OMS
Dados da Organização Mundial da Saúde, mostram que o número de mortes provocadas pela Covid-19 é entre duas a três vezes maior...

Por ocasião da publicação do seu relatório anual sobre estatísticas globais da saúde, a OMS indicou que a Covid-19 causou pelo menos três milhões de mortes diretas e indiretas no ano passado, enquanto o número de mortes atribuídas ao vírus ascendeu a cerca de 1,8 milhões.

"Isto corresponde a um número total de mortos pelo menos 2 a 3 vezes maior" do que os números oficialmente apresentados, disse Samira Asma, diretora-geral adjunta responsável pelos dados da OMS, em conferência de imprensa.

A OMS não foi a primeira agência a salientar que o número de mortes por coronavírus é muito maior do que os registados. O Instituto de Métricas e Avaliação de Saúde (IHME) da Faculdade de Medicina da Universidade de Washington, liderada por Christopher Murray, apresentou uma análise global que duplica o número de mortes: as 3.209.109 mortes, de acordo com a Organização Mundial de Saúde, seriam de aproximadamente 6,9 milhões.

Os números fornecidos pelo IHME incluem apenas as mortes diretamente causadas pelo vírus SARS-CoV-2, e não as mortes causadas por perturbações pandémicas nos sistemas de saúde. Deste modo, com base nestas estimativas o número de mortos na Índia e no México triplicaria, enquanto no Japão, estas subiriam das 10.000 mortes "oficiais" para 100.000, por exemplo.

De acordo com estimativas da OMS, o especialista estima que a pandemia tenha causado até agora "cerca de 6 a 8 milhões" de mortes diretas e indiretas. "A pandemia covid representa uma grande ameaça para a saúde e bem-estar das populações em todo o mundo", sublinhou, salientando que a OMS está a trabalhar com diferentes países para aprender sobre o "verdadeiro equilíbrio humano da pandemia para que possam estar mais bem preparados para a próxima urgência".

 

Vacinação
O ministro da Saúde, Matt Hancock, anunciou esta manhã que cerca de 3.000 voluntários vão participar de um estudo pioneiro com...

Para realizar o estudo, que será liderado pela Fundação Hospitalar Universitária da Universidade de Southampton, pertencente ao Sistema Nacional de Saúde Pública, o Governo britânico concedeu uma subvenção de cerca de 23 milhões de euros. No total, 2.886 pessoas vão receber esta terceira dose no o início de junho, altura em que a campanha de vacinação a nível nacional vai vacinar o grupo etário entre os 34 e os 30 anos com a primeira dose.

Os voluntários para o estudo fazem parte das faixas etárias mais altas, já que os mais novos ainda não terminaram ou ainda nem iniciaram o seu ciclo de vacinação. Uma vez vacinados com essa terceira dose, considerada como um 'potenciador' dos benefícios, serão monitorizados através de estudos sanguíneos nos dias 28, 84, 308 e 365 para comparar a quantidade de anticorpos disponíveis em comparação com aqueles que receberam apenas duas injeções.

"Alguns grupos etários podem não precisar de um aumento da vacina enquanto outros vão precisar. O que estamos a tentar fazer não é ditar se uma vacina é melhor do que outra, mas se vale a pena colocar uma terceira dose e, nesse caso, qual a mais adequada", explica o professor Saul Faust, investigador principal do estudo na Universidade de Southampton.

Os efeitos colaterais destas terceiras doses, segundo Fausto, não põem em perigo a vida de voluntários, mas, no pior dos casos, podem causar febres altas ou dores nas articulações, por exemplo. "Peço a todos os que receberam ambas as doses e que sejam elegíveis para serem eleitos para avançar a inscreverem-se neste estudo, porque ajudarão a proteger as pessoas mais vulneráveis deste país e do resto do mundo nos próximos anos", apelou o ministro da Saúde britânico.

 

 

Evento digital
GS1 Portugal, organização neutra e sem fins lucrativos que atua na melhoria da eficiência, nomeadamente, no setor da saúde,...

A terceira edição deste evento digital, uma iniciativa liderada pela GS1, a entidade autorizada para gerir o Sistema GS1 de Standards Globais, representado no nosso país pela GS1 Portugal, volta a juntar autoridades internacionais com ação determinante no setor da saúde, como a UNICEF e a ACT Health, para apresentar e debater a respetiva visão sobre a necessidade de adoção internacional de um sistema de verificação para a redução do risco de falsificação e desvio das vacinas Covid-19.

Nesta sessão, moderada pela Deloitte, participarão, na qualidade de oradores, Grant Courtney, Traceability Lead, UNICEF Supply Division; Ken Legins, Supply Chain Strengthening Centre Chief, Supply Division, UNICEF Copenhaga; e Peter O’Halloran, Chief Information Officer da Australian Capital Territory (ACT Health).

Conforme destaca Grant Courtney no enquadramento da iniciativa, “a pandemia representa uma oportunidade para acelerar a utulização de standards GS1 no combate à falsificação de medicamentos, sobretudo no que diz respeito às vacinas COVID-19”. No âmbito desta sessão, Peter O’Halloran apresentará o caso prático da ACT Health, onde “estão a usar os standards GS1 para garantir que os pacientes têm acesso aos melhores cuidados de saúde possíveis, com os recursos existentes, numa lógica de eficiência e otimização.”

Neste GS1 Healthcare Executive Dialogue, serão ainda partilhadas informações práticas sobre os mecanismos e benefícios inerentes à adoção de standards GS1 em contexto de pandemia. A participação é aberta e gratuita.

 

 

Situação Epidemiológica
Nas últimas 24 horas, foi registada mais uma morte associada à Covid-19 e identificados mais 241 novos casos de infeção, mas...

Segundo o boletim divulgado, registou-se apenas uma morte associada à Covid-19, desde o último balanço, na região Norte de Portugal Continental.

Quanto ao número de novos casos, o boletim epidemiológico divulgado hoje, pela Direção Geral da Saúde, mostra que foram diagnosticados 241 novos casos. A região de Lisboa e Vale do Tejo contabilizou 97 novos casos e a região norte 60. Desde ontem foram diagnosticados mais 20 na região Centro, oito no Alentejo e 13 no Algarve. Quanto às regiões autónomas, no arquipélago da Madeira foram identificadas mais 17 infeções e 26 nos Açores.

Quanto ao número de internamentos, há atualmente 239 doentes internados, mais 19 que ontem. No entanto, as unidades de cuidados intensivos contam agora com menos um doente. Estão, atualmente, nas UCI 57 doentes internados.

O boletim desta segunda-feira mostra ainda que, desde ontem, 287 pessoas recuperaram da Covid-19, elevando para 805.979 o total daqueles que conseguiram vencer a doença desde o início da pandemia.

No que diz respeito aos casos ativos, o boletim epidemiológico divulgado hoje pela DGS, revela que existem 22.468 casos, menos 47 que ontem.  As autoridades de saúde mantêm sob vigilância mais 109 contactos, estando agora 19.588 pessoas em vigilância.

Doença genética rara
Muitas vezes confundida com outras perturbações como o autismo ou a paralisia cerebral, a Síndrome d

Causada pela ausência ou disfunção de um gene, designado por UBE3A, a Síndrome de Angelman surge, em 70% dos casos, por mero acaso. A verdade é que, embora existam famílias com mais de um elemento afetado, o que sugere que esta perturbação possa ser transmitida, a anomalia genética que está na sua origem acontece, quase sempre, de forma aleatória.

Segundo Manuel Costa Duarte, Presidente da Direção da ANGEL - Associação Síndrome de Angelman de Portugal, é através do cromossoma 15 que é produzido o gene UBE3A – um gene “responsável por produzir uma proteína chave para permitir que as células, particularmente neurónios, passem sinais elétricos e químicos uns para os outros”.

 “No humano típico (normal) o alelo paterno do cromossoma 15 está naturalmente silenciado sendo que a produção desta proteína se dá através do alelo materno do cromossoma 15. O Síndrome de Angelman acontece quando há uma ausência ou imperfeição no alelo materno (quer seja por deleção, imperfeição ou mutação) que impossibilita a produção desta proteína”, começa por explicar quanto à sua causa.

O seu diagnóstico é por isso feito através de exame genético. E, embora, esta síndrome possa ser identificada logo à nascença, “a maioria dos casos só é diagnosticada depois do primeiro ano de vida, após surgirem os primeiros sintomas”.

Os primeiros sintomas, esclarece Manuel Costa Duarte, podem surgir entre os 6 e os 9 meses, “quando se começa a notar algum atraso no desenvolvimento face ao desenvolvimento típico de um bebé”. No entanto, adverte que como não existem sintomas específicos ou exclusivos para a Síndrome de Angelman, “é a conjugação de vários fatores que pode levar a «desconfiar» deste diagnóstico, o que por vezes leva a uma demora no despiste da situação”.

Há, no entanto, algumas características comuns a que os pais podem estar atentos, como o atraso severo no desenvolvimento, ausência de fala, dificuldades no equilíbrio e marcha, convulsões, “personalidade facilmente excitável, com movimentos aleatórios das mãos, hipermotricidade e incapacidade de manter a atenção e/ou problemas de sono”.

Para além do atraso no desenvolvimento global, como “sentar-se mais tarde que um bebé da mesma idade, por exemplo”, os episódios convulsivos, a ataxia dos movimentos e o atraso no desenvolvimento da fala, são, de acordo com Manuel Costa Duarte, dos principais fatores a ter em consideração para o seu diagnóstico. No entanto, o presidente da ANGEL, reforça: “estes sintomas muitas vezes são também indicadores de outros distúrbios mais comuns (ou apenas de atraso no desenvolvimento)”.

Sem tratamento, a terapêutica proposta visa o alívio de alguns sintomas. “Para as questões motoras é fundamental recorrer a terapias, como fisioterapia, psicomotricidade, hidroterapia e hipoterapia. Para os problemas de fala, uma vez que na maioria dos casos não conseguem mesmo articular nenhuma palavra, é importante desde cedo trabalhar com um(a) Terapeuta da Fala na ótica da Comunicação Aumentativa e Alternativa (comunicação através de símbolos, em papel ou tablet). A Terapia Ocupacional é também fundamental, precocemente, para potencializar os meios para alcançar mais autonomia e maximizar as capacidades cognitivas”, explica o presidente da ANGEL.

Há ainda muitos casos em que é necessário recorrer à medicação para ajudar a controlar a epilepsia ou, por exemplo, a excitabilidade dos movimentos. “Em todos exemplos que referi é importante mencionar que o ponto chave está na qualidade e na consistência e persistência do trabalho feito. É uma maratona para a vida e não uma corrida que é feita num curto espaço de tempo!” adianta sublinhando que, embora este distúrbio tenha um elevado comprometimento da qualidade de vida dos seus portadores, não permitindo a sua autonomia, a esperança média de vida é igual à de um indivíduo saudável. “As pessoas com Síndrome de Angelman tem um elevado nível de incapacidade (>80%) e dependência. A ausência de fala é um desafio constante, temos de aprender a comunicar de uma forma especial e única, assim como o andar, que tem de ser constantemente estimulado. Desde cedo que episódios convulsivos são uma importante componente e é fundamental que os pais sejam bem acompanhados e aconselhados por um médico neurologista”, acrescenta.

A legislação feita para deficiência em Portugal é desadequada e apoios para os cuidadores são limitados

Tratando-se este de um distúrbio que torna as pessoas completamente dependentes, estas têm de ser acompanhadas por familiares e profissionais ao longo de toda a sua vida. Segundo Manuel Costa Duarte, “a legislação está idealizada para que sejam acompanhados através do projeto escola inclusiva até aos 18 anos, com recurso a terapias e, a partir daí, cada família é responsável por colocar os seus filhos/ familiares num CAO (Centro de Atividades Ocupacionais) ou qualquer outra entidade que consideram competente para tal. O problema principal é falta de recursos e oferta de respostas a partir daí, que são limitadas, e, infelizmente, muitas vezes as famílias têm de atravessar muitas incertezas, angústias e mudar completamente o estilo de vida para se moldarem a uma realidade de cuidadores”.

“A legislação feita para deficiência em Portugal é desadequada, uma vez que é aglomerada nas regras gerais das creches normais e lares de idosos. Há que entender que esta camada da população é especial e extraordinária e precisa de leis apropriadas e mais adequadas, que não sobrecarreguem tanto os familiares ao longo da vida”, acrescenta.

De acordo com o presidente da ANGEL, há ainda o problema de os apoios para os cuidadores serem muito limitados, “ou quase inexistentes”. A nova legislação é muito recente e, afirma “não resulta na prática”. “Para começar, um pai/mãe não pode ser considerado cuidador informal principal, pois este tem de ser alguém que cuide da pessoa cuidada, na mesma morada de residência, sem qualquer outro vínculo laboral e a pessoa cuidada não pode receber outro cuidado/resposta. Ora isto significa que se o um filho(a) com Síndrome de Angelman for à escola ou CAO, o pai/mãe perde automaticamente o estatuto de cuidador principal, trabalhando ou não”, justifica. Por outro lado, refere, quanto à vertente financeira, que “para ser possível obter algum apoio, é preciso que o rendimento do agregado familiar seja consideravelmente baixo”.  

Foi com o objetivo de dar a conhecer as dificuldades por que passam estas famílias que, em 2012, nasceu a ANGEL – Associação Síndrome de Angelman de Portugal.

“Apesar de ser uma síndrome rara, a Síndrome de Angelman não deixa de ter grande impacto na vida das famílias da nossa comunidade. Queremos alargar este espectro à sociedade em geral, médica e terapêutica, divulgando a SA para que seja acessível ao conhecimento de todos. Os nossos filhos e/ou familiares com SA, ainda que diferentes, são muito especiais e trouxeram-nos um propósito e missão de vida únicos”, sublinha Manuel Costa Duarte.

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Nota: 
As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico, Enfermeiro, Farmacêutico e/ou Nutricionista.
A partir dos 4 anos de idade
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De acordo com o despacho publicado em Diário da República esta segunda-feira, “o PNPSO 2021-2025, encontra-se alinhado com o Programa do XXII Governo Constitucional, que prevê o alargamento da cobertura do cheque dentista a todas as crianças entre os 2 e os 6 anos de idade, sendo igualmente alargado às crianças e jovens dos 7 aos 18 anos que frequentam o ensino privado”.

No caso das crianças com quatro anos de idade, “é atribuída referenciação para consulta de higiene oral nas unidades de cuidados de saúde primários ou são atribuídos até dois cheques-dentista”.

“O acesso dos utentes será efetuado mediante a definição de prioridades relacionadas com o estado de saúde e com as condições socioeconómicas”, esclarece o documento.

Segundo o diploma, assinado pelo Secretário de Estado Adjunto e da Saúde, António Lacerda Sales, as regras e condições de acesso e utilização de cheque/referenciação são definidas pela Direção-Geral da Saúde.

 

Novo medicamento reduz número de crises de doença genética rara
A Sociedade Portuguesa de Alergologia e Imunologia Clínica (SPAIC) lançou o apelo ao INFARMED para que seja concluído de forma...

“Atualmente existem novas opções terapêuticas in-label para a profilaxia a longo prazo dos doentes com angioedema hereditário, já disponibilizadas por rotina em vários países europeus e com importantes ganhos na redução do número de crises e ganhos significativos da qualidade de vida, amplamente demonstrados, quer nos ensaios clínicos, quer nos estudos de vida real.  Em Portugal, este medicamento está sob um Programa de Acesso Precoce (PAP) desde 2020, mas com uma indicação muito mais restrita do que a indicação que consta no RCM do fármaco aprovado pela EMA (Agência Europeia de Medicamentos)”, alertou Manuel Branco Ferreira, presidente da SPAIC.

De acordo com o especialista, foi por este motivo que a SPAIC avançou com o apelo: “para que o INFARMED rapidamente avance e conclua a avaliação dos processos relacionados com estes medicamentos órfãos - como aliás preconizado por todas as instituições oficiais - para que os portugueses com esta doença rara possam ter acesso aos mesmos tratamentos eficazes e seguros que outros cidadãos da União Europeia têm, não sendo de todo aceitável a existência de qualquer disparidade não fundamentada e não justificada por motivos clínicos ou farmacológicos”.

O angioedema hereditário é uma doença genética rara que se estima que, em Portugal, possa atingir cerca de 300 a 400 pessoas, já com mais de 230 pessoas identificadas, e que se manifesta pelo aparecimento de crises recorrentes de angioedema em várias localizações possíveis (sendo a face uma das mais frequentes). 

 Os imunoalergologistas são os especialistas que, desde há várias décadas, têm sido responsáveis pelo seguimento dos doentes com angioedema hereditário e, neste sentido, a SPAIC tem contribuído para a disseminação do conhecimento médico e científico nesta área e para a implementação da melhor prática médica relativamente a esta situação clínica rara.

 

Campanha “Seguir EM frente”
Viver com esclerose múltipla (EM) é um desafio. Mas para os mais de 8.000 doentes que, segundo as estimativas, têm o...

Com uma prevalência de 50 casos por cada 100 mil habitantes, a EM é uma doença inflamatória crónica e degenerativa, uma das mais comuns do sistema nervoso central e a principal causa de incapacidade neurológica nos adultos jovens. Uma doença que incapacita, que desmoraliza, que isola. “A maioria das pessoas são diagnosticadas entre os 20 e os 40 anos, quando estão a fazer planos para as suas vidas, a pensar em comprar casa, em progredir nas suas carreiras, em ter filhos…”, referem os representantes da ANEM, SPEM e TEM. “Mas apesar de mudar vidas, a EM não tem de impedir que sejam vividas. E é isso que queremos transmitir com esta campanha”, acrescentam.

A mensagem é só uma: ‘A vida segue EM frente’. E é assim para o homem que sonha correr a maratona e que treina todos os dias para o conseguir, ou para a mulher a quem a doença não impediu de concretizar o sonho de ter um filho, exemplos partilhados, em forma de vídeo, que ilustram os avanços na medicina que permitem que aqueles com o diagnóstico possam continuar o seu caminho.

“Os avanços têm sido muitos, mas é preciso continuar a chamar a atenção para a doença, uma vez que a EM nem sempre é fácil de diagnosticar. Uma vez que os sintomas são comuns a outras doenças (alterações na sensibilidade, visuais e motoras, fadiga, dor, etc) há casos em que se leva muito tempo até chegar ao diagnóstico. O que significa também uma demora em relação ao início do tratamento e um pior prognóstico”, reforça João Cerqueira, presidente do GEEM.

“Alertar e sensibilizar, mas ao mesmo tempo transmitir uma mensagem positiva, é o grande objetivo desta campanha, que conta com o apoio da Merck. Porque somos ‘As One for Patients’, é ao lado dos doentes que sempre temos e queremos continuar a estar, ao longo dos mais de 20 anos de experiência que a companhia tem no tratamento da EM”, refere Pedro Moura, Diretor-Geral da Merck Portugal.

 

Investigação
Os cientistas descobriram que a forma como os neurónios estão conectados dentro de regiões do cérebro, pode ser um melhor...

Muitas doenças cerebrais levam à morte celular e à remoção de ligações dentro do cérebro. Num novo estudo, publicado no Human Brain Mapping, um grupo de cientistas, liderado por Marcus Kaiser da Faculdade de Medicina da Universidade de Nottingham, analisou pacientes com epilepsia submetidos a cirurgia.

A equipa descobriu que as mudanças na rede local dentro das regiões cerebrais podem ser um melhor preditor da progressão da doença de que quão bem-sucedida será a cirurgia.

Segundo Marcus Kaiser, Professor de Neuroinformática da Universidade de Nottingham, "quando alguém tem uma convulsão epilética, 'espalha-se' pelo cérebro. Descobrimos que as mudanças na rede local ocorreram para as regiões ao longo das principais vias de propagação para apreensões. Importante, regiões distantes do ponto de partida da convulsão, por exemplo no hemisfério cerebral oposto, estiveram envolvidas.

"Isto indica que o aumento da atividade cerebral durante as convulsões leva a mudanças numa ampla gama de regiões cerebrais. Além disso, quanto mais tempo os doentes estiveram em convulsão, mais regiões apresentaram alterações locais”.

 

Evento
A Lusíadas Saúde vai realizar no dia 29 de maio, entre as 10h e as 13h, a primeira edição do Lusíadas Nursing Summit, em...

A 1.ª edição do Lusíadas Nursing Summit terá como mote “High Care: humanity and technology allied to the best healthcare” e os temas serão variados, aliando a inovação à humanização e à tecnologia. Um dos grandes objetivos deste evento é também abordar temáticas fundamentais na prática de enfermagem, mas ainda pouco exploradas em eventos científicos, tratando-as de forma criativa e envolvente e inspirando o crescimento da profissão.

A iniciativa vai contar com a participação de speakers nacionais e internacionais que, através de discursos, entrevistas, painéis de debate ou vídeos, vão explorar desafios, oportunidades e compromissos para o futuro. Para além destes, o evento terá ainda espaço para a partilha de testemunhos reais sobre momentos e episódios marcantes que aconteceram durante a prática clínica.

“As enfermeiras e os enfermeiros desempenham, atualmente, talvez o maior papel no cuidado aos doentes e no bem-estar e saúde das sociedades. Todos os dias, demonstram o seu foco absoluto no ser humano, compreendem e aceitam a pessoa e a sua dor e transmitem confiança, cuidando sempre com um sentido de entrega sem limites. É neste contexto, e num forte reconhecimento e elogio à enfermagem, que nasce o Lusíadas Nursing Summit, que tem como foco unificar a classe e promover a partilha de conhecimento entre pares com o objetivo de manter os melhores cuidados de saúde para todas as pessoas”, explica Dulce Gonçalves, presidente do Conselho de Enfermagem da Lusíadas Saúde.

Mais informação em: www.lusiadasnursingsummit.pt

Doença de Alzheimer
A Doença de Alzheimer é a forma mais comum de demência e caracteriza-se pela acumulação de placas amiloides no cérebro. As...

No entanto, o papel da micróglia na Doença de Alzheimer e a sua relação com a acumulação de placas amiloides permanecem pouco claros. Agora, uma equipa de cientistas da Duke-NUS Medical School e da Monash University encontrou as assinaturas de expressão genética subjacentes à micróglia associada à fagocitose da placa amiloide – ou seja, a absorção e digestão de depósitos da proteína beta amiloide (Aβ) no cérebro. Os resultados, relatados na revista Nature Communications, oferecem um novo alvo para intervenções que visam abordar o mecanismo subjacente à doença desta doença incurável.

Para investigar as diferenças entre cérebros saudáveis e os de pacientes com Doença de Alzheimer na resolução de células únicas, a equipa de cientistas da Duke-NUS e do Monash Biomedicine Discovery Institute iniciou um projeto ambicioso para estudar de forma abrangente as mudanças de expressão genética em tipos específicos de células cerebrais humanas que estão associadas à progressão da doença de Alzheimer. Desse estudo, publicado na Nature Neuroscience em 2019, a equipa tem-se focado na micróglia.

"Procurámos compreender os mecanismos moleculares e as diferenças entre a micróglia que engolia ativamente placas amiloides na doença de Alzheimer e as que não o fazem", disse o professor associado Enrico Petretto, do Programa de Distúrbios Cardiovasculares e Metabólicos de Duke-NUS, coautor do estudo.

A equipa fê-lo usando uma mancha, chamada metoxia-XO4, que visa especificamente a micróglia que engoliu placas amiloides. Usaram a mancha em modelos pré-clínicos da doença de Alzheimer e depois examinaram a expressão genética na micróglia manchada. Investigaram diferenças na expressão genética subjacentes à capacidade da micróglia de ingerir partículas (por exemplo, placa amiloide) e identificaram moléculas reguladoras associadas.

"Compreender este mecanismo é importante porque agora temos vários novos alvos para perseguir e, no futuro, esses alvos podem abrir uma nova frente contra esta doença devastadora", disse o José M. Polo, do Monash Biomedicine Discovery Institute, coautor do estudo.

Os estudos revelaram que para a micróglia que não tomou a amiloide, os seus padrões de expressão genética são mais semelhantes à micróglia envelhecida, que é conhecida por ser disfuncional e um dos principais intervenientes na patogénese da doença de Alzheimer. Além disso, após a micróglia ter engolido as placas amiloides associadas à Doença de Alzheimer, desenvolvem um padrão ou assinatura de expressão genética característico. Esta mudança na expressão genética é induzida, em parte, por um gene chamado Hif1a. A expressão genética alterada aumenta a capacidade da micróglia de tomar proteínas como a amiloide, ao mesmo tempo que a redução de Hif1a faz o inverso, destacando a importância de Hif1a no controlo desta função. Este papel regulador da Hif1a também pode aplicar-se à função micróglia de remover sinapses danificadas.

"É possível que este processo seja inicialmente protetor", disse Petretto, "com a micróglia efetivamente podando sinapses danificadas localizadas perto de placas." Os cientistas suspeitam, no entanto, que este processo de poda mais tarde vai mal à medida que a doença progride.

A equipa também usou modelos computacionais para prever as redes de moléculas envolvidas na absorção de micróglias de proteínas e identificou potenciais alvos para estudar para o desenvolvimento de fármacos. A rapamicina imunossupressora amplamente usada, por exemplo, foi encontrada para bloquear o gene Hif1a de desencadear micróglia para engolir placas amiloides.

"Esta relação entre Hif1a e o declínio cognitivo da doença de Alzheimer ainda está por descobrir de forma abrangente", disse Gabriel Chew, autor do artigo. "O trabalho futuro pode focar-se em usar a ferramenta de edição de genes CRISPR para testar o impacto da manipulação de Hif1a na severidade dos sintomas e na progressão da doença."

Estudo
Um estudo realizado no Reino Unido conseguiu demonstrar que a eficácia da vacina contra a doença sintomática da variante...

Esta análise incluiu dados de todas as faixas etárias a partir de 5 de abril a 16 de maio, de modo a cobrir o período desde que a variante indiana emergiu. 1.054 pessoas foram confirmadas como tendo a variante B.1.617.2 através da sequenciação genómica, incluindo participantes de várias etnias. Os dados publicados na passada quinta-feira, 20 de maio, relativos à eficácia da vacina abrangeram o período desde dezembro para quem tem mais de 65 anos.

De acordo com o estudo, a vacina Pfizer-BioNTech foi 88% eficaz contra a doença sintomática da variante B.1.617.2, duas semanas após a segunda dose, em comparação com 93% de eficácia contra a variante B.1.7

Já as duas doses da vacina da AstraZeneca foram 60% eficazes contra a doença sintomática da variante indiana em comparação com 66% de eficácia face à variante de britânica.

Ambas as vacinas foram 33% eficazes contra a doença sintomática de B.1.617.2, três semanas após a primeira dose em comparação com cerca de 50% de eficácia contra a variante B.1.7

A diferença de eficácia entre as vacinas após duas doses pode ser explicada pelo facto de o lançamento de segundas doses de AstraZeneca ter acontecido mais tarde do que para a vacina Pfizer-BioNTech. Por outro lado, outros dados sobre perfis de anticorpos mostram que demora mais tempo a atingir a máxima eficácia com a vacina AstraZeneca.

Tal como acontece com outras variantes, esperam-se níveis de eficácia ainda mais elevados contra a hospitalização e a morte. Atualmente, existem casos e períodos de seguimento insuficientes para estimar a eficácia da vacina contra os resultados severos da variante B.1.617.2. Deste modo, as autoridades de saúde britânicas vão continuar a avaliar a situação durante as próximas semanas.

Para o Secretário de Saúde e Assistência Social, Matt Hancock, “esta nova evidência é inovadora – e prova o valor que o nosso programa de vacinação COVID-19 tem na proteção das pessoas que amamos”

“Podemos agora estar confiantes de que mais de 20 milhões de pessoas – mais de uma em cada três – têm uma proteção significativa contra esta nova variante, e esse número está a crescer em centenas de milhares todos os dias, à medida que cada vez mais pessoas obtêm essa segunda dose vital. Quero agradecer aos cientistas e aos médicos que têm trabalhado 24 horas por dia para produzir esta investigação”, acrescentou.

Para consulta de especialidade
Representantes das farmácias comunitárias da área de influência do Centro Hospitalar Universitário Cova da Beira participaram,...

Em comunicado o Centro Hospitalar refere que “dada a proximidade, a relação de confiança e o relevante papel do farmacêutico no acompanhamento e aconselhamento dos cidadãos, uma vez que na grande maioria dos casos são estes os profissionais a quem recorrem em primeiro lugar, este estreitar de laços e canais de comunicação entre os parceiros CHUCB / Farmácias, permitirá assim facilitar o trabalho de complementaridade que se pretende, em prol de ganhos práticos e efetivos para a saúde e bem-estar dos doentes”.

Para além de apelar ao encaminhamento de doentes, com sinais de alarme na área da hipertensão arterial, para a consulta de especialidade no CHUCB, este encontro resultou na criação de um protocolo “entre as partes, que assegure um melhor acompanhamento e vigilância destes doentes, pós-avaliação médica”.

 

Tratamento está indicado para doentes com distrofias hereditárias da retina
O Serviço de Oftalmologia do Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra (CHUC), liderado por Joaquim Murta, tornou-se...

As distrofias hereditárias da retina constituem um conjunto de doenças oftalmológicas raras de base genética, afetando aproximadamente uma em cada 3000 pessoas. Apesar da baixa prevalência, estas doenças são das principais causas de comprometimento visual grave e cegueira em crianças e adultos jovens. “Este novo tratamento que podemos considerar como um marco na medicina moderna, vai permitir melhorar a função visual destes doentes, como reportado nos ensaios clínicos que levaram à aprovação do fármaco Luxturna, onde são assinaladas melhorias significativas na sensibilidade à luz, campo visual e capacidade de deambulação em ambientes de baixa luminosidade”, refere Joaquim Murta.

O CHUC é Centro de Referência Internacional para o Diagnóstico e Tratamento de Distrofias Hereditárias da Retina, numa equipa encabeçada por João Pedro Marques. O médico faz referência ao atual desenvolvimento da ciência e da investigação declarando que “durante a última década, assistimos a uma aceleração sem precedentes na descoberta de novos genes e mecanismos patogénicos subjacentes às distrofias

hereditárias da retina, abrindo caminho para uma nova era de terapia génica. Em dezembro de 2017, o voretigene neparvovec (Luxturna) foi aprovado pela Food and Drug Administration (FDA) para o tratamento de distrofias da retina associadas ao gene RPE65. Um ano depois, o medicamento foi aprovado Agência Europeia do Medicamento (EMA), abrindo portas ao tratamento de doentes no velho continente. Desde a sua comercialização, foram já tratados mais de 200 doentes em todo o Mundo. Portugal usou hoje Luxturna pela primeira vez, o que muito nos regozija, já que os doentes passam a ter a possibilidade de tratamento no nosso País, o que antes não era possível. Representa, pois, enormes ganhos em saúde tanto para o utente como para o SNS”.

João Pedro Marques destaca ainda a importância de uma equipa multidisciplinar nesta que foi uma enorme conquista para a Oftalmologia Portuguesa: “O CHUC reúne condições de excelência que fizeram com que se tornasse o único centro de tratamento de Luxturna em Portugal. Além de um Serviço de Oftalmologia com profissionais altamente diferenciados, a estreita cooperação com o Serviço de Genética Médica e com a Farmácia Hospitalar foram fundamentais em todas as etapas do processo.”

Este procedimento envolve uma cirurgia intraocular que culmina com a injeção subretiniana de Luxturna. A equipa cirúrgica, constituída por João Figueira e Mário Alfaiate, realizou hoje o procedimento no olho direito de uma jovem adolescente de 16 anos, estando o segundo olho programado para o dia 28 de maio.

Estudo
Uma investigação da American Duke University, publicada esta quinta-feira, levou à descoberta de um novo coronavírus num grupo...

No entanto, ainda não foi possível determinar se este vírus canino foi responsável pelos casos de pneumonia, ou se já estava presente nestes doentes por outras razões.  

Por outro lado, a equipa revela que é improvável, dadas as suas características genéticas, que este vírus esteja atualmente a circular de humano para humano. "O que estamos a empurrar (...) é mais diagnóstico para monitorizar cinco famílias virais diferentes, que pensamos serem as mais problemáticas e suscetíveis a desencadear epidemias", explica Gregory Gray à AFP.

Os coronavírus não são estudados há muitos anos porque estavam principalmente associados a constipações comuns. Isto mudou após o aparecimento de SARS (síndrome respiratória aguda grave) e MERS (síndrome respiratória do Médio Oriente) em 2002 e 2012, cuja transmissão foi feita através de animais, como o camelo.

A maioria dos investigadores também acredita que o SARS-CoV-2, o vírus que causa a doença de Covid-19, tem origem animal.

Neste sentido, Lishan Xiu, um estudante chinês da Universidade de Duke, desenvolveu um teste universal para a deteção do coronavírus, procurando terreno comum entre os diferentes membros desta família de vírus.

O teste foi usado em 301 amostras de pacientes na Malásia, oito dos quais tinham vírus canino. Para confirmar este resultado surpreendente, a virologista Anastasia Vlasova da Universidade Estadual de Ohio apreendeu o seu genoma.

Foi confirmada a origem canina do vírus, denominado CCoV-HuPn-2018, que também possui componentes característicos da sua passagem por gatos e porcos.

Algumas mutações também são consistentes com uma possível adaptação que permitiria a transmissão humano-humano, mas é impossível dizer quanto tempo esta evolução levará, talvez décadas, talvez nunca, de acordo com Gregory Gray.

Todos os pacientes voltaram para casa completamente curados. "Mas uma admissão com pneumonia geralmente significa que está doente o suficiente, que os médicos estão preocupados consigo", diz o professor.

O facto de a sua equipa ter conseguido detetar este vírus em humanos graças a um pequeno estudo piloto mostra, segundo ele, que há um problema: "Estamos a perder o comboio", acredita.

"Se aumentarmos a vigilância das pessoas que trabalham com porcos, aves, gado, ficaremos impressionados com o que o seu sistema imunitário enfrenta todos os dias", prevê. "Isto não significa que a próxima pandemia ocorra neles, mas seria interessante estudá-la."

Portal COVID-19
Já se encontra disponível a plataforma eletrónica para reporte de resultados de autotestes SARS-CoV-2, criada no âmbito do...

A partir de agora, todos os resultados dos testes rápidos de antigénio realizados pelos cidadãos, nomeadamente com resultado negativo, passam também a poder ser comunicados às Autoridades de Saúde através do preenchimento de formulário eletrónico, disponível no Portal COVID-19. A notificação destes resultados é importante para monitorizar a atividade nacional de testagem. Os indivíduos assintomáticos com resultado positivo ou inconclusivo devem privilegiar o reporte através de contacto telefónico ao SNS24.

Desenvolvida pelos Serviços Partilhados do Ministério da Saúde (SPMS), em articulação com a Direção-Geral da Saúde (DGS), INFARMED – Autoridade Nacional do Medicamento e Produtos de Saúde e Instituto Nacional de Saúde Doutor Ricardo Jorge (INSA), a nova plataforma permitirá, por exemplo, perceber se um utente com resultado positivo ligou para o SNS24 nas 12 horas seguintes ao reporte. Em caso de ausência de reporte, será enviada uma SMS a solicitar esse contacto.

Qualquer resultado positivo ou inconclusivo em pessoa assintomática, que não tenha tido contacto com um caso confirmado nos últimos 14 dias, desencadeia a emissão de teste confirmatório com teste de amplificação de ácido nucleico (TAAN), por RT-PCR, desde que o indivíduo não tenha tido infeção por SARS-CoV-2 confirmada laboratorialmente nos 90 dias anteriores. O resultado do teste confirmatório é notificado no SINAVElab pela entidade responsável pela sua realização.

Recorde-se que os autotestes não se destinam a indivíduos sintomáticos ou com exposição conhecida a SARS-CoV-2. "Mesmo que estes indivíduos venham a realizar o autoteste devem contactar sempre o SNS24, independentemente do resultado", revela o INSA. 

Por outro lado, salienta-se que "o resultado obtido por autoteste SARS-CoV-2 não dispensa a adoção das medidas de prevenção e controlo de infeção, nem a orientação de um profissional de saúde sempre que necessário"

 

 

Situação Epidemiológica
Nas últimas 24 horas, foi registado mais três mortes associadas à Covid-19 e identificados mais 559 novos casos de infeção....

Segundo o boletim divulgado, registaram-se três morte associada à Covid-19, desde o último balanço, em todo o território do país: uma na região Norte, uma na região Centro e outra no Algarve.

Quanto ao número de novos casos, o boletim epidemiológico divulgado hoje, pela Direção Geral da Saúde, mostra que foram diagnosticados 559 novos casos. A região de Lisboa e Vale do Tejo contabilizou 277 novos casos e a região norte 166. Desde ontem foram diagnosticados mais 37 na região Centro, cinco no Alentejo e 22 no Algarve. Quanto às regiões autónomas, no arquipélago da Madeira foram identificadas mais 32 infeções e 20 nos Açores.

Quanto ao número de internamentos, há atualmente 207 doentes internados, menos um que ontem. Também as unidades de cuidados intensivos contam agora com menos três doentes. Estão, atualmente, nas UCI 55 doentes internados.

O boletim desta sexta-feira mostra ainda que, desde ontem, 462 pessoas recuperaram da Covid-19, elevando para 804.984 o total daqueles que conseguiram vencer a doença desde o início da pandemia.

No que diz respeito aos casos ativos, o boletim epidemiológico divulgado hoje pela DGS, revela que existem 22.287 casos, mais 94 que ontem.  As autoridades de saúde mantêm sob vigilância mais 790 contactos, estando agora 19.410 pessoas em vigilância.

Adrenoleucodistrofia
A EMA recomendou a concessão de uma autorização de introdução no mercado na União Europeia para de uma terapia genética para o...

A Adrenoleucodistrofia (ALD) é uma doença rara que afeta aproximadamente 1 em 21.000 bebé do sexo masculino recém-nascidos. Esta condição é causada por alterações num gene chamado ABCD1 que é responsável pela produção de uma proteína chamada ALDP (proteína Adrenoleucodistrofia). Os doentes com a doença carecem de ALDP necessário para decompor substâncias gordas no organismo chamados ácidos gordos de cadeia muito longa (VLCFA). Como os doentes com ALD não conseguem decompor estas substâncias, elas gradualmente se acumulam nas células no cérebro. A acumulação de VLCFA leva à inflamação e destruição da bainha protetora (mielina) que isola e melhora a forma como os nervos funcionam.

40% dos meninos diagnosticados com ALD desenvolvem a doença tipicamente durante a infância. Se não for tratada, quase metade dos pacientes morrem dentro de 5 anos após o início do sintoma. Atualmente, não há nenhum medicamento aprovado para o tratamento desta doença. A única intervenção terapêutica disponível é o transplante de células estaminais (células que podem desenvolver-se em diferentes tipos de células sanguíneas) a partir de um dador. Este procedimento apresenta várias complicações e riscos potenciais que são reduzidos para os pacientes que têm um dador de irmãos correspondente. No entanto, estes representam menos de 30% dos casos. Portanto, há uma necessidade médica não atendida para estes pacientes.

A nova terapia genética, agora autorizada pela Agência Europeia de Medicamentos, é composta por células imaturas da medula óssea que são retiradas do doente. As células são então modificadas por um vírus – o chamado "lentivírus" que foi alterado para não causar doenças em humanos – que contém uma cópia funcional do gene ABCD1 para a proteína ALDP, para que este gene seja transportado para as células. Quando estas células modificadas são reintroduzidas no paciente por infusão numa veia, espera-se que se estas espalhem pelo corpo e se desenvolvam em diferentes tipos de células saudáveis, incluindo as células cerebrais, que produzem a proteína ALDP que os pacientes com ALD cerebral não têm. Como resultado, os pacientes devem ser capazes de decompor o VLCFA acumulado e isso ajudará a reduzir os sintomas da doença.

A recomendação da EMA para uma autorização de introdução no mercado baseia-se em provas de um ensaio clínico de um braço único que inscreveu 32 doentes do sexo masculino com CALD com idade igual ou superior a 17 anos. Os resultados deste estudo foram comparados com os de um estudo em que 59 pacientes tiveram um transplante de células estaminais (seja de um dador de irmãos combinado ou de um dador não irmão compatível). Todos os pacientes do ensaio clínico principal foram matriculados num estudo de acompanhamento a longo prazo.

Uma análise realizada após 24 meses da infusão em 30 indivíduos inscritos no estudo concluiu que para 27 deles (90%) este tratamento preservou a função motora e capacidade de comunicação e melhorou a sobrevivência quando comparado com pacientes não tratados numa fase precoce da doença cerebral.

“Adicionar um novo gene às células estaminais pode teoricamente causar cancros do sangue. Isto não foi visto durante o ensaio clínico, mas após o tratamento, os pacientes serão monitorizados com exames de sangue para verificar se há sinais de cancro do sangue”, escreve a EMA em comunicado.

Não obstante esta indicação, a Agência Europeia de Medicamentos faz saber que “estão a ser recolhidos dados adicionais de eficácia e segurança a longo prazo através de um estudo em curso e de um registo a longo prazo. Todos os resultados devem ser incluídos em relatórios de segurança pós-comercialização, que são continuamente revistos pela EMA”.

Colestase intra-hepática progressiva familiar
A EMA recomendou a concessão de uma autorização de introdução no mercado na União Europeia para odevixibat para o tratamento da...

PFIC é uma doença hepática rara e com risco de vida. Os pacientes têm células hepáticas menos capazes de segregar a bílis (um fluido produzido no fígado que ajuda a decompor as gorduras). A acumulação de bílis nas células hepáticas causa doença hepática. Os sintomas geralmente se desenvolvem na infância, geralmente nos primeiros meses de vida. Aproximadamente metade das crianças afetadas pela doença sobrevivem para além dos 10 anos de idade.

A comichão severa é comum em crianças diagnosticadas com PFIC. Isto pode levar a, por vezes, ferimentos graves, perda de sono, irritabilidade e má atenção.

Com opções de tratamento limitadas à intervenção cirúrgica, muitos dos doentes com PFIC progridem para a doença hepática grave requerendo de transplante hepático.

O odevixibat é um inibidor reversível, potente e seletivo do transportador de ácido biliar ileal (IBAT) que atua localmente no íleo distal (última parte do intestino delgado), reduzindo a acumulação de ácidos biliares e aumentando a desobstrução dos ácidos biliares através do cólon.

O principal estudo sobre o qual se baseia a recomendação do Comité de Medicamentos Humanos da EMA (CHMP) foi um estudo de fase 3, aleatório e controlado por placebo, que investigou a eficácia e a segurança de odevixibat em crianças com PFIC. Os resultados mostraram uma redução significativa dos ácidos biliares do soro acompanhados de uma redução significativa do prurido em pacientes tratados com odevixibat. Estes resultados foram mantidos num estudo de acompanhamento a longo prazo. Os parâmetros hepáticos e as pontuações de fibrose melhoraram ou foram estáveis durante o estudo (máx. 72 semanas). No entanto, a EMA admite que “são necessários mais dados para determinar se o odevixibat pode atrasar a progressão da doença e a necessidade de transplantação hepática”. Neste sentido, o CHMP já solicitou um estudo de eficácia baseado no registo como seguimento.

Segundo a EMA, os efeitos secundários mais comuns são diarreia (com ou sem a presença de sangue), dor abdominal, fezes macias e fígado aumentado.

Por outro lado, destaca em comunicado que “não foram observadas diferenças clinicamente significativas no perfil farmacocinético, de segurança e de tolerabilidade do odevixibat com base na idade, sexo ou raça”.

O medicamento foi aceite no regime PRIME da EMA, que oferece apoio extra aos desenvolvedores de medicamentos que têm o potencial de responder às necessidades médicas não atendidas dos pacientes. O CHMP analisou o pedido no âmbito do seu procedimento de avaliação acelerada, o que permite acelerar o acesso dos doentes aos medicamentos.

Uma vez que o PFIC é uma doença muito rara, o CHMP concordou que não é possível fornecer dados abrangentes sobre a eficácia em condições normais de utilização. Por conseguinte, o Comité recomendou a concessão de uma autorização de introdução no mercado em circunstâncias excecionais e solicitou ao requerente que preenchesse um estudo baseado no registo para caracterizar ainda mais a eficácia deste medicamento em doentes com idade igual ou superior a 6 anos.

“Uma autorização de introdução no mercado em circunstâncias excecionais permite aos doentes o acesso a medicamentos que não podem ser aprovados através de uma via de autorização padrão, uma vez que não é possível obter dados completos, quer porque existem poucos doentes com a doença, a recolha de informações completas sobre a eficácia e a segurança do medicamento não seria ética, ou existem lacunas nos conhecimentos científicos”, esclarece a EMA, reforçando que “estes medicamentos estão sujeitos a obrigações específicas de pós-autorização e a um controlo”.

Este parecer será agora enviado à Comissão Europeia para a adoção de uma decisão sobre uma autorização de introdução no mercado à escala da UE.

Asthma Hack Innovation é um hackathon
A NOVA Information Management School (NOVA IMS) e a Sanofi Genzyme, em parceria com a Associação Portuguesa dos Asmáticos (APA)...

O Asthma Hack Innovation é um hackathon, uma metodologia de geração de inovação, que procura soluções disruptivas para mudar o panorama da Asma Grave em Portugal.  O desafio está aberto à participação de estudantes, investigadores, professores, comunidade de internos de medicina, bem como a participantes das áreas de engenharia, gestão, ciência de dados, e entre outras comunidades de empreendedores na área da saúde.

As inscrições para o hackathon podem ser feitas a partir de dia 17 de maio e terminam a 30 de maio para candidatos individuais ou 13 de junho para equipas, através do link  https://forms.office.com/r/qtzvPUYH2M para candidatura individual e https://forms.office.com/r/jZJDFTQXuR para candidatura de equipa.

“A Asma Grave é um problema que afeta entre 10 e 20 mil portugueses. Estes números poderão ser ainda mais elevados, uma vez que se trata de uma doença subdiagnosticada. O nosso objetivo é encontrar soluções inovadores, acelerar o seu desenvolvimento e implementação e contribuir dessa forma para melhorar a qualidade de vida das pessoas com asma grave.” afirma Francisco del Val, diretor geral da Sanofi Genzyme.

Para Guilherme Victorino, Diretor do Innovation & Analytics Lab da Nova IMS, “o Asthma Hack Innovation é um grande desafio para o futuro do empreendedorismo em saúde em Portugal, e por isso desenhámos um modelo inovador de participação para as equipas e estamos comprometidos com o acompanhamento do projeto vencedor através de um programa de aceleração de 3 meses. Temos a certeza de que em conjunto podemos dar um passo importante, promovendo a inovação disruptiva nos cuidados de saúde da Asma Grave em Portugal”.

 

 

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