Conferência de imprensa
O Secretário de Estado da Saúde, António Lacerda Sales, deu a garantia de que “não há sobrecarga” das unidades de cuidados...

“Não há sobrecarga e existe capacidade para continuar a dar resposta de uma forma supletiva e complementar às necessidades”, afirmou António Lacerda Sales, na última conferência de imprensa para a atualização dos dados da Covid-19.

“A ocupação em unidade de cuidados intensivos é de 66% dos hospitais da região, muito em linha com o do resto do país, que é de 65%”, sublinhou, acrescentando que “apenas 20%” das pessoas que estão nos cuidados intensivos são doentes covid.

António Lacerda Sales lembrou que “a situação em Lisboa e Vale do Tejo (LVT) “continua a ser a que inspira mais atenção das autoridades de saúde” e é, desde o dia 13 de maio, “a região que mais testes realiza”.

Este é o momento de trabalho no terreno, sublinhou António Lacerda Sales, referindo que é o momento de “não ignorarmos os números, mas não nos deixarmos derrotar por eles”.

“É o tempo de reforço de equipas, da definição de estratégias dirigidas a uma zona do país que tem caraterísticas diferentes das outras”, concluiu o Secretário de Estado da Saúde.

 

 

Investigação
Foi recentemente publicado um estudo em modelo animal que descreve uma estratégia inovadora para o tratamento de lesões na...

As células estaminais mesenquimais libertam vesículas, designadas exossomas, que contêm fatores anti-inflamatórios e com potencial regenerativo. As vesículas foram obtidas a partir de células estaminais mesenquimais da membrana amniótica da placenta, colhida após o nascimento. Por forma a colocar estas vesículas no local da lesão, de modo a exercerem a sua função terapêutica, utilizou-se um gel de ácido hialurónico, designado Exo-pGel. A sua eficácia terapêutica foi testada em ratos que, após sofrerem uma lesão na espinal medula, foram divididos em três grupos: o grupo que recebeu apenas solução salina, o grupo que recebeu pGel (gel de ácido hialurónico sem exossomas) e o grupo de tratamento que recebeu Exo-pGel. Contrariamente aos que receberam apenas solução salina, o grupo de animais que recebeu Exo-pGel demonstraram uma recuperação da função motora, que foi significativamente superior à observada nos que receberam apenas o gel, sem as vesículas “terapêuticas”.

Os autores demonstraram que Exo-pGel foi capaz de promover a recuperação da função motora em modelo animal, o que sugere a regeneração das ligações nervosas no local da lesão. O estudo incluiu, ainda, a comparação do efeito das vesículas “terapêuticas” administradas através do gel ou por via intravenosa, tendo-se verificado que a utilização do gel levou a uma maior concentração das vesículas em torno do local da lesão, consistente com os melhores resultados terapêuticos que este grupo demonstrou, comparativamente ao grupo tratado por via intravenosa.

Segundo Bruna Moreira, Investigadora do Departamento de I&D da Crioestaminal, “no seu conjunto, estes resultados demonstram que a utilização de vesículas derivadas de células estaminais neonatais numa matriz de ácido hialurónico é capaz de promover a recuperação de lesões na espinal medula em modelo animal, representando uma estratégia promissora a testar em futuros ensaios clínicos”.

Estima-se que mais de 27 milhões de doentes enfrentam consequências decorrentes de uma lesão na espinal medula. Devido à limitada capacidade de regeneração do sistema nervoso central, as lesões na espinal medula podem ter consequências devastadoras, como paralisação e perda de sensação no corpo abaixo do local da lesão. Para além das limitações físicas, outras dimensões, como o estado psicológico, a vida social, familiar e profissional, são também afetadas.

Referência:
Li L, et al. Transplantation of Human Mesenchymal Stem-Cell-Derived Exosomes Immobilized in an Adhesive Hydrogel for Effective Treatment of Spinal Cord Injury. Nano Lett. 2020. doi:10.1021/acs.nanolett.0c00929 [Published online ahead of print]

Nutricionistas elegem:
Os picos de glicemia no verão são muito mais frequentes devido à mudança de hábitos comuns nesta épo

Uma equipa de nutricionistas seleccionou um conjunto de 10 alimentos com baixo índice glicémico e com pouca gordura, que ajudam a evitar as descompensações de açúcar. Ao mesmo tempo evita o aumento de peso.

É que com o calor e o tempo de férias, as descompensações de açúcar, conhecidas como picos de glicemia (subidas e descidas dos níveis de açúcar), são muito mais frequentes devido às mudanças de horário, tanto das refeições como do descanso. A alteração de hábitos alimentares, que pode ser causada pela maior frequência de eventos sociais, pelo maior intervalo entre as refeições ou pela falta de apetite, são outras situações típicas desta época do ano, que podem causar desidratação ou insolação devido aos picos de glicemia.

No caso das pessoas com diabetes tipo 2 ou com excesso de peso, esse risco aumenta e para evitá-lo uma equipa de dietistas-nutricionistas seleccionou 10 alimentos de baixo índice glicémico e baixos em calorias, que ajudam a manter uma ingestão constante de hidratos de carbono e, por isso, a prevenir os picos de glicemia, contribuindo para a perda de peso.

Controlar o nível de açúcar com 10 alimentos

Uma das recomendações para o verão é privilegiar alimentos que contribuam para evitar os picos de glicemia, já que quanto maior é a subida de açúcar mais líquidos se perdem, o que aumenta o risco de desidratação. Permite ainda evitar efeitos secundários que podem causar a diabetes tipo 2 a curto, médio ou longo prazo.

“Estes alimentos contêm hidratos de carbono de absorção mais lenta, o que significa que o corpo demora mais a convertê-los em açúcar e fá-lo de uma forma mais lenta e equilibrada. Assim, o corpo tem um fornecimento constante de energia e uma maior sensação de saciedade, o que favorece a perda/ controlo de peso. Não devemos só manter os bons hábitos como manter as cinco refeições diárias para evitar os picos de açúcar no sangue e prevenir a desidratação ou a insolação, sobretudo os diabéticos que correm mais riscos no verão” afirma um dos membros da equipa de nutricionistas.

A lista conta com alimentos que se encontram em todo o mundo, como o iogurte magro edulcorado, que pela sua frescura e versatilidade é perfeito para o verão e ajuda a prevenir os picos de açúcar no sangue, sempre que seja açucarado. Os alimentos integrais também são benéficos, como o pão integral, que contém fibra e ajuda a evitar as subidas de açúcar repentinas. A lista também oferece soluções para situações típicas do verão, como um petisco com amigos, propondo comer berbigões e mexilhões cozidos a vapor, sem ingerir muitas calorias. E oferece ideias para preparar refrescos saudáveis e ligeiros, como um chá gelado (chá, adoçante, gelo, uma rodela de limão e umas folhas de menta), para refrescar na praia e evitar a desidratação.

Com estas dicas, os especialistas encorajam qualquer pessoa e especialmente os diabéticos tipo 2 a prevenir possíveis riscos durante o verão através da alimentação e a desfrutar desta época, mantendo o seu peso e controlando a sua diabetes tipo 2.

Esta lista é um exemplo do trabalho desenvolvido pela equipa de dietistas-nutricionistas do Método DiaproKal®, tratamento médico de perda e manutenção de peso, para pessoas com diabetes tipo 2 ou pré-diabetes, aconselhando os doentes em todos os momentos e dando conselhos dietéticos para cada ocasião.

Alimentos que ajudam a controlar a glicose

Sardinha

Pode comer-se de várias formas, por exemplo, se forem ingeridas frias ajudam a reduzir a temperatura corporal. Além disso, estudos recentes mostram que melhoram o metabolismo dos diabéticos tipo 2 e são muito ricas em Ómega 3, contribuindo para reduzir os níveis de colesterol.

Tapas com berbigões ou mexilhões cozidos a vapor

Se não quer ganhar peso, mas gosta de petiscar, escolha uns berbigões ou mexilhões cozidos a vapor, que também são apropriados para diabéticos tipo 2. Fornecem muitos nutrientes e são ricos em ferro.

Combata o calor com um chá gelado, com menta e limão

Para além de refrescar, é importante saber que o limão tem um índice glicémico mais baixo que o resto das frutas, o que ajuda a evitar possíveis picos de glicemia.

Cerejas para comer entre refeições

São ricas em antioxidantes e vitaminas, fáceis de levar para qualquer lugar e ajudam a combater o calor se forem ingeridas frescas. Como são ricas em betacaroteno ajudam a conseguir e a manter um bonito bronzeado. Graças ao seu baixo índice glicémico, ingeridas nas quantidades certas ajudam a evitar as subidas de açúcar repentinas.

Couscous

Podem ser ingeridos sozinhos ou em saladas e ajudam os diabéticos a evitar os picos de glicemia. Ao serem baixos em gorduras a saúde cardiovascular agradece.

Quem disse que não pode comer pão?

O pão integral contém a quantidade recomendada de hidratos de carbono, que são de absorção lenta, é rico em fibra e ajuda a controlar os níveis de açúcar. Os nutricionistas propõem acompanhá-lo com hummus, uma pasta feita com grão-de-bico, adequada para diabéticos tipos 2, cujo índice glicémico é muito baixo e favorece o trânsito intestinal.

Temperos com Mostarda de Dijon

Desfrute de saladas, mas evite temperá-las com molhos que contém calorias e que podem provocar subidas repentinas de açúcar. Uma boa opção é temperar as saladas com mostarda de Dijon, que dá sabor e, por ser muito baixa em hidratos de carbono, é perfeita para diabéticos.

Refresque-se com guacamole

O abacate, base deste molho, é benéfico para diabéticos tipo 2 porque ajuda a controlar os níveis de açúcar. Além disso, não aumenta o colesterol, as suas gorduras são saudáveis, contém ómega 3 e ácido oleico, é muito fresco e saboroso para o verão.

O iogurte magro edulcorado

Os nutricionistas recomendam acompanhá-lo com frutos vermelhos, já que tem um índice glicémico muito baixo. Segundo um estudo da Universidade de Cambridge, o iogurte magro pode reduzir o risco de diabetes em 24%.

Os benefícios do espinafre

Esta verdura contém uma grande quantidade de nutrientes, muito poucas calorias e contribui para melhorar a saúde cardiovascular e óssea. Além disso, melhora a absorção de açúcar e evita os picos de glicemia. É ideal comer bem fresquinho em saladas, ao qual pode juntar uma porção de frutos secos para torna-la mais completa.

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As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico e/ou Farmacêutico.
Universidade de Coimbra
A falta de confiança nos serviços e a ausência de formação específica são os principais obstáculos sentidos pela maioria dos...

O estudo insere-se no projeto “Diversity and Childhood (DaC): transformar atitudes face à diversidade de género na infância no contexto europeu”, que junta em consórcio 30 cientistas de 9 países europeus. Este projeto visa diagnosticar e intervir para combater a discriminação que afeta crianças e jovens LGBTI+ (sigla que representa lésbicas, gays, bissexuais, transgénero, intersexo e outras orientações) em cinco áreas: escola, saúde, media, espaços públicos e instituições de apoio à criança e famílias.

«É evidente a falta de recursos, sobretudo de formação e informação, por parte de profissionais envolvidos na implementação da Lei de Autodeterminação [Lei nº38/2018, de 7 de agosto, regulamentada em 2019], o que gera obstáculos à igualdade de tratamento desta população em áreas como a educação, saúde, intervenção familiar, media e espaço público e comunitário», afirma Ana Cristina Santos, coordenadora da equipa portuguesa.

Segundo os resultados preliminares do estudo realizado através de inquérito – o primeiro inquérito europeu focado na diversidade de género na infância –, um dado «que nos deve fazer refletir é a total ausência de questões LGBTI+ na formação académica e curricular de grande parte destes profissionais, com mais de metade a admitir nunca ter feito, posteriormente, uma atualização de conhecimentos ou uma formação específica para o trabalho com crianças e jovens LGBTI+», destaca a investigadora principal do CES.

Destes resultados, detalha, «torna-se clara a necessidade de formação em diversidade sexual e de género direcionada a profissionais de todas as áreas. Com efeito, entre os fatores que mais dificultam a intervenção, surgem destacados a falta de formação para trabalhar especificamente com crianças e jovens LGBTI+ (81.2%), a falta de conhecimento sobre práticas afirmativas/recursos LGBTI+ (78.3%), a falta de conhecimento por parte das/os técnicos/as acerca dos serviços disponíveis (69.8%) e de questões LGBTI+ em geral (66.7%), e a falta de serviços para crianças LGBTI+ (60.9%). E, de facto, 40% dos profissionais que responderam ao Inquérito desconhece a existência de qualquer serviço local, regional ou nacional dirigido a crianças e jovens LGBTI+».

Observando o setor da educação, o estudo indica que 73% dos profissionais inquiridos referem nunca ter recebido qualquer formação que lhes permita apoiar um/a estudante LGBTI+ em meio escolar. «Igualmente alarmante será o facto de mais da metade destes profissionais revelar não ter acesso a recursos ou políticas específicas para crianças LGBTI+ na instituição onde trabalha, a fim de garantir uma intervenção abrangente e adequada», sublinha a investigadora.

Na área da saúde, a conclusão mais preocupante, de acordo com Ana Cristina Santos, prende-se com a falta de confiança nos serviços: três quartos dos profissionais de saúde que participaram no estudo «consideram que a maior dificuldade que as crianças e jovens LGBTI+ enfrentam no acesso aos cuidados de saúde é a falta de confiança nos serviços. Urge, portanto, implementar medidas centradas na pessoa paciente, que permitam trabalhar a proximidade e a relação de confiança, para que crianças e jovens LGBTI+ entendam o consultório médico enquanto espaço seguro, inclusivo e livre de violência».

Perante os resultados obtidos nesta investigação, a especialista do CES adverte que existe ainda um caminho por fazer no que diz respeito «à criação e promoção de espaços seguros para as crianças LGBTI+, daí que o sucesso da Lei da Autodeterminação de Género dependa da implementação de planos de ação LGBTI+ nas instituições, de modo a apoiar uma intervenção eficaz junto destas crianças e jovens».

Iniciado em 2019, o projeto “Diversity and Childhood” é financiado pela Comissão Europeia até 2021. Em Portugal a equipa de investigação é composta por Ana Cristina Santos (Coordenadora), Mafalda Esteves (Cocoordenadora) e Alexandra Santos, e conta com o apoio do Ministério da Educação e da Associação de jovens LGBTI e apoiantes rede exaequo.

Primeira infeção é geralmente assintomática
O Citomegalovírus (CMV), também conhecido como herpesvírus humano 5 (HHV-5), é um vírus específico d

Reconhecido como um dos vírus mais prevalentes na espécie humana, o CMV tem uma distribuição mundial, sendo que em Portugal cerca de 80% da população já teve contacto com o vírus. A transmissão viral ocorre sobretudo nos primeiros anos de vida, através de gotículas respiratórias ou contato com fluídos corporais (e.g. urina, saliva, leite materno, lágrimas). Pode ainda ser adquirido por via transplacentar (materno-fetal) ou hematógena (transfusão de produtos sanguíneos ou transplantação).

O potencial patogénico do CMV varia de acordo com a imunidade do hospedeiro. Num indivíduo imunocompetente a primeira-infeção é geralmente assintomática ou pode cursar com um quadro clínico semelhante a síndrome gripal, com febre, fadiga, dores musculares e mal-estar geral. Os sintomas são o resultado de uma resposta imunológica eficaz, que é confirmada pela presença de anticorpos específicos no sangue periférico, identificando o indivíduo como portador.

Após infeção, o vírus não é totalmente eliminado e permanece latente (“adormecido”) em determinadas células. O vírus latente pode reativar de forma intermitente, a maioria das vezes sem causar sintomas. Dada a baixa incidência de infeção grave no doente imunocompetente, não existe qualquer recomendação terapêutica além da prevenção primária, que passa pelo reforço das medidas de higiene e evicção de contato com possíveis infetados.

Num indivíduo imunocomprometido, nomeadamente num doente transplantado, doente com SIDA ou recém-nascido com infeção congénita, a reativação por CMV pode cursar com doença grave, com envolvimento multiorgânico, nomeadamente gastrointestinal, pulmonar, ocular e cerebral.

No caso particular dos doentes submetidos a transplante de progenitores hematopoiéticos/medula, a quimioterapia intensiva e a terapêutica imunossupressora realizada como profilaxia da doença de enxerto contra hospedeiro, condiciona perda da imunidade específica para o vírus. Esta perda de imunidade facilita a reativação viral, que ocorre frequentemente, e o desenvolvimento de doença, que está associada a um aumento da mortalidade. Nestes doentes as medidas de prevenção primária não são suficientes, pelo que se recomenda uma abordagem pré-emptiva, que consiste na pesquisa regular de DNA viral no sangue periférico. Embora esta medida permita a identificação e o início precoce de terapêutica antiviral, é limitativa nos casos raros de doença especifica de órgão, em que a doença se desenvolve sem virémia. Aqui é necessário um elevado índice de suspeição e realização de biópsia diagnóstica.

Os fármacos antivirais disponíveis na prática clínica apresentam uma resposta geralmente eficaz. Contudo, no caso de falência terapêutica, as alterativas existentes são escassas, resultando numa menor sobrevivência. Recentemente foi aprovado o letermovir, o primeiro fármaco utilizado na profilaxia da reativação e da doença por CMV nos doentes com alto risco. Esta estratégia preventiva do CMV é uma novidade na área da transplantação, que visa ultrapassar a morbilidade e mortalidade condicionada pela infeção viral, em determinados doentes.

Autores: 
Dra. Ana C. Alho - MD, MSc, PhD candidate
Assistente Hospitalar de Hematologia Clínica
Hospital de Santa Maria | Centro Hospitalar Universitário de Lisboa Norte, EPE

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Nota: 
As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico, Enfermeiro, Farmacêutico e/ou Nutricionista.
Covid-19
Entre os dias 15 e 21 de junho, as equipas do INEM realizaram 488 colheitas de amostras para análise à Covid-19 e foram...

Segundo, o Instituto Nacional de Emergência Médica, “durante a terceira semana de junho foram realizadas na área de influência da Delegação Regional do Norte (DRN) quatro colheitas, cinco na Delegação Regional do Centro (DRC), 428 na Delegação Regional do Sul e 40 colheiras na Delegação Regional do Sul- Algarve (DRS- Algarve)”.

Em articulação com as Autoridade de Saúde, as equipas, constituídas por dois enfermeiros(as), procederam à recolha de amostras para análise de casos suspeitos de infeção pelo novo coronavírus. A recolha de material biológico foi realizada “no local onde se encontram os utentes, reduzindo as deslocações e, consequentemente, a possibilidade de novos contágios”.

 Na mesma semana foram realizados 1.506 transportes de casos suspeitos de Covid-19 para as diversas unidades de saúde, mais 53 transportes que na semana anterior. “Qualquer situação de falta de ar (dispneia) triada pelos Centros de Orientação de Doentes Urgentes (CODU) é considerada suspeita de Covid-19, obrigando os profissionais de emergência médica pré-hospitalares a cuidados redobrados. Todos estes transportes obrigam a que os operacionais das ambulâncias utilizem o EPI adequado à situação clínica do utente e adaptem os procedimentos técnicos a instituir aos utentes assistidos”, refere INEM.

Considerando os números apresentados e o panorama atual da pandemia, o INEM conselho,  reforça os cuidados que a Direção-Geral da Saúde emitiu para o combate a Covid-19: “lavagem frequente das mãos, adoção de Etiqueta Respiratória, manter o distanciamento físico e a utilização de máscara sempre que obrigatório ou se justifique”.

 

Certificação
O Instituto Nacional de Emergência Médica (INEM) recebeu esta semana, da APCER, a Certificação do Sistema Integrado de...

A obtenção da certificação nos referenciais de Qualidade, Ambiente, Segurança e Formação Profissional, incluindo aprendizagem enriquecida por tecnologia, diz este instituto "reflete o esforço e o compromisso voluntário do INEM em melhorar o seu desempenho ambiental, em mitigar e reduzir os riscos de acidente e de doenças profissionais, e em potenciar os processos formativos, para garantir a satisfação dos formandos".

Na sua páginas oficial o INEM refere ainda que  conclusão deste processo de certificação "é um selo de qualidade que o INEM recebe em áreas fulcrais da sua atividade, e reflete a visão estratégica da Instituição, focada na melhoria dos seus serviços".

Salienta-se ainda que "este objetivo foi atingido num período particularmente conturbado, marcado pela crise pandémica de COVID-19, que exigiu ao INEM a adoção de um plano de contingência rigoroso para assegurar a máxima proteção dos seus trabalhadores e de todos com quem contacta diariamente, tornando este percurso ainda mais desafiante".

O percurso do INEM na área da Qualidade teve início em 2009, com a implementação de um Sistema de Gestão da Qualidade através do referencial normativo ISO 9001. Em 2010, o Instituto obteve a certificação na área da Formação em Emergência Médica. Com o evoluir do sistema, outras atividades e áreas da organização foram sendo abrangidas.

No ano de 2019, e com a experiência já adquirida, o INEM quis projetar este compromisso e dotar a organização de ferramentas que contribuiriam para a Formação Profissional de excelência no âmbito da emergência médica, para a Segurança e Saúde no Trabalho dos profissionais, assumindo-se simultaneamente um compromisso com o Ambiente.

"A obtenção da certificação nestas normas resulta do trabalho do Instituto e dos seus profissionais, empenhados em sustentar a Qualidade da organização, trabalhando todos os dias na melhoria contínua dos processos da Instituição com o objetivo de prestar um serviço de referência, no qual os portugueses podem sempre confiar", reforça o Instituto Nacional de Emegência Médica .

Covid-19
De acordo com o Secretário de Estado da Saúde, António Lacerda Sales, “mais de 80% dos profissionais de saúde infetados com...

Ao todo, 3.143 profissionais de saúde com Covid-19 já recuperaram. “São mais de 80% dos que tiveram a doença e estão já de volta aos seus empregos e às suas rotinas e a quem muito agradecemos pelo inestimável trabalho ao serviço do país”, afirmou António Lacerda Sales, durante a conferência de imprensa para a atualização dos dados da Covid-19.

Questionado sobre a situação nos lares, o Secretário de Estado da Saúde referiu a existência de menos casos ativos registados: “São hoje 213 com situações de Covid-19”, o que representa “8,4% do universo de estruturas residenciais para idosos a nível nacional”.

 

Atividade assistencial
Referência internacional em Oftalmologia, a UOC está de volta ao ativo, cumprindo as normas indicadas pela DGS e acrescentando...

A UOC - Unidade de Oftalmologia de Coimbra, instituição de referência internacional em Oftalmologia, reforçou o corpo clínico e implementou um protocolo próprio de resposta à crise pandémica, complementando assim as normas da DGS, no sentido de assegurar os melhores níveis de prevenção, qualidade de serviço, segurança e confiança para os seus doentes.

De regresso à atividade desde maio, para consultas e cirurgias, a UOC reviu todos os procedimentos e adequou-os às necessidades impostas pela nova realidade. A redução do número de consultas foi uma das várias medidas determinadas, salvaguardando o distanciamento social e otimizando a segurança na circulação interna. Os métodos de rastreio de Covid-19, que são iniciados à distância, telefonicamente, têm seguimento já nas instalações da UOC. E aí, tal como para os profissionais clínicos e assistentes, também aos doentes são fornecidos equipamentos obrigatórios de proteção individual, que vão além da máscara cirúrgica: bata, touca e proteção de sapatos. Médicos e funcionários utilizam ainda máscaras FFP2, viseira de acrílico e/ou óculos de proteção e luvas. Os equipamentos de proteção são adquiridos, quase na exclusividade, no mercado nacional.

A sala de espera da UOC foi orientada de forma a que os doentes mantenham pelo menos dois metros de distância entre si e todos os objetos que possam ser manuseados por várias pessoas foram retirados. Adicionalmente, cada doente é acompanhado em permanência por um elemento do secretariado, de forma a seguir estritamente a circulação e normas indicadas, minimizando o contacto com outros doentes.

Durante a consulta, os médicos seguem estritas medidas de segurança, na observação dos doentes e na utilização dos aparelhos, sendo ainda promovidos rigorosos protocolos de higienização para todos os numerosos e sofisticados equipamentos existentes, utilizados durante o período da consulta.

“A qualidade dos tratamentos que prestamos sempre foi a preocupação essencial da Unidade de Oftalmologia de Coimbra”, sublinha o Diretor da UOC, Joaquim Murta. “Esta pandemia trouxe novos desafios na abordagem e acompanhamento dos doentes, mas estamos em condições de assegurar total confiança a todos aqueles que nos procuram, graças à qualidade, ao rigor, à responsabilidade e à segurança com que prestamos os nossos serviços”, acrescenta.

Ajustando também a sua capacidade de resposta, a UOC reforçou o corpo clínico. Mesmo perante a crise sanitária, a unidade assegura todos os serviços, desde a prevenção, diagnóstico, tratamento e reabilitação de todas as patologias oculares.

Referência Internacional em Oftalmologia

A UOC surgiu em Coimbra, em 2013, e desde logo se assumiu como pioneira na aplicação de técnicas e tratamentos inovadores a nível mundial, tornando-se uma referência internacional nas diversas áreas de Oftalmologia e sendo procurada por doentes oriundos de todo o mundo. Composta por um corpo clínico experiente e altamente especializado, com publicações científicas e intervenções nas principais revistas e congressos da especialidade, a UOC é liderada por Joaquim Murta, professor catedrático da Faculdade de Medicina da Universidade de Coimbra e diretor do serviço de Oftalmologia do Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra (CHUC).

O corpo clínico da UOC integra ainda 16 oftalmologistas e dois anestesistas. A equipa é composta por Andreia Rosa, Dalila Coelho, Fausto Carvalheira, Filipa Ponces, Guilherme Castela, Isaura Regadas, Jorge Henriques, João Gil, João Pedro Marques, João Figueira, Maria João Quadrado,

Maria Luz Cachulo, Miguel Raimundo, Pedro Fonseca e Rufino Silva, a grande maioria doutorados, em programa de doutoramento na Universidade de Coimbra, responsáveis de inúmeros projetos de investigação nacionais ou internacionais ou em importantes áreas assistenciais.

29 parceiros internacionais
A investigação público-privada “SOPHIA” (Estratificação de fenótipos de pessoas com obesidade para otimizar o tratamento desta...

Vinte e nove parceiros internacionais, da sociedade civil, da academia e da indústria farmacêutica, uniram-se para compreender melhor a obesidade e otimizar o seu tratamento no futuro.

A obesidade é uma pandemia global que, atualmente, afeta cerca de 150 milhões de pessoas na Europa e 650 milhões de pessoas em todo o mundo. As complicações associadas à obesidade são comuns, mas ainda não é possível prever quais os doentes que vão desenvolver qualquer uma das 200 complicações conhecidas associadas à obesidade. Além disso, não há preditores suficientes para definir que doentes vão responder aos tratamentos da obesidade. O estudo SOPHIA vai identificar, caracterizar e estratificar clinicamente as subpopulações de doentes que vivem com obesidade, para definir atempadamente o tratamento certo para cada doente. O SOPHIA vai fornecer evidências baseadas na classificação de preditores para as complicações da obesidade e para a resposta ao tratamento da obesidade, enquanto identifica e traça modelos para o desenvolvimento sustentável de estratégias terapêuticas, que serão importantes para os doentes, sistemas de saúde, investigadores e clínicos.

“A nossa missão com o SOPHIA é permitir aos profissionais de saúde prever com confiança as complicações da obesidade e quais os doentes que vão responder ao tratamento”, afirma o Prof. Carel le Roux, coordenador do SOPHIA, médico endocrinologista no Diabetes Complications Research Centre at University College Dublin.

Marianne Ølholm Larsen Grønning, da Novo Nordisk, que lidera o projeto SOPHIA, defende que: “A obesidade é uma doença crónica, complexa e continuam a existir muitas coisas que não sabemos sobre a própria biologia da doença e como é que os tratamentos podem melhorar a vida dos doentes com obesidade. O SOPHIA é um passo muito importante que vai contribuir para compreender melhor a obesidade. A colaboração entre academia, indústria farmacêutica e associações traz a grande promessa de ser possível obter resultados fortes e únicos”.

A voz das pessoas que vivem com obesidade estará no centro do SOPHIA, através do Conselho Consultivo do Doente, que garantirá que as ideias, opiniões e desejos dos doentes sejam inseridos nos vários níveis do estudo. O grupo de investigação irá utilizar as conclusões para contribuir para uma narrativa mais equitativa e centrada no doente e sobre os múltiplos impactos da obesidade nos indivíduos, numa perspetiva social e clínica. Tudo começa com a obesidade como uma doença crónica, não apenas algo com que as pessoas escolhem viver. O SOPHIA recebeu um financiamento de 16 milhões de euros da Iniciativa sobre Medicamentos Inovadores (IMI) – uma iniciativa conjunta da Comissão Europeia e da Federação Europeia das Indústrias e Associações Farmacêuticas (EFPIA); JDRF (Type 1 Diabetes Research Funding and Advocacy); Coligação de Ação contra a Obesidade; e T1D Exchange.

Alguns dos métodos utilizados no projeto SOPHIA:

  • Criação de uma base de dados;
  • Realização de análises;
  • Utilização de métodos qualitativos detalhados para identificar as perceções e perspetivas dos doentes sobre o diagnóstico e tratamento da obesidade.
  • Encontrar um valor partilhado com todas as partes interessadas para garantir um melhor tratamento para as pessoas que vivem com obesidade.

O SOPHIA irá ainda estudar os resultados em saúde nas pessoas com obesidade que têm diabetes tipo 1. De acordo com o Dr. Sanjoy Dutta, Vice President of Research da JDRF, “com o poder estatístico proporcionado por uma tão vasta colaboração europeia, poderemos investigar a relação bidirecional entre obesidade e diabetes tipo 1 e, em última análise, sermos capazes de fazer previsões válidas sobre os resultados em saúde nesta população tradicionalmente subestimada. Uma vez que dados epidemiológicos recentes indicam que quase metade dos adultos com Diabetes tipo 1, em alguns países europeus, têm excesso de peso ou obesidade, é fundamental para a comunidade com diabetes tipo 1 que este desafio seja abordado”.

O projeto iniciou oficialmente a sua atividade na Europa a 1 de junho de 2020 e irá decorrer até 31 de maio de 2025. Os primeiros resultados deverão ser apresentados já em setembro de 2020.

Gratuito e acessível por smartphone
A Escola Superior de Tecnologia da Saúde do Politécnico de Coimbra (ESTeSC-IPC) desenvolveu, em parceria, uma aplicação de...

Através de um jogo com dez níveis, em que a dificuldade de perceção da palavra vai crescendo devido ao aumento da intensidade do ruído, a aplicação permite treinar o ouvido para melhorar a compreensão de palavras em ambientes adversos. Disponível para download nas plataformas Google e iOS, a ferramenta foi apresentada a investigadores e profissionais de saúde no passado sábado, num workshop do congresso Annual Meeting, promovido pela ESTeSC-IPC.

“Esta é uma ferramenta fundamental para o profissional de saúde que trabalha com treino auditivo”, afirma a docente da licenciatura em Audiologia e coordenadora do projeto na ESTeSC, Margarida Serrano, explicando que a aplicação deverá ser utilizada “a partir do momento em que há sinais de dificuldade de entendimento do discurso em ambientes adversos”.

A dificuldade em perceber no ruido é uma das principais queixas em relação à audição, sendo um problema que se agrava com a idade – quando a velocidade de processamento cognitivo diminui ou começa a haver perda de audição. Na aplicação, o utilizador ouve uma palavra ou uma pseudopalavra (em português europeu) tendo, depois, de identificar essa mesma palavra/pseudopalavra entre as duas opções escritas propostas. As palavras apresentadas são pares mínimos que diferem, por exemplo, apenas numa vogal ou numa oclusiva (chama/tama; sapo/lapo, etc). Os resultados mostram que a melhoria de perceção adquirida com a utilização da aplicação se repercute no dia a dia dos utilizadores.

Esta ferramenta foi desenvolvida no âmbito do Projeto EVOLLU - “Experiências Auditivas Melhoradas”, financiado pelo programa Centro 2020, e que tem como parceiros a empresa Evollu, o Institute of Systems and Robotics, o Center for Informatics and Systems da Universidade de Coimbra e o Instituto Politécnico de Leiria. O processo de investigação e validação audiológica da plataforma foi liderado pela ESTeSC-IPC.

No âmbito do mesmo projeto, foi também lançada, no ano passado, uma outra aplicação, que possibilita a realização de testes auditivos através do smartphone.

Maioria dos votos
O novo Bastonário foi eleito com 73% dos votos expressos, num ato eleitoral que decorreu este sábado, e que foi inédito pela...

A lista A, liderada por Miguel Pavão, obteve 3472 votos de um universo de 4748 Médicos Dentistas que votaram. Nestas eleições concorreu também Artur Lima, atual Vice-presidente do CDS e deputado regional da Assembleia Regional dos Açores, que encabeçava a lista B que obteve 1115 votos.

Apesar do ato eleitoral ter decorrido no sábado dia 27, o resultado final foi conhecido apenas hoje devido ao voto por correspondência, que foram contabilizados este domingo. O ato eleitoral decorreu com elevação e sem incidentes, em mesas eleitorais localizadas em Lisboa, Porto, Coimbra, Funchal e Angra do Heroísmo.

Miguel Pavão assumiu a sua candidatura em fevereiro, com a assinatura “Mudar com confiança, pelo futuro da Profissão”,  afirmando-se como um projeto composto por Médicos Dentistas em exercício profissional, que pretendem defender a Classe Profissional; defender melhores políticas de Saúde Oral; valorizar a profissão pelo ensino, formação e mercado de trabalho; e reestruturar a Ordem dos Médicos Dentistas, tornando-a mais próxima dos colegas, mais dinâmica e mais transparente.

Segundo Miguel Pavão “Os Médicos Dentistas deixaram expresso nos votos a sua vontade. Querem uma Ordem Unida, mais próxima, que dê resposta aos problemas com que se deparam diariamente no exercício da profissão. Uma OMD gerida por Médicos Dentistas, para os Médicos Dentista, na defesa da Saúde Oral dos Portugueses”.

Miguel Pavão sucede a Orlando Monteiro da Silva que esteve à frente da Ordem durante os últimos 18 anos.

 

 

ensaio clínico SELECT-CHOICE
Novos dados de Fase 3 do ensaio clínico SELECT-CHOICE que demonstram que upadacitinib (15 mg, toma diária única) alcançou o...

Upadacitinib alcançou ainda os objetivos secundários principais de superioridade comparativamente com abatacept na alteração em relação aos valores iniciais no DAS28-PCR à semana 12 e na percentagem de doentes que atingiram remissão clínica à semana 12, definida como DAS28-PCR <2,6.

O estudo avaliou upadacitinib em doentes adultos com artrite reumatoide ativa moderada a grave e que tiveram uma resposta inadequada ou que são intolerantes a fármacos anti-reumáticos modificadores da doença (DMARD) biológicos. Os resultados completos foram apresentados no E-Congresso Europeu de Reumatologia de 2020 (EULAR).

SELECT-CHOICE é o sexto e último estudo de Fase 3 do programa robusto de ensaios clínicos SELECT na artrite reumatoide. Upadacitinib, um inibidor de JAK seletivo e reversível descoberto e desenvolvido pela AbbVie, está aprovado para o tratamento da artrite reumatoide ativa moderada a grave em doentes adultos que tiveram uma resposta inadequada ou que são intolerantes a um ou mais DMARD.

“Apesar do enorme progresso alcançado no tratamento da artrite reumatoide, cerca de 70 por cento dos doentes continuam sem atingir remissão clínica com as terapêuticas instituídas”, afirmou Michael Severino, vice-presidente executivo da AbbVie. “Estes resultados deixam-nos entusiasmados, pois vêm juntar-se ao número crescente de evidências que demonstram que upadacitinib pode oferecer a um número superior de doentes adultos com artrite reumatoide uma melhor hipótese de atingirem remissão clínica, mesmo em doentes que falharam já o tratamento anterior com biológicos.”

“Estes dados mostram que upadacitinib foi superior a abatacept na percentagem de doentes que alcançou remissão”, afirmou Andrea Rubbert-Roth, vice-diretor do departamento de Reumatologia do Cantona Hospital St. Gallen, Suíça. “O SELECT-CHOICE é o primeiro estudo comparativo em doentes com artrite reumatoide que falharam o tratamento com DMARD biológicos e que compara upadacitinib com um DMARD biológico diferente. Estudos como este são importantes na tomada diária de decisões na prática clínica.”

Neste estudo, upadacitinib alcançou o objetivo primário (não inferioridade) e os objetivos secundários (superioridade), com uma alteração em relação aos valores iniciais no DAS28-PCR à semana 12 de -2,52, comparativamente com os -2,00 em doentes tratados com abatacept.1 Além disso, 30 por cento dos doentes tratados com upadacitinib atingiram remissão clínica à semana 12 (DAS28-PCR <2,6), comparativamente com 13 por cento dos doentes tratados com abatacept (p<0,001).1

As respostas ACR20/50/70 foram também superiores no grupo de upadacitinib, comparativamente com o grupo de abatacept (76/46/22 por cento vs. 66/34/14 por cento, respetivamente, p nominal <0,05) à semana 12.1 A melhoria observada na atividade da doença e nas taxas de remissão mantiveram-se ao longo de 24 semanas.

O perfil de segurança de upadacitinib (15 mg) foi consistente com o observado em estudos anteriores na artrite reumatoide, sem novos riscos de segurança detetados.

Até à semana 24, ocorreram acontecimentos adversos graves em 3,3 por cento dos doentes no grupo de upadacitinib, comparativamente com 1,6 por cento dos doentes no grupo de abatacept. Foram notificados três casos de infeção grave no grupo de upadacitinib e um no grupo de abatacept. Ocorreram ainda 23 casos de lesão hepática (sobretudo elevações nas enzimas hepáticas) no grupo de upadacitinib, comparativamente com cinco casos de lesão hepática no grupo de abatacept.

Todos os acontecimentos de lesão hepática foram não graves. A maioria foi de elevações temporárias nos níveis de ALT/AST e foram consideradas de intensidade ligeira a moderada. Nenhum acontecimento conduziu à interrupção do fármaco em estudo.

Foram notificados quatro casos de herpes zoster no grupo de upadacitinib e quatro casos no grupo de abatacept. Não foram notificadas neoplasias em qualquer grupo. Foram notificados um acontecimento adverso cardiovascular major (MACE) e dois casos de tromboembolismo venoso (TEV) (adjudicado) no grupo de upadacitinib, e ambos os doentes apresentavam pelo menos um fator de risco de TEV. Não foram notificados casos de MACE e TEV no grupo de abatacept. Ocorreram duas mortes no grupo de upadacitinib, uma dos quais não decorrente do tratamento, bem como uma morte não decorrente do tratamento no grupo de abatacept.

No decorrer das notícias publicadas, nos últimos dias nos Órgãos de Comunicação Social, sobre jejum intermitente, tendo como...

Alexandra Vasconcelos, autora do livro “O Poder do Jejum Intermitente”, tem sido, em diversos momentos mediáticos, erradamente apresentada como nutricionista e, por isso, a Ordem dos Nutricionistas aconselha, a verificação dos profissionais através do site da organização, no qual é possível identificar quem é, de facto, nutricionista.

Acresce que, qualquer regime alimentar deve ter por base evidência científica robusta, prescrito por nutricionista, de modo a garantir equilíbrio nutricional e a evitar perceções erróneas, de que são exemplo algumas falsas alegações divulgadas nos últimos dias, como o poder do jejum intermitente “reverter a diabetes tipo 2”.

Recorde-se que a Ordem dos Nutricionistas é a associação pública profissional que regula o acesso e o exercício da profissão de nutricionista, tendo também como atribuições a representação e a defesa dos interesses gerais da profissão, zelando pela função social, dignidade e prestígio da mesma; a atribuição, em exclusivo, do título profissional de nutricionista; e a emissão das cédulas profissionais dos nutricionistas, assim como a defesa do título profissional.

 

Opinião
A esclerodermia é uma doença autoimune rara, que se caracteriza por fibrose da pele e dos órgãos int

Os sintomas são variáveis de doente para doente, bem como a gravidade. As manifestações clínicas mais frequentes são: Raynaud (má circulação dos dedos), azia, dificuldade em engolir, endurecimento da pele, dores articulares, dificuldade respiratória. Qualquer zona da pele pode estar envolvida, embora seja mais habitual nas mãos e na face. Dos órgãos internos, salientam-se o atingimento do pulmão, do coração, do tubo digestivo e do rim.

De acordo com o tipo de atingimento da pele, classificam-se diferentes tipos de esclerose sistémica:

  • Esclerose sistémica limitada (atinge a pele da face, mãos e antebraços)
  • Esclerose sistémica difusa (atinge a pele de forma mais difusa para além das zonas atingidas nas formas limitadas)
  • Esclerose sistémica sem esclerodermia (não envolve a pele e atinge os órgãos internos)

Qualquer um destes tipos pode envolver órgãos internos.

A evolução da doença difere de doente para doente, sendo em geral mais agressiva nas formas difusas e com atingimento de órgãos internos. Apesar da evolução progressiva, é mais frequente o agravamento da doença nos primeiros 3 a 5 anos, entrando depois numa fase mais estável.

O diagnóstico baseia-se na conjugação de manifestações clínicas, suportado por alterações laboratoriais (presença de autoanticorpos específicos da doença). Alguns exames complementares devem ser realizados para avaliar o atingimento de órgãos internos, nomeadamente o pulmão e o coração, que nas fases iniciais podem não originar sintomas percetíveis para o doente.

Apesar de não existir cura para a doença, existem atualmente fármacos imunossupressores que parecem alterar e minimizar a evolução da doença. Para além disso, existem as chamadas terapêuticas sintomáticas, que são dirigidas aos sintomas que cada doente apresenta.

A doença pode condicionar um impacto significativo quer a nível físico quer a nível psicológico. A nível físico, os problemas vasculares (Raynaud e úlceras na pele), articulares e gastrointestinais são os que parecem ter mais importância na qualidade de vida dos doentes. Esta perda da qualidade de vida pode obviamente levar a problemas psicológicos. Para além disso, o atingimento da pele pode levar a alterações marcadas do aspeto visual, o que pode originar uma perceção negativa por parte dos doentes.

Na fase atual da pandemia a coronavírus, importa salientar alguns aspetos. Alguns doentes com esclerose sistémica estão medicados com imunossupressores, mas este facto não parece condicionar risco aumentado para contrair infeção por coronavírus nem maior gravidade. No entanto, os doentes com esclerose sistémica que apresentam doença intersticial pulmonar, se infetados por este vírus, podem desenvolver formas mais graves de doença com insuficiência respiratória, devendo por isso seguir rigorosamente as recomendações como o distanciamento social, a utilização de máscara e procurar avaliação médica se surgir sintomatologia respiratória de novo.

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As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico, Enfermeiro, Farmacêutico e/ou Nutricionista.
"Não pode fazer baixar a guarda"
A Ministra da Saúde, Marta Temido, garantiu hoje que a rede do Serviço Nacional de Saúde (SNS) tem capacidade para responder às...

Na conferência de imprensa para a atualização dos dados da Covid-19, Marta Temido acrescentou que “mesmo que todos estejam cansados, os profissionais do SNS continuam a estar lá, a saúde pública está a fazer o seu trabalho, os hospitais estão a fazer o seu trabalho e os cuidados de saúde primários estão a fazer o seu trabalho”.

Marta Temido afirmou que nem sempre têm explicações evidentes para a evolução das doenças, mas “aos serviços de saúde e ao sistema de saúde, mais do que todo o resto, incumbe dar resposta às necessidades assistenciais e, isso, está a ser feito e continuará a ser feito”, reforçou.

“A rede de SNS tem capacidade de garantir o que dela se precisar neste momento, mas isso não nos deve e não nos pode fazer baixar a guarda e podem estar certos de que não a baixaremos”, concluiu.

 

 

Combate à Covid-19
A Ministra da Saúde, Marta Temido, recordou hoje que a Covid-19 só desaparecerá quando surgir uma vacina ou tratamento,...

“Recordo que, como todos sabemos, que a Covid-19 só desaparecerá das nossas vidas quando surgir uma vacina ou tratamento eficaz, logo o facto de Portugal ter tido uma situação epidemiológica melhor, mais favorável, menos dura do que a de outros países e de, agora, enfrentar números consistentes em algumas freguesias é um motivo para reforçar o nosso esforço articulado ao nível da saúde pública, solidariedade social, emprego, economia, habitação, transportes e trabalho com autarquias e sociedade civil”, disse na conferência de imprensa de balanço da pandemia em Portugal.

A Ministra sublinhou que este trabalho é de paciência e de elevada complexidade que todos vão ter de continuar a fazer.

Dizendo que as pessoas não podem parar as suas vidas, Marta Temido vincou, contudo, que lidar com uma doença infeciosa e de elevada contagiosidade, tal como a Covid-19, implica cuidados que, de maneira nenhuma, podem ser descurados.

Por esse motivo, a Ministra chamou à atenção para o facto de contactos físicos e espaços fechados e muito frequentados serem comportamentos e lugares de risco, logo as medidas básicas devem ser cumpridas.

 

Fenilcetonúria, que doença é esta?
Fenilcetonúria ou PKU (do inglês PhenylKetonUria) é uma doença metabólica, hereditária e rara em que

A Fenilcetonúria é, de acordo com Esmeralda Martins, Coordenadora do Centro de Referência de Doenças Hereditárias do Metabolismo do Centro Hospitalar Universitário do Porto, a “aminoácidopatia mais frequente”, estando identificados 420 doentes em Portugal. Segundo a especialista, “destes, 370 foram diagnosticados precocemente”.

Causada pela deficiência da enzima fenilalanina hidroxilase, a PKU (com também é conhecida), “ocorre devido a uma mutação no gene que codifica atividade desta enzima. Quer isto dizer, que se trata de uma doença hereditária, de transmissão autossómica recessiva. “Isto significa que a doença é transmitida geneticamente e ocorre quando tanto o pai como a mãe, mesmo não tendo qualquer sintoma, são portadores de uma mutação no gene da enzima PAH. A probabilidade de um casal de portadores ter um filho com fenilcetonúria, é de 25% em todas as gestações do casal”, começa por explica a pediatra especialista em Doenças Metabólicas.

O bloqueio causado na degradação da fenilalanina (FEN), pelo défice da PAH leva a um aumento da fenilalanina que tal como explica a médica se pode tornar tóxico para o cérebro “influenciando negativamente a mielinização e inibindo a síntese de neurotransmissores, podendo provocar atraso mental e de desenvolvimento”.

Diagnosticada com a realização do teste do pezinho, o tratamento da doença, que consiste numa dieta restritiva, deve iniciar-se nos primeiros dias de vida. Caso contrário, “clínica poderá manifestar-se com atraso psicomotor, epilepsia, microcefalia, eczema (em 20 a 40% dos casos) e diminuição da pigmentação dos olhos, cabelo e pele”, explica Esmeralda Martins reforçando a importância do diagnóstico precoce. “Só um diagnóstico precoce e pré sintomático vai possibilitar um bom prognóstico porque as manifestações neurológicas da doença após instaladas são irreversíveis”, revela acrescentando que, em Portugal, o teste do pezinho está disponível desde 1979, em todas as maternidades, “hospitais e centros de saúde”, sendo completamento gratuito. No entanto não tendo um caracter obrigatório admite-se que em alguns “residuais” o diagnóstico possa falhar, sendo por isso tão importante “que durante a gestação e ao nascimento a informação da importância deste teste seja transmitida aos pais.”

O tratamento, que terá de ser feito para a vida, “permite à criança um desenvolvimento normal” e baseia-se numa dieta com restrição de fenilalanina. Entre os alimentos proibidos estão “o leite e derivados, carne, peixe, ovos e leguminosas entre outros”. Contudo, explica a pediatra “é possível alguma liberalização da dieta após a adolescência, não ultrapassando valores de FEN sanguínea considerados aceitáveis.”

Não obstante, nos últimos anos têm vindo a surgir alguns tratamentos alternativos ou complementares da dieta. “A sapropterina, primeira terapêutica não dietética da fenilcetonúria é a forma sintética da BH4 que é o cofator da enzima PAH. A terapêutica com este medicamento, poderá aumentar a tolerância dos doentes à fenilalanina e, em alguns casos, eliminar mesmo as restrições alimentares. Deve ser efetuada uma prova terapêutica, sendo considerada uma resposta favorável a descida da fenilalanina de 30% em relação aos valores prévios à toma”, descreve a especialista.  

Por outro lado, a terapêutica enzimática de substituição, com fenilalanina amónia liase, está já ser utilizada na idade adulta, “aguardando-se a sua introdução no mercado português”. 

Assim aquela que poderia ser uma doença devastadora, “com quadros de doença neurológica irreversível”, apresenta um prognóstico “totalmente alterado e favorável com uma terapêutica adequada”.

O único desafio prende-se apenas com a aceitação quer da doença, quer do tratamento “por parte dos pais, familiares e posteriormente do próprio doente”.

“Sendo a adolescência um período mais conturbado, com o receio da não aceitação pelos seus pares, e a gravidez um período que exige um cuidado acrescido por parte das mulheres com PKU, os profissionais de saúde que fazem o seu seguimento têm que ter uma atenção especial nestas fases”, reforça a Coordenadora do Centro de Referência de Doenças Hereditárias do Metabolismo do Centro Hospitalar Universitário do Porto.

Ter sempre uma mente muito positiva”, é o lema de Ivan Correia

Ivan Correia tornou-se um desportista de alta competição, e é um exemplo de superação da doença. “Pratico desporto desde os meus 11 anos, tendo começado pelo mundo do futebol, depois passei para o trail, depois atletismo com participação em algumas maratonas, até que em 2018 descobri o triatlo, um desporto que nos coloca à prova, física e psicologicamente. Tenho PKU, mas isso não me impede de viver sem limites, desde que tenha os cuidados necessários com a alimentação”, afirma

Diagnosticado com a doença com 26 dias de vida, revela que “foi um enorme choque para os meus pais na altura não havia muita informação sobre a doença como existe atualmente”. “Com a dedicação dos profissionais na altura e com os meus pais as coisas foram melhorando com o passar dos dias”, diz recordando que o apoio dos seus pais foi essencial para aceitar e compreender a doença.

A gestão da doença faz-se essencialmente pela manutenção de uma dieta restritiva. Coisa em que Ivan nunca falhou. “No início é difícil, mas como em tudo conseguimos”, afiança garantindo que a única dificuldade que tem é fazer refeições fora. “Muitos dos funcionários perguntam-nos se não queremos outra coisa para além do que pedimos, e às vezes é difícil explicar às pessoas que temos uma doença”, comenta. Fora isso garante que o processo é até bastante simples: evitar os alimentos proibidos e “ler a composição dos alimentos a ver se podemos consumir ou não”.

Chama a atenção, no entanto, para o facto de, por vezes acontecer consumir um produto permitido “e depois de um dia para outro não podermos fazer porque mudam alguns produtos na fabricação desse alimento ou bebida”.

Enquanto doente com PKU e também dirigente corporativo da APOFEN - uma associação sem fins lucrativos que dá apoio à Fenilcetonúria e também a outras doenças hereditárias do metabolismo das proteínas -, Ivan espera que haja uma maior sensibilização por parte das entidades competentes com o objetivo de proporcionarem uma melhor qualidade de vida aos doentes. Por outro lado, apela a outros doentes a ter sempre uma mente muito positiva. “Isto no início não é muito fácil, mas se tiver sempre um bom apoio como equipa médica e família, as coisas iram ser muito mais fáceis (…) por mais dificuldades que passem, as coisas irão fluir para o melhor e pensar que o nosso futuro está em jogo”, conclui.

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As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico, Enfermeiro, Farmacêutico e/ou Nutricionista.
Nova opção terapêutica
O Comitê de Medicamentos Humanos (CHMP) da Agência Europeia de Medicamentos recomendou a concessão de uma autorização de...

A fibrose quística é uma doença genética rara e com risco de vida que afeta cerca de 42.000 pessoas na União Europeia. É causada por uma mutação do gene CFTR, que regula o transporte de sal e água no corpo (medido como cloreto de suor). A mutação CFTR permite muito sal e água nas células. Isso resulta na acumulação de muco espesso e pegajoso nos tubos e passagens do corpo. Esses bloqueios danificam os pulmões, o sistema digestivo e outros órgãos. Os sintomas começam na primeira infância e incluem tosse persistente, infeções recorrentes no peito e pulmão e baixo ganho de peso.

Não há cura para fibrose quística. Uma série de tratamentos podem ajudar a controlar os sintomas, prevenir ou reduzir complicações e melhorar a qualidade de vida, mas muitos doentes têm mutações que os tornam inelegíveis para os tratamentos que estão disponíveis atualmente. Há, portanto, uma necessidade médica significativa e não atendida para esses pacientes.

Kaftrio é composto por três substâncias, elexacaftor, tezacaftor e ivacaftor, que trabalham aumentando a proteína CFTR e melhorando sua função. Kaftrio é o primeiro tratamento que é eficaz para pacientes com fibrose quística com a mutação F508del em um alelo e uma mutação MF no segundo alelo. Nestes doentes não há produção de uma proteína CFTR ou uma proteína CFTR que não responda às terapias existentes in vitro. Kaftrio também é destinado a pacientes homozigotos para a mutação F508del. Esses dois grupos representam a maioria dos pacientes diagnosticados com fibrose quística.

A segurança e eficácia de Kaftrio foi estudada em dois ensaios clínicos envolvendo mais de 500 pacientes. Ambos os estudos mostraram melhoras clinicamente significativas na função pulmonar dos pacientes e diminuição do cloreto de suor. No primeiro estudo, composto por pacientes heterozigotos para F508del com uma mutação mf, a função pulmonar aumentou 14,3 pontos percentuais em comparação com pacientes que tomaram placebo (um tratamento fictício). No segundo estudo, composto por pacientes homozigotos para mutação F508del (F/F), aumentou 10 pontos percentuais em comparação com pacientes que tomam outro medicamento para fibrose quística (Symkevi).

As reações adversas mais comuns relatadas foram dor de cabeça, diarreia e infeção do trato respiratório superior.

Kaftrio foi inicialmente revisto sob o programa de avaliação acelerada da EMA. No entanto, durante a avaliação, isso não poderia mais ser alcançado, uma vez que o requerente solicitou paragem de 3 meses, em última análise, reduzida para 2 meses. Portanto, as condições para avaliação acelerada não puderam ser atendidas.

O parecer adotado pelo CHMP é um passo intermediário no caminho de Kaftrio para o acesso ao paciente. O parecer do CHMP será agora enviado à Comissão Europeia para a aprovação de uma decisão sobre uma autorização de marketing em toda a UE. Uma vez concedida uma autorização de marketing, as decisões sobre preço e reembolso ocorrerão no nível de cada Estado-Membro, tendo em conta o potencial papel/uso deste medicamento no contexto do sistema nacional de saúde daquele país.

Entrevista
Considerada a principal malformação da coluna vertebral em crianças e adolescentes, a Escoliose reve

Estima-se que entre 2 a 4% da população sofra de Escoliose e que a maioria dos casos são detetados durante a adolescência. Começo por lhe perguntar em que consiste o problema e porque o diagnóstico chega maioritariamente nestas faixas etárias?

A escoliose é a principal malformação da coluna em crianças e adolescentes e apresenta-se como uma deformidade visível em forma de ‘S´. O diagnóstico chega maioritariamente nesta fase pois acompanha o processo de crescimento de uma criança.

Quais as causas ou fatores de risco para a Escoliose?

Existem vários tipos de escoliose que dependem da parte da coluna vertebral afetada, grau da curvatura e origem. Cada um apresenta um comportamento diferente em função da evolução.

Estas podem ter como causa deformidades congénitas da coluna (as que estão presentes na altura do nascimento), problemas genéticos, problemas neuromusculares, desigualdade de comprimento dos membros, paralisia cerebral, espinha bífida, distrofia muscular, atrofia muscular espinhal e tumores.

No entanto, a realidade é que mais de 80% dos casos de escoliose não apresenta nenhuma causa conhecida.

O que distingue a escoliose idiopática da escoliose degenerativa? Qual a mais fácil de tratar?

A escoliose idiopática refere-se a um tipo de escoliose em que não é possível determinar o motivo do desvio da coluna e podem ser atribuídos a várias causas. E, apesar de existir muito por explicar sobre a origem da escoliose idiopática, sabe-se que há um determinante genético, isto é, verifica-se uma maior incidência da doença no público feminino – em cada 10 casos, oito são do género feminino. Este tipo de escoliose está ainda dividido de acordo com a idade em que surge: infantil, juvenil, adolescente e adulto.

Já com a escoliose degenerativa esta é provocada pela degeneração de discos da coluna vertebral e das suas articulações, assim como por deformidade das vértebras (muitas vezes com osteoporose associada), como resultado do avanço da idade. Esta surge tipicamente depois dos 50 anos, em adultos que não tinham escoliose prévia, ou então pouco significativa. No adulto, devido à osteoporose e outras patologias associadas, o tratamento pode-se tornar mais difícil do que na criança, com maior taxa de complicações e de insucesso parcial do tratamento.

Quais os principais sintomas da escoliose? É verdade que a dor não está entre as principais manifestações?

Quando falamos de sintomas da escoliose é preciso ter presente que estes variam mediante cada indivíduo e as características da própria escoliose. Contudo, existem alguns sintomas e sinais que podemos ter em atenção:

  • Tronco inclinado para um dos lados, com um desvio da coluna vertebral em forma de “S”;
  • Proeminência torácica posterior unilateral (chamada de “bossa” ou “corcunda” nas “costas”)
  • Assimetria das costelas;
  • Cintura irregular ou assimétrica;
  • Anomalias na aparência ou da textura da pele na região da coluna;
  • Omoplata proeminente, de froma assimétrica;
  • Assimetria dos flancos.

Quais os benefícios de um diagnóstico precoce?

O diagnóstico clínico da escoliose faz-se pela observação, em que o especialista observa se existe uma proeminência da caixa torácica posterior quando o doente dobra/flecte o tronco para diante.

Além disso, é importante refletir que as crianças que não recebem o devido tratamento sofrem um impacto, a longo prazo, na sua vida. E, apesar de formas mais leves de escoliose causarem apenas leve desconforto, nas formas mais graves podem causar dores crónicas ou afetar órgãos internos, e até diminuir a esperança média de vida.

Em que consiste o tratamento da escoliose? E de que forma a pandemia veio atrasar a resposta a estes doentes?

As opções de tratamento são variadas e podem incluir o uso de colete de correção, em casos menos graves, ou cirurgia à coluna, que atualmente revela ser um procedimento com elevada segurança e sucesso terapêutico.

Contudo, em circunstâncias normais, as listas de espera para consultas (LEC) e listas de inscrição para cirurgia (LIC) já apresentavam mais de um ano e meio de atraso, no serviço de pediatria do Serviço Nacional de Saúde.  Devido à pandemia da COVID-19, os tempos de espera agravaram-se, independentemente das formas de tratamento.

É assim necessário compreender que existe uma redução de salas de blocos, anestesistas, e tempos operatórios insuficientes para dar resposta às necessidades existentes.

Em matéria de prevenção, que cuidados a ter?

A escoliose não se consegue prevenir, no entanto a sua deteção precoce é a forma ideal de evitar que um problema que já existe continue a agravar.

Na infância, qual o real impacto de um problema como este? Não só a nível físico como psicológico?

Esta doença é mais comum a partir dos 10 anos, uma idade crítica do crescimento das crianças (perto do início da adolescência). O desvio acentuado da coluna vertebral ao manifestar-se no início da adolescência, reduz a autoestima num período sensível da vida dos jovens, em que a deformidade visível em forma de ‘S’ na coluna pode por vezes estar associada a uma verdadeira bossa no tórax (“corcunda”).

Que mensagem considera importante passar para os doentes mais novos?

É importante transmitir aos mais novos que não deve existir receio ou impacto na autoestima ao serem confrontados com um diagnóstico de escoliose. Além disso, é importante reforçar que os pais e educadores devem também estar atentos aos primeiros sinais para uma abordagem eficaz e rápida. Quando é necessário um tratamento da escoliose com colete ou com cirurgia, os resultados são de forma geral muito satisfatórios.

Mesmo a cirurgia já não deve ser receada como um período muito difícil, pois há segurança e qualidade no acompanhamento e no tratamento do paciente, durante e após a cirurgia.

 

Nota: 
As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico, Enfermeiro, Farmacêutico e/ou Nutricionista.

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