Europa ocidental serem “difíceis de concorrer por parte do Governo português”, o bastonário afirmou que “há uma coisa que não é difícil que é aplicar na prática a carreira médica que não está a ser aplicada” e os concursos não demorarem demasiado tempo.

No seu entender, se os concursos funcionassem bem seria uma “motivação forte” para os médicos ficarem no SNS, assim como seria importante haver “uma política de incentivos adequada”, nomeadamente para as regiões mais periféricas e desfavorecidas onde faltam médicos em várias especialidades.

“Nada está a ser feito para que possamos fixar os jovens valores no nosso país e sobretudo no SNS, onde fazem muita falta e podem dar uma capacidade de resposta aos SNS mais adequadas às necessidades dos doentes e da população”, sustentou.

O bastonário dos médicos lamentou que o Governo “não tome a dianteira”, criando as condições de trabalho adequadas para que os médicos fiquem a trabalhar em Portugal.

Por outro lado, “o respeito que a tutela demonstra relativamente aos médicos que fazem todos os dias o Serviço Nacional de Saúde leva a que muitos jovens vão trabalhar para outros países ou fiquem apenas a trabalhar no setor privado”.

Para Miguel Guimarães, “é tempo de o Governo e dos deputados na Assembleia da República fazerem alguma coisa, mudarem as condições de trabalho”, porque esta situação atinge todos os profissionais de saúde que “fazem falta ao país ao Serviço Nacional de Saúde e que veem goradas as suas expectativas de ficarem” a trabalhar no seu país.

Especialista explica
São geralmente crónicas, progressivas, degenerativas e muitas vezes com risco de morte.

Raro é um adjetivo que significa que algo não é comum, não é abundante ou frequente. No que diz respeito a uma doença, na União Europeia consideram-se raras aquelas que têm uma prevalência inferior a 5 em 10.000 pessoas, isto é uma por cada 2000 pessoas na população Europeia (Decisão 1295/1999/CE do Parlamento Europeu e do Conselho de 29-04-1999).

Muitas vezes designadas doenças órfãs, julga-se que em Portugal existem cerca de 800 mil portadores de doenças raras, muitos deles ainda por diagnosticar.

Existem de seis a oito mil tipos de doenças raras, em que 30% dos pacientes morrem antes dos cinco anos de idade; 75% delas afetam crianças e 80% têm origem genética.

O que elas têm em comum é que são caracterizadas por uma panóplia de sinais e sintomas que variam de doença para doença e de pessoa para pessoa, com um fenótipo diverso, revelando a sua gigante variabilidade. E é esta diversidade que torna estas doenças tão difíceis, que embora pouco frequentes têm um grande impacto.

São de complexo diagnóstico e a este é acrescido a falta de informação por parte dos profissionais de saúde, com as ineficiências no encaminhamento dos doentes para os serviços especializados mais adequados, adicionando-se a falta de centros de referência.

São geralmente crónicas, progressivas, degenerativas e muitas vezes com risco de morte. Não têm uma cura eficaz, mas é possível aliviar sintomas e com isso melhorar a qualidade de vida destes doentes e dos seus cuidadores.

Para quem quiser saber mais, a Aliança Portuguesa de Associações de Doenças Raras, fundada em 2008, representa as associações que dela fazem parte, junto das instituições de saúde nacionais e internacionais, http://aliancadoencasraras.org.

O Dia Mundial das Doenças Raras é comemorado, habitualmente, no último dia de Fevereiro (28 ou 29).

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As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico, Enfermeiro, Farmacêutico e/ou Nutricionista.
A importância do diagnóstico precoce
Nas vésperas do Dia do Pai, a Associação Portuguesa dos Doentes da Próstata em colaboração com o escritor Luís Coelho, lança o...

Com esta iniciativa, as vendas de cada audiolivro revertem para a Associação Portuguesa de Doentes da Próstata.

Depois das crónicas que escreveu para uma revista masculina, o autor reuniu todos os seus textos para os transformar em livro, que por sua vez foi transformado numa peça de teatro e que, a partir de hoje, passa a estar disponível num audiolivro.

Carregado de humor e de boa disposição, “Faz-te Homem” é um audiolivro, composto por várias vozes masculinas portuguesas, que revela abertamente os pensamentos e comportamentos que todos os homens têm, mas que nunca exteriorizam. Ricardo Carriço, Marcos André, António Machado, António Sala, João Porto, Rui Veloso, Eduardo Rêgo, Manuel Serrão, João Baião, Victor Espadinha, Vasco Palmeirim, Pedro Górgia, João Tempera, Fernando Pereira, João Didelet, Edson Athayde, Rodrigo Meneses, Fernando Alvim, Ruy de Carvalho, Toy, David Cristina, Eládio Clímaco, João David Nunes e Júlio Isidro são as vozes que compõem este audiolivro. A narração fica a cargo de Rui Unas, também autor do prefácio.

Luís Coelho, autor do livro, afirma que “A generosidade e disponibilidade de todos eles foi incrível, e foi isso que tornou este projeto possível. É um orgulho enorme ouvi-los ler as minhas palavras, e um orgulho ainda maior saber que estamos a ajudar uma causa tão importante”.

Neste audiolivro, cada texto foi entregue a cada personalidade cuidadosamente, conseguindo um ambiente próprio em cada capítulo. A cargo da Dizplay Sound Lab ficou a sonorização deste audiolivro, assim como a sua produção. Além da interpretação única dos músicos, atores, radialistas e apresentações, “Faz-te Homem” conta ainda com duas músicas originais de Bruno Almeida.

Esta iniciativa serve, essencialmente, como um alerta da APDPróstata para a necessidade de um acompanhamento regular e da realização precoce do exame à próstata, trazendo este tema para debate público.

“O objetivo da Associação é sensibilizar os homens para a necessidade de um exame periódico da próstata a partir dos 45 anos de idade. A prevenção precoce é muito importante na deteção e tratamento com sucesso do Cancro da Próstata”, refere Joaquim da Cruz Domingos, Presidente da APDPróstata.

“O Cancro da Próstata é o primeiro cancro mais diagnosticado nos homens e um dos aspetos mais preocupantes da doença é que a maioria dos casos se desenvolvem sem sintomas nos estágios iniciais”, comenta ainda José Graça Gonçalves, Vice-Presidente da Associação.

Houve 3 surtos em 2018
A Direção-geral da Saúde (DGS) declarou o fim de três surtos de sarampo em Portugal registados no final do ano passado,...

A declaração do fim dos surtos consta de um documento da DGS com data de 20 de fevereiro, que acrescenta que o fim dos surtos só pode ser determinado após dois períodos de incubação da doença sem novos casos confirmados (42 dias).

Os três surtos quase simultâneos foram identificados em novembro e dezembro de 2018 em Cascais, Oeiras e Madeira.

A autoridade de saúde avisa que continuam a existir surtos de sarampo na Europa, recomendando que seja mantido um “elevado grau de suspeição clínica” para detetar casos precocemente, já que permanece a possibilidade de importação de casos.

É ainda considerado fundamental pela DGS cumprir o Programa Nacional de Vacinação, que contempla a vacina do sarampo, que deve ser administrada aos 12 meses e aos cinco anos.

Nos três surtos de sarampo registados em final do ano passado, foram identificados laboratorialmente pelo menos 37 casos da doença, segundo o último balanço da Direção-geral da Saúde feito no início de janeiro.

Vinte e quatro dos casos confirmados correspondiam a um surto detetado em Cascais, cinco casos ao surto de Oeiras, três casos na Madeira e cinco considerados casos isolados.

No comunicado emitido então pela DGS não era referido qualquer surto na Madeira, mas chegaram a ser confirmados publicamente pelo menos três casos.

O sarampo é uma das doenças infecciosas mais contagiosas e pode provocar doença grave, sobretudo em pessoas que não estão vacinadas.

O vírus do sarampo é transmitido por contacto direto com as gotículas infecciosas ou por propagação no ar quando a pessoa infetada tosse ou espirra. Os sintomas de sarampo aparecem geralmente entre 10 a 12 dias depois de a pessoa ser infetada e começam habitualmente com febre, erupção cutânea, tosse, conjuntivite e corrimento nasal.

 

Investigação da Escola Superior de Saúde da Universidade de Aveiro
A prática de Pilates melhora a qualidade de vida de quem sofre de doenças cardiovasculares e respiratórias crónicas, cancro e...

“Com este estudo verificámos que os doentes que praticam Pilates melhoram significativamente a sua qualidade de vida”, explica Sara Souto Miranda. A investigadora do Laboratório de Investigação e Reabilitação Respiratória (Lab3R) da ESSUA, que juntamente com Alda Marques assina o trabalho, aponta que os doentes que praticam Pilates saem fortemente beneficiados no que diz respeito à força muscular, à tolerância ao esforço físico e aos próprios sintomas das doenças.

Resultado de uma revisão dos artigos científicos que, por todo o mundo, se têm feito nos últimos anos sobre os benefícios para a saúde da prática de Pilates, o trabalho das investigadoras do Lab3R conclui que, entre as várias doenças crónicas não transmissíveis, é nas cardiovasculares, respiratórias, cancro e diabetes que os efeitos terapêuticos desta prática mais se fazem notar.

Os artigos compilados e estudados pelas investigadoras reportam a prática de Pilates por 491 pessoas com um historial de doenças crónicas (cancro da mama, diabetes, doença pulmonar obstrutiva crónica, fibrose quística, insuficiência cardíaca e hipertensão arterial), durante 8 a 12 semanas, uma a três vezes por semana.

As maiores melhorias, descreve Sara Souto Miranda, “foram reportadas para doentes com patologia cardiovascular crónica, diabetes e cancro da mama” e incidiram ao nível da tolerância ao esforço (capacidade para caminhar mais tempo sem parar), sintomas (fadiga, dor, ansiedade e depressão) e qualidade de vida relacionada com a saúde. No entanto, avisa, “essas melhorias podem ter sido superiores nessas doenças devido à escassez de estudos nas restantes”.

“O Pilates parece ser uma boa intervenção a adotar como estratégia adjuvante, isto é, não tem efeitos superiores a outras intervenções na maior parte dos domínios da saúde, pelo que deve ser praticado em conjunto com outras intervenções que já se demonstraram eficazes, como a reabilitação respiratória, cardíaca ou neurológica”, aponta Sara Souto Miranda. “É uma intervenção promissora para manter as pessoas ativas, mas que tem ainda poucos estudos em algumas doenças, tais como as respiratórias ou cardiovasculares, pelo que será necessário ainda maior investimento de investigação nesta área”, explica.

 

Processo de recrutamento preocupa Ordem
O serviço de saúde galego quer médicos de família e pediatras de Portugal e está quer pagar o dobro do que recebem os médicos...

De acordo com a edição de hoje do Jornal de Notícias, o Serviço Galego de Saúde (Sergas) está a recrutar médicos de família e pediatras portugueses, oferecendo um salário bruto anual de 61.500 euros.

O serviço de saúde da Galiza está a contratar por uma remuneração que é o dobro da de um médico em início de carreira em Portugal, por uma razão de “proximidade”, conforme explicou fonte do Sergas ao jornal do Porto.

Ao JN, o mesmo porta-voz adiantou que é “um novo tipo de contrato de continuidade para atender a substituições, especialmente nas categorias de medicina de família e pediatria”. “O governo galego pretende abrir portas a profissionais de saúde de outras comunidades autónomas de Espanha e de Portugal”, referiu.

O Ministério da Saúde ainda não fez comentários a este processo de recrutamento da vizinha Espanha, mas a Ordem dos Médicos já se mostrou preocupada com a emigração de clínicos para este país.

Mas há mais nove novidades promissoras
O 'pai' da Microsoft Bill Gates elegeu as vacinas personalizadas contra o cancro, os hambúrgueres vegetais com sabor...

A lista é divulgada pelo Instituto de Tecnologia de Massachusetts (MIT), nos Estados Unidos, que seleciona e publica anualmente na sua revista o 'top 10' das inovações tecnológicas, mas que, para 2019, convidou o cofundador da multinacional de 'software' informático a fazer as escolhas.

O multimilionário e filantropo norte-americano elegeu também a destreza robótica, a energia produzida por fusão e fissão nuclear, os testes sanguíneos de diagnóstico de bebés prematuros, as cápsulas ingeríveis que captam imagens do intestino, as máquinas que 'capturam' dióxido de carbono, as sanitas que tratam 'in situ' os dejetos e os programas de inteligência artificial de conversação.

São dez invenções que vão dar que falar em 2019 e mudar o mundo para melhor, segundo o magnata. O assunto é capa da edição de março/abril da revista do MIT, que descreve as inovações na sua edição digital.

O robô "Dactyl", criado nos Estados Unidos, 'aprendeu' a virar entre os dedos um brinquedo em forma de cubo, uma destreza que pode vir a ser aperfeiçoada para a execução de tarefas em casa ou numa fábrica.

Ao contrário da quimioterapia, que ataca as células saudáveis, as vacinas personalizadas contra o cancro, que estão a ser testadas em doentes, podem levar as defesas naturais do corpo a destruírem apenas os tumores ao identificá-los pelos seus erros genéticos únicos.

Uma simples análise ao sangue permitirá aos médicos identificarem as mulheres propensas a dar à luz antes do tempo e tomar medidas para evitar o nascimento de um bebé prematuro e dar-lhe mais hipóteses de sobrevivência, ao detetar variações na expressão de sete genes que estão associadas aos nascimentos prematuros. Uma empresa, a Akna Dx, foi criada nos Estados Unidos para comercializar o teste.

Também nos Estados Unidos já se confecionam hambúrgueres com proteínas de ervilha, soja, trigo, batata e óleo de plantas para mimetizar a textura, o valor nutritivo e o sabor da carne. Na Holanda trabalha-se na produção de carne em laboratório, um método que implica a extração de tecido muscular de animais para fazê-lo crescer em biorreatores.

No Paquistão, onde prevalecem determinadas doenças inflamatórias intestinais, foi testado em jovens o uso de uma cápsula para captar imagens do intestino.

A cápsula, que tem um minúsculo microscópio, pode ser engolida facilmente, mesmo por crianças, devido ao seu reduzido tamanho e permite examinar e detetar lesões no intestino e noutros órgãos do aparelho digestivo sem o desconforto de uma endoscopia ou colonoscopia sem anestesia, de acordo com o patologista e bioengenheiro Guillermo Tearney, do hospital norte-americano de Massachusetts, onde criou o dispositivo, que, ainda assim, tem agarrado um cabo flexível que fornece luz à cápsula e que se liga a um monitor onde são reproduzidas as imagens visualizadas pelo médico.

O uso de dióxido de carbono, que contribui para o aquecimento do planeta, na produção de combustíveis ou refrigerantes é apontado como uma das mais-valias de máquinas capazes de 'capturar' este gás poluente da atmosfera, além do efeito de mitigarem as alterações climáticas.

A lista das dez invenções tecnológicas mais promissoras selecionadas por Bill Gates não fica completa sem as sanitas que não precisam de estar ligadas a sistemas de saneamento ou água e que transformam os dejetos em fertilizante, ao aquecê-los num compartimento de forma a gerarem uma substância rica em carbono.

Há, ainda, os sistemas de inteligência artificial que 'aprenderam' a detetar a ausência de palavras num texto ao 'estudarem' milhões de frases.

Sistemas como este, combinados com melhores sintetizadores de voz, podem potenciar novos programas de inteligência artificial que permitem às máquinas manterem uma conversação com pessoas e não responderem simplesmente a uma ordem.

Opinião
Doença rara é aquela que tem uma incidência de um caso em cada 2.000 pessoas.

Atualmente o enquadramento desta subpopulação de pacientes em Portugal está protegido por uma Estratégia Integrada para as Doenças Raras, em implementação através de uma abordagem integrada dos Ministérios da Saúde, Segurança Social e Educação, que pretende responder às necessidades sanitárias, sociais e educativas destes doentes.

Do ponto de vista sanitário, a espinha dorsal assistencial assenta no estabelecimento de uma rede de referenciação eficaz e da consolidação de centros de referência que prestem cuidados diferenciados, de elevada especialização, com dispensa de medicamentos órfãos, capacidade formativa específica de profissionais de saúde, organização de registos e investigação médica, e integração em redes de conhecimento europeias, como a European Reference Network (ERN).

Todo este processo está em curso e estão já designados em Portugal, pelo Ministério da Saúde, centros de referência para oito áreas de Doenças Raras. Ainda um número restrito de intervenção, mas que abrange já algumas centenas de doenças deste campo. Os centros de referência são necessariamente unidades hospitalares centrais da carta hospitalar portuguesa que são constituídos por equipas multidisciplinares certificadas pelo Ministério da Saúde, e algumas delas já integradas na ERN.

A estratégia organizativa de uma rede de referenciação beneficia já de normas de referenciação estabelecidas pela Direção-Geral da Saúde para vários centros de referência, as quais se encontram publicadas e em divulgação nos serviços de saúde, desde os cuidados primários.

Foram estabelecidos pela Comissão Europeia e pelo IRDIRC (Consórcio Internacional de Investigação para as Doenças Raras) que até 2020 deve ser estabelecido diagnóstico para todas as Doenças Raras (atualmente já possível para cerca de 3.600), assim como terapêutica para 200 casos. Já para 2027 espera-se serem realizados diagnósticos no espaço de um ano para a totalidade das Doenças Raras, e efetuadas terapêuticas para 2.000 patologias deste género.

Espera-se, entre nós, que nos próximos anos haja a ampliação progressiva desta estratégia e uma maior abrangência das doenças, perseguindo aqueles objetivos.

A Medicina Interna, especialidade eminentemente hospitalar, possuidora de uma visão holística da pessoa doente, que lida com a multimorbilidade e com a patologia complexa, multissistémica, está posicionada privilegiadamente para equacionar a Doença Rara. É, por outro lado, a especialidade da Medicina da idade adulta, que deve receber o doente pediátrico a quem foi diagnosticada Doença Rara, devendo assegurar os cuidados durante o resto do seu ciclo de vida. Sendo os medicamentos órfãos essencialmente de dispensa hospitalar, e sendo o hospital o habitat natural do internista, espera-se dele a capacidade de orientar o seu manejo em múltiplas situações. Os serviços de Medicina Interna estão presentes em toda a carta hospitalar, desde a escala distrital, cobrindo todo o país, e têm a obrigação de estabelecer a maior rede de comunicação intra-hospitalar e com os cuidados de saúde primários e a Medicina Geral e Familiar, facilitando a rede de referenciação para as Doenças Raras, e articulando-se com os centros de referência. Julga-se indispensável que todas as equipas multidisciplinares destes centros incluam internistas.

Numa época de evolução das ciências biomédicas, em que a Medicina de precisão, personalizada, centrada no doente em todas as suas vertentes biopsicossociais, em que a relação médico-doente, associada a uma extraordinária evolução tecnológica da intervenção biomédica, volta a ser pedra angular no sucesso dos cuidados de saúde, a posição da Medicina Interna, eminentemente clínica, gestora do doente e da utilização criteriosa dos meios complementares e terapêuticos, detém enorme responsabilidade na prestação dos cuidados de saúde, incluído na área das Doenças Raras.

Dr. Luís Brito Avô - Internista e Coordenador do NEDR

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Campanha “Olhe pelas suas costas” deixa 4 conselhos para as evitar
As dores nas costas são mais comuns na mulher, em todas as idades, mas sobretudo após a menopausa. Pensa-se que as diferenças...

Há ainda algumas doenças associadas a dores nas costas que são mais frequentes na mulher, como a fibromialgia e a osteoporose com risco de fratura. Em Portugal, no primeiro estudo efetuado sobre cirurgias da coluna vertebral no Serviço Nacional de Saúde, também se verificou um ligeiro predomínio das mulheres - 54% - entre os doentes operados à coluna entre 2011 e 2016.

Para Bruno Santiago, neurocirurgião e coordenador da campanha nacional “Olhe pelas suas costas”, o segredo evitar problemas de coluna está na adoção de medidas preventivas que ajudem a combater potenciais lesões.

A propósito do Dia Internacional da Mulher, assinalado a 8 de março, a campanha “Olhe pelas suas costas” deixa 4 conselhos para que as mulheres portuguesas tenham costas mais saudáveis:

Praticar exercício físico regularmente – O exercício físico é o pilar da prevenção e tratamento das dores nas costas, mesmo durante a gravidez. Estima-se que mais de 50% das grávidas sofrem de dores na coluna, mas a prática de exercício adequado, com acompanhamento médico, pode ajudar a prevenir e aliviar estas dores. “Há tendência da mulher grávida para pensar que a dor nas costas é ‘normal’ e que não há como a prevenir ou melhorar, mas exercícios de fortalecimento muscular podem ajudar a diminuir o problema”, explica o neurocirurgião.

Adotar uma postura corporal adequada – a postura corporal da mulher enquanto trabalha, principalmente em profissões sedentárias, enquanto realiza tarefas domésticas ou transporta pesos tem um forte impacto nas costas. “Corrigir a postura nos vários momentos do dia, por exemplo sentar-se com as costas bem apoiadas, carregar pesos de forma adequada sem fletir o tronco, é crucial para a saúde das costas.”, diz Bruno Santiago.

Evitar calçado com saltos altos e finos – o uso de calçado confortável e adequado é essencial para prevenir dores nas costas. Isto não significa que as mulheres devem usar apenas saltos rasos. “Optar por sapatos com salto de base larga e altura de até 4 centímetros é o ideal, pois garante-se o apoio do pé, sem que sejam necessárias correções na musculatura lombar, como acontece com saltos mais altos e finos”, afirma o especialista.

Controlar o peso – o excesso de peso também contribui para a dor nas costas, pois desequilibra a estrutura corporal e esforça a coluna. “Controlar o peso, mantendo uma alimentação saudável, é essencial para reduzir as dores nas costas e, ao mesmo tempo, prevenir outras doenças”, conclui Bruno Santiago.

As dores nas costas afetam 7 em cada 10 portugueses e em mais de 70% dos casos as queixas dizem respeito à dor lombar. Motivo de absentismo laboral, as dores nas costas são já a segunda causa mais frequente de ida à urgência hospitalar e representam mais de 50% das causas de incapacidade física em idade ativa, sublinha Bruno Santiago, recordando que “é extremamente importante estarmos atentos à saúde das nossas costas. As doenças da coluna vertebral são atualmente a principal causa de incapacidade no mundo”.

Projeto-piloto da DGS
A Unidade de Saúde Familiar Santiago de Leiria, vai disponibilizar uma consulta estruturada e multidisciplinar de atividade...

De acordo com o Município de Leiria, liderado por Raul Castro (PS), a medida prevê o "encaminhamento pelos respetivos médicos de família para a consulta de prescrição de atividade física" dos utentes com diabetes tipo 2 ou depressão, "num projeto que envolve um trabalho de investigação do Instituto Politécnico de Leiria, que liderou a candidatura de Leiria a este projeto-piloto".

A implementação da consulta envolve a participação da Câmara Municipal de Leiria, Agrupamento de Centros de Saúde do Pinhal Litoral, Unidade de Saúde Familiar Santiago de Leiria, Juventude Vidigalense e Instituto Politécnico de Leiria, que assinaram na quarta-feira um protocolo de cooperação para a sua concretização.

O coordenador da Unidade de Saúde Familiar Santiago de Leiria, Manuel Carvalho, citado na nota de imprensa, destaca importância da aposta nos cuidados primários de saúde e do investimento na prevenção da doença.

Já a vereadora da Saúde do Município de Leiria, Ana Esperança, realça a "importância da aposta na prevenção e na prática do exercício físico para a promoção da saúde".

Pedro Sigalho, diretor executivo do Agrupamento de Centros de Saúde do Pinhal Litoral, que manifesta expectativa em relação aos resultados, entende que o projeto colmata “uma lacuna na área da saúde".

Para Rui Pedrosa, presidente do Instituto Politécnico de Leiria, a iniciativa "está na linha daquilo que uma instituição de ensino superior deve fazer, na medida que é um exemplo do relacionamento que deve manter com a sociedade e as suas instituições, por envolver a instituição na promoção da qualidade de vida, colocando o seu conhecimento ao serviço da comunidade".

 

Existem, em Portugal, cerca de 100 doentes com mucopolissacaridoses
No Dia Mundial das Doenças Raras, que se assinala hoje, dia 28, a Sociedade Portuguesa de Oftalmologia (SPO) alerta para a...

Augusto Magalhães, da SPO, considera que, pelo facto de serem raros os casos, “as pessoas e os próprios profissionais de saúde estão menos familiarizados com as manifestações e com os cuidados que se impõem a estes doentes”, o que torna mais difícil o seu diagnóstico e tratamento atempado. Tratamento que pode mesmo evitar a cegueira.

São vários os tipos de mucopolissacaridoses, doenças que resultam da “diminuição da atividade de uma enzima lisossómica específica”, o que está na origem de alterações a vários níveis, sendo as mais frequentes “O fácies característico de aspeto grosseiro, atraso de crescimento que leva a nanismo, alterações ósseas e articulares, alterações cardiovasculares, órgãos internos de volume aumentado (por ex. fígado aumentado, podendo ser palpado); alterações ao nível do aparelho respiratório, que provocam infeções respiratórias recorrentes. Em alguns tipos existem alterações neuro-cognitivas de gravidade muito variável”.

No caso dos olhos, estes são afetados “por depósitos corneanos que provocam opacificação da córnea, depósitos nas estruturas de escoamento do olho provocando glaucoma, depósitos na retina provocando retinite pigmentar, e depósitos na esclera, na bainha do nervo ótico e no próprio nervo ótico, provocando neuropatia ótica”, refere o especialista. Alterações que todas elas, “contribuem para perda da visão, que pode, a partir de um certo estadio evolutivo, ser irreversível”.

Embora não exista possibilidade de evitar a doença, há formas de a tratar, “sobretudo para os tipos I, II e VI. Para estes, o tratamento atual de eleição é o enzimático de substituição, já aprovado”. Em Portugal, considerados todos os tipos das mucopolissacaridoses, “estima-se que existam entre 90 e 100 casos. Em tratamento existem atualmente (dados de 2017) 31 casos: oito do tipo I, oito do Tipo II, três do tipo IV A e 12 do tipo VI”.

 

 

Estudo
Um estudo do Instituto de Saúde Pública da Universidade do Porto (ISPUP) concluiu que a presença, no ar das salas de aula, de...

Em entrevista à Lusa, a investigadora Inês Paciência explicou que o estudo, iniciado em janeiro de 2016, teve como objetivo "analisar o efeito dos disruptores endócrinos"(substâncias que provocam alterações hormonais no organismo e que estão presentes em alguns produtos de limpeza, mobiliário e construção de edifícios) em crianças entre os 07 e 12 anos.

O estudo, denominado 'Exposure to indoor endocrine disrupting chemicals and childhood asthmas and obesity', e publicado recentemente na revista 'Allergy', analisou a qualidade do ar interior de 71 salas de aula de 20 escolas primárias do Porto e a prevalência de sintomas relacionados com asma e obesidade em 845 crianças.

"A prevalência de asma nestes alunos variou entre os 6,5% e os 12%. Quanto à obesidade, medimos e pesamos as crianças com base nos critérios do Center for Disease Control and Prevention (CDC), da Organização Mundial de Saúde (OMS) e da International Obesity Task Force (IOTF), e variou entre os 7,5% e os 16%", afirmou.

Por sua vez, a análise das salas de aula, que decorreu durante o período de inverno, identificou como disruptores endócrinos "13 compostos orgânicos voláteis e dois aldeídos"(molécula com apenas um carbono).

"Esta medição foi feita durante uma semana no período de inverno, considerada a pior altura, uma vez que não há ventilação, as janelas estão fechadas e a concentração no ar interior destes compostos é superior ao encontrado no exterior", esclareceu.

Segundo a responsável, uma vez que os resultados obtidos sugerem a existência de "uma associação" entre a exposição a estas substâncias químicas e o risco de desenvolvimento de asma, obesidade e presença de sintomas respiratórios nas crianças, é necessário "estabelecer um plano de ação" nas escolas.

"Esse plano de ação passa pela melhoria da qualidade do ar interior, ou seja, os responsáveis pelas escolas primárias, neste caso, os municípios, devem evitar a utilização de pavimento ou tintas que emitem estes compostos na construção ou quando colocam mobiliário, passando por estabelecer ações comuns a todas as escolas que minimizem o efeito da exposição a estes compostos", apontou.

Já quanto às escolas que não tenham restruturações ou remodelações, a investigadora acredita que o plano passa por "abrir as portas e janelas" de modo a aumentar a ventilação e diminuir a concentração de disruptores endócrinos.

À Lusa, Inês Paciência adiantou que a equipa do ISPUP pretende continuar com a investigação para perceber "qual o impacto da combinação cumulativa" e da "ingestão que é referenciada como uma importante fonte de disruptores endócrinos", ao estar associada ao plástico usado em garrafas de água e outros materiais de cozinha.

"O ideal seria fazer uma avaliação longitudinal, desde o período da preconceção até à idade adulta, para perceber qual a janela de exposição que mais contribui para este risco que nós encontramos. Tentar perceber em que a ação política poderia contribuir para uma diminuição da exposição a estes compostos e, consequentemente, aumentar a saúde e a qualidade de vida da pessoa", acrescentou.

28 de fevereiro | Dia Mundial das Doenças Raras
Costuma dizer-se que a união faz a força, um lema que faz ainda mais sentido quando se trata das doenças raras, que são mais de...

É em nome de uma união, cada vez mais necessária, que todas as associações de apoio a doentes nacionais se vão juntar, dando origem a uma nova entidade agregadora. A justificação é simples: “a necessidade, cada vez maior, de busca por soluções comuns e de apoios para as dificuldades já há muito identificadas e as grandes mudanças que se avizinham no que respeita ao acesso às novas terapias e às novas tecnologias em saúde, aliada ao facto de, com a existência de duas estruturas agregadoras, as associações de doenças raras não estarem suficientemente unidas nem preparadas para estas mudanças”, explicam Marta Jacinto, Paulo Gonçalves e Luís Quaresma, da Comissão Instaladora da nova Organização agregadora de Associações de Doenças Raras.

Uma união que vai reforçar a divulgação e a proteção das pessoas diagnosticadas com doenças raras. “As principais vantagens verificam-se, sobretudo, na capacidade de representação em número, em especial nas áreas em que seja necessário definir novas políticas para o setor. Cada associação de doenças raras representa poucos doentes devido à própria natureza das doenças e muitas das dificuldades são transversais às várias doenças raras”, referem os três membros da Comissão que conta com 7 elementos.

Para os doentes, reforça-se a “capacidade de lutar por políticas que satisfaçam as suas necessidades”. Até porque, “uma entidade que agrega todas as associações de doenças raras tem um peso completamente diferente e uma capacidade de exigir a aplicação de políticas muito superior”.

A partir deste momento, “em vez de aproximadamente um terço das associações estarem ligadas a uma das estruturas agregadoras, aproximadamente outro terço à outra estrutura agregadora e as restantes não estarem ligadas a nenhuma delas, passará a haver uma única estrutura agregadora. A partilha de necessidades e de soluções sairá beneficiada”.

O trabalho começa a ser visível para o público agora, com a realização de uma conferência no Instituto de Saúde Pública Dr Ricardo Jorge (INSA) na tarde do Dia Mundial das Doenças Raras, que este ano se assinala a 28 de fevereiro. Esta conferência, de entrada livre, é classificada como “um marco histórico para as Associações de Doenças Raras em Portugal” e está aberta ao público em geral, mas especialmente aos doentes, associações, familiares, cuidadores, profissionais de saúde e restantes atores das doenças raras.

É crucial que todas as associações de doenças raras se juntem às duas dezenas de associações que, em assembleia magna, deliberaram por unanimidade “a constituição de uma nova entidade representativa de associações de doenças raras que substitua as duas existentes”, sufragando tal decisão nas suas Assembleias Gerais.

Os próximos passos desta comissão passam pela definição dos objetivos estatutários, o escrutínio dos mesmos por todas as associações, a constituição legal da nova entidade, a extinção das entidades agregadoras existentes, a eleição dos órgãos sociais, o planeamento de projetos e a sua execução.

Recorde-se que, apesar de cada doença rara afetar no máximo 1 em cada 2000, os doentes raros serão cerca de 600 mil em Portugal, valor que, em todo o mundo, ascende aos 300 milhões, 30 dos quais na Europa.

Estudo
O 'dormir como uma pedra' parece potenciar a capacidade do cérebro de se livrar de 'lixo' e de proteínas...

Investigadores da Universidade de Rochester, nos Estados Unidos, chegaram a esta conclusão anestesiando ratinhos com drogas que replicam o sono profundo, tendo verificado sinais de atividade cerebral que parecem corresponder ao 'sistema de limpeza' usado pelo cérebro.

O estudo, divulgado na publicação científica Science Advances, reforça, de acordo com os seus autores, a importância do sono profundo na função de limpeza e desintoxicação do cérebro, que implica um abrandamento da atividade cerebral e cardiopulmonar.

A equipa científica anestesiou os ratinhos com seis drogas e monitorizou a sua atividade cerebral e cardiovascular e o fluxo do líquido cefalorraquidiano no cérebro - este líquido é apontado em estudos anteriores como o agente de 'limpeza' no cérebro.

Os cientistas observaram que a atividade cerebral dos roedores parece otimizar o 'sistema de limpeza' do cérebro quando são anestesiados com duas drogas ('ketamina' e 'xilazina') que melhor mimetizam o abrandamento da atividade cerebral e cardíaca que ocorre quando se dorme profundamente.

Em contrapartida, a atividade de 'limpeza' do cérebro parece diminuir quando os ratinhos são anestesiados com drogas que não induzem o abrandamento da atividade cerebral.

 

Exploração de canábis
O presidente da Câmara de Campo Maior (Portalegre), Ricardo Pinheiro, manifestou-se convicto de que irá avançar o projeto de...

Questionada pela agência Lusa sobre esta matéria, a Autoridade Nacional do Medicamento e Produtos de Saúde (Infarmed) explica, através de uma nota, que emitiu uma “decisão de aptidão” quanto à documentação apresentada pela empresa SABABA Portugal, que vai desenvolver este projeto em Campo Maior e que envolve o cultivo, importação e exportação da planta da canábis para fins medicinais.

“A empresa já acertou connosco (município) a compra de três lotes de terreno na zona industrial para montar a sede e por causa do processo de extração ser feito aqui, e eu acho que estas coisas (licenças do Infarmed) fazem parte do caminho, sabemos que é um processo longo”, disse o presidente da Câmara de Campo Maior, em declarações à Lusa.

Na mesma nota, o Infarmed explica que, “contudo”, a emissão de autorização para o exercício das referidas atividades “dependente da realização de vistoria” às instalações em Campo Maior, situação que deverá ser requerida pela empresa “no prazo de seis meses”, a contar da notificação da decisão de aptidão.

“Esclarece-se que a empresa já foi notificada para requerer a vistoria às instalações, de forma a ser verificado pelo Infarmed cumprimento das boas práticas agrícolas e de colheita e demais requisitos decorrentes da atividade, para efeitos de posterior concessão da autorização para o cultivo, importação e exportação da planta da canábis para fins medicinais”, lê-se no documento.

Para Ricardo Pinheiro, esta situação “faz parte do caminho” que tem que ser percorrido, esperando que a empresa “tenha capacidade” para ter “tudo bem” quando decorrer a vistoria.

O projeto da empresa SABABA Portugal em Campo Maior vai arrancar numa área de quatro hectares e prevê, nos próximos cinco anos, um investimento de 16 milhões de euros, devendo criar, numa primeira fase, 50 postos de trabalho.

Ricardo Pinheiro disse em dezembro à Lusa que o projeto será depois completado com a instalação de um centro de extração de óleo de canábis naquela vila, não estando ainda definido o montante que deverá implicar.

O Infarmed explica ainda na nota que, atualmente, “existem quatro entidades” que dispõem de autorização para o exercício da “atividade de cultivo” da planta da canábis para fins medicinais, nos termos do disposto em dois decretos de lei.

A Terra Verde, Lda., Tilray Portugal, Unipessoal, Lda., Sabores Púrpura, Lda. e RPK Biopharm, Lda, são as quatro empresas que detêm essa autorização.

Hospital no limite
Os diretores de serviço da área clínica do Centro Hospitalar de Leiria (CHL) anunciaram que estão solidários com os médicos do...

Após reunião na terça-feira, os diretores de serviço manifestam, em comunicado, "aos colegas que no dia-a-dia trabalham no Serviço de Urgência Geral total solidariedade, deixando claro que o problema" deste serviço é extensível a "toda a instituição" e afeta todos os médicos.

No texto, assinado por 20 diretores clínicos, os médicos justificam que o CHL tem "sido objeto de várias notícias veiculadas pela comunicação social, em consequência da complexa situação vivida no Serviço de Urgência, sobrecarregado pelo elevado número de doentes que a ele têm acorrido ao longo dos últimos meses".

"Esta situação levou recentemente a uma tomada de posição das chefias das equipas que naquele serviço trabalham”, acrescentam.

No comunicado, é reconhecida a "gravidade dos problemas, bem como a necessidade da implementação de um conjunto de medidas urgentes para as quais manifestam toda a disponibilidade para colaborar".

Os responsáveis médicos exigem ainda aos "organismos da tutela uma resposta adequada, conscientes que estão da natureza multifatorial desta situação, a que não são alheios os constrangimentos de natureza financeira, a falta de recursos humanos, a total perda de autonomia das instituições e a incapacidade de resolução do problema do acesso aos serviços de saúde".

O documento, que será enviado ao presidente do Conselho de Administração do Centro Hospitalar de Leiria, à ministra da Saúde, ao bastonário da Ordem dos Médicos e aos sindicatos médicos, apela às "organizações profissionais que não contribuam para este clima e que, pelo contrário, possam participar na procura das melhores soluções".

Segundo o comunicado, os médicos dizem ainda estar em "total desacordo como o problema do Serviço de Urgência tem sido tratado por alguns órgãos de comunicação social" e solicitam que, "no cumprimento da sua missão, não ponham em causa o bom nome e o prestígio da instituição, bem como a dignidade dos profissionais que nela trabalham".

Esta semana, o Conselho de Administração do CHL confirmou à Lusa que sentiu necessidade de reprogramar algumas cirurgias não urgentes, de modo a "canalizar recursos" para os "doentes cirúrgicos urgentes".

"Face aos constrangimentos que vimos sentindo, confirmamos que houve necessidade de fazer algumas alterações e restrições à programação cirúrgica dos doentes não urgentes, e apenas estes, de forma a canalizar recursos e disponibilidades para os doentes cirúrgicos urgentes, nomeadamente ao nível da equipa de Anestesiologia", referiu o Conselho de Administração.

Na semana passada, a Secção Regional do Centro da Ordem dos Médicos revelou que todos os chefes de equipa da Urgência de Medicina Interna do Hospital de Santo André se demitiram em janeiro, alegando a inexistência de condições essenciais ao desempenho das funções.

O presidente daquela secção regional, Carlos Cortes, explicou que os médicos "não têm tempo para a chefia do serviço, nem recursos para cumprir a escala de urgência".

Em declarações à Lusa, Carlos Cortes acrescentou que o Serviço de Urgência do hospital de Leiria atingiu o "limite" e que "só não encerra por todo o esforço dos médicos que lá trabalham", mesmo "sem serem reconhecidos pelo Conselho de administração do CHL".

Desde o início do ano, a Ordem dos Médicos já recebeu 159 declarações de responsabilidade deste hospital, mais "do que de todos os hospitais do Centro juntos, o que mostra uma grande preocupação com o que está a acontecer em Leiria, sobretudo na Urgência de Medicina Interna", salientou Carlos Cortes.

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