Procedimento de Appleby
O Centro de Referência de Cancro Hepatobilio-pancreático do Centro Hospitalar Universitário São João (CHUSJ), disponibiliza...

De acordo com Humberto Cristino, cirurgião do Centro de Referência de cancro Hepatobilio-pancreático do CHUSJ, "os tumores do pâncreas localmente avançados com envolvimento do tronco celíaco são muitas vezes considerados inoperáveis. No entanto, atualmente e envolvendo uma abordagem multidisciplinar a cirurgia pancreática de ressecção, com a remoção completa do tumor, é o único tratamento potencialmente curativo dos tumores pancreáticos."

"Nestes pacientes a ressecção cirúrgica agressiva do corpo e cauda do pâncreas com ressecção em bloco do tronco celíaco pode ser realizada com intenção curativa. Esta intervenção, conhecida como procedimento de Appleby, ou pancreatectomia distal com ressecção do tronco celíaca, tem sido cada vez mais realizada em centros de excelência selecionados como o nosso, um dos únicos em Portugal a realizá-la", explica o médico.

 

Situação Epidemiológica
Nas últimas 24 horas, foram registadas duas mortes associadas à Covid-19 e identificados mais 511 novos casos de infeção. Nos...

Segundo o boletim divulgado, foram registas duas mortes associadas à Covid-19, desde o último balanço, em todo o território do país: uma na região Centro e uma na região Norte.

Quanto ao número de novos casos, o boletim epidemiológico divulgado hoje, pela Direção Geral da Saúde, mostra que foram diagnosticados 511 novos casos. A região de Lisboa e Vale do Tejo contabilizou 250 novos casos e a região norte 143. Desde ontem foram diagnosticados mais 40 na região Centro, 10 no Alentejo e 27 no Algarve. Quanto às regiões autónomas, no arquipélago da Madeira foram identificadas mais 17 infeções e 24 nos Açores.

Quanto ao número de internamentos, há atualmente 211 doentes internados, menos 22 que ontem. Também as unidades de cuidados intensivos contam agora com menos 10 doentes. Estão, atualmente, nas UCI 56 doentes internados.

O boletim desta quarta-feira mostra ainda que, desde ontem, 417 pessoas recuperaram da Covid-19, elevando para 804.176 o total daqueles que conseguiram vencer a doença desde o início da pandemia.

No que diz respeito aos casos ativos, o boletim epidemiológico divulgado hoje pela DGS, revela que existem 22.089 casos, mais 92 que ontem.  As autoridades de saúde mantêm sob vigilância mais 37 contactos, estando agora 18.413 pessoas em vigilância.

 

Entrevista Sociedade Portuguesa de Enfermagem Oncológica
Ser empático, saber comunicar, estar atento às necessidades do doente e seus familiares são, de acor

Fundada em 1995, quais os princípios orientadores da Sociedade Portuguesa de Enfermagem Oncológica? Qual a sua missão e quais os principais marcos a assinalar ao longo das últimas décadas?

A Sociedade Portuguesa de Enfermagem Oncológica (SPEO) foi criada a 21 de junho de 1995, com sede na Liga Portuguesa Contra o Cancro - Núcleo Regional do Norte, na cidade do Porto. Foi a primeira associação criada em Portugal na área da enfermagem oncológica e, por isso, aquela com mais anos de história neste campo de ação. Em 1997 foi declarada como uma Instituição de Utilidade Pública nos termos do Decreto-Lei nº 460/77, de 7 de novembro, conforme consta no despacho publicado no DR, II série nº 267, de 18 de novembro de 1997 e retificado em DR, II série, nº243, de 21 de outubro de 1998.

Centrada na importância inequívoca de contribuir para que os enfermeiros sejam mais significativos para as pessoas que vivem ou já viveram com cancro e suas famílias, por meio do desenvolvimento e divulgação de conhecimento próprio da disciplina de enfermagem que suporte a prescrição de intervenções autónomas de enfermagem, a SPEO tem como missão promover a investigação e a formação contínua dos enfermeiros oncologistas, visando o seu desenvolvimento profissional, em prol da melhoria contínua dos cuidados de enfermagem. Pretende, de igual modo, contribuir para o empowerment da população em geral em matéria de saúde, promovendo atividades voltadas para a prevenção e o diagnóstico precoce do cancro.

A SPEO tem, ao longo do tempo, caminhado no sentido de acompanhar as necessidades atuais dos enfermeiros em geral e dos enfermeiros oncologistas em particular. Neste sentido, é foco desta Sociedade desenvolver atividades de interação com a comunidade e promover o desenvolvimento e a dinamização de formação acreditada em enfermagem oncológica e de investigação.

O congresso da SPEO, realizado a cada dois anos, pretende contribuir para uma prática de enfermagem baseada na evidência, centrando o seu programa em áreas como a da investigação em enfermagem oncológica, no sentido de dar conta dos avanços desenvolvidos na atualidade neste domínio. 

Da história desta Associação importa salientar, também, a relevância da Revista Evidências, enquanto instrumento de divulgação de conhecimento disciplinar no domínio da enfermagem oncológica, contribuindo para o corpo de conhecimentos, a esta parte. 

Trabalhamos todos os dias para reafirmar o papel da SPEO e o seu posicionamento enquanto instituição de utilidade pública de referência no âmbito da enfermagem oncológica; este é o nosso desafio e o nosso contributo à comunidade em geral, contribuindo para que os enfermeiros oncologistas em sejam mais significativos para a pessoa que vive ou já viveu com cancro e sua família.

Sabendo que, só na Europa, o cancro é a segunda causa de morte, e que todos os anos há casa vez mais casos da doença, qual a importância do papel do enfermeiro nesta área? O que significa cuidar na oncologia? Quais são os principais desafios que enfrenta o enfermeiro especialista em oncologia?

Segundo a previsão da Organização Mundial de Saúde, o número de pessoas diagnosticadas com cancro será de 22 milhões em 2030. O aumento significativo do número de casos de pessoas com cancro põe a descoberto duas grandes áreas para as quais a intervenção dos enfermeiros é sensível.

A primeira área diz respeito à prevenção e ao diagnóstico precoce do cancro. O enfermeiro assume um papel determinante na sensibilização da população para comportamentos de procura de saúde. Como referiu Lalonde, já em 1974, “(…) é mais fácil convencer alguém que sofre a consultar o médico, do que alguém que não sofre a mudar de hábitos nocivos, a pensar num futuro longínquo, até porque os hábitos se tornaram muitas vezes automáticos, inseridos num quotidiano e de difícil alteração”. Importa, então, sensibilizar a população para a velha máxima de que “é melhor prevenir do que remediar”, por meio da criação de medidas que priorizem a prevenção da ocorrência da doença e contribuam para a atribuição de maior responsabilidade à pessoa na relação saúde/doença. Os enfermeiros desempenham um papel preponderante no âmbito da promoção da saúde porque são dos profissionais de saúde que estabelecem uma relação de maior proximidade com os cidadãos, estando melhor posicionados para informá-los e consciencializá-los acerca dos fatores de risco comportamentais.

Regressando à citação de Lalonde, é mais fácil convencer alguém que sofre a procurar os serviços de saúde (porque tem, em princípio, consciencialização do desvio da saúde) do que alguém que não reconhece essa necessidade porque se sente são. O enfermeiro tem de, nestes casos, adentrar no universo individual e subjetivo da pessoa para compreender aqueles que são os seus comportamentos de risco e o contexto emocional, social e cultural em que ocorrem e identificar aquelas que são as suas necessidades reais e/ou potenciais, pois só profissionais intencionalmente interessados em explorá-las, estarão mais capacitados para lhes dar resposta.

O cancro, sendo uma doença mais relacionada com os nossos hábitos e comportamentos do que com a componente hereditária (esta não modificável), exige que sejam mobilizados esforços individuais e coletivos que contribuam para a sua prevenção e diagnóstico precoce.

O diagnóstico precoce do cancro aumenta exponencialmente a probabilidade de sucesso do seu tratamento, sendo fundamental, por isso, existir uma atitude proativa e de autovigilância ao longo da vida. De forma genérica, qualquer pessoa deve procurar os serviços de saúde quando deteta alguma anormalidade, quando identifica algo diferente do habitual e, de um modo geral, as pessoas fazem-no nessas situações porque são confrontadas com uma mudança (se interpretada e valorizada). Acontece, porém, que o cancro é, muitas vezes, silencioso e, aquando da presença de sintomas, estes são frequentemente inespecíficos.

Torna-se extremamente relevante, assim, sensibilizar as pessoas para a importância do diagnóstico precoce através da autovigilância contínua, onde os rastreios assumem, também, um papel de relevo. Os enfermeiros são responsáveis, neste contexto, por informar acerca dos sinais de alerta que, quando presentes, devem motivar a procura dos recursos de saúde. Esta sensibilização não se deve centrar apenas nos adultos, mas, antes, iniciar-se no contexto escolar, por meio de atividades desenvolvidas pelos enfermeiros no âmbito da saúde escolar.

A segunda área prende-se com o tratamento do cancro e com o acompanhamento dos sobreviventes.

No tratamento do cancro são usados diferentes tipos de terapêuticas que podem ser locais (p.e: cirurgia) ou sistémicas (p.e: quimioterapia). O próprio diagnóstico de cancro e/ou a implementação dessas terapêuticas levam, não raras vezes, a sentimentos de inadequação porque a pessoa se considera portadora de um corpo imperfeito e, daí, desviante face ao socialmente normalizado. Ao vivenciar as incapacidades corporais associadas às repercussões dos tratamentos, a pessoa afasta-se dos atributos de independência e eficiência, assim como dos padrões estéticos de beleza definidos socialmente, acabando por experimentar sentimentos discriminatórios por parte dos outros e, por vezes, por parte dela própria, a que se chama de internalização do estigma, assente no princípio “assim a veem, assim ela se encara”.

O enfermeiro, enquanto profissional de saúde e educador, atua como intermediário entre a ciência e o senso comum. Cabe-lhe descodificar a estranheza do processo de tratamento do cancro, quer participando no processo de tratamento nas suas diferentes fases, quer promovendo a adesão e a gestão ao regime terapêutico, além de contribuir, também, para a construção e reconstrução de novos significados no sentido de um processo de adaptação saudável.

Mesmo após a cura, o cancro deixa habitualmente marcas indeléveis devido às sequelas tardias a longo prazo dos tratamentos, a nível físico, mas, igualmente, psicológico. Além dos efeitos secundários, também as cicatrizes, a amputação, a alopécia permanente (entre outros), perpetuam a memória da doença e dos tratamentos, fazendo com que a alegria de estar vivo colida com o medo permanente da recidiva, sendo muito frequente referirem-se à vida como “um dia de cada vez”.

Ser sobrevivente de cancro é mais do que uma questão binária. Quer isto dizer que a pessoa não é doente um dia e no dia seguinte é sobrevivente. Importa evoluir além de uma vertente exclusivamente tecnológica e biomédica, caminhando-se no sentido da humanização dos cuidados e da qualidade de vida da pessoa que vive com cancro ou dele sobreviveu, assim como das suas famílias.

Sabendo que a Oncologia é uma área particularmente difícil, muitas vezes associada a doenças terminais, quais as principais caraterísticas que não podem faltam ao enfermeiro que trabalha nesta área?

A pronta resposta a esta questão seria a que, de facto, os enfermeiros oncologistas devem ter características específicas para trabalhar na área da Oncologia, mas, na minha opinião, a estes enfermeiros não podem faltar as mesmas características que a um outro enfermeiro, independentemente do contexto onde trabalha.

É certo que a realidade em Oncologia é desafiadora e caracteriza-se por exigências de diversas índoles, em razão das particularidades que o cancro exibe e que afetam profundamente o modus vivendi da pessoa com doença oncológica e sua família. O impacte que provoca, abarcando aspetos de natureza múltipla, longe de se resumir à dimensão biomédica, afeta quer os portadores da doença, como os profissionais de saúde que deles cuidam.

Parece-me, porém, que o cancro, embora se distinga das outras doenças pela sua multiplicidade, uma vez que não corresponde a uma doença única, mas a várias e, dada a sua conotação negativa, expressa numa associação imediata ou quase imediata ao sofrimento, à mutilação, à perda de projetos de vida e à morte, apenas coloca a descoberto características que, noutros contextos, embora necessariamente presentes nos enfermeiros, podem não resultar tão evidentes.

Assim, o enfermeiro oncologista, tal como o enfermeiro que trabalha noutro contexto, deve ser empático; saber comunicar verbal e não verbalmente de forma eficaz; ter inteligência emocional que lhe permita reconhecer os seus sentimentos e os dos outros, sendo capaz de lidar com eles; estar atento às necessidades da pessoa e família, recolhendo, validando e priorizando dados que suportem as sucessivas tomadas de decisão ao longo do processo de enfermagem, oferecendo suporte antes, durante e após o diagnóstico, assim como durante e após o tratamento e deter conhecimento técnico-científico atual suportado no estado da arte e aplica-lo na prática clínica, em prol da qualidade dos cuidados de enfermagem e de ganhos em saúde. Estas são, a meu ver, as características definidoras de um enfermeiro competente, pese embora releve mais, porventura, aquele que é o foco de atenção do enfermeiro oncologista. Parece-me, sim, que esse é o ponto central desta reflexão e que se prende com o sentido da profissão e da disciplina de enfermagem.

O enfermeiro oncologista que se centre na doença, ou seja, no cancro, está ancorado ao modelo biomédico e, por isso, muito focado na gestão de sinais e sintomas. Ora, o foco de atenção da enfermagem não é a doença, mas, antes, as respostas humanas a processos de vida que exijam adaptação, como é o caso da pessoa que vive com cancro e que vivencia um processo de transição saúde/doença.

É inquestionável a importância de se tratar o cancro, caso a pessoa o aceite de forma informada e reúna condições para o mesmo. Fazê-lo guarda relação com o campo de atuação da Medicina porque se centra no diagnóstico da doença e no seu tratamento; no entanto e, porque a pessoa não se resume a um diagnóstico médico nem a um corpo, é fundamental ajudar esta pessoa e a sua família a lidar com as mudanças impostas pelo novo diagnóstico e pelo tratamento instituído. É fundamental ajudar esta pessoa e a sua família a adaptarem-se à nova condição, numa fase marcadamente instável e de grande vulnerabilidade, de forma a que as mudanças sejam integradas fluidamente no conceito de si e as consigam gerir com mestria. Tratar o cancro dá mais anos à vida, mas facilitar a adaptação às mudanças que decorrem desse processo dá mais vida aos anos e esse é, para mim, o papel significativo dos enfermeiros oncologistas.

Em modo de síntese, parece-me que mais do que as características que o enfermeiro oncologista deve possuir, a pedra angular a atender é o foco de atenção do enfermeiro (o de uma Enfermagem Avançada ou o de uma Prática de Enfermagem Avançada). Pergunto de que valem as características acima mencionadas, mesmo que presentes, se dirigidas para um foco divergente do mandato social da profissão? Tratar-se-ão [os enfermeiros] de, metaforicamente, timoneiros que entram no navio sem timão nem bússola, nunca tendo a certeza do seu destino, como nos diz Leonardo da Vinci…

Tendo em conta o estado da Saúde em Portugal, sobretudo no rescaldo de um momento particularmente difícil para todos os serviços, onde fica o conceito de “medicina humanizada”? O que tem de mudar ou melhorar para que seja possível prestar cuidados mais humanizados?

Por definição, a Enfermagem é uma atividade humana exercida por seres humanos a seres humanos, pelo que releva perguntar o porquê de se humanizar os cuidados, quando estes são prestados por humanos a humanos? Não seria de esperar que o respeito pela vontade do outro e pela sua dignidade, enquanto princípios ético-morais a que o enfermeiro está obrigado, suportassem a sua prática assistencial?

Numa era marcadamente caracterizada pelo desenvolvimento das tecnologias modernas, orientadas para o diagnóstico precoce do cancro e para o seu tratamento, a humanização dos cuidados corre o risco de ser colocada em segundo plano, num contexto tecnicista. Por outro lado, também se evoluiu para o espartilhamento da doença, “fatiando-se” o corpo em áreas de especialidade, o que, apesar das vantagens inerentes à profundidade do conhecimento desenvolvido, veiculado e aplicado na prática clínica face às afeções respetivas, poderá acompanhar-se de um maior enfoque “na parte”, esquecendo-se do “todo”.

A saúde está longe de ser a mera ausência de doença e os enfermeiros estão longe de ser significativos para os cidadãos se não os entenderem, cada um, per si, como ser humano único com necessidades singulares, de acordo com a premissa de que a “pessoa” e o “contexto” são duas realidades que não se repetem.

Parece-me que fica claro, então, que só é possível a prestação de cuidados de enfermagem humanizados quando “o outro” deixa de ser cuidado enquanto alguém fragmentado com necessidades puramente biológicas e o recetor de um procedimento técnico e realizado para dar cumprimento a um objetivo, num contexto de embotamento afetivo.

Outra questão que merece atenção e que precisa ser desconstruída prende-se com a noção de que a equipa de saúde detém o poder e o conhecimento, enquanto a pessoa recetora dos cuidados deve acatar passivamente as orientações dos profissionais de saúde, como se fosse incapaz de fazer julgamentos sobre si e sobre a sua saúde. Esta realidade acontece, a meu ver, em ambos os sentidos e por múltiplos motivos. 

É premente que a pessoa a quem comumente se denomina de “doente” seja encarada como “cliente”. Na minha opinião, acredito que contrária à de outros, renomear o doente de cliente, não potencia a desumanização dos cuidados e uma relação mais distante na prestação de cuidados de enfermagem. Encarar a pessoa como um cliente é aceitá-la como alguém igualmente detentora de poder, com direitos que têm de ser respeitados, com vontades que têm de ser atendidas e com projetos que devem ser considerados.

A humanização dos cuidados em saúde representa hoje uma grande preocupação para os serviços de saúde em Portugal, até pela crescente exigência da sociedade. É imperativo que os cuidados de saúde atendam às necessidades do ser humano na sua essência, no respeito pelo seu conforto, fomentando-se medidas de melhoria contínua da qualidade dos cuidados prestados, segundo a assunção de que a pessoa é alguém que não se resume meramente a um ser com necessidades biológicas, mas como um agente biopsicossociocultural e espiritual.

A situação de pandemia que vivenciamos expôs os profissionais de saúde a situações limite de pressão física e emocional, capaz de prejudicar a humanização dos cuidados. O toque passou a ser permeado por uma luva e os rostos perderam o sorriso, agora oculto pela máscara. O contacto e a proximidade foram obrigatoriamente quebrados pela pandemia e nunca se falou tanto, outrora, em distanciamento.

Assim, as instituições prestadoras de cuidados de saúde têm o dever de colocar à disposição dos seus profissionais os recursos técnicos e humanos ajustados às necessidades, de forma a evitar situações de exaustão. Importa assim, implementar estratégias que subsidiem emoções positivas como a preparação técnica e psicológica dos profissionais de saúde para lidarem com situações adversas (como a que vivemos) porque falar em humanização dos cuidados exige que o foco seja o recetor desses cuidados, mantém também aqueles que os prestam.

Para além do doente oncológico, há um trabalho importantíssimo a fazer junto das famílias.  Quais as principais dificuldades/receios que as famílias experienciam no âmbito da doença oncológica? Qual o papel do enfermeiro nesta dinâmica? 

O familiar cuidador, na maioria das vezes, não tem formação na área da saúde e desempenha este papel sem ter preparação técnica e emocional para tal. Podem surgir sentimentos de insegurança e ansiedade, associados à inexperiência e à carga de trabalho que os cuidados ao familiar doente podem acarretar, percorrendo um caminho quase solitário, num papel que, geralmente, lhe é imposto.

Quando a situação de doença oncológica surge no seio da família emergem mudanças no estilo de vida familiar e surgem preocupações relacionadas com o sofrimento e a morte. De considerar relevante que a aquisição deste papel surge em simultâneo com a transição do doente no seu processo de doença, não sendo um processo linear e previsível, logo não pode ser considerado isolado.

O enfermeiro deve integrar, em todo o processo, a família cuidadora, mostrando disponibilidade e fornecendo informação, reduzindo a ansiedade e ajudando-a no processo de transição. O enfermeiro é fundamental para a adaptação da família ao novo papel e à nova situação, promovendo a educação e a aceitação, diminuindo a ansiedade provocada pela doença e pelos cuidados necessários no domicílio. Cabe, assim, ao enfermeiro identificar as necessidades e atuar sobre as mesmas, potenciando tomadas de decisão informadas. São estas intervenções que promovem a capacitação da família e a harmonia do sistema familiar neste processo de mudança.

Em matéria de prevenção, qual o contributo do enfermeiro especialista em oncologia?

A doença oncológica tem um impacte significativo nas pessoas e sociedade, com implicações ao nível da saúde, social, económico e dos direitos humanos. O enfermeiro especialista possui um conhecimento aprofundado num domínio específico de enfermagem, com competências comuns e específicas, que lhe conferem responsabilidade profissional, ética e legal, e capacidade para melhorar a qualidade dos cuidados e gerir adequadamente os cuidados de acordo com as necessidades de saúde da pessoa com doença oncológica. No âmbito do seu exercício profissional, a prevenção da doença oncológica baseia-se no ideal de possibilitar o mais elevado nível de saúde e bem-estar ao indivíduo, família e comunidade. Neste sentido, os diferentes níveis de prevenção da doença oncológica devem estar aliados à educação para a saúde. Esta constitui-se como uma atividade importante no quotidiano das práticas dos Profissionais de Saúde. Enquanto enfermeiros especialistas entendemos que nenhuma sociedade será saudável, de uma forma global, se não estiver esclarecida dos fatores de risco que podem influenciar o aparecimento das doenças e, consequentemente, a perda de saúde.

Promover e educar para a saúde no âmbito da oncologia é uma questão de cidadania, sendo emergente o investimento de toda a sociedade nesta área, sobretudo, dos Enfermeiros, que se constituem um dos grupos profissionais com maior responsabilidade, competência e capacidade de intervenção. Devido à sua competência acrescida, os Enfermeiros Especialistas em Oncologia, planeiam intervenções de prevenção adequando-as à dimensão social, cultural, espiritual e económica, pelo conhecimento privilegiado do contexto onde se insere a população, assim como as suas crenças, costumes e hábitos de vida de primordial importância.

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Nota: 
As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico, Enfermeiro, Farmacêutico e/ou Nutricionista.
81,3% dos cuidadores sentem que não têm serviços e apoios suficientes
A Associação de Apoio ao Doente com Cancro Digestivo, Europacolon Portugal, lança um novo portal online para prestar apoio aos...

Em Portugal, 75,4% das famílias sofreram grandes alterações na sua rotina desde que começaram a exercer a funções de Cuidadores Informais. Desta forma, o portal “Cuidar dos Cuidadores” é uma ferramenta que proporciona um “safe space” onde os Cuidadores possam partilhar as suas experiências e oferecer conselhos e apoio uns aos outros, em torno de todo o tipo de questões desde os desafios sociais e financeiros que enfrentam, até às melhores formas de cuidar da sua própria saúde mental e bem-estar, visto que cerca de 53,2% considera que não tem suporte emocional suficiente.

Para Vítor Neves, presidente da Europacolon Portugal, entidade que coordena o projeto em Portugal “neste momento, existem pessoas extraordinárias cujo trabalho é cuidar de um membro da família ou amigo com cancro colorretal e são muitas vezes vistos como o exército esquecido, razão pela qual o Projeto “Cuidar dos Cuidadores” é uma adição tão importante ao trabalho da Europacolon Portugal. Esta plataforma representa assim mais um passo desafiante para aquela que é a 2ª causa de morte em Portugal, uma doença do individuo, dos seus familiares e amigos”

O portal – conhecido como “Connect – Cuidar dos Cuidadores” irá inicialmente ser testado em Portugal, Polónia e Finlândia. Este inclui várias funcionalidades, entre elas, o recurso a videochamada, permitindo que os Cuidadores se reúnam regularmente e conversem entre si, bem como muitos outros recursos e informações úteis.

O Projeto “Cuidar dos Cuidadores” é apoiado, em Portugal, pela Merck, Amgen e Boehringer Ingelheim e está a ser lançado em parceria com 2 Grupos membros da DiCE - Colores na Finlândia e Europacolon Polónia. Esta será a oportunidade de os Cuidadores partilharem os seus pensamentos e preocupações com outros, pois encontram-se numa posição semelhante, e ainda terão a garantia de que não estão por sozinhos nesta atividade tão desgastante.

 

 

 

Iniciativa arranca às 9h00
A Escola Superior de Enfermagem de Coimbra (ESEnfC), organiza, amanhã (dia 20 de maio), o Simpósio Internacional de Enfermagem...

A iniciativa, promovida pela Unidade Científico-Pedagógica (UCP) de Enfermagem Médico-Cirúrgica, compreende quatro painéis: “Desafios da formação especializada para o desenvolvimento de competências em enfermagem”, “Desafios na prestação de cuidados de enfermagem”, “Contributos da Investigação para o desenvolvimento de boas práticas em enfermagem” e “Gestão integrada do processo de saúde/doença: desafios na articulação e continuidade dos cuidados de enfermagem”.

Face à reorganização da formação da Enfermagem Médico-Cirúrgica em quatro áreas, este simpósio foi, pois, idealizado em articulação com os domínios de exercício profissional dos enfermeiros (docência/formação, prestação de cuidados, investigação, assessoria/gestão).

A sessão de abertura está prevista para as 9h00, com a presença da Presidente da ESEnfC, Aida Cruz Mendes, da coordenadora da UCP de Enfermagem Médico-Cirúrgica, Maria Isabel Fernandes, do coordenador da Unidade de Investigação em Ciências da Saúde: Enfermagem (UICISA: E), João Apóstolo, e do presidente do Conselho Técnico-Científico da Escola, Paulo Queirós.

No âmbito da sua missão, a UCP de Enfermagem Médico-Cirúrgica contribui para a formação de 1º ciclo, 2 º ciclo e formação pós-graduada não conferente de grau em Enfermagem, capacitando os estudantes para a prestação de cuidados à pessoa em situação crítica, crónica, paliativa e perioperatória, e respetiva família/cuidador.

Mais informações e inscrições no simpósio no sítio do evento na Internet: www.esenfc.pt/event/EMC

 

 

Psicologia e Ciências do Comportamento
O Prémio ISPA 2021, que visa distinguir jovens cientistas na área da Psicologia e Ciências do Comportamento, é hoje entregue à...

O recurso a estímulos visuais, como fotografias ou desenhos, é prática comum na área da psicologia experimental e cognitiva, nas quais trabalha a investigadora do polo do William James Center for Research na Universidade de Aveiro. Este novo repositório de imagens é constituído por 1171 fotografias de 126 objetos de uso diário, divididas em seis categorias: acessórios de mulher, frutas, utensílios de cozinha, objetos de escritório, brinquedos e vegetais. O seu potencial abrange áreas científicas que trabalhem com a perceção, a memória, a atenção e o comportamento: “criamos esta base de imagens para usar nas minhas experiências para a tese de doutoramento, mas claro já a pensar na sua potencial utilidade para a comunidade científica. Esperamos sinceramente que tenha impacto”, avança a investigadora.

Natália Fernandes explica que manipularam cada objeto em diferentes condições: mãos limpas, mãos enlameadas, mãos com molho e mãos com chocolate. “Isto é um aspeto metodológico extremamente importante: num estudo de memória, por exemplo, utilizando esta base de imagens, todos os participantes poderão recordar exatamente a mesma informação, ou seja, o mesmo objeto. O que irá variar será o modo como este é originalmente processado na fase de codificação da informação”, avança.

O principal problema com as bases de dados anteriores é que só permitem aos investigadores comparar o que acontece quando expostos a diferentes itens ou estímulos: uma imagem que mete nojo vs. uma que não mete, por exemplo. Isto acarreta os chamados problemas de seleção de itens, características inerentes e incontroláveis destes objetos que podem enviesar a nossa perceção e assim afetar o processo em estudo, levantando questões sobre as conclusões que daí se tirem.

Recorrendo aos estímulos desta nova base de dados, “por exemplo, se tivermos umas mãos cobertas com chocolate, podemos de facto dizer ao participante que elas estão cobertas de chocolate ou com diarreia e o processamento será completamente diferente – mas o objeto de interesse mantém-se. É diferente de termos de recordar

uma cobra, uma pessoa a vomitar ou uma vassoura, coisas muito distintas”, clarifica Natália Fernandes.

A jovem investigadora tem doutoramento em Psicologia pela Universidade de Aveiro e pertence ao William James Center for Research da mesma Universidade.

O Prémio ISPA visa distinguir jovens cientistas (com menos de 35 anos e que tenham obtido o último grau há menos de 5 anos) cujos trabalhos de investigação tenham sidos realizados numa instituição de I&D nacional e publicados em revistas internacionais nos últimos três anos.

Além dos percursos profissionais dos candidatos, são valorizados a originalidade e a fundamentação científica do trabalho apresentado, bem como o impacto da contribuição científica para a área disciplinar em que se insere.

Relatório DGS
Segundo os dados hoje divulgados, mais de 1,4 milhões de pessoas já completaram a vacinação contra a Covid-19 e cerca de 3,2...

O relatório semanal da vacinação divulgado pela Direção-Geral da Saúde (DGS), dá conta que, no total, 1.437.436 portugueses já se encontram totalmente vacinados contra o vírus SARS-CoV-2 e 3.223.964 já receberam a primeira dose.

Os dados revelam ainda que, no grupo etário dos maiores de 80 anos, 89% (598.852 idosos) já recebeu as duas doses da vacina e 95% (642.013) já foi vacinado com a primeira dose.

Quanto à faixa etária entre os 65 e os 79 anos, 89% (1.429.900 pessoas) também já foi vacinado com a primeira dose, enquanto 23% (361.651) tem a vacinação completa contra a Covid-19.

No que se refere às pessoas entre os 50 e 64 anos, 33% (717.587) também já recebeu a primeira toma da vacina, percentagem que baixa para os 10% (212.076) no que concerne à vacinação completa.

Por regiões, o Norte e Lisboa e Vale do Tejo já ultrapassaram os 1,5 milhões de doses administradas, seguindo-se o Centro (897.494 doses), o Alentejo (267.299), o Algarve (176.298), a Madeira (122.216) e os Açores (92.389).

No que se refere à cobertura vacinal da população por regiões, o Alentejo lidera na vacinação completa (19%), enquanto o Centro tem 18% da população vacinada, o Norte, Lisboa e Vale do Tejo e a Madeira 13%, o Algarve 12% e os Açores 11%.

Segundo a DGS, Portugal recebeu 5.197.920 vacinas, tendo sido distribuídas pelos postos de vacinação e pelas regiões autónomas dos Açores e da Madeira um total de 4.686.071 doses.

3ª Corrida/Caminhada Virtual Solidária
No âmbito do movimento “Maio, Mês do Coração”, a plural+udifar em parceria com a Fundação Portuguesa de Cardiologia, vai...

É neste âmbito que as duas entidades desafiam a comunidade a juntar-se ao movimento “Maio, Mês do Coração” para participar na 3ª Corrida/Caminhada Virtual de componente solidária, que decorrerá nos dias 28, 29 e 30 de maio, podendo ser realizada a correr ou caminhar, em qualquer parte do país e a qualquer hora, desde que com a devida segurança.

Cada participante poderá escolher participar na corrida de 10 km ou na caminhada de 5 km. A 3ª Corrida/Caminhada Virtual não será cronometrada. O principal objetivo desta iniciativa é o de promover a prática de exercício físico em todas as faixas etárias.

A inscrição é gratuita e deve ser realizada no site do evento: https://acorrer.pt/eventos/info/2796. Caso o participante pretenda fazer um donativo à Fundação Portuguesa de Cardiologia poderá fazê-lo no momento da inscrição selecionando qual o valor a doar.

Nos dias estabelecidos para a corrida/caminhada virtual (28, 29 e 30 de maio), o participante ativa uma aplicação que possibilite o registo da atividade e realiza a prova na qual se inscreveu a correr ou a andar no horário e dia que lhe for mais conveniente, ficando a escolha do percurso da sua inteira responsabilidade.

Após a realização da corrida/caminhada virtual, o participante deverá enviar o comprovativo - foto/screenshot da aplicação (telemóvel, relógio, etc.) onde tenha indicado a distância percorrida; tempo (duração) e nome/foto do participante.

Entre o conjunto de atividades que se vão realizar no âmbito do movimento “Maio, Mês do Coração” inclui-se ainda o Webinar sobre "Nutrição e Coração: Mitos", com a nutricionista Dra. Joana Carolina Gante, que vai decorrer no dia 21 de maio, pelas 16h, na Página de Facebook e YouTube da plural+udifar.

Neurocientista explica em que consiste esta doença do foro da ansiedade
O filme «Mulher à Janela», o novo sucesso da Netflix, aborda a agorafobia, uma doença do foro da ansiedade. O neurocientista e...

Segundo Fabiano de Abreu, não estão a surgir novos transtornos, mas a condição social atual acaba por resultar na abordagem de doenças pouco faladas, tal como acontece com a agorafobia. A patologia ganha destaque no filme «A Mulher à Janela», uma das produções mais vistas atualmente na plataforma de streaming Netflix Portugal.

Na obra, Anna Fox, personagem principal interpretada pela atriz Amy Adams, possui agorafobia. A partir da janela da sua mansão, em Nova Iorque, ela observava a vida na cidade até que acaba por testemunhar um crime, num acontecimento que agrava o seu transtorno.

Fabiano de Abreu considera que o filme traça um paralelo com a vida real: “A agorafobia é um tipo de ansiedade que até é relativamente comum, mas acaba por ser despoletada pela ocorrência de alguns episódios de ataques de pânico. Um indivíduo que apresenta tal distúrbio tende a ficar dentro de casa, pois tem medo de sair, já que considera que pode ser perigoso, mesmo não sendo”. Para o neurocientista, a obra apresenta de forma interessante o medo e a reclusão que são resultados de um trauma relacionado à perda. A reclusão, nesse sentido, acontece devido ao medo de estar em lugares ou situações que possam desencadear ataques de pânico ou constrangimentos.

A agorafobia é uma doença crónica que pode durar anos ou toda a vida. Entre as pessoas que apresentam este tipo de transtorno, 30 a 50% também sofrem de síndrome do pânico. A doença afeta mais mulheres do que homens, numa relação de 2 para 1. Os principais sintomas passam por medos relacionados com estar numa multidão, enfrentar filas, lugares fechados, transportes públicos, espaços abertos e solidão. "As situações são antecipadas no imaginário e são desencadeadas por um simples medo do que poderia ou não acontecer. A pessoa faz uma projeção de uma realidade que, na maioria das vezes, não vai acontecer”, explica.

A maior parte dos casos surge antes dos 35 anos de idade e o diagnóstico é feito por um período de seis meses ou mais. Durante esse tempo, o médico ou psicólogo acompanha o paciente, avaliando o nível do medo e da ansiedade. Caso a ansiedade não diminua, iniciam-se os tratamentos.

O processo é desafiante, já que é realizado através de terapia de exposição, no qual o indivíduo é auxiliado a aprender novas formas de se comportar perante situações que originam o medo. Também faz parte do processo a terapia cognitivo-comportamental, podendo ser necessário o uso de antidepressivos inibidores seletivos de recaptação da serotonina (ISRSs).

Projeto do Capítulo Phi-Xi da Sigma
Contribuir para a redução da pobreza e exclusão social de estudantes de licenciatura em Enfermagem em comprovada situação de...

O fundo, que se destina a estudantes do 1º ciclo de formação em Enfermagem, de escolas do ensino superior público no país, e que começou com uma verba de cerca de 5 mil euros, existirá durante dois anos (até dezembro de 2023).

Os apoios a conceder podem assumir a forma de pagamento de uma ou mais prestações de propinas, de pagamento de mensalidade(s) de alojamento, de concessão de refeições, auxílio na compra de passe ou de títulos para transporte público, ou ainda a comparticipação de despesas inadiáveis de saúde.

«Em situações de crise social, como a que se vive hoje, mercê da pandemia por SARS-CoV-2, torna-se urgente apoiar os estudantes para contribuir para evitar o abandono e o insucesso escolar, a nível do ensino superior público nacional, e muito particularmente, apoiar os estudantes de enfermagem que frequentam o ensino superior público nacional, de forma a promover a inclusão social, a equidade e a igualdade de oportunidades», lê-se no regulamento do Fundo de Apoio de Emergência do Capítulo Phi-Xi a Estudantes de Enfermagem.

São elegíveis, para efeitos de atribuição de apoio pecuniário no âmbito do Fundo, os estudantes matriculados e inscritos num curso de licenciatura em Enfermagem em escola de enfermagem nacional pública, com nacionalidade portuguesa, com Estatuto de Igualdade de Direitos e Deveres, ou que tenham ingressado na instituição de ensino superior pelo regime de PALOP. Não são abrangidos estudantes ao abrigo do estatuto de estudante internacional.

Os custos inerentes ao projeto do Fundo, que se inspira também no 1º dos 17 Objetivos de Desenvolvimento Sustentável a alcançar, até 2030, por proposta da Nações Unidas – Erradicar a pobreza –, são suportados por iniciativas desenvolvidas pelo Capítulo Phi-Xi, pelas associações de estudantes ou pela Federação Nacional de Estudantes de Enfermagem, por donativos, ou protocolos que se venham a estabelecer.

Os particulares ou empresas interessadas podem, também, contribuir para o Fundo, através de uma de duas formas: ou por transferência bancária (IBAN: PT50 0007 0000 0012 6622 4432 3) – devendo, nesse caso, enviar comprovativo para [email protected], com o respetivo nome no descritivo da transferência –, ou na plataforma GoFundMe (pagamento com cartão).

Mais informações estão disponíveis na página web da ESEnfC.

Criada em 1922, a Sigma Theta Tau Internacional é uma sociedade honorífica de enfermagem que dedica as suas atividades à melhoria da saúde das populações, através do desenvolvimento científico da prática de enfermagem. O capítulo Phi-Xi da Sigma foi formalmente constituído em setembro de 2011.

Estudo
De acordo com um estudo publicado no repositório de pré-impressão medRxiv, as pessoas que recuperaram da COVID-19 podem...

De acordo com a publicação, os investigadores descobriram que uma única dose de vacina de mRNA provoca respostas imunitárias rápidas em pessoas que já têm anticorpos contra a COVID-19 por exposição anterior. "Para indivíduos com imunidade pré-existente à SARS-CoV-2, a primeira dose de vacina provavelmente se assemelha imunologicamente à dose de reforço em indivíduos que nunca tiveram contacto com o vírus", revelam.

Segundo a equipa de investigação, os níveis de anticorpos pós-vacina em doentes recuperados são comparáveis ou excedem os níveis encontrados naqueles sem exposição prévia que receberam duas doses de vacina.

Um outro estudo publicado na medRxiv também estudou as respostas a uma única dose de vacinas da Pfizer e da Moderna em profissionais de saúde que tinham recuperado previamente do vírus.

De acordo com a pesquisa, os níveis de anticorpos começaram a atingir o pico sete dias após a vacinação, e alcançaram níveis de neutralização mais elevados em 14 dias, quando comparados com indivíduos expostos à vacina pela primeira vez.

 

 

CEO da Pfizer já tinha partilhado esta ideia
Segundo o diretor do Centro de Avaliação e Investigação biológica da FDA, Peter Marks, é muito provável que sejam necessárias...

Para o alto funcionário da FDA, as versões atuais das vacinas Pfizer/BioNTech e Moderna são altamente eficazes na prevenção da CoVID-19, parecendo proteger também contra as variantes que circulam nos EUA.

" Seria bom se se descobrisse que vai demorar um ano até que alguém precise de um reforço", comenta.

CEO da Pfizer também prevê que seja necessário um terceiro reforço da vacina Covid-19

O CEO da Pfizer, Albert Bourla, também acredita que provavelmente será necessário que as pessoas recebam mais uma dose de vacinação COVID-19 no prazo de um ano após a vacinação total, a fim de evitar a infeção. "Haverá provavelmente necessidade de uma terceira dose, algures entre seis e 12 meses e depois, a partir daí, haverá uma revacinação anual, mas tudo isso precisa de ser confirmado", disse Bourla durante um evento com a CVS Health no dia 1 de abril.

"É extremamente importante suprimir o conjunto de pessoas que podem ser suscetíveis ao vírus", disse Bourla, que, na altura, também reiterou que a propagação de variantes mais contagiosas "desempenhará um papel fundamental" na determinação da necessidade de doses extra.

Embora não seja claro quanto tempo dura a proteção contra a SARS-CoV-2 a partir do momento em alguém foi totalmente inoculado, a Pfizer e o parceiro BioNTech reportaram recentemente dados de seguimento que mostram que a sua vacina baseada em mRNA BNT162b2 foi 91,3% eficaz na prevenção da doença até seis meses após a segunda dose. Da mesma forma, a vacina mRNA-1273 da Moderna, que se baseia na mesma tecnologia, também demonstrou uma proteção sustentada de mais de 90% aos seis meses.

 

Nutrição
A sociedade moderna incute um espírito de vida saudável onde a alimentação e o treino ganham cada ve

Para fazer uma seleção adequada de alimentos para um plano alimentar de um atleta, profissional ou amador, devemos conhecer bem a modalidade desportiva (que pode ir de uma aula de zumba até treinos intensos de crossfit), os seus objetivos de treino, o seu gosto (preferências alimentares e alimentos preteridos) e a composição corporal pretendida. Só assim temos as ferramentas necessárias para fazer um plano ajustado ao objetivo individual e obter os melhores resultados.

Mas, embora o Plano Alimentar deva ser o mais individualizado possível, há alimentos que devido às suas características nutricionais são interessantes para incorporar numa ementa de quem treina com regularidade.

Tendo sempre em consideração que não há alimentos insubstituíveis nem alimentos perfeitos, nem obrigatórios, podemos destacar alguns que pelas suas características nutricionais melhoram a saúde e o bem-estar principalmente de quem tem uma vida bastante ativa.

A água é essencial para a saúde e bem-estar do organismo, sendo indispensável para quase todas as suas funções! O estado de hidratação pode comprometer o rendimento físico e mental.

É fundamental que garanta uma ingestão adequada de água para não prejudicar a performance e evitar um esforço fisiológico acrescido.

A ingestão moderada de café pode conferir um efeito protetor para várias patologias e proporcionar uma sensação bem-estar geral.

A cafeína é uma substância psicoativa com efeito estimulante a nível do sistema nervoso central (SNC). Muito apreciada pelos atletas porque tem a capacidade de diminuir da sensação de fadiga e sonolência e aumentar a capacidade de alerta, o que conduz a um melhoramento do rendimento físico e intelectual.

A dose recomendada para tirar o máximo proveito desta bebida varia entre 1 a 3 chávenas por dia. Por outro lado, um consumo excessivo pode conduzir a um estado de nervosismo, ansiedade, agressividade, insónia, taquicardia e tremores. Ou seja, a dose deve respeitar a variabilidade individual.

A ingestão adequada de carne, peixe e ovos garante um bom aporte de proteínas de alto valor biológico com funções de reparação/regeneração e síntese do tecido muscular. O atum e o salmão além da sua riqueza proteica fornecem ácidos gordos essenciais com propriedades anti-inflamatórios.

A batata-doce, aveia e a quinoa são apenas alguns exemplos de alimentos que fornecem um bom aporte de hidratos de carbono, importante fonte de energia durante o exercício.

A batata-doce apresenta ainda uma riqueza excecional de vitamina A, que lhe confere um poder antioxidante e anti-inflamatório interessante, fibras, vitaminas lipossolúveis e minerais.

Aveia destaca-se pelo seu teor de fibra e proteína (cerca de 13% e com um bom aporte de aminoácidos essenciais).

A quinoa, á semelhança da aveia, possui teor considerável de proteína (com todos os aminoácidos essenciais).

O teor proteico destes alimentos, alem dos benefícios para um melhor rendimento e recuperação, associado ao bom aporte de fibra proporciona uma maior saciedade importante para quem quer perder/manter o peso.

O abacate ao contrário da maioria da fruta é rico em gorduras “saudáveis” (ácidos gordos essenciais) e com baixo teor de hidratos de carbono.

Apresenta na sua constituição nutricional um rol de vitaminas e minerais, destacando-se o bom aporte de potássio.

Os frutos vermelhos conhecidos pelo seu poder antioxidante auxiliam no controle de inflamações e na recuperação pós-treino.

Apresentam baixo valor calórico ideal para quem quer perder peso.

A beterraba, os espinafres e o aipo são alimentos com alto teor de nitratos, substância responsável pela vasodilatação e relaxamento vascular.

O espinafre fornece, ainda, um bom aporte de ferro, importante para o transporte e armazenamento de oxigénio.

As frutas oleaginosas (nozes, amêndoas, castanhas do maranhão) são ricas em muitos nutrientes, sendo fonte de proteínas, de gordura monoinsaturada, gordura polinsaturada, vitamina E, magnésio, selênio, zinco e manganês.

Os seus efeitos antioxidantes e anti-inflamatórios tornam estes alimentos bons aliados do treino.

A nutrição e o treino devem ser sempre aliados a um sono tranquilo e reparador com as horas necessárias para repor as energias.

Nota: 
As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico, Enfermeiro, Farmacêutico e/ou Nutricionista.
Gileadcovid19.pt
Com o objetivo de disponibilizar informação consolidada e atualizada sobre a COVID-19, a doença infeciosa causada pelo novo...

Dirigido ao público em geral e aos profissionais de saúde (que têm acesso a uma área restrita), o gileadcovid19.pt pretende prestar informações relativas à COVID-19 disponibilizando num só local informação sobre sintomas, diagnóstico e tratamento, prevenção e comportamentos de risco, tendo ainda, ao dispor do profissional de saúde, uma Biblioteca Virtual com ligação aos artigos científicos mais relevantes e atuais e uma agenda com informação sobre os principais eventos na área da COVID-19.

Este site procura ser um instrumento de partilha e consolidação de informação relativa aos diversos aspetos inerentes à COVID-19, reforçando os já disponibilizados pelas autoridades de saúde, sociedades médicas, ordens profissionais e outras entidades. Apesar dos avanços verificados nas últimas semanas no combate à doença em Portugal, continua a ser importante garantir a comunicação de informação credível, atual e comprovada cientificamente focando aspetos relacionados com a prevenção e testagem, mas também com a vacinação e as abordagens terapêuticas à COVID-19.

O gileadcovid19.pt é um projeto da Gilead Sciences, uma empresa biofarmacêutica que, alicerçada numa herança construída ao longo de 30 anos de combate às doenças virais, está empenhada em apoiar a comunidade mundial de saúde a responder rápida e eficazmente a surtos virais graves e potencialmente fatais em todo o mundo.

 

Cerimónia transmitida amanhã
Shankar Balasubramanian e David Klenerman receberam o Millennium Technology Prize (Prémio de Tecnologia do Milénio) pelo...

Os químicos da Universidade de Cambridge, Shankar Balasubramanian e David Klenerman, foram anunciados como os vencedores do Millennium Technology Prize 2020, um dos prémios de ciência e tecnologia mais prestigiados do mundo, atribuído pela Technology Academy Finland (TAF).

O prémio global, atribuído a cada dois anos desde 2004 para destacar o amplo impacto da ciência e da inovação no bem-estar da sociedade, tem o valor de 1 milhão de euros. O anúncio de hoje do prémio de 2020 foi adiado devido à pandemia da COVID-19.

Os professores Balasubramanian e Klenerman coinventaram a Solexa-Illumina Next Generation DNA Sequencing (NGS), tecnologia que melhorou a nossa compreensão básica da vida, convertendo as biociências em “grande ciência”, ao permitir o sequenciamento genético rápido, preciso, de baixo custo e em larga escala — o processo de determinação da sequência completa de ADN da composição de um organismo. Fundaram conjuntamente a empresa Solexa para tornar a tecnologia mais amplamente disponível para o mundo.

A tecnologia tem tido — e continua a ter — um enorme impacto transformador nos campos da genómica, medicina e biologia. Para avaliarmos a escala da mudança, podemos referir que permitiu uma melhoria de mil vezes em termos de velocidade e de custo quando comparada com o primeiro sequenciamento do genoma humano. Em 2000, o sequenciamento de um genoma humano levou mais de 10 anos e custou mais de mil milhões de dólares. Atualmente, o genoma humano pode ser sequenciado num dia a um custo de mil dólares e são sequenciados à escala mais de um milhão de genomas humanos todos os anos, graças à tecnologia coinventada pelos Professores Balasubramanian e Klenerman. Isto significa que podemos compreender as doenças muito melhor e muito mais rapidamente.

Como funciona

O método de NGS envolve a fragmentação da amostra de ADN em muitos pedaços pequenos, que são imobilizados na superfície de um chip e ampliados localmente. Cada fragmento é então descodificado no chip, base a base, usando nucleótidos coloridos com fluorescência aos quais é adicionada uma enzima. Ao detetar os nucleótidos codificados por cores incorporados em cada posição do chip com um detetor de fluorescência — e repetindo este ciclo centenas de vezes — é possível determinar a sequência de ADN de cada fragmento.

Os dados recolhidos são então analisados com um sofisticado software informático para montar a sequência completa de ADN a partir da sequência de todos esses fragmentos. A capacidade do método de NGS de sequenciar milhares de milhões de fragmentos paralelamente torna a técnica rápida, precisa e muito rentável. A invenção do NGS constituiu uma abordagem completamente revolucionária e inovadora para a compreensão do código genético em todos os organismos vivos.

Contribuição para a luta global contra a COVID-19

O sequenciamento de próxima geração fornece uma forma eficaz de estudar e identificar novas estirpes do coronavírus e outros agentes patogénicos. Com o surgimento da pandemia, a tecnologia está agora a ser utilizada para rastrear e explorar as novas mutações virais do coronavírus, que é uma preocupação global crescente. Este trabalho tem ajudado na criação de múltiplas vacinas, que estão agora a ser administradas em todo o mundo, e é fundamental para a criação de novas vacinas contra novas estirpes virais perigosas. Os resultados serão também utilizados para prevenir futuras pandemias.

A tecnologia também está a permitir aos cientistas e investigadores identificar os fatores subjacentes em indivíduos que contribuem para a sua resposta imunológica à COVID-19. Esta informação é essencial para desvendar o motivo pelo qual algumas pessoas respondem muito pior ao vírus do que outras. Os resultados destes estudos serão inestimáveis para entender como minimizar a possibilidade de as pessoas desenvolverem respostas inflamatórias exacerbadas, o que é atualmente entendido como sendo responsável por alguns dos sintomas da COVID-19.

Impacto na ampliação dos cuidados de saúde e diagnósticos

A tecnologia NGS revolucionou a investigação biológica e biomédica global e permitiu o desenvolvimento de uma ampla gama de tecnologias, aplicações e inovações relacionadas. Devido à sua eficiência, o NGS tem sido amplamente adotado nos cuidados de saúde e nos diagnósticos, tais como cancro, doenças raras, medicina infeciosa e testes pré-natais não invasivos baseados no sequenciamento.

É cada vez mais utilizado para definir os genes de risco genético nos doentes com uma doença rara e é atualmente utilizado para definir novos alvos farmacológicos para novas terapias para doenças comuns em grupos definidos de doentes. O NGS também contribuiu para a criação de novas e potentes terapias biológicas, como terapias com anticorpos e genéticas.

No campo do cancro, o NGS está a tornar-se o método de análise padrão para definir um tratamento terapêutico personalizado. A tecnologia melhorou drasticamente a nossa compreensão da base genética de muitos cancros a um nível fundamental e é agora frequentemente utilizada tanto para testes clínicos de deteção precoce como para diagnóstico, a partir de tumores e de amostras de sangue de doentes.

Impacto na biologia

Além das aplicações médicas, o NGS também tem tido um grande impacto em toda a biologia, pois permite a identificação clara de milhares de organismos em quase todos os tipos de amostra. É agora extremamente importante para estudos de Agricultura, Ecologia e Biodiversidade.

De acordo com a Professora da Technology Academy, Päivi Törmä, Presidente da Comissão de Seleção do Millennium Technology Prize, “O potencial futuro do NGS é enorme e a exploração da tecnologia está ainda a dar os primeiros passos. A tecnologia será um elemento crucial na promoção do desenvolvimento sustentável através da personalização da medicina, da compreensão e da luta contra doenças mortais e, consequentemente, da melhoria da qualidade de vida. O Professor Balasubramanian e o Professor Klenerman são dignos vencedores do prémio.”

Esta é a primeira vez que o Prémio é concedido a mais do que um destinatário pela mesma inovação, celebrando o significado da colaboração.

Marja Makarow, Presidente da Technology Academy Finland, referiu que “a colaboração é uma parte essencial para garantir uma mudança positiva para o futuro. O Sequenciamento de Próxima Geração é o exemplo perfeito do que pode ser alcançado através do trabalho em equipa e da colaboração entre indivíduos de diferentes formações com vista à resolução de um problema.

“A tecnologia pioneira do Professor Balasubramanian e do Professor Klenerman também desempenhou um papel fundamental na descoberta da sequência do coronavírus, o que, por sua vez, permitiu a criação das vacinas — por si só, um triunfo para a colaboração transfronteiriça — e ajudou a identificar novas variantes da COVID-19.”

Numa declaração conjunta, Shankar Balasubramanian David Klenerman disseram:

“Estamos encantados e honrados por sermos os décimos galardoados com o Millennium Technology Prize. Esta é a primeira vez que recebemos um prémio internacional que reconhece a nossa contribuição para o desenvolvimento da tecnologia — mas não é apenas para nós, é para toda a equipa que desempenhou um papel fundamental no desenvolvimento da tecnologia e para todos aqueles que nos inspiraram ao longo do nosso percurso.”

Dos nove vencedores anteriores do Millennium Technology Prize, três foram posteriormente galardoados com um Prémio Nobel.

Estudo longitudinal
Bebés que nascem com menos de um quilo de peso envelhecem mais rápido do que bebé que nascem em final de tempo com um peso...

De acordo com a equipa de investigação, que seguiu um grupo de bebés muito prematuros, ou seja, com um peso extremamente baixo, comparando-os com outros nascidos no final do termo e que apresentavam um peso normal, descobriu que, pelo menos biologicamente, os bebés prematuros envelhecem mais depressa.

Segundo os investigadores, a taxa de envelhecimento pode ser influenciada pela gestão do stress fisiológico das crianças antes do nascimento e durante a estadia na unidade de cuidados intensivos neonatais após o nascimento.

A informação provém do estudo longitudinal mais antigo do mundo sobre bebés com baixo peso, que têm sido rastreados desde que o estudo começou na McMaster e Hamilton Health Sciences em 1977.

"Embora não seja claro por que razão o envelhecimento biológico acelerado é observado em homens com um peso de nascimento extremamente baixo, isto sugere que as exposições pré-natais desempenham um papel importante no envelhecimento", diz Ryan Van Lieshout, primeiro autor do estudo da MCMaster, médico e professor associado de psiquiatria e neurociências comportamentais na McMaster's Michael G. DeGroote School of Medicine.

O investigador acrescenta que pesquisas anteriores mostraram que os rapazes prematuros são mais suscetíveis ao stress pré-natal do que as raparigas com um peso de nascimento extremamente baixo. "Isto certamente realça a necessidade de monitorizar a saúde dos sobreviventes da maternidade prematura ao longo da sua vida, e é necessária mais investigação", diz. “Isto também sublinha a necessidade de alertar os homens que nasceram prematuros e promover o envelhecimento saudável para que possam mitigar proactivamente esses riscos”, revela.

 

 

Resultados preliminares do CombiVacs
Administrar uma segunda dose da vacina da Pfizer a pessoas que já receberam a vacina da AstraZeneca “é seguro e eficaz”. Esta é...

Para perceber se seria seguro ou não combinar as duas vacinas, uma equipa de investigadores do Instituto de Saúde Carlos III, em colaboração com Hospitais Clínicos De Madrid; Clínic e Vall d'Hebron em Barcelona e El Hospital de Cruces de Vizcaya, recrutaram 678 pessoas que receberam uma dose da vacina da AstraZeneca e que nunca teriam contraído a infeção provocada pelo novo coronavírus. Destes, 442 foram incluídos aleatoriamente no grupo experimental e, portanto, receberam a vacina Pfizer oito a 12 semanas após a primeira dose de AstraZeneca. Os restantes 221 integraram o grupo de controlo não tendo recebido a vacina.

De acordo com os dados apresentados, e brevemente serão publicados numa revista científica de alto impacto, a administração de uma dose de reforço da Pfizer após uma primeira dose com a AstraZeneca “é segura, eficaz e oferece bons níveis de proteção”, sublinharam os investigadores.

"O númeoro de anticorpos do tipo IgG excedem mais de 150 vezes na linha de base e os anticorpos neutralizadores são aumentados sete vezes [em relação ao grupo de controlo]", explicou María Teresa Pérez Olmedo, chefe do Laboratório de Serologia do Centro Nacional de Microbiologia, o centro que tem agido como o laboratório central do ensaio.

Embora este estudo não tenha vindo a comparar a eficácia da combinação de dose de AstraZeneca e Pfizer com os efeitos da administração de duas doses de AstraZeneca, os investigadores observaram que estudos anteriores, como o ensaio de fase II realizado com AstraZeneca, mostraram um nível mais baixo no aumento dos anticorpos neutralizantes com o padrão AstraZeneca. Em todo o caso, recordam que "a comparação entre estudos está sempre sujeita a limitações", pelo que apenas sublinharam que as conclusões preliminares do seu trabalho mostram uma boa resposta imunitária "em caso algum inferior" à demonstrada por outras opções de vacinação.

O ensaio também demonstrou um bom perfil de segurança da combinação. O efeito adverso mais frequente (88%) foi a dor no local da injeção. 40% também mostrou desconforto geral e dor de cabeça, 25% calafrios e apenas 2,5% reportou febre. Os sintomas não persistiram para além do terceiro dia após a vacinação e nenhum participante precisou ser hospitalizado devido a estes efeitos (68% consideraram os seus efeitos secundários como ligeiros). Ao contrário da pesquisa recentemente publicada no The Lancet, o ensaio não observou o aumento de reações leves e moderadas após a combinação de vacinas.

Durante a apresentação dos resultados, os investigadores recordaram que, embora esta seja uma hipótese plausível, as suas conclusões preliminares não podem ser extrapoladas para outras vacinas baseadas no RNA mensageiro. Segundo a equipa de investigação, embora partilhem mecanismos de ação, teria de ser realizado um estudo específico para conhecer a eficácia e a segurança da combinação da vacina da AstraZeneca com a da Moderna, por exemplo.

No âmbito do Dia Mundial das DII
Amanhã é dia Mundial das Doenças Inflamatórias do Intestino (DII) e a Sociedade Portuguesa de Gastrenterologia reforça a...

É urgente estar atento aos sintomas

A Sociedade Portuguesa de Gastrenterologia lançou um filme de sensibilização e uma infografia animada de explicação destas doenças, com o apoio da Janssen, e em parceria com a Associação Portuguesa da Doença Inflamatória do Intestino e a Associação CrohnColite Portugal com o objetivo de informar e sensibilizar a população para as Doenças Inflamatórias do Intestino (DII).

Os jovens, entre os 20 e 35 anos, fase de vida ativa em que a doença é mais diagnosticada, podem ter um grande impacto destas doenças a nível das suas relações pessoais, profissionais, absentismo laboral, entre outros. É frequente haver um atraso no diagnóstico (tempo entre o início dos sintomas e o diagnóstico) que pode durar quase dois anos e que atrasa o início de tratamento eficaz resultando em complicações.

Não existe nenhuma medida preventiva aprovada para as DII mas, promover um estilo de vida saudável, uma dieta equilibrada, evicção de tabagismo tem benefícios em todas as esferas da saúde.

Diagnóstico, sintomas e tratamento

Têm ocorrido enormes avanços no tratamento destes doentes. Os medicamentos biológicos, constituíram, sem dúvida, um marco histórico que permitiram mudar a história natural da doença no início do século. Desde aí, muitas outras moléculas têm surgido, nomeadamente outros biológicos com diferentes mecanismos de ação e mais recentemente as pequenas moléculas, de administração oral. Neste momento, o maior desafio é iniciar o tratamento o mais precocemente possível, antes de existir dano estrutural da parede intestinal de forma a que o tratamento seja mais eficaz.

O diagnóstico da DII implica a combinação de dados clínicos, laboratoriais, imagiológicos e a realização de uma colonoscopia com biopsias. Os sintomas mais comuns são: diarreia crónica (que dura mais de um mês), dor abdominal, e perda de sangue pelo ânus. Pode também haver perda de peso, fadiga, atraso de crescimento (nas crianças), anemia, dores e inchaço nas articulações, entre outros.

O objetivo do tratamento é devolver a qualidade de vida aos doentes e permitir que possam ter uma boa qualidade de vida do doente com DII como sejam o acesso ao trabalho, a sexualidade e o bem-estar psicológico.

Situação Epidemiológica
Nas últimas 24 horas, foram registadas duas mortes associadas à Covid-19 e identificados mais 386 novos casos de infeção.

Segundo o boletim divulgado, foram registas duas mortes associadas à Covid-19, desde o último balanço, em todo o território do país: uma na região de Lisboa e Vale do Tejo e uma na região autónoma dos Açores.

Quanto ao número de novos casos, o boletim epidemiológico divulgado hoje, pela Direção Geral da Saúde, mostra que foram diagnosticados 386 novos casos. A região de Lisboa e Vale do Tejo contabilizou 175 novos casos e a região norte 131. Desde ontem foram diagnosticados mais 20 na região Centro, 12 no Alentejo e 10 no Algarve. Quanto às regiões autónomas, no arquipélago da Madeira foram identificadas mais nove infeções e 29 nos Açores.

Quanto ao número de internamentos, há atualmente 233 doentes internados, menos 13 que ontem. Também as unidades de cuidados intensivos contam agora com menos seis doentes. Estão, atualmente, nas UCI 66 doentes internados.

O boletim desta terça-feira mostra ainda que, desde ontem, 568 pessoas recuperaram da Covid-19, elevando para 803.759 o total daqueles que conseguiram vencer a doença desde o início da pandemia.

No que diz respeito aos casos ativos, o boletim epidemiológico divulgado hoje pela DGS, revela que existem 21.997 casos, menos 184 que ontem.  As autoridades de saúde mantêm sob vigilância menos 129 contactos, estando agora 18.376 pessoas em vigilância.

Dados INSA
A segunda fase do Inquérito Serológico, desenvolvido pelo Instituto Nacional de Saúde Doutor Ricardo Jorge (INSA), apresentado...

Quando comparado com a primeira fase do ISN-COVID-19 (realizado entre os meses de maio e julho 2020), existe ainda uma menor diferença entre a seroprevalência estimada e a incidência de Covid-19, “o que indica um aumento da capacidade de diagnóstico” da doença no país e que se deve, sobretudo, ao “progressivo aumento de testagem observado em Portugal nos últimos meses”.

As regiões do Algarve (7,7 %), Madeira (6,2 %) e Açores (5,8 %) e o grupo etário 70-79 (8,9 %) são as regiões e o grupo etário onde se encontraram as menores prevalências de anticorpos específicos contra-SARS-CoV-2, de acordo com o INSA.  “O maior número de pessoas suscetíveis nestes grupos, contribuí para que possam ter um maior risco de infeção, sendo por isso grupos aos quais deve ser prestada especial atenção na implementação do Plano de Vacinação contra a COVID-19”, sublinha o relatório. Quanto às regiões onde foram detetados mais anticorpos, a região Norte e a região de Lisboa e Vale do Tejo lideram a tabela com 16,6% e 16,5%, respetivamente. Seguem-se as regiões Centro (15,7%) e Alentejo (15,9%). No global foi detetada uma seroprevalência nacional de 15,5%.

Os resultados agora apresentados indicam ainda a existência de uma “elevada proporção de pessoas com anticorpos especfiicos para o SARS-CoV-2 (98,5 %) e com elevadas concentrações de anticorpos (média geométrica: 8.561 UA/ml) após a segunda dose da vacina, esperando-se um aumento da imunidade à medida que se for concretizando o Plano de Vacinação, que deve ser complementado com as medidas de proteção individual e coletivas recomendadas pelas Autoridades de Saúde, dadas as atuais lacunas no conhecimento sobre duração da proteção pós vacinação”.

Observou-se ainda uma menor seroprevalência e menor concentração de anticorpos três meses após infeção ou contato com caso suspeito ou confirmado de Covid-19, “o que sugere a possibilidade de decaimento de anticorpos ao longo do tempo, cujo efeito na duração da proteção contra a infeção deve ser avaliado em estudos específicos”. Esta hipótese justifica a atual opção de vacinar as pessoas previamente infetadas por SARS-CoV-2, apesar desta diminuição e mesmo ausência de anticorpos detetáveis poderem não corresponder a uma total ausência de proteção, salienta o relatório.

Por outro lado, o documento mostra que “o risco de infeção por SARS-CoV-2 na população com idade inferior a 20 anos não parece ser inferior ao da população adulta, tendo em conta a ausência de diferenças na seroprevalência contra SARS-CoV-2 entre crianças, jovens e jovens adultos”.  A diferença entre a seroprevalência estimada e a incidência de Covid-19 notificada pode ser justificada “pelo facto de nestas idades a apresentação clínica de Covid-19 poder ser mais ligeira ou a infeção mais frequentemente assintomática do que na população adulta, o que foi também encontrado neste estudo”.

Desenvolvido e coordenado pelos departamentos de Epidemiologia e de Doenças Infeciosas do Instituto Nacional de Saúde Doutor Ricardo Jorge (INSA), em parceria com a Associação Nacional de Laboratórios Clínicos, Associação Portuguesa de Analistas Clínicos e com 33 Unidades do Serviço Nacional de Saúde, a segunda fase do ISN COVID-19 analisou uma amostra de 8.463 pessoas residentes em Portugal, recrutadas entre 1 de fevereiro e 31 de março de 2021.

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