Perguntas e respostas

Hepatite C

Atualizado: 
17/09/2014 - 16:19
Conheça a resposta às perguntas mais frequentes sobre Hepatite C.
Hepatite C

 

O que é a hepatite C?
A hepatite é uma inflamação do fígado acompanhada por lesão das suas células, causada pelo vírus da hepatite C, que é constituído por ácido ribonucleico (RNA), e possui pelo menos seis tipos ou genótipos.

 

 

Qual é a sua frequência?
Estima-se que existam cerca de 150 mil portugueses que sofrem de hepatite C crónica, no entanto, a maioria não sabe que tem a doença. Calcula-se que apenas 20 a 30 por cento dos doentes estejam identificados.

Como se transmite o vírus da hepatite C?
A transmissão do vírus da hepatite C ocorre principalmente através de sangue contaminado. Durante muito tempo a transfusão de sangue foi a responsável pela contaminação de muitos indivíduos, antes de se iniciar o rastreio do vírus da hepatite C, que começou a realizar-se de forma sistematizada em 1992.

Outro meio fortemente contagioso do vírus é a toxicodependência, devido à partilha do material habitualmente usado no consumo intravenoso de drogas: agulhas, seringas, algodão ou a própria colher onde é preparada. Aqueles que “snifam” através do mesmo tubo podem contrair esta forma de hepatite, se houver contacto com lesões das mucosas nasais.

De um modo geral, todo o material partilhado não devidamente esterilizado, pode ser um veículo de transmissão do vírus, nomeadamente: lâmina de barba, escova de dentes, piercing, tatuagem, acupunctura, depilação ou material médico. A hepatite C não se dissemina pela saliva nem através dos alimentos. A via sexual é um meio possível mas raro (cerca de 2 a 5 por cento). A transmissão vertical, isto é, de Mãe para filho, é rara durante a gravidez e acontece provavelmente no parto. Este risco está aumentado se a Mãe estiver infectada pelo vírus HIV. Não há evidência que o aleitamento materno seja um modo de contaminação do vírus.

Quem deve fazer o rastreio do vírus da hepatite C?

Têm indicação prioritária para serem rastreados em relação ao vírus da hepatite C:

- Todos aqueles que tenham a suspeita clínica de uma hepatite;

- Todas as pessoas que tenham realizado um transfusão de sangue antes de 1992;

- Aos toxicodependentes e aos ex-consumidores (de drogas endovenosas);

- A todos aqueles que lidam com doentes infectados com o vírus da hepatite C (companheiro, parceiro sexual e filhos);

- Pessoas que apresentem persistentemente transaminases (TGO e TGP) isto é enzimas do fígado elevadas, sem causa conhecida;

- Reclusos ou ex-reclusos.

Também devem ser submetidos ao rastreio:

- Indivíduos seropositivos para o HIV;

- Aqueles que foram submetidos algum procedimento médico ou outro com a suspeita de utilização de material reutilizável não devidamente esterilizado, nomeadamente piercing, tatuagens, acupunctura, etc;

- Profissionais de saúde com história de acidente de picada com objectos cortantes.

O que significa a carga viral (RNA-HCV quantitativo)?
A carga viral corresponde à quantidade de partículas víricas em circulação. Os seus níveis no sangue são habitualmente estáveis durante a evolução da infecção, permitindo saber quais os doentes que recidivaram após o tratamento, com os níveis de RNA-HCV a voltarem aos valores anteriores depois de uma negativação transitória. Cerca de 20 por cento dos pacientes que se submetem ao tratamento não têm êxito. Aqueles que têm menor carga vírica têm maior probabilidade de sucesso terapêutico.

Quando se considera que a hepatite C é crónica?
Define-se infecção crónica por vírus da hepatite C, quando o RNA-HCV se mantém positivo em duas determinações consecutivas com um intervalo mínimo de seis meses. Se o RNA-HCV for negativo, não se pode diagnosticar uma hepatite crónica, apesar de o anticorpo (anti-HCV) ser positivo.

Quais os factores que agravam a evolução da hepatite C crónica?
O álcool e a idade em que se contrai a doença são os principais factores agravantes da evolução da hepatite C. O álcool favorece a replicação do vírus e diminui as defesas imunitárias. Quanto mais idoso for o doente no momento do contacto com o vírus mais rapidamente progride a doença.

Qual é a diferença entre hepatite crónica ligeira e hepatite crónica activa?
Mais de metade dos pacientes que apresentam a cronicidade da hepatite C, não desenvolvem a actividade da doença, isto é, sofrem de hepatite crónica ligeira. Apenas em 35 por cento dos pacientes a hepatite progride (hepatite crónica activa), verificando-se nestes casos um aumento das transaminases e queixas de cansaço. Destes indivíduos, 20 por cento evolui para cirrose. Contudo a hepatite crónica ligeira pode tornar-se activa, sendo o contrário menos frequente.

A hepatite C pode curar-se espontaneamente?
Calcula-se que 15 a 45 por cento dos doentes que contraírem hepatite C aguda curam espontaneamente, o que acontece muito raramente nos casos de hepatite C crónica. Os doentes que erradicaram o vírus naturalmente (sem tratamento) mantém o anticorpo (anti HCV) no sangue, distinguindo-se do portador do vírus pela negativação repetida da carga viral (RNA-HCV quantificada).

Existe vacina contra a hepatite C?
Não existe actualmente vacina disponível contra o vírus da hepatite C. A variabilidade do vírus dificulta a descoberta de uma vacina eficaz contra o vírus da hepatite C.

Fonte: 
medicoassistente
Nota: 
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